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1 Introdução a imunologia Amanda Reis Viol 2 A imunologia estuda as reações de defesa do nosso organismo, entendendo os fatores vitais dessa defesa, como moléculas sinalizadoras, células e órgãos do sistema mine, homeostasia e reações patológicas causadas por agressores. Sendo que cada um desses fatores apresenta características próprias. Temos vários mecanismo de defesa que se organizam muito bem, dependendo de qual situação o organismo está exposto. E são divididos em: imunidade inata e imunidade adquirida. conceitos • Imunógeno: qualquer substância que possa desencadear uma resposta imune. • Antígeno: qualquer substância que se ligue a receptores específicos de linfócitos. • Anticorpo: proteínas que se ligam a essas substâncias. • Haptenos: são antígenos que podem se ligar a anticorpos mas não são capazes, por si mesmas, de estimular uma resposta imune adaptativa. Os haptenos devem ser quimicamente unidos a carregadores proteicos para que possam ativar linfócitos T e B. • Moléculas CD: moléculas de superfície celular que pode agir como receptores, g i g a n t e s ( a t i v a m u m r e c e p t o r ) e proporcionar adesão celular. • Citocinas: proteínas que medeiam reações inflamatórias e imunes, sendo as principais mediadoras da comunicação entre as células do sistema imune. Funções: mediadoras da imunidade natural; reguladoras de ativação, crescimento e diferenciação de linfócitos; reguladoras da inflamação; estimuladoras do crescimento e diferenciação de leucócitos imaturos. • Quimiocinas: citocinas de baixo peso molecular, que estimulam a quimiotaxia de leucócitos, regulam a migração de leucócitos para tecidos (ativação de integrinas) e promovem a manutenção da organização espacial de linfócitos e células APC dentro dos órgãos linfóides. A homeostasia ou processo de homeostas ia corpora l é o equilíbrio do corpo, a tentativa do mesmo em voltar ao estado original. Em que o sistema imune pode tanto induzir a saída do corpo da homeostase, quanto induzir o retorno dela. 3 Imunidade inata Amanda Reis Viol 4 Introdução A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra infecções. As células e moléculas que participam dessa linha de defesa são funcionais antes mesmo do encontro com micro-organismos ou são rapidamente ativadas pelos patógenos antes d o d e s e n v o l v i m e n t o d e r e s p o s t a s adaptativas. Ela é representada pela pele, t e c i d o s d o s t r a t o s r e s p i r a t ó r i o e gastrintestinal, lágrima, suor, saliva, ácido clorídrico do estômago, células fagocitárias dentre outros. A imunidade inata desempenha três importantes funções: - É a primeira resposta aos micro- organismos que previne, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos: esse papel é muito importante, pois a inibição ou eliminação de qualquer um dos mecanismos da imunidade inata aumenta de forma significativa a suscetibilidade a infecções, mesmo que o sistema imune adaptativo esteja funcional. Os diferentes mecanismos da imunidade inata atuam em diferentes estágios da infecção. - Os mecanismos da imunidade inata reconhecem os produtos de células danificadas e mortas do hospedeiro e servem para eliminar tais células, iniciando o processo de reparo tecidual. - A imun idade ina ta aos m ic ro- o rgan ismos es t imu la as respos tas imunológicas adaptativas e pode influenciar a natureza das respostas específicas, tornando-as mais eficazes contra diferentes tipos de patógenos: dessa forma, ela não apenas tem funções defensivas como serve para alertar o sistema imune adaptativo da presença de uma infecção. Essas três funções dão origem a dois principais tipos de respostas do sistema imune inato: inflamação e defesa antiviral. Além dessas reações, os mecanismos da imunidade inata incluem defesas físicas e químicas através das barreiras epiteliais e da ativação de diversas células e proteínas circulantes que podem eliminar os micro- o rg a n i s m o s p r e s e n t e s n o s a n g u e , independentemente da inflamação. Componentes A imunidade nata é integrada por barreiras físicas e barreiras químicas. Entre as barreiras físicas temos a pele, tosse, espirro, micção, vômito, febre, per ista l t imos e flora bacteriana normal. Já como barreiras químicas temos as células polimorfonucleares/granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos — mastócitos), monócitos e APC’s (células apresentadoras de antígenos — células dendríticas e macrófago). Está relacionada às células NK, que são linfócitos grandes que apresentam ação citotóxica. Atuando através da degranulação e ativação de enzimas para destruição de células alvo. Por fim, como barreiras químicas, temos as enzimas digestórias, pH, secreção biliar, suor, entre outros. O sistema complemento, que corresponde a parte solúvel da imunidade inata, também auxilia diretamente no combate contra os antígenos. Sendo também moléculas solúveis, as citocinas e as quimiocinas. Fagócitos: os fagócitos são células que a p r e s e n t a m f u n ç õ e s f a g o c í t i c a s especializadas, representadas principalmente pelos macrófagos e neutrófilos. Elas são a p r i m e i r a l i n h a d e d e s e j a c o n t r a microorganismos que ultrapassam as barreiras epiteliais. Essas células são capazes de internalizar e matar microrganismos e responder a eles produzindo citocinas que promovem inflamação e aumentam a função antimicrobiana das células do hospedeiros no sítio de infecção. Ademais, macrófagos estão envolvidos também no reparo de tecidos danificados, que é uma importante função da defesa do hospedeiro. Os macrófagos são produtores de TNF, IL-12, IL-1β e IL-23, que são promotores de resposta Th1 e Th17. O interferon-γ de células T aumenta a população de macrófagos e acentua a atividade microbicida e tumoricida. Th17 é importante em doenças inflamatórias e autoimunes. Células dendríticas: desempenham funções essenciais de reconhecimento, além de terem papéis efetores na imunidade inata. Elas representam uma família heterogênea de células derivadas da medula óssea, com longos processos citoplasmáticos similares a dendritos, sendo encontradas em muitos tecidos do corpo. A partir da sua localização e mor fo log ia , essas cé lu las de tec tam microrganismos invasores. As células dendríticas são as mais eficientes em A imunidade inata corresponde a imunidade congênita, também chamada de imunidade natural, que apresenta vários mecanismos de defesa que se organizam como um conjunto de barreiras externas e in te rnas não espec íficas que protegem o hospedeiro. 5 desencadear e direcionar respostas imunes adaptativas mediadas por linfócitos T, já que elas têm habilidade em internalizar antígenos proteicos microbianos, transportá-los aos gânglios linfáticos e apresentá-los de modo que possam ser reconhecidos por esses linfócitos. Mastócitos: os mastócitos estão presentes na pele e no epitélio de mucosa e, rapidamente, secretam citocinas pró- inflamatórias e mediadores lipídicos em resposta a infecções e outros estímulos. Essas células apresentam abundantes grânulos citoplasmáticos contendo diversos mediadores inflamatórios que são liberados quando as células são ativadas. O conteúdo dos seus grânulos induz alterações vasculares que promovem inflamação aguda. Seus receptores são do tipo FCERI, que possui alta afinidade para IgE. São ativados por: componentes bacter ianos, ant ígenos reconhecidos por IgE, produtos da ativação do complemento, substância básicas, venenos de animais, neuropeptídeos, trauma mecânico, calor e frio. Basófilos: enquanto os mastócitos vão para os tecidos, os basófilos vão para o sangue. São muito parecidos com os mastócitos. Sistema complemento: esse sistema é compostopor várias proteínas plasmáticas que trabalham juntas na opsonização de m i c r o r g a n i s m o s , n a p r o m o ç ã o d o recrutamento de fagócitos para o sítio de infecção e, em alguns casos, na morte direta de patógenos. A ativação do sistema complemento é baseado em uma cascata proteolítica que resulta na amplificação da quantidade de produtos proteolíticos gerados. Esses produtos realizam as funções efetoras do sistema complemento. Citocinas: são proteínas responsáveis pe la s ina l i zação no s is tema imune, promovendo a diferenciação, ativação, proliferação, migração e recrutamento de células. Citocinas importantes na resposta inflamatória, são: IL-1, IL-18, IL-6, TNF (fator de necrose tumoral). A IL-12 está envolvida na ativação das células NK. Enquanto a IL-10, a diferentona, citocina anti-inflamatória, é também secretada pelo macrófago, um meio para regular a resposta inflamatória. Quimiocinas: produzidas por leucócitos, células endoteliais, células epiteliais e fibroblastos. Apresentam ações múltiplas e sobrepostas, atuando através de receptores. Funções biológicas: regulação do tráfego dos leucócitos através dos tecidos linfoides periféricos; participam da linfopoiese e da angiogênese; recrutamento das células do hospedeiro para o sít io da infecção; estimulam e regulam a maturação e ativação de neu t rófi los , cé l u l as dend r í t i cas , macrófagos e células T. Eosinófilos: combate a infecções parasitárias (helmintos) e presente também nas reações alérgicas. Eles induzem inflamação por liberação e produção do conteúdo de seus grânulos catiônicos eosinofílicos (lesam os parasitas e ao mesmo tempo causa dano tecidual ao órgão). Depois de ativado, também produz citocinas IL-1 (pró-inflamatórias), IL-2 (estimula linfócitos), IL-4 (estimula produção de IgE), IL-5 (estimula eosinófilo), IL-6 (pró-inflamatória), IL8 (quimiocina), IL-13 (estimula o aumento da produção de muco), TNF-alfa (fator de necrose tumoral). Libera também mediadores lipídios pró-inflamatórios LTC-4, LTD-4, LTE-4. PgE-2. Promovem remodelação tecidual: elastase, TGF-beta (fator transformador do crescimento, citocina imunossupresora), PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas), VEGF (fator de crescimento e n d o t e l i a l v a s c u l a r - e s t i m u l a r revascularização do tecido). 