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PÓS GRADUAÇÃO NEUROPSICOPEDAGOGIA DR HEBERT SILVA LEMOS

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FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PÓS GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA
HEBERT DA SILVA LEMOS
A NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR
SANTO ANTONIO DE JESUS-BA
2019
A NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR
Hebert Da Silva Lemos 1
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O presente estudo procurou enfatizar a notoriedade da Neuropsicopedagogia no ambiente escolar, como auxiliar na superação dos problemas de aprendizagem. Argumentando que esta ciência de conhecimento busca compreender o processo do desenvolvimento humano com um recorte na aprendizagem, considerando que a Neuropsicopedagogia tem sido analisada como uma ciência transdisciplinar embasada nos fundamentos da Neurociência, da Psicologia e da Pedagogia, a qual tem contribuído no entendimento do cérebro e nos recursos utilizados na aprendizagem. Nessa breve resenha da Neurociência e sua ligação com a Neuropsicopedagogia, Pedagogia, Psicologia, Educação e o trabalho do neuropsicopedagogo, apresentou que a atuação desse profissional no âmbito escolar é de suma importância na detecção de transtornos e/ou dificuldades apresentadas pelos discentes e quais as formas que este profissional pode auxiliar tanto o docente como a equipe pedagógica no tocante à ajuda para que essa equipe e os discentes tenham sucesso não somente em seu aprendizado, mas também em sua integralidade. E é por meio dos estudos neuropsicopedagógicos que igualmente se pode compreender e trazer para o aluno com dificuldades na aprendizagem, um benefício na sua qualidade de desenvolvimento cognitivo, superando suas limitações e melhorando significativamente a forma como elas podem ser estimuladas e desenvolvidas.
PALAVRAS CHAVE: Neuropsicopedagogia. Neurociência. Aprendizagem. Neuropsicopedagogo.
1 obilemos@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
Sendo a Neuropsicopedagogia uma nova área do conhecimento, apresenta novos campos de atuação da pesquisa dos processos neurais, como também se refere a conceitos relacionados à Educação. Diante dessa relação, nesse estudo pretende-se investigar quais são as contribuições neuropsicopedagógicas para aperfeiçoar a metodologia ensino/aprendizagem, frente a um cenário educacional de dificuldades de aprendizagens.
Nessa perspectiva de conhecimento sobre a relação cérebro, mente e aprendizagem, é necessário a promoção de um diálogo constante entre educação e Neurociência para construção de bases científicas sólidas que permitam aperfeiçoar as metodologias educativas na conjuntura escolar. Esse diálogo, busca também preencher uma lacuna existente na formação dos professores, uma vez que o aprendizado e suas dificuldades se relacionam com os processos neurais, é evidente a necessidade desses conhecimentos a fim de que o docente obtenha novas estratégias pedagógicas, buscando suporte e aprimorando esse aprendizado.
O tema se delimitará a buscar informações sobre as Neurociências, em conjunto com a Neuropsicopedagogia, e sua contribuição na aprendizagem de alunos que apresentam transtornos em seu aprendizado, visto que esta ciência aponta o entendimento do funcionamento entre o sistema nervoso e o aprendizado e a relação entre ambos.
Assim sendo, de que maneira a atuação da Neuropsicopedagogia pode facilitar neste desenvolvimento de aprendizagem? Isso é possível, pois por intermédio da Neurociência pode-se compreender o estado biopsicossocial do indivíduo, tendo em vista que a pedagogia compreende a arte ensino/aprendizagem, facilitando a elaboração de estratégias, materiais didáticos, metodologia e dinâmica para o exercício do neuropsicopedagogo, tanto na diligencia quanto na intervenção deste aprendizado. Pois justamente, o objetivo da Neuropsicopedagogia é desenvolver métodos junto à equipe pedagógica e professores, nas quais são dispostas diversas maneiras para melhorar o desempenho dos alunos em sua aprendizagem, na qual os mesmos serão estimulados conforme suas dificuldades.
