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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO ABC. SUPERMERCADO BETO, pessoa jurídica de direito privado, (qualificação completa), por meio de sua advogada, procuração em anexo, escritório profissional (endereço), onde recebe intimações, propor com fulcro nos artigos 319 do CPC e 165, I do CTN: AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO em face do Estado ABC pessoa jurídica de direito público, (qualificação completa), pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: I. DA TEMPESTIVIDADE O prazo para pleitear a restituição é de 5 anos, de acordo com o art. 168, I do CTN: “Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário” Sendo assim como o decorrido fato aconteceu em abril de 2017, considerando que estamos em março de 2020, portanto, tempestivo a presente ação. II. DA LEGITIMIDADE ATIVA Devido o ônus financeiro do tributo recair sobre o supermercado Beta, com o recolhimento a maior do ICMS, este tem a legitimidade ativa para proceder com a ação, nos moldes do art. 10 da Lei Complementar nº 87/1996. III. DOS FATOS A indústria Alfa vende bebidas para o supermercado Beta, que, por sua vez, revende-as a consumidores finais, sendo certo que todas as operações ocorrem dentro dos limites do estado ABC, em cuja capital estão domiciliadas as duas sociedades empresárias. No estado ABC tem vigência a Lei Ordinária nº 123, que prevê a indústria como substituta tributária do ICMS incidente nas operações subsequentes. Em abril de 2017, o estado ABC exigiu de Alfa todo o tributo incidente sobre a cadeia produtiva descrita. Assim, Alfa pagou o ICMS incidente na operação própria (a venda que fez ao supermercado Beta) e também na operação subsequente – isto é, o ICMS que incidiria na operação entre o supermercado Beta e os consumidores finais. Dessa forma, para a verificação do valor a ser pago, o ICMS foi calculado sobre o valor presumido de venda da mercadoria ao consumidor final. Ocorre que, para surpresa da indústria Alfa, o supermercado Beta, que sempre vendeu as bebidas produzidas por Alfa pelo valor de R$ 16,00 (dezesseis reais), resolveu, diante da crise econômica, comercializar as bebidas por R$ 14,00 (catorze reais). Com isso, a indústria Alfa entendeu que a base de cálculo do imposto foi inferior àquela que havia sido presumida, razão pela qual, na prática, pagou, como contribuinte substituto, um valor de ICMS maior do que aquele que seria realmente devido. IV. DO DIREITO Cabe, neste caso a ação de repetição de indébito conforme o art. 165, I, do CTN, sendo neste caso a base de cálculo do ICMS é o valor estimado da venda da mercadoria ao consumidor final, cnforme o art. 8º da Lei Complementar nº 87/1996. Cabe ainda ressaltar que o valor presumido não se verificou, pois a venda efetivamente praticada pelo autor se deu por valor inferior. Ainda ressalta-se que trata-se de tributo indireto, cuja restituição se regula pelo art. 166 do CTN. Devido o fato gerador presumido não se concretizar, o autor tem direito à restituição do valor pago a maior, conforme o art. 150, §7º da CF, sendo ainda confirmado por entendimento do STF. V. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1- Procedência do pedido, com condenação do estado ABC à restituição dos valores pagos a maior a título de ICMS, atualizados/corrigidos, de acordo com o Art. 167 do CTN. 2- Condenação do réu ao ressarcimento das custas processuais e ao pagamento dos honorários advocatícios, nos termos do art. 85 §3º do CPC. 3- Requer ainda que as intimações sejam encaminhadas no endereço xxxxxx. 4- Por fim, segue em anexo o comprovante de recolhimento a maior, e solícito que seja requerida todas as formas de provas possíveis. VI. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO Cabe ressaltar o não cabimento de conciliação/mediação, conforme o art. 334, §4º, II do CPC/15 Dá-se à causa o valor de XXX Termos em que, pede deferimento Local e Data OAB/UF nº xxx.xxx
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