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ALUNO: BÁRBARA MAIARA DE MELLO MORAIS DISCPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL TRIPARTIÇÃO DE PODERES COMO SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS Um dos principais objetivos de filósofos, teóricos e pensadores desde a antiguidade, foi encontrar um modelo de estado onde não houvesse centralização do poder, por evitar governos absolutos e totalitários visando um Estado justo e democrático. A ideia de repartição de poderes em três, como temos hoje é baseada na tese do Filósofo Frances Montesquieu, mas antes dele Aristóteles em sua obra “A Política” já mencionava a existência de três órgãos separados a quem cabiam as decisões de Estado, o Poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Mais tarde John Locke apresenta a ideia de separação em quatro funções e dois órgãos de Poder do Estado: a função legislativa para o parlamento e a executiva para o rei. Mas apenas em 1748 na obra “O espírito das Leis’ Montesquieu desenvolve a ideia de tripartição de poderes como a adotada pela Constituição Federal de 1888. A constituição da Republica Federativa do Brasil de 1888 em seu artigo 2º dispõe sobre a separação harmônica e independente dos poderes e no artigo 60 parágrafo 4º, inciso III estabelece a tripartição como cláusula pétrea. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (BRASIL, 1988). Art. 60, § 4º, III “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] a separação de poderes” (BRASIL, 1988). A Constituição afere autoridade soberana aos três poderes, seja o Legislativo, Executivo ou Judiciário, de forma que sejam autônomos e não haja supremacia de um sob o outro. José Afonso da Silva (2005, p.110) aborda a seguinte questão referente a independência dos poderes: A independência dos poderes significa: (a) que a investidura e a permanência das pessoas num órgão do governo não dependem da confiança nem da vontade dos outros; (b) que, no exercício das atribuições que lhes sejam próprias, não precisam os titulares consultar os outros nem necessitam de sua autorização; (c) que, na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observadas apenas as disposições constitucionais e legais; assim é que cabe ao Presidente da República prover e extinguir cargos públicos da Administração federal, bem como exonerar ou demitir seus ocupantes, enquanto é da competência do Congresso Nacional ou dos Tribunais prover os cargos dos respectivos serviços administrativos, exonerar ou demitir seus ocupantes; às Câmaras do Congresso e aos Tribunais compete elaborar os respectivos regimentos internos, em que se consubstanciam as regras de seu funcionamento, sua organização, direção e polícia, ao passo que o Chefe do Executivo incumbe a organização da Administração Pública, estabelecer seus regimentos e regulamentos. Agora, a independência e autonomia do Poder Judiciário se tornaram ainda mais pronunciadas, pois passou para a sua competência também a nomeação dos juízes e tomar outras providências referentes à sua estrutura e funcionamento, inclusive em matéria orçamentária (arts. 95, 96, e 99). Verifica-se através da separação em poderes executivo, legislativo e judiciário um sistema de freios capaz de equilibrar os poderes minimizando os riscos de um sistema totalitário que possa ser abusivo ao exercer poder. Um exemplo é a possibilidade de o legislativo rejeitar o veto do executivo, ou do judiciário poder declarar inconstitucionalidade de lei e a possibilidade de emenda por parte do poder legislativo em projetos de lei do Presidente. Dessarte a separação dos poderes é uma garantia “protegida” constitucionalmente, resultado da busca de proteger e garantir o exercício dos direitos individuais e coletivos, No Brasil a tripartição de poderes mostra-se fator fundamental para a manutenção de um Estado Constitucional Democrático de Direito. REFERÊNCIAS MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Malheiros Editores, 26ª Ed, 2007. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, São Paulo: Malheiros Editores, 30ª Ed, 2009. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, São Paulo: Malheiros Editores, 30ª Ed, 2009, p. 110. BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade Democrática. Disponível em <http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1235066670174218181901.pdf>. Acesso em 25.03.2020. BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil, de 1988. Dispõe de normas constitucionais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constituição. Htm>. Acesso em: 25.03.2020 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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