Como objetivo geral deste estudo, demonstrar a importância das contribuições da Neuropsicopedagogia no ambiente escolar, para trabalhar com alunos que apresentam deficiências na aprendizagem, proporcionando novas expectativas. E como objetivos específicos: Levantar aspectos das Neurociências relacionados com a educação que possam subsidiar e cooperar para os alunos que demonstrem dificuldades no aprendizado; Analisar a produção bibliográfica desde a contribuição teórica de autores na área da Neurociência e da educação; Apontar as contribuições da Neurociência para a educação, especificamente quanto à compreensão do método de aprendizagem.
Este estudo se justifica, pela grande importância apresentada pela Neuropsicopedagogia, visto que é uma ciência que investiga o sistema nervoso e sua atuação no comportamento humano, tendo como propósito a aprendizagem fazendo inter-relação entre o estudo da Neurociência com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia.
Desta forma, a pesquisa será realiza por levantamento bibliográfico, com o propósito de que a Neuropsicopedagogia possa ser compreendida na área educacional como aliada no seguimento de ensino e aprendizagem, com intuito de identificar e antecipar-se às questões que dificultam a aprendizagem em alunos que apresentam tais transtornos. Considerando que cada aluno recebe estímulos de forma individual, dependendo da forma como este artifício é instigado, o aluno pode apresentar evolução no aprendizado ou não, tendo um desenvolvimento melhor e se entusiasmando em seu aprendizado. À frente deste processo, o neuropsicopedagogo em parceria com o professor e com a equipe pedagógica elaborando estratégias para melhorar o aprendizado atingindo todos os alunos em suas peculiaridades. Para a construção deste trabalho realizou-se a revisão bibliográfica por intermédio de pesquisas sobre materiais publicados em livros, artigos, dissertações, revistas disponíveis na web, envolvendo procedimentos de leitura e interpretação de obras literárias, os quais promoveram o resultado e discussão sobre o propósito da intervenção da Neuropsicopedagogia nas deficiências da aprendizagem.
O trabalho compreende três capítulos, sendo o primeiro, um breve resumo da
Neurociência e sua contribuição na aprendizagem. O segundo capitulo descreve a
Neuropsicopedagogia e as contribuições derivadas das Neurociências, as quais manifestam interesse em várias áreas e sendo um destes, a educação no sentido da maior concepção de como se dá a aprendizagem em cada pessoa. O terceiro capítulo relata a importância e a contribuição das Neurociências na formação e na prática do neuropsicopedagogo.
Nas considerações finais apontam-se as reflexões construídas sobre o tema bem como do papel que o profissional da Neuropsicopegadogia desempenhaneste processo. As reflexões feitas permitem evidenciar a dimensão da Neuropsicopedagogia, sendo que a mesma traz inúmeras contribuições à educação, possibilitando ter um olhar sobre o indivíduo em sua integralidade.
2 NEUROCIÊNCIA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA APRENDIZAGEM
Não há como falar em Neuropsicopedagogia, sem antes falar de Neurociência e suas concepções de estímulo/aprendizagem que vêem sendo reformuladas, visto que diferentes esferas do conhecimento perceberam a necessidade de agregar os estudos das Neurociências aos seus (como descrito na figura 1). Pode-se observar como é importante a ligação de todas estas ciências em prol da aprendizagem, pois envolve a Neurociência, enquanto estuda o funcionamento do sistema nervoso central (SNC), a Pedagogia tendo como estudo a educação e a aprendizagem, a Psicologia tendo como objeto de estudo o cérebro e o comportamento. Na junção de todas, tem-se ainda a Neuroeducação, a neurociência educacional, a Psicologia educacional e a Neuropsicopedagogia, sendo que esta última surgiu da necessidade dos educadores em embasar cientificamente as questões intelectuais, ainda enigmáticas e limitadas à compreensão desses profissionais, mas já muito exploradas pela área da saúde, como a Psiquiatria e a Pediatria. Anteriormente, as questões relacionadas a este contexto, eram norteadas e trabalhadas com base na Psicopedagogia e da Psicologia Escolar, o que, muitas vezes, restringia as orientações educacionais e os atendimentos especializados (FARIA, 2017).
