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TÉCNICAS ESPECIAIS EM CONSTRUÇÃO CIVIL EGC004 e ENL804 SUBSISTEMA FÔRMAS: – Fôrmas: • Ao falarmos em fôrmas, devemos primeiramente definir que uma “fôrma” é um sub-sistema provisório da construção civil que dá “forma” ao concreto, moldando os elementos estruturais em suas dimensões, texturas de superfície, posição e alinhamentos corretos até que o concreto tenha resistência suficiente para se auto-sustentar. • As fôrmas apesar de serem um produto temporário (sub-sistema provisório) na obra, deixam suas marcas no empreendimento, para sempre. Afinal, são responsáveis por uma estrutura com medidas geométricas exatas e com características perfeitas de prumo, alinhamento, esquadro, nível e eventualmente textura. • Uma fôrma mal executada implicará em desperdício de mão-de-obra, de materiais e, ao longo do tempo, o empreendimento fica mais suscetível a patologias em diversos lugares, tais como paredes de vedação, revestimentos externos, internos e instalações. • Uma fôrma deve ser dimensionada para suportar cargas aplicadas vertical e lateralmente, até que o concreto por ela contido tenha capacidade resistente. • Essas cargas são o peso próprio, a armadura, o concreto, a carga mecânica de vibração e cargas acidentais que surgem durante o processo de construção da mesma. – Propriedades e requisitos: • Resistência mecânica à ruptura: resistir aos esforços provenientes do seu peso próprio, da armadura, do empuxo do concreto, do adensamento e do tráfego de pessoas e equipamentos. • Resistência à deformação: ter rigidez suficiente para garantir as dimensões e formas do elemento estrutural. • Estanqueidade: para evitar a perda de água e finos de cimento durante o processo de concretagem. • Regularidade geométrica: garantir a geometria compatível com o projeto. Reduzir uma viga em 10% de sua altura é muito mais significativo do que reduzir 10% na resistência do concreto, pois reduz a resistência mecânica do elemento estrutural. • Regularidade geométrica: garantir a geometria compatível com o projeto. Reduzir uma viga em 10% de sua altura é muito mais significativo do que reduzir 10% na resistência do concreto, pois reduz a resistência mecânica do elemento estrutural. • Estabilidade dimensional: garantir as dimensões previstas, tanto durante o lançamento do concreto quanto durante a cura do mesmo. • Possibilitar a montagem da armadura: garantir o correto posicionamento da armadura. • Baixa aderência ao concreto: facilitando o processo de desforma, sem danos à superfície do concreto. • Proporcionar facilidade ao lançamento e adensamento do concreto. • Não influenciar as características do concreto: absorção da água de hidratação ou mesmo que o desmoldante afete a superfície do elemento estrutural. • A utilização de uma fôrma deve ser observada sob três funções básicas: • qualidade • segurança • economia • Qualidade: • A precisão e o cuidado na construção e posicionamento das fôrmas é o que garantirá a geometria, dimensões e alinhamento dos elementos estruturais. Cuidado na união de fôrmas, para não permitir fuga de nata de concreto com conseqüente efeito de falhas de acabamento (pequenas bicheiras). • Segurança: • Atenção especial no quesito de controle de velocidade, seqüência e altura da camada de concreto lançado para que não se produza uma solicitação superior à prevista no dimensionamento das fôrmas. • É recomendável contar sempre com a presença de um supervisor de fôrmas durante o processo de concretagem para controlar o comportamento da mesma. • Apresentar rigidez e estabilidade suficientes para não colocar em risco a segurança dos operários e da própria estrutura em construção. • Economia: • Deve-se estudar a máxima padronização possível, com uma manutenção adequada e constante, assim como ter um sistema pratico de fixação e retirada de maneira a facilitar a operação e não causar danos às mesmas. Utilizar sempre ferramentas adequadas para a retirada das fôrmas. • Elementos constituintes do sub-sistema: • Molde • Estrutura do molde • Escoramento ou cimbramento • Acessórios • Molde: • Segundo FAJERSZTAJN (1987), é o que caracteriza a fôrma da peça, o elemento que entra em contato direto com o concreto e define o formato e textura concebidas no projeto. • Estrutura do molde: • Segundo FAJERSZTAJN (1987), é o que dá sustentação e travamento ao molde, dando o devido enrijecimento e garantindo que o mesmo não se deforme quando submetido às cargas previstas; é comumente constituído por gravatas, travessões, sarrafos, etc... • Escoramento ou cimbramento: • É o elemento que dá o apoio à estrutura da fôrma. Segundo FAJERSZTAJN (1987), é o elemento que transfere os esforços da estrutura do molde para um ponto de suporte, seja ele localizado no terreno ou na própria estrutura de concreto; é