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Focus-Concursos-Apostila_Abin pdf2017092112260384

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FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Legislação ABIN | Material Complementar 
Professor Heron Duarte 
 Introdução 
Inteligência e Contrainteligência 
Olá, pessoal! 
Estamos começando o nosso curso sobra a Legislação de Interesse para a atividade de inteligência! 
E, por se tratar de um tema incomum, nas provas, precisamos conhecer com muitos detalhes, do que 
estamos falando. 
A atividade de inteligência é, sem dúvida, desconhecida pela maioria absoluta da população. Aliás, 
até mesmo os que trabalham na área não têm conhecimento completo do assunto. E tem que ser assim, 
afinal, sigilo é tudo! 
Então, vamos começar a entender do que estamos falando. Nesta primeira aula, faremos uma 
pequena viagem na atividade. 
A atividade de Inteligência é o exercício de ações especializadas para obtenção e análise de 
dados, produção de conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país. 
Ora, já começamos falando em exercício de atividades. Ou, seja, há a necessidade de agir, de atuar 
diretamente a fim de alcançar a tal inteligência 
Inteligência e Contrainteligência são os dois ramos da atividade. 
A atividade de Inteligência é fundamental e indispensável à segurança dos Estados, da sociedade e 
das instituições nacionais. Sua atuação assegura ao poder decisório o conhecimento antecipado e confiável 
de assuntos relacionados aos interesses nacionais. 
Como podem ver, essa atividade está em todos os países, independentemente de sua linha política 
ou ideológica. Ninguém pode abrir mão disso! 
ÁREAS DE INTERESSE 
A inteligência atua tanto no ambiente interno quanto no externo nos países e corporações. 
Vamos entender: 
Externo: 
Obter e analisar dados que ofereçam suporte aos objetivos nacionais, tanto na defesa 
contra as ameaças existentes quanto na identificação de oportunidades. 
Interno: 
Proteção do Estado, da sociedade, a estabilidade das instituições democráticas e a eficiência 
da gestão pública. 
Vejamos como isso poderia ocorrer no planejamento do pais, inclusive no Plano Plurianual – PPA, 
nos três níveis: 
No campo estratégico: 
A Inteligência, pela natureza estratégica, contribui para: 
 formulação de políticas públicas;
 formulação de diretrizes nacionais;
 elaboração de instrumentos legais.
O país precisa caminhar com objetivos de longo prazo. Como queremos ser daqui a 10 anos, 20 
anos, 30 anos? Onde pretendemos chegar? 
Por isso, é necessário pensar na formulação de políticas públicas, que ajudem o país a modificar 
suas estruturas sociais, educacionais, políticas, econômicas, dentre outras, visando ao crescimento 
sustentável e desenvolvimento intelectual, por exemplo. As diretrizes indicarão onde o orçamento dará 
prioridade, visando ao mesmo objetivo: crescimento gradual. A legislação precisa ser ajustada para tornar 
mais célere o processo de desenvolvimento, ao mesmo tempo criando barreiras para que não haja 
dilapidação do erário, através de brechas que permitam os maus administradores e os corruptos de 
lograrem sucesso. 
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Legislação ABIN | Material Complementar 
Professor Heron Duarte 
No campo tático: 
A inteligência, no plano tático, contribui: 
 na assessoria ao planejamento de ações policiais ou militares 
 nas ações de fiscalizações. 
 
A inteligência buscará o conhecimento sobre as ações na faixa de fronteira, por exemplo. É 
fundamental entender o modo de agir dos traficantes e outros criminosos, que utilizam da boa-fé e da 
pobreza das populações nessa faixa, explorando-as e oferecendo recompensas que os levem a auxiliar o 
crime, seja diretamente, seja por omissão nas informações. Nas atividades policiais, buscando informações 
sobre as ações dos criminosos nas áreas mais tensas, como favelas e regiões ribeirinhas. Antecipar as ações 
criminosas é tarefa da inteligência. Orientar o Poder Executivo sobre possíveis falhas nas ações de 
fiscalização, treinando o pessoal e buscando novas técnicas, é tarefa da inteligência. 
No campo operacional: 
Operacionalmente, atua das seguintes formas: 
 apoio a ações efetivas de combate militar 
 apoio à perseguição e busca por criminosos 
 enfrentamento e prevenção de ilícitos. 
Nesse campo, destacamos a inteligência atuando nos bastidores, dando apoio ao planejamento das 
ações de combate, identificação e monitoramento de criminosos; apoio aos agentes infiltrados; 
monitoramento de entregas de drogas, armas e outros bens ilícitos; ações de vigia de criminosos 
brasileiros fugitivos em outros países, bem como dos criminosos ou suspeitos estrangeiros presentes no 
território nacional. 
É importante ressaltar que, apesar de alguns temas serem globais, cada país tem as suas outras 
prioridades, o que faz com que a inteligência tenha finalidades distintas, nos diversos países. 
No Brasil, segue as orientações da Presidência da República, aprovadas e fiscalizadas pela Comissão 
Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), do Congresso Nacional. 
Fica claro que o Brasil tem dado prioridade às questões envolvendo os ilícitos transnacionais, 
grandes eventos e segurança interna. 
 
Inteligência. O que é? 
 
É a produção de conhecimentos com o propósