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Metodologia da pesquisa em Direito
Aula 3: O problema científico: realização da pesquisa
bibliográfica e sua discussão.
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a pesquisa bibliográfica e sua relevância para um trabalho
científico. Com essa intenção, observaremos que o envolvimento com o conhecimento
científico exige como ponto de partida uma investigação sobre conceitos, teorias e
autores. E é justamente a partir da pesquisa bibliográfica que envolve fichamento,
elaboração de relatórios que viabilizamos a aprendizagem do conteúdo, bem como o
desenvolvimento da atitude científica.
Objetivos
Realizar a pesquisa bibliográfica pertinente ao seu objeto de pesquisa;
Organizar as fontes bibliográficas para leitura.
O problema científico: Realização
da pesquisa bibliográfica e sua
discussão.
O que se pode pesquisar na
internet?

Se enxerguei um pouco mais longe, foi por estar em pé
sobre ombros de gigantes.
Isaac Newton
Isaac Newton foi considerado um grande pensador da Física Moderna, mas
confessou que não chegou ao lugar que queria sozinho. Precisou investigar
pensadores e suas obras. Newton não elaborou sua teoria da gravidade do
nada, mas seu ponto partida foram as ideias de quem veio antes dele.
Assim, nos ensina uma boa lição:
Qualquer estudo científico deve partir de
pesquisas bibliográficas e/ou documentais. Isto
significa dizer que o estudante deve basear suas
ideias em teorias já existentes ou informações
específicas sobre o tema a ser estudado.
Dessa maneira, não vai realizar o seu trabalho às cegas, mas tudo o que
disser encontrará apoio em autores estudiosos do assunto e em trabalhos
publicados. A estrutura teórica a ser utilizada na pesquisa científica deve
resultar de dados bibliográficos e documentais selecionados criteriosamente
em leituras e fichamentos. Segundo autores de metodologia:

Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe
e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o
levantamento do estado da arte do tema, quer para a
fundamentação teórica ou ainda para justificar os
limites e as contribuições da própria pesquisa.
CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p. 60.
Lembre-se, qualquer trabalho científico só assumirá esse caráter se discutido,
analisado ou fundamentado em conceitos e teorias já consagradas, seja para
confirmar ou não as ideias presentes no trabalho. Tal fundamentação teórica
se faz por meio de uma pesquisa bibliográfica e/ou documental exaustiva.
Conceitos importantes!
Antes de tudo é preciso conhecer alguns conceitos, tais como: fonte
bibliográfica, fontes primárias e secundárias.
Em metodologia, entende-se por fonte a informação essencial para a
construção do conhecimento a partir da escolha do objeto de pesquisa. Nesse
aspecto, é muito comum diferenciar fontes primárias de secundárias. Sendo a
fonte primária, o objeto em análise. 

Numa pesquisa de laboratório, as fontes primárias
serão os resultados obtidos a partir da experiência
química. Numa pesquisa antropológica, serão os
relatórios relativos ao comportamento do grupo social
observado.
BARRAL, 2010, p.91.
Quando investigamos fontes secundárias, analisamos os comentários sobre as
fontes primárias. Trata-se da literatura disponível sobre o tema, estudos
publicados, palestras e conferências em que um pesquisador apresenta seus
estudos sobre determinado objeto de pesquisa (BARRAL, 2010).
Nesta classificação das fontes, uma consequência é inevitável: a fonte
primária é prioritária para qualquer pesquisa. Não se deve construir o
embasamento teórico de uma pesquisa apenas sobre fontes secundárias
(BARRAL, 2010).
Alguns cuidados são importantes:
01
Não podemos usar a fonte secundária para confirmar a existência de um dado
primário. Por exemplo: “Segundo Norberto Bobbio, o conceito de vontade
geral é definido por Rousseau como...”. Observe que Rousseau é a fonte
primária, assim o estudante deve examiná-lo e interpretá-lo diretamente.
Como adverte Welber Oliveira Barral (2010, p. 92), “ao socorre-se de
argumento de autoridade, na realidade enfraquece seu papel de intérprete. E
isso não é admissível numa pesquisa científica.”
02
Deve-se esgotar a fonte primária, lendo o conteúdo com cuidado para
embasar suas ideias de maneira eficiente. Por exemplo: Imagine uma
pesquisa realizada por um estudante de Direito sobre os direitos da
companheira. Ele deseja investigar como o Tribunal de Justiça do seu Estado
está interpretando a lei. Neste caso é importante examinar minuciosamente a
íntegra dos acórdãos deste Tribunal e não somente a ementa das decisões.
03
Numa pesquisa deve-se evitar o uso de manuais, porque são publicações
didáticas que apresentam uma abordagem inicial e superficial sobre os temas
discutidos. Tais publicações servem ao propósito de despertar o interesse do
estudante. Assim, cuidado, pois manuais não são fontes primárias, bem como
não são considerados como fontes secundárias.
04
Todo estudante pergunta quantas fontes devem ser consultadas. O fato é que
sobre o tema da sua pesquisa, você deverá ler tudo o que já se publicou.
Como recomenda Welber Oliveira Barral (2010, p. 93), “todas as publicações
referentes ao problema escolhido devem ser analisadas”.
05
Não confie na sua memória! Faça anotações e previna-se contra o plágio.
Todos os dados utilizados na sua pesquisa devem provir de fontes confiáveis,
e mais, identificáveis. Anote os elementos essenciais da obra que está sendo
utilizada. Para tanto, consulte a ficha catalográfica que fica no verso da folha
de rosto da publicação. Vamos combinar que perder horas para achar o nome
da editora daquele livro importantíssimo, mas que você não anotou, ninguém
merece!
Pesquisa bibliográfica
É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas
as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico
em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção,
fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. O termo
bibliografia significa o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto,
por autores conhecidos e identificados ou anônimos. Há uma regra de ouro no
caso da pesquisa bibliográfica: nunca vá a uma biblioteca sem saber
exatamente o que procurar. Existem obras de referência que são publicações
que trazem resumos de trabalhos publicados em diversas áreas, consulte-as!
 Livro em biblioteca. Fonte:
LeicherOliver/Shutterstock
A pesquisa bibliográfica é, portanto o exame de uma bibliografia para
levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto que
assumimos como tema de pesquisa científica. E nesse sentido encontramos
dois tipos de fontes:
 
 
 
 
 
 
Fontes primárias Fontes secundárias
Contém trabalhos originais com conhecimento
original e publicado pela primeira vez pelos
autores. Exemplos: Monografias, teses
universitárias, livros, relatórios técnicos,
artigos em revistas científicas, anais de
congressos.
Contém trabalhos não originais e que
basicamente citam, revisam e interpretam
trabalhos originais. Exemplos: Artigos de
revisão bibliográfica, livros-texto,
tratados, enciclopédias, artigos de
divulgação.

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em
material já publicado. Tradicionalmente, esta
modalidade de pesquisa inclui material impresso, como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anis de
eventos científicos. Todavia, em virtude da
disseminação de novos formatos de informação, estas
pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes,
como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o
material disponibilizado pela Internet.
GIL, 2010, p.29.
 
Pesquisa documental
Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem ser:
documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes,
fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos e outros.
Há uma análise da descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma
rede de significados. Em ciência, documentoé toda forma de registro e
sistematização de dados, informações, colocando-os em condição de análise
por parte do pesquisador.
 Jornais antigos. Fonte: piosi/Shutterstock
Para Antônio Carlos Gil (2010) a pesquisa documental assemelha-se muito à
pesquisa bibliográfica. A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar
fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre determinado
assunto. Neste caso, utiliza materiais que não receberam o tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados. Neste aspecto, observa:

O conceito de documento, por sua vez, é bastante
amplo, já que este pode ser constituído por qualquer
objeto capaz de comprovar algum fato ou
acontecimento.
GIL, 2010, p. 31
O que se pode pesquisar na
internet?
A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo
inteiro. Nesse sentido, permite a pesquisa de milhares de informações
diferentes, hoje, um acervo extraordinário. Como encontramos muitas
informações, temos que selecionar o material de pesquisa em sites confiáveis.
Para pesquisar na internet, temos sites de busca tais como: Google, Alta
Vista, Excite e Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que
colocam disposição informações de fontes bibliográficas. Também,
encontramos disponível na internet o site das editoras contendo informações
sobre os lançamentos editoriais; sites de revistas eletrônicas, jornais,
instituições de pesquisas e entidades culturais.
 A internet oferece muitas possibilidades de
busca. Fonte: nmedia/Shutterstock
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de
utilização das informações disponíveis. Nunca utilize
informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais,
observe a veracidade das informações postadas na Web.
Administre as imperfeições no conteúdo, verificando a
fonte da informação obtida. Lembre-se, a internet é livre,
mas há autoria que deve ser respeitada.

