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Ética e Moral no Setor Público - com Exercício

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1 Ética e Moral.
2 Princípios e Valores Éticos. 
3 Ética e Democracia: exercício da cidadania. 
4 Ética e Função Pública. 
5 Ética no Setor Público. 
5.1 Código de Ética Profissional do Serviço Público – Decreto n.º 1.171/94. 
5.2 Exercicos e questoes de concurso sobre Ética
2 
1 Ética e Moral 
 
MORAL E ÉTICA: DOIS CONCEITOS DE UMA MESMA 
REALIDADE 
 
A confusão que acontece entre as palavras Moral e 
Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos 
gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa 
modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, 
significando costumes. 
Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento 
dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam 
o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são 
adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim 
explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a 
própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório. 
Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um 
“conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em 
relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, 
outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem 
deve se comportar no seu meio social. 
A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a 
consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em 
que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de 
agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras 
tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de 
cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a 
agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por 
convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e 
reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a 
outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação 
humana, o conhecer e o agir são indissociáveis. 
Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante 
do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam 
com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se 
julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas 
são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem 
que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o 
comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, 
então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um 
julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz 
das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento 
Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: 
explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade. 
A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois 
as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral 
também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando 
realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente. 
Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral 
como um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são 
regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a 
comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter 
histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma 
convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou 
impessoal”. 
Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem 
livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu 
livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele 
apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, 
e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste 
modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade. 
ÉTICA E MORAL 
Qual a diferença entre moral e ética? 
 
Em primeiro lugar, observe-se a origem das palavras. „Ética“ vem do 
grego „ethos“, e significa hábito. „Moral“ vem do latim „mores“ e 
significa „hábito, costumes“. Ou seja, do ponto de vista puramente 
filológico não haveria motivo para se distinguir as duas expressões (a 
não ser, é claro, que se faça estudos filológicos muito precisos e se 
estude a diferença entre o significado de „ethos“ para gregos e „morus“ 
para os latinos). 
 
Fato é que mesmo no mundo filosófico existe um certo caos 
terminológico neste respeito. Especialmente na tradição teológica: o que 
os protestantes chamam de ética, os católicos chamam de moral.Em 
geral, procura-se seguir a seguinte distinção: enquanto a moral é uma 
ciência descritiva (descreve como os seres humanos de uma determinada 
cultura de fato agem) a ética é normativa (ele determina como eles 
deveriam agir). Dando um exemplo: sair nu pela Rua da PRAIA(RUA 
MOVIMENTADA EM PORTO ALEGRE. (em geral não se faz isso), 
mas não antiético (afinal, não se está fazendo mal a ninguém!). Mas 
observe: nem todos os filósofos fazem tal distinção: o grande Kant, por 
exemplo, tende a usar „moral“ no sentido que aqui explico como 
„ética“! Portanto: sempre observe de quem se está a falar. 
 
Além disso, as coisas não são tão fáceis como na distinção proposta: o 
que em geral não se faz numa sociedade pode ser prejudicial e assim 
talvez automaticamente anti-ético (a nudez na Rua:DA PRAIA(RUA 
DE MAIOR MOVIMENTO DE PESSOAS EM PORTO ALEGRE), 
poderia estar pervertendo adolescentes, levando-os para um „mau 
caminho“, por exemplo, e isto já seria antiético). Além disso chama-se 
ética, em geral, diferindo novamente da moral, a ciência que trata apenas 
do conhecimento natural (não aquele revelado por Deus na Bíblia) sobre 
o Bem e o Mal. Ou seja, um ateu deveria por si só, sem crer na Bíblia, 
saber o que é Bem e o que é Mal. A ética se basearia portanto apenas na 
capacidade individual e natural da razão. 
 
MORAL E ÉTICA 
 
 
 
Nada mais belo e cativante quando buscamos inspiração para 
executarmos uma tarefa, por mais singela que seja. São nessas 
obrigações acadêmicas que temos a oportunidade de mostrar, aquilo que 
foi assimilado em sala de aula, a dedicação de quem repassa e a 
assimilação de quem aprende. Falar em moral nos dias atuais é meio 
complicado ou complicado e meio, seria talvez uma deletéria função que 
destrói ou danifica; prejudicial, danoso: nocivo à saúde: que corrompe 
ou desmoraliza, para os que não são acostumados a ela, e bastante 
altruístas para quem prima pela mesma. É como espírito de 
responsabilidade e funcionalidade que estou tentando “apor” os 
questionamentos, em número de nove, a disposição de minha memória 
incontida, mas muitas vezes falha. A realidade é o preço da dignidade 
humana. É estimulo para os doentes de presunção. É a bússola imantada 
à busca do azimute magnético (direcionamento). É tudo. 
Que é o Senso Moral? Dê exemplos? 
É uma situação que o ser humano passa nascendo ou evoluindo de uma 
opção para que não classificar de uma dicotomia, método de 
classificação em que cada uma das divisões e subdivisões não contém 
mais de dois termos. 
Uma repartição dos honorários médicos, à revelia do doente, entre o 
médico assistente e outro chamado por este. Aspecto de um planeta ou 
de um satélite quando apresenta exatamente a metade do disco 
iluminada. Divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em 
geral contrários, que lhe esgotam a extensão. Ex.: animal = vertebrado e 
invertebrado. Tipo de ramificação vegetal em que a ponta do órgão 
(caule, raiz, etc.) se divide repetidamente em duas porções idênticas, e 
que é próprio dos talófitos e briófitos, sendo muito raramente observado 
nas plantas floríferas; dicopodia. Princípio que afirma a existência única, 
no ser humano, de corpo e alma. 
É bom frisar que algumas dessas significações não se enquadram bem, 
principalmente no assunto que estamos diluindo. No nossocaso seria o 
bem e o mal. O exemplo que mais se afine com o questionamento 
(opinião minha), seria o livre-arbítrio. Podemos nos prolongar ainda 
acrescentando que também são ações que dependem de nós mesmos, de 
nossa capacidade de avaliar e desenvolver e discutir, nesta aposição 
poderá ser citado como exemplo a educação familiar, a colegial, o meio 
social, os amigos, vícios e os procedimentos de cada ser. No Senso 
Moral não somos levados a agir por outros ou obrigados por eles. É 
visível esta colocação, se somos levados a agir por outros ou obrigados 
por eles, à conseqüência natural será a exterminação cruel de nosso 
Senso Moral, transformando-o em imoral com certeza. Nos assassinatos 
por encomenda o mandante consegue dominar o Senso Moral do que vai 
efetuar o crime, domina seu senso moral através do convencimento e do 
dinheiro, mesmo que isto venha a lhe custar caro. Pode ser a avaliação 
do certo e errado, esta avaliação será feito por mim ou por outrem. A 
conduta do ser humano é constantemente avaliada, juizes todos são, 
3 
mérito não se compra, adquire e com muito sacrifício e grandeza da 
alma depende de muitos fatores, sociais e religiosos. 
*Que é a Consciência Moral? Dê exemplos? 
Quando o Senso Moral falha a Consciência moral se ressente e de 
pronto. Quando faço algo de errado vem o sentimento de culpa e a 
minha consciência fica atribulada, minhas atitudes acabrunhadas e o 
resultado quando para combater o resultado, que é o arrependimento, é 
dar a volta por cima e praticar uma boa ação. A educação familiar, O 
convívio, as amizades, uma boa escolarização e uma relação saudável, a 
ausência de estresse, angústias, preocupações, depressões e outras 
mazelas contribuem para convivermos bem ou mal com a consciência 
moral. As nossas decisões extemporâneas, os conflitos, devem assumir a 
consciência pelos atos que praticamos. Não poderemos deixar que a 
avaliação, certa ou errada transforme nossa vida e passarmos a outro 
fator chamado dilema moral. Pelo que expomos chegamos à conclusão 
que normalmente um fato, uma conseqüência tem ligação direta ou são 
compactuadas. 
A que se refere o Senso Moral e a Consciência Moral? 
Como citei antes nas entrelinhas deste trabalho estas duas palavras estão 
interligadas e vai desembocar de maneira violenta ou não no Senso 
Moral. A importância é por demais real que Põe em prova nossa 
consciência moral, a idéia de liberdade do agente causador e 
paralelamente às relações que mantemos com os outros, ou seja: O 
sujeito moral. É muito comum pessoas confundirem moral com 
costumes, com a tradição cultural de um determinado povo, com código 
de leis, regras, com as obrigações e deveres impostos pela sociedade, 
pela igreja e pelo governo. Boa pergunta: quem seria o sujeito moral na 
minha ótica, posso até estar equivocado, mas é a pessoa que convive 
diariamente com estas nuances e sofrendo as conseqüências delas. Quais 
nossas relações com a Moral? É uma situação estritamente, vinculante. 
Muitas das vezes não conseguimos fazer distinção e desvencilharmos, é 
um ponto sem nó, apesar de a nossa consciência trabalhar com 
responsabilidade e avaliar e julgar nossas ações, o nosso agir passa 
sempre pelo crivo da análise e avaliação dela. Parar para pensar é bom, 
não, é ótimo. Só que as pessoas de um modo geral possuem a velha 
preguiça mental. 
Qual o principal pressuposto da Consciência Moral? 
A consciência moral é resultado operativo de nosso Senso Moral. É a 
subjetividade valorativa que adquirimos no processo de formação 
familiar, escolar e nas relações cotidianas. O ser humano está nesta 
batalha dia-a-dia, poderá torná-lo forte, experiente ou então totalmente 
desvalorizado. Quantas vezes julgamos a conduta das pessoas? Inúmeras 
vezes. Podemos também afirmar que as ações podem ser legais ou não, 
lícitas ou ilícitas dependendo de quem as praticam. Se nos damos conta 
de que isso está presente em nossa vida, esta intuição nos leva a questão 
central da moral. Os principais pressupostos da Consciência moral são 
as próprias morais, pois se a moral não existisse não existiriam também 
as ações. Consciência é natural de nosso ego, da introspecção, ele vem 
de dentro para fora e de fora para dentro. Esta na qualidade do ser, nos 
sentimentos morais, nas avaliações de conduta, nas decisões que 
tomamos por nossa livre e espontânea vontade e agir de acordo com 
normas e decisões e responder perante elas e perante os outros. É o 
assumir o que fez, é a responsabilidade. 
O que é Juízo de Fato e de Valor? Dê Exemplos? 
São dois juízos que se confrontam e podem causar polêmicas. Coisa ou 
ação feita; sucesso, caso, acontecimento, feito. Aquilo que realmente 
existe que é real. Fato jurídico. Acontecimento de que decorrem efeitos 
jurídicos, independentemente da vontade humana (por oposição a ato). 
De fato. Com efeito; realmente, efetivamente; de feito, e estar ao fato de 
ciência com o que acontece; ser sabedor da distinção do que seria fato e 
valor? Leitura atenta dá para decifrar e incluir ou nominar a sinonímia 
correta. Já o valor pode ser considerado como qualidade de quem tem 
força; audácia, coragem, valentia, vigor; qualidade pela qual 
determinada pessoa ou coisa é estimável em maior ou menor grau; 
mérito ou merecimento intrínseco; valia; importância de determinada 
coisa, estabelecida ou arbitrada de antemão; o equivalente, em dinheiro 
ou bens, de alguma coisa; preço; poder de compra; papel; validade; 
estima apreço; importância, consideração; significado rigoroso de um 
termo; significância. Mas na concepção dos estudiosos: juízo de fato é 
aquele que diz algo que existe, diz o que as coisas são como são e 
porque são. Imitando o velho jargão popular: “matando a cobra e 
mostrando o pau”. Já o Juízo de Valor pode avaliar as coisas, pessoas, 
ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estado de espírito, 
intenções e decisões. 
Pelo que vemos e notamos o Juízo de Valor e é mais criterioso não 
desconsiderando o de fato. Tem outras qualidades entre elas às 
normativas e avaliativas. As diferenças entre um e outro pode estar na 
natureza e na cultura das pessoas, da população, das classes sociais, na 
sociedade que tende a neutralizá-los, isto porque a sociedade em si é 
injusta e egoísta. 
Por que os juízos de Valor são Normativos? 
Este questionamento praticamente já foi respondido, mas nunca é tarde 
revisar conceitos. Por que enunciam normas que determinam o dever 
ser, de nossos sentimentos, atos e comportamentos. É um regulamento, é 
uma lei que obriga todos andarem na linha, corretos, obediente, 
conhecedores de seus direitos e deveres e não agir assim será com 
certeza discriminada pela sociedade e por ela punida. Eles avaliam as 
nossas intenções e ações do correto e do incorreto para não dizer errado, 
nos dizem o que é bem e mal ou o que são; o mal e a felicidade. Os 
normativos também estão entre os éticos: sentimentos, intenções, atos e 
comportamentos devem ter ou fazer para alcançarmos o bem e a 
felicidade; olha que não é fácil. O povo brasileiro está carente de afeto e 
a fraternidade e a caridade cairia muito bem neste momento crucial. A 
origem destes juízos está nos atos e fatos do cotidiano, e no sentimento e 
na responsabilidade dos que fazem as leis que nos julgam absolvendo ou 
punindo, toldando nossa liberdade. 
Explique origem da diferença entre Juízo de Fato e Juízo de Valor? 
A diferença entre um e outro já pode está inserida nas entrelinhas, 
porém vamos tentar colocar da maneira mais simples a diferente dos 
dois, e que, não sejam prolixos, nem rebuscados. O juízo de fato é 
aquele que exprime sensação de concreto, algo que está a nosso alcance, 
as coisas são como foram feitas, nem existe variáveis para elas, e de 
lambuja ainda se dá o direito de uma explicação gratuita de como são 
(Constituição, formação, qualidade). É um tiro certeiro, não há meio 
termo. Já o Juízo de Valor é mais intelectualizado, atingem e avaliam as 
nossas coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos,sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões. Tem poder de 
decisão pelo exposto acima. 
O que é Naturalização da Vida Moral? 
A naturalização da vida está arraigada nos pressupostos aqui 
enunciados, é um somatório do que chamamos de moral, sendo que esta 
moral pode ser qualidade e destrinchada, caso haja necessidade. Somos 
educados para enfrentar a vida moral, pois está abarrotada por 
sentimentos de solidariedade, fraternidade e respeito pelo ser humano. A 
moral se forma na história de vida cotidiana. Podemos até citar uma 
passagem bíblica quando Jesus afirma: “Amar o próximo como a si 
mesmo”. Quem pratica com avidez e seriedade as normas acima 
enunciadas pode ter certeza de que está naturalizando a Vida Moral, 
quem não procede assim vai esbarrar no Dilema e na Consciência 
Moral. 
Explique o Sentido das Palavras Moral e Ética. 
Explicar moral e ética pode gerar um conflito de opiniões: porém 
existem nuanças que diminuem ou extinguem estas particularidades. 
Moral pode ser definida a nossa consciência e as qualidades boas que 
temos entre elas o respeito pela vida, ao ser humano, fraternidade, 
solidariedade e a moral é formada numa universidade da vida: “O 
Cotidiano”. Pode variar de pessoa a pessoa, pois todo ser humano não 
possuem as mesmas qualidades, há uma variação muito grande, talvez 
exagerada. Ética nada mais é do que o estudo dos juízos de apreciação 
referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista 
do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de 
modo absoluto. Está cimentada no bem e na moral. Para confeccionar 
este trabalho tive que usar a moral, o senso moral, a ética, a consciência 
e fazer um trabalhado relativo, senão iria cair no dilema moral. 
 