6 Reconhecimento dos patógenos A imunidade inata reconhece estruturas exclusivas de patógenos, ou seja, ausentes no hospedeiro. Além disso, essas estruturas reconhecidas são essencia is para a sobrevivência desses patógenos, desse modo, eles não podem se desfazer dessas estruturas para fugir do reconhecimento. São essas estruturas: Com isso, temos que nas células (fagócitos, células dendríticas, células epiteliais, células endoteliais) existem famílias de receptores que são capazes de reconhecer PAMPs e DAMPs, os receptores de reconhecimento padrão (PRR). Esses receptores podem ser expressos na membrana plasmática; nas endomembranas e no citosol. Essa distribuição heterogênea ga ran te que desde m ic ro rgan i smos extracelulares até os intracelulares sejam reconhecidos pelo sistema imune inato. O reconhecimento dos PAMPs e DAMPs faz com que o receptor envie sinais para dentro da célula que al tera as v ias intracelulares, promove a fosforilação intracelular de receptores, até promover alterações específicas na célula – mudança no citoesqueleto, mudança na membrana plasmática, expressão de determinados genes. Nos locais de infecção, o macrófago reconhece o patógeno através do seu receptor de reconhecimento padrão, ele, então, fagocita esse patógeno, estimulando a secreção de citocinas – TNF e IL-1 – e quimiocinas pelo macrófago. Essas substâncias dirigem-se à corrente sanguínea onde irão interagir com células endoteliais e leucócitos. Alterando no endotélio as estruturas responsáveis pela adesão - selectinas e integrinas – isso faz com que o leucócito possa sair da corrente sanguínea e chegar ao tecido (diapedese) para agir, pois o endotélio torna-se mais permeável. Esse aumento da permeabilidade também faz com que haja um extravasamento plasmático – edema. mecanismo de atuação inflamação há o início do reconhecimento e da destruição de patógenos, com o recrutamento de células e moléculas para o sítio da infecção. Em que, os linfócitos extravasam os locais de infecção, com consequente coagulação microvascular, formando uma barreira física. Promovendo reparo nos tecidos lesados. f a g o c i t o s e : c a p t u r a a t i v a d e microrganismos. No qual, PAMPs são reconhecidos pelos PRRs na membrana plasmática, o que promove uma alteração na membrana e no c i toesque le to pa ra englobamento dessa partícula. Dentro da célula, esse patógeno fica dentro o fagossomo, o qual será fundido ao lisossomo formando o fagolisossomo, dentro do qual há uma explosão respiratória. Há, então, a morte desses patógenos. No entanto, muitos microrganismos resistem à fagocitose. Ocorre também a ativação dos mecanismos microbicidas dos macrófagos por IFNγ (Interferon Gama). Sendo que na imunidade inata, esse interferon é secretado pelas células NK. Quando essa resposta imune a um microrganismo se dá de maneira exacerbada, desregu lada, e é associada a uma disfunção orgânica ameaçadora à vida, temos o chamado quadro de sepse, que é caracterizado por: Disseminação da infecção; Secreção de TNF pelo fígado e baço; Vasodilatação sistêmica: Perda de pressão sanguínea; Aumento da permeabilidade vascular; Coagulação disseminada 7 Atuação das células NK: as células NK não possuem receptor de reconhecimento padrão, elas têm o seu próprio grupo de receptores exclusivos: receptores de ativação e receptores de inibição. Quando o receptor de ativação é mais estimulado que o de inibição, acontece a ativação da célula NK. Se o estímulo for igual nos dois receptores, a célula NK não se ativa, ela permanece inalterada. Células normais/saudáveis possuem moléculas na sua superfície que funcionam como ligantes para os receptores NK. Existem ligantes naturais para os receptores de ativação, assim como também existem ligantes naturais para os receptores de inibição. Quando a NK reconhece esses ligantes, tanto o de ativação quanto o de inibição, ela permanece inalterada, ou seja, não mata a célula saudável – Situação A. Uma vez que a célula passa por uma alteração qualquer, seja exaustão ou lesão, a expressão de suas moléculas superficiais se altera. Elas podem perder uma molécula que atuaria como ligante de inibição – Situação B. Ou podem expressar mais moléculas que funcionam como ligante de ativação – Situação C –, e isso resulta na ativação da célula NK que irá induzir a apoptose na célula infectada/ estressada. Em geral, processos infecciosos levam à perda de ligantes para o receptor de inibição. Ao serem ativadas, as células NK degranulam, ou seja, liberam seus grânulos na célula alvo. A citotoxicidade das células NK advém da secreção desses grânulos que contém perforinas que atuam aumentando a permeabilidade da membrana da célula alvo e as granzimas que induzem a apoptose nessas células. Além disso, as células NK produzem citocinas IFNγ, por exemplo, que são responsáveis por ativar os macrófagos. Além disso, temos que as células NK tem uma importante relação com os macrófagos. Quando um macrófago fagocita um patógeno, ele começa a secretar IL-2. A IL-12 é uma citocina que ativa a célula NK, que a partir do estimulo passa a secretar IFN γ, uma interleucina que ativa a atividade microbicida de macrófagos. Com isso, é promovida a morte dos microrganismos fagocitados. Ação da imunidade inata contra vírus: O Interferon do tipo I, ou IFN α e β, possui uma função efetora que produz um estado geral no sistema, o estado antiviral. Esse estado consiste na parada da replicaçãodo vírus – evitar a disseminação da infecção. A IFN tipo I pode ser produzida em qualquer célula, não precisa ser célula do sistema imune. Uma célula infectada pode induzir através da identificação do patógeno por receptores de reconhecimento padrão citosól icos a produção e secreção do IFN α e β. Esse IFN do tipo I possui efeito autócrino, impedindo a replicação na própria célula, e efeito parácrino, parando o ciclo viral na célula vizinha ou fazendo com que ela resista à invasão. O IFN do tipo I pode aumentar a expressão de MHC de classe I, molécula essencial para a ativação de linfócitos T. IFN do tipo I podem também ativar células dendríticas, macrófagos e células NK. 8 I m u n i d a d e i n a t a Mapa mental 9 Imunidade ADQUIRIDA Amanda Reis Viol 10 INTRODUÇÃO Ta m b é m c h a m a d a d e i m u n i d a d e adaptativa, consiste na resposta imune gerada ao longo da vida, que foi ativada após c o n t a t o c o m d i v e r s o s a n t í g e n o s imunogênicos, tornando o organismo cada vez mais capaz de se defender de invasões de microrganismos patogênicos. A imunidade adquirida difere da imunidade inata pelos tipos de células imunes que recrutam, especificidade, tempo de ativação (a imunidade adaptativa demora mais tempo para ser formada) e em alguns mecanismos efetores. Além disso, a resposta adquirida é capaz de gerar memória imunológica, habilidade que a imunidade inata nãO possui. Entretanto, a imunidade inata é importante para ativar a imunidade adquirida. CLASSIFICAÇÕES Passiva: consiste na transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para outro não imunizado. Pode ser natural, como ocorre no aleitamento materno, ou artificial, como no uso do soro antiofídico em casos de picadas de cobras venenosas. Ativa: consiste na imunidade adquirida pela exposição ao antígeno, podendo ser natural, quando desenvolvida pela doença ou por meio de vacinas (produzidas a partir do invasor atenuado, morto ou fragmentado). Humoral: resposta mediada por moléculas sanguíneas e secreções da mucosa, que são os anticorpos. É a principal resposta contra invasores extracelulares e suas toxinas. Nesse tipo de resposta, as células B apresentam antígenos para as células TCD4, além de serem ativadas por esses linfócitos. Celular: resposta mediada pelos linfócitos T, ativada contra invasores intracelulares, como vírus, que ficam inacessíveis aos anticorpos e moléculas sanguíneas para serem destruídos pela resposta humoral. Nesse tipo de resposta, os macrófagos apresentam antígenos e respondem aos linfócitos TCD4. linfócitos Os linfócitos são produzidos na medula óssea, a partir de uma célula mieloide tronco (pluripotente) – no feto, esse processo ocorre no fígado fetal. No córtex medular, essas células (CD4, CD8, CD19) não expressam nenhum marcador celular, sendo chamadas de duplo negativo. A especificidade se dá quando esses linfócitos são modulados por alguns fatores de transcrição, como o Notch 1 e GATA 3, que estimulam a formação de linfócitos T, e os fatores EBF, E2A e Pax-5 estimulam a formação dos linfócitos B. Linfócitos B As células B continuam na medula óssea no início de sua maturação e depois migram para o baço para terminar esse processo. Essas células podem se diferenciar em linfócitos B foliculares, linfócitos B da zona marginal ou B1, que possuem bastante variabilidade de seus receptores para reconhecer antígenos. As células B foliculares expressam IgM e IgD e são capazes de reciclar e ocupar órgãos linfoides, reconhecendo e respondendo a antígenos invasores. As células B secretam IgM espontaneamente e geram células produtoras de IgA nas mucosas. Já os linfócitos B da zona marginal, respondem a antígenos transportados pelo sangue e se diferenciam em plasmócitos secretores de IgM de vida curta, sendo responsáveis, principalmente, por mediar respostas dependentes de células T. Linfócitos T Os linfócitos T, por sua vez, migram para o timo, onde são duplo positivos, expressando CD8 e CD4. Nesse processo de maturação dos linfócitos T, esses linfócitos são expostos por células dendríticas (APCs) a antígenos que são apresentados ligados ao complexo MHC e, a depender de qual classe de MHC (MHC classe II ou classe I), o linfócito irá se especializar para CD8 ou CD4, deixando de expressar um dos marcadores. resposta imune celular A resposta imune celular é a resposta dependente da resposta adapta t i va desempenhada pelos Linfócitos T. Os quais apresentam dois subtipos: Linfócitos T CD4+ e Linfócitos T CD8+. Os efetores dos linfócitos T CD4+ são também denominados de l infócitos T auxiliadores ou linfócitos T helper, que atuam auxiliando a ativação de macrófagos e outras células, como os eosinófilos, levando a destruição do patógeno. Os efetores dos linfócitos T CD8+ são denominados de linfócitos T citotóxicos, que 11 induzem a morte de células infectadas, principalmente por vírus, mas também por o u t r o s p a t ó g e n o s c o m o b a c t é r i a s intracelulares e/ou parasitos. O início dessa resposta advém da resposta imune inata. Já que, antes de realizar a resposta at ravés do l in fóc i to T são necessárias as células apresentadoras de antígeno (APC’s), sendo as principais delas, as células dendríticas. Com isso, as APC’s reconhecem o patógeno ou alguma proteína advinda dele, processam e transportam a informação para os linfócitos T virgens, localizados em órgãos linfóides. Dessa forma, é gerada uma resposta adaptativa T dependente, também denominada de Timo dependente. Vale ressaltar que a resposta de linfócitos T é apenas induzida através de antígeno protéico. Sendo a única resposta capaz de gerar memória imunológica. Com isso, mesmo que sejam geradas células B de memória, essa resposta é dependente de célula T. A resposta, então, geralmente é iniciada pelas células dendríticas, que é a única APC que apresenta o antígeno ao linfócito T virgem ou NAIVE, localizado na região parafolicular do linfonodo regional, ativando-o pela primeira vez. As outras APCs, como macrófagos, neutrófilo e linfócito B apresentam antígenos apenas para o linfócito T efetor. apresentação de antígeno O l i n f ó c i t o T é u m a c é l u l a q u e , diferentemente das células da resposta imune inata — que apresentem variados receptores reconheceres de padrão e que conseguem prontamente identificar o patógeno — não reconhece qualquer tipo de antígeno. Para o antígeno ser reconhecido pelo linfócito T, ele deve ser capturado e p r o c e s s a d o p e l a s A P C ` s , s e n d o posteriormente apresentado no formato de peptídeo, via molécula de MHC, para o receptor do linfócito T (TCR). Com isso, temos que a resposta imune começa com o contato com antígeno, em que as células dendríticas, localizadas na periferia — com as células de Langehans localizadas na pele — expressam muitos receptores reconhecedores de padrão, como: tool like receptors, nod like receptors, lectinas, dectinas, entre outras. Isso lhe confere uma grande capacidade de localizar o patógeno, reconhecendo o seu PAMP. Porém, quando a célula dendrít ica encontra o patógeno, capturando o antígeno, o seu perfil de expressão é totalmente alterado. Com isso, ela passa a apresentar uma maior quantidade de moléculas co- estimulatórias, MHC e receptores de quimiocinas específicos. Em que, depois do encontro com o patógeno, não se torna mais necessária a presença de tantos receptores reconhecedores de padrão. Dessa forma, seu perfil de expressão se torna exclusivamente direcionado para a apresentação do antígeno. Em relação aos receptores de quimiocinas específicos que passam a ser expressados, temos queo mais conhecido é o CCR7, que tem por função reconhecer as quimiocinas que são produzidas exclusivamente na região parafolicular no linfonodo — local onde justamente estão localizados os linfócitos T, Sendo elas a CCL21 e CCL19. Para o linfócito T ser ativado são necessários dois sinais consecutivos: • Reconhecimento do antígeno específico apresentado via MHC, pelo TCR; • Sinal das moléculas coestimuladoras B7-1 e B7-2. Quando essas moléculas interagem com o linfócito, elas se ligarão a É por conta disso que ao serem criadas vacinas, deve-se utilizar como base para confecção os peptídeos (quando não confeccionas por vírus/ bactéria atenuados). Já que eles são capazes de induzir a resposta de linfócitos T e, consequentemente, gerar memória imunológica. 12 moléculas com o CD28, uma molécula do linfócito que é capaz de ativá-lo. Mecanismo de tolerância periférica A todo momento os nossos linfócitos estão reconhecendo autoantígenos, pois se ele não reconhece antígenos constantemente, ele morre. O principal estímulo para a sobrevivência do linfócito é a ativação do TCR. Nós possuímos alguns autoantígenos que se ligam toda hora ao TCR apenas para o linfócito não morrer. Esse estímulo além de não ter uma ligação tão forte com o TCR, carece do segundo sinal, o sinal dos coestimuladores. Assim, esse mecanismo aumenta a sobrevida do linfócito. complexo mhc Complexo gênico que codifica várias moléculas especializadas na apresentação de antígenos. Existem 2 tipos de MHC que são apresentados aos linfócitos, são eles: MHC de classe I e MHC de classe II. Se o patógeno estiver livre dentro do citoplasma da célula apresentadora de antígeno, ou seja, não estiver dentro de um f a g o l i s o s s o m o , e s s e a n t í g e n o s e r á apresentado via MHC de classe I e apresentado, especificamente, ao linfócito T CD8. Geralmente esses patógenos são vírus, a célula está infectada e é necessário que o linfócito T CD8 (citotóxico) destrua essa célula infectada (apoptose). Já se o patógeno estiver num vacúolo, dentro de um fagolisossomo da célula apresentadora de ant ígeno, ele será apresentado via MHC de classe II ao linfócito T CD4, que então começa a produzir e secretar citocinas, como o interferon Y, que ativam o macrófago e fazem com que ele destrua a bactéria ou parasita fagocitado. O linfócito T auxiliador irá também atual na célula B, induzindo a mudança de isótopo de anticorpo. Se a infecção é bacteriana, os anticorpos importantes para o combate a essa infecção são os IgG`s. Com isso, o interferon Y e outras citocinas do CD4 têm capacidade de induzir a produção de IgG pelos linfócitos B. Isso é muito importante, pois a resposta i m u n e a d a p t a t i v a é u m a r e s p o s t a especializada. Logo, quando a célula dendrítica apresenta antígeno ao lonfócito, ela já tem que “dizer" para ele “eu quero esse tipo de resposta porque eu tenho esse tipo de patógeno”e o MHC desempenha um papel importante nesse processo. Secreção e expressão de IL-2 Após o reconhecimento e apresentação do antígeno protéico via MHC, o linfócito é ativado. Ao se ativar, o linfócito irá produzir um citocina muito importante que é a IL-2, também chamada de linfopoietina. Essa citocina possui função autócrina, ou seja, age na própria célula que a produz. Ela é um fator de crescimento, sobrevivência e diferenciação de linfócitos T, que desempenha um papel importante na indução de respostas das células T e no controle das respostas imunes. Além disso, o linfócito ativado aumenta também a expressão do receptor de IL-2. Essa IL-2 vai fazer com que esse clone específico de linfócito que reconheceu aquele 13 antígeno se prolifere, é o processo chamado de expansão clonal. A IL-2 é produzida principalmente por l infócitos T CD4+ incialmente após o reconhecimento do antígeno e dos coestimuladores. papel das moléculas de adesão na ativação das células T Para induzir uma resposta eficaz, a ligação das células T com as APCs precisa permanecer estável durante um período de tempo suficientemente longo para que o limiar de sinalização necessário seja alcançado – processo garantido pelas moléculas de adesão localizadas na superfície das células T. As principais pertencem a família das integrinas. A integrina mais importante é a LFA-1. Nas células T virgens em repouso, que ainda não reconheceram um antígeno nem foram ativadas por ele, a integrina LFA-1 encontra-se em um estado de baixa afinidade. O reconhecimento de um antígeno por uma célula T aumenta a afinidade da LFA-1 dessa célula. Assim que uma célula T detecta um antígeno, há um aumento na força da sua ligação com a APC que está apresentando o antígeno, o que produz uma alça de retroalimentação positiva. mecanismo efeitos dos linfócitos T CD8+ O linfócito T CD8 reconhece o peptídeo via MHC de classe I, recebe o segundo sinal das moléculas coestimulatórias e se ativa, formando os linfócitos T citotóxicos (CTL’s CD8+). Ao reconhecer o antígeno, os CTL’s irão promover a exocitose de grânulos contendo perforinas e granzimas. As perforinas criam poros na célula infectada - ação homológa a do C9 no complemento - para possibilitar a passagem das granzimas, as granzimas ativam na célula cascatas através da clivagem das caspases, que levam a célula à apoptose. Existe uma outra via indutora de apoptose através do FAS e FAS ligante (no linfócito) - (não usa grânulos). É uma via menos expressiva, mas quando ocorre essa interação (linfócito T CD8 – Célula infectada), há também a ativação de caspases que culminam na apoptose. A ativação do linfócito T CD8 requer coestimulação e/ou células T CD4. As células T CD4 podem produzir citocinas ou moléculas de membrana que auxiliam na ativação das células T CD8. Esta necessidade de células T CD4 pode explicar o porquê das respostas incompletas dos CTL a muitos vírus em pacientes com HIV, onde o vírus só afeta as células T CD4. Alguns vírus evoluíram para tentar escapar da nossa resposta imune, eles possuem a capacidade de induzir uma baixa expressão de MHC de classe I, não gerando resposta