Saiba mais
Wikipédia 
 
A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo
de forma colaborativa. Qualquer pessoa poderá se tornar um editor de
algum conteúdo. Observe que é uma enciclopédia multilíngue, podendo
ser escrita em diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma
enciclopédia livre, não há fins lucrativos e qualquer informação publicada
poderá ser transcrita, modificada e ampliada por qualquer pessoa. Será
que é confiável?
Veja algumas dicas de pesquisa na internet:

Dicas de pesquisa na internet.
https://www.youtube.com/embed/pxmi4Mxh4VA
Para fazer uma boa pesquisa bibliográfica é
preciso seguir algumas etapas. Vamos
conhecê-las?
1
Identificar e conhecer o acervo existente sobre o assunto nas bibliotecas a
serem consultadas.
2
Localizar e fichar os diferentes tipos de obras e documentos ali catalogados,
como livros, artigos, revistas, jornais, relatórios científicos etc.
3
Iniciar a consulta pela leitura geral sobre o assunto, depois pela leitura
especializada.
4
Copiar os dados e informações obtidos anotando as referências indispensáveis
para o trabalho.
Dica!
Alguns autores sugerem o fichamento como recurso útil no momento de uma
pesquisa bibliográfica. De fato, nos parece um recurso valioso. Vamos
aproveitar os exemplos ofertados por Welber Oliveira Barral (2010, p. 100-
101) sobre os tipos de fichamento:
Fichamento de uma citação
Transcrever trechos significativos da obra.
Título: Direito e Desenvolvimento 
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da
ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005. 
 
Aluno: (nome do aluno) 
 
“O que é desenvolvimento? Trata-se de uma palavra de sentido vago, à qual
raramente se agregam diversos adjetivos, como “infantil” ou “regional”, como
conotações não apenas distintas, mas muitas vezes contraditórias.” (p. 31)
Fichamento resumo
Paráfrases, sínteses pessoais das principais ideias do autor.
Título: Direito e Desenvolvimento 
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da
ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005. 
 
Aluno: (nome do aluno) 
 
O autor inicia o livro questionando o conteúdo do termo desenvolvimento, principal
problema que o livro busca analisar. Ressalta que esse termo tem a si atribuídos
diversos adjetivos.
Fichamento crítico (resenha)
O autor do fichamento elabora um resumo das ideias do autor lido e
oferece uma opinião pessoal sobre o tema estudado.
Título: Direito e Desenvolvimento 
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da
ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005. 
 
Aluno: (nome do aluno) 
 
A ideia central do livro é discutir a noção de desenvolvimento, analisando a ordem
jurídica brasileira a partir da ótica do desenvolvimento. Ao propor esta abordagem,
o objetivo dos autores é verificar não apenas de que forma o direito influencia o
processo de desenvolvimento, mas também constatar como o direito brasileiro
influencia o processo de desenvolvimento nacional.
Preparando o terreno...
Já vimos que se deve ler tanto quanto o tempo permita. Nesta tarefa, certifique-se se
você pode confiar no que está lendo. E se existem outras fontes confirmando ou não
tais ideias. Cabe lembrar que é preciso saber quem é o autor que está sendo lido, sua
trajetória em determinado campo do saber e se o seu pensamento é tendencioso ou
não. Assim que você estabelecer uma rotina para isso, o registro de tais informações
será automático. Não dependa somente de informações obtidas da internet e utilize o
tipo de fichamento que lhe for mais conveniente.
 Leia e anote. Fonte: Johnson9/Shutterstock
Consulte obras de referências, periódicos científicos, teses e dissertações, anais de
encontros científicos e periódicos de indexação e resumo. Por fim, uma recomendação
bem interessante de Welber Oliveira Barral (2010, p. 94) e que poderá ser muito útil:

Um recomendação especial se refere à coleta e
armazenamento de dados por meio eletrônico. Em outras
palavras, o seu cândido computador não é um ser confiável.
Ele terá algum problema grave por ano. Por isso, tome
cuidado em gravar semanalmente uma cópia de segurança de
todos os dados obtidos eletronicamente e, obviamente, dos
capítulos redigidos. Lembre-se da Lei de Murphy: se alguma
coisa pode dar errado, ela vai dar errado. E normalmente às
vésperas da data de entrega do trabalho.
BARRAL, 2010, p.94.
Agora que você já estudou as fontes bibliográficas, com base nos critérios sugeridos,
realize a seguinte tarefa no seu bloco de notas:
01
Pesquise em obras de referências, publicações que tratam do seu tema de pesquisa.
02
Elabora a sua lista de referências.
03
Assegure-se que todas as referências estão completas.
04
Organize-as segundo a classificação das fontes em primárias e secundárias
05
Inicie a leitura, com posterior fichamento, deixando bem claro o que é citação e o que
é paráfrase do texto lido.
Referências
BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2010.
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação,
saúde e ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.
Próximos Passos
• A problematização do tema;
• A construção de hipóteses e as questões norteadoras.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso
de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no
ambiente de aprendizagem.
Metodologia da pesquisaem Direito
Aula 4: O problema científico: a problematização do tema. A
construção de hipóteses e as questões norteadoras.
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a maneira como a escolha do tema se transforma na
formulação de um problema científico. Investigaremos os critérios que auxiliam a
construção do problema a partir de variáveis e a formulação de hipóteses. Este é o
momento crucial de todo o planejamento de sua pesquisa.
Objetivos
Formular de maneira lógica e coerente um problema científico para sua
pesquisa;
Reconhecer os critérios para avaliar um problema na pesquisa científica;
Identificar os conceitos de variável e hipótese.
O problema científico: A
problematização do tema
Quando realizamos uma pesquisa, não basta delimitar o tema a um objeto de
pesquisa, mas deve-se identificar em seguida um problema específico que
será analisado no trabalho. Problematizar é outro desafio após a escolha do
tema, mas configura passo importante para o estudo. Quando
problematizamos explicitamos a dificuldade que pretendemos resolver.
É neste ponto que a problematização se relaciona diretamente com o foco do
trabalho, no que se refere ao tema selecionado. É a pergunta a ser respondida
ao final, pois um tema pode abranger problemas distintos. Por isso, se o
estudante não delimitar claramente o problema – o enfoque – terá
dificuldades em organizar a pesquisa e a redação.
 Jovem adulta realiza pesquisa em computador. Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
Para dar maior clareza, deve-se formular o
problema como um questionamento, encerrando
a frase com um ponto de interrogação. O
trabalho pretenderá, portanto, responder àquele
questionamento específico.

Assim como a descrição de um tema, sua delimitação, a
explicação de um objetivo, seja ele real ou específico, a
formulação do problema é imprescindível à pesquisa. O
mesmo deve ter as seguintes características: clareza,
objetividade, concisão e especificidade, evitando,
assim, formulações genéricas que lembrem um
questionário qualquer, em que não se consiga um
desenvolvimento mais profundo.
KAHLMEYER-MERTENS, 2007, p. 39
Com a formulação do problema como uma pergunta, deve-se esclarecer para
o próprio estudante qual é o foco central do trabalho, o que se saberá quando
a pesquisa for concluída. Podemos denominar de questão-problema, pergunta
de partida ou questão norteadora da pesquisa.
Os dicionários definem o termo problema como obstáculo, contratempo,
dificuldade que desafia a capacidade de solucionar de alguém. Também
mencionam: situação difícil, conflito, pessoa, coisa ou situação incômoda,
preocupante. E problema científico como assunto controverso, ainda não
satisfatoriamente respondido, em qualquer campo do conhecimento, e que
pode ser objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas. Dizendo
de outro modo, questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer
domínio do conhecimento.
Problematizar significa (MARTINS, 2005, p. 137):
1
Transformar o assunto e problema, pois assim se torna pesquisável de modo a
poder produzir respostas específicas.
2
Identificar no tema escolhido alguma dificuldade teórica ou prática, para a
qual se deve encontrar uma solução.
3
Descobrir no assunto uma situação controvertida, passível de discussão.
Descobrir no assunto uma situação
controvertida, passível de
discussão
Não são problemas científicos
Segundo Antônio Carlos Gil (2010, p. 8-9), nem todo problema é passível de
tratamento científico! Vamos começar observando o que não pode ser
considerado um problema científico e as razões dessa negativa. Deve-se
indagar se o problema formulado se enquadra na categoria de problema
científico. Portanto, não são problemas científicos aqueles que expressam o
sentido de problemas ou questões de engenharia.
 Deve-se indagar se o problema formulado se
enquadra na categoria de problema científico.
Fonte: Shutterstock
Essa denominação foi criada por Fred Kerlinger (1980 apud Gil, 2010) porque
denotam a preocupação em como fazer algo de maneira eficiente. Em nada se
relaciona com a faculdade de engenharia, mas com construção, criação,
execução de algo em que se utilize engenho e arte. Nas palavras de Antônio
Carlos Gil (2010, p. 8), não indagam como são as coisas, suas causas e
consequências, mas indagam acerca de como fazer as coisas.

