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TÉCNICAS ESPECIAIS EM CONSTRUÇÃO CIVIL EGC004 e ENL804 • SISTEMAS DE PROTENSÃO: • Definição: • A protensão é um processo pelo qual se introduz um estado prévio de tensões em uma estrutura, com a finalidade de melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob diversas condições de carga (Pfeil, 1991). • PROTENSÃO: é um artíficio usado para submeter uma estrutura a um conveniente estado prévio de tensões. • Histórico: • O concreto armado teve seu primeiro uso com a execução de elementos pré-moldados, em 1848 com Lambot (França) e 1850 com Hyatt (USA). • Em 1872 foi solicitada a primeira patente de protensão pelo americano P.H.Jackson, da Califórnia - EEUU. • Em 1928 houve uma efetiva utilização do concreto protendido, desenvolvida por Eugene Freyssinet, em Paris - França. • Em 1948 o Brasil utilizou pela primeira vez o concreto protendido, na ponte do Galeão (RJ), sistema Freyssinet. • No ano de 1950 houve a primeira Conferência sobre concreto protendido, em Paris - França. • Conceito: • Histórico: • Conceito: • Aplicações: • Estais para Pontes • Silos • Lajes • Ponte em Balanço Sucessivo • Pisos Industriais • Vigas Munhão (UHE) • Vigas Pré-moldadas • Reforços • Movimentação ou içamento de grandes cargas file:///D:/Silos.ppt file:///D:/Lajes.ppt file:///D:/Ponte Balanço Sucessivo.ppt file:///D:/Ponte Imigrantes.ppt file:///D:/Vigas Munhão.ppt file:///D:/Vigas Pré-moldadas.ppt file:///D:/Silos.ppt • Uma roda de carroça é um exemplo de estrutura protendida. Ela é constituída de diversas peças de madeira encaixadas entre si, ao redor da qual é colocado um aro metálico, que tem por finalidade proteger as peças de madeira como também solidarizá-las. No momento de sua colocação o aro metálico é aquecido, aumentando seu diâmetro, o qual, após resfriar, sofre redução, introduzindo uma protensão à estrutura. • A protensão propriamente dita é a aplicação de tensões prévias ao concreto, através do tracionamento de fios ou cordoalhas de aço de alta resistência, especialmente fabricado para concreto protendido (tipo CP), com a transferência deste esforço ao elemento estrutural. • Esse tipo de aço só começou a ser produzido no Brasil, pela Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, atual Arcelor Mittal, no início da década de 50. • O tracionamento pode ser efetuado antes ou após a concretagem do elemento estrutural a ser protendido, derivando daí a denominação dos processos de pré ou pós-tração. • Armadura de protensão ou armadura Ativa ou cabo de protensão: é o elemento que será tracionado e, quando devidamente ancorado, transmitirá a força de protensão ao concreto. Pode ser constituída por fios, barras, cordoalhas ou feixes de fios ou de cordoalhas. • Armadura passiva: é qualquer armadura que não seja utilizada para produzir forças de protensão, e são normalmente constituídas por barras ou fios de aço para concreto armado (CA-50 ou CA-60). Conceitualmente os processos de protensão existentes podem ser definidos como sendo: • Pré-tração (com a armadura ativa pré-tracionada) Pré-tração com aderência inicial • Pós-tração (com a armadura ativa pós-tracionada) Pós-tração sem aderência posterior Pós-tração com aderência posterior • Pré-tração: • A pré-fabricação de estacas, postes e tubos, antecedem à pré-fabricação de estruturas. O início do uso da pré-tração (ou pré-tensão) deu-se no Brasil em 1956, com a fabricação de placas com espessuras de 12 mm, pelo sistema Hoyer, surgindo logo a seguir as “pistas de protensão” com 120 m (para postes, Murilo Villaça Maringoni), com 100 m (para estacas, Sobraf, de Paulo Lorena) e com 80 m (para estruturas, Protendit, professor Augusto Carlos Vasconcellos). • O desenvolvimento específico para utilização em escala pública, para pontes, foi em 1961, através da Construtora Marna (Curitiba - PR), processo desenvolvido pelo engº Rene Marie Felix Mathieu. • Esse processo é utilizado basicamente em pistas de elementos pré-fabricados, e cujos comprimentos podem variar de 60,00 m à 180,00 m de extensão. • Nesse processo as cargas de protensão são aplicadas em cabeceiras de pistas (contra-fortes), sempre “antes” da concretagem das peças estruturais. SISTEMA GENÉRICO DE UMA PISTA DE PRÉ-TRAÇÃO • Pós-tração: • Esse processo é