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montagem e produção, para serem operadas por técnicos comuns. Tais cristais poderiam manter a energia Vril elaborada para aquele fim por muitos e muitos anos, até mesmo por séculos, dependendo da capacidade de manipulação do sa- cerdote sobre o quinto elemento. Algumas centrais de operação na Atlântida não eram re- carregadas fazia muito tempo. Um exemplo era o fornecimento de energia para as residências, realizado por uma das centrais da Grande Pirâmide, com redistribuição para todo o continen- te. Era uma energia sem resíduos, grátis e renovável, que não exigia linhas de transmissão física, como a energia moderna. Tratava-se de uma força oculta, que simplesmente alimen- tava uma rede invisível de centrais menores, com seus cristais energéticos interligados. Isso tudo ocorria de forma automáti- ca, sem a necessidade de intervenção humana. Poucos sabiam como aquele engenho energético havia sido elaborado, milênios antes. Acredito até que qualquer problema no funcionamento traria dificuldades para acionar seu plano de contingência, algo desconhecido há séculos. Nosso trabalho consistia em nos sentarmos em confortá- veis poltronas inclinadas, dispostas em círculos, e, juntos, con- centrar esse fluido cósmico universal no centro da sala. Cada aplicação do Vril exigia adequação de forma diferenciada, nessa transformação energética. A mais simples era para a geração de energia, semelhante à elétrica, que utilizamos nos dias atuais, porém desnecessária naquela época. Para a movimentação de veículos, era um tanto mais complexa, por causa da inversão dos eixos gravitacionais, para flutuação e direcionamento. Entretanto, a mais difícil era a elaborada para atender aos protótipos dos engenheiros, ou seja, aquela que criava todo o tipo de objetos de consumo necessá- rios para uma vida moderna e tecnológica como a nossa; isso porque eram sempre específicas e inovadoras. Além dessas aplicações, projetávamos cristais para armaze- namento de dados, utilizados pelas áreas de tecnologia da infor- 78 Roger Bottini Paranhos mação. Esse trabalho também exigia um pouco mais de talento dos sacerdotes do Vril. Desse modo, absolutamente tudo o que a mente humana pudesse conceber poderíamos elaborar com o espetacular dinamismo do Vril. Alguns sacerdotes do quinto elemento, os sacerdotes pes- quisadores, grupo em que me incluía, também conseguiam fazer reprogramações no código genético de enfermos, mas isso, além de pouco necessário em nosso mundo, até então, já era algo au- tomatizado, dentro das centrais de curas na Grande Pirâmide e nas demais pirâmides regionais, por todo o continente. Quem tivesse qualquer tipo de desequilíbrio orgânico ou astral, ao adentrar na Grande Pirâmide, sentia imediatamente a ação dessa força curativa, recombinando seu DNA. Essa cor- reção do código genético ocorria em todos os corpos, não só no físico; algo que assombraria os médicos modernos. No passado, esses estudos tinham por objetivo exclusivo socorrer os povos do mundo primitivo, que, em breve, eu conhe- ceria. Depois da chegada dos capelinos, esses efeitos curativos tornaram-se comuns e necessários entre a civilização atlante, por causa de nosso DNA perispiritual deficitário. Não era raro os trabalhadores mais jovens da Grande Pi- râmide caírem em profundo sono, em decorrência do efeito curador do Vril percorrendo seus corpos, que, vez por outra, começavam a apresentar distúrbios por causa de nossas toxinas espirituais, trazidas de Capela. Era como se fosse uma “radia- ção saudável”, curando os corpos em desarmonia com a energia magnífica do quinto elemento. O trabalho com o Vril exigia muita disciplina. E Arnach era muito bom nesse trabalho de total concentração. Às vezes, eu me perguntava como ele conseguia manter-se tão focado, se, nas horas de lazer, sua mente vivia perdida em