Comentários: 
 
Não tenho dilema moral, pois não posso julgar o esquecimento 
momentâneo, como moral, e sim mais de constituição orgânica. Apesar 
de ser possuidor desta síndrome procuro sempre está abalizado, lendo, 
relendo para que minha memória e consciência não atinjam um patamar 
dilacerante. Este trabalho foi um trabalho misto de pesquisa, de 
sabedoria, de conotação própria e de uma qualidade que não podemos 
colocar em xeque. Foram nove questionamentos bem preparados, que 
nos deixou a vontade para “apormos” nossas idéias e também emitir 
opiniões sobre o assunto. Estamos precisando cada vez mais de tarefas 
deste naipe. Aqui assimilamos o que é de bom no comportamento do ser 
humano, bem como saber como ele é possuidor de um livre-arbítrio. 
4 
Seus sentimentos, suas ações, personalidade, educação, sociedade e o 
permeamento de homem com a finalidade que Deus o criador, de 
sempre evoluir e não retrogradar. 
Ética, Moral e Direito 
É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do 
Direito. Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm 
grandes vínculos e até mesmo sobreposições. 
 Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam 
estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, 
porém, se diferenciam. 
 A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como 
uma forma de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das 
fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer 
se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. 
 O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade 
delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial, 
elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma determinada 
população ou seus delegados vivem. O Direito Civil, que é referencial 
utilizado no Brasil, baseia-se na lei escrita. A Common Law, dos países 
anglo-saxões, baseia-se na jurisprudência. As sentenças dadas para cada 
caso em particular podem servir de base para a argumentação de novos 
casos. O Direito Civil é mais estático e a Common Law mais dinâmica. 
 Alguns autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. 
Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente 
aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre 
a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argumentos 
morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um 
exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma 
mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes. 
 A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos 
da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e 
pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não 
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza. 
Afinal, o Que é Ética? 
"A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não 
são fáceis de explicar, quando alguém pergunta".(VALLS, Álvaro L.M. 
O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7) 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo 
dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível 
de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à 
determinada sociedade, seja de modo absoluto". 
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: 
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; 
2. Ética é permanente, moral é temporal; 
3. Ética é universal, moral é cultural; 
4. Ética é regra, moral é conduta da regra; 
5. Ética é teoria, moral é prática. 
Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e tem seu 
correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou 
relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e 
moral são palavras sinônimas. 
Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente 
assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os 
pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, 
Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc. 
Passo a considerar a questão da ética a partir de uma visão pessoal 
através do seguinte quadro comparativo: 
 
Ética Normativa Ética Teleológica Ética Situacional 
Ética Moral Ética Imoral Ética Amoral 
Baseia-se em princípios e regras morais 
fixas 
Baseia-se na ética dos fins: "Os fins 
justificam os meios". 
Baseia-se nas circunstâncias. Tudo é 
relativo e temporal. 
Ética Profissional e Ética Religiosa: As 
regras devem ser obedecidas. 
Ética Econômica: O que importa é o 
capital. 
Ética Política: Tudo é possível, pois em 
política tudo vale. 
 
Conclusão: 
Afinal, o que é ética? 
ÉTICA É ALGO QUE TODOS PRECISAM TER. 
Alguns dizem que têm. 
Poucos levam a sério. 
Ninguém cumpre à risca... 
 