Fonte: Tracey Tokuhama-Espinosa
Todos os estudos e pesquisas até então existentes levavam em consideração apenas as atitudes e emoções, mas havia também a necessidade de envolver as Neurociências nas especificidades da aprendizagem escolar. Desde modo, começou a se pensar como agir e trabalhar nas dificuldades apresentadas frente ao aprendizado e o atendimento multidisciplinar sob uma ótica transdisciplinar, em que se compreende o ensinamento de forma plural (SALLA, 2012). A partir desse pensamento, é que surgiu o propósito de se indagar a problemática: de que modo as Neurociências poderiam cooperar ou intervir na formação e na prática da atividade neuropsicopedagógica? Desse modo, a Neurociência despontou como suporte a colaborar com os professores na identificação do educando como um ser pensante e único, tendo cada qual um tempo para aprender e cada um à sua maneira. A partir desse pressuposto, começou- se a compreender que o cérebro reage aos estímulos do ambiente em que convivem e das reações provocadas neste ambiente, ativando as sinapses (ligações entre os neurônios nos quais passam os estímulos, conforme apresentado figura 2) e os processos neurais (OKANO, 2017).
Fonte: SBNPP, 2016.
E quando se fala em educação e aprendizagem, remete-se a processos neurais, redes que se organizam, neurônios que se acoplam e fazem novas sinapses. A cada estímulo novo, a cada repetição de um comportamento que quer que seja consolidado, essas ligações tornam-se mais "intensas" (MIETTO, 2009). E o cérebro para se desenvolver, necessita dos estímulos externos e quanto mais se utiliza as funções cerebrais mais sinapses se formam proporcionando a plasticidade cerebral, que é a capacidade de adaptação do sistema nervoso em desenvolver o conhecimento, a aprendizagem e se que altera constantemente, dependendo do estímulo que se recebe e que permanece com todo ser humano enquanto viver. Permitindo assim, entender como o cérebro assimila, faz adaptações e memoriza.
Ou seja, a revelação e descoberta sobre as Neurociências não se aplicam direta e imediatamente na escola, ela se aplica a outras áreas também. Não que seja isso não importante para educação, e sim, o é, pois a Neurociência vai de encontro ao expor o que antes se desconhecia sobre o momento da aprendizagem. A Neurociência estuda como o cérebro aprende, de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, e de que maneira os estímulos chegam ao cérebro, da forma como os pensamentos e os conhecimentos se consolidam, e de forma se tem ingresso a essas informações que ficam registradas (MIETTO, 2009).
Em concordância com Lent (2010, p.594), “o processo de aquisição de novas informações que serão arquivadas na memória é chamado aprendizagem”. Portanto, a aprendizagem é o modo pelo qual se associam coisas ou eventos de um modo geral, e segundo a qual se adquire novos conhecimentos.
Como a ação de aprender e a memória estão interligadas, “denomina-se memória o modo pelo qual conservamos esses conhecimentos ao longo do tempo. Os métodos de aprendizado e memória modificam o cérebro e a conduta do ser vivo que os experimenta” (MORA, 2004, p. 94). Em síntese, a aprendizagem é a interação entre as estruturas mentais e ambientais, na qual ocorre uma sucessão de mudança comportamental e por experiências vivenciadas seja por fatores ambientais, emocionais, neurológicos, psicológicos e sociais.
Ventura (2010), ao expressar sobre a Neurociência, destaca que esta ciência possui uma importante conexão com várias áreas, além de estudar o SNC e sua conexão com a fisiologia2 e a ligação cérebro/aprendizagem, há também um controle das funções que envolvem todo o corpo humano, desde linguagem, emoção, memória, aprendizagem, comunicação além das motoras, de respiração, circulação entre outras.