largamente utilizado em todos os demais tipos de estruturas, que não sejam as compostas com elementos pré-fabricados. • Nesse processo as cargas de protensão são aplicadas aos componentes estruturais somente “após” a concretagem dos mesmos e com a comprovada resistência do concreto, especificada em projeto. • Esse processo subdivide-se em: • Pós-tração sem aderência posterior • Pós-tração com aderência posterior • Pós-tração sem aderência: • Iniciou sua aplicação no início da década de 60 nos EEUU e em 1997 no Brasil. • Como o próprio nome define, esse é o processo de protensão no qual as forças aplicadas ao aço CP ficam concentradas nas ancoragens. As cordoalhas são fabricadas com uma camada protetora de graxa e uma capa de polietileno, impossibilitando sua aderência ao concreto, não havendo distribuição das forças aplicadas ao longo dos cabos. • Pós-tração com aderência: • Esse processo tem como característica principal a distribuição da aplicação das forças de protensão ao longo dos cabos, após a injeção da nata de cimento. Os cabos (conjunto de cordoalhas) são inicialmente envolvidos por uma bainha metálica que os protege do contato direto com o concreto, permitindo que fiquem livres até que se apliquem as forças de protensão previstas em projeto. • Componentes básicos do concreto protendido: • concreto (com fck na faixa de 30 a 40 MPa) • aço CP (fios ou cordoalhas) • bainha (plástica ou metálica com chapas de 0,2 a 0,35 mm) • ancoragem (mono ou múltiplas, estas desenvolvidas na década de 70 e tendo sua preferência desde então) • cunhas ou clavetes (elementos metálicos de formato tronco cônico, bi ou tripartidos) • nata de injeção* (mistura de cimento, água e aditivos: restitui a seção útil, garante aderência e protege o aço contra corrosão) *Somente no sistema de pós-tração com aderência posterior • Ancoragens: Ancoragem móvel ou ativa Ancoragem fixa ou passiva Ancoragem de emenda central topo Ancoragem para estai • Equipamentos básicos: • Máquina de cortar cordoalha • Máquina de dobrar cordoalha • Macaco hidráulico de embolo vazado • Bomba de alta pressão • Misturador de nata de cimento • Bomba injetora de nata de cimento Procedimentos: • Descrição • Preparo e fabricação dos cabos • Posicionamento dos cabos • Concretagem do elemento estrutural • Protensão do elemento estrutural • Controles de campo • Injeção de nata nos cabos de protensão* *somente para pós-tração • Procedimento da aplicação da força de cálculo: • Aplicação das Forças de Protensão • No procedimento é solicitada a aplicação da força em MPa , sendo que os equipamentos apresentam as leituras em kgf/cm², seguem as transformações: • 5 MPa = 50,9858 kgf/cm² = Valor utilizado em obra 50 kgf/cm² • 10 MPa = 101,97162 kgf/cm² = Valor utilizado em obra 100 kgf/cm² • 1MPa = 10,197162 kgf/cm² • Injeção de nata de cimento: • A finalidade da nata de injeção é garantir uma proteção eficaz das armaduras protendidas contra a corrosão e garantir a ligação mecânica das armaduras protendidas com o concreto. Para injetar-se perfeitamente, é necessário dispor de uma nata que tenha as seguintes qualidades: ausência de agentes agressivos, fluidez suficiente durante toda a injeção, boa estabilidade, pouca retração, resistência mecânica conveniente e pouca absorção capilar. Diversos parâmetros influenciam a qualidade das natas, dentre os quais podemos citar: a natureza, a idade e a temperatura do cimento, a temperatura da água, as condiçõesde mistura, a temperatura ambiente e a temperatura no interior da bainha. • A NBR 14931 de 2004 em seu anexo B normatiza a execução da injeção da calda de cimento em concreto protendido com aderência posterior. Conforme os itens B.5.1.3.2 e B.5.1.3.6 da referida norma, os equipamentos de injeção e seus acessórios devem resistir a pressão mínima de 15 kgf/cm². O item B.8.2.4 define a injeção de forma contínua e regular em uma pressão inferior a estabelecida no item B.5.1.3.2. Usualmente utiliza-se a pressão numa faixa entre 3 a 8 kgf/cm², sendo a pressão de 5kgf/cm² a mais apropriada. Cabos verticais e casos especiais podem exigir pressões mais elevadas, tomando-se o cuidado de evitar a incorporação de ar, através de um controle maior da velocidade da injeção. • Constituintes da nata de cimento: • Componentes das Caldas de