imune. Já que, sem a expressão de MHC de classe I, não há ativação de linfócito T CD8. Para reverter essa situação, nós temos a célula NK, que é capaz de perceber quando há uma alteração na expressão de MHC de classe I. Daí ela reconhece essa célula que está expressando pouco MHC de classe I e destrói a célula infectada. Células T CD8+ produzem IFN-Y, uma citocina ativadora de macrófagos. Em infecções por micróbios intracelulares, a atividade citolítica dos CTLs é importante etapas das respostas das células t Reconhecimento de antígeno: as células T virgens reconhecem os antígenos peptídicos associados ao MHC na superfície das APCs e outros sinais (linfonodos e baço). Ativação: as células T respondem com a produção de citocinas, como a IL-2 e a expressão de receptores para essas citocinas, criado assim uma vida autócrina de proliferação celular. Expansão clonal: como consequência, ocorre uma expansão clonas de células T. A expansão clonar das CD4 é menor que a de CD8, o que reflete suas diferentes funções. Como a TCD8 são células efetoras que exterminam células infectadas por contato d i r e t o , u m g r a n d e n ú m e r o d e microrganismos pode necessitar de um grande número de TDC8. Já as TCD4 secretam citocinas que ativam outras células efetoras, necessitando de menos delas. Diferenciação: parte da progênie diferencia-se em células efetoras, que servem a várias funções da CMI, e em células de memória, que sobrevivem por longos períodos. Migração: as células T efetoras migram para o local de infecção, onde reconhecem novamente o antígeno, que os ativa a executarem suas tarefas. 14 para a erradicação do reservatório de infecção. Em algumas situações de exposiçãocrônica a antígenos (p. ex., tumores e infecções virais crônicas), as células T CD8+ iniciam uma resposta, mas começam a expressar receptores inibitórios que suprimem a resposta, um processo chamado de exaustão. mecanismo efeitos dos linfócitos T CD4+ As funções das células T CD4+ efetoras são recrutar e ativar os fagócitos (macrófagos e neutrófilos) e outros leucócitos que destroem os microrganismos intracelulares e alguns extracelulares e ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos. Embora a resposta predominante seja de linfócito T CD4, pode acontecer também do p a t ó g e n o q u e e s t a v a d e n t r o d o fagolisossomo escapar para o citoplasma da célula, a partir daí, teremos também a apresentação via MHC de classe I e a participação de CD8 na destruição de célula infectadas. Isso ocorre concomitantemente, embora a predominância seja da resposta T CD4. Toda resposta de linfócito T CD4 é induzida por uma citocina específica. As células da imunidade inata direcionam (“a gente precisa dessa resposta aqui”) a diferenciação dos linfócitos – através da liberação dessas citocinas específicas. subgrupo das células T CD4+: ss células T CD4 podem diferenciar-se em subgrupos de células efetoras que produzem grupos distintos de citocinas, os quais realizam funções diferentes. No entanto, vale ressaltar que muitas das células TCD4 ativadas podem produzir várias misturas de citocinas e, portanto, não podem ser prontamente classificadas nesses subgrupos. Podendo haver também uma considerável plasticidade nestas populações, de modo que um subgrupo pode se converter em outro sob certas condições. Cada subgrupo é induzido da melhor forma em resposta aos tipos de microrganismos que o subgrupo está destinado a combater, são determinadas a partir da natureza da infecção. Existe um subgrupo de células T reguladoras que suprimem as respostas imunológicas. A assinatura das citocinas produzidas pelos principais subgrupos de células T CD4+ são: - IFN-Y para as células TH1; - IL-4, IL-5 e IL-13 para as células TH17. Cada uma das células TH1, TH2 e TH17 possui padrões distintos de migração, em grande parte, definidos pelos receptores de quimiocinas e moléculas de adesão que elas expressam, que os direcionam a migrar para os diferentes locais de infecção. Resposta TH1 Os linfócitos T efetores do subgrupo TH1 reconhecem, principalmente, os antígenos de microrganismos ingeridos em macrófagos. O macrófago está infectado, ou seja, possui um patógeno no seu fagolisossomo. Com isso, ele irá secretar IL-12, que é capaz de aumentar a produção de IFN Y, pelas células NK. Essas duas citocinas ativam fatores de transcrição que promovem a diferenciação em TH1. Esse linfócito TH1 diferenciado produz IFN Y que irá agir de volta no macrófago, já que é a principal citocina ativadora de macrófagos, levando à ingestão e destru ição os microrganismos. O IFN Y ainda é capaz de aumentar a capacidade citotóxica da célula NK e da célula T CD8 e inibe a diferenciação de células T CD4+ imaturas para os subgrupos TH2 e TH17 , promovendo, assim, a polarização da resposta imunológica em um sentido. O macrófago ativado tem uma capacidade maior de produzir óxido nítrico sintase, uma enzima importante para que ele produza mais radicais reativos de oxigênio e nitrogênio que são importantes para a destruição do patógeno fagocitado. Além disso, essa ativação por IFN Y ativa um perfil muito inflamatório do macrófago 15 (ativação clássica), esse macrófago irá produzir muito TNF e IL-1, citocinas pró- inflamatórias. A resposta TH1 é muito importante no combate de parasitas INTRACELULARES. Resposta TH2 O subgrupo TH2 é um mediador da defesa independente de fagócitos, em que os eosinófilos e mastócitos possuem papéis centrais, sendo muito importante no combate a helmintos. A célula dendrítica reconhece o antígeno do helminto, não o fagocitando pelo seu elevado tamanho. Com isso, o IL-4, uma citocina, promove a diferenciação de células T CD4+ imaturas para o subconjunto TH2. O linfócito TH2 diferenciado devido à ação de IL-4 irá produzir ainda mais IL-4, além de produzir IL-5 e IL-13. O IL-4 além de induzir a resposta Th2, ainda irá induzir a produção de IgE pelas células B. Esse IgE reconhece e se liga ao helminto, opsonizando-o, além de se ligar com muita afinidade a receptores específicos nos mastócitos, os quais possuem uma capacidade de liberação de grânulos de histamina, leucotrienos, prostaglandinas, que são tóxicos para os helmintos. O IgE acaba funcionando para o mastócito como um receptor reconhecedor de antígeno. Em que, o eosinófilo tem um receptor específico para IgE, e se ligará ao mesmo, quando ligado ao helminto, e vai degranular – liberação de grânulos com substâncias tóxicas para o helminto. A IL-5 por sua vez possui a capacidade de ativar e recrutar eosinófilo para o local da infecção. A I L -13 possu i a lgumas funções homólogas à IL-4, pois ela compartilha o mesmo receptor da IL-4. A IL-13 também induz a produção de IgE pelas células B. Além disso, ela possui a função de induzir a produção de muco intestinal, que ajuda na eliminação dos helmintos intestinais. O macrófago pode participar da resposta TH2, mas esse macrófago não será aquele ativado pelo IFN Y da resposta Th1. Ele será ativado pela IL-4 e IL-13 e não apresenta um padrão inflamatório, apresenta um padrão regulatório e de reparo tecidual – produção de colágeno. De maneira surpreendente, as células TH1 são também importantes fontes de IL-10, que funciona, principalmente, para i n i b i r c é l u l a s d e n d r í t i c a s e o s macrófagos e, assim, para suprimir a ativação de TH1. Este é um exemplo de um circuito de retroalimentação negativa nas respostas das células T. 16 Resposta TH17 Resposta especializada no combate a bactérias extracelulares e a fungos, sendo uma reposta que induz muita inflamação neutrofílica. O linfócito T CD4 se diferencia em TH17 num ambiente contendo IL-1, IL-23, IL-6 e TGF ẞ (depende muito das outras citocinas que estão ao seu redor), produzidas pela resposta imune inata. O linfócito TH17 secreta principalmente IL-17 e IL-22, essas citocinas atuam, principalmente, na ativação de neutrófilos. Elas conseguem ativar também células endoteliais, epiteliais - as quais irão produzir ainda mais citocinas inflamatórias: TGF e IL-1 ẞ - e fibroblastos. As IL-22 que funcionam como uma barreira epitelial no trato intestinal e em outros tecidos. A IL-17 numa infecção bacteriana de trato gastrointestinal ainda estimula a mucosa a produzir mais peptídeos antimicrobianos para ajudar no combate à infecção. Também estimulam a produção de substâncias antimicrobianas, defensinas, que funcionam como antibióticos endógenos localmente produzidos. As células TH1 e TH17 funcionam coopera t i vamente na e l im inação de microrganismos mediada pelos fagócitos na imunidade celular. Existem hipóteses para explicar a diferenciação do Th2: 1. O linfócito produz a todo momento IL-4, mas quando ele reconhece um antígeno e sofre uma ação da IL-12, ele para essa produção e se diferencia em Th1; 2. Se a célula dendrítica apresenta a n t í g e n o e “ n ã o t r a z ” u m a produção de IL-12, a produção de IL-4 se intensifica e induz a uma resposta Th2. A resposta TH17 induz muita inflamação e está relacionada com a fisiopatologia de várias doenças como por exemplo a psoríase, um processo inflamatório na pele, que pode levar a uma descamação. 