Diante do que foi analisado, pode-se assegurar que as contribuições decorridas das Neurociências foram e continuam a ser relevantes para várias áreas e principalmente na área educacional, proporcionando uma compreensão mais eficaz do processo da aprendizagem de um indivíduo. Fundamentando que a Neurociência é definida como a união de ciências envolvidas na investigação do SNC, sobretudo o cérebro e a inteligência humana.
3 NEUROPSICOPEDAGOGIA
A Neuropsicopedagogia enquanto área de conhecimento e pesquisa na atuação multidisciplinar destina recursos que são utilizados no ensino e na aprendizagem, analisando processos cognitivos e construindo indicadores formais a educandos com baixo desempenho de aprendizagem, “e que apresentam disfunções neurais devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquiridas” (ROTTA apud CONSENZA, 2011, p.50), e isto sendo feito, individualmente ou coletivamente. Partindo do conceito formal, a denominação técnica vem da junção de três especialidades:
Neuro, do grego Neuron (nervos). A Neurologia é a especialidade em cuidar das
2 Estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, esp. dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios; biofisiologia. Fonte:
doenças do cérebro, medula, nervos e músculos. Psico – a expressão Psicologia é o estudo dos fenômenos psíquicos e do comportamento humano por intermédio da analise de suas emoções, idéias e valores. Pedagogia – a ciência que tem como instrumento de estudo a educação e o processamento de como se dá o ensino/aprendizagem. Portanto, a Neuropsicopedagogia é a ciência que tem como objeto de estudo o sistema nervoso e sua atuação no comportamento humano, focando na aprendizagem, com base nas intervenções cognitivas (FARIA, 2017). A mesma auxilia nas instituições, como apoio a reformularem sua pratica pedagógica, a fim de que os alunos que necessitem, possam ter uma forma diferenciada de aprender, por intermédio de estratégias que facilitem o ensino/aprendizagem dos mesmos.
Figura 3: Relações da Neuropsicopedagogia Figura 4: Contribuição da Neuropsicopedagogia com outras ciências
Fonte: SBNPP, 2016Fonte: SBNPP, 2016
A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar tendo como base os fundamentos da Neurociência empregada na educação. Para isso, a Neuropsicopedagogia busca relações entre os estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia, em prol da educação, conforme descrito na figura 3 (Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia - SBNPP, 2016). Nesta interação entre o cérebro e o aprendizado, se busca a reintegração do ser humano no campo social, pessoal e também escolar, onde são avaliadas as funções psíquicas, neurais, comportamentais, cerebrais e comportamentais (figura 4).
Na concepção de Cosenza (2010), a Neuropsicopedagogia analisa também as competências pessoais, ou seja, o potencial que esse aluno possa ter, além de outros
quesitos como o perfil socioeconômico para que se possam estabelecer indicadores e considerar que tipo específico de intervenção esse aluno necessita. Conforme definido pela SBNPP, a Neuropsicopedagogia surgiu no ano de 2008, no estado de Santa Catarina, quando docentes de uma instituição de ensino criaram um grupo de estudos3 que promoveria observações e pesquisas sobre o âmbito escolar. E emergiu da necessidade desses educadores de embasar cientificamente as questões cognitivas,
ainda não totalmente descobertas e limitadas à compreensão desses profissionais, mas já muito exploradas pela área da saúde, como a Psiquiatria e a Pediatria (PERRUCCI et al, 2018).
Assim, a Neuropsicopedagogia mediante pesquisas, análises e investigações sobre o encéfalo demonstra que possui grandes potencialidades, pois está pautada em atividades que avaliam e intervém nos processos de aprendizagem procurando obter informações de todas as ciências que possam contribuir para formar o entendimento mais detalhado da aprendizagem de cada indivíduo.
