Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Douglas Almeida Lima GESTÃO DE CUSTOS CURITIBA / 2020 © Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Thinkstock / © Shutterstock. Presidente da Divisão de Ensino Reitor Pró-Reitor Diretor de EAD Gerente de EAD Coordenadora de Conteúdo e KPIs Autoria Parecerista Supervisor Editorial e Audiovisual Projeto Gráfico da Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Roberto Di Benedetto Prof. Rodrigo Poletto Profa. Roberta Galon Silva Profa. Aline Scaliante Coelho Prof. Douglas Almeida Lima (Capítulos 1 ao 8) Prof. Christiane Monteiro Machado Felipe Guedes Antunes Regiane Rosa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. Sumário © Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Thinkstock / © Shutterstock. Presidente da Divisão de Ensino Reitor Pró-Reitor Diretor de EAD Gerente de EAD Coordenadora de Conteúdo e KPIs Autoria Parecerista Supervisor Editorial e Audiovisual Projeto Gráfico da Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Roberto Di Benedetto Prof. Rodrigo Poletto Profa. Roberta Galon Silva Profa. Aline Scaliante Coelho Prof. Douglas Almeida Lima (Capítulos 1 ao 8) Prof. Christiane Monteiro Machado Felipe Guedes Antunes Regiane Rosa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CUSTOS.........................................10 Objetivos do capítulo........................................................................................................14 Tópicos de estudo..............................................................................................................15 Contextualizando o cenário.............................................................................................15 1.1 Contexto Histórico.......................................................................................................15 1.1.1 Era Mercantilista......................................................................................................16 1.1.2 Revolução Industrial.................................................................................................16 1.1.3 Contabilidade Financeira x Contabilidade de Custos.................................................17 1.1.4 Aplicação e Utilidade da Contabilidade de Custos....................................................18 1.2 Linguagem Contábil em Custos.................................................................................18 1.2.1 Gastos......................................................................................................................19 1.2.2 Custos x Despesas...................................................................................................19 1.2.3 Perdas.....................................................................................................................21 1.2.4 Investimentos.........................................................................................................22 1.3 Princípios da Contabilidade de Custos......................................................................22 1.3.1 Realização da Receita...............................................................................................23 1.3.2 Confrontação entre Despesas e Receitas..................................................................23 1.3.3 Apropriação de Custos por Absorção........................................................................24 1.4 Classificação de Custo.................................................................................................26 1.4.1 Produção do Período e Produção Acabada..............................................................26 1.4.2 Produtos Vendidos...................................................................................................28 1.4.3 Custos Primários e de Transformação......................................................................29 1.4.4 Subclassificação de Custos.......................................................................................30 Proposta de Atividade.......................................................................................................30 Recapitulando.....................................................................................................................31 Referências.........................................................................................................................31 CAPÍTULO 2 - MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO..................................32 Objetivos do capítulo........................................................................................................33 Tópicos de estudo..............................................................................................................33 Contextualizando o cenário.............................................................................................33 2.1 Métodos de custeio.....................................................................................................34 2.1.1 Métodos de custeio para fins contábeis...................................................................34 2.1.2 Métodos de custeio para fins de análise e tomada de decisão..................................35 2.2 Esquema básico de custeio por absorção.................................................................36 2.2.1 Procedimentos de custeio.......................................................................................37 2.2.2 Fluxo simplificado de contabilização.......................................................................43 2.2.3 Registro contábil completo.....................................................................................44 2.3 Método de custeio por departamentos....................................................................45 2.3.1 Departamentalização..............................................................................................45 2.3.2 Departamentos de serviços.....................................................................................47 2.3.3 Departamentos de produção...................................................................................47 2.3.4 Caso prático de departamentalização......................................................................47 2.4 Método de custeio baseado em atividades..............................................................51 2.4.1 Conceituação...........................................................................................................51 2.4.2 Identificando atividades..........................................................................................522.4.3 Direcionadores de custos.........................................................................................54 2.4.4 Custo de produtos com base em ABC.....................................................................54 Proposta de Atividade.......................................................................................................54 Recapitulando....................................................................................................................55 Referências.........................................................................................................................55 CAPÍTULO 3 - CUSTOS DIRETOS.................................................................................56 Objetivos do capítulo........................................................................................................57 Tópicos de estudo..............................................................................................................57 Contextualizando o cenário.............................................................................................57 3.1 Materiais Diretos..........................................................................................................58 3.1.1 Custo de aquisição...................................................................................................58 3.1.2 Problemas com aquisição de mercadorias...............................................................60 3.1.3 Critérios de avaliação dos materiais.........................................................................60 3.1.4 Teste de recuperabilidade em estoques...................................................................66 3.2 Mão de obra.................................................................................................................67 3.2.1 Mão de obra direta..................................................................................................67 3.2.2 Encargos sociais e adicionais salariais.....................................................................68 3.2.3 Cálculo do salário/hora............................................................................................70 3.2.4 Tempo ocioso de mão de obra.................................................................................73 Proposta de Atividade.......................................................................................................74 Recapitulando....................................................................................................................74 Referências.........................................................................................................................74 CAPÍTULO 4 - ASPECTOS ESPECIAIS DA GESTÃO DE CUSTOS......................75 Objetivos do capítulo........................................................................................................76 