17 Resposta TREG O linfócito TREG, ou linfócito T regulatório, é aquele especializado em induzir tolerância imunológica e controlar a resposta imune. Esse controle é feito através da produção e secreção de citocinas regulatórias, sendo as principais: TGF ẞ e IL-10. Essas citocinas possuem a capacidade de inibir diversos mecanismos de ativação daresposta imune. A IL-10, por exemplo, consegue reduzir a expressão de coestimuladores pelas APCs. HIPERSENSIBILIDADE Os linfócitos T e B, sejam através da produção de anticorpos ou de citocinas - secretadas pelas células efetoras do tipo T CD4 -ativam células do sistema imune, levando ao controle de infecções e à remoção de micro-organismos. No entanto, quando essas respostas imunológicas são excessivas ou mal direcionadas, doenças são causadas, sendo d e n o m i n a d a s d e r e a ç õ e s d e hipersensibilidade ou doenças imuno- mediadas. Essas reações podem ser sistêmicas, quando se tem uma disseminação da resposta inflamatória, ou podem ser locais, acontecendo apenas no tecido onde estão ocorrendo as reações. Essas reações acontecem por dois grandes motivos: • Resposta imune efetora não controlada ou mal controlada, ou seja, existe um excesso de ativação macrofágica e de citocinas pró-inflamatórias por causa da respostaimune; • O alvo da resposta imune é inadequado. Um exemplo disso é a hipersensibilidade do tipo I, em que há uma reação imunológica montada contra antígenos inócuos, que estão n o a m b i e n t e , o s q u a i s n ã o s ã o necessariamente nocivos para o hospedeiro. Outro exemplo de resposta contra alvos inadequados é resposta autoimune, na qual ocorre uma quebra da tolerância aos antígenos próprios, que passam a ser reconhecidos como estranhos, gerando uma resposta imune e destruição dos locais onde aquele antígeno se localiza. Dessa forma, aquela célula torna-se alvo da resposta imune, podendo causar alteração fisiológica daquele tecido ou órgão. Por fim, temos antígenos alvos da reação cruzada, que acontece quando se tem uma resposta a antígenos semelhantes. Em que, um alvo distinto daquele que gerou a resposta se torna o alvo da reação imune, por possuir uma semelhança molecular com o antígeno gerador da resposta. A h i p e r s e n s i b i l i d a d e a c o n t e c e principalmente em contexto de infecções persistentes. Esses patógenos, que escapam muito bem do sistema imune, resistem à sua morte, e causam uma reação muito intensa que não consegue o eliminar, mas provoca le- são tecidual. Os anticorpos têm diversos mecanismos efetores que levam à ativação de macrófagos, que, uma vez ativados, liberam citocinas e prostaglandinas que ativam neutrófilos, mastócitos, entre outras coisas. Os anticorpos também ativam o sistema complemento, forte indutor de inflamação, que pode gerar a lise de células. Dessa forma, temos que a ação do anticorpo contra o patógeno é a mesma nas reações de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade são classificadas em: • Hipersensibilidade do tipo I - imediata; • Hipersensibilidade do tipo II - mediada por anticorpo; • Hipersensibilidade do tipo III - mediada por imunocomplexos; • Hipersensibilidade do tipo IV - mediada por célula T. resposta imune humoral O sistema imune humoral é o conjunto de produtos que abrange os líquidos corporais, e n t r e e l e s : p l a s m a , l i n f a , l í q u i d o cefalorraquidiano, líquido peritoneal, lágrima, saliva, entre outros. A resposta efetora da resposta imune humoral é a produção de anticorpos ou/e os anticorpos podem ser os desencadeadores da resposta imune humoral. E m r e l a ç ã o à s 5 c l a s s e s d e imunoglobulinas definidas pela porção Fc, temos que a IgD não possui nenhuma ação relacionada aos microoganismos que levem a uma resposta imune. No entanto, está expressa na membrana plasmática de linfócitos B naives, funcionando como receptor. 18 A IgM é a principal molécula de anticorpo capaz de ativar o sistema complemento. Além disso, o IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido, por isso ele é utilizado como um marcador de uma infecção ativa, aguda. A IgG, por sua vez, está relacionada com infecções passadas. Isso pode estar relacionado com a cura para determinados organismos, como por exemplo o causador d a t o x o p l a s m o s e . P o r é m , q u a n d o relacionada ao HIV, a presença de IgG representa uma infecção crônica, uma fase mais avançada da infecção. Com isso, temos que numa infecção inicialmente é produzida a IgM, que é substituída, com o passar do tempo, pela IgG. São funções biológicas do IgG a opsonização, ativação do complemento e ADCC (citotoxicidade celular dependente de anticorpo), sendo o anticorpo mais potente produzido, que interage com diversas células. O IgA atua principalmente nas toxinas e patógenos, levando a neutralização. Ele se liga ao alvo e impede a liberação de toxinas. O IgA está bastante presente nas mucosas. Com isso, nas infecções de mucosa, principalmente de origem intestinal e de orofaringe, há uma atuação muito importante do IgA. Já o IgE está relacionado aos helmintos, pe la sua re lação com eosinófilos e mastócitos, que também estão relacionados com as reações alérgicas. Geram a hipersensibilidade, por levar a degranulação de mastócitos e podem levar também toxicidade. 19 I m u n i d a d e a d q u i r i d a Mapa mental 20 Propriedades de antígenos reconhecido por células T As formas físico-químicas dos antígenos reconhecidos por células T são diferentes daquelas reconhecidas por linfócitos B e anticorpos. Nesse sentido, percebe-se que a maior parte dos linfócitos T só reconhecem peptídeos pequenos, ao passo que as células B conseguem reconhecer pept ídeos, proteínas, ácidos nucleicos, carboidratos, lipídeos e pequenas substâncias químicas. Obs: Alguns linfócitos T são específicos para substâncias químicas pequenas, como o dinitrofenol, urushiol de hera venenosa, beta- lactamase de antibióticos e outras. Os receptores de antígenos das células T CD4+ e T CD8+ são específicos para antígenos peptídicos que são apresentados pelo MHC. Essa especificidade faz com que o MHC também seja necessário para a maturação das células T, o que garante que essas, quando estiverem maduras, sejam restritas ao reconhecimento de moléculas do MHC com antígenos ligados. Ademais, é digno de nota que as moléculas de MHC podem ligar-se e apresentar somente peptídeos e não outras estruturas químicas, por isso que a maioria das células T reconhecem apenas os peptídeos. Além disso, observa-se que um único linfócito T é capaz de reconhecer um peptídeo específico, apresentado por apenas uma de muitas moléculas de MHC diferentes que existem, um fenômeno chamado de restrição do MHC. Captura de antígenos e funções das APC`s Uma sequência de estudos demostrou que várias células são necessárias para apresentar os antígenos aos linfócitos T e, assim, ativá- los. Assim, foi evidenciado que células T CD4+ purificadas não eram capazes de responder a antígenos proteicos, mas elas respondiam bem se células não T, como as células dendríticas ou macrófagos, fossem adicionadas às culturas, o que permitiu elucidar um evento crítico na indução de respostas em linfócitos T, a apresentação de antígenos aos linfócitos T por meio de outras células, que foram denominadas de células apresentadoras de antígenos (APC). Por convenção, APC ficou sendo o termo utilizado para referir-se a células especializadas que exibem antígenos aos linfócitos T CD4+, pois, sabe-se que todas as células nucleadas podem apresentar antígenos proteicos a linfócitos T CD8+, mas nem todas são chamadas de APC. São exemplos de APC: células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. Todas APC expressam moléculas do MHC classe II e outras moléculas envolvidas na estimulação de células T. As células dendríticas são as células mais eficazes para a ativação de células T imaturas, e assim, para iniciar a resposta de linfócitos T. Va l e d e s t a c a r q u e a f u n ç ã o d e apresentação dos antígenos das APC é aumentada pela exposição a produtos microbianos. Por isso, o sistema imune responde melhora microrganismos do que a Para frisar Apresentação de antígenos 21 substâncias inofensivas, não microbianas. Sabe-se que as células dendríticas e os macrófagos expressam receptores do tipo Toll, além de outros sensores microbianos que respondem a microrganismos através do aumento da expressão de moléculas de MHC e de coestimuladores, o que melhora a eficiência da apresentação de antígenos e ativa as APC para produzirem citocinas, que estimulam respostas de células T. Ademais, as APC que apresentam antígenos às células T recebem sinais desses linfócitos e, assim, melhoram sua função de apresentação de antígenos. Essa interação bidirecional faz com que o desempenho da resposta imune seja maximizado. Os antígenos estranhos têm como rotas comuns de entrada em um hospedeiro, a pele e o epitélio do sistema respiratório e gastrintestinal. Após penetrarem essas camadas, são transportados para os órgãos linfoides secundários, onde ocorrem as respostas primárias de células T. Esses antígenos podem ser produzidos em qualquer tecido que tenha sido colonizado ou infectado por um microrganismo. A pele, o epitélio mucoso e os órgãos parenquimatosos contêm grande número de capilares linfáticos que drenam a linfa para os linfonodos locais, sendo alguns antígenos transportados na linfa por APC, em especial pelas células dendríticas, fazendo com que, assim, a linfa contenha uma amostra de todos os antígenos presentes nos tecidos, tanto na forma solúvel quanto associados às células. Os antígenos tornam-se concentrados nos linfonodos que estão interpostos ao longo dos vasos linfáticos e atuam como filtros que “testam” a linfa antes de chegar ao sangue. As células dendríticas estão presentes na maioria dos tecidos e são mais concentradas nos órgãos linfoides e nas interfaces com o ambiente externo, como a pele e os tratos gastrintestinal e respiratório. Acredita-se que as células dendríticas sejam, em sua maioria, provenientes de precursores da medula óssea de adultos, com exceção das células de Langerhans na pele, que se desenvolvem a partir de precursores embrionários que se estabelecem na pele antes do nascimento. Atualmente, existem duas grandes populações de células