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Aula 02 - Gênese da Criminologia (2020) (1)

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GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
CRIMINOLOGIA
PROF. RAFAEL FIGUEIREDO PINTO
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
- Momento histórico de início do estudo da criminologia: incerto
2. PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO
- Contribuições desde a Antiguidade até a Idade Moderna (fim do séc. XVIII)
- Dentre as pseudociências, cabe destaque para a fisionomia e a frenologia
- Outras disciplinas importantes: a psiquiatria, a antropologia e a penologia
@prof.rafaelpinto
GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O famoso Código de Hammurabi, criado na Antiguidade, dispunha que pobres e
ricos fossem julgados de modos distintos, correspondendo aos últimos a maior
severidade em razão das oportunidades que tiveram em vida. “Ilíada” (Homero -
850 a.C.) tratava da relação entre crimes, guerras e crueldades. Na Idade Média,
São Tomás de Aquino discorria sobre justiça distributiva e as relações existentes
entre a pobreza e o roubo. Sem que se soubessem, fazia-se “criminologia”.
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Della Porta (1586), Petrus Camper (1776) e Caspar Lavater, principais expoentes
da fisionomia, influenciaram o Direito. O Marquês de Moscardi, juiz napolitano,
decidia processos com base no “Édito de Valério”, que afirmava: “quando se tem
dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio”. A sentença
(sempre de pena de morte ou perpétua) trazia o bordão: “ouvidas acusação e
defesa e examinadas a cabeça e a face do acusado, condeno-o”.
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A frenologia, evolução da cranioscopia (apurava aspectos da personalidade com
base em medições externas da cabeça), visa a análise do interior da mente. Para
Franz Gall (1800), o crime resulta de desenvolvimento parcial e não compensado
do cérebro. Johann Spurzheim, discípulo de Gall, escreveu, em 1844, o “Sistema
completo de frenologia”. Tal pensamento deu aos governos ingleses argumentos
para justificar a “inferioridade” dos servos coloniais, incluindo irlandeses.
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Da psiquiatria extraem-se lições como a separação dos enfermos mentais dos
criminosos, mediante diagnósticos (Philippe Pinel), associação da criminalidade
à degeneração do sistema nervoso (Bénedict Morel) e noção de “loucura moral”
(Dominique Esquirol). Da antropologia, noções de atavismo e de seleção natural
(Charles Darwin). Da penologia, são exemplos a constatação do estado miserável
das prisões (John Howard) e o utilitarismo (Jeremy Bentham - 1787).
2.1. Escola Clássica
- O Iluminismo: mobilização do poder da razão (século XVIII)
- Limitação do poder punitivo estatal e garantia de direitos dos indivíduos
- Influências: utilitarismo, contratualismo e jusnaturalismo
- Principal expoente: Cesare Beccaria (Dos Delitos e Das Penas, 1764)
- Outros autores: Francesco Carrara, Feuerbach, Filangieri e Carmignani
@prof.rafaelpinto
GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O contratualismo consiste em teorias que visam explicar os caminhos que levam
as pessoas a formarem Estados e manterem a ordem social. No contrato social,
em um acordo de vontades, as pessoas abrem mão de certos direitos para um
governo e passam a respeitar regras, com o fim de obterem vantagens. Foram
importantes teóricos do contratualismo: Thomas Hobbes (1651), John Locke
(1689) e Jean-Jacques Rousseau (1762).
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Os direitos naturais (jusnaturalismo) são princípios fundamentais de proteção ao
homem que deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se tenha um
ordem jurídica justa. Não é escrito ou criado pela sociedade, nem é formulado
pelo Estado; é um direito espontâneo, que se origina da própria natureza social
do homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. Trata-se de
um grupo de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável.
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Cesare Bonesana, o marquês de Beccaria, em “Dos Delitos e das Penas” (1764),
trabalho de grande potencial reformista, criticou os direitos de propriedade
aristocrático, a pena de morte e a aplicação da tortura. Por outro lado, defendeu
a limitação da autoridade da Igreja, a pregação da tolerância e do pluralismo
religioso, e a igualdade formal. Seu livro consiste na junção do utilitarismo, da
ideia de contrato social e do jusnaturalismo (direitos naturais inalienáveis).
a) Características
- Método dedutivo ou lógico-abstrato
- O criminoso é um ser normal que faz livremente suas escolhas
- A pena deve ser humana, proporcional ao delito, legal e pública
- Funções da pena: defesa social e retribuição
- Crime como um “ente jurídico”, como violação à lei
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GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
“Para não ser um ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser, de modo
essencial, pública, pronta, necessária, a menor das penas aplicáveis nas
circunstâncias dadas, proporcionada ao delito e determinada pela lei”.
“A tortura é o meio mais seguro de absolver os criminosos robustos e condenar
os fracos inocentes” (Cesare Beccaria).