Tópicos de estudo..............................................................................................................76 Contextualizando o cenário.............................................................................................76 4.1 Custos indiretos de fabricação...................................................................................76 4.1.1 Rateio de custos indiretos de fabricação..................................................................77 4.1.2 Principais critérios de rateio.....................................................................................77 4.1.3 Impactos da utilização de rateio..............................................................................79 4.2 Problemas especiais da produção por ordem..........................................................80 4.2.1 Ordem de produção.................................................................................................81 4.2.2 Contabilização por ordem de produção...................................................................87 4.3 Produção contínua......................................................................................................88 4.3.1 Cálculo de unidades equivalentes............................................................................88 4.3.2 Custeio por processos..............................................................................................91 Proposta de Atividade.......................................................................................................93 Recapitulando....................................................................................................................93 Referências.........................................................................................................................94 CAPÍTULO 5 - GESTÃO DE CUSTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO............95 Objetivos do capítulo........................................................................................................96 Tópicos de estudo..............................................................................................................96 Contextualizando o cenário.............................................................................................96 5.1 Método de custeio direto ou variável.......................................................................97 5.1.1 Vantagens de usar o custeio direto ou variável.........................................................97 5.1.2 Tratamento dos custos fixos no custeio variável......................................................98 5.1.3 Margem de contribuição........................................................................................103 5.2 Apuração de resultado com custos fixos identificados........................................106 5.2.1 Identificação de custos fixos aos produtos.............................................................106 5.2.2 Apresentação de resultado com custo fixo identificado.........................................108 5.3 Margem de contribuição em ambientes de produção com fatores limitantes....103 5.3.1 Restrição na produção............................................................................................113 5.3.2 Aplicação de fatores limitantes de produção na margem de contribuição..............114 5.3.3 Definição de mix de produção................................................................................117 Proposta de Atividade.....................................................................................................117 Recapitulando...................................................................................................................118 Referências........................................................................................................................118 CAPÍTULO 6 - A GESTÃO DE CUSTOS E A RELAÇÃO ENTRE CUSTO, VOLUME E LUCRO...........................................................................................................119 Objetivos do capítulo.......................................................................................................120 Tópicos de estudo.............................................................................................................120 Contextualizando o cenário............................................................................................120 6.1 Comportamento de custos e despesas...................................................................121 6.1.1 Custos e despesas fixos..........................................................................................121 6.1.2 Custos e despesas variáveis....................................................................................122 6.2 Ponto de equilíbrio....................................................................................................123 6.2.1 Ponto de equilíbrio contábil...................................................................................123 6.2.2 Ponto de equilíbrio financeiro................................................................................1286.2.3 Ponto de Equilíbrio Econômico..............................................................................130 6.3 Margem de segurança e grau de alavancagem operacional................................131 6.3.1 Definição de ponto de equilíbrio com margem de segurança.................................131 6.3.2 Alavancagem operacional......................................................................................132 6.4 Análise e-se................................................................................................................134 6.4.1 Variações do preço de venda no equilíbrio..............................................................134 6.4.2 Alteração em custos e despesas fixos.....................................................................135 6.4.3 Variação nos custos e despesas variáveis................................................................135 Recapitulando...................................................................................................................136 Referências........................................................................................................................136 CAPÍTULO 7 - APURAÇÃO DE RESULTADO EM CUSTOS................................137 Objetivos do capítulo.......................................................................................................138 Tópicos de estudo.............................................................................................................138 Contextualizando o cenário............................................................................................138 7.1 Resultado pelo custeio absorção.............................................................................138 7.1.1 Custeamento por absorção.....................................................................................139 7.1.2 Apuração do Resultado..........................................................................................142 7.2 Custeio variável como base para o resultado........................................................144 7.2.1 Margem de contribuição por produto....................................................................144 7.2.2 Resultado operacional líquido................................................................................147 7.3 Custeio baseado em Atividades na apuração de resultado.................................149 7.3.1 Custeio das atividades e dos produtos....................................................................150 7.3.2 Apuração de Resultado com o ABC........................................................................152 Proposta de Atividade.....................................................................................................153 Recapitulando...................................................................................................................154 Referências........................................................................................................................154 CAPÍTULO 8 - CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E TOMADA DE DECISÃO....155 Objetivos do capítulo......................................................................................................156 Tópicos de estudo............................................................................................................156 Contextualizando o cenário...........................................................................................156 8.1 Aspectos quantitativos do preço de venda............................................................156 8.1.1 Taxa de marcação...................................................................................................157 8.1.2 Cálculo de preço de venda com custeio absorção..................................................160 8.1.3 Custeio meta.........................................................................................................163 8.2 Decisões sobre ofertas de compra..........................................................................165 8.2.1 A influência de custos indiretos de fabricação no preço de venda..........................165 8.2.2 Decisão de preço de venda com base na margem de contribuição unitária............167 8.3 Aspectos qualitativos da formação de preço de venda...........................................168 