constituído normalmente por guias, pontaletes, pés direito, etc... • Acessórios: • São os componentes utilizados para nivelar, aprumar e locar corretamente as peças das fôrmas; constituídos normalmente por sarrafos de pé de pilar, cunhas, etc... • Fôrmas em geral: • Madeira (tábua ou compensado) • Metálica (laje incorporada: steel deck) • Mista • Metais leves (liga de alumínio) • Concreto • Pré-laje (incorporada ou não) • Fibra de vidro • Papelão • Quando se classificam em função dos tipos de fôrma, estas podem ser: • convencional • moduladas • especiais • trepantes • deslizantes (verticais ou horizontais) • Fôrmas de Madeira: • São as mais utilizadas nas construções em geral, em função de alguns fatores, quais sejam: • boa resistência mecânica • boa trabalhabilidade (fácil de cortar e unir) • equipamentos de fácil manuseio (serras, makitas, etc...) • mão de obra menos qualificada • material relativamente fácil de se encontrar em qualquer região • custo relativamente baixo. • Fôrmas de Madeira Serrada: • As madeiras serradas comumente utilizadas são o pinho do Paraná para as tábuas, ripas, sarrafos, pontaletes e caibros. • A espessura comercializada é em geral a de 1” (25mm), cujas larguras definem a designação: • tábuas = 10” à 12” • sarrafo = 2” à 4” • pontaletes = 2” x 3” ou 3”x 3” • Fôrmas de Madeira (compensado): • As placas de compensados possuem dois padrões de medidas de 110 x 220 cm ou 122 x 244 cm e espessuras que variam de 06 à 22 mm, podendo ser compensados resinados com cola branca ou plastificados, esses com maior qualidade de acabamento e maior número de reaproveitamentos. • As fôrmas de madeira, independente do material, SEMPRE necessitam de um reforço para enrijecimento do quadro e conseqüente aumento da inércia da fôrma, que se dá com a utilização de ripas (gravatas ou costelas) pregadas. • Fôrmas Metálicas: • São constituídas por chapas metálicas devidamente dimensionadas para um projeto específico. Seu uso é mais indicado para a escala industrial na fabricação de elementos estruturais pré- fabricados e também onde a repetitividade de produção justifique o investimento. Essas fôrmas muitas vezes são dimensionadas para suportar vibradores de parede. • Fôrmas Mistas: • São constituídas por chapas de compensado emolduradas por perfis metálicos, devidamente dimensionadas para o projeto específico. Seu uso está difundido entre as obras de médio e grande porte, para todo tipo de elemento estrutural. Possuem peso reduzido e alta flexibilidade de montagem (aproximadamente 35 kg/m²). • Execução de uma fôrma de madeira: • Antes de executar propriamente uma fôrma, é necessário: • cuidado no recebimento e estocagem dos materiais (madeira bruta ou beneficiada, chapas de compensado, ...). • conferir o projeto estrutural com todas as informações do elemento estrutural (prumadas, embutidos, ...). • confirmar a existência dos equipamentos necessários para a confecção das fôrmas. • Execução de uma fôrma de madeira (pilar): • é necessárioque se confirmem os dados geométricos da edificação para uma perfeita transferência de prumos e níveis aos andares subseqüentes; • fixar a gravata na laje, através de tacos (moscas); • fixar um pontalete guia, travando a gravata e aprumando de acordo com os eixos (uso de escoras inclinadas); • colocar a fôrma do pilar já com o desmoldante aplicado; • posicionar a armadura com os respectivos espaçadores; • prever uma janela de inspeção e limpeza para pilares com altura superior a 2,5 m; • executar o travamento da fôrma por meio de gravatas, tirantes, tensores, encunhamentos, etc...; • conferir todo o conjunto e liberar para concretagem, verificando principalmente: prumo, nível, imobilidade, travamento, estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza do fundo. • Execução de uma fôrma de madeira (viga): • Em geral as fôrmas das vigas podem ser aplicadas logo após a concretagem dos pilares; também podem ser aplicadas no conjunto de fôrmas dos pilares, vigas e lajes para serem concretadas ao mesmo tempo. • O mais comum é aplicar as fôrmas de vigas a partir das cabeças dos pilares, com apoios intermediários em garfos ou escoras. • aplicar os painéis de fundo de vigas, já com desmoldante, sobre a cabeça dos pilares ou sobre a borda das fôrmas dos pilares, providenciando apoios intermediários com garfos (espaçamento mínimo de 80 cm); • fixar os encontros dos painéis de fundo das vigas nos pilares, cuidando para que não ocorram folgas (verificar prumo e nível); • nivelar os painéis de fundo com cunhas aplicadas nas bases dos garfos e fixando o nível com sarrafos pregados nos garfos (repetir nos outros garfos até que todo o conjunto fique nivelado); • aplicar e fixar os painéis laterais; • conferir a geometria e liberar para colocação e montagem da armadura; • depois de colocada a