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síncope e fraqueza

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Tratado de medicina interna veterinária 
Seção I 
· Fraqueza e síncope 
A fraqueza pode ser dividida em prostração, fadiga, fraqueza muscular generalizada (astenia), desmaio ou síncope e estados alterados da consciência. Nesse resumo, estudaremos apenas a prostração, a fadiga, a astenia e a síncope.
Prostração e fadiga = falta de energia; com sinônimos de “letargia” e “apatia”. Sendo a letargia um estado de sonolência, em que o paciente precisa ser submetido a hiperestimulação para que haja uma resposta por parte do animal; esta pode evoluir a uma indiferença TOTAL demonstrada pelo animal consciente. 
Fraqueza muscular generalizada é a perda verdadeira da força, podendo ser contínua ou após contrações musculares repetidas. Pode progredir a paresia, paralisia motora, perda das sensações e ataxia, tudo isso sendo sem perda de consciência. 
Síncope se trata da perda trajetória súbita da consciência, decorrente da privação de oxigênio ou glicose, o que prejudica brevemente o metabolismo cerebral. 
Em geral, o dono do animal descreverá os sinais como “fraqueza”. Nos gatos, os sinais clínicos costumam ser ocultos, não é rara a progressão sub-reptícia (às escondidas) a estágios mais avançados de fraqueza.
· Anamnese (dados básicos): avaliação abrangente do histórico do animal, devendo-se obter dados sobre seus problemas atuais, histórico pertinente, procedimentos cirúrgicos e, se possível, antecedentes familiares. Perguntar sobre uso de medicamentos prévio ou atual e exposição a fármacos, substâncias químicas e ectoparasitas. 
· Exame físico: pode identificar a causa da fraqueza. Perda de peso, ascite ou edema de algum membro podem sugerir um problema específico; tireoides palpáveis em gatos podem ser a explicação para a perda de peso acentuada e fraqueza. A febre está associada a fraqueza generalizada em cães e gatos.
· Testes laboratoriais: devem ser solicitados hemogramas completos, glicemia, ureia nitrogenada sérica ou determinação de creatina sérica. Também deve ser medido concentração de eletrólitos e dióxido de carbono; uronálise completa pode ser indicada.
A maioria das doenças, em algum momento, resulta em fraqueza. 
Anemia: perda sanguínea aguda pode causar síncope. Já anemias prolongadas estão associadas a quadros de fraqueza sutis, apresentando cardiomegalia em radiografias, enquanto a anemia aguda grave há microcardia. 
O diagnóstico diferencial na perda sanguínea aguda e crônica inclui destruição acelerada de hemácias como resultado de hemólise e a perda de hemácias pelo sistema urinário ou intestinal, no líquido peritoneal ou pleural, no tecido subcutâneo ou pela própria pele. 
Ascite: associada devido à disfunção orgânica, perda de proteínas ou nutricional, dor e estado pulmonar comprometido.
Sinais cardiovasculares: a síncope pode provir de uma queda aguda no débito cardíaco. Em condições crônicas desse débito, pode-se desenvolver tanto um desgaste cardíaco quanto uma fraqueza. As arritmias podem reduzir o fluxo sanguíneo cerebral e coronariano o suficiente para provocar síncope ou fraqueza. 
Gatos e cães com efusão pericárdica costumam ter sinais de fraqueza grave, já as cardiopatias valvulares e congênitas em geral não levam à fraqueza. 
Quando ocorre insuficiência cardíaca, a congestão e a hipóxia tecidual associadas causam fraqueza. As miocardiopatias clínicas costumam estar associadas a fraquezas profundas. 
Inflamação ou infecção crônica: todas as doenças crônicas de origem inflamatória ou infecciosa incluem fraqueza como sinal primário. Em tempo, essas doenças desgastam e debilitam o animal. 
Desgaste crônico: as interleucinas e citocinas são substâncias responsáveis pelos sinais de fraqueza. 