Exemplo
Exemplo: 
“Como fazer para melhorar os transportes urbanos?” 
“Como aumentar a produtividade no trabalho?”
Outra categoria que não configura um problema científico são os
problemas de valor. Estes são aqueles que indagam se algo é bom ou
mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se algo
deve ou não ser feito (GIL, 2010, p.9). Aqui, também, não há a
possibilidade de uma investigação nos moldes próprios da ciência.
Estamos no terreno da subjetividade.
Exemplo: 
“Os pais devem dar palmadas nos filhos?” 
“Qual a melhor técnica para a propaganda?”
Como formular um problema científico?

Deve-se tomar como ponto de partida uma proposição
que poderá ser testada, verificada. Há critérios para
isso. Preste atenção em alguns!
Gil, 2010, p. 10
O problema deve ser claro e preciso:
1
Não deve ser formulado de maneira vaga.
2
Os termos usados devem ser adequados.
3
Deve ser solucionável.
4
Deve apresentar objetividade.
5
Não pode conduzir a julgamentos morais (considerações subjetivas).

Exemplo
Um bom exemplo para uma questão que prescinde de clareza é a
seguinte pergunta: “Como funciona a mente?” ou “Os cavalos possuem
inteligência?” Não são problemas solucionáveis, porque ambíguos, vagos
ou apresentam uma linguagem do senso comum (GIL, 2010).
Imagine a seguinte questão: “os moradores dos grandes centros são
melhores que os do campo?” Estamos diante de julgamentos morais, no
campo da subjetividade, inviabilizando uma possível investigação
científica.
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável:
• A delimitação do problema está relacionada com os meios disponíveis para
investigação. 
• Delimitar significa impor limites, objetivar e restringir.

Dica
Após delimitar o tema procure ler o que os autores falam sobre ele e
anote como problematizaram o tema. Observe como levantaram
questões norteadoras da pesquisa, bem como responderam a essas
questões formuladas. Eis um bom exercício para ajudá-lo na
problematização de um tema. Pesquisa alguma poderá prescindir de uma
boa problematização!
Não se preocupe, porque formular um problema científico nada mais é do que
aperfeiçoar, isto é, estruturar com mais detalhes o objeto da pesquisa. Temos
que evitar questões demasiado gerais, tais como (SAMPIERI; COLLADO;
LUCIO, 2006, p. 36-37):
“Por que alguns casamentos duram mais que outros?”
“As pessoas que se submetem à psicoterapia mudam com o tempo?”
“Os empresários se comprometem mais com suas empresas que os
funcionários?”
“Como estão relacionados os meios de comunicação de massa com o voto?”
De fato, a maneira como foram formuladas dá margem à
grande quantidade de dúvidas. Como poderei investigá-
las? É melhor que sejam precisas.
O problema deve conter variáveis

Um problema é de natureza científica quando envolve
variáveis que podem ser tidas como testáveis, que
podem ser observadas e manipuladas, enfim,
verificadas na realidade ou em seu meio. O que
entendemos por variáveis? Uma variável é uma
propriedade que pode variar e, por conseguinte é
suscetível de medição e observação.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121.
Podemos pensar em alguns exemplos de variáveis: sexo, atributos físicos,
tipos de personalidade, uma situação, um tipo de motivação, produtividade de
determinado tipo de objeto, eficiência em procedimentos, eficácia de
determinada medida, dentre outros.
O termo variável é o dos mais utilizados na linguagem acadêmica. Seu
objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam
hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável
refere-se a tudo aquiloque pode assumir diferentes valores ou diferentes
aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002,
p.36). Assim, adquirem valor para a pesquisa científica quando se relacionam
com outras variáveis possibilitando a formulação de uma teoria ou hipótese. É
preciso definir conceitualmente as variáveis que integram o problema
científico (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121).
1
Exemplo 1
“Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?”
Aqui, temos duas variáveis relacionando-se:
escolaridade;
preferência político-partidária.
2
Exemplo 2
“Os alunos de Administração são mais conservadores que os de ciência
sociais.”
Aqui temos duas variáveis relacionando-se:
curso;
conservadorismo.
3
Exemplo 3
“A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.” 
Aqui, temos duas variáveis relacionando-se:
classe social;
tempo de amamentação.
As variáveis podem ser:
Independentes
São aquelas que influenciam, determinam ou afetam outra variável. São
percebidas como a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou
consequência.
Exemplo: 
“Se dermos pancada no joelho (variável independente) dobrado de um
indivíduo, sua perna esticará”.
Dependentes
Consistem nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de
serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente.
Exemplo: 
“Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna
esticará (variável dependente)”.
Intervenientes
São aquelas que numa sequência causal, se colocam entre a variável
independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular
a influência de uma sobre a outra.
Exemplo: 
“A liderança autoritária (variável interveniente, pois interfere na relação entre
a variável independente e a dependente) influencia na motivação dos
colaboradores.”
Hipóteses: de onde surgem?
Quando formulamos um problema científico refletimos sobre possíveis
respostas para o problema proposto. Essa resposta provisória é a hipótese do
trabalho.

As hipóteses indicam o que estamos buscando ou
tentando provar e se definem como tentativas de
explicações do fenômeno pesquisado.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 118.
A hipótese é a ideia que o trabalho se propõe a apresentar. Advertem alguns
autores que nem todas as pesquisas suscitam hipóteses, dependerá da área
de saber e o do estudo proposto, porque em muitas situações, principalmente
em pesquisas exploratórias não será possível a formulação de hipóteses antes
da coleta de dados.
 Jovens estudam em biblioteca. Fonte: Jacob Lund/Shutterstock
Exemplo: 
Problema: O índice de câncer pulmonar é maior
entre fumantes? 
Hipótese: O índice de câncer pulmonar é maior
entre os fumantes do que os não fumantes.
Como se percebe no exemplo acima, as hipóteses podem ou não ser
comprovadas ao final de uma pesquisa. Ela difere de uma afirmação de fato,
porque não estamos certos de sua comprovação antes do término da
pesquisa. Inicialmente, há uma tentativa de resposta à pergunta. Observa-se
que:

A pesquisa científica, as hipóteses são proposições
quanto às relações entre duas ou mais variáveis e se
fundamentam em conhecimento organizado e
sistematizado. As hipóteses podem ser maios ou menos
gerais ou precisas, e envolver duas ou mais variáveis,
mas em todo caso são apenas proposições sujeitas à
comprovação empírica.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 120.
Exemplo: 
“Quanto maior a autoestima, haverá menor
medo de sucesso”.
Quais os critérios que devem ser observados
na formulação de hipóteses?
01
As hipóteses devem referir-se a uma situação real.
02
As variáveis da hipótese devem ser compreensíveis.
03
A relação entre variáveis propostas na hipótese deve ser clara e verossímil.
04
A relação entre as variáveis deve ser observável e mensurável.
05
As hipóteses devem estar relacionadas às técnicas disponíveis para comprová-
las.
(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 124).
Atividade
Agora que você já estudou como formular um problema científico,
com base nos critérios sugeridos, realize a seguinte tarefa: 
 