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A prevenção geral destina-se à coletividade e visa o controle da violência. Pode
ser positiva, com o objetivo de demonstrar que a lei penal está em vigor e é
aplicada; ou negativa, como forma de “coação psicológica” e desestímulo geral.
A prevenção especial, destinada diretamente ao condenado, pode ser positiva,
voltando-se à ressocialização, ou negativa, quando se busca a intimidação do
sujeito para que pratique novos ilícitos penais (evita-se, assim, a reincidência).
b) Críticas ao pensamento clássico
- Não dissuadiu as pessoas quanto à prática de crimes
- O postulado da racionalidade pura dos homens não condiz com a realidade
- Não possui caráter científico
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GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Os pensadores iluministas eram vistos como "acadêmicos de escrivaninha“, cuja
explicação do mundo se dava apenas pelo papel e a pena (lógica e abstrações).
Entendiam o crime como resultado de um cálculo de custo-benefício, assumindo
que o criminoso seria necessariamente mal ou ignorante. Por tais motivos, não à
toa Enrico Ferri dizia: "Para eles, fatos dão lugar aos silogismos; para nós, o fato
impera e nenhuma forma de raciocínio pode acontecer sem partir dos fatos".
3. PERÍODO CIENTÍFICO
- Inauguração no século XIX, com o advento da Escola Positiva Italiana
3.1. Escola Positivista
- Nascimento ou independência da Criminologia enquanto ciência
- Expoentes: Cesare Lombroso (O Homem Delinquente, 1876)
- Outros autores: Enrico Ferri e Rafaele Garofalo
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GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
a) Características
- Método indutivo ou causal-explicativo
- O criminoso é um ser degenerado e determinado para práticas ilícitas em
razão de causas endógenas ou exógenas
- Função da pena: defesa social
- Crime como ato concreto e histórico
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GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O estudo positivista guia-se pela observação, descrição, quantificação e análise
objetiva e neutra das forças causais que levam à ação criminosa. Por tratar-se de
uma patologia, faria sentido o tratamento, não a punição da pessoa. Não sendo
possível o tratamento desta, dever-se-ia afastá-la da sociedade, não em razão do
mal que causara, mas para prevenir novos crimes, já que não havia nada a ser
feito para impedir essas determinações biológicas de funcionarem.
3.1.1. Fase antropológica ou antropobiológica
- Inaugurada por Cesare Lombroso. Obra: “O homem delinquente” (1876)
- Influências da cranioscopia e da frenologia
- Teses centrais: 1) o criminoso diferencia-se dos não criminosos por meio de
diversos sinais físicos e psíquicos; 2) o criminoso é uma variante da espécie
humana, um ser atávico; 3) essa variação é transmitida hereditariamente
- Atavismo feminino em “A mulher delinquente” (1895)
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O que há em comum em todos os crimes? Para Cesare Lombroso, o criminoso.
Conta-se que sua epifania veio de uma autópsia que ele realizou em um notório
criminoso, em 1871: Giuseppe Villela. No ato, Lombroso identificou que algumas
características de Giuseppe tinham similaridades com outros espécimes de
povos não ocidentais (considerados inferiores) que ele tinha estudado. Essa
condição sugeriu que os criminosos seriam seres atávicos (menos evoluídos).
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Embora Lombroso não tenha conseguido identificar uma característica definitiva
e determinante pertencente a todos os criminosos, ele encontrou uma série de
indicativos que pensava ser comum àqueles: crânios menores e deformados;
pessoas altas e pesadas, com pele, olhos e cabelos escuros; orelhas grandes,
mandíbulas exaltadas e com menor sensibilidade à dor. Sem saber, ao invés de
descobrir os criminosos, ele descobriu os criminalizados.
3.1.2. Fase sociológica
- Inaugurada por Enrico Ferri. Obra: Sociologia Criminal (1884)
- Crime como resultado de causas multifatoriais
- Tipologia criminal: natos, loucos, habituais, ocasionais e passionais
- Estímulo ao desenvolvimento de políticas criminais de caráter preventivo
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Para Enrico Ferri, o crime, como qualquer outra ação humana, seria o resultado
de múltiplas causas, que embora entrelaçadas, poderia ser identificadas para
fins de estudo. Para ele, as causas do crime seriam divididas em três categorias:
causas antropológicas (estado civil, educação etc.), físicas (raça, distribuição do
solo, clima etc.) e sociais (variações da população, opinião pública, religião etc.).
Tais variáveis seriam depois incorporadas por Lombroso em sua obra.
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Durante seus estudos com Lombroso, Ferri criou a expressão "criminoso nato” e
desenvolveu um sistema de classificação para identificar criminosos. À época do
estudo, Ferri fez exatamente o que criticou em Lombroso anos antes: mediu
crânios. Mereceu atenção especial a categoria dos ocasionais, pois compunham
o maior grupo (embora os criminosos habituais e natos tivessem mais chances
de reincidência, por serem quase incorrigíveis, não mereciam tanta atenção).