Fraqueza relacionada com medicamento: uma toxemia de baixo grau, como intoxicação crônica com organofosforado ou carbamato em gatos, é considerada uma causa de fraqueza neuromuscular sem sinais tóxicos agudos. 
Alguns fármacos de uso comum que estão relacionados com sinais de fraqueza e letargia incluem os glicocorticoides, barbitúricos, antidiarreicos com sedativos, preparados anticonvulsivantes e antiarrítmicos, anti-histamínicos, tranquilizantes, antibióticos, diuréticos, vasodilatadores e digitálicos. 
Distúrbios eletrolíticos: anormalidades de sódio, potássio, cálcio, cloro, magnésio e desequilíbrios ácido-base levam a quadros de fraqueza em cães e gatos. 
Os sinais específicos da fraqueza estão associados a hiper\hiponatremia (sódio), hiper\hipocalemia (potássio), hiper\hipocalcemia (cálcio). Normalmente estão associados a terapia com diuréticos, administração excessiva de líquidos ou desequilíbrios hormonais. 
Hipocalcemia pode estar associada a quadros de excitação nervosa, tetania (quadro de contrações musculares tônicas intermitentes) e convulsões, em casos graves; observa-se a fraqueza entre os períodos de hiperexcitabilidade. Esse desfalque de potássio é típico da eclampsia, hipoparatireoidismo, perda intestinal de líquido com diarreia, estados hipoproteinêmicos com níveis de albumina diminuídos e quando ocorrem insuficiência renal crônica com aumento das concentrações séricas de fósforo. 
Estados hipercalcêmicos: associado ao hiperparatireoidismo primário ou secundário, mieloma múltiplo, metástase óssea e aos vários locais de carcinoma ou linfoma. Seus sinais podem ser variados, porém incluem depressão, fraqueza muscular e arritmias.
Distúrbios endócrinos: fraqueza decorrente da menor excitabilidade neuromuscular é um sinal comum de distúrbio endócrino, incluindo Síndrome de Cushing, hipotireoidismo, doença de Addison – glândulas adrenais não produzem quantidades adequadas de hormônios –, hipoglicemia, hiperparatireoidismo, pseudociese (gravidez psicológica), secreção inadequada de hormônio antidiurético e diabete mellitus. 
Estados de disfunção metabólica: relacionadas com doenças endócrinas, infecções crônicas e problemas debilitantes crônicos, fora as nutricionalmente relacionadas, incluindo redução de proteínas ou no uso de substâncias proteicas, diminuição na produção ou uso de glicose, diminuição e\ou aumento de lipoproteínas plasmáticas primárias ou secundárias. 
Doenças neoplásicas: relacionada com fraqueza episódica por conta de massa invasiva ou obstrutiva. Alguns exemplos provêm da produção excessiva de neurotoxinas, insulina, estrogênio, etc., ou a fraqueza pode provir de episódios agudos de sangramento devido ruptura de um tumor ou secundário à CID. A fraqueza grave pode ser em decorrência de disfunção orgânica, quando êmbolos ou trombos tumorais se alojam em pulmões, cérebro ou vasos periféricos. Fraqueza crônica não identificada deve ser motivo para se procurar por algum tumor. 
Distúrbios neurológicos: infecções dentro do cérebro ou canal medular resultantes de doenças virais, bacterianas, fúngicas e causadas por riquétsias são responsáveis por fraqueza neurológica. 
Lesões expansivas, como hidrocefalia, neoplasia ou granulomas, desencadeiam sinais de fraqueza; lesões ou traumatismo cerebral ou de nervos periféricos podem causar fraqueza, junto com disfunção motora e\ou sensorial. 
Crises epilépticas levam a episódios de fraqueza grave ou crônica, esta podendo estar também associada aos fármacos administrados no tratamento da epilepsia. 