dendríticas (CDs): ➔ Clássicas ou CDs convencionais: Identificadas por sua morfologia e capacidade de estimular respostas intensas de células T. Constituem o subconjunto de células dendríticas mais numeroso nos órgãos linfoides, sendo a maioria delas derivada de precursores mieloides que migram da medula óssea para se diferenciarem localmente em células dendríticas residentes em tecidos linfoides e não linfoides. ➔ Plasmocitóides: São semelhantes morfologicamente às células plasmáticas e adquirem a morfologia e as propriedades funcionais de células dendríticas após ativação, sendo desenvolvidas na medula óssea a partir de um precursor que também dá origem às células dendríticas clássicas. São encontradas no sangue e em pequeno número nos órgãos linfoides. Além disso, são pobremente fagocíticas e não monitoram a presença de antígenos ambientais, sendo a sua principal função a secreção de interferons do tipo I em resposta a infecções virais. As células dendríticas residentes em epitélios fazem a captação de antígenos proteicos e os transportam para linfonodos de drenagem. Essas células utilizam receptores de membrana, como lectinas do tipo C, para capturar e endocitar os microrganismos ou produtos microbianos e, em seguida, processar as proteínas ingeridas em peptídeos capazes de se ligar a moléculas de MHC. A partir desse momento, os antígenos microbianos são reconhecidos por receptores do tipo Toll e por outros receptores de reconhecimento de padrões inatos das células dendríticas e de outras células, gerando respostas imunes inatas. Células dendríticas ativadas (maduras) perdem sua capacidade de adesão a epitélios ou tecidos e migram para os linfonodos. Após se rem a t i vadas , as cé lu l as dendríticas mudam sua função de capturar antígenos para função de apresentar antígenos às células T imaturas, ativando esses linfócitos. As CDs, quando ativadas, expressam elevados níveis de moléculas MHC com pep t ídeos l i gados , bem como coestimuladores necessários para a ativação das células T. Ademais, sabe-se que os antígenos também são transportados para os órgãos linfoides na forma solúvel. Quando a linfa entra em um linfonodo através de um vaso linfático aferente, ela drena para o seio subcapsular e parte da linfa adentra as canalizações das células reticulares de fibroblastos (FRC). Uma vez dentro dessas canalizações, os antígenos de baixo peso molecular podem ser extraídos pelas células dendríticas, cujos processos interdigitam-se entre as FRCs. Além disso, os antígenos 22 também podem ser capturados por macrófagos e células B, que processam esses antígenos e os apresentam para os linfócitos T. As APC no baço monitoram o fluxo de sangue para quaisquer antígenos que chegam à circulação. Função das APC`s Propriedades das células dendríticas que as tornam as APC mais eficientes para iniciar respostas primárias de células T: - Localização estratégica nos locais mais comuns de entrada de microrganismos e antígenos exógenos; - Expressão de receptores capazes de fazer com que elas capturem e respondam aos microrganismos; - Migração pela via linfática que ocorre dos epitélios e tecidos para as zonas de células T dos linfonodos; - Altos níveis de expressão do complexo MHC, coestimuladores e citocinas essenciais para o processo de ativação dos linfócitos T virgens. Outras células também exercem essa função de apresentação de antígenos e são importantes em diferentes situações, como: - Nas respostas imunes mediadas por células, tendo os macrófagos uma importante função. Esse processo é fundamental para a i m u n i d a d e m e d i a d a p o r c é l u l a s e hipersensibilidade do tipo tardia. - Nas respostas imunes humorais, pois os linfócitos B internalizam as proteínas ant igênicas e apresentam pept ídeos derivados delas para as células T auxiliares, o que é essencial para a produção de anticorpos dependente de células T. - Todas as células nucleadas são capazes de apresentar peptídeos derivados de proteínas antigênicas para os linfócitos T CD8+. Outros tipos de células, incluindo ascélulas endoteliais e algumas células epiteliais, que expressam as moléculas de MHC de classe II, podem apresentar antígenos às células T. Introdução As células da linhagem dos linfócitos B p r o d u z e m e s e c r e t a m a n t i c o r p o s , responsáveis pela imunidade humoral, que tem como in íc io de sua resposta o reconhecimento de antígenos pelos linfócitos B específicos. Dessa forma, observa-se que a ativação dessas células é dependente de estímulos, da mesma forma que o tipo de estímulo também influencia no tipo de anticorpo que será produzido. Além disso, sabe-se que a ativação das células B resulta na proliferação dessas células, levando à uma expansão clonal, seguida de diferenciação, culminando na geração de plasmócitos secretores de anticorpos e de células B de memória. Conforme a resposta imune humoral se desenvolve, células B ativadas, produtoras de anticorpos que se ligam aos antígenos com afinidade crescente, passam a dominar progressivamente a resposta. Nesse sentido, tem-se um processo conhecido como maturação da afinidade. Ademais, as linhagens de células B ativadas de forma T independente podem se diferenciar em células de memória, que sobrevivem a um estado de repouso, sem secretar anticorpos, mas quando se encontram novamente com os antígenos, montam respostas rápidas. Dessa forma, é possível dividir a resposta em duas: primária e secundária. Ativação de células B e produção de anticorpos 23 Reconhecimento do antígeno e ativação da célula B Para o início da resposta com anticorpos, os antígenos devem ser capturadose transportados para as áreas onde ficam as células B nos órgãos linfoides. Nesse contexto, observa-se que a maior parte dos linfócitos B virgens maduros são células B foliculares, que circulam continuamente no sangue e migram de um órgão linfoide para o outro, na busca por um antígeno. Essas células entram nos tecidos l infoides secundários (baço, linfonodos, tecidos linfoides de mucosas) através dos vasos sanguíneos e, em seguida, migram para os folículos, as zonas de célula B desses tecidos, movimento esse, guiado pela quimiocina CXCL13, secretada por células dendríticas foliculares. Os antígenos podem ser apresentados para as células B imaturas situadas nos órgãos linfoides de diferentes formas e por várias rotas. A maior parte dos antígenos é transportada por vasos linfáticos aferentes que drenam para o seio subescapular dos linfonodos, onde, se forem solúveis, podem alcançar a zona de células B através de circuitos que se estendem entre o seio subescapular e o folículo, e assim, interagirem com as células B específicas. Já os antígenos maiores , não são capturados pe los macrófagos do seio subescapular, sendo capturados na região medular por células dendríticas residentes e transportadas para os folículos, onde podem ativar as células B. Além disso, antígenos de imunocomplexos p o d e m s e l i g a r a o s re c e p t o re s d o complemento em células B da zona marginal, e assim, serem transferidos por elas para as células B foliculares, e também podem se ligar ao receptor na superfície das células dendríticas foliculares e então serem apresentados para as células B específicas. P o r fi m , o s p a t ó g e n o s p o d e m s e r transportados na circulação sanguínea e serem capturados por células dendríticas plasmocitóides e transportados para o baço, onde serão apresentados às células B da zona marginal. O antígeno apresentado à célula B está, no geral, em sua conformação nativa, intacta, e não processado por células apresentadoras de antígenos. Diferença entre linfócito B e T. As células B imaturas necessitam dos antígenos e das citocinas para sobreviverem. Essas células possuem um período limitado de sobrevivência, até encontrarem um antígeno, sendo assim, dependentes de estímulos recebidos de citocinas, em especial, da família do fator de necrose tumoral (TNF), que fornecem sinais de maturação e sobrevivência para essas células B. Dessa forma, a ativação dos linfócitos B é iniciada através da ligação do antígeno às moléculas de Ig de membrana, que, em conjunto com as proteínas associadas Igalfa e Igbeta, constituem o complexo receptor de antígenos de células B maduras. Esse complexo exerce duas funções muito importantes: 1 – a ligação do antígeno ao receptor libera sinais bioquímicos às células B, que iniciam o processo de ativação; 2 – o receptor internaliza o antígeno ligado em vesículas, e, caso o antígeno seja uma proteínas, será processado em peptídeos que podem ser apresentados na superfície da célula B para o reconhecimento de células T auxiliares. Ademais, a ativação da célula B é facilitada pelo correceptor CR2/CD21 situado nos linfócitos B, capaz de reconhecer fragmentos de complemento covalentemente ligados ao antígeno, ou que fazem parte dos imunocomplexos contendo o antígeno. Além disso, outra forma de ativação das células B é através dos receptores tipo Toll (TLR), onde os produtos microbianos se acoplam. Nesse sentido, sabe-se que as células B humanas expressam diversos TLRs, incluindo o TLR5, capaz de reconhecer a flagelina bacteriana, o TLR7 endossomal, que reconhece o RNA de cadeia simples, e o TLR9, específico para DNA não metilado. Esses receptores fornecem sinais que aumentam ou cooperam com a ativação das células B. Respostas funcionais das células B a antígenos → analisando as informações acima, percebe-se que os antígenos quando multivalentes, iniciam a proliferação e a Resposta Primária Resposta Secundária Pico de resposta Menor Maior Isotipo IgM > IgG ↑ relativo de IgG Afinidade do anticorpo Média mais baixa, mais variável Média mais alta Induzido por Todos os imunógenos