armadura e todos os embutidos (prumadas, caixas e outros) posicionar as galgas e espaçadores a fim de garantir as dimensões internas e o recobrimento da armadura; • conferir todo o conjunto e liberar a peça para concretagem, verificando principalmente: alinhamento lateral, prumo, nível, imobilidade, travamento, estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza do fundo. • Execução de uma fôrma de madeira (laje): • As fôrmas das lajes dependem muito do tipo de laje a ser executada, entretanto em geral fazem parte do lançamento das fôrmas de pilares e vigas. Com exceção do sistema de lajes pré-moldadas, onde as viguetas são dispostas após a concretagem das vigas, o usual é que as lajes sejam fundidas juntamente com as vigas, solidarizando o sistema estrutural. • lançar e fixar as longarinas apoiadas em sarrafos guias pregados nos garfos das vigas; • providenciar o escoramento mínimo para as longarinas por meio de escoras de madeira ou metálicas (01 a cada 2,00 metros); • lançar o assoalho (chapas compensadas ou tábuas de madeira) sobre as longarinas; • conferir o nível dos painéis do assoalho fazendo os ajustes por meio cunhas na base das escoras; • fixar os elementos laterais a fim de reduzir e eliminar as folgas e pregar o assoalho nas longarinas; • verificar a contra-flecha (se for o caso de laje-zero, nivelar usando um aparelho de nível a fim de garantir a exatidão no nivelamento); • travar o conjunto todo e posteriormente limpar e passar o desmoldante; • conferir nos projetos das instalações os pontos de passagens, prumadas, caixas, embutidos ,...; • liberar para execução da armadura; • conferir todo o conjunto antes de liberar para concretagem, verificando principalmente: nivelamento, contra-flecha, alinhamento lateral, imobilidade, travamento, estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza. • Fôrmas em geral (cont.): • Concreto (utilizada para peças pré-moldadas) • Pré-laje (incorporada ou não) • Fibra de vidro (muito utilizada em lajes nervuradas - cubetas) • Papelão • Deslizante (vertical ou horizontal) • Trepante • Mesa voadora, tipo túnel, para balanços sucessivos...... • Fôrmas de papelão: • São fôrmas de fácil manuseio devido ao baixo peso e não exigem manutenção especial. Seu armazenamento e transporte é um ponto negativo devido ao volume que ocupam. Não absorvem água, pois possuem uma camada impermeabilizadora e não aderem ao concreto, possuem boa estanqueidade (coibindo o vazamento de água ou fuga dos finos do concreto). • Utilizadas principalmente em pilares de seção circular, caixões perdidos (alívio de peso), lajes nervuradas. • São de único uso, não podendo ser reutilizada, pois o método de desforma é destrutivo (desenrolando a fôrma da estrutura ou cortando-a). • Fôrmas deslizantes (vertical): • A fôrma deslizante é um processo construtivo indicado para a execução de estruturas de concreto armado de relevante dimensão vertical com seção continua ou variável. O processo de fôrmas deslizantes consiste, basicamente, em acumular concreto fresco sobre concreto em fase de endurecimento. São confeccionadas em madeira, revestida com chapa de aço galvanizado, ou metálicas. • São fôrmas mistas, normalmente utilizadas em estruturas maciças e contínuas, tais como caixas d’água, silos, pilares de grande altura, etc...... Desenvolvidas para se obter maior rapidez e atingir pontos de difícil acesso aos escoramentos normalmente utilizados. • Utilizadas em estruturas com seção constante ou variável. • Fôrma de pequena altura (120 cm), que conta com o tempo de pega do concreto anteriormente lançado para seu próprio apoio. • As concretagens são feitas em camadas de 15 a 20 centimetros/hora, após as primeiras 03 horas. • Utilizam macacos hidráulicos firmemente solidários à fôrma deslizante, como mecanismo de içamento e que transmitem seu esforços aos barrões que ficam instalados no interior ou no topo da estrutura em execução, deslocando a forma para cima. • A altura da canga (espaço existente entre os suportes dos macacos hidráulicos e a face superior da forma) é o fator limitante da produção. • Fôrmas trepantes: • É uma variação do sistema de fôrmas deslizantes cujo apoio se dá em parafusos ou barras embutidas na parte superior da camada anterior e a fôrma só é movimentada após o concreto ter obtido resistência suficiente para suportar a camada superior. • Os elementos de fôrma com as respectivas plataformas são movimentados unidos, ficando já em posição correta para a próxima concretagem. • Também utilizada em núcleo de edifícios verticais (caixa de escada ou elevadores). • Fôrmas mesa voadora: • São fôrmas mistas utilizadas para lajes ou paredes e necessitam de uma grua instalada na obra em execução. A forma já incorpora o cimbramento da mesma.
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