3.1.3. Fase jurídica
- Inaugurada por Rafaelle Garofalo. Obra: Criminologia (1885)
- Criação da noção de periculosidade
- Desenvolvimento do conceito de delito natural
- Estímulo ao desenvolvimento de políticas criminais de caráter repressivo
- Normatização das ideias da Escola Positivista
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Rafaelle Garofalo enxergou o crime a partir da natureza orgânica e psicológica
do criminoso, abraçando um conceito não de culpabilidade individual e moral,
mas de responsabilidade e defesa social. A "periculosidade" é uma invenção de
Garofalo. Ele entendia que, tal como sucede na natureza, através dos processos
de seleção natural, a penalidade pela incapacidade de adaptação é uma apenas:
a eliminação. Suas ideias influenciaram o Código Penal Italiano de 1930 (Rocco).
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Na criação do conceito de delito natural, Garofalo viu que o crime não poderia
ser algo instável, que dependesse da vontade do legislador para ser ou não. Para
ele, assim, o crime natural seria a conduta que ofendesse os sentimentos morais
básicos de piedade (repulsa contra a imposição voluntária de sofrimento a
outros) e de probidade (respeito aos direitos de propriedade de terceiros). Para
o autor, tais sentimentos estariam presentes em qualquer sociedade evoluída.
3.1.4. Influência do positivismo no mundo
- No Brasil, justificou a ideia de inferioridade de negros e indígenas
- Eugenia e “higienização” da população criminal
- Pesquisas científicas no campo genético até os dias atuais
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Autores como Tobias Barreto, Raimundo Nina Rodrigues e Clóvis Beviláqua, por
meio de suas obras, ampararam a construção de um direito penal voltado para a
garantia da supremacia branca e o controle social dos indesejáveis. “O negro é
rixoso, violento nas impulsões sexuais, muito dado à embriaguez, e nesse fundo
de caráter imprime o seu cunho na criminalidade colonial atual”, dizia Nina. Para
Beviláqua, os não-brancos compunham a “junta de coice da humanidade”.
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Eugenia, que significa “bem-nascido”, foi um termo cunhado por Francis Galton,
primo de Charles Darwin, no início do séc. XX. Entendia-se que as características
que levam ao sucesso na vida ou ao fracasso eram transmitidas geneticamente.
Dois tipos de políticas criminais eram incentivadas: a positiva, para encorajar as
pessoas talentosas a se reproduzirem; e a negativa, marcada pela segregação
permanente, esterilização, proibições de casamento e restrições de migração.
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A geneticista Patrícia Jacobs, em 1965, constatou que um número significativo
de criminosos era portador de uma anomalia genética ligada à existência de um
cromossomo supranumerário, o cromossomo Y. Estes indivíduos, do sexo
masculino, tinham um cariótipo XYY (“supermacho”). Por um momento, pensou-
se ter descoberto o “gene assassino”, mas, anos depois, foi verificado que tais
portadores tinham em comum apenas a calvície, a altura e a miopia.
3.1.5. Críticas
- Investigação lombrosiana guia-se mais pela intuição que pela análise
- Insustentabilidade da escala cerebral para avaliar a inferioridade de alguém
- Metodologicamente, cometeram muitos erros de valoração estatística
- Não há prova de que quem porta estigmas atávicos está disposto ao crime
- Prevenção especial usada para impor penas indeterminadas aos infratores
@prof.rafaelpinto
GÊNESE DA CRIMINOLOGIA
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Descendente de uma família aristocrata da Normandia, Marie-Anne Charlotte de
Corday d'Armont foi de grande oposição à Rev. Francesa em 1789, chegando ao
ponto de assassinar Jean-Paul Marat, um dos idealizadores do movimento.
Passou a ser conhecida, desde então, como o "anjo do crime". Cem anos depois,
em um evento científico, Lombroso discorre sobre o atavismo dela a partir da
análise de seu crânio. Não sabia ele, porém, que o crânio havia sido trocado.
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Acreditava-se que as grandes inteligências tinham, supostamente, cérebro mais
pesado que aqueles seres involuídos, dentre os quais estavam os delinquentes e
as mulheres (estas tinham 1.275g contra 1.400g dos crânios masculinos, em
média), no início do século XX. A escala desenvolvida pelo Prof. Mathiega, de
Praga, era praticamente incontestável à época. Assim, expectativas haviam sobre
o peso cerebral de Lombroso após sua morte. Constatou-se míseros 1.308g!
@prof.rafaelpinto
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A teoria de Lombroso precisa ser entendida dentro do seu contexto histórico.
Para ele, a ciência era a forma de trazer progresso e otimismo à Itália, e acabar
com as gerações sucessivas de regimes corruptos e antidemocráticos no país. A
pesquisa dele, muito extensa até para os padrões de hoje, contém registros
meticulosos sobre as pessoas presas (cujas características não são as causas do
crime, mas os indícios do atavismo). Lombroso não era vulgar. Vulgares são as
interpretações errôneas sobre seu trabalho, que é muito falado, mas pouco lido.

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