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Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi um órgão do governo brasileiro, instituído pelo decreto nº 62.455, de 22 de Março de 1968,[1] conforme autorizado pela Lei n° 5.379, de 15 de dezembro de 1967 durante o governo de Emílio Garrastazu Médice na Ditadura Militar.[2] A criação do MOBRAL, durante a ditadura militar, que teve início em 1964, ocorreu em substituição ao método de alfabetização de adultos preconizado pelo educador Paulo Freire. De todo modo, o método de alfabetização usado pelo MOBRAL era fortemente influenciado pelo Método Paulo Freire, utilizando-se por exemplo do conceito de "palavra geradora". A diferença é que o Método Paulo Freire utilizava palavras tiradas do cotidiano dos alunos, enquanto, no MOBRAL, as palavras eram definidas a partir de estudo das necessidades humanas básicas por uma equipe técnica definida pelas normas padrões da língua culta.[3] Vinculado ao Ministério da Educação e Cultura, era o órgão executor do Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada de Adolescentes e Adultos, cujo principal objetivo era o de promover a alfabetização funcional e educação continuada para os analfabetos de 15 anos ou mais, por meio de cursos especiais, com duração prevista de nove meses. Embora formalmente criado em 1968, o MOBRAL só foi efetivamente implementado a partir de 1971.[4] Durante mais de uma década, jovens e adultos frequentaram as aulas do MOBRAL. A recessão econômica iniciada nos anos 80 inviabilizou a continuidade do programa. A partir de 1985, com o fim do regime militar, a Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) passou a se chamar Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos - EDUCAR.[5]Em 1990, a Fundação EDUCAR também foi extinta.[3] Estrutura administrativa e organizacional A estrutura do MOBRAL seguia o modelo característico das repartições públicas brasileiras, com uma estrutura administrativa descentralizada e subdividida em quatro níveis: • a secretaria executiva (SEXEC) • as coordenações regionais (COREG) • as coordenações estaduais (COEST) • as comissões municipais (COMUN) A estrutura organizacional dividia-se em gerências pedagógicas (GEPED): • gerência de mobilização comunitária (GEMOB) • gerência financeira (GERAF) • gerência das atividades de apoio (GERAP) • gerência em assessoria de organização e métodos (ASSOM) • gerência em assessoria de supervisão e planejamento (ASSUP) Essa estrutura sofreu três alterações no período compreendido entre 1970 e 1978. A manutenção desta estrutura tinha um custo muito alto. No ano de 1977 a sua receita foi de Cr$ 853.320.142,00 para atender a 342.877 pessoas, o que revela um custo per capita de Cr$ 2.488,00. Para financiar esta superestrutura o MOBRAL contava com recursos da União, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, 2% do Imposto de Renda e ainda um percentual da Loteria Esportiva. https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_(institui%C3%A7%C3%A3o) https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/15_de_dezembro https://pt.wikipedia.org/wiki/15_de_dezembro https://pt.wikipedia.org/wiki/1967 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-cris-3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_e_Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_continuada https://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabeto https://pt.wikipedia.org/wiki/1971 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-folha-4 https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1980 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-cris-3 https://pt.wikipedia.org/wiki/1970 https://pt.wikipedia.org/wiki/1978 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_Nacional_de_Desenvolvimento_da_Educa%C3%A7%C3%A3o Selo do MOBRAL em um dos volumes do Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, organizado por Antenor Nascentes, em 1972 Evolução do Índice de Analfabetismo no Brasil (1940-1977) Ano Índice 1940 56,1% 1950 50,5% 1960 39,6% 1970 33,6% 1980 25,5% 1990 20,1% 2000 13,6% Em 1975, o corpo técnico do MOBRAL foi submetido a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pelo Senado Federal, baseada nos discursos dos Senadores João Calmon, Luiz Viana, Jarbas Passarinho e Eurico Rezende, em virtude da denúncia de atendimento a crianças de nove a quatorze anos, o que na época foi chamado de MOBRALZINHO. Metodologia de ensino A metodologia utilizada pelo Programa de Alfabetização Funcional baseava-se em seis objetivos: 1. desenvolver nos alunos as habilidades de leitura, escrita e contagem 2. desenvolver um vocabulário que permita o enriquecimento de seus alunos; 3. desenvolver o raciocínio, visando facilitar a resolução de seus problemas e os de sua comunidade; 4. formar hábitos e atitudes positivas, em relação ao trabalho; 5. desenvolver a criatividade, a fim de melhorar as condições de vida, aproveitando os recursos disponíveis; 6. levar os alunos: o a conhecerem seus direitos e deveres e as melhores formas de participação comunitária; o a se empenharem na conservação da saúde e melhoria das condições de higiene pessoal, familiar e da comunidade; o a se certificarem da responsabilidade de cada um, na manutenção e melhoria dos serviços públicos de sua comunidade e na conservação dos bens e instituições; o a participarem do desenvolvimento da comunidade, tendo em vista o bem-estar das pessoas. Os técnicos do MOBRAL defendiam que o método utilizado baseava-se no aproveitamento das experiências significativas dos