1. Formule a primeira versão do problema científico de sua pesquisa como
uma pergunta de partida. 
2. Certifique-se se foram respeitados os critérios para formulação de um
problema científico. 
3. Separe e defina conceitualmente as variáveis que integram a sua pergunta
de partida. 
4.Toda problematização possibilita uma resposta provisória, formule-a como
uma hipótese.
Referências
BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2010.
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação,
saúde e ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO Pilar B. Metodologia da pesquisa.
3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
Próximos Passos
• Determinação dos objetivos e construção da justificativa da pesquisa.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso
de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no
ambiente de aprendizagem.
Metodologia da pesquisa em Direito
Aula 2: O problema científico: a escolha do tema e importância
de sua delimitação.
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a necessidade de uma seleção cuidadosa do tema para a
pesquisa, o que exige maturidade intelectual em relação ao assunto escolhido.
Entende-se por maturidade intelectual o domínio teórico que o estudante possui
sobre o assunto selecionado, bem como a viabilidade da pesquisa a partir das
referências selecionadas. Neste sentido, abordaremos os desafios que envolvem a
escolha do tema, bem como a necessidade de sua delimitação.
Objetivos
Reconhecer que a escolha de um tema para pesquisa não deve ser ao acaso;
Identificar os critérios que auxiliam a delimitação do tema;
Escolher o tema para o trabalho de conclusão de curso e elaborar seu mapa
conceitual.
Como começar uma pesquisa?
Inicia-se uma pesquisa pela escolha do tema. Para tanto é preciso uma série
de cuidados e, nesse sentido, é importante observar que independente da
área de saber, todos enfrentam desafios parecidos: escolher um tema para
pesquisar não é fácil!
O tema representa o objeto da pesquisa. Por
objeto, entende-se aquilo que é pensado, que
será investigado (LALANDE, 1993). Assim, deve
ser mais restrito que o assunto, faz parte dele.
Isso mostra que o assunto é mais amplo e
abrangente que o tema (LEITE, 2008, p. 190).
Acrescente-se, também, que o tema precisa ser específico para que as
respostas, ao final da pesquisa, sejam igualmente específicas.
Por isso, costuma-se dizer que a primeira e fundamental fase de qualquer
pesquisa é a definição do que vai ser pesquisado. Logo, a escolha do tema
não deve ser apressada (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007). Nesta tarefa
requer-se habilidade teórico-crítica, ou seja, conhecer e dominar os conceitos,
as abordagens e os autores relevantes para a pesquisa como um pressuposto
importante para a escolha do tema. Há uma recomendação neste caso:
Ler tanto quanto o tempo permita sobre o seu tema pode-lhe dar ideias não
somente sobre a pesquisa que outros têm feito, mas também sobre sua
abordagem e seus métodos (BELL, 2008, p. 57).
 Base teórica é fundamental.
Do tema ao objeto de pesquisa!
Quando se pretende construir um objeto de pesquisa, deve-se transformar o
assunto em tema e este num objeto de investigação delimitado e preciso.
Se por hipótese, um pesquisador desejar investigar o assunto violência,
deve-se indagar a que tipo de violência se refere, pois há muitas
possibilidades. Poderá investigar tal assuntosob o enfoque teórico, mas
deverá escolher as teorias, os autores, por exemplo. 
 
Podemos investigá-la sob o ponto de vista social, jurídico, psicológico,
filosófico etc. Se preferir direcionar sua pesquisa para um estudo
empírico precisará delimitar a um caso concreto, descrevendo-o
minuciosamente. Assim, conseguirá transformar um tema em um
verdadeiro objeto de pesquisa. 
 
Poderá pesquisar, por exemplo, os aspectos da violência doméstica
contra adolescentes na realidade fluminense e suas relações com as
condições sociais e econômicas das famílias moradoras nas comunidades
carentes. Temos aqui um tipo específico de violência: a violência
doméstica. Acrescente-se que a pesquisa pretende focalizar adolescentes
na realidade fluminense e, em comunidades carentes. A partir de um
tema específico poderemos alcançar respostas específicas.
Imagine que um pesquisador pretende investigar o tema liderança. Para
tanto, deverá transformá-lo num objeto de pesquisa, porque falar tudo o
que sabe sobre liderança não caracteriza seu trabalho como um trabalho
científico. E mais. O tema é muito amplo e fatalmente haverá omissões. 
 
Após as leituras necessárias poderá investigar como a liderança
autoritária compromete a motivação dos funcionários da Empresa XYZ.
Observe que delimitou a um tipo específico de liderança e sua influência
em determinada empresa.
A partir de agora pense no assunto que você gostaria de pesquisar. Lembre-
se: originalidade não é pré-requisito.
 
 
 
E que critérios devem ser
considerados para a escolha do
tema?
1º - O tema deve ser ESPECÍFICO!
O autor do tema deve ser, nas palavras de Umberto Eco, “a maior
autoridade viva sobre o assunto”. Não se assuste, mas é preciso
conhecer e dominar o assunto escolhido, pois um tema mal delimitado
eliminará qualquer possibilidade de uma contribuição inovadora. 
 
Segundo Welber Oliveira Barral (2010, p. 38), com um tema muito
amplo, o pesquisador fará, no máximo, a revisão bibliográfica do tema,
ou seja, um “fichamento”: uma listagem aborrecida de “fulano disse”,
“beltrano falou” que não trará novidade à matéria. 
 
Não se esqueça! 
• Um tema amplo possibilita omissões; 
• Um tema específico dará mais segurança ao pesquisador;
2º - O tema deve ser ACESSÍVEL!
Um tema acessível significa que as fontes devem ser examinadas pelo
pesquisador. Como sugestão, observamos que: “(a) não se pode fazer
uma pesquisa sobre tema cujas fontes primárias estejam em idioma
estrangeiro; (b) se a pesquisa for sobre a obra de um autor estrangeiro,
deve-se ler no original; (c) algumas disciplinas dependem mais da
literatura estrangeira na revisão bibliográfica” (BARRAL, 2010, p. 39-40). 
 
Imagine que alguém resolva fazer uma pesquisa original sobre a
estrutura familiar entre os ianomâmis. Provavelmente, não encontrará
literatura disponível sobre o assunto. Neste caso, vale indagar: teria
disponibilidade para viver por algum tempo numa reserva indígena? Que
resposta daria? 
 
E se um pesquisador decidir realizar uma pesquisa sobre o novo código
civil húngaro. Teremos aqui um grande problema: ele não domina a
língua húngara. Certamente, não terá acesso às fontes primárias mais
importantes para desenvolver o seu tema.
3º - A necessidade de que o tema seja EXEQUÍVEL no
prazo estipulado!
Um erro comum é acreditar que um trabalho inovador poderá ser feito
em poucos dias. Um trabalho científico exige tempo para pesquisar as
fontes, ler a bibliografia, refletir, escrever, revisar, corrigir. Nesse sentido,
o pesquisador deve estar atento ao prazo determinado por sua instituição
de ensino e “não ceder à tentação de mudar de tema ao longo da
pesquisa” (BARRAL, 2010, p. 39-40).
4º - A escolha do tema também deve considerar as
EXIGÊNCIAS INSTITUCIONAIS!
O curso pode ter linhas de pesquisa específicas, dentro das quais devem
se encaixar os trabalhos realizados pelos alunos. Esse direcionamento
temático é relevante porque reflete na disponibilidade de um orientador,
ou seja, um professor que domine o tema, e possa, assim, auxiliá-lo ao
longo da pesquisa (BARRAL, 2010, p. 39-40).
5º - Sugere-se que o tema seja ATUAL e
CONTROVERTIDO!
Um tema histórico pode ser interessante se há a necessidade de se
esclarecer um problema atual. O conhecimento das experiências
passadas, certamente, contribui para a compreensão da atualidade, bem
como poderá minimizar eventuais erros. Todavia, há algumas
dificuldades num tema histórico, principalmente no que tange ao acesso
às fontes. 
 
A escolha de um tema do momento – também traz riscos e dificuldades.
Algumas recomendações podem ser feitas também para se identificar
temas atuais: conversas com o orientador e outros pesquisadores,
participação em congressos na área de interesse e leitura de periódicos
atualizados (BARRAL, 2010, p. 43).
6º - A aptidão para o tema, o interesse pessoal e a
maturidade intelectual!
Entende-se por aptidão, a facilidade de aprendizado de uma determinada
área de conhecimento. E neste ponto, é bom recomendar que “será mais
fácil ao estudante dedicar-se a uma área de conhecimento para a qual
tenha aptidão, para a qual demonstre facilidade de aprendizado e
entusiasmo para conhecer mais”. Deve-se tomar muito cuidado para não
ser seduzido pela simpatia a professores, palestrantes, e não a temas
(BARRAL, 2010, p. 43). 
 