8.3.1 Formação de preço ao consumidor........................................................................168 8.3.2 Comportamento do consumidor............................................................................169 8.3.3. Relação entre custo e preço de venda....................................................................170 8.4 Custo padrão..............................................................................................................171 8.4.1 Utilidade da definição de custo padrão...................................................................172 8.4.2 Determinação de padrão.......................................................................................172 8.4.3 Análise de variações no padrão..............................................................................173 Proposta de Atividade.....................................................................................................174 Recapitulando...................................................................................................................175 Referências........................................................................................................................175 10 GESTÃO DE CUSTOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CUSTOS Douglas Almeida Lima 11 GESTÃO DE CUSTOS CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CUSTOS Douglas Almeida Lima Compreenda seu livro: Metodologia Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e tem por objetivo a comunicação bidirecional entre os atores educacionais. O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendizagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado nos seguintes propósitos: • valorizar suas experiências; • incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; • estimular a pesquisa; • oportunizar a reflexão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Compreenda seu livro: Percurso Com base nessa metodologia, o livro apresenta os itens descritos abaixo. Navegue no recurso para conhecê-los. 1. Objetivos do capítulo Indicam o que se espera que você aprenda ao final do estudo do capítulo, baseados nas necessidades de aprendizagem do seu curso. 2. Tópicos que serão estudados Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. 3. Contextualizando o cenário Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. 4. Pergunta norteadora Ao final do Contextualizando o cenário, consta uma pergunta que estimulará sua reflexão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica. 5. Pausa para refletir São perguntas que o instigam a refletir sobre algum ponto estudado no capítulo. 6. Boxes São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de filme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. 7. Proposta de atividade Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e sistematize o que aprendeu no capítulo. 8. Recapitulando É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, retomando os objetivos do capítulo, a pergunta norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os questionamentos feitos no decorrer do conteúdo. • • • • 12 9. Referências bibliográficas São todas as fontes utilizadas no capítulo,incluindo as fontes mencionadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. Boxes Navegue no recurso abaixo para conhecer os boxes de conteúdo utilizados. Afirmação Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. Assista Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. Biografia Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. Contexto Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. Curiosidade Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. 13 9. Referências bibliográficas São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencionadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. Boxes Navegue no recurso abaixo para conhecer os boxes de conteúdo utilizados. Afirmação Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. Assista Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. Biografia Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. Contexto Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. Curiosidade Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. Dica Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. Esclarecimento Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. Exemplo Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto abordando a relação teoria-prática. Apresentação da disciplina A gestão dos negócios leva o profissional de Administração à necessidade de compreender os objetivos almejados pela organização e fazer a gestão do desempenho e dos resultados com base nos números resultantes da operação desta organização. Sua visão deve ser ampla e requer decisões e diagnósticos constantes que não podem ser baseados em intuição ou adivinhação. A saúde financeira sob responsabilidade da Administração requer a análise de dados quantitativos, não sendo necessário que esse profissional tenha formação em Contabilidade, porém, que interaja adequadamente com a Contabilidade, uma vez que grande parte dos números são provenientes dos lançamentos e processamentos originários da Contabilidade. Dessa forma, é necessário haver constante avaliação e ação sobre as informações contábeis, o que exige sua adequada interpretação. O que veremos com a leitura deste livro, a partir da origem histórica da necessidade de contabilização, será especificamente a parte da contabilidade relacionada a custos, visto ser parte importante na definição do melhor preço do produto ou serviço e da obtenção do lucro do negócio. A Contabilidade é uma Ciência cujo registro de sua existência se dá desde os primórdios da civilização. Obviamente, com a evolução dos povos, a Contabilidade também seguiu esse mesmo princípio. Uma dessas transformações sofridas pela Contabilidade decorre da chamada Revolução Industrial, marcada pela alteração nos meios de produção. Se antes os produtos tinham como característica marcante o custo de manufatura, com a revolução, passam a ter como componente preponderante de custos os gastos decorrentes da utilização de máquinas, que substituíam parte do trabalho de mão de obra direta. Essa transformação exigiu uma resposta da Contabilidade. Alguns autores chamam esse processo de evolução da Contabilidade Financeira de Contabilidade de Custos. E ele foi necessário para atender a uma necessidade básica da época, pois antes a mensuração de estoques era simples, já que predominava o mercantilismo, mas com a industrialização da produção de bens, qual seria o valor de um produto que foi feito a partir do emprego de mão de obra, materiais diretos e uma série de custos indiretos? Hoje a Contabilidade de Custos, ainda que muito ligada a entidades industriais, cumpre o papel de auxiliar na valoração do custo de produtos e serviços. Sua utilidade está ainda na produção de informações contábeis para usuários internos, por meio de ferramentas de análise de custos. Fique atento, pois, com este conteúdo, você Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 14 abrirá portas para a atuação profissional nas funções de gestão de negócios, como administração geral, controladoria, funções de analista, ou, então, como acionista, sócio(a) ou proprietário(a) de negócios, com maior capacidade de interpretar dados e tomar decisões. A autoria Douglas Almeida Lima Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), especialista em Contabilidade Pública pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ) e mestre em Contabilidade com foco na produção de informações para usuário interno, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atua no ensino e pesquisa de Contabilidade, com foco na produção e utilização de informações contábeis para usuário interno. Currículo Lattes: < >.http://lattes.cnpq.br/3396644115893369 Dedico esta obra a meus pais e irmãos, por serem meus eternos professores da vida, responsáveis pela formação do ser e à minha amada Renata, por todo o carinho e compreensão que me acolhe nos momentos mais felizes e nos mais difíceis também. Objetivos do capítulo Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Compreender a necessidade da análise de custos na administração de negócios.• 15 abrirá portas para a atuação profissional nas funções de gestão de negócios, como administração geral, controladoria, funções de analista, ou, então, como acionista, sócio(a) ou proprietário(a) de negócios, com maior capacidade de interpretar dados e tomar decisões. A autoria Douglas Almeida Lima Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), especialista em Contabilidade Pública pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ) e mestre em Contabilidade com foco na produção de informações para usuário interno, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atua no ensino e pesquisa de Contabilidade, com foco na produção e utilização de informações contábeis para usuário interno. Currículo Lattes: < >.http://lattes.cnpq.br/3396644115893369 Dedico esta obra a meus pais e irmãos, por serem meus eternos professores da vida, responsáveis pela formação do ser e à minha amada Renata, por todo o carinho e compreensão que me acolhe nos momentos mais felizes e nos mais difíceis também. Objetivos do capítulo Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Compreender a necessidade da análise de custos na administração de negócios.