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Aula 10 Teoria de Ligação de Valência TLV: formação de um íon complexo é uma reação entre uma base de Lewis (ligante) e um ácido de Lewis (metal ou íon metálico) Base doa elétrons ao ácido formando ligação covalente coordenada ou dativa compostos coordenados Abordagem se dá através da hibridação de orbitais atômicos do átomo central, o ácido de Lewis, em conjunto com as propriedades magnéticas destes compostos. Pt2+: complexos com NC 4, diamagnéticos e geometria quadrado planar Hibridação dsp2 Teoria de Ligação de Valência Mas, [PtCl4] 2– e [NiCl4] 2– têm propriedades diferentes: O complexo tetracloroplatinato(II) é diamagnético. Já o complexo tetracloroniquelato(II) é paramagnético. Além disso, as geometrias dos dois são diferentes. Ni2+: complexos semelhantes aos de platina (II) Hibridação sp3 Teoria do Campo Cristalino TCC: baseada em um simples modelo eletrostático: a de que cargas de mesmo sinal se repelem Cada ligante é tratado como um ponto esférico de densidade negativa que entra em repulsão com os elétrons que ocupam orbitais do tipo “d” dos metais A repulsão causada pelos ligantes irá depender do arranjo destes em relação ao metal (e seus orbitais d) Quando são seis os ligantes, a geometria é octaédrica (o que se chama na TCC de campo octaédrico). Para quatro ligantes, o campo é tetraédrico (se a geometria for tetraédrica). Vamos considerar que quanto maior esta repulsão maior a energia do meu sistema. Teoria do Campo Cristalino No campo octaédrico: os ligantes se aproximam na direção dos eixos espaciais x, y e z. Orbitais d posicionados nos eixos (dx2-y2 e dz2) terão maior repulsão do que os orbitais posicionados entre eixos terão maior energia Teoria do Campo Cristalino Há quebra na degenerescência dos cinco orbitais d, dando origem ao desdobramento dos orbitais d: eg e t2g Diferença de energia entre eg e t2g é o parâmetro de desdobramento do campo cristalino ∆o (Dq ou 10Dq), cujo valor depende do metal e dos ligantes Teoria do Campo Cristalino ∆o é um dado experimental – Espectroscopia eletrônica UV/vís máximo de absorção é a transição entre eg e t2g Teoria do Campo Cristalino Energia de estabilização do campo cristalino, EECC = (-0,4 nt2g + 0,6 neg)∆o, n = nº elétrons que ocupam o orbital Quanto mais negativa for EECC, maior é o ganho em estabilidade causado pelo desdobramento. Ex.: Cr3+, configuração d3 os três elétrons vão ocupar orbitais t2g EECCCr = (-0,4.3 + 0,6.0) ∆o = -1,2∆o A partir de íons d4: ocupar os orbitais de maior energia (eg) ou ter elétrons emparelhados nos orbitais de menor energia. Depende da energia de desdobramento (∆o) e da energia gasta para emparelhamento (P) Teoria do Campo Cristalino Sempre que Δo > P o sistema terá elétrons emparelhados. Fatores influenciam na magnitude de ΔO: o metal e o ligante Complexos de campo forte ou spin baixo EECC = -Y ∆o - P Sempre que Δo < P o elétron ocupa um orbital de maior energia. Complexos de campo fraco ou spin alto Teoria do Campo Cristalino Sempre que Δo > P o sistema terá elétrons emparelhados. Fatores influenciam na magnitude de ΔO: o metal e o ligante Complexos de campo forte ou spin baixo EECC = -Y ∆o - P Sempre que Δo < P o elétron ocupa um orbital de maior energia. Complexos de campo fraco ou spin alto Teoria do Campo Cristalino Metal: ao aumentarmos a carga do