ÉTICA E ASSÉDIO MORAL: UMA VISÃO FILOSÓFICA 
 
1 – INTRODUÇÃO 
O assédio moral nas relações de trabalho é um fenômeno que vem 
ocorrendo com freqüência, tanto na iniciativa privada quanto nas 
instituições públicas. 
Na verdade, o assédio moral nada mais é do que a imposição aos 
trabalhadores de situações constrangedoras e vexaminosas, no 
transcorrer de sua jornada de trabalho, ou mesmo em razão desta, de 
maneira reiterada e contínua, perfazendo uma relação de submissão, 
onde há a gradual degradação dos sentimentos internos do trabalhador, 
em virtude da desestabilização do ambiente de trabalho. Esta relação é 
mais comum envolvendo posições hierárquicas (chefe x subordinado); 
mas que também pode ser imposta dentro da própria relação entre pares 
(colegas de trabalho) e, excepcionalmente na modalidade ascendente 
(subordinado x chefe). 
As repercussões do assédio moral no cotidiano do trabalhador são 
avassaladoras, gerando danos físicos e psicológicos tão surpreendentes 
que podem até mesmo resultar na loucura ou morte, tanto por razões 
clínicas quanto por suicídio. A capacidade laborativa do trabalhador é 
atingida sobremaneira e, quando este permanece na empresa, esta 
também é prejudicada, uma vez que um de seus integrantes não possui 
as condições ideais para continuar realizando sua produção com 
qualidade. 
Importantes pesquisas na área desaúde têm comprovado os efeitos 
danosos do assédio moral. Em especial podemos referenciar as 
pesquisas realizadas por Heinz Leymann e Andrea Adams. Mais 
recentemente destacam-se os trabalhos realizados pela Drª. Marie-
France Hirigoyen, autora de duas importantes obras sobre o tema; pela 
Drª. Margarida Barreto, que em sua dissertação de mestrado em 
Psicologia Social, na PUC-SP, entrevistou cerca de 2.000 trabalhadores 
de 97 grandes indústrias paulistas, que de alguma maneira tinham 
passado pela experiência do assédio moral; além das pesquisas 
realizadas pela Organização Internacional do Trabalho, que traz 
informações alarmantes acerca da saúde mental no trabalho na 
Alemanha, EUA, Polônia, Finlândia e Reino Unido. Para se ter uma 
idéia, em razão principalmente dos danos causados pelo assédio moral 
nas relações trabalhistas, os Países da União Européia gastam de 3% a 
4% de seu PIB com problemas envolvendo a saúde mental dos 
trabalhadores. Os EUA desembolsam de 30 a 44 milhões de dólares 
anuais com tratamento da depressão associada aos trabalhadores. Dados 
alarmantes dão conta que de 10 a 15% dos suicídios ocorridos na Suécia 
são ocasionados pelo assédio moral. 
Uma vez apresentado o problema, ressaltamos que o objetivo do 
presente trabalho é demonstrar que o assédio moral, muito embora se 
constituindo um fenômeno inerente ao mundo moderno, produto das 
políticas neoliberais e psicopatias cotidianas, pode ser explicado dentro 
de um enfoque filosófico construído há vários séculos atrás. Entender 
um fenômeno que já estava presente no início das relações de trabalho, 
mas só recentemente identificado, pois se apresentava em uma 
sociedade impregnada por outros valores, onde a massa de produção era 
tida como classe inferior; sob o prisma do pensamento filosófico, é 
entender quais as motivações que impulsionam o assediador; quais os 
componentes que trabalham a mente deste e qual o conteúdo ético que é 
por ele desprezado. 
É na filosofia que encontramos respostas para tais indagações. 
Afinal, as respostas são mais óbvias do que podemos imaginar. Mas, o 
que é a Filosofia a não ser imaginar e relatar o óbvio....mas o óbvio que 
ninguém havia pensado formuladamente (que me perdoem os filósofos 
pelo simplismo). Portanto, filosofar é mergulhar no íntimo dos 
sentimentos e dos fenômenos que nos cercam e extrair deles seu 
significado mais lógico. 
Neste enfoque, utilizaremos o pensamento de um referencial da 
filosofia: Aristóteles. Pensador nascido em época longínqua (384 a.C.), 
cuja obra pode explicar de forma perfeita alguns referenciais que 
5 
envolvem a construção do assédio moral nas relações trabalhistas de 
nosso mundo do século XXI. Assim sendo, através da análise do 
pensamento de Aristóteles encontraremos respostas para a ocorrência de 
um fenômeno que aflige toda sociedade moderna: o assédio moral, 
especialmente tendo como foco a análise das motivações do assediador. 
Buscar no pensamento filosófico explicações para o assédio moral 
é, em parte, buscar as causas longínquas para tal violência, tendo como 
enfoque preponderante o conteúdo ético da questão. 
Segundo Confúcio, “uma injustiça feita a um só homem é uma 
ameaça para toda gente” (PESSÔA, 2001, p. 95). Tais ensinamentos 
demonstram a repercussão no seio da sociedade em relação a 
determinados atos, mesmo quando cometidos contra uma só pessoa. 
Assim o é em relação ao assédio moral, direcionado a uma vítima, mas 
com repercussões sociais devastadoras. Portanto, revelar as motivações 
que impulsionam o assediador moral a agir, utilizando um referencial 
filosófico, estabelece significativa relevância ao estudo do fenômeno. 
Analisar o assediador e entender suas atitudes é um primeiro passo para 
incrementar o combate ao assédio moral no ambiente de trabalho. 
2 – ARISTÓTELES E A ÉTICA VOLTADA PARA A 
ANÁLISE DO ASSEDIADOR MORAL 
Aristóteles teve suas idéias fomentadas no pensamento de Platão, 
muito embora a partir daí tenha seguido caminhos opostos ao de seu 
mestre. Com uma ampla produção intelectual, revelando-se um pensador 
eclético, já que tratou sobre física, ética, política, metafísica, retórica e 
poesia; Aristóteles formulou toda uma reflexão ética, partindo dos 
fenômenos que emergiam da Ciência Política, base da Ciência Social. A 
Ética Aristotélica vê o homem individual essencialmente como um 
integrante da sociedade, determinando, assim, o seu caráter político, 
alinhado à Ciência Social. 
Com fundamento nesta idéia inicial, podemos perceber que o tema 
pode ser muito bem adequado aos fenômenos inerentes ao assédio moral 
nas relações trabalhistas no mundo moderno, também fruto de 
acontecimentos político-sociais. O homem não pode ser visto somente 
como um ser individual, que o é; mas também como uma peça 
formadora da engrenagem da sociedade. Neste contexto, as relações 
trabalhistas exercem papel preponderante, uma vez que se constituem na 
“mola mestra” de todo esse sistema, ao lado das relações familiares. A 
partir desta formulação podemos constatar que todos os acontecimentos 
que derivam das relações trabalhistas repercutem com grande 
intensidade na vida do homem, quer sejam eles positivos ou negativos. 
O assédio moral, a princípio, traz repercussões extremamente 
negativas ao homem, repercutindo na seara física, psicológica, social e 
econômica. Indagar os motivos que levam o assediador a agir de forma 
tão violenta (uma “violência sutil”) nos remete aos caminhos da ética e 
da moral. O assediador é essencialmente um indivíduo destituído de 
ética e de moral. O assediador age por impulsos negativos e sem 
nenhuma nobreza de caráter, revelando seu lado perverso ao verificar 
sua vítima sucumbir aos poucos diante de sua iniqüidade. 
Com grande propriedade, Marie-France Hirigoyen cita Pierre 
Desproges na introdução de sua primeira obra sobre o assunto: “Uma 
palavra contundente é algo que pode matar ou humilhar, sem que se 
sujem as mãos. Uma das grandes alegrias da vida é humilhar seus 
semelhantes.” (HIRIGOYEN, 2002, p. 9) 
Poderíamos afirmar que esta é uma visão simplificada do 
sentimento atroz que domina o assediador. Envolto, portanto, numa 
obscura crise ética e moral, o assediador é impulsionado a agir. Se 
analisarmos a construção do pensamento ético de Aristóteles, em 
especial aquele contido na obra “Ética a Nicômaco”, certamente 
encontraremos os pontos de ausência que motivam a conduta 
caracterizadora do assédio moral. 
O conteúdo analisado está repleto de designações éticas e morais. 
Por óbvio, ética e moral não são sinônimos, muito embora venham a 
refletir uma mesma mensagem cultural, de vida e de sentimentos: 
Ética e moral não são a mesma coisa. A moral explicita-se através 
de enunciados que dão valor a certas condutas, aprovando-as ou 
rejeitando-as. A ética é composta de enunciados que são gerados em 
uma investigação a respeito da validade ou não dos enunciados morais. 
A ética é, por assim dizer, uma filosofia moral. (GHIRALDELLI JR, 
2002) 
Na ética aristotélica possui mais valor um cidadão formado nas 
virtudes, especialmente aquelas relacionadas ao conceito de Justiça, do 
que as prescrições objetivas estabelecidas pela lei. Quando falamos de 
assédio moral, desponta um conteúdo ético bastante exacerbado, no qual 
nos focalizamos para identificar a carência de virtudes que toma conta 
do assediador. O contexto estabelecido pelas leis, como instrumento de 
coerção e contenção dos avanços do assédio moral, em que pese os 
inúmeros projetos de lei sobre o assunto e algum outro punhado de leis, 
já em vigor, ainda é muito tênue. No entanto, independente da existência 
de qualquer normatização que tenha por objetivo coibir o assédio moral, 
as reflexões éticas sobre o problema já posicionam o assediador como o 