• • Compreender os aspectos introdutórios da contabilidade de custos • Reconhecer o caráter histórico. • Compreender a terminologia contábil aplicada a custos. • Compreender os princípios da contabilidade financeira aplicados à Contabilidade de Custos. • Compreender a classificação de custos. Tópicos de estudo • Contexto histórico. • Era Mercantilista. • Revolução Industrial. • Contabilidade Financeira x Contabilidade de Custos. • Aplicação e Utilidade da Contabilidade de Custos. • Linguagem Contábil em Custos. • Gastos. • Custos x Despesas. • Perdas. • Investimentos. • Princípios da Contabilidade de Custos. • Realização da Receita. • Confrontação entre Despesas e Receitas. • Apropriação de Custos por Absorção. • Classificação de Custos. • Produção do Período e Produção Acabada. • Produtos Vendidos. • Custos Primários e de Transformação. • Subclassificação de Custos. Contextualizando o cenário Quando falamos em Contabilidade de Custos não tratando, necessariamente, de uma nova contabilidade, mas sim de uma ramificação da Ciência Contábil que teve como ponto de partida as novas necessidadesempresariais ou as causadas pelas mudanças nos modos de produção. Essas transformações decorreram da utilização de máquinas nos processos produtivos, permitindo a redução do trabalho manual, a produção em larga escala e a padronização de produtos. A civilização deixa de lado, então, os processos de manufatura e, junto com ela, a Era Mercantilista, passando a viver uma Revolução Industrial. Foi esta Revolução que causou impactos na Contabilidade, gerando questionamentos que vieram, primariamente, voltados à definição do valor do estoque de mercadorias. Sendo assim, diante dos novos meios de produção, a Contabilidade se viu obrigada a responder, como definir o custo de um produto se um único gasto se refere à produção de vários produtos ao mesmo tempo? 1.1 Contexto Histórico A história da Contabilidade de Custos se converge com um período da história conhecido como Revolução Industrial. Este compreendeu os séculos XVIII e XIX, e foi marcado por diversas transformações, como o próprio nome cita, foi um momento de revolução nos modos de produção. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 16 Para compreendermos o contexto histórico da Contabilidade de Custos, iremos estudar, primeiro, um pouco sobre a Era Mercantilista, até chegarmos à Revolução Industrial e aos impactos causados à Contabilidade Financeira, requisitando o surgimento de uma nova ramificação da contabilidade: a Contabilidade de Custos. 1.1.1 Era Mercantilista Para que possamos nos situar no contexto histórico do surgimento da Contabilidade de Custos, precisamos falar sobre a Era Mercantilista. Esta compreendeu um período em que os modos de produção tinham, predominantemente, o uso de mão de obra, o que acabava por caracterizar as atividades econômicas de compra e de venda de produtos primários e mercadorias manufaturadas. Esse foi um momento também em que a , ou Contabilidade Geral, cumprindo seu papelContabilidade Financeira de avaliar, mensurar e controlar as variações patrimoniais, registrava o valor dos estoques com base em uma formulação simples. Martins (2010) menciona que a principal necessidade de mensurar os estoques era para a correta apuração de resultado, em que: • Estoques Iniciais. • (+) Compras. • (–) Estoques Finais. • (=) Custo das Mercadorias Vendidas. Perceba como o processo era simplificado e tinha um objetivo puramente financeiro, com finalidade de apurar o valor dos estoques e definir resultado de um período para apuração de tributos. Compreendida a , precisamos entender uma nova Era que impactou os trabalhos daEra Mercantilista Contabilidade Financeira, requisitando um posicionamento, necessário ao cumprimento dos objetivos da contabilidade. Estamos falando da Aprenda um pouco mais sobre ela, analisando sua Revolução Industrial. relação com a Contabilidade no tópico a seguir. 1.1.2 Revolução Industrial Nas primeiras décadas do século XXI, a sociedade vivencia a intervenção tecnológica nos meios de produção. O benefício da (em que os objetos, ainda que comuns, como lâmpadas e equipamentosInternet das Coisas eletrodomésticos, estão interconectados com a internet) chegou às indústrias, fazendo com que muitos estudiosos já considerem essa interação entre os modos de produção e tecnologia como a quarta Revolução Industrial, ou ainda como Indústria 4.0. • • • • Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 17 Para compreendermos o contexto histórico da Contabilidade de Custos, iremos estudar, primeiro, um pouco sobre a Era Mercantilista, até chegarmos à Revolução Industrial e aos impactos causados à Contabilidade Financeira, requisitando o surgimento de uma nova ramificação da contabilidade: a Contabilidade de Custos. 1.1.1 Era Mercantilista Para que possamos nos situar no contexto histórico do surgimento da Contabilidade de Custos, precisamos falar sobre a Era Mercantilista. Esta compreendeu um período em que os modos de produção tinham, predominantemente, o uso de mão de obra, o que acabava por caracterizar as atividades econômicas de compra e de venda de produtos primários e mercadorias manufaturadas. Esse foi um momento também em que a , ou Contabilidade Geral, cumprindo seu papelContabilidade Financeira de avaliar, mensurar e controlar as variações patrimoniais, registrava o valor dos estoques com base em uma formulação simples. Martins (2010) menciona que a principal necessidade de mensurar os estoques era para a correta apuração de resultado, em que: • Estoques Iniciais. • (+) Compras. • (–) Estoques Finais. • (=) Custo das Mercadorias Vendidas. Perceba como o processo era simplificado e tinha um objetivo puramente financeiro, com finalidade de apurar o valor dos estoques e definir resultado de um período para apuração de tributos. Compreendida a , precisamos entender uma nova Era que impactou os trabalhos daEra Mercantilista Contabilidade Financeira, requisitando um posicionamento, necessário ao cumprimento dos objetivos da contabilidade. Estamos falando da Aprenda um pouco mais sobre ela, analisando sua Revolução Industrial. relação com a Contabilidade no tópico a seguir. 1.1.2 Revolução Industrial Nas primeiras décadas do século XXI, a sociedade vivencia a intervenção tecnológica nos meios de produção. O benefício da (em que os objetos, ainda que comuns, como lâmpadas e equipamentosInternet das Coisas eletrodomésticos, estão interconectados com a internet) chegou às indústrias, fazendo com que muitos estudiosos já considerem essa interação entre os modos de produção e tecnologia como a quarta Revolução Industrial, ou ainda como Indústria 4.0. • • • • Fonte: © wellphoto / / Shutterstock. Antes de chegarmos à Indústria 4.0, houve uma primeira Revolução Industrial (século XVIII) com a introdução de máquinas no processo produtivo. À época em que ocorreu, mal se imaginava uma segunda, uma terceira e quarta revoluções. Mas o que isso implicou para o período, exatamente? Imagine um bem de consumo que hoje você consegue encontrar em larga escala no mercado, como uma mesa, por exemplo. Até a primeira Revolução Industrial, esse era um bem, assim como muitos outros, produzido de forma limitada, quase artesanal, com uso predominante de mão de obra. E nesse contexto, a inserção de máquinas tornou difícil o trabalho da contabilidade em definir o valor do estoque (total de bens armazenados e disponibilizados para venda, representados por conta de ativode mercadorias circulante), pois um único gasto referente à produção estava relacionado a vários produtos. Foi a partir dessa necessidade que surgiu a Contabilidade de Custos, baseada nos princípios da Contabilidade Financeira, esta última, vigente e predominante na época da revolução. 1.1.3 Contabilidade Financeira x Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos, como vimos, surgiu da necessidade de definir o valor do estoque das empresas industriais. Mas como exatamente a contabilidade de custos surgiu? Martins (2010) cita que a Contabilidade de Custos, apesar originar-se das necessidades de empresas industriais – uma novidade na época – não é algo totalmente novo. Ou seja, a ainda que uma ramificação nova da Ciência Contábil, baseia-Contabilidade de Custos, se nos princípios da Contabilidade Financeira. ESCLARECIMENTO A Contabilidade de Custos é um ramo da Contabilidade decorrente da Contabilidade Financeira, em seu objetivo, finalidade e princípios. Por este motivo, Martins (2010) a considera como uma evolução da Contabilidade Financeira, aplicada à realidade das Indústrias. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 18 Apesar de sua origem, a Contabilidade de Custos não é necessariamente ligada unicamente a empresas industriais, também é possível aplicá-la em entidades prestadoras de serviços. Continue acompanhando e descubra a aplicação e utilidade Contabilidade de Custos na gestão dos negócios. 1.1.4 Aplicação e Utilidade da Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos, mesmo tendo surgido da necessidade de empresas industriais,é facilmente aplicada, também, no controle, mensuração e avaliação de custos em entidades prestadoras de serviços. Sendo assim, podemos dizer que a Contabilidade de Custos tem aplicação em empresas que realizam a produção de bens e/ou serviços. A utilidade de custos, primariamente, era ajudar na definição do pois,valor dos estoques, como explicado por Martins (2010), a valoração de estoques era muito simples na era mercantilista. Fonte: © oneSHUTTER oneMEMORY / / Shutterstock. Logo, a Contabilidade de Custos pode ser útil tanto a como entidades industriais, entidades comerciais, . Além disso, a finalidade dela é a de auxiliar na definição do valor dos estoques.entidades prestadoras de serviço De forma secundária, ao longo do tempo, foi percebida utilidade ainda maior para a informação de custos: o auxílio ao planejamento e tomada de decisão. Agora que você já conhece como a Contabilidade de Custos pode ser útil para as empresas, vejamos algumas definições fundamentais que são norteadoras de todo o trajeto realizado até a definição do custo de um produto. 