Deste modo, por intermédio dos saberes, estudos e pesquisas neuropsicopedagógicos se conclui que todos têm predisposição de aprender, uns com mais dificuldades, enquanto outros com mais facilidade, sendo possível compreender como se dá esse processo para cada pessoa, aperfeiçoando aspectos educacionais, com estimulação e respeitando o ritmo e o espaço de cada um (LIMA, 2017). Pois a aprendizagem é uma ação complexa, que não envolve somente o ato de aprender em si, mas envolve outras características, como memorização, motivação, emoção, nutrição, interação, empatia, entre outros. Pois todas essas ações em conjunto, podem ajudar neste desempenho do aluno.
Tokuhama-Espinosa (2008, apud Zaro, 2010), consideram de suma importância as contribuições que são utilizadas nas intervenções neuropsicopedagógicas, as quais
contribuem no aprendizado e estímulo para que esses alunos aprendam de forma
3 As pesquisas reuniram profissionais das diversas formações e com diferentes vieses da educação e da saúde, tais como educação especial, intervenção nas deficiências, altas habilidades, inclusão escolar e, claro, profissionais da própria psicopedagogia. O grupo era muito heterogêneo, composto de Educadores Pedagogos, Educadores Psicopedagogos, Psicólogos, Neuropsicólogos, Médicos Pediatras, Médicos Psiquiatras infanto-juvenis, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e Neurocientistas. Fonte: SBNPP (2016).
satisfatória e com qualidade. Estudantes que recebem estímulos e motivação apresentam uma aprendizagem melhor; o stress e estados de depressão causam impacto negativo na aprendizagem; a ansiedade dificulta o aprendizado, além de causar bloqueio neste processo; o tom de voz pode ter impacto tanto negativo quanto positivo, dependendo do tom a quem é dirigido, visto que o cérebro reconhece a tonalidade do som como sendo intimidador ou afetuoso; o feedback é uma ferramenta poderosa para a aprendizagem, pois por intermédio do mesmo, o aluno pode expor suas dificuldades ao professor; alimentação/nutrição e sono causam impacto na aprendizagem, pois estudantes que dormem bem e têm uma boa alimentação, possuem melhores chances de aprendizado; as emoções (positivas) detêm papel muito importante na aprendizagem; modos de aprendizados diferenciados (preferências cognitivas) são características inerentes do cérebro de cada aluno, assim como didáticas diferenciadas durante as aulas.
Mas essas intervenções e seus resultados não são possíveis sem a assistência do profissional da Neuropsicopedagogia. E o espaço educativo deve estar aberto a esses profissionais, pois os mesmos com sua experiência, entendimento e competência e juntos à equipe multidisciplinar, farão um bom trabalho juntos aos educandos que apresentem transtornos e dificuldades de aprendizagem, pois podem acompanhar a metodologia de ensino aplicada aos mesmos e assim orientar e esclarecer pontos que possam contribuir para uma melhor aprendizagem, tornando essa metodologia mais significativa na aprendizagem do aluno (HENNEMANN, 2012).
Mas estes profissionais devem também estar em constante aprendizado, e serem eternos aprendizes de sua área, para que diante de obstáculos que possam surgir com os discentes, estes possam saber intervir.
4 A IMPORTÂNCIA DAS NEUROCIÊNCIAS COMO SUBSIDIO NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO
O neuropsicopedagogo trabalha com a disparidade de fatores que contribuam para investigar quais bloqueios e transtornos de aprendizagem os alunos apresentam, verificando se esses podem ser de origem orgânica, cognitiva, emocional, social ou
pedagógica. Mas esse profissional não pode fazer uma avaliação somente conversando com o aluno e/ou equipe pedagógica. Claro que com a experiência que o mesmo deva ter é possível de antemão verificar algumas características e possível diagnóstico, mas para se ter a certeza absoluta, o aluno precisa fazer exames a fim de diagnosticar qual transtorno o mesmo possui.