Principalmente antígeno proteicos 24 diferenciação das células B, e os antígenos proteicos preparam essas células para interações subsequentes com os linfócitos T auxiliares. Ademais, as células B ativadas pelos antígenos, aumentam a expressão de m o l é c u l a s d o c o m p l e x o m a i o r d e histocompatibilidade e de coestimuladores B7, motivo pelo qual elas se tornam ativadoras mais eficientes dos linfócitos T auxiliares do que as células B imaturas, além do fato de que a expressão de receptores para várias citocinas derivadas de células T fica aumentada, o que facilita a ativação de linfócitos B, em resposta as citocinas secretadas pelas células T auxiliares. Resposta de anticorpos dependentes de células T Sabe-se que os antígenos proteicos são reconhecidos tanto pelos linfócitos B como pelos linfócitos T nos órgãos linfoides periféricos e que a população de células ativadas se reune nesses órgãos para iniciar as respostas imunes humorais. A interação entre as células T auxiliares e o s l i n f ó c i t t o s B é i n i c i a d a p e l o reconehcimento do mesmo antígeno proteico pelos dois tipos celulares e segue uma sequência de eventos. Dessa forma, obeserva-se que as células T CD4 imaturas são ativadas pelo antígeno por meio da apresentação por células dendríticas e, então, se diferenciam em células T auxiliares, ao mesmo tempo que as céulas B são ativadas nos folículos pelo mesmo antígeno. Essas duas células ativadas migram em direção à outra e interagem nas boras dos folículos, onde a resposta inicial de anticorpo se desenvolve, sendo que algumas migram de volta para os folículos, onde formam centros germinativos, nos quais uma resposta de anticorpos mais especializada é montada. Os antígenos proteicos reconehcidos pelas células B são endocitados e processadas para gerar peptídeos que se ligam a móleculas de MHC de classe II e são apresentados às células T CD4. Esses antígenos são os mesmos que ativaram, inicialemnte, o precursor virgem da célula CD4 quando foram apresentados pelas células dendríticas na zona de célula T. Observa-se que os anticorpos secretados ao final são, geralmente, específicos para os determinantes conformacionais do antígeno nativo, pois o Ig de membrana em células B é capaz de se ligar a epítopos conformacionais das proteínas e a mesma Ig é secretada por plasmócitos derivados das células B. Essa característica do reconhecimento antigênico da células B determina a especificidade fina da resposta de anticorpos e é independente do fato de que as células T auxiliares reconhecem apenas epítopos lineares de peptídeos processados. Os haptenos são pequenas substâncias químicas que podem ser l igados por anticorpos específicos, mas não são imunogênicos por si mesmas. Mas, caso estejam acoplados a proteínas, que servem como carreadores, os conjugados são capazes de induzir respostas de anticorpos contra os haptenos. Ativação de células B extrafoliculares e reação do centro germinativo → sabe-se que a ativação das células B no foco extrafolicular fornece uma resposta precoce de anticorpos a antígenos proteicos e ajusta-se à formação 25 da resposta do centro germinativo, que é desenvolvida de forma mais lenta, porém é mais específica e eficiente. A ativação T que é dependente de célu las B nos focos extrafoliculares produz anticorpos de baixa afinidade que podem circular e limitar a propagação de uma infecção inicial, além do fato da resposta extrafolicular auxiliar na geração de células T auxiliares foliculares que migram para o folículo e são necessárias para a formação do centro germinativo e, como dito antes, algumas células B também retornam ao folículo para participarem da formação do centro germinativo. No centro ge rm ina t i vo ocor remos fenômenos caracter ís t icos da resposta humora l dependente de células T auxiliares, incluindo a maturação da afinidade, troca de isotipo e geração de plasmócitos e células B de memória de vida longa. Troca de Isotipo da cadeia pesada → em respostas T-dependentes, algumas células das progênies de células B ativadas sofrem troca do isotipo (classe) da cadeia pesada e produzem anticorpos com cadeias de diferentes classes. Esse evento pode ocorrer a nível extrafolicular, porém é mais comum nos centros germinativos. Diante disso, observa-se que essa habilidade das células B d e p ro d u z i re m d i f e re n t e s i s o t i p o s , proporciona uma notável plasticidade nas respostas imunes humorais por meio da geração de anticorpos que exercem funções efetoras distintas e estão envolvidos na defesa contra os diferentes tipos de antígenos. Nesse contexto, a troca de isotipo em respos ta a d i f e ren tes t i pos de microrganismos é regulada por citocinas produzidas pelas células T auxiliares ativadas por esses microrganismos, como exemplo: IFN-gama induz a troca para a classe IgG em células B, e a IL-4 induz à troca para IgE. Isotipos e suas funções: Maturação de afinidade → É um processo que conduz a um aumento da afinidade de anticorpos a um determinado antígeno, conforme progride a resposta humoral T- dependente. Dessa forma, sabe-se que esse processo resulta da mutação somática dos genes Ig seguida pela sobrevivência seletiva das células B produtoras de anticorpos com maior afinidade. Essa maturação aumenta a capacidade de ligação aos antígenos e, portanto, mais eficientes para neutralizar e eliminar microrganismos. Diferenciação da célula B em plasmócitos secretores de anticorpos → Os plasmócitos são células B terminalmente diferenciadas, mor fo log icamente d is t in tas , que se comprometem com a produção abundante de anticorpo. São “células” geradas após a ativação de células B, sendo divididas em dois tipos: de vida curta, gerados em focos extrafoliculares e os de vida longa, gerados nos centros germinativos. Diante disso, nota- se que a diferenciação de células B em plasmócitos secretores de anticorpos envolve g randes a l t e rações es t ru tu ra i s nos componentes do retículo endoplasmático e da via secretora, além do aumento da produção de Ig e uma alteração nas cadeias pesadas de Ig da forma ligada à membrana para a forma secretada. Geração de células B de memória → São células geradas durante a reação do centro germinativo e são capazes de fazer respostas rápidas à introdução subsequentes do antígeno, além de possuírem um período de vida longa. Diante disso, por serem geradas, principalmente, nos centros germinativos, são observadas em respostas imunes T- dependentes e normalmente emergem em paralelo com células T auxiliares de memória. Nesse contexto, percebe-se que vacinas eficazes contra microrganismos e toxinas bacterianas são aquelas que possuem capacidade de induzir tanto a maturação de afinidade quanto a formação de células B de memória, sendo que esses eventos só ocorrem se as vacinas forem capazes de ativar células T auxiliares. Tais vacinas são conhecidas como vacinas conjugadas. Papel dos reguladores transcricionais na determinação do destino das células B ativadas → As células B ativadas podem seguir caminhos diferentes: se desenvolver em plasmócitos de vida curta ou longa, ou em células B de memória, que não produzem anticorpos, mas sobrevivem por períodos prolongados e respondem rapidamente ao desafio antigênico. Os principais fatores envolvidos na determinação do destino das células B do centro germinativo são: - Bcl-6: funciona como um repressor transcricional para manter a reação do centro germinativo, particularmente a proliferação mássica de células B no centro germinativo. - Blimp-1 e IRF4: o Blimp-1 é um repressor de transcrição, enquanto o IRR4 é um ativador de transcrição. Dessa forma, observa-se que o primeiro além de suprimir o 26 Bcl-6, suprime um segundo fator de transcrição, Pax5, que é necessário para a manutenção de células B maduras, sendo assim, o Blimp-1 é permissivo para o desenvolvimento de plasmócitos. Já o IRF4, contribui para a maturação dos plasmócitos e para o aumento da síntese de Ig. Resposta de anticorpos da antígenos T independentes Observa-se que muitos antígenos não proteicos, como polissacarídeos e lipídeos, estimulam a produção de anticorpos na ausência de células T auxiliares e esses antígenos e as respostas que eles provocam são denominadas timo-independentes ou T- independentes. Dessa forma, os anticorpos produzidos desses eventos são, no geral, de baixa afinidade e consistem principalmente em IgM, com troca de isotipo limitada a alguns subtipos de IgG e IgA. As células B da zona marginal são uma população distinta de células B que respondem principalmente a polissacarídeos, que após serem ativadas, se diferenciam em plasmócitos de vida curta que produzem IgM e as células B-1 representam uma outra linhagem de células B, que respondem a a n t í g e n o s T I ( T- i n d e p e n d e n t e s ) , principalmente no peritônio e mucosas. O significado prático de antígenos TI, é que muitos polissacarídeos da parede celular bacteriana pertencem a esta categoria e a imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa do hospedeiro contra infecções por essas bactér ias encapsulada, como: pneumococo, meningococo e haemophilus. Além disso, os antígenos TI também contribuem para a geração de anticorpos naturais, que se encontram presentes na circulação de indivíduos normais e são aparentemente produzidos sem exposição ostensiva a patógenos, sendo produzidos por células B-1 peritoneais estimuladas por bactérias que colonizam o trato gastrintestinal e pelas células B da zona marginal no baço. retroalimentação de anticorpos Percebe-se que os anticorpos secretados possuem uma função de inibir a continuidade da ativação de células B através da formação de complexos antígenos-anticorpos que