1.2 Linguagem Contábil em Custos Para que possamos definir o custo de um produto, primeiro, precisamos entender como ocorrem os gastos em uma entidade produtora de bens e serviços. Isso é preciso, pois os gastos de uma indústria nem sempre fazem parte do custo necessário para produzir um produto. Sendo assim, em Contabilidade de Custos, adotamos uma linguagem, ou uma terminologia contábil própria. Preste muita atenção a cada um desses conceitos que veremos a seguir, pois eles nortearão todos os nossos estudos. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 19 Apesar de sua origem, a Contabilidade de Custos não é necessariamente ligada unicamente a empresas industriais, também é possível aplicá-la em entidades prestadoras de serviços. Continue acompanhando e descubra a aplicação e utilidade Contabilidade de Custos na gestão dos negócios. 1.1.4 Aplicação e Utilidade da Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos, mesmo tendo surgido da necessidade de empresas industriais, é facilmente aplicada, também, no controle, mensuração e avaliação de custos em entidades prestadoras de serviços. Sendo assim, podemos dizer que a Contabilidade de Custos tem aplicação em empresas que realizam a produção de bens e/ou serviços. A utilidade de custos, primariamente, era ajudar na definição do pois,valor dos estoques, como explicado por Martins (2010), a valoração de estoques era muito simples na era mercantilista. Fonte: © oneSHUTTER oneMEMORY / / Shutterstock. Logo, a Contabilidade de Custos pode ser útil tanto a como entidades industriais, entidades comerciais, . Além disso, a finalidade dela é a de auxiliar na definição do valor dos estoques.entidades prestadoras de serviço De forma secundária, ao longo do tempo, foi percebida utilidade ainda maior para a informação de custos: o auxílio ao planejamento e tomada de decisão. Agora que você já conhece como a Contabilidade de Custos pode ser útil para as empresas, vejamos algumas definições fundamentais que são norteadoras de todo o trajeto realizado até a definição do custo de um produto. 1.2 Linguagem Contábil em Custos Para que possamos definir o custo de um produto, primeiro, precisamos entender como ocorrem os gastos em uma entidade produtora de bens e serviços. Isso é preciso, pois os gastos de uma indústria nem sempre fazem parte do custo necessário para produzir um produto. Sendo assim, em Contabilidade de Custos, adotamos uma linguagem, ou uma terminologia contábil própria. Preste muita atenção a cada um desses conceitos que veremos a seguir, pois eles nortearão todos os nossos estudos. 1.2.1 Gastos A primeira definição de gasto que devemos compreender é genérica e refere-se a tudo que uma empresa gasta, seja para produção, seja para a realização de vendas, seja para investimentos. Sendo assim, a definição de comporta e . Veremos cada umagastos custos, despesas, perdas investimentos dessas espécies no tópico a seguir, mas antes precisamos dizer que um gasto nem sempre representa um desembolso de recursos imediato ou futuro. Por exemplo, a depreciação de equipamentos é considerada um gasto, mas não gera nenhum tipo de . O mesmo pode acontecer com despesas que serãodesembolso financeiro pagas no futuro, pois no momento de seu registro são contabilizadas de acordo com sua ocorrência e não conforme a ocorrência do pagamento. Agora que você já compreendeu o conceito de gastos e desembolso, veremos as classificações gerais de gastos nos subtópicos a seguir. 1.2.2 Custos x Despesas Um dos grandes dilemas da Contabilidade de Custos reside, justamente, em classificar os gastos de modo adequado, pois o reconhecimento equivocado gera a produção de informações sem fidedignidade. Assim, o Custo é o “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços e a despesa é o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (MARTINS, 2010, p. 26)”. Teoricamente, Crepaldi (2010) cita que a diferença entre custos e despesas é muito simples. Clique a seguir para acompanhar e entender essa diferença. Custo Custo é o gasto relacionado à produção de bens ou serviços. Despesa Despesa é o gasto consumido para a obtenção de receitas. AFIRMAÇÃO Para Martins (2010, p. 24) gasto é “conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos; assim, temos Gastos com a compra de matérias-primas, mão de obra, tanto na produção como na distribuição; com honorários da diretoria, na compra de um imobilizado”, entre outros. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar Ana Cassia Sublinhar 20 Fonte: © mangostar / / Shutterstock. Por isso, é muito comum antes de definirmos se um gasto é custo ou despesa escutarmos a resposta: depende. Por exemplo, o gasto com aluguel, pode ser um custo ou uma despesa, pois necessita da finalidade do espaço alugado: se utilizado para produzir os produtos, é um custo; se o espaço é usado pela loja onde são vendidos os produtos, temos uma despesa. Assim, podemos dizer, então, que um mesmo gasto pode ter vários estágios. Por exemplo, Martins (2010, p. 25) afirma ser “a energia elétrica [...] um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua utilização) e passa a fazer parte do valor do custo do produto com ela elaborado”. Consegue perceber o quão tênue é a diferença entre custos e despesas? Essa é uma classificação de gastos fundamental para a definição do custo de um produto. Então, sempre que sentir dúvidas sobre essa separação, retorne a este tópico. EXEMPLO A matéria-prima, por exemplo, ao ser adquirida é um investimento. Ao ser utilizada na produção é um custo. Já ao ser transformada em um produto e retornar para o estoque torna-se um investimento, e ao ser vendida como produto, passa a ser uma despesa. PAUSA PARA REFLETIR Pense agora no salário de um Contador. Para uma empresa industrial, trata-se de uma despesa. E, para um escritório de contabilidade? Ele seria um custo ou seria uma despesa? Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 21 Fonte: © mangostar / / Shutterstock. Por isso, é muito comum antes de definirmos se um gasto é custo ou despesa escutarmos a resposta: depende. Por exemplo, o gasto com aluguel, pode ser um custo ou uma despesa, pois necessita da finalidade do espaço alugado: se utilizado para produzir os produtos, é um custo; se o espaço é usado pela loja onde são vendidos os produtos, temos uma despesa. Assim, podemos dizer, então, que um mesmogasto pode ter vários estágios. Por exemplo, Martins (2010, p. 25) afirma ser “a energia elétrica [...] um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua utilização) e passa a fazer parte do valor do custo do produto com ela elaborado”. Consegue perceber o quão tênue é a diferença entre custos e despesas? Essa é uma classificação de gastos fundamental para a definição do custo de um produto. Então, sempre que sentir dúvidas sobre essa separação, retorne a este tópico. EXEMPLO A matéria-prima, por exemplo, ao ser adquirida é um investimento. Ao ser utilizada na produção é um custo. Já ao ser transformada em um produto e retornar para o estoque torna-se um investimento, e ao ser vendida como produto, passa a ser uma despesa. PAUSA PARA REFLETIR Pense agora no salário de um Contador. Para uma empresa industrial, trata-se de uma despesa. E, para um escritório de contabilidade? Ele seria um custo ou seria uma despesa? Dando continuidade aos nossos estudos, veremos o conceito de perdas, pois nem todos os gastos de uma empresa podem ser classificados como custos ou despesas. Por exemplo, você conseguiria definir os gastos que decorrem de um incêndio? Vejamos essa definição no subtópico a seguir. 1.2.3 Perdas Faz parte da realidade de qualquer empresa incorrer em gastos que não geram nenhum tipo de benefício econômico. Por exemplo, ao sofrer com uma enchente uma empresa tem gastos que aconteceram de forma involuntário, pois é óbvio que se dependesse unicamente de sua vontade, não sofreria os prejuízos causados por um evento como esse. As perdas, então, representam um gasto consumido de forma anormal ou ainda involuntariamente. Fonte: © byggnar.se / / Shutterstock. Neste sentido, Martins (2010, p. 26) cita que as perdas “são itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas, mas não representam (custos com matéria-prima, por exemplo) ousacrifícios normais derivados de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita”. Conheça mais sobre as perdas clicando a seguir. Perdas normais Ele ainda elenca a existência de perdas que podem ser consideradas normais e que decorrem da atividade natural da entidade. Por exemplo, os de papel ocorridos em uma gráfica fazem parte da atividade normal da desperdícios empresa e são, de certa forma, necessárias à obtenção do produto ou à prestação do serviço. Sendo assim, essas , consideradas normais, devem fazer parte do custo de produção do bem ou serviço. perdas Diante desses conceitos, precisamos estar atentos ao falar de perdas, pois elas, decorrentes da atividade habitual da empresa, são consideradas como parte do custo de produção. Perdas anormais Por outro lado, as , decorrentes de eventos involuntários, como fenômenos da natureza, por perdas anormais exemplo, são consideradas perdas e reconhecidas diretamente no resultado da empresa, sem transitar como custos, despesas ou investimentos. 