É inegável afirmar que uma pessoa aprende, por excelência, por intermédio de modificações funcionais do SNC, ocorrendo principalmente nas áreas da linguagem, da atenção e da memória, dentre outras áreas (FARIA, 2017). Nesse sentido, a intervenção neuropsicopedagógica contribuirá para a melhoria na ação do docente e na aprendizagem da criança. Essas intervenções devem ser dinâmicas, mantendo elo entre teoria e prática, tendo o mesmo objetivo: que o aluno aprenda de forma estrutura e simultânea, e isto deve ser feito via diferentes atividades e dinâmicas, as quais desenvolvam as habilidades necessárias a estes educandos, promovendo assim sua descoberta e inserção neste ambiente e no mundo, de modo que não sofra marginalização social. Já que o docente é o primeiro a perceber os possíveis transtornos de aprendizagem apresentadas por seus alunos, e se as mesmas forem persistentes, o docente deve consultar a equipe pedagógica para que juntos possam descobrir os possíveis distúrbios e buscar a melhor maneira de atender as necessidades globais da pessoa, visando seu bem estar para desenvolver um verdadeiro e harmonioso processo pelo qual se dá o ensino/aprendizagem (FOSSI E GUARESCHI, 2004). Nesta intervenção, devem ser levados em consideração o nível de aprendizagem a que o discente está e as possíveis condições para uma intervenção significativa, e não somente pela equipe pedagógica, mas também com o auxilio dos pais, para que os mesmos saibam lidar com as dificuldades de seus filhos e possam auxiliá-los. Mas para que esta intervenção ocorra, os professores necessitam de um profissional que venha dar suporte, tanto as questões pedagógicas,psicológicas e neurológicas, ou seja, mostrar de que modo se pode proporcionar uma aprendizagem mais eficiente para os alunos, e pelas quais elas possam realmente aprender, apesar de suas dificuldades (LIMA, 2017).
O neuropsicopedagogo, mediante seus saberes e conhecimentos da
Neurociência, poderá elaborar pareceres de encaminhamentos para neurologistas,
pediatras e psiquiatras, auxiliando-os na identificação diagnóstica, mediante o quadro de sintomas e queixa principal (DO AMARAL, 2007). Este profissional tem como sua função apresentar novos olhares educativos, pautados nas estruturas cerebrais do discente que aliadas às práticas pedagógicas vão procurar a melhor forma da aprendizagem, percebendo assim de que modo o cérebro gerencia a constituição do saber humano e do comportamento emocional. Este profissional também tem como função, a identificação e redução dos problemas educacionais nos diversos níveis de escolaridade (LIMA, 2017). Portanto, é importante ressaltar sobre o trabalho do neuropsicopedagogo, este por intermédio do seu conhecimento pode assessorar e assegurar a evolução de cada aluno, visto que cada um sente, pensa, anda, aprende, entre outros, de maneiras diferentes (DO ROSÁRIO, 2018). Sendo fundamental seu papel no âmbito escolar, considerando que o mesmo é responsável pelo conhecimento do indivíduo como um todo, para desenvolver um trabalho de acompanhamento pedagógico, cognitivo e emocional e assim auxiliar os alunos e docentes na superação dos problemas de aprendizagem.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral do presente estudo consistiu em demonstrar a importância das contribuições da Neuropsicopedagogia no ambiente escolar, para trabalhar com alunos que apresentam deficiências em sua aprendizagem, proporcionando novas expectativas para que os mesmos aprendam em consonância com sua realidade psíquica, mental e cognitiva. Tendo como pergunta de pesquisa: de que maneira a atuação da Neuropsicopedagogia pode facilitar neste desenvolvimento de aprendizagem? Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa teórica, em que foram abordados os temas Neurociência, Neuropsicopedagogia e a função do neuropsicopedagogo frente às dificuldades e transtornos apresentadas pelos alunos, e demonstrando sua importância neste contexto, de ser o aporte entre alunos, professores e equipe pedagógica, no intuito de se procurar a melhor forma, via material, avaliações e aulas diferenciadas para que os mesmos possam chegar a um consenso de aprendizado.