alunos. Desta forma, embora divergisse ideologicamente do método de Paulo Freire utilizava-se, semelhantemente a este, de palavras geradoras e de uma série de procedimentos para o processo de alfabetização: 1. apresentação e exploração do cartaz gerador; 2. estudo da palavra geradora, depreendida do cartaz; 3. decomposição silábica da palavra geradora; 4. estudo das famílias silábicas, com base nas palavras geradoras; 5. formação e estudos de palavras novas; 6. formação e estudos de frases e textos https://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Ilustrado_da_L%C3%ADngua_Portuguesa_da_Academia_Brasileira_de_Letras https://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Ilustrado_da_L%C3%ADngua_Portuguesa_da_Academia_Brasileira_de_Letras https://pt.wikipedia.org/wiki/Antenor_Nascentes https://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_parlamentar_de_inqu%C3%A9rito https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Selo_do_MOBRAL.jpg A principal e essencial diferença na utilização destes procedimentos em relação ao método Paulo Freire, era o fato de no Mobral haver uma uniformização do material utilizado em todo o território nacional, não traduzindo assim a linguagem e as necessidades do povo de cada região, principal característica da metodologia freiriana. (No MOBRAL o método de Paulo Freire foi) refuncionalizado como prática, não de liberdade, mas de integração ao 'Modelo Brasileiro' ao nível das três instâncias: infra-estrutura, sociedade política e sociedade civil Programas adicionais Tendo em vista seu alto custo, o MOBRAL foi se modificando sempre na tentativa de encontrar alternativas para garantir sua continuidade. Dentre estas alternativas foram criadosnovos programas, tais como: • Plano de Educação Continuada para Adolescentes e Adultos • Programa de Educação Integrada • Programa Cultural • Programa de Profissionalização • Programa de Diversificação Comunitária • Programa de Educação Comunitária para a Saúde • Programa de Esporte • Programa de Autodidatismo Na cultura popular O nome do projeto adquiriu conotação negativa, tornando-se um adjetivo, sinônimo de indivíduo com pouca instrução formal, "semianalfabeto" ou "analfabeto funcional".[6] Referências 1. ↑ Decreto nº 62.455, de 22 de Março de 1968. Institui a fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). 2. ↑ Lei nº 5.379, de 15 de dezembro de1967. Provê sôbre a alfabetização funcional e a educação continuada a adolescentes e adultos. 3. ↑ Ir para: a b História da alfabetização de adultos: de 1960 até os dias de hoje. Por Cristiane Costa Brasil. 4. ↑ Morre aos 96 anos o ex-ministro Jarbas Passarinho 5. ↑ Decreto nº 91.980, de 25 de Novembro de 1985. Redefine os objetivos do Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, altera sua denominação e dá outras providências. 6. ↑ Em sua pesquisa de doutorado, Borges (2009) relata ter encontrado, numa rede social virtual, cerca de 108 comunidades intituladas "MOBRAL", nas quais a palavra era usada depreciativamente, tais como no seguinte comentário: "Pra vc que tem um amigo Mobral [...] se vc tem um amigo que tem q repetir a mesma coisa mil vezes, q naum entende nada [...] junte-se a nós. Bom povu, essa comunity eh pa todo mundo q AMA o jeito mobral da Neidinha!! pra qm n sabe o q eh mobral eh akela pessoa meio retardada mental." Bibliografia • BARROS, Ricardo Paes de; CARVALHO, Mirela de, FRANCO, Samuel. Analfabetismo no Brasil • BORGES, Liana da Silva. A alfabetização de jovens e adultos como movimento: um recorte na genealogia do MOVA. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2009 • CORREIA, Arlindo Lopes. Educação de massa e ação comunitária. Rio de Janeiro: AGGS/MOBRAL, 1979. • FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1975. • FREITAG, Bárbara. Escola, estado e sociedade. São Paulo: Editora Moraes, 1986. • LIMA, Lauro de Oliveira. Estórias da educação no Brasil, de Pombal a Passarinho. Rio de Janeiro: Editora Brasília, 1979. https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-6 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-1 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-62455-22-marco-1968-403852-publicacaooriginal-1-pe.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5379.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5379.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-cris_3-0 https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-cris_3-1 https://www.ucb.br/sites/100/103/TCC/12005/CristianeCostaBrasil.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-folha_4-0 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778483-morre-aos-96-anos-o-ex-ministro-jarbas-passarinho.shtml https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-5 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-91980-25-novembro-1985-442685-publicacaooriginal-1-pe.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#cite_ref-6 http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/3626/1/416196.pdf http://www.iets.inf.br/biblioteca/Analfabetismo_no_Brasil.pdf http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/3626/1/416196.pdf http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/3626/1/416196.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Lauro_de_Oliveira_Lima Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL Estrutura administrativa e organizacional Metodologia de ensino A metodologia utilizada pelo Programa de Alfabetização Funcional baseava-se em seis objetivos: Programas adicionais Na cultura popular Referências Bibliografia