Possivelmente, o trabalho será árduo se o estudante não tiver
maturidade intelectual para enfrentar os desafios do tema escolhido.
Essa maturidade se adquire com o tempo e com horas de leitura e
análise. Não se pode aguardar a inspiração chegar, pois não há atalhos
ou fórmulas mágicas para elaboração de um trabalho. 
 
A recomendação é a seguinte: o estudante deve se esforçar para
compatibilizar o tema escolhido com o seu interesse pessoal. Segundo
Antônio Carlos Gil (2010, p. 1), há razões de ordem intelectual e de
ordem prática que determinam uma pesquisa.

Exemplo
Welber Oliveira Barral (2010, p. 43), ilustra, com muita propriedade, o
critério da maturidade intelectual, a partir de um exemplo interessante: 
 
Imagine um pesquisador que apresentou um excelente projeto, sobre a
caracterização do crime na obra de Michel Foucault, sobre quem havia
lido apenas um artigo. Ora, Foucault é um autor difícil, com obras
extremamente densas, que demandam prévias leituras, para conhecer
termos e conceitos criados pelo próprio autor. E isso não era possível no
prazo que o pesquisador tinha à disposição, e que não lhe permitiria
desenvolver a maturidade necessária à compreensão do tema.
De um modo geral, os autores em metodologia da pesquisa observam que o
envolvimento com a pesquisa exige a disposição para a aprendizagem de
conceitos e teorias da área de saber escolhida pelo estudante. À medida
que o estudante se insere nessa tarefa, vai adquirindo mais autonomia
intelectual para produzir uma pesquisa.
As atividades acadêmicas, tais como elaboração de resumos, resenhas,
pesquisa bibliográfica, relatórios, seminários e fichamento de textos
contribuem para a ideia de atividade científica, a partir de três elementos, a
saber: adquirir conhecimentos, criar novos conhecimentos e comunicá-los à
comunidade científica através de um trabalho de conclusão de curso. A
atividade científica, nesse sentido, envolve criticidade, rigor, disciplina e
sistematicidade no manejo do objeto da pesquisa.
 Consulta de várias obras durante a pesquisa.
Fonte: Alexkitch/Shutterstock

Dica
Procure elaborar um mapa conceitual sobre o tema da sua pesquisa.
Podemos dizer que mapa conceitual é uma representação gráfica de um
conjunto de conceitos que se relacionam dentro de um tema. Neste
mapa, inserimos conceitos e observamos as relações que guardem entre
si. As relações entre os conceitos são especificadas através de
frases/palavras de ligação nos arcos que unem os conceitos. As
frases/palavras de ligação têm funções estruturantes e exercem papel
fundamental na representação de uma relação entre dois conceitos.1 2
 
Muitos denominam o mapa conceitual como um brainstorm ,
expressão em língua inglesa que denota “tempestade de ideias”.
Vamos ver um exemplo?
 Diagrama do mapa conceitual acima é de um
brainstorm, onde tempos modernos o foco central e
tópicos relacionados fazem as ramificações.
Observe que o tema central é Tempos Modernos. Na tentativa de delimitar o
tema, o pesquisador relacionou o conceito aos termos: filme, crescimento
populacional, violência etc. Usou palavras de ligação tais como: facilitou,
aumenta, ampliou, modifica etc. Siga este exemplo! Sempre que se inicia uma
pesquisa, há muitas informações que precisam ser selecionadas, organizadas
e classificadas. É preciso pensar nas questões-chave que envolvem o seu
tema, as principais teorias, como foram aplicadas e desenvolvidas, bem como
as principais críticas que foram elaboradas em relação ao tema escolhido.
Com o mapa conceitual você terá um quadro contendo os pontos centrais que
envolvem o seu tema, ou seja, elabora um esboço de estrutura teórica 
com os aspectos principais a serem estudados.
Agora que você já compreendeu que a escolha de um tema envolve cuidados
imprescindíveis, com base nos critérios sugeridos, realize a seguinte tarefa:
01
Elabore uma lista de temas possíveis para sua pesquisa.
02
Decida-se por um tema desta lista.
3
4
03
Formule uma lista de questões que envolvem o tema escolhido.
04
Certifique-se de que tem clareza sobre os conceitos, teorias e autores que
trabalham o tema selecionado.
05
Elabore um mapa conceitual.
06
Separe a bibliografia pertinente (pelo menos cinco referências) e inicie a
tarefa de fichamento.
Concluindo
Escolher um tema é mais difícil do que parece de início. Dispondo de tempo
limitado, há a tentação de escolher um tema antes do trabalho base ter sido
realizado, mas tente resistir à tentação. Prepare-se bem e você economizará
tempo mais tarde. 
 
Suas discussões e indagações vão ajudá-lo a escolher um tema que possa ser
de seu interesse, que você tenha uma boa chance de concluir, que valerá o
esforço e que poderá até ter alguma aplicação prática mais tarde.
 Escolher um tema pode ser difícil. Fonte:
imtmphoto/Shutterstock
Notas
Conceitos 
"Representação mental de um objeto abstrato ou concreto, que se mostra como um
instrumento fundamental do pensamento em sua tarefa de identificar, descrever e
classificar os diferentes elementos e aspectos da realidade.” (Dicionário HOUAISS).
Teorias 
“Uma série de proposições abstratas inter-relacionadas sobre as questões humanas
em o mundo social que explicam suas regularidades e relacionamentos.” (BREWER,
2000, p. 19 apud BELL, 2008, p. 90). 
“Um conjunto de constructos (conceitos) inter-relacionados, definições e proposições,
que apresenta uma concepção sistemática dos fenômenos mediante a especificação
de relações entre variáveis com o propósito de explica-los e prevê-los” (KERLINGER,
1973 apud CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p.22).
Brainstorm 
“Técnica de discussão em grupo que se vale da contribuição espontânea de ideias por
parte de todos os participantes, no intuito de resolver algum problema ou de
conceber um trabalho criativo.” (Dicionário HOUAISS).
Estrutura teórica 
“Estruturas são mecanismos eficientes para reunir e sumarizar fatos. Estrutura
teórica é um disposto explanatório que explica os pontos principais a serem
estudados” (BELL, 2008, p.91).
Referências
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação,
saúde e ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
1
2
3
4
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MARQUES, Cláudia de Lima. Pesquisa de iniciação científica: da inquietude ao
sucesso! Palavra do orientador. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/propesq/informativo/ic04/orientador.htm. Acesso em: 14 mar.
2003.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de pós-graduação e
pós-graduação. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
SANTOS, A. R. Metodologia científica. A construção do conhecimento. RJ: Lamparina,
2007.
SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA; N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas para
trabalhos acadêmicos. Curitiba: IBPEX, 2007.
SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.
Próximos Passos
• A realização da pesquisa bibliográfica e sua discussão.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso
de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no
ambiente de aprendizagem.
Metodologia da pesquisa em Direito
Aula 5: A construção do projeto de pesquisa I: a determinação
dos objetivos e justificativa da pesquisa
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a importância da formulação de objetivos para todo e
qualquer trabalho de pesquisa. Compreenderemos, também, que para sua construção
dois critérios são imprescindíveis: a clareza e a objetividade. Em seguida,
abordaremos o conteúdo de uma justificativa como elemento essencial aos projetos
de pesquisa.
Objetivos
Construir os objetivos claros e precisos para a sua pesquisa;
Elaborar de maneira discursiva as razões que justificam investigar o seu
problema científico.
A construção do projeto de
pesquisa I: A determinação dos
objetivos e justificativa da
pesquisa
Se toda pesquisa está direcionada ao conhecimento, deverá conter objetivos
e, nesse sentido, podemos afirmar que os objetivos se aproximam da
definição do objeto a ser investigado.