Vestibulite central ou periférica ou o acometimento da orelha interna causem inclinação de cabeça, náusea ocasional, fraqueza e ataxia – perda do controle muscular durante movimentos voluntários. 
Polineuropatias e doenças neuromusculares: paralisia do carrapato, paralisia do Coonhound (polirradiculoneurite – paralisia ascendente) e botulismo são doenças polineuropáticas que levam à fraqueza. Outras condições: administração de fármacos, acúmulo excessivo de metais, alguns distúrbios nutricionais e endócrinos e imunes. 
A miastenia grave bloqueia as funções mioneurais e está associada à fraqueza episódica grave. A polimiosite (inflamação crônica do tecido conjuntivo que leva à degeneração muscular) deve ser diferenciada das polineuropatias.
Distúrbios nutricionais: as primárias incluem as dietas inadequadas que resultam em síndromede inanição. Essas deficiências prolongadas relacionadas com vitaminas individuais, minerais, proteínas e carboidratos estão relacionadas com a fraqueza. 
Na síndrome de Pickwick, a respiração normal fica restrita e ocorre cor pulmonale (diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras cardíacas direitas, por insuficiência pulmonar) com sinais de dificuldade respiratória e fraqueza. 
O consumo excessivo de calorias pode induzir a um quadro de lipidose hepática com hepatomegalia, causando dificuldade respiratória e fraqueza. 
Qualquer doença que acarrete em problema nutricional secundário pode ser uma causa de fraqueza; parasitismo, perdas de proteínas, hepatoencefalopatia, cirrose, síndrome do intestino irritável, esteatorreia – eliminação de gordura nas fezes acima do normal –, insuficiência pancreática crônica, linfangiectasia e neoplasia. 
 Hiperatividade, trabalho excessivo e fatores psicológicos: embora os fatores psicológicos representam uma pequena parcela em animais, os sinais de estresse excessivos não devem ser negligenciados, porque podem ocorrer em animais usados excessivamente em corridas ou caçadas, naqueles privados de repouso normal e ocasionalmente nos de proprietários com excesso de expectativas para com o animal.
Em algumas circunstâncias, o susto com fogos de artifícios, sons de armas e trovões podem acarretar em estados de fraqueza. Pode ocorrer também em estados de narcolepsia. 
Animais de estimação idosos, principalmente os que se tornaram surdos, cegos e senis há pouco tempo, podem ter fraqueza inexplicada ao exame físico ou revelada por exames laboratoriais. 
Doenças pulmonares: excesso de peso pode levar a doença pulmonar restritiva, dificuldade respiratória e fraqueza. Pode decorrer de neoplasias, doenças inflamatórias em outros órgãos ou problemas de irrigação da árvore pulmonar. 
· Síncope
Perda súbita ou transitória de consciência devido à privação de substrato energético, oxigênio ou glicose, que prejudicam brevemente o metabolismo cerebral, já que o cérebro depende totalmente da perfusão de oxigênio; o suprimento de energia cerebral depende da oxidação da glicose extraída do sangue. A cessação de fluxo sanguíneo por até mesmo 10 segundos pode levar à perda de oxigênio. 
A síncope deve ser considerada um “sintoma complexo”, não uma doença primária. Inclui sinais de tontura, vertigem e “queda” do animal. Pode resultar de um comprometimento da circulação cerebral secundário à doença cerebrovascular oclusiva, de uma queda transitória no débito cardíaco, de níveis de pressão sistólica periférica inferiores aos necessários para perfundir o cérebro ou de redução dos substratos energéticos liberados ao cérebro pela corrente sanguínea. 
Desenvolve-se com fraqueza muscular generalizada, progredindo rapidamente para ataxia, prosseguido por colapso e um breve período de perda da consciência. Incialmente, o paciente não faz movimentos com os músculos esqueléticos relaxados podendo progredir rapidamente a atividade muscular descoordenada ou espasmos. Perdem o controle dos esfíncteres e, geralmente, o animal geme durante o episódio.

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