Como resposta a pergunta proposta e ao objetivo de pesquisa, chegou ao objetivo proposto, pois mostrou a importância tanto das ciências aplicadas a este fim, como a importância do profissional diante dos problemas enfrentados por alunos que não obtêm facilidade em aprender, procurando a melhor forma para que aprendam, e que isso seja uma aprendizagem de qualidade e os mesmos se sintam satisfeitos, mas isso deve ser feito olhando o aluno em sua integralidade, como ser humano, e não olhando somente para sua dificuldade.
As sugestões para pesquisas futuras envolvem um olhar mais apurado para o aluno que apresenta alguma dificuldade ou não consegue acompanhar os outros alunos no quesito de aprendizagem, e o docente é o primeiro a perceber, pois é o que estará mais perto do aluno e poderá notar e assim da melhor forma auxiliá-lo, mas para isso este docente precisa estar em constante aprendizado também, buscando cursos onde possa se especializar e assim poder ajudar. Além do professor há o suporte da equipe pedagógica e do neuropsicopedagogo que através da Neurociência e Neuropsicopedagogia, ajudarão a descobrir o que necessariamente o aluno necessita para que obtenha um bom desempenho em sua aprendizagem.
Na atualidade e com a inclusão crescendo gradativamente, a ajuda para esses alunos surge de maneira mais satisfatória, pois quando os mesmos apresentam laudos médicos constatando as dificuldades que apresentam, e quais medicações necessitam, ficando mais fácil para a equipe disciplinar auxiliar esse aluno na dificuldade que apresentar e neste caso, o profissional neuropsicopedagogo atuará de modo a identificar as dificuldades e, tentar minimizar as barreiras com meios a promover a facilitação da aprendizagem do discente por intermédio de seu próprio desejo e sua autonomia para continuar aprendendo, considerando que este profissional é responsável pelo conhecimento do indivíduo como um todo, e está apto a desenvolver um trabalho de acompanhamento pedagógico, direcionado à aprendizagem do aluno, superando as dificuldades dos mesmos.
REFERÊNCIAS
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DO AMARAL, Vera Lúcia. Como se aprende: o papel do cérebro. 2007. Disponível em:
<http://www.ead.uepb.edu.br/arquivos/cursos/Geografia_PAR_UAB/Fasciculos%20%20
Material/Psicologia_Educacao/Psi_Ed_A07_J_GR_20112007.pdf.> Aceso em 10 ago.
2019.
DO ROSARIO, Silva et al. A importância da atuação do neuropsicopedagogo para minimizar o baixo rendimento escolar a partir dos casos de bullying. Atlante Cuadernos de Educación y Desarrollo, n. septiembre, 2018. Disponível em:
<https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/09/atuacaoneuropsicopedagogobullyng.html.> Acesso em 12 ago. 2019.
FARIA, Cláudia de. Neuropsicopedagogia e contextos de atuação – Curitiba, 2017.
44 p. Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. Revisão Ortográfica: Jacqueline
Moris Sugui Cardoso. Faculdade São Braz (FSB), 2017. ISBN: 978-85-94439-71-0.
FOSSI, Luciana Barcellos; GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima. A psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinares. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 29-43, jun. 2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582004000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 15 set. 2019.
GUERRA, L. B. O diálogo entre neurociência e a educação: Da euforia aos desafios e possibilidades. Revista Interlocução, v. 4, n. 4, p. 3-12. junho/2011.
HENNEMANN, Ana L. Neuropsicopedagogia Clínica: Relatório de Estágio. Novo
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LENT, R. Cem bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais de neurociências. Rio de Janeiro: Atheneu, 2010.
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