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Focus-Concursos-Apostila_Abin pdf2017092112260384
Humanas / Sociais
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praticar ações contra a sociedade. Além disso, esses grupos começaram a desenvolver novas técnicas, desde o 11 de setembro, nos EUA. O velho terrorismo de colocar bombas deu lugar a ações mais sofisticadas e difíceis de evitar, como os atropelamentos em praças públicas. Ainda que não sejam os únicos, os fundamentalistas islâmicos têm obtido mais resultado, principalmente pela disciplina e ausência do medo de morrer, em relação aos mercenários em geral. Uma grande preocupação está no tráfico de componentes radiativos. Apesar de os países-membros da ONU terem uma fiscalização dura das comissões nucleares próprias e internacionais, sabe-se que os mercenários têm ofertado componentes que podem levar a desastres ecológicos ou mesmo ataques com armas de destruição em massa – sobre as quais falarei mais adiante -. A questão é que os países precisam tomar cuidado ao venderem os seus componentes de forma legal àqueles que fazem apenas uma ponto, repassando o material aos criminosos. Esses materiais nas mãos de grupos terroristas poderia causar um ataque com alcance desproporcional, causando tragédias, e em qualquer parte do planeta. Como você pode ver, ainda que cada país tenha os seus problemas e estabeleça as suas prioridades, há situações que estão acima de todas, as quais me referi nos parágrafos anteriores: Narcotráfico, as questões ambientais, direitos humanos, organizações criminosas, terrorismo, o comércio ilegal de componentes radiológicos e nucleares e o tráfico de armas Declaração sobre Segurança nas Américas, na OEA Incluiu novas ameaças e desafios à segurança continental. Elegeu a pobreza extrema como fator de instabilidade, tráfico de seres humanos e ataques à segurança cibernética. 5 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Legislação ABIN | Material Complementar Professor Heron Duarte A pobreza pode levar à falta de objetivos, afinal jovens sem esperança são alvos fáceis dos criminosos. A pobreza na faixa de fronteira faz com que os criminosos “adotem” famílias, provendo-as, e conseguindo sua colaboração. O tráfico de seres humanos está entre as principais economias ilegais, no mundo. Sequestros ocorrem todos os dias a fim de alimentar centros de prostituição em todo o mundo, bem como para adoção ilegal e crianças. A segurança das redes digitais de comunicações é outro fator importantíssimo. Ainda não se encontrou uma forma de bloquear invasores cibernéticos, e bilhões de dólares são gastos anualmente para esse fim. Nem mesmo os mais avançados países do mundo conseguiram êxito. Destaca-se, recentemente, o ocorrido nas eleições americanas. Esses ataques podem ser para acesso não-autorizado, mas podem ser, também, para trazer falsas informações à sociedade, mudando-lhes a opinião sobre questões, inclusive políticas. Na America do Sul, além dos problemas citados, podemos incluir mais três, que são estratégicos: a instabilidade venezuelana, o conflito colombiano e a ascensão dos movimentos políticos indígenas nos países andinos. Os problemas internos da Venezuela ultrapassaram fronteiras. Além da grande influência dos governos não democráticos e fraudes eleitorais, acordos com grupos paramilitares e traficantes têm sido realizados pelo governo daquele país. Essa instabilidade tem causado movimentos migratórios desorganizados levando a instabilidade para além das fronteiras. O ingresso da Venezuela enfraqueceu o Mercosul, dada a divisão entre os seus membros, após o apoio do Brasil. A Colombia ainda é local de preocupação, porém reduzida, após conseguir uma vitória nos acordos com as Farcs. Sabe-se, porém, que a situação ainda não está controlada, principalmente porque a Venezuela tem incentivado os guerrilheiros a desobedecerem os acordos. O movimento indígena na região, mais ao noroeste, preocupa, dado o estilo belicoso de seus povos. A tentativa de uma criação de uma nação indígena além das fronteiras, é preocupante. Um problema: Os serviços de Inteligência são aceitos e reconhecidos como fundamentais em países democráticos, mas são muito malvistos em sociedades que passaram recentemente por períodos autoritários. Isso não é diferente, no Brasil. Tivemos um governo autoritário por vinte anos. O antigo Serviço Nacional de Informações causou medo em parte da sociedade. Alguns dos seus agentes cometeram crimes. Portanto, inicialmente, era de se esperar uma resistência da população contra os serviços de inteligência. O que não justifica é que, após trinta anos, ainda observamos muitos desconfiados sobre as atividades da Abin, especialmente a imprensa. Na verdade, qualquer país que queira ter um mínimo de competitividade precisa de um serviço de inteligência eficaz. Democracia nenhuma pode prescindir disso. Como conciliar a tensão entre o segredo na atividade de Inteligência e a transparência das atividades estatais, e como garantir que os órgãos de Inteligência desenvolvam suas atividades dentro princípios democráticos são, provavelmente, dois dos maiores desafios. Sensibilizar e conquistar a sociedade e a imprensa é uma missão complexa, mas salutar. Sem o apoio da sociedade, o serviço de inteligência fica limitado, pois paira desconfiança. Qual a forma, então, para solucionar essas questões? Sem dúvida, o alcance da maturidade democrática. A maneira como a sociedade lida com transparência e o secretismo indica o grau de desenvolvimento da democracia. É necessário, então, que os agentes do Estado, a população, as empresas e a imprensa trabalhem buscando um bem comum: informações que possam reduzir os riscos e as vulnerabilidades de o país ser objeto de interesses estrangeiros escusos. 6 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Legislação ABIN | Material Complementar Professor Heron Duarte Informações relevantes para se formular e implementar políticas voltadas aos interesses de segurança nacional e lidar com as ameaças – atuais ou potenciais – a esses interesses. A Inteligência compreende a coleta e a análise de informações e inclui atividades destinadas a conter as ações de Inteligência adversas. No âmbito nacional Segurança das Fronteiras A faixa de fronteira, que compreende toda a área a até 150 km dos limites do território, representa importante diretriz de desenvolvimento socioeconômico nacional e tem caráter estratégico para a integração da região sul-americana. As fronteiras terrestres representam mais de dois terços de toda a extensão dos limites territoriais do Brasil. As fronteiras secas somam 15.719 km e colocam o país em contato geográfico com dez das 12 demais nações sul-americanas. A ABIN desenvolve ações de Inteligência com foco na análise das dinâmicas sociais e das atividades ilícitas que ameaçam a segurança das fronteiras do país. Produz conhecimentos de inteligência sobre aspectos da realidade regional que influenciam diretamente na segurança das áreas fronteiriças, como as dinâmicas migratória e social e a ocorrência de atividades criminosas. O narcotráfico, o contrabando, os ilícitos ambientais e o tráfico de pessoas são algumas das principais atividades criminosas identificadas e acompanhadas pela Inteligência nas áreas de fronteira brasileiras, nos últimos anos. ATUAÇÃO DA ABIN Operação Ágata A Operação Ágata é uma das principais ações da ABIN na segurança das fronteiras. Realizada periodicamente desde 2011, é a maior operação interagências do Brasil e envolve órgãos militares e civis, subordinados ao Governo Federal e aos governos estaduais. Tem por finalidade o combate aos ilícitos na faixa de fronteira do país e o fortalecimento da presença do Estado brasileiro ao longo dessa área. A ABIN coordena a atuação da Inteligência da operação. Em cada edição, a Agência produz conhecimentos de Inteligência específicos, resultantes da análise de informações recebidas dos órgãos integrantes do SISBIN ou obtidas pela atuação de seus próprios servidores da área operacional. Para otimizar a coordenação das ações de Inteligência, a ABIN