22 Agora que você já compreende também a ocorrência de perdas, veremos uma última espécie de gastos: os investimentos. 1.2.4 Investimentos Para que possamos reconhecer um gasto como investimento temos que, basicamente, reconhecer algumas características: • possibilidade de ativar; • ter vida útil definida; • expectativa de gerar benefícios econômicos. Fonte: © kung_tom / / Shutterstock. Sendo assim, podemos dizer que o investimento é o primeiro estágio de muitos gastos, como, por exemplo, a compra de matéria-prima, a aquisição de máquinas e equipamentos. Dando continuidade aos nossos estudos em Contabilidade de Custos, precisamos falar dos princípios contábeis aplicados a Custos. Acompanhe! 1.3 Princípios da Contabilidade de Custos Como vimos, a Contabilidade de Custos surgiu para atender às necessidades emergentes de empresas industriais, que precisavam definir o valor dos estoques com base em gastos incorridos. PAUSA PARA REFLETIR Ao processar cana-de-açúcar, o bagaço é gerado. Supondo que esse seja descartado, por não ter outra utilidade, ele seria custo do processo produtivo ou perdas reconhecidas como despesas? • • • 23 Agora que você já compreende também a ocorrência de perdas, veremos uma última espécie de gastos: os investimentos. 1.2.4 Investimentos Para que possamos reconhecer um gasto como investimento temos que, basicamente, reconhecer algumas características: • possibilidade de ativar; • ter vida útil definida; • expectativa de gerar benefícios econômicos. Fonte: © kung_tom / / Shutterstock. Sendo assim, podemos dizer que o investimento é o primeiro estágio de muitos gastos, como, por exemplo, a compra de matéria-prima, a aquisição de máquinas e equipamentos. Dando continuidade aos nossos estudos em Contabilidade de Custos, precisamos falar dos princípios contábeis aplicados a Custos. Acompanhe! 1.3 Princípios da Contabilidade de Custos Como vimos, a Contabilidade de Custos surgiu para atender às necessidades emergentes de empresas industriais, que precisavam definir o valor dos estoques com base em gastos incorridos. PAUSA PARA REFLETIR Ao processar cana-de-açúcar, o bagaço é gerado. Supondo que esse seja descartado, por não ter outra utilidade, ele seria custo do processo produtivo ou perdas reconhecidas como despesas? • • • Até então, essas eram novas demandas, que não tinham um embasamento teórico específico da Contabilidade. É por esse motivo que, muitos estudiosos da área, mencionam a forma como a contabilidade de empresas industriais foi feita à época da Revolução Industrial do século XVIII, tendo decorrido de forma muito similar com o que já era realizado em entidades comerciais. Desse modo, podemos dizer que a Contabilidade de Custos se apropria de que são utilizados também na Contabilidade Comercial.princípios 1.3.1 Realização da Receita Este princípio diz respeito ao momento em que devemos realizar o reconhecimento (realização) Porda Receita. este princípio, temos que o reconhecimento do resultado, seja ele lucro ou prejuízo, deve ser feito apenas quando houver a realização da receita. Por sua vez, a receita ocorre no momento em que, ou à medida em que ocorre a transferência do bem ou serviço para o comprador (MARTINS, 2010). Fonte: © Atulji / / Shutterstock. Sendo assim, é importante estar atento a este princípio, pois ele está ligado a normativos contábeis da Contabilidade Financeira e interligado com o próximo princípio que veremos, o da confrontação entre despesas e receitas. 1.3.2 Confrontação entre Despesas e Receitas Se, por um lado, temos um princípio que diz o momento em que as receitas devem ser reconhecidas, temos o da confrontação entre despesas e receitas, preconizando o reconhecimento das despesas no momento em que as receitas são reconhecidas. 24 Fonte: © Dusit / / Shutterstock. Para facilitar a compreensão, lembre-se de como a Contabilidade Comercial realiza o registro contábil de uma venda. São reconhecidas as receitas, as deduções da receita e, em seguida, o Custo da Mercadoria Vendida. Observe que esse, não é nada além do já conhecido , ou seja, reconhecer receitas eregime de competência despesas no momento de sua ocorrência. No tópico a seguir, apresentaremos o Princípio da Apropriação de Custos por Absorção. Fique atento a ele, pois, dentre os princípios, é o que traz mais impacto à definição do custo de um produto. Acompanhe! 1.3.3 Apropriação de Custos por Absorção O profissional da Administração utiliza relatórios contábeis para fazer a gestão financeira, e, por isso, deve estar familiarizado com os relatórios Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), em que encontrará os números referentes a investimentos, receitas, custos e despesas. Como vimos, uma das principais dificuldades originadas da utilização de máquinas no processo produtivo é a Preponderância de Custos, que não pode ser identificada a um único produto específico. Por exemplo, a mão de obra antes quase artesanal, dedicava-se à produção de um produto específico. Com a Revolução Industrial, um mesmo operário é utilizado na produçãode diversos produtos. Diante dessa realidade, a Contabilidade de Custos precisa definir o que irá compor o valor de um produto, para que, assim, possa chegar ao valor de estoque. Vamos clicar para entender como isso acontece. Custos por absorção Temos o princípio da apropriação de , que rege o valor de um produto formado por todos oscustos por absorção custos, ou seja, todos os esforços financeiros que foram empregados na produção do bem ou serviço. Despesas As despesas fazem parte do e não transitam no resultado Balanço Patrimonial. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 25 Fonte: © Dusit / / Shutterstock. Para facilitar a compreensão, lembre-se de como a Contabilidade Comercial realiza o registro contábil de uma venda. São reconhecidas as receitas, as deduções da receita e, em seguida, o Custo da Mercadoria Vendida. Observe que esse, não é nada além do já conhecido , ou seja, reconhecer receitas eregime de competência despesas no momento de sua ocorrência. No tópico a seguir, apresentaremos o Princípio da Apropriação de Custos por Absorção. Fique atento a ele, pois, dentre os princípios, é o que traz mais impacto à definição do custo de um produto. Acompanhe! 1.3.3 Apropriação de Custos por Absorção O profissional da Administração utiliza relatórios contábeis para fazer a gestão financeira, e, por isso, deve estar familiarizado com os relatórios Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), em que encontrará os números referentes a investimentos, receitas, custos e despesas. Como vimos, uma das principais dificuldades originadas da utilização de máquinas no processo produtivo é a Preponderância de Custos, que não pode ser identificada a um único produto específico. Por exemplo, a mão de obra antes quase artesanal, dedicava-se à produção de um produto específico. Com a Revolução Industrial, um mesmo operário é utilizado na produção de diversos produtos. Diante dessa realidade, a Contabilidade de Custos precisa definir o que irá compor o valor de um produto, para que, assim, possa chegar ao valor de estoque. Vamos clicar para entender como isso acontece. Custos por absorção Temos o princípio da apropriação de , que rege o valor de um produto formado por todos oscustos por absorção custos, ou seja, todos os esforços financeiros que foram empregados na produção do bem ou serviço. Despesas As despesas fazem parte do e não transitam no resultado Balanço Patrimonial. Custo do Produto Vendido Por outro lado, os custos são alocados aos produtos, que, enquanto não são vendidos, figuram no Balanço Patrimonial como estoques e, por força de sua venda e reconhecimento da receita, são apresentados na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) sob a forma de Custo do Produto Vendido (CPV). Veja o diagrama a seguir para compreender mais a explicação. Apropriação de Custos aos Produtos Fonte: MARTINS, 2010, p. 37. A imagem acima traz um esquema explicativo sobre o método de custeio por absorção e a forma de apropriação dos custos aos produtos e das despesas diretamente ao resultado. Como mencionamos, a Contabilidade de Custos não é algo exclusivo das entidades industriais. Sendo assim, veja o diagrama a seguir, que representa a absorção de custos em uma entidade prestadora de serviços. Observe que, devido à impossibilidade se se armazenar uma prestação de serviços, os custos são diretamente alocados à Prestação de Serviços que compõe a Demonstração de Resultados sob a nomenclatura de Custo dos Serviços Prestados (CSP). Em se tratando de empresa comercial, que comprará produtos para revender, o custo é denominado Custo da Mercadoria Vendida (CMV). A diferença da operação industrial é que não ocorre o investimento em estoques de matérias-primas e de produtos acabados, mas somente de produtos adquiridos para a realização da venda. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 26 Esquema explicativo sobre o método de custeio por absorção e a forma de apropriação dos custos aos produtos e das despesas diretamente ao resultado de entidades prestadoras de serviços. Fonte: MARTINS, 2010, p. 37. Perceba como, de fato, a única diferença entre o esquema de custeio absorção em uma entidade prestadora de serviços e uma industrial só se diferenciam pela acumulação dos custos nos estoques antes de aparecerem no resultado. Note também que nos dois esquemas as despesas vão direto para a Demonstração de Resultados, pois não têm relação com a produção do produto ou serviço. No próximo tópico, iremos compreender como detalhar os custos em subclassificações, pois ao produzir informações sobre o custo de um produto teremos custos que se comportam de formas diferentes. Por exemplo, existem custos que independentemente de haver ou não produção continuam existindo, enquanto outros não. Também há custos que estão estritamente relacionados a um produto, enquanto outros não. Veremos, então, como classificar esses custos em subclassificações de custos. 1.4 Classificação de Custos Em Contabilidade de Custos, produzimos informações financeiras que são utilizadas na definição do valor dos estoques e, consequentemente, na apuração do resultado do exercício. Para isto, precisamos ter em mente que custo é um conceito muito amplo. Ao falarmos do conceito de Custos, referimo-nos a ele como uma espécie de gastos. Mas agora precisamos nos aprofundar um pouco mais nele e compreender outros tipos de custos e suas subclassificações. 1.4.1 Produção do Período e Produção Acabada Produção do Período e Produção Acabada são dois conceitos que compreendem informações importantes sobre os gastos do período. Para compreendermos, veja, por exemplo, o quadro a seguir. Ele apresenta o total de gastos de uma entidade fabril para um período mensal. Nele, o custo de produção do período nada mais é que todos os gastos relacionados à produção de produtos e serviços durante um determinado período. Neste exemplo, os custos do período somam R$ 1.500 mil. Sendo assim, o também corresponde a R$Custo de Produção do Período 1.500 mil. 27 Esquema explicativo sobre o método de custeio por absorção e a forma de apropriação dos custos aos produtos e das despesas diretamente ao resultado de entidades prestadoras de serviços. Fonte: MARTINS, 2010, p. 37. Perceba como, de fato, a única diferença entre o esquema de custeio absorção em uma entidade prestadora de serviços e uma industrial só se diferenciam pela acumulação dos custos nos estoques antes de aparecerem no resultado. Note também que nos dois esquemas as despesas vão direto para a Demonstração de Resultados, pois não têm relação com a produção do produto ou serviço. No próximo tópico, iremos compreender como detalhar os custos em subclassificações, pois ao produzir informações sobre o custo de um produto teremos custos que se comportam de formas diferentes. Por exemplo, existem custos que independentemente de haver ou não produção continuam existindo, enquanto outros não. Também há custos que estão estritamente relacionados a um produto, enquanto outros não. Veremos, então, como classificar esses custos em subclassificações de custos. 1.4 Classificação de Custos Em Contabilidade de Custos, produzimos informações financeiras que são utilizadas na definição do valor dos estoques e, consequentemente, na apuração do resultado do exercício. Para isto, precisamos ter em mente que custo é um conceito muito amplo. Ao falarmos do conceito de Custos, referimo-nos a ele como uma espécie de gastos. Mas agora precisamos nos aprofundar um pouco mais nele e compreender outros tipos de custos e suas subclassificações. 1.4.1 Produção do Período e Produção Acabada Produção do Período e Produção Acabada são dois conceitos que compreendem informações importantes sobre os gastos do período. Para compreendermos, veja, por exemplo, o quadro a seguir. Ele apresenta o total de gastos de uma entidade fabril para um período mensal. Nele, o custo de produção do período nada mais é que todos os gastos relacionados à produção de produtose serviços durante um determinado período. Neste exemplo, os custos do período somam R$ 1.500 mil. Sendo assim, o também corresponde a R$Custo de Produção do Período 1.500 mil. Custos de uma Entidade Fabril. Gastos de produção do período (custos) para uma entidade fabril. Observe que o (CPP) está representando a soma de todos os gastos relacionados àCusto de Produção do Período produção de um período. Agora que você compreende o que é o CPP, comece a pensar no ambiente de produção de uma entidade industrial. Ao final de um período, as entidades industriais são obrigadas a realizar a apuração do CPP, porém nem todo esse valor faz parte do valor dos produtos acabados que pararam em estoque. Mas sabe por que isso acontece? Ao encerrar um período, algumas unidades que estavam sendo produzidas podem estar incompletas, devido aos próprios modos de produção da empresa. Sendo assim, precisamos de mais um conceito relativo ao Custo de Produção, seria o Este que pode ser igual ou não ao custo de produção do período.Custo de Produção Acabada. De acordo com Martins (2010, p. 47) “Custo da Produção Acabada é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode conter Custos de Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completas no presente período”. Vejamos no diagrama a seguir, porque isso pode acontecer. Diagrama de Produção do Período e Produção Acabada Fonte: MARTINS, 2010, p. 47. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 28 Diagrama de Produção do Período e Produção Acabada Fonte: MARTINS, 2010, p. 47. O diagrama representa a produção de bens em diversos períodos e como identificar os custos de produção do período e o custo de produção acabada. Vamos interpretar esse diagrama para entender de uma vez a diferença entre CPP e Custo de Produção Acabada (CPA). Antes de começarmos, precisamos criar algumas legendas para o conteúdo. Considere cada bolinha numerada como uma unidade de um produto. Note também que o diagrama traz informações sobre a produção do 2º e do 3º mês, além de algumas informações iniciais do 4º mês de atividades de uma entidade qualquer. Clique para acompanhar essa interpretação. • Estoque de Produção Acabada No 2º mês, o autor apresenta um estoque de produção acabada de 4 unidades, numeradas de número um (1) a quatro (4). Ainda no primeiro mês, note que a 5ª unidade do produto começou a ser produzida, mas por força do encerramento do período não foi acabada dentro do primeiro mês. Sendo assim, no 3º mês, essa 5ª unidade do produto continua a ser produzida, recebendo custos do período. As unidades de seis (6) a 21 são integralmente produzidas no período do 3º mês e a 22ª unidade começa a ser produzida, mas fica pela metade, devendo ser concluída no 4º mês de atividades da empresa. • Custo de Produção do Período Note agora que o Custo de Produção do Período do 3º mês vai desde os custos necessários para concluir a 5ª unidade até os custos necessários para iniciar a produção da 22ª unidade, pois compreende os custos incorridos na produção daquele período. Já o Custo de Produção acabada compreende os custos de todas as unidades que foram concluídas nesse período, sendo eles os referentes ao custo inteiro da 5ª unidade até o custo da 21ª unidade, pois todas foram integralmente concluídas no terceiro mês. Agora, para finalizarmos a análise da imagem, precisamos ver um tópico adicional, que permitirá que você compreenda o que são os Custos dos Produtos Vendidos. 1.4.2 Produtos Vendidos De igual modo em uma empresa comercial, que ao realizar vendas incorre em Custo das Mercadorias Vendidas, em uma empresa industrial, ao realizar vendas e reconhecer as receitas, devemos realizar o cálculo do Custo do Produto Vendido. Essa definição de é fundamental para a apuração do resultado e,Custo dos Produtos Vendidos conforme Martins (2010), representa a soma dos custos dos produtos produzidos que estavam guardados no estoque, mas que agora foram vendidos. O Custo do Produto vendido pode ser definido por meio de uma expressão matemática simples, definida por: Custo do produto vendido = Custo unitário x Quantidade vendida Ou, alternativamente: Custo do produto vendido = Estoque Inicial de Produção acabada + Custo de Produção acabada – Estoque Final de Produção acabada Desse modo, podemos dizer que o Custo do Produto Vendido (CPV) “pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes (MARTINS, 2010, p. 47)”. Ainda na mesma linha de classificação de custos, podemos ter mais duas chamadas de Custos Primários e Custos de Transformação. Veja esse conteúdo no tópico a seguir. • • Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 29 Diagrama de Produção do Período e Produção Acabada Fonte: MARTINS, 2010, p. 47. O diagrama representa a produção de bens em diversos períodos e como identificar os custos de produção do período e o custo de produção acabada. Vamos interpretar esse diagrama para entender de uma vez a diferença entre CPP e Custo de Produção Acabada (CPA). Antes de começarmos, precisamos criar algumas legendas para o conteúdo. Considere cada bolinha numerada como uma unidade de um produto. Note também que o diagrama traz informações sobre a produção do 2º e do 3º mês, além de algumas informações iniciais do 4º mês de atividades de uma entidade qualquer. Clique para acompanhar essa interpretação. • Estoque de Produção Acabada No 2º mês, o autor apresenta um estoque de produção acabada de 4 unidades, numeradas de número um (1) a quatro (4). Ainda no primeiro mês, note que a 5ª unidade do produto começou a ser produzida, mas por força do encerramento do período não foi acabada dentro do primeiro mês. Sendo assim, no 3º mês, essa 5ª unidade do produto continua a ser produzida, recebendo custos do período. As unidades de seis (6) a 21 são integralmente produzidas no período do 3º mês e a 22ª unidade começa a ser produzida, mas fica pela metade, devendo ser concluída no 4º mês de atividades da empresa. • Custo de Produção do Período Note agora que o Custo de Produção do Período do 3º mês vai desde os custos necessários para concluir a 5ª unidade até os custos necessários para iniciar a produção da 22ª unidade, pois compreende os custos incorridos na produção daquele período. Já o Custo de Produção acabada compreende os custos de todas as unidades que foram concluídas nesse período, sendo eles os referentes ao custo inteiro da 5ª unidade até o custo da 21ª unidade, pois todas foram integralmente concluídas no terceiro mês. Agora, para finalizarmos a análise da imagem, precisamos ver um tópico adicional, que permitirá que você compreenda o que são os Custos dos Produtos Vendidos. 