A função do objetivo é justamente repetir onde o autor
[da pesquisa] pretende chegar.
Welber Oliveira Barral, 2010, p. 59.
Logo, a intenção do pesquisador é percebida a partir dos seus objetivos.
Mas o que entendemos por objetivos? Os dicionários definem objetivo como
aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação. O alvo, fim,
propósito e objeto. Assim, indicam o que se pretende conhecer, avaliar, ou
provar no decorrer da pesquisa. São as metas que se deseja alcançar. Se não
construirmos objetivos, não há o que se pesquisar de maneira eficiente
(JACOBINI, 2006).
 O objetivo é o alvo, o propósito. Fonte: Tone/Shuttrstock
É importante expressar os objetivos com clareza, pois constituem as
orientações do estudo, ou seja, tenha-os em mente durante todo o
desenvolvimento dos estudos para a pesquisa. Nada impedirá que ao longo
das leituras surjam objetivos adicionais, modificações nos objetivos
estipulados, tudo depende dos rumos que o trabalho de pesquisa irá tomar
após o aprofundamento teórico.
Objetivo geral Objetivos específicos
Indica o resultado pretendido. Por exemplo:
identificar, levantar, descobrir, caracterizar,
descrever, traçar, analisar, explicar, etc. 
 
Apresenta de forma genérica, o que
pretende o pesquisador no desenvolvimento
do assunto a ser abordado,
independentemente das motivações
“pessoais” que podem ter sido
apresentadas na justificativa. É importante
lembrar que o objetivo geral não pode fugir
ao tema proposto (SOARES, 2003, p. 46).
Indicam as etapas que levarão à realização
do objetivo geral. Por exemplo: classificar,
aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar,
selecionar, etc. 
 
É a subdivisão do objetivo geral em outros
menores, os quais poderão até vir a
constituir-se em possíveis capítulos [partes]
do trabalho final. Assim como o objetivo
geral, os objetivos 
específicos não devem fugir ao tema
(SOARES, 2003, p. 46). 
 
Não apontam para o fim do último do
trabalho, mas para etapas intermediárias, o
que a pesquisa terá de galgar até o objetivo
final. 
 
 
Como construir objetivos?
1º passo
Ler a questão de partida (problematização do tema). 
 
Os objetivos informarão o que está se propondo com a pesquisa, isto é,
quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que irá
efetivamente proporcionar.
2º passo
Escolher verbos de ação.Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo
e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Uma ação
individual ou coletiva se materializa através de um verbo. É importante a
precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que exprime a ação que
o estudante pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998).
3º passo
Escolher os verbos de ação. 
 
Algumas sugestões:
Conhecimento Compreensão Análise Avaliação 
Apontar 
Definir 
Descrever 
Distinguir 
Enumerar 
Relacionar
Concluir 
Deduzir 
Derivar 
Descrever 
Diferenciar
Analisar 
Comparar 
Correlacionar 
Contrastar 
Identificar
Escolher 
Precisar 
Medir 
Avaliar 
Por que é importante construir objetivos?
1
Constituem a base do planejamento racional da pesquisa
2
Possibilitam pensar e planejar em termos específicos
3
Auxiliam na escolha da metodologia da pesquisa
4
Informam ao leitor e demais interessados acerca do que a pesquisa se propõe
a realizar
5
Auxiliam a efetuar um estudo seletivo
6
Ajudam a rever o conteúdo mediante a verificação da relevância no contexto
da pesquisa
Vamos conhecer alguns exemplos?
Tema 1: Liderança autoritária e a motivação
Problematização: Como a liderança autoritária pode comprometer a
motivação dos funcionários da Empresa XYZ. 
 
Objetivo Geral: Investigar como o estilo de liderança autoritária
compromete a motivação dos funcionários na Empresa XYZ. 
 
Objetivos específicos:
Definir o conceito de liderança autoritária;
Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa
XYZ;
Definir o conceito de motivação;
Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações.
Tema 2: A violência doméstica contra adolescentes
Problematização: Quais os aspectos da violência doméstica contra
adolescentes na realidade fluminense e suas relações com as condições
sociais e econômicas das famílias moradoras nas comunidades carentes. 
 
Objetivo Geral: Investigar a relação entre a violência doméstica contra
adolescentes e as condições sociais e econômicas. 
 
Objetivos específicos:
Definir o conceito de violência doméstica;
Descrever alguns exemplos de violência doméstica;
Definir o conceito de pobreza;
Analisar a relação entre a violência doméstica e condição
socioeconômica.

Atenção
Os erros mais frequentes são...
• O esquecimento do verbo que indica a ação a que se objetiva; 
• A confusão entre o objetivo da pesquisa e o seu objeto; 
• O uso dos verbos achar, gostar, desejar, conscientizar, acreditar e
opinar que não atendem ao requisito metodológico da objetividade.
Justificativa
Após construir os objetivos, é preciso justificar o estudo apresentando as
razões da pesquisa. A esta parte denominamos de justificativa. Os dicionários
definem o termo como a explicação, razão, motivo e fundamento.
Este é o momento em que o pesquisador precisa fazer algumas perguntas a si
mesmo:
O tema é relevante? Por quê? 
Quais pontos positivos você percebe na
abordagem proposta? 
Que vantagens/benefícios você pressupõe que
sua pesquisa irá proporcionar? 
A justificativa indica a relevância do estudo que
propomos.
A justificativa deve esclarecer as razões da escolha do tema e sua importância
na área de conhecimento em que se situa. Deve ser uma exposição sucinta,
porém completa, dos motivos de ordem teórica e/ou prática para sua
realização, enfatizando a importância do tema numa visão global; o estágio
atual do tema pesquisado e as possibilidades de solução para o problema
levantado (MAIA, 2008, p. 90).
A justificativa de um projeto de pesquisa configura o conjunto de razões
(acadêmicas, sociais e pessoais) que conferem legitimidade ao trabalho
científico. Um trabalho de pesquisa poderá ser conveniente porque poderá
ajudar a resolver uma questão controvertida ou contribuir com novo olhar
sobre algum tema.
A seguir, indicamos algumas sugestões para a justificativa, não se preocupe
se a sua pesquisa não conseguir responder a todos os critérios(SAMPIERI;
COLLADO; LUCIO, 2006, p. 40):
01
Conveniência: para que serve a pesquisa?
02
Relevância social: Quem se beneficiará com os resultados da pesquisa? De
que modo? Qual o alcance social da pesquisa?
03
Implicações práticas: A pesquisa ajudará a resolver algum problema real?
04
Valor teórico: Com a pesquisa, alguma brecha de conhecimento será
preenchida? A informação obtida pode servir para comentar, desenvolver ou
apoiar uma teoria?
05
Utilidade metodológica: A pesquisa ajuda a definir um conceito, variável ou
relação entre variáveis? A pesquisa sugere como estudar mais
adequadamente uma situação?
O que se pretende, enfim com a justificativa é oferecer,
nos dizeres de Antônio Raimundo Santos (2007, p. 93),
motivos suficientes para que algo aconteça e mereça uma
investigação científica.
Atividade
Agora que você já sabe como construir objetivos para sua pesquisa,
bem como a sua justificativa, com base nos critérios sugeridos, realize
a seguinte tarefa: 
 
1. Tomando como ponto de partida o tema e o problema formulado, quais são
os objetivos (geral e específicos) de sua pesquisa? 
 
2. Como justificar a sua pesquisa? Qual a relevância social? Por que você
escolheu este tema e não outro? Reflita sobre sua escolha e elabore de
maneira discursiva sobre a opção, a importância e atualidade do tema
escolhido. 
 