tirano da relação. Este, na visão ética de Aristóteles, estaria destituído 
das virtudes típicas dos cidadãos de alma nobre, mesmo que suas 
atitudes não fossem contempladas com uma reprimenda das leis. 
O que notamos na evolução atual dofenômeno do assédio moral 
não é um abandono da tutela legal em relação ao tema. Na Europa, 
muitas legislações já cuidam dos efeitos do assédio moral, tanto na 
esfera penal, quanto na esfera da responsabilidade civil. No Brasil, 
diversos municípios já aprovaram leis voltadas a coibir o assédio moral, 
especificamente na Administração Pública, tais como: São Paulo, 
Cascavel, Natal, Americana, Jaboticabal, Guarulhos, Iracemápolis e 
Sidrolândia, além dos Estados do Rio de Janeiro e Sergipe. Existe, 
ainda, em tramitação no Congresso Nacional, uma proposta de 
criminalização do assédio moral, de iniciativa do deputado Marcos de 
Jesus. Convenhamos que manifestações ainda pouco expressivas, diante 
dos gigantescos efeitos provocados pelo assédio moral. Portanto, mesmo 
com a tutela da lei, permanece como tônica o conteúdo ético que 
circunda o fenômeno. 
A Ética aristotélica realiza uma interpretação das ações humanas 
fundamentadas em análises de meio e de fim, resultando da definição de 
determinadas práticas humanas onde o conteúdo moral estará 
relacionado à prática de ações específicas. Tais ações devem ser 
implementadas não apenas por parecerem corretas aos olhos de quem as 
pratica, mas porque através dessas ações o homem estará mais próximo 
do bem. O manipulador do assédio moral é movido por diversas 
motivações, que variam da inveja ao desejo de poder. Porém, qualquer 
que seja a motivação, revela um desvirtuamento de caráter; deixa de 
praticar certas ações que contemplam a ética e a moral, para realizar 
propósitos mesquinhos e sem nenhum conteúdo de nobreza, afastando-
se assim da busca e da conquista do bem. Na verdade, todo homem, quer 
seja ele um tirano ou um santo, busca, da sua forma, alcançar o bem. 
Ocorre que muitos até desejam serem vistos como homens que praticam 
o bem, pois isto representa um ponto de admiração aos olhos de seus 
semelhantes. Quando falamos do assédio moral, talvez o pior dos 
assediadores seja o que não abre mão das suas condutas iníquas, mas 
deseja parecer, perante os demais, como aquele que pratica o bem. No 
entanto, Aristóteles já havia concebido este tipo de perfil, alertando que 
o simples falar e pensar em relação ao que é bom, não faz com que esse 
homem seja justo e bom, não o aproxima do bem. Mesmo que para 
alguns aparentem praticar o bem, sua imagem interior será sempre 
obscura e nefasta. Se externamente isto o regozija, internamente o faz 
sofrer. Portanto, por mais que aos olhos da vítima do assédio moral, seu 
algoz pareça triunfante e feliz, este, no seu íntimo, sofre tanto quanto 
sua vítima, mesmo que disso não se aperceba. 
Aliás, este é um ponto interessante de interseção entre o 
pensamento ético de Aristóteles e o fenômeno do assédio moral. Isto 
porque o bem seria o referencial em cujo interesse incidiria todas as 
ações do homem. Logo, o bem seria a finalidade das ações. O bem 
supremo é absoluto, sendo desejável em si mesmo e não funcionando 
como instrumento para se alcançar outros interesses menos nobres. 
Aristóteles, em seu livro “Ética a Nicômaco” (1097 b), afirma que 
esse bem supremo nada mais é do que a felicidade. Através das ações 
positivas, praticadas num contexto ético e moral, o homem materializa o 
bem, alcançando a felicidade: 
(1097 b) Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra 
coisa, é considerada como esse sumo bem. Ela é buscada sempre por si 
mesma e nunca no interesse de outra coisa; enquanto que a honra, o 
prazer, a razão, e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por 
si mesmas (visto que as escolheríamos mesmo que nada dela resultasse), 
fazemos isso no interesse da felicidade, pensando que por meio dela 
seremos felizes. Mas a felicidade, ninguém a escolhe tendo em vista 
alguma outra virtude, nem, de uma forma geral, qualquer coisa além 
dela própria. 
Ressalte-se, no entanto, que estamos nos referindo à verdadeira 
felicidade, aquela que abranda almas e corações, e não à 
pseudofelicidade, que advém de conquistas e atitudes que massacram o 
semelhante e determinam um mórbido prazer ao algoz. É nesta posição 
que se encontra aquele que implementa o assédio moral. É um infeliz, 
pois busca a felicidade com instrumentos equivocados e atitudes 
6 
desvirtuadas. Experimenta de um prazer perverso, imaginando 
erroneamente que conseguiu a felicidade. No entanto, sendo a felicidade 
uma manifestação perfeita, que torna a vida desejável e destituída de 
qualquer carência, por óbvio que o assediador não a terá conquistado, 
uma vez que repetirá, certamente, sua conduta agressiva e tirânica, 
fazendo outras vítimas. 
Detectamos, portanto, o estado em que verdadeiramente se 
encontram aqueles que protagonizam no pólo ativo o assédio moral: a 
infelicidade. Certamente procuram na opressão, àqueles que se 
encontram hierarquicamente num patamar inferior, suprir carências e 
traumas suportados em suas vidas, tanto no contexto pessoal, quanto no 
contexto profissional. Com o assédio moral, sentem-se poderosos, 
inatingíveis, donos do destino de seus semelhantes. No entanto, 
Aristóteles, referindo-se à prática da atividade virtuosa, já alertava 
(“Ética a Nicômaco” - [1099 a]): 
E do mesmo modo como nos Jogos Olímpicos não são os homens 
mais belos e os mais fortes que conquistam a coroa, mas os que 
competem (pois é no meio destes que surgirão os vencedores), assim 
também as coisas nobres e boas da vida só são conquistadas pelos que 
agem retamente. 
Portanto, sendo a vida desencadeada com base em atitudes 
virtuosas, será aprazível por si mesma, sendo o prazer um estado próprio 
da alma. Aristóteles afirma que “para cada homem é agradável aquilo 
que ama...”, mas não somente as coisas relacionadas à matéria ou aos 
prazeres materiais, como também a prática da justiça e da virtude. No 
entanto, adverte que somente ao término de uma vida reta o homem 
poderá dizer-se feliz. Enquanto vive na virtude, o homem estará 
construindo sua felicidade, mesmo quando se defronta com grandes 
percalços em sua vida. É neste ponto que o homem de bem revela seu 
caráter, pois a nobreza de sentimentos é melhor perceptível diante dos 
grandes reveses que a vida impõe. Neste ponto podemos questionar: em 
que se relaciona este raciocínio com o assédio moral? Ora, uma vez 
definido que o assediador é um ser humano infeliz, que utiliza o assédio 
moral para suprir carências da alma, provocadas por experiências 
traumáticas, podemos concluir ainda que o assediador é um fraco, pois 
não utilizou as experiências negativas em sua vida como instrumento 
solidificador de seu caráter, mas sim se deixou corromper e dominar por 
suas fraquezas e pela prepotência. 
Certo é que a virtude moral é decorrente do hábito e não da 
natureza do ser humano. É o exercício contumaz da virtude moral que 
arraigará no homem o seu espectro, posto que o hábito não modifica a 
natureza. Portanto, a prática da virtude moral, que conduz o homem à 
verdadeira felicidade, não nasce com ele, mas é construída a partir de 
condutas positivas reiteradas. Não basta uma atitude virtuosa isolada 
para determinar o alcance do bem, mas sim fazer desta um estilo de 
vida. O assediador moral, via de regra, segue caminho contrário ao 
pregado pela Ética aristotélica; pois faz das atitudes nefastas e 
prepotentes seu modo de vida, mesmo que eventualmente pratique 
algumas atitudes virtuosas, que por serem escassas estarão longe de 
conduzi-lo à felicidade. 
O assediador moral é um ser humano que perdeu, ou nunca teve, o 
sentido de equilíbrio (mediania). Geralmente, ao analisarmos a conduta 
e as motivações do assediador, poderemos detectar um perfil que se 
aproxima dos extremos. Quando afirmamos que o assediador é, antes de 
tudo, um fraco, não falamos sem razão. Duas virtudes enunciadas por 
Aristóteles estão relacionadas a esta característica do assediador: a 
coragem e a temperança. No pensamento de Aristóteles (“Ética a 
Nicômaco” [1104 a/20]) podemos identificar o perfil do assediador, que 
se entrega aos extremos, gerando reprimendasinternas que são 
exteriorizadas através do assédio moral, como uma espécie de válvula 
de escape: 
O homem que tem medo de tudo e de tudo foge, não enfrentando 
nada, torna-se um covarde; e de outro lado, o homem que não teme 
absolutamente nada e enfrenta todos os perigos, torna-se temerário. De 
modo análogo, o homem que se entrega a todos os prazeres e não se 
abstém de nenhum torna-se intemperante, ao passo que o homem que 
evita todos os prazeres, como fazem os rústicos, torna-se de certo modo 
insensível. 
Ora, basta analisar o perfil de cada um dos assediadores que 
certamente identificaremos uma das características acima definidas. São 
pessoas ligadas aos extremos, que não conseguem definir equilíbrio em 
suas relações de vida. Ou é um covarde que, acomodado em seu cargo, 
não se lança em projetos de vanguarda, ficando a temer a ascensão de 