simultaneamente se ligam aos receptores de antígeno e receptores Fcy inibitórios em células B específicas ao antígeno. Esses eventos constituem um fenômeno chamado de retroalimentação de anticorpo, responsável por regular negativamente a produção de anticorpos pelos próprios anticorpos IgG secretados. Introdução O M H C é o c o m p l e x o d e histocompatibilidade maior, composto por proteínas especializadas cuja função é apresentar ant ígenos às cé lu las do hospedeiro para reconhecimento pelos linfócitos T. Existem dois tipos de MHC: o MHC classe I e MHC classe II, que possuem funções semelhantes de expor o antígeno a células T CD8 e T CD4, respectivamente. Esses antígenos reconhecidos originam-se de diferentes locais: meio intracelular no caso do MHC classe I e meio extracelular para o MHC classe II. Complexo de Histocompatibilidade MCH I MCH II Antígenos intracelulares Antígenos extracelulares Linfócitos T CD8 Linfócitos T CD4 Resposta celular Resposta humoral 27 Característica do MHC • O MHC apresenta apenas antígenos peptídicos aos linfócitos T. • Cada molécula do MHC apresenta apenas um peptídeo de cada vez, mas cada molécula é capaz de apresentar diversos tipos de antígenos. • O reconhecimento do complexo MHC + antígeno é o responsável pela ativação da célula T. • Os peptídeos ligados a moléculas de MHC e apresentados na superfície celular permanecem ligados por algum tempo (até mesmo durante dias), isso garante maiores chances da célula T específica encontrar o peptídeo e iniciar a resposta. • O peptídeo apresentado pelo MHC sofre um processamento dentro das células, como veremos mais adiante. Isso significa que esses antígenos são provenientes de micro-organismos que estão dentro das células do hospedeiro: As moléculas do MHC também apresentam peptídeos derivados de proteínas do próprio indivíduo. No entanto, nãoé desencadeada uma resposta autoimune porque as células T que reconhecem antígenos próprios são destruídas ou desativadas (autorregulação). Localização do MHC As moléculas de MHC estão localizadas na superfície celular. A classe I está presente em todas as células nucleadas, já que qualquer célula pode ser infectada por um antígeno intracelular, principalmente os vírus. Esses antígenos serão apresentados ao linfócito T CD8 desencadeando resposta celular. Já o MHC classe II está presente apenas nas células apresentadoras de antígenos (APCs), como os macrófagos, linfócitos B e células dendríticas. Elas captam e apresentam os a n t í g e n o s a o s l i n f ó c i t o s T C D 4 desencadeando resposta humoral com a produção de anticorpos. Reconhecimento dos antígenos As células T só são capazes de reconhecer os antígenos quando estes estão ligados a moléculas de MHC. Por isso, cada linfócito T expressa um receptor de linfócito T (TCR) que reconhece os antígenos proteicos e um receptor de MHC. As moléculas de MHC são expressas na superf íc ie das célu las apresentadores de antígenos e apresentam os peptídeos proteicos l igados que são reconhecidos pelo TRC junto com resíduos da molécula de MHC, o que confere a especificidade da classe I e classe II para linfócitos T CD 4 e CD 8, respectivamente. Ou seja, o peptídeo se prende ao MHC que o leva até a célula T para reconhecimento e ativação. Processamento dos antígenos As vias do processamento dos antígenos proteicos são diferentes para o MHC classe I e classe II, o que garante que os linfócitos T reconheçam antígenos de compartimentos diferentes. MHC classe I 1. Proteínas provenientes de patógenos no c i t o p l a s m a s ã o d e g r a d a d a s n o s proteassomas originando os peptídeos. 2. Esses peptídeos produzidos são transportados pelo TAP (transportador associado a apresentação de antígeno) para o retículo endoplasmático. 3. No retículo endoplasmático os peptídeos se ligam às moléculas do MHC classe I. 4. Os complexos MHC classe I + peptídeo são então transportados através do complexo de Golgi para superfície celular para serem reconhecidos pelas células T CD8. MHC classe II 1. As células apresentadoras de antígenos 2. (APCs) englobam os antígenos proteicos que são degradados em peptídeos no interior das vesículas. 3. O MHC classe II que é sintetizado no retículo endoplasmático entra nessas vesículas e perdem o CLIP (marcador que ocupa a fenda do peptídeo). 4. Essas moléculas de MHC de classe II ligam-se aos peptídeos formados nas vesículas endocitadas. 5. O complexo (MHC II + peptídeo) é transportado para a superfície celular onde serão capazes de se ligar aos linfócitos T CD4. MHC classe I MHC classe II peptídeos provenientes de proteínas citosólicas peptídeos provenientes de proteínas nas vesículas intracelulares 28 MHC I vs MHC II As citocinas são polipeptídeos ou glicoproteínas extracelulares, hidrossolúveis, secretadas por diferentes tipos de células, que podem alterar o comportamento ou as propriedades da sua célula produtora ou de células adjacentes, e medeiam muitas das respostas inflamatórias e imunes (imunidade natural e adquirida). As citocinas são sintetizadas em resposta à estímulos inflamatórios ou antigênicos. Quando a célula é ativada, há transcrição de genes para que citocinas sejam formadas e secretadas, ou seja, as citocinas não ficam armazenadas nas células para serem secretadas a qualquer momento tendo, então, sua ação autolimitada e de curta duração. Com frequência, são formadas em cascata, ou seja, uma citocina estimula suas células- alvo a produzir mais citocinas. As diferentes citocinas podem ser enquadradas em diversas categorias: Interferons (IFN), Interleucinas (IL), Fator Estimulador de Colônias (CSF), Fator de Necrose Tumora l (TNF) , e Fator de Transformação de Crescimento (TGF). As citocinas são produzidas durante a fase de ativação e fase efetora da imunidade para mediar e regular a resposta inflamatória e imune. São responsáveis por recrutar células efetoras para as áreas de lesão tecidual e por induzir a geração e maturação de novas células a partir de precursores. Além disso, contribuem para a especialização das respostas imunes mediante a ativação de diferentes tipos de células efetoras. As citocinas também são responsáveis por regular a duração e intensidade das respostas especificas por influenciarem o crescimento e a diferenciação de linfócitos. As citocinas influenciam a atividade, a diferenciação, a proliferação e a sobrevida da célula imunológica, assim como regulam a produção e a atividade de outras citocinas, que podem aumentar (pró-inflamatórias) ou atenuar (anti-inflamatórias) a resposta inflamatória. Geralmente atuam localmente, de modo autócrino (quando age na célula que a produziu) ou parácrino (quando age em células vizinhas), por ligação a receptores de alta afinidade nas células-alvo. Certs citocina podem ser produzidas em quantidade suficiente para circular e exercer ações endócrinas (quando são produzida por uma determinada célula, caem na corrente sanguínea para atuar numa célula a distância). As citocinas são redundantes em suas atividades, ou seja, ações semelhantes podem ser desencadeadas por diferentes citocinas. Diferentes tipos de células secretam a mesma citocina, e uma única citocina pode agir em diversos tipos de células, fenômeno denominado pleiotropia. O pleiotropismo é o que permite a citocina, ter efeito sistêmico. Outras propriedades das citocinas são o sinergismo – quando citocinas diferentes apresentam efeitos potencializados ao atuarem juntas – e o antagonismo – quando a ação de uma citocina anula a ação de outras. Citocinas que regulam a imunidade inata Uma das primeiras respostas do sistema imune inato a uma infecção e dano tecidual é a secreção de citocinas pelas células teciduais, que é uma resposta crítica para resposta inflamatória aguda. As citocinas da i m u n i d a d e i n a t a s ã o p r o d u z i d a s principalmente por macrófagos teciduais e células dendríticas. A maioria destas citocinas têm ação parácrina, sendo que em algumas infecções graves, uma quantidade suficiente de citocinas pode ser produzida de tal forma que elas entram na circulação e passam a ter ação endócrina. As c i t oc i nas da imun idade i na ta desempenham vários papéis, seja induzindo inflamação, inibindo replicação viral ou promovendo respostas de célula T e limitando as respostas imunes inatas. Fator de Necrose Tumoral: O Fator de Necrose Tumoral alfa (TNFα) é um mediador da resposta inflamatória aguda a bactérias e outros patógenos. O TNFα é produzido por MHC I MHC II Localização Todas as células nucleadas APCs: macrófagos, linfócitos B, dendríticas Antígeno Intracelular Extracelular Apresenta para Linfócitos T CD8 Linfócitos T CD4 Processamento Prots citosólicas Prots em vesículas endossomais Citocinas 29 macrófagos, células dendríticas e outros tipos ce lu lares. Sua pr inc ipa l função é o recrutamento de fagócitos e ativação de macrófagos e neutrófilos, além de estimular a secreção de quimiocinas, a liberação de IL-1 e a produção de proteínas de fase aguda (opsonizam antígenos). O TNFα possui ação local e sistêmica. Devido a sua ação pleiotrópica, o TNFα atinge o hipotálamo e induz o aumento da temperatura corporal, desencadeando um quadro febril. A produção de TNF é estimulada pelos PAMPs (Padrões Moleculares Associados a Patógenos) e o principal estímulo para a sua produção é a presença de lipopolissacarídeos (LPS) que compõem a membrana das bactérias gram negativas. O choque séptico, uma condição que representa grande risco a vida, é decorrente da entrada de bactérias na corrente sanguínea e é mediado em grande parte pelo TNFα. A caquexia é uma síndrome associada à perda de massa celular, reduzida ingestão de alimento, diminuição
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