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INTOXICAÇÃO POR Dieffenbachia picta (COMIGO-NINGUÉM-PODE) EM CÃES E GATOS - Copia

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Curso: Medicina Veterinária 
Disciplina: Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
 
 
 
INTOXICAÇÃO POR Dieffenbachia picta 
(COMIGO-NINGUÉM-PODE) EM CÃES 
E GATOS 
 
 
 
Acadêmica: Fernanda Daniele Ziehmann 
 
 
 
Araquari – SC 
Novembro/2018 
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Dieffenbachia picta – INTOXICAÇÃO EM CÃES E GATOS 
 
 A Dieffenbachia picta é conhecida popularmente como Comigo-ninguém-pode, 
caracteriza-se como uma planta ornamental tóxica que tem como princípio tóxico cristais de 
oxalato de cálcio solúveis e insolúveis, e proteínas desconhecidas (possivelmente asparagina 
ou protoanemonina). Os cristais de oxalato de cálcio solúveis tendem a provocar injúria renal e 
hipocalcemia, enquanto os insolúveis causam efeitos locais, em especial no trato 
gastrointestinal, devido impedir a formação do ácido oxálico, o qual funciona prevenindo 
hemorragias. Saponinas presentes na planta são princípios ativos tóxicos que causam dermatite, 
sinais digestivos, entre outros, tais como anorexia, sialorreia, dispneia e convulsão, além de 
atuarem a nível hepático, podendo causar alterações funcionais. 
Características da planta e sinais clínicos da intoxicação: 
 Planta muito popular no ambiente doméstico, cultivada em vasos ou jardineiras. Possui 
caule espesso, suculento e folhagem coriácea muito ornamental. A intoxicação é considerada 
de grau leve a moderado e bastante frequente em pequenos animais. Folhas, caules e seiva são 
considerados venenosos. A intoxicação caracteriza-se por dor logo após a ingestão, queimadura 
e inflamação da boca (estomatite) e da garganta, glossite, anorexia e vômito; pode haver 
diarreia, perda da vocalização, tremor na cabeça, salivação excessiva e dispneia. Há relatos 
também de irritação ocular, dificuldade de deglutição e até de respiração em casos mais graves. 
Pode ocorrer alteração da função renal e alterações neurológicas. O inchaço do sistema 
digestório pode levar à obstrução do sistema respiratório, ocasionando dificuldade para respirar 
e, algumas vezes, a morte. A dor limita a quantidade consumida. 
Diagnóstico: 
 O diagnóstico de intoxicação por Dieffenbachia picta é realizado através do história 
clínica e anamnese do paciente, buscando informações com o proprietário que possam 
direcionar o raciocínio do veterinário a fim de solucionar o caso. Sinais clínicos entéricos e 
exames laboratoriais facilitam no diagnóstico. Exame físico completo, incluindo exame oral e 
ocular, pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corporal, oximetria de pulso, peso e 
reflexos, exame de urina e hemograma completo. Se o animal apresentar sintomas de exposição 
ocular, o veterinário fará um exame oftalmológico com fluoresceína. Este procedimento é feito 
pela coloração do olho com corante ocular e olhando para ele sob uma lâmpada de fenda. 
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Tratamento: 
 O tratamento deve ser realizado à base de anti-histamínicos. Não se deve usar eméticos. 
Recomenda-se ainda, o uso de demulcentes, protetores de mucosa, como o sucralfato. Se o 
animal manifestar dor, recomenda-se a administração de hipnoanalgésicos, como o butorfanol 
(em cães e gatos: 0,1 mg/kg por via IV ou 0,4 mg/kg por vias intramuscular ou subcutânea). 
Controle: 
 Para controlar a intoxicação por Dieffenbachia picta deve-se evitar o contato do animal 
com a planta tóxica, evitando seu cultivo no jardim e cuidando para que o animal não tenha 
contato com a mesma em ambientes onde costuma passear e que possa existir a planta. 
Profilaxia: 
 Cuidar para que o animal não ingira a planta Comigo-ninguém-pode, evitando de 
cultivá-la em ambiente onde o cão ou gato resida, e caso o animal venha a ingerir 
acidentalmente a planta, o proprietário deve encaminhá-lo o mais rapidamente ao médico 
veterinário, para que o mesmo realize os procedimentos necessários a fim de desintoxicar o 
animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Folha da folha de Dieffenbachia picta. Foto: arquivo pessoal. 
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Figura 2 - Foto da planta Comigo-ninguém-
pode por inteiro. Foto: arquivo pessoal. 
Figura 3 - Foto da folha de Comigo-ninguém-
pode. Foto: arquivo pessoal. 
Figura 4 - Foto da seiva tóxica da planta ornamental Dieffenbachia picta. 
Foto: arquivo pessoal. 
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REFERÊNCIAS 
 
NOGUEIRA, R. M. B.; ANDRADE, S. F. Manual de toxicologia veterinária. 8ª ed. São 
Paulo: Roca, 2011. 323. 
SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; NETO, J. P. Toxicologia aplicada à Medicina 
Veterinária. Barueri: Manole, 2008. 931. 
GIESE, B. G. et al. Intoxicação por ingestão recorrente de Dieffenbachia picta Schott 
(comigo-ninguém-pode) em um canino – relato de caso. Disponível em: 
http://www.infoteca.inf.br/conbravet/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/ac
acer/540.pdf. Acesso em: 18 novembro de 2018. 
TURNER, C. Envenenamento por Dieffenbachia em cães. Disponível em: 
https://wagwalking.com/condition/dieffenbachia-poisoning. Acesso em: 25 novembro de 2018. 
SANTOS, V. Comigo-ninguém-pode. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/comigo-ninguem-pode.htm. Acesso em: 25 novembro 
de 2018.

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