outros companheiros (que geralmente se tornam vítimas do assédio 
moral), que podem com mais competência vir a conquistar seu cargo ou 
mesmo um lugar de mais destaque; ou, da mesma forma, é um covarde 
porque foge de seus próprios preconceitos ou invés de lutar contra eles e 
dominá-los. Desta modalidade de covardia surge o assédio moral 
provocado por motivações racistas (cor, religião, raça etc). Do outro 
lado encontramos a pessoa extremamente voluntariosa, que nada teme, 
enfrentando todos os perigos de forma temerária, sem ponderações. 
Estes são os assediadores impulsionados pelo desejo de eliminar 
qualquer tipo de obstáculo ou problema em seu caminho. Não tenta 
contorná-los, nem tampouco resolvê-los; não auxilia ao subordinado que 
está envolvido na questão; simplesmente opta por eliminar o problema. 
O instrumento para concretizar tal intento, não raras as vezes, é o 
assédio moral. Muitas vezes encontramos um trabalhador que passou 
por problemas envolvendo sua saúde ou de pessoa da família, perda de 
entes queridos, perdas financeiras, dentre outras, que necessitam de 
apoio, respeito e compreensão. O assediador moral temerário sente-se 
incomodado em ter que administrar tais problemas que, por evidente, 
afetam o bom desenvolvimento do trabalho podendo colocar seu 
negócio ou seu cargo em xeque. Portanto, para atingir seus objetivos, 
prefere eliminar o problema a solucioná-lo. Nesse jogo, acaba por 
destruir a vida de sua vítima, já fragilizada pelas próprias vicissitudes do 
cotidiano pessoal, ainda se vê obrigado a suportar uma carga de 
humilhações no trabalho. Tais vítimas, em especial, são aquelas com 
maior propensão ao suicídio. A intemperança também figura como uma 
característica peculiar de determinado tipo de assediador moral. Tal 
indivíduo se entrega totalmente a qualquer tipo de prazer, sem realizar 
ponderações. Quando o prazer está relacionado a qualquer fator do 
ambiente de trabalho ou até mesmo relacionado à vítima do assédio, o 
assediador tudo faz para alcançar ou preservar o seu objeto de prazer. 
Não raramente este tipo de assédio moral configura-se em um momento 
posterior ao que poderia ser um assédio sexual. Quando o objeto de 
prazer está concentrado em um trabalhador, poderia o assediador valer-
se de sua posição para compeli-lo a ceder a seus intentos românticos, 
caso tenha sido repelido. No entanto, esse tipo de intemperante, via de 
regra, é um covarde. Sequer possui a “coragem” para capitanear um 
assédio sexual. Mas, passa a fomentar, com base em seu desejo de 
vingança por não ter sido aceito, uma série de perseguições e 
humilhações, muitas delas veladas, protagonizando, assim, o assédio 
moral. Por outro lado, o assediador moral também pode apresentar um 
perfil contrário ao do intemperante, rejeitando todo e qualquer tipo de 
prazer. Esse tipo de indivíduo fica extremamente incomodado quando 
percebe que seus subordinados estão experimentando de qualquer 
espécie de prazer. Ficam indignados com a alegria do semelhante, não 
suportando constatar que alguém com menos expressão profissional 
possa experimentar da alegria e do prazer que ele ao fundo deseja, mas 
não consegue alcançar porque se deixa dominar pela repressão interior. 
Para este tipo de pessoa é inadmissível a alegria do subordinado por ter 
ido a um baile, a uma festa, praticado esportes, viajado, tomado uma 
cerveja ou mesmo por ter brincado com um filho. Isto tudo constrói um 
desejo oculto de vingança, que é implementado através do assédio 
moral. 
De uma forma ou de outra, qualquer que seja o perfil do 
assediador, tudo converge para uma mesma constatação: é ele um fraco, 
porque demonstrou ser incapaz de construir sua própria felicidade, 
deixando de praticar atitudes que o conduziriam à conquista do bem. 
Tal realidade demonstra que Aristóteles estava correto quando 
afirmou que “a virtude deve ter a qualidade de visar ao meio-termo” 
(“Ética a Nicômaco” - [1106 b/15)]). Isto porque a virtude moral está 
relacionada com as paixões e ações; portanto, qualquer desvirtuamento 
do sentido de equilíbrio, quer seja por excesso ou por carência, resultará 
no desvirtuamento do próprio sentido da virtude, que pode ser 
materializado de diversas formas, inclusive, conforme acima relatado, 
pelo assédio moral. Portanto, muitas são as maneiras de se chegar ao 
erro, mas somente uma de atingir o acerto. O excesso e a carência 
conduzem ao erro, uma vez que são dois vícios, mas a mediania introduz 
a virtude moral. Ao assediador moral falta exatamente este sentido de 
equilíbrio, posto que sempre é pessoa ligada aos extremos. Logo, não 
existe virtude ou equilíbrio em relação às paixões e atos extremados. 
Ressalte-se, no entanto, que a mediania que determina a virtude, não é 
exatamente a posição central entre os extremos, mas sim a posição de 
equilíbrio. Logo, a coragem, que representa uma das medianias da 
virtude, está bem mais próxima do extremo temerário, que do extremo 
covarde. 
7 
Outro ponto de apoio relacionado à análise do caráter do 
assediador moral reside na contraposição deste ao conceito aristotélico 
de magnanimidade. Aristóteles assim descreveu tal característica, em 
“Ética a Nicômaco” - [1123 b]: 
Chamamos magnânimo o homem que se considera digno de 
grandes coisas e está à altura delas; pois aquele que se arroga uma 
dignidade da qual não está a altura é um tolo, e nenhum homem virtuoso 
é tolo ou ridículo. 
Portanto, podemos aí verificar mais uma característica do 
assediador moral. Geralmente considera-se digno de grandes realizações 
e grandes homenagens, enxergando-se como alguém acima do bem e do 
mal, mesmo que a função a qual ocupe não seja de tanta relevância no 
contexto da empresa. Com base nesta falsa percepção o indivíduo passa 
a subjugar seus subordinados e em relação àqueles que mais o 
incomodam, por diversos motivos já expostos, passa a gerar o assédio 
moral, como instrumento de afirmação de sua “grandiosidade”. Na 
verdade, este tipo de assediador, o qual, sem dúvida, a maioria dos 
trabalhadores bem conhece, nada mais é do que um tolo, um ridículo, 
encarcerado em um mundo irreal, algemado em valores pífios, 
prepotentes e imaginários. Como todos os assediadores, é um covarde, 
um fraco, que utiliza uma relação funcional para, através de uma 
violência perversa, minar seus subordinados e os levarem a uma 
situação de desqualificação e desestabilização emocional em relação à 
organização e ambiente de trabalho, determinando, assim, 
conseqüências físicas, psicológicas, sociais e financeiras terríveis, que 
podem até mesmo conduzir a vítima à morte. 
Segundo a Ética aristotélica, a honra é a finalidade de todas as 
virtudes. Se o homem virtuoso é conduzido ao bem, logicamente é 
também um homem honrado. O assediador moral é destituído da virtude 
moral, não busca o bem na sua essência, sendo, portanto, um homem 
sem honra. A honra é o maior de todos os bens exteriores, sendo ela o 
prêmio dos virtuosos, somente concedido aos bons. Já a magnanimidade 
é o ápice das virtudes; no entanto, não é possível ser verdadeiramente 
magnânimo sem ser detentor de um caráter bom e nobre. Daí 
confirmarmosser o assediador moral também é destituído da 
magnanimidade; mesmo porque o magnânimo age sempre com justiça, 
fator este completamente ausente no assédio moral. Sendo assim, o 
magnânimo relaciona-se com a honra em grande escala, enquanto que o 
vaidoso e prepotente ignora a si mesmo, buscando a honra sem merecê-
la. Esta faceta pode ser atribuída a grande parte dos assediadores, uma 
vez que o produto de suas atitudes é reflexo de seu caráter vaidoso e 
prepotente. 
Na verdade, o assediador moral, em relação ao desejo da honra, 
pode apresentar características extremas, quer desejando-a em demasia e 
buscando-a em fontes distorcidas, quer a rejeitando até mesmo quando 
merecida. Conforme já nos referenciamos, os extremos constituem o 
vício. O indivíduo pode protagozinar o assédio moral motivado pela 
ambição desmedida, acreditando que sua vítima é um obstáculo a seu 
acesso ou manutenção em relação ao poder. Isto porque confunde honra 
com poder. Assim, aniquilando o obstáculo imagina estar mais próximo 
da honra. No entanto, aquele destituído de qualquer tipo de ambição em 
relação à honra pode se transformar também num assediador, na medida 
em que, aprisionado em um falso conceito de humildade, vê a ascensão 
de um subordinado como um fator de ameaça a sua função, que é para 
ele seu “porto seguro”. Assim, utiliza-se da relação hierárquica para 
desestabilizar o subordinado perante o ambiente de trabalho. Muito 
embora possa parecer exagerado estabelecer tais características em 
relação ao assediador moral, se realizarmos uma análise profunda das 
motivações e do caráter comportamental de tal indivíduo, poderemos 
verificar a pertinência dessa afirmação. É possível, então, em se tratando 
de ambição, imaginar-se que difícil é encontrar um ponto de equilíbrio 
ideal, mas Aristóteles tem a resposta (“Ética a Nicômaco - [1125 b]): 
Mas onde há excesso e falta, há também um meio-termo. Ora, os 