seus dilemas românticos. Ele não era um simples galanteador oportunista.Vivia tam- bém seus dramas interiores. Desfazia os relacionamentos sem motivo e, depois, sentia-se arrasado. Entretanto, no dia seguin- te, lá estava ele nas oficinas do Vril, pontualmente, trabalhando como ninguém. Era algo impressionante como ele separava sua vida afetiva do trabalho. Atlântida - No reino da luz 79 Quem muito deseja atender aos caprichos da alma um dia pode se desapontar, se não atingir seu objetivo. E esse dia estava prestes a chegar para Arnach, o que causou uma revolução den- tro dele, que veio, de certa forma, refletir na vida de todos nós. Em alguns dias, na condição de sacerdote pesquisador, eu era dispensado do trabalho conjunto com o Vril e passava as tar- des estudando novas aplicações para aquela misteriosa energia, que, para mim, parecia tão simples. Era estranho como a mani- pulação do Vril me parecia absurdamente fácil. Os longos séculos voltados para a ciência em Tríade, no sistema de Capela, haviam aperfeiçoado minha mente e meu espírito para executar aquela tarefa com facilidade, em um nível que beirava à perfeição. A grande Ártemis acompanhava meus estudos com indis- farçável atenção e esclarecia minhas dúvidas, dentro do possí- vel. Em determinada tarde, ela se aproximou e disse-me: — Andrey, como vão seus estudos? Eu empurrei para o lado a tela de cristal pela qual acessava o banco de dados central da Grande Pirâmide, por uma interfa- ce mental, e disse-lhe, com empolgação: — Eu sinto, às vezes, que esse poder é ilimitado. Creio que, se desejássemos voar sem veículo algum, o Vril nos possibilita- ria isso. Ártemis sorriu com meu espanto, ante ao poder do quinto elemento, e falou: — Talvez esse seja o segredo da vida. Nada é impossível. Nós é que estabelecemos limites em nossas mentes, bloquean- do nossa capacidade criativa. Nós deixamos de realizar obras que superam a normalidade, porque temos pouca fé em nosso potencial. Ela meditou por alguns segundos e, depois, mirando-me com seus brilhantes olhos cinza-prateados, perguntou-me, com carinho: — Você se lembra de quando era pequeno e dizia que reali- zaria grandes coisas no mundo, que seu desejo era ser lembrado pelas gerações futuras como alguém que contribuiu muito para o progresso do reino de Posseidon e do mundo, em todas as suas dimensões? Esforcei-me para lembrar-me daquele fato, mas não conse- 80 Roger Bottini Paranhos gui. A sábia mentora prosseguiu, então: — Não importa! Você já vive como desejava, desde aque- le tempo. Eu creio que você encontrará novas aplicabilidades para o Vril, que ainda são desconhecidas. Sua mente desconhece fronteiras. Nem o céu é limite para você. A bela mentora acariciou meu rosto e concluiu: — Andrey, você é ainda tão jovem e domina a grande ener- gia de forma especial. Lembre-se, qualquer dúvida, pergunte sempre. Será um prazer ajudá-lo em sua busca. Ela sorriu, estava pronta para retirar-se, quando falei, da forma carinhosa como sempre a tratava: — Minha mãe, preciso de sua ajuda agora. Eu quero mate- rializar o Vril hoje mesmo. Sei que posso! Ártemis era mãe de minha noiva, mas cuidava de mim des- de criança como uma segunda mãe. Meus pais entendiam a ne- cessidade disso, já que me tornei um sacerdote do Vril, atividade que não era o foco deles, pois eram sacerdotes solares. Os cida- dãos atlantes não tinham apenas profissão; viviam totalmente para sua vocação. Espíritos evoluídos não possuem sentimento de posse so- bre os filhos. Meus pais, portanto, entregaram-me de coração à Ártemis, para que ela fosse a responsável por minha educação. A nobre mentora sentou-se ao meu lado, ajeitou o vestido e perguntou, com o mesmo carinho de uma mãe diante do filho: — Andrey, meu querido, você acha mesmo que está pronto? Eu fiz um sinal afirmativo, e ela disse, com ansiedade: — Vamos, então, preparar-nos. Sentamos