3. Dando continuidade aos exercícios anteriores, coloque a resposta após as
respostas dos primeiros exercícios das aulas anteriores. Dessa maneira, você
está elaborando o seu anteprojeto de pesquisa de acordo com seus elementos
essenciais: tema, problema, hipótese, objetivos (geral e específicos) e
justificativa.
Referências
BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2010.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO Pilar B. Metodologia da pesquisa.
3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO Pilar B. Metodologia da pesquisa.
3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
SANTOS, Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7.
ed. Rio de Janeiro: lamparina, 2007.
Próximos Passos
• A construção do embasamento teórico e metodologia da pesquisa.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso
de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no
ambiente de aprendizagem.
Metodologia da pesquisa em Direito
Aula 1: A pesquisa e o conhecimento científico
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a importância e aplicação da pesquisa científica, bem como
os tipos de pesquisa com base em objetivos e procedimentos. Este estudo se justifica
na importante tarefa de elaborar um Trabalho de Conclusão de Curso - TCC.
Diante dessa realidade, tomamos como ponto de partida o tema pesquisa para, com
isso, disponibilizar ferramentas que auxiliem as pesquisas acadêmicas, minimizando
as dificuldades encontradas na etapa final dos cursos universitários.
Objetivos
Avaliar a importância e aplicação da pesquisa científica;
Diferenciar os tipos de pesquisa com base em objetivos e procedimentos.
Metodologia da Pesquisa
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de graduação objetiva alcançar uma
qualificação teórica e metodológica dos graduandos (BOAVENTURA, 2009, p.
20). Sua elaboração exige um cuidadoso processo de pesquisa que se inicia
com a definição do tema, sua delimitação, investigação bibliográfica,
atendendo às orientações da ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Em nossa disciplina, vamos refletir sobre esse importante momento para a
sua formação, com destaque em uma postura reflexiva, crítica e criadora, sem
descuidar de uma especulação filosófica, concernente à Ética na construção de
um pensamentocientífico com autoria.
A disciplina objetiva, assim, fornecer instrumentos capazes de conduzi-lo por
caminhos seguros para o rigor científico requerido pela universidade. Nesse
sentido, o ponto de partida para a tarefa começa pelo tema Pesquisa.
 Pesquisa em gráficos. Fonte: Thanakorn.P/Shutterstock
Você saberia dizer o que é Pesquisa?
É um trabalho para entregar ao seu professor? 
É a cópia de vários textos e vários livros
investigados? 
Impressão de tudo o que você acha na Internet
sobre determinado assunto? 
A Internet é confiável? 
Qual o resultado que se espera ao término de
uma Pesquisa? 
A Pesquisa precisa ser original, ou um resumo
do que já foi produzido?
Desmistificando o conceito de Pesquisa!
Vamos conhecer algumas definições? 
 
Pesquisa:

(...) atividade intelectual intencional que visa
responder às necessidades humanas. (...) Pesquisar é o
exercício intencional da pura atividade intelectual,
visando melhorar as condições práticas de existência.
SANTOS, 2007, 17-20

A pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático,
controlado e crítico que permite descobrir novos fatos
ou dados, soluções ou leis, em qualquer área do
conhecimento. Dessa forma, a pesquisa é uma
atividade voltada para a solução de problemas por
meio dos processos do método científico. Podemos,
assim, indicar os três elementos que caracterizam a
pesquisa: a) o levantamento de algum problema; b) a
solução à qual se chega; c) os meios escolhidos para
chegar a essa solução, a saber, os instrumentos
científicos e os procedimentos adequados.
RAMPAZZO, 2005, p.49

Uma definição pertinente de pesquisa poderia ser:
diálogo inteligente com a realidade, tornando-se como
processo e atitude, e como integrante do cotidiano. (...)
Diálogo é fala contrária, entre atores que se encontram
e se defrontam.
DEMO, 2009, p.37

Pesquisar é pensar, refletir, ler, discutir, perguntar,
criticar, descobrir, enfim, é buscar uma visão, uma
explicação, uma ideia, uma solução para as perguntas e
problemas que nos movimentam e interessam; é
construir, formar e organizar um pensamento (próprio
ou não); é alcançar um resultado que apazigue ou que
confirme a inquietude inicial. Saber pesquisar é uma
maneira para enfrentar qualquer desafio novo, e a vida
dos profissionais é uma constante renovação destes
desafios.
MARQUES, 2003
Segundo Pedro Demo (2009) pesquisar coincide com criação e emancipação.
Através da pesquisa se estabelece um verdadeiro diálogo com a realidade nos
permitindo construir uma consciência crítica, um espírito crítico. Por isso, não
se trata de copiar o que já foi dito, mas reconstruir oferecendo novas
possibilidades.
O processo da pesquisa não está reservado a poucos, mas integra o caminho
de todo o estudante universitário. Para tanto, é preciso conhecer a trajetória
acadêmica, ter o domínio das técnicas, o manejo dos dados e o
conhecimentos das regras de formatação – as regras do jogo.
Podemos concluir que toda pesquisa é: 
• Um procedimento reflexivo;
• Um procedimento sistemático,
• Um procedimento crítico;
• Uma atividade voltada para a solução de problemas.
 Pesquisa é um procedimento sistemático.
Fonte: hvostik/Shuttersttock
Três elementos caracterizam a pesquisa:
1
O levantamento de algum problema.
2
A solução à qual se chega.
2
Os meios escolhidos para chegar a essa solução.
A pesquisa pressupõe o conhecimento dos conteúdos mais importantes, a
atualização nas polêmicas teóricas, a precisão no uso dos conceitos e a
criatividade na interpretação. 
 
Como afirma Pedro Demo (2009), quem não pesquisa apenas reproduz ou
apenas escuta.
Por que pesquisar?
Na vida, encontramos muitas razões que direcionam um profissional a realizar
uma pesquisa. Na universidade, a pesquisa assume um lugar de destaque. É
indiscutível que o ensino sempre foi considerado uma atividade primordial da
universidade, desde a Idade Média. Todavia o princípio que relaciona ensino e
pesquisa foi apresentado por Wilhelm Von Humboldt, na ocasião que criou a
Universidade de Berlim, em 1810, introduzido no ensino brasileiro em 1968,
para enriquecer a atividade universitária (BOAVENTURA, 2009, p. 20). Nesse
sentido, a nossa trajetória tem mostrado que essa relação se tornou um
instrumento útil de qualificação teórica para os estudantes.
 Laboratório em universidade. Fonte:
hvostik/Shuttersttock
O ponto de partida!
Para iniciar uma pesquisa é preciso conhecer os tipos disponíveis. E, nesse
sentido, uma classificação com base em critérios poderá ser útil. Nesse
processo alguns cuidados são recomendáveis. Encontramos em farta literatura
sobre o assunto uma classificação do ponto de vista de:
• Sua natureza, ou seja, essência;
• Sua abordagem, que significa forma de tratar alguma questão;
• Seus objetivos, entenda-se finalidade ou motivo;
• Seus procedimentos, que se traduz no sentido de maneiras de agir ou
instruções.
Recomendamos a você que estude o significado de cada um, considerando a
pesquisa que terá de realizar.
 Grupo de jovens pesquisa em universidade. Fonte: GaudiLab/Shutterstock
Classificação da Pesquisa
Do ponto de vista da sua natureza, ou seja, aquilo que compõe a substância
do ser ou essência da pesquisa.
Pesquisa Pura: Pesquisa Aplicada:
• Objetiva gerar conhecimentos novos úteis
para o avanço da ciência sem aplicação
prática prevista. 
• Envolve verdades e interesses universais. 
• Motivada basicamente pela curiosidade 
intelectual do pesquisador.
• Objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. 
• Envolve verdades e interesses locais.
 
 
 
 
 
 
Do ponto de vista de sua abordagem, o que significa dizer modo de tratar ou
ponto de vista de uma questão.
Pesquisa Quantitativa: Pesquisa Qualitativa:
• Traduz em números opiniões e
informações para classificá-los e organizá-
los. 
• Utiliza métodos estatísticos.
Neste enfoque não há medição numérica,
como as descrições, mas o seu propósito
está em reconsiderar ou reconstruir a
realidade observada. 
 
Assim: 
• Considera a existência de uma relação
dinâmica entre mundo real e o sujeito. 
• Busca dar significado às relações entre os
fenômenos.
Do ponto de vista dos objetivos, ou seja, quanto ao seu fim, propósito:
Exploratória
É considerado o passo inicial de qualquer pesquisa. Trata-se de uma
observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade. 
 
Neste modelo temos a possibilidade de aprimoramento de ideias. Geralmente,
neste tipo de pesquisa há o levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e
análise de exemplos.
Descritiva
O objetivo principal é descrever as características de algum fenômeno
observado, descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão
com outros fenômenos. 
 
Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais. 
 
Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e
correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis), sem manipulá-los.
Explicativa
O objeto está em identificar os fatores que determinam ou contribuem para a
ocorrência dos fenômenos. Neste modelo, temos um efetivo aprofundamento
de conhecimentos, porque busca entender ou explicar as razões das coisas, o
que amplia o entendimento. Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a
continuação de uma descritiva ou exploratória.
Quanto aos procedimentos, significa maneira de agir, modo de proceder,
modo de fazer (algo), técnica, processo ou método. Assim, vejamos:
Pesquisa bibliográfica
Trata-se de uma etapa fundamental em todo trabalho científico que
influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no
levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações
relacionadas à pesquisa. Bibliografia é o conjunto dos livros escritos
sobre determinado assunto, por autores conhecidose identificados ou
anônimos. 
 