homens desejam a honra tanto mais do que devem, como também menos 
do que devem; portanto, é possível desejá-la também como se deve. 
Se o indivíduo que com sua conduta produz o assédio moral, 
motivado pela ambição ou falta de ambição, encontrasse a medida 
correta e equilibrada do desejo de honra, certamente não mais agiria de 
forma a massacrar seu subordinado, pois estaria destituído do propulsor 
de sua atitude desvirtuada. 
Quando Aristóteles trata do problema da cólera, destina esta a 
vários tipos de pessoas. Dependendo do perfil de cada uma, pode a 
cólera ser positiva (quando tomada por uma causa justa); negativa, mas 
de efeitos rápidos (quando tomada pelos irascíveis, que se encolerizam 
com facilidade com pessoas e coisas erradas, mas também cessam tal 
estado com rapidez) e negativa, mas com efeitos duradouros. Destas 
categorias, a que se encaixa perfeitamente no perfil de determinado 
grupo de assediadores morais é, sem dúvida, a última. Atribuída às 
pessoas rancorosas, encolerizam-se com facilidade, alimentando-se de 
situações geralmente de somenos importância, mas que de alguma forma 
atingem seu ego. O protagonista de tal “ofensa” é um subordinado nas 
relações trabalhistas, geralmente porque de alguma forma mereceu 
elogios de outros superiores, destacou-se em determinado trabalho mais 
que o assediador ou mesmo ousou discordar de seu algoz. Estas meras 
ocorrências, sem importância pela sua própria natureza, não raras as 
vezes geram a cólera por parte do assediador que, envolto por todos os 
desvirtuamentos de caráter aqui já relacionados, é impulsionado a dar 
início às humilhações no ambiente de trabalho, sempre valendo-se de 
sua ascendência hierárquica em relação à vítima. O assédio moral, neste 
contexto, funciona como instrumento de afirmação do assediador, além 
de proporcionar-lhe a “válvula de escape” que precisa para retornar à 
normalidade. Permitimo-nos transcrever precisa abordagem de 
Aristóteles acerca do perfil desse tipo de indivíduo (“Ética a Nicômaco - 
[1126 a/20-25]): 
As pessoas rancorosas são difíceis de apaziguar e conservam por 
mais tempo a sua cólera, uma vez que a reprimem; porém a cólera se 
dissipa quando revidam, pois a vingança os alivia, substituindo-lhes a 
dor pelo prazer. Se não revidam, continuarão a carregar o fardo do 
ressentimento, pois como sua cólera não é visível, ninguém pensa em 
apaziguá-las, e digerir a cólera sozinho é coisa que leva muito tempo. 
Esse tipo de pessoa causa grandes incômodos a si mesma e a seus 
amigos mais próximos. Chamamos de mal-humorados aqueles que se 
encolerizam com o que não devem, mais do que devem e durante mais 
tempo, e não podem ser apaziguados enquanto não se vingam. 
E finalmente chegamos ao último ponto de análise a que se propõe 
o presente trabalho: os conceitos de justiça e injustiça construídos pelo 
pensamento ético de Aristóteles, como interseção ao fenômeno do 
assédio moral. 
Aristóteles adotou, como base geral, a seguinte definição de justo 
e injusto (“Ética a Nicômaco - [1129 a]): 
...a justiça é aquela disposição de caráter que torna as pessoas 
propensas a fazer o que é justo, que as faz agir justamente e a desejar o 
que é justo; e de modo análogo, a injustiça é a disposição que leva as 
pessoas a agir injustamente e a desejar o que é injusto. 
A Justiça, neste enfoque, é considerada a maior das virtudes, posto 
que representa a virtude como um todo, pois incide sobre quem a pratica 
e sobre o semelhante. Portanto, o justo é um seguidor das leis, sendo um 
homem probo. O injusto desconsidera a lei, sendo um homem ímprobo, 
representando o vício também como um todo. Não se pode falar em 
virtude se a atitude é injusta. Logo, o homem injusto é, por essência, 
ganancioso, estando esta questão relacionada, por evidente, com os 
bens. Mas, não são todos os bens que influenciam nas atitudes injustas, 
mas particularmente aqueles relacionados à prosperidade e a 
adversidade. É neste ponto que buscamos a compreensão da conduta que 
envolve o assédio moral. Ganância e vaidade são impulsionadores 
constantes do assédio moral. As atitudes do assediador são 
essencialmente injustas, porque destituídas de qualquer conteúdo legal 
ou moral. Sendo os atos injustos atribuídos a alguma espécie de 
maldade, concluímos que o assediador, antes de tudo, é um injusto, não 
se constituindo somente num indivíduo que deixa de buscar o bem, mas 
sendo aquele que consagra a maldade. 
Desta forma, o assediador age voluntariamente tomado por uma 
deficiência moral, produzindo a injustiça, quer seja o assédio moral. 
Conhece ele muito bem seus objetivos, não ignora a vítima, nem 
tampouco o instrumento utilizado e o fim a ser alcançado. Portanto, o 
assediador age de forma injusta por escolha e não por ignorância. 
Conforme já revelamos, muitas são as motivações que impulsionam o 
agir no assédio moral. Todas essa motivações demonstram uma fraqueza 
de caráter, um desvirtuamento no conteúdo ético e moral do assediador. 
Todo seu conjunto de ações desponta desprovido da virtude, divorciado 
da busca pelo bem, consagrador da injustiça. 
Portanto, é esta a realidade que se esconde nas atitudes de um 
assediador moral. Antes de tudo é ele um fraco, um covarde, que não 
soube ponderar os valores de sua existência e necessita utilizar-se da 
iniqüidade para subjugar aqueles que se encontram em um patamar 
hierárquico subordinado, nas relações trabalhistas. Evidentemente, o 
assediador moral também revela sua faceta perversa em outros 
8 
segmentos de sua vida. Porém, encontra terreno mais propício aos seus 
intentos nas relações de trabalho que encerra com suas vítimas. 
A solução para tão grave problema que aflige a sociedade 
globalizada está na criação de instrumentos de coerção e reprimenda aos 
assediadores, quer seja responsabilizando-os criminalmente, quer seja 
desenvolvendo um sistema de responsabilidade civil e administrativa, 
que os faça sentir no aspecto financeiro e de sua vaidade pessoal a 
repercussão pelos atos nefastos que cometeu. Importante também 
estabelecer a visibilidade socialdo fenômeno, esclarecendo a massa 
trabalhadora a respeito do assédio moral e de suas conseqüências 
danosas a toda sociedade. 
Poderíamos sintetizar todo pensamento aqui desenvolvido com as 
singelas palavras do Papa Gregório XIII: 
Amai a justiça e odiai a iniqüidade. (PESSÔA, 2001, p. 96) 
3 – CONCLUSÃO 
Por intermédio da análise de fragmentos do pensamento ético de 
Aristóteles, revelado na obra “Ética a Nicômaco”, pretendemos traçar 
um paralelo com um dos fenômenos relacionados às relações de trabalho 
que mais vem afligindo a sociedade moderna: o assédio moral no 
ambiente de trabalho. 
O enfoque foi direcionado às atitudes e motivações típicas do 
assediador moral, revelando distorções e desvirtuamento de caráter, que 
servem para explicar a conduta que envolve o assédio moral, muitas 
vezes não entendida pela própria vítima. 
A busca incessante pelo bem deve ser o objetivo de cada indivíduo 
em sua existência. Quando não se está alinhado a este pensamento 
universal, as atitudes acabam por ser destituídas de virtude, o que 
provoca um sério abalo no conteúdo ético e moral do ser humano. Os 
efeitos dessa realidade podem ser sentidos em diversas searas. 
Especialmente tratamos da repercussão desse desvirtuamento nas 
relações de trabalho, que vem capitaneando o assédio moral. No entanto, 
a repercussão transcende os limites da relação trabalhista, uma vez que 
atinge a saúde física e psíquica da vítima, alastrando-se em relação a 
seus familiares, afetando a convivência social e suas condições 
financeiras, sendo que muitas vezes direciona o trabalhador à loucura 
ou, até mesmo, à morte (por suicídio ou por moléstias derivadas do 
problema). 
O interessante, ao se abordar o problema sob o enfoque proposto, é 
verificar como pensamento de Aristóteles alastrou-se pelos séculos, 
sendo capaz de explicar condutas que envolvem um fenômeno atual. 
Mas, isto é plenamente explicável, pois estamos analisando condutas de 
indivíduos. Estes permanecem com suas virtudes e vícios, qualquer que 
seja o tempo em que viveram. Obviamente os valores tendem a variar de 
acordo com a época; mas existem valores atribuídos ao caráter do ser 
humano que são invariáveis. São justamente esses valores que são 
tocados pelo assédio moral. Portanto, nada mais atual que o pensamento 
ético de Aristóteles. 
Com o presente trabalho não encontramos a solução acabada para 
o problema, e nem essa foi nossa intenção. No entanto, pretendemos 
provocar uma reflexão em relação ao desvirtuamento dos valores, que 
acabam por impulsionar o indivíduo a implementar o assédio moral. 
Assim, apontando tal faceta, é possível que muitos assediadores sejam 
chamados à consciência e acabem por reconstruir o seu caráter e seus 
valores; quer seja pela profunda reflexão, quer seja pela contrapartida 
determinada pela Justiça, indenizando substancialmente a vítima pelas 
conseqüências determinadas pelo assédio moral. Direito e Filosofia se 
unem em busca da prevenção e repressão do “psicoterror laboral”. 
“Tu és justo, tu és um homem bom” 
Teognis 
 