1.4.2 Produtos Vendidos De igual modo em uma empresa comercial, que ao realizar vendas incorre em Custo das Mercadorias Vendidas, em uma empresa industrial, ao realizar vendas e reconhecer as receitas, devemos realizar o cálculo do Custo do Produto Vendido. Essa definição de é fundamental para a apuração do resultado e,Custo dos Produtos Vendidos conforme Martins (2010), representa a soma dos custos dos produtos produzidos que estavam guardados no estoque, mas que agora foram vendidos. O Custo do Produto vendido pode ser definido por meio de uma expressão matemática simples, definida por: Custo do produto vendido = Custo unitário x Quantidade vendida Ou, alternativamente: Custo do produto vendido = Estoque Inicial de Produção acabada + Custo de Produção acabada – Estoque Final de Produção acabada Desse modo, podemos dizer que o Custo do Produto Vendido (CPV) “pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes (MARTINS, 2010, p. 47)”. Ainda na mesma linha de classificação de custos, podemos ter mais duas chamadas de Custos Primários e Custos de Transformação.Veja esse conteúdo no tópico a seguir. • • 1.4.3 Custos Primários e de Transformação Essas duas classificações têm como utilidade a definição do que é essencial no custo de um produto e qual é o custo necessário para transformar a matéria-prima e a mão de obra em um produto acabado. Clique para conhecê- las. Custos primários Essencialmente, o custo de um produto é formado por custo de materiais e por mão de obra que esteja diretamente ligada à produção de um produto específico. Na literatura, é muito comum encontrar a definição de custos primários como sendo a soma de Materiais Diretos e Mão de Obra Direta (veremos essa classificação no tópico a seguir). Custos de transformação Já os custos de transformação são aqueles necessários para transformar os custos primários em produto acabado. Podemos ter como exemplo de Custos de Transformação a depreciação de máquinas e equipamentos, ou ainda, a energia elétrica usada no pátio de fábrica. A seguir, veremos como é possível subclassificar custos, dando conceitos pormenorizados. Acompanhe no próximo tópico. 1.4.4 Subclassificação de Custos Já vimos como definir o Custo de Produção do Período (CPP), o Custo da Produção Acabada (CPA) e o Custo do Produto Vendido (CPV). Aprofundamo-nos e estudamos também a definição de Custos Primários e Custos de Transformação. Mas você sabia que podemos destrinchar ainda mais a classificação de um gasto como custo e dar a ele subclassificações? Podemos classificar um custo em, basicamente, duas subclassificações que, por sua vez, dividem-se em mais dois tipos de custos cada, formando quatro subclassificações. Conheça essas classificações, de acordo com a variabilidade do custo, clicando a seguir. Custo fixo Se mantém estável por determinado período de tempo ou volume de produção. Por exemplo, o aluguel, se mantém estável por um período contratual e, normalmente, sofre variações periódicas, mesmo assim continua sendo um custo fixo. C u s t o variável Diretamente proporcional ao volume de produção, quanto mais unidades produzidas maior será o gasto. Agora, clique e conheça a classificação de acordo com a ligação do custo a produtos específicos ou não: Custo direto Pode ser diretamente associado a um produto específico. Exemplos mais comuns são a matéria-prima e a mão de obra. Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar Ana Cassia Destacar 30 C u s t o indireto Não podem ser relacionados a um produto específico. Por exemplo, se um espaço alugado atende a produção de dois produtos ao mesmo tempo este é um custo indireto. Se há uma conta de energia em uma fábrica que produz dois ou mais produtos esse é um custo indireto, pois qualquer tentativa de dividir esse custo entre os produtos, não passará de estimativa. Mas para quê essa subclassificação? A subclassificação de custos auxilia a definição do custo de um produto de forma que possamos identificar melhor qual custo pertence a qual produto. Só conseguimos alcançar isso com essas subclassificações, pois lembre-se de que, com a industrialização de processos, um único gasto, como depreciação de equipamentos, por exemplo, pode estar relacionado à produção de diversos produtos ao mesmo tempo. A seguir, conferira o esquema que mostra como podemos classificar os gastos e subclassificar os custos. Esquema de Classificação de Gastos. O esquema classifica os gastos, separando-os em custos, despesas, perdas e investimentos. Com estas subclassificações de custos findamos os nossos estudos introdutórios sobre a Contabilidade de Custos. Perceba que com os nossos estudos, desenhamos informações e conceitos mais robustos, que só foram surgindo a partir das necessidades da época da Revolução Industrial, por meio de adaptações à já conhecida Contabilidade Financeira. Proposta de atividade Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um resumo sobre as classificações de gastos e subclassificações de custos destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Ana Cassia Destacar 31 C u s t o indireto Não podem ser relacionados a um produto específico. Por exemplo, se um espaço alugado atende a produção de dois produtos ao mesmo tempo este é um custo indireto. Se há uma conta de energia em uma fábrica que produz dois ou mais produtos esse é um custo indireto, pois qualquer tentativa de dividir esse custo entre os produtos, não passará de estimativa. Mas para quê essa subclassificação? A subclassificação de custos auxilia a definição do custo de um produto de forma que possamos identificar melhor qual custo pertence a qual produto. Só conseguimos alcançar isso com essas subclassificações, pois lembre-se de que, com a industrialização de processos, um único gasto, como depreciação de equipamentos, por exemplo, pode estar relacionado à produção de diversos produtos ao mesmo tempo. A seguir, conferira o esquema que mostra como podemos classificar os gastos e subclassificar os custos. Esquema de Classificação de Gastos. O esquema classifica os gastos, separando-os em custos, despesas, perdas e investimentos. Com estas subclassificações de custos findamos os nossos estudos introdutórios sobre a Contabilidade de Custos. Perceba que com os nossos estudos, desenhamos informações e conceitos mais robustos, que só foram surgindo a partir das necessidades da época da Revolução Industrial, por meio de adaptações à já conhecida Contabilidade Financeira. Proposta de atividade Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um resumo sobre as classificações de gastos e subclassificações de custos destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando Neste capítulo, abordamos a importância da compreensão da divisão dos gastos de uma organização e como o profissional de Administração irá começar a interpretar os dados apresentados nos relatórios contábeis, sejam eles investimentos, receitas, custos ou despesas e aprendemos que a Contabilidade de Custos surgiu da necessidade de empresas industriais que surgiram com a Revolução Industrial no século XVIII. Sua finalidade, à época, era a de mensurar os gastos de produção para a avaliação de estoques. Desde então, para que isso seja possível, é preciso identificar quais são os gastos relacionados à produção. A estes gastos damos o nome de Custos e classificamos os gastos de uma empresa em mais três classificações: despesas, perdas e investimentos. Vimos, ainda, os conceitos acerca de custos e como realizar o cálculo de custo de produção do período, custo de produção acabada e custo dos produtos vendidos. Aprendemos, ainda, a como subclassificar um custo de modo que possamos compreender, adequadamente, o caminho de um custo até um produto. Referências CREPALDI, S. A. Curso 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.Básico de Contabilidade de Custos. MARTINS, E. . 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Contabilidade de Custos 32 GESTÃO DE CUSTOS CAPÍTULO 2 - MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Douglas Almeida Lima 33 GESTÃO DE CUSTOS CAPÍTULO 2 - MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Douglas Almeida Lima Objetivos do capítulo Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Compreender o método de custeio por absorção com rateio de custos indiretos simplificado; • Compreender a contabilização de custos de forma completa e simplificada; • Aplicar o princípio do custeio por absorção no custeio por departamentos; • Compreender o custeio baseado em atividades na determinação de custo de um produto. Tópicos de estudo • Métodos de custeio. • Métodos de Custeio para fins contábeis. • Métodos de custeio para fins de análise e tomada de decisão. • Esquema básico de custeio por absorção. • Procedimentos de custeio. • Fluxo simplificado de contabilização. • Registro contábil completo. • Método de custeio por departamentos. •
Compartilhar