Cimento - Cimento Portland em sacos de 50kg. • 1ª Opção: CPI - 25, 32 ou 40 (Cimento Portland Comum) fabricado apenas sob encomenda, e de difícil programação. • 2ª Opção: CP II F - 25, 32 ou 40 (Cimento Portland Composto de Filer = Carbonáticos, próprio calcário da jazida) encontrado com razoável facilidade. • 3ª Opção: CP II E - 25, 32 ou 40 (Cimento Portland Composto de Escória de Alto Forno) encontrado com grande facilidade. O cimento deverá ter as seguintes características: - Teor do composto < 10% - Teor de enxofre de sulfetos < 0,20% - Cloro de cloretos < 0,10% Outros cimentos tipo CP II Z, CP III, CP IV e CP V não deverão ser utilizados na injeção de cabos protendidos. - Água potável, com porcentagem de cloro inferior a 500 mg/litro, e isentos de detergentes - NBR 7681. - Aditivos: Os aditivos poderão ser plastificantes, retardadores de pega e expansores. O uso dos aditivos, deve ser em função dos tipos de cabos de protensão a serem injetados e deverão ser feitos ensaios de compatibilização com o cimento disponível. • Características da nata de cimento : - FLUIDEZ: O índice de fluidez corresponde ao tempo de enchimento de uma proveta de um litro, através do cone de Marsh. O tempo deverá ser compreendido entre 9 a 15 segundos (NBR 7682). - EXSUDAÇÃO: Este valor deverá ser medido em provetas de 1000ml. A porcentagem da água exsudada deverá ser inferior a 2% (NBR 7683). - EXPANSÃO: Medida na mesma proveta, usada para medir a exsudação, o valor habitual aconselhado é de 3 a 4% no máximo (NBR 7683). - Retração; - Tempo de pega - NBR 7685 - Início de pega - NBR 7685 - Fim da pega - NBR 7685 - Tempo de injetabilidade - NBR 768 - Resistência mecânica - NBR 7684 - Absorção capilar O tempo de início de pega medido a 30ºC, deverá ser superior a 2 horas. Em resumo, para cada tipo de estrutura e em função de sua utilização, deverá ser feito um plano de injeção e um traço de nata específico, bem como o dimensionamento dos equipamentos de injeção. Devendo os cuidados se iniciarem durante a montagem dos cabos de protensão e localização correta dos purgadores. Normas da ABNT: • NBR-6118 projeto de estruturas de concreto - procedimento • NBR-7482 fios de aço para concreto protendido • NBR-7483 cordoalhas de aço para concreto protendido - requisitos • NBR-7484 fios, barras e cordoalhas de aço destinados a armaduras de protensão - ensaios de relaxação isotérmica • NBR-6349 fios, barras e cordoalhas de aço para armaduras de protensão - ensaio de tração • NBR-7681 calda de cimento para injeção • NBR-7682 calda de cimento para injeção - determinação do índice de fluidez • NBR-7683 calda de cimento para injeção determinação dos índices de exsudação e expansão • NBR-7684 calda de cimento para injeção - determinação da resistência a compressão • NBR-7685 calda de cimento para injeção - determinação da vida útil Sistema DIWIDAG: Uso de barras retas em aço especial • Material sob Medida Os tirantes são fornecidos nas medidas especificadas em projeto, evitando perdas de material na obra e reduzindo a necessidade de luvas de emenda. O sistema pode ser composto por barras únicas com até 12 metros de comprimento. Barras de aço com rosca duplo filetada, o que melhora a condição de aderência à nata de injeção. • Porcas de Ancoragem As ancoragens podem ser compostas por porcas hexagonais de base cônica, que acomodam e compensam pequenos ângulos de inclinação do tirante (até 5°), ou por porcas sextavadas de base reta. • Luvas de Emenda A barra de aço DYWIDAG pode ser cortada e emendada em qualquer ponto, utilizando-se luvas de emenda especiais. Podemos compor tirantes de qualquer comprimento, de forma simples e sem desperdício de material. • Placas de Ancoragem FR e FC Tem a função de distribuir as tensões sobre a estrutura ancorada, podem ser com furo reto (FR) ou furo cônico (FC) dependendo do tipo de porca utilizada. Podem ser produzidas com outras dimensões. Outras aplicações estruturais: • Silos • Pisos industriais • Usinas Hidroelétricas • Elementos pré-moldados • Passarelas de Pedestres • Pistas e pátios de aeroportos • Pontes ou viadutos rodo, aero, ferro ou metroviário: • Vigas pré-moldadas, seção de caixão perdido de célula simples ou múltipla, balanços sucessivos, estaiadas,…
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