 
2 Princípios e Valores Éticos 
 
Difundindo princípios e conceitos éticos 
Rotary Club de São Paulo-Pacaembu, D.4610, desenvolveu no ano 
rotário 2003-04 um projeto de difusão de princípios e conceitos éticos. 
O projeto procura responder a uma das frases mais relevantes de Paul 
Harris: “O Rotary continuará a ser caridoso, mas pode fazer mais do que 
isso: façamos com que o Rotary extermine a causa que faz necessária a 
caridade”. A que se referia Paul Harris? Após profunda reflexão, por 
vários caminhos, surgiu a resposta: a maior vivência dos preceitos 
éticos. Assim nasceu a idéia do projeto. O primeiro passo foi a escolha 
de conceitos simples, de fácil mas ampla aplicação, e profundos em sua 
essência. Resultou na escolha dos princípios da universalidade e do 
respeito enunciados por Emmanuel Kant. 
 Princípios da universalidade e do respeito de Kant 
 Princípio da Universalidade: quando você quiser saber se uma ação é 
ética ou não, suponha que essa ação se tornará um padrão universal de 
comportamento, ou seja, a partir de agora, esse será o modelo de 
comportamento. Imagine, então, todos agindo dessa forma. 
 Se não gostar de viver numa sociedade com todas as pessoas agindo 
dessa forma, pode-se concluir que a ação em questão não é ética. 
 Em resumo, a pergunta é: e se todos agissem assim? Princípio do 
Respeito: todo ser humano deve ser considerado como um fim em si 
mesmo. Os aspectos que mais caracterizam o Princípio do Respeito são: 
 • Não negar informações pertinentes e 
 • Permitir-lhe liberdade de escolha. 
 Em todos os boletins semanais do clube esses princípios foram 
citados. Durante o ano, em todos eles foram incluídas perguntas e 
respostas sobre a aplicação prática desses dois princípios. Ao final, 
foram enunciadas e respondidas 100 perguntas, as quais foram 
englobadas em um livro que foi distribuído na Conferência Distrital do 
D.4610. A comunidade foi atingida pela inserção em jornais de bairro. 
Para que o projeto alcançasse o âmbito mundial, foi criado o boletim 
Stadium International, que foi enviado para mais de 600 clubes no 
mundo e que veiculou os dois princípios de Kant enunciados em 
português, inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, japonês e hindi. 
Algumas dessas versões foram feitas por clubes do exterior, por 
solicitação do RCSP-Pacaembu, como sinal de engajamento no projeto. 
 A acolhida tem sido excepcional. Governadores incluíram em suas 
cartas mensais os dois princípios e incentivaram seus presidentes a se 
envolverem no projeto. 
 Influência do “estado da arte” sobre a ética 
 Para sabermos se uma ação é benéfica a toda sociedade, é necessário 
que se conheçam adequadamente as conseqüências dessa ação sobre a 
sociedade. Nos casos onde o estado da arte do assunto em questão não 
atingiu um grau de maturidade suficiente para conclusões seguras e 
corretas, não se pode concluir se a ação é ou não ética. Leonardo da 
Vinci era criticado por ter iniciado a dissecação de cadáveres, mas sem 
essa prática a medicina jamais conseguiria atingir o grau de evolução 
atual. Hoje vemos que sua atitude era ética, apesar de que, naquela 
época, alguns o criticavam injustamente, principalmente por ignorância 
de origem religiosa ou simplesmente técnica. 
 Quando uma ação é ou não é ética 
 Não é difícil diferenciar o que é e o que não é benéfico para uma 
sociedade. Mas em alguns casos, onde o conhecimento humano do 
estado da arte não atingiu um nível adequado, a decisão sobre se uma 
ação é ou não ética ficará prejudicada. Estão claramente nesse rol a 
clonagem de seres humanos, o plantio de alimentos transgênicos etc. 
Outras ações como a eutanásia, em certas circunstâncias, o aborto em 
determinadas situações, a prisão perpétua ou a pena de morte de alguns 
crimes também podem carecer de maior conhecimento humano se 
desconsiderarmos os preceitos religiosos, pois ainda não sabemos 
cientificamente a partir de que momento existe ou deixa de existir a 
vida, a alma, o espírito ou a capacidade de regeneração de um ser 
humano. 
 Meio ambiente e a ética 
 Como a ética está umbilicalmente ligada à obtenção de melhores 
condições da vida em sociedade, a preservação e melhoria das condições 
do meio ambiente são itens dos mais importantes para as gerações 
futuras. Portanto, uma indústria que solta poluentes em um rio, o carro 
que emite gases que poluem o ar por estar desregulado, empresas que 
produzem materiais não-biodegradáveis ou que ataquem a camada de 
ozônio etc não estão agindo de forma ética, pois estarão comprometendo 
a qualidade de vida das gerações e sociedades futuras. 
 Uma ação egoísta, porém ética 
 Imagine a criação de um empreendimento de sucesso, com ótimos 
resultados aos investidores, mas que também permita empregar centenas 
de trabalhadores, inserindo-os socialmente e permitindo-lhes que 
exerçam plenamente a cidadania. Esta ação, por ser benéfica à 
sociedade, é consideradauma ação ética. Imagine um local onde ocorra 
seca periodicamente no Nordeste brasileiro. Um empreendedor investe 
num projeto de irrigação e cria um pólo produtor de frutas que emprega 
centenas de famílias. Suponha que esse empreendimento tenha enorme 
sucesso, com produtos de ótima qualidade e preços competitivos. 
 Admita que as condições de trabalho sejam adequadas, e que os 
9 
trabalhadores possam educar seus filhos e contar com assistência 
médica, ter à disposição transportes, lazer e segurança, enfim, que 
tenham o necessário para que possam exercer com plenitude a 
cidadania. A ação desse empreendedor será uma ação ética, pois 
resultará em benefício para toda a sociedade. Fatos como esse podem 
ocorrer no campo, em qualquer cidade e em qualquer metrópole. 
 Ações legais porém não-éticas 
 Toda lei que não beneficie a sociedade será uma ação não-ética. Leis 
incompetentes ou leis que venham a beneficiar grupos em prejuízo de 
toda uma sociedade gerarão ações legais, mas não-éticas. Esse tipo de 
ação é bastante comum quando grupos julgam legítimo defender seus 
interesses corporativos, mesmo quando em detrimento do interesse da 
sociedade. Não são raras as ações desse tipo em todas as casas onde se 
legisla, seja nas Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas, 
Câmara de Deputados, Senado Federal e até em Associações de Normas 
Técnicas. Nestas últimas, interesses corporativos podem pugnar por 
maiores tolerâncias, incompatíveis com requisitos de qualidade etc. 
Esses interesses corporativos procuram se cercar de garantias que 
diminuam os riscos de prejuízo, não pela competência e maior qualidade 
dos produtos, mas pela mudança nos parâmetros de controle. Ações 
legais e não-éticas também podem ter origem na corrupção, na omissão 
de pessoas ou instituições, mas também simplesmente em ações não-
competentes. Um exemplo é o caso de situações geradas por governos 
que endividam seus países em níveis incompatíveis com a capacidade de 
pagamento, obrigando ao envolvimento em dívidas monstruosas, quase 
que impagáveis, e que obrigam esses governos a empenharem vultosas 
quantias que, em princípio, deveriam ser investidas em benefício da 
população. Outro exemplo é o caso da cobrança exagerada de impostos 
que, apesar de legal, pode se tornar não-ética quando sufocar os meios 
de produção de uma sociedade. 
 Comportamentos éticos aplicáveis universalmente 
 • A compaixão, relacionada com a ajuda ao próximo; 
 • A não-maleficência, que trata de evitar a imposição de sofrimento ou 
privação ao próximo; 
 • A beneficência, que procura prevenir e combater o sofrimento do 
próximo, promover a felicidade do próximo, e com natural e maior 
intensidade à nossa família e amigos; 
 • A imparcialidade: tratar as pessoas da forma como merecem ser 
tratadas, tendo direitos iguais até que o mérito ou necessidades 
justifiquem tratamento especial; 
 • A coragem para se opor a injustiças, mesmo que em prejuízo próprio; 
 • O respeito à autonomia individual: não manipular ou induzir o 
pensamento das pessoas, mesmo que para o próprio bem delas; 
 • A honestidade: não enganar as pessoas. A mentira é um vício, 
especialmente quanto à supervalorização das próprias capacidades. 
Acostume-se a saber que as pessoas merecem saber a verdade; 
 • Não fazer promessas que não pretende ou que sabe que dificilmente 
conseguirá cumprir; 
 • Integridade: cumprir com as obrigações, mesmo que a despeito de 
inconveniência pessoal. 
 • Consistência. Pode-se medir o valor moral de um ser humano pela 
consistência de suas ações. Essa medida tem maior qualidade quando 
princípios conflitam com interesses. 
 Como a televisão poderia servir como difusor desses princípios e 
conceitos? 
 A televisão é claramente subutilizada socialmente nesse aspecto. As 
telenovelas poderiam conter episódios que didaticamente mostrassem as 
conseqüências benéficas de atitudes éticas à sociedade. Nos esportes 
poderiam ser ressaltados, valorizados e premiados os comportamentos 
mais adequados. Reconhecimentos profissionais em âmbito nacional a 
entidades e pessoas que se destacaram em suas funções e objetivos, 
observando os princípios éticos. Programas dominicais poderiam 
apresentar quadros específicos a esse respeito. Pequenas histórias e 
séries poderiam conter temas que focalizassem um determinado assunto 
sob o ponto de vista ético. Programas de entrevista poderiam dar ênfase 
a comportamentos a serem imitados. Prêmios poderiam ser oferecidos a 
comportamentos exemplares, programas de perguntas e respostas 
poderiam dar ênfase aos princípios e conceitos éticos, enfim, em quase 
todos os tipos de programas há uma forma de incluir conceitos éticos. 
 A ética na formação moral de uma nação 
 Pode-se constatar que há pessoas bastante cultas, educadas, formadas 
pelas melhores escolas do Brasil ou até do exterior que não se 
preocupam com a vida em comunidade, ou seja, não têm a necessária 
sensibilidade ética. Por outro lado, um analfabeto pode ser tão ou mais 
ético que um doutor se suas ações forem pautadas pelo respeito ao que é 
de todos. Não é necessário ser alfabetizado para se compreender e viver 
os valores éticos. Basta que a cabeça seja aberta e não fechada em seus 
próprios interesses. 
 A ética no Rotary 
 A difusão de princípios e conceitos éticos é, sem dúvida, um dos 
objetivos do Rotary. O comportamento ético está diagnosticado como 
remédio adequado para quaisquer países de todos os continentes: 
grandes potências, países ricos, emergentes, carentes e pobres. Uma 
instituição como o Rotary, de âmbito internacional, tem vocação 
inerente para ser a portadora da bandeira da difusão dos princípios 
éticos. Esse projeto custa muito pouco comparado com os existentes, e 
os frutos serão colhidos em todas as áreas, com benefício 
incomensurável para todos os seres humanos. 
 Relação entre a ética e a religião 
 Não importa de que religião somos, no que, em que e como cremos: 
podemos sempre nos empenhar na prática do bem. Isso não contradiz 
qualquer religião. Se nossas ações visam ao empenho pela prática do 
bem da sociedade, nossas ações cumprem a meta de cada religião. É 
pela prática verdadeira em sua vida diária que o homem cumpre de fato 
a meta de toda religião, qualquer que seja ela, qualquer nome que tenha. 
Se acreditamos na prática do bem independente de quaisquer 
recompensas, imediatas ou futuras, cumprimos ainda melhor essa 
missão. 
 Relação entre ética e política 
 Ética e política se entrelaçam e se confundem em seu significado mais 
profundo. A ética está profundamente ligada com a vida em sociedade. 
Ações éticas implicam em ações que beneficiam a comunidade. 
 Na política deve prevalecer o interesse da sociedade como um todo, e 
não o de uma minoria privilegiada com acesso ao poder. Um bom 
político é aquele que consegue melhorar as condições de vida de seu 
povo. Assim ele será ético. Um deputado que cria leis que não 
beneficiam seu povo ou que beneficiam a poucos criará uma ação que, 
apesar de legal, será não-ética. A criação de novos impostos que venham 
a sufocar a economia são ações tipicamente não-éticas. A outorga de 
benefícios imerecidos e injustos também são ações não-éticas. Não basta 
aos políticos terem boas intenções ou boa vontade. Também é 
necessário ter competência. Para os políticos, a prática da ética está 
intimamente relacionada com a sua competência profissional. 
 O problema é que, para os políticos, mesmo que queiram, não é fácil 
praticar a ética. Soluções simples e surradas muitas vezes não bastam. É 
necessário criatividade, inteligência, arrojo e coragem para encontrar 
soluções competentes e, portanto, éticas, que vão realmente beneficiar a 
sociedade. Uma casa legislativa onde se criam leis ineficazes será uma 
fonte de ações não-éticas, mas legais. 
 Relação entre ética e justiça 
 Numa sociedade ética é fundamental que todos tenham, apesar das 
diferenças individuais, no mínimo, as mesmasoportunidades para viver 
com plenitude a cidadania. O desenvolvimento de suas capacidades será 
função de suas habilidades e vocações, de sua disciplina e talento. A 
desigualdade social deve ser a mínima aceitável de modo a garantir ao 
mais humilde o essencial para que possa ter acesso à cidadania: saúde, 
educação, transporte e segurança. A justiça deve agir no sentido de 
assegurar que cada indivíduo da sociedade tenha o que realmente 
merece, principalmente do ponto de vista distributivo, em função do 
mérito, mas também do ponto de vista corretivo, em função do dano 
causado. Uma justiça eficiente permite que a sociedade viva de forma 
mais estável, harmoniosa, com paz e, portanto, mais feliz, atingindo 
assim os objetivos de uma sociedade ética. Numa sociedade justa, até o 
mérito do sucesso tem maior valor. O mérito, quando legítimo, não pode 
ter limites. Isso induz e incentiva a prática do bem, das boas ações, 
facilitando o alcance da felicidade comum. 
 A corrupção, os conluios e acertos visando aos privilégios que 
sabotam a ação da justiça e que visam à certeza da impunidade devem 
ser encarados como vícios e imperfeições da sociedade, que não podem 
ser tolerados. 
 Relação entre a ética e a malandragem e o otário 
 Em nosso país, inclusive na TV, é comum a valorização e a 
banalização do termo “malandro”. Malandro assume então o significado 
de esperto, o que leva vantagem. Mas é impossível dissociar que 
malandro também significa trapaceiro, velhaco. 
 Otário é o que se deixa enganar pela esperteza, pela trapaça do 
velhaco. Assim é comum ver-se a figura do malandro, do que procura 
levar vantagem em tudo, ser valorizada em detrimento de um 
10 
comportamento condizente com a vida em sociedade, que sequer é 
lembrado – e muitas vezes até rejeitado – pelos mais insuspeitos 
cidadãos. É lamentável a falta de sensibilidade de quem de fato ou de 
direito deveria corrigir essas atitudes que deformam o caráter dos 
indivíduos, mas principalmente de nossa mocidade. 
 A existência de um malandro sempre supõe a existência de um otário 
que foi enganado. A malandragem que visa a obtenção de alguma 
vantagem para si ou para outrem, mesmo que independente dos meios, e 
com o mínimo esforço possível, é evidentemente incompatível com a 
vida em sociedade. Esse conceito deve ser rejeitado com veemência e 
não tolerado. O mérito e o valor da conquista com disciplina e talento 
devem ser valorizados. Não se pode pretender uma sociedade ética ou 
justa quando se valoriza o comportamento do malandro. 
 
