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Perícia Forense AULA 05

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Perícia Forense - Química Forense / Aula 05: Identificação, reconhecimento e caracterização da cocaína
· Introdução
Nesta aula, estudaremos a cocaína Luiz
Desenvolvedor
· INTRO
· OBJETIVOS
· CRÉDITOS
· IMPRIMIR
Cocaína
A cocaína é obtida a partir das folhas de coca (que contêm entre 0,6% e 1,8% de cocaína alcaloidal) através de um método simples de extração com solvente orgânico (geralmente querosene).
Os alcaloides são colocados em uma solução aquosa ácida contendo ácido clorídrico, originando o cloridrato de cocaína.
Isso resulta na pasta de coca, que contém cerca de 80% de cocaína.
O consumo mais frequente é por inalação, podendo provocar a perfuração do septo nasal.
Em sua forma básica, conhecida como “crack”, pode ainda ser fumada.
Você lembra o que é um alcaloide?
Alcaloide é uma substância orgânica, de origem natural, cíclica, de caráter básico, derivada de plantas que contêm em sua fórmula um heteroátomo. O termo vem de álcali, básico, com o sufixo –oide, que significa “semelhante a”.
Exemplos:
• Cocaína (da coca);
• Pilocarpina (do jaborandi);
• Morfina, heroína e codeína (da papoula),
• Papaína (do mamão).
Eles também correspondem aos principais terapêuticos naturais com ação:
• Anestésica;
• Analgésica;
• Psicoestimulante;
• Neurodepressor.
Os alcaloides da cocaína têm ação estimulante.
Espécie Erythroxylum coca.
Exemplo
Há um caso muito interessante que envolveu as polícias de vários países: o tráfico internacional contratou um químico espanhol para fazer com que a cocaína entrasse no Brasil na forma líquida, em cápsulas na barriga de uma “mula”.
A polícia federal monitorou essa “mula” desde a Bolívia. Veja o que foi encontrado em seu poder quando foi interceptada no aeroporto do Galeão:
Essas cápsulas estavam no estômago da “mula”.
Ao realizarem as análises colorimétricas, não foi obtido o resultado esperado, pois o químico contratado pelos traficantes colocou a solução em um pH que fez com que a reação colorimétrica não fornece a cor esperada para cocaína.
Como aparelhos de análise instrumental do Rio de Janeiro estavam com defeito, foi necessário um trabalho árduo da equipe para colocar o pH adequado e positivar o resultado para que o traficante fosse preso em flagrante. Posteriormente, o resultado foi confirmado por análise instrumental.
Cocaína - Legislação
A Erytroxylum coca encontra-se na Lista E (Lista das Plantas que Podem Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas) da Portaria nº 344/98 – SVS/MS.
Já a cocaína encontra-se na Lista F1 (Lista das Substâncias Entorpecentes de Uso Proscrito no Brasil) da mesma Portaria nº 344/98 – SVS/MS.
Características organolépticas
A cocaína é higroscópica (absorve umidade).
Ela sofre uma reação de hidrólise com a umidade do ar, gerando uma substância que tem um odor doce semelhante ao xarope (benzoato de metila).
Se não for mantida ao abrigo de luz, ela adquire coloração amarelada.
O cloridrato de cocaína tem sabor salino e amargo e anestesia os lábios.
Cloridrato de cocaína
Obtenção da pasta de coca
Pasta de coca
Inicialmente é feita a extração com solvente, a primeira em geral é gasolina ou querosene.
Depois procede-se com a acidificação, geralmente com HCl.
Ocorre a precipitação do sal e extração com água.
Há a repetição desses procedimentos até se chegar ao pó branco.
“Crack”
O crack pode ser obtido antes da etapa de adição do ácido clorídrico. O que deixa, então, de eliminar certas impurezas.
Pode ser obtido em uma etapa intermediária, antes de se chegar ao pó cloridrato de cocaína. Com a adição de bicarbonato de sódio, sob aquecimento, para garantir que a cocaína ficará sob a forma de base livre. Nessa forma, ela é facilmente volatilizada, permitindo que seja fumada.
Mas também pode ser obtido a partir do sal de cocaína. Contudo, esse processo é mais caro.
Pode ser alterado para sua forma livre por aquecimento da droga em uma solução de bicarbonato de sódio até a evaporação da água.
O resultado desse procedimento de aquecimento em bicarbonato de sódio é a formação de pedras, conhecidas como “crack”, devido ao som de estalos que produzem durante o aquecimento.
As “pedras”, aquecidas em “cachimbos” improvisados, liberam vapores de cocaína que são rapidamente absorvidos nos pulmões, atingindo o cérebro em 15 segundos.
As consequências do uso do crack são muito mais intensas que no caso do cloridrato de cocaína.
Oxi
Oxi ou oxidado é uma droga feita a partir de resíduos da folha de coca lacerada e misturada à cal virgem e querosene.
Trata-se, portanto, de uma variante do crack, mas, ao invés de se acrescentar bicarbonato e amoníaco ao cloridrato de cocaína, como é o caso do crack, adiciona-se querosene ou cal virgem para obter o Oxi.
O consumo dessa droga derivada da cocaína, mas mais potente e letal do que o crack, foi descoberto por acaso, no Acre.
Pasta base de cocaína apreendida em Rio Branco e acondicionada juntamente com pó de café. Dentre as muitas formas de dissimulação da droga utilizada por traficantes, esta é uma das mais populares.
Cargas
Cargas são substâncias usadas para aumentar o rendimento da droga.