metal o desdobramento aumenta, pois quanto maior é a carga, maior é a atração entre o metal e o ligante. Metal: séries de transição mais elevadas geram maiores desdobramentos, orbitais mais volumosos necessitam de menor energia para o emparelhamento de elétrons e, por serem mais difusos (maior polarizabilidade), geram maiores interações com os ligantes [Fe(H2O)6] 3+ ∆o = 14000 cm-1 (1,74 eV) [Ru(H2O)6] 3+ ∆o = 28600 cm-1 (3,55 eV) Mantendo-se constante a geometria e a natureza dos ligantes, e variando-se apenas o metal, criou-se a série espectroquímica de metais: Mn2+ < Ni2+ < Co2+ < Fe2+ < V2+ < Fe3+ < Co3+ < Mn4+ < Mo3+ < Rh3+ < Ru3+ < Pd4+ < Ir3+ < Pt4+ Teoria do Campo Cristalino Ligantes que forçam o emparelhamento, ou seja, causam grande desdobramento: ligantes de campo forte. Ligantes que formam complexo de spin alto: ligantes de campo fraco. Mantendo-se o mesmo íon metálico e um mesmo número de ligantes e variando-se apenas a identidade dos ligantes: série espectroquímica de ligantes I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3 - < F- < OH- < C2O4 2- < H2O < NCS - < CH3CN < NH3 < en < bipy < phen < NO2 - < PPh3 < CN - < CO. Teoria do Campo Cristalino Campo tetraédrico: ligantes estão posicionados fora dos eixos dXY, dXZ e dYZ serão mais afetados pela presença dos ligantes e, por isso, serão os de maior energia no diagrama dos orbitais – são identificados como orbitais t2. dx2-y2 e dz2 serão os de menor energia – chamados orbitais e. Teoria do Campo Cristalino Parâmetro de desdobramento do campo cristalino para complexos tetraédricos é ΔT Em função da geometria e do menor número de ligantes, quando comparado a um octaedro, o valor de ∆T é sempre menor que o valor de ΔO Para o mesmo metal e mesmos ligantes: ∆T ≈ ½ ΔO EECC = (-0,6 ne + 0,4 nt2)ΔT ΔT é normalmente menor que P complexos tetraédricos são de spin alto Magnetismo em Compostos de Coordenação Diamagnéticos: todos os elétrons emparelhados Paramagnéticos: um ou mais elétrons desemparelhados Todo elétron tem um campo magnético associado: momento magnético de spin do elétron, dado pelo símbolo µ μ = 𝑁 𝑁 + 2 ,𝑁 = 𝑛º 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑠 Ex.: [Fe(OH2)6] 2+ tem como íon o Fe2+, que tem configuração d5. Será spin alto ou spin baixo?? Dado: μ = 5,3 μB Exercícios Com base nas informações experimentais fornecidas, deduza a hibridação do metal e geometria dos complexos listados abaixo: a) [Ni(CO)4] 2+ é diamagnético. b) [CoF6] 3– é paramagnético. Exercícios Determine o número de oxidação do metal, o número de ligantes e o número de coordenação da espécie metálica nos seguintes complexos: a) [PtCl4] 2- c) [Co(dipy)2Cl2] b) [Au(CN)2] - Exercícios Utilizando o modelo da TCC, faça diagramas de níveis de energia para os íons: a) [Fe(dipy)3] 2+ (spin baixo) b) [Fe(NH3)6] 2+ (spin alto) Exercícios Considere a reação: Mn3+ + 6H2O → [Mn(H2O)6] 3+ Para o complexo formado, Δo = 250 Kjmol -1. Para Mn3+ gasoso, P = 300 Kjmol-1, suponha que, no complexo, seu valor seja 20% menor. a) O complexo é de campo forte ou fraco? b) De acordo com a TCC, desenhe um diagrama de níveis de energia mostrando os orbitais “d” do íon Mn3+ antes e depois da complexação. Faça as respectivas distribuições eletrônicas. c) Calcule, em Kjmol-1, a EECC envolvida na formação do complexo.
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