PRINCÍPIOS ÉTICOS GERAIS 
 
Toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser conduzida de acordo 
com três princípios éticos básicos: respeito pela pessoa, beneficência e 
justiça. Existe um consenso geral de que estes princípios, que no campo 
abstrato têm igual força moral, orientam a preparação consciente de 
propostas de estudos científicos. Em circunstâncias diversas, podem ser 
expressos diferentemente e receber um peso moral distinto, e sua 
aplicação pode levar a diferentes decisões ou cursos de ação. As 
presentes diretrizes são dirigidas para a aplicação desses princípios à 
pesquisa envolvendo seres humanos. 
 
O respeito pela pessoa incorpora pelo menos duas considerações éticas 
fundamentais, a saber: 
 
a) respeito pela autonomia, que requer que as pessoas capazes de 
deliberarem sobre suas escolhas pessoais devam ser tratadas com 
respeito pela sua capacidade de auto-determinação; e 
 
b) proteção de pessoas com autonomia alterada ou diminuída, que 
requer que as pessoas dependentes ou vulneráveis sejam protegidas 
contra danos ou abusos. 
 
Beneficência refere-se à obrigação ética de maximizar benefícios e 
minimizar danos ou prejuízos. Esse princípio deu origem a normas 
exigindo que os riscos da pesquisa sejam razoáveis à luz da dos 
benefícios esperados, que o desenho da pesquisa seja sólido, e que os 
investigadores sejam competentes tanto para a condução da pesquisa 
quanto para a salvaguarda do bem-estar dos seus participantes. Além 
disto, o princípio da beneficência proíbe infligir dano deliberadamente; 
algumas vezes, este aspecto do benefício é expresso como um princípio 
separado, não-maleficência (Não fazer mal). 
 
Justiça refere-se à obrigação ética de tratar cada pessoa de acordo com 
o que é moralmente certo e adequado, de dar a cada pessoa o que lhe é 
devido. Na ética da pesquisa envolvendo seres humanos, o princípio 
refere-se primariamente à justiça distributiva, que exige a distribuição 
equânime tanto dos ônus quanto dos benefícios da participação na 
pesquisa. Diferenças na distribuição de ônus e benefícios só são 
justificáveis se estiverem baseadas em distinções moralmente relevantes 
entre indivíduos; uma destas distinções é a vulnerabilidade. 
"Vulnerabilidade" refere-se a uma incapacidade substancial para 
proteger seus próprios interesses, devido a impedimentos tais como 
falta de capacidade para fornecer consentimento pós-informação, falta 
de meios alternativos de obter assistência médica ou outros bens 
necessários caros, ou situação subordinada ou inferior em um grupo 
hierárquico. Portanto, devem ser tomadas providências especiais para a 
proteção dos direitos e bem-estar de pessoas vulneráveis. 
Princípios de Ética Profissional e Corporativa 
Ter o senso de compreender a diferença entre o 'bem' e o 'mal', de 
acordo com o Aurélio é conhecido como Ética. 
A ética de sua empresa reflete o caráter de seus dirigentes, compromisso 
com a sociedade, respeito aos clientes, fornecedores e parceiros de 
negócio; dando segurança a toda esta 'cadeia' de envolvidos com sua 
organização. 
75% das 500 maiores empresas Norte-Americanas tem seu 'Código de 
Ética'. E no Brasil ? Você não acha que nosso povo é bem desconfiado 
sobre as organizações privadas e estatais ? 
Na nossa cultura, por muito tempo prevaleceu (ou ainda prevalece???) a 
'Lei de Gerson' (Lembra?): "Pra quem gosta de levar vantagem em 
tudo..." mas, felizmente a conscientização esta chegando -- ter confiança 
nas 
empresas com que se faz negócios no cotidiano, é gerador imediato de 
bons resultados. 
Por muitos anos, políticos sem escrúpulos banalizaram a palavra 'ética' 
que hoje, ressurge das cinzas sendo muito bem defendida. A ética não 
deve ficar só nas intenções, mas ser refletida nos comportamentos de 
indivíduos e corporações. 
Essas são aguns indicadores de que uma empresa que têm 
problemas de ética: 
� Posterga deliberadamente pagamentos, fazendo pagamentos errados, 
fornecendo datas e não cumprindo acordos. 
� Vende o que não tem ou o que não pode entregar. 
� Tem apenas preocupação com sua necessidade de vender, não se 
preocupando em saber do cliente o que ele tem necessidade de comprar. 
� Sempre se lembra das pessoas de fora na hora de preencher qualquer 
posição, não se importando em procurar, primeiro, identificar 
internamente se há alguém para aquela posição. 
� Embeleza balanços e demonstrativos financeiros. 
Ser ético nos negócios significa: 
� A necessidade de obedecer regras relativas à ocupação territorial, 
costumes e expectativas da comunidade, princípios de moralidade, 
políticas da organização, atender à necessidade de todos por um 
tratamento adequado e justo. 
� Entender como os produtos e serviços de uma organização e as ações 
de seus membros podem afetar seus empregados, a comunidade e a 
sociedade como um todo (positiva ou negativamente). 
Erros éticos mais comuns nas relações com seus superiores: 
� Mentir sobre as atividades que administramos. 
� Culpar meu superior por meus erros ou de meus subordinados. 
� Divulgar informações pessoais ou confidenciais para meus pares, 
empregados, gerentes seniores, clientes competidores, público em geral. 
� Não reportar violações à legislação. 
� Não reportar desempenho inferior às metas estabelecidas ou algo 
referente a roubos ou utilização inadequada de algo que é propriedade 
da empresa. 
� Não atender a queixas e reclamações. 
� Encobrir acidentes no trabalho ou problemas relativos

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