A cocaína costuma ser misturada com:
• Bicarbonato de sódio;
• Hidróxido de cálcio (cal apagada);
• Sulfato de cálcio (gesso);
• Cloreto de sódio (sal de cozinha);
• Ácido bórico;
• Talco e lactose;
• Açúcares;
• Cafeína;
• Tabaco;
• Tabaco e Haxixe;
• Anestésicos locais (benzocaína, cloridrato de xilocaína, cloridrato de procaína);
• Amido;
• Fermento químico.
Como fazer a distinção?
A dificuldade que se impõe é distinguir o que é o oxi e o que é pasta base.
Como estamos estudando, o crack e as formas mais puras da cocaína já refinada (tanto o sal quanto a base livre) possuem características físico-químicas que os distinguem facilmente de outras formas de apresentação. Já a pasta base e o oxi são muito parecidos, isso se admitirmos que exista realmente alguma diferença em seus constituintes.
Ambos possuem coloração ocre a amarelada. Dependendo de sua origem, podem ser encontrados na forma de pedras ou em consistência sólida e úmida.
Possuem odor bastante característico, oriundo dos variados solventes utilizados para a produção da pasta base.
	Na sua maioria, são produtos como:
• Cal virgem;
• Cimento (utilizado nas regiões agrícolas colombianas);
• Querosene;
• Ácido sulfúrico.
Se repararmos, tratam-se dos mesmos que, teoricamente, são utilizados para a produção do oxi. Poderia, portanto, ser o oxi classificado tecnicamente como pasta base.
No laboratório, quanto aos ensaios físico-químicos mais corriqueiros realizados para a cocaína, não há distinção clara daquilo que é chamado de oxi e de pasta base.
Testes como Scott Modifi Cado, Mayer e Cromatografia em Camada Delgada (nos dois sistemas de eluição ) apontam indubitavelmente para a presença do alcaloide cocaína e ausência de manchas características, e que possam apontar para prováveis diferenças, em outra região da placa cromatográfica.
Os testes de solubilidade são claros em apontar a presença do alcaloide na forma de base livre. Características físicas como cor, odor e forma são bem similares.
As variações observadas nesses aspectos são mais provavelmente derivadas das características inerentes a cada lote de apreensão (origem, forma de transporte, qualidade e quantidade dos insumos utilizados na produção) do que propriamente das duas formas da droga. Isso significa que, a princípio, tecnicamente não há distinção alguma.
Oficialmente, pelos dados coletados pelo Setec/AC, em Rio Branco, são apreendidas grandes quantidades de pasta base de cocaína e não há nenhuma menção relativa ao oxi, mesmo porque, com os recursos técnicos atualmente disponíveis no estado, não há como diferenciá-lo da pasta base.
A única distinção fica por conta de informações prestadas pelos agentes da Polícia Federal responsáveis pela apreensão, sem nenhum embasamento técnico-científico (Perícia Federal — ano VI — Número 21 — maio a agosto de 2005).
Oxi
Pasta Base, as diferenças são inerentes à procedência do produto
(Apostila Drogas de Abuso. ProfessorBruno Sabino Perito Criminal do Setor de Entorpecentes do SPQ/ICCE)
(Apostila Drogas de Abuso. Professor Bruno Sabino Perito Criminal do Setor de Entorpecentes do SPQ/ICCE)
Identificação forense
O grupamento metil éster da molécula permite a hidrólise em mudanças de pH.
Em soluções básicas, a hidrólise é acelerada:
Preparação da amostra – folhas de coca
• Macerar aproximadamente 1g de folhas, colocar em 100mL de HCl 0,1N por 1h e filtrar.
• Adicionar 3g de NaHCO3 a 50 mL do filtrado, a seguir, extrair 2 vezes com 30mL de clorofórmio.
• Coletar a fase clorofórmica.
• Desidratá-la com sulfato de sódio anidro.
• Filtrar o agente de desidratação na fase clorofórmica e concentrar o filtrado.
• Utilizar o filtrado concentrado como solução de amostra.
Reação de Marquis (Le Rosen)
Amostra + ácido sulfúrico concentrado + formaldeído:
O ácido sulfúrico concentrado (agente oxidante e desidratante):
• Promove a condensação dos compostos aromáticos com o formaldeído;
• Oxida, a seguir, o composto diarilmetileno resultante para os produtos p-quinoidal.
Essa reação colorimétrica ocorre principalmente com compostos aromáticos que possuam a posição para livre ou um grupamento OH para (FEIGL. Spot Tests in Organic Analysis. Elsevier: 1966).
Cocaína adulterada com (1) corante amarelo sólido, (2) enxofre e (3) cloreto férrico submetida ao teste de tiocianato de amônio/cloreto de cobalto (ROZENBAUM. Substâncias de Uso Abusivo. UNESA-ACADEPOL, 2002).
Sob suspeita de cocaína base (insolúvel em água, solúvel em n-hexano), deve-se reagir a mesma com ácido clorídrico, de forma a obter o sal e efetuar as reações, confirmando a cocaína.
Crack – identificação
No caso do crack, pode-se verificar o pH (alcalino) e a presença de íon carbonato através de reações específicas (ROZENBAUM. Substâncias de Uso Abusivo. UNESA-ACADEPOL, 2002).
Exercícios
Questão 1: Como se classifica a cocaína na legislação vigente?
GABARITO
A Erytroxylum coca encontra-se na Lista E (Lista das Plantas que Podem Originar Substâncias Entorpecentes e/ou Psicotrópicas) da Portaria nº 344/98 – SVS/MS.
Já a cocaína encontra-se na Lista F1 (Lista das Substâncias Entorpecentes de Uso Proscrito no Brasil) da Portaria 344/98 – SVS/MS.
Questão 2: Quais são as formas de apresentação da cocaína?
GABARITO
Crack, Oxi e Cloridrato de Cocaína e pasta base.

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