Segundo Carlos Antônio Gil (1991, p.48): 
 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas.
Pesquisa documental
Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem
ser: documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes,
microfilmes, fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos
estatísticos e outros. Há uma análise da descrição do conteúdo manifesto
para se alcançar uma rede de significados. Em ciência, documento é toda
forma de registro e sistematização de dados, informações, colocando-os
em condição de análise por parte do pesquisador.
Pesquisa de campo
É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um
fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes
e observações. Segundo Antônio Joaquim Severino (2007, p. 123), na
pesquisa de campo “o objeto é abordado em seu próprio meio. A coleta
de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem,
sendo assim diretamente observados”.
Histórica
Descreve o que já aconteceu, sob a forma de investigação, registro,
análise e interpretação de fatos ocorridos no passado, para poder
compreender o presente. Os dados podem ser coletados em: fontes
primárias - quando o investigador foi o observador direto dos eventos ou
utiliza materiais de primeira mão; fontes secundárias - quando os
eventos foram observados e reportados por outras pessoas e não
diretamente pelo investigador. Neste caso, os dados exigem cuidadosa e
objetiva análise a fim de avaliar sua autenticidade e relevância. Você já
reparou que os filmes de época exigem um estudo histórico prévio?
Vamos verificar.
Comparada
Procura estabelecer semelhanças e diferenças entre situações,
fenômenos e coisas, por meio de relações entre os elementos que são
comparados.
Estudo de caso
É o estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas
como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão,
uma comunidade ou um país. O estudo de casos constitui-se numa
metodologia de ensino participativa, voltada para o envolvimento do
aluno. Os casos apresentam situações em que empresas e pessoas reais
precisam tomar decisões sobre um determinado dilema. A condução do
método envolve um processo de discussão, em que alunos devem se
colocar no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar alternativas para
o problema, e propor um curso de ação.
Atividade
Utilize os números para correlacionar os tipos de pesquisa aos trechos
abaixo:
a) A construção de um plano estratégico de marketing para uma
empresa de pequeno porte: o caso do recanto do sorvete - Tiago Nemuel
Custódio . A pesquisa objetivou analisar a importância do planejamento
estratégico para as organizações, principalmente às empresas de
pequeno porte, caracterizando o plano de marketing como um elemento
fundamental conectado às diretrizes do plano global da empresa. A
metodologia utilizada na primeira etapa constituiu-se de caráter
exploratório. O modelo desenvolvido por Westwood foi selecionado pelo
autor e adaptado como referencial para confecção do plano de marketing
sugerido ao Recanto do Sorvete. A segunda etapa da pesquisa foi de
caráter descritivo, apontando a organização como exemplo de estudo de
caso. Verificou-se que o plano de marketing é possível de ser
implementado, desmistificando o paradigma de que os planos são
aplicados somente às organizações de grande porte, pois a pequena
empresa também deve crescer baseada na cultura do planejamento.
b) ANDRADE, G.R.B.; VAITSMAN, J. Apoio social e redes: conectando
solidariedade e saúde. O objetivo da pesquisa foi analisar como se dão as
complicadas relações entre a cultura baiana, a comunidade Candeal e
Carlinhos Brown (artista baiano percursionista) nas gestões das
organizações. Foram realizadas entrevistas e observação participante.
c) ROLNIK, R. Exclusão territorial e violência. A pesquisa explora o nexo
entre urbanização de risco e violência urbana, utilizando a experiência
concreta de diferentes cidades no Estado de São Paulo. A base empírica
do estudo é uma pesquisa estruturada para avaliar o impacto de
regulação urbanística no funcionamento de mercados residenciais nas
cidades investigadas com mais de 20 mil habitantes.
d) Enfim, células embrionárias em teste. A primeira experiência com
seres humanos começa nos EUA. Renato Grandelle – O Globo
(12/10/2010). Um experimento histórico acaba de sair do papel. A Geron
Corp., única empresa com aval do governo para testar terapias de
células-tronco embrionárias em seres humanos. (...) Sua pesquisa é
voltada para lesões de medula espinhal, um problema que atinge 12 mil
pessoas por ano nos EUA. As causas mais comuns são acidentes de
carro, quedas, ferimentos provocados por tiros ou pela prática de
esportes.
e) GLEISER, M. Criação Imperfeita. 3. ed. Rio de janeiro: Record, 2010,
p. 41. Minimizar a importância e o poder da fé na vida das pessoas é um
erro grave. Aqueles que acham que a tecnologia necessariamente leva a
uma sociedade cada vez mais secular deveriam das uma boa olhada em
torno. (...) Os incríveis avanços científicos dos últimos quatro séculos não
criaram grandes mudanças no número de fiéis, mesmo se comparamos
com a Grécia ou o Egito Antigos. (...) Quantas pessoas já não passaram
por este mundo, ricas e pobres, reis e escravos, famosas e
desconhecidas, belas e feias, pessoas que amaram e foram amadas, que
sentiram alegria e dor, e que agora são apenas punhados de pó? Será
que é só isso? Será que vivemos, amamos e sofremos para sermos
esquecidos após algumas gerações? GLEISER, M. Criação Imperfeita. 3.
ed. Rio de janeiro: Record, 2010, p. 41.
f) História da Guerra de Canudos, o líder Antônio Conselheiro, o
messianismo no Nordeste do início da República, conflitos sociais na
História do Brasil. A situação do Nordeste brasileiro, no final do século
XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono
político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais
carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso,
desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no
sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um
ano, até 5 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da
Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado
por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego (Fonte:
http://www.historiadobrasil.net/guerracanudos/).
g) A ciência que eu faço. Estamos realizando uma série de entrevistas,
no formato de filmes de curta duração, voltadas para professores
e estudantes do ensino fundamental e do ensino médio, mostrando a
ciência que se faz no nosso país, especialmente nas Unidades de
Pesquisa ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT. Além de
depoimentos, os entrevistados falam de suas trajetórias profissionais e
do despertar para uma carreira científica. Essa é uma iniciativa
do MCT, por meio do seu Escritório Regional no Sudeste e com o apoio do
seu Departamento de Popularização e Difusão de C&T (Fonte:
http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/2796.html).
h) Machado de Assis: um dos mais importantes escritores brasileiros.
Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes
escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em
21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de
preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta.
Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu
francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e
funcionário público. Publicou seuprimeiro poema intitulado Ela, na
revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas
revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras e seu primeiro presidente. Podemos dividir as obras
de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica)
os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo
o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus
livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição
(1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá
Garcia(1878) (Fonte: http://www.suapesquisa.com/machadodeassis/).
i) Etnologia Indígena: Brasil - Austrália - Canadá: com pesquisas
etnográficas. Trata-se de desdobrar um projeto de pesquisa sobre
etnologia indígena em diferentes Estados nacionais, comparando, neste
caso específico, os estilos de etnologia indígena na Austrália e no Canadá
a partir do estilo de etnologia indígena que se faz no Brasil. A pesquisa
etnográfica focaliza o tema de etnicidade e nacionalidade entre povos
indígenas em fronteiras internacionais, tomando o caso das comunidades
indígenas Makuxi e Wapichana ao longo da fronteira internacional entre
Roraima, Brasil e as Regiões 8 e 9 da República Cooperativista da Guiana
(Fonte: http://vsites.unb.br/ics/dan/geri/index.php?page=3.5).
Referências
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MARQUES, Cláudia de Lima. Pesquisa de iniciação científica: da inquietude ao
sucesso! Palavra do orientador. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/propesq/informativo/ic04/orientador.htm. Acesso em: 14 mar.
2003.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de pós-graduação e
pós-graduação. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
SANTOS, A. R. Metodologia científica. A construção do conhecimento. RJ: Lamparina,
2007.
SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.
Próximos Passos
• A escolha de um tema para pesquisa;
• A delimitação do tema da pesquisa.
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de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no
ambiente de aprendizagem. 
Acesse sites interessantes para referências bibliográficas:
• Scielo Scientific Eletronic Library <http://www.scielo.org/php/index.php?
lang=pt>
• Google Livros <https://books.google.com.br/>
• Google Acadêmico <https://scholar.google.com.br/>
• Bibliotecas virtuais <http://cabana-on.com/Biblioteca/biblio.html>
• Portal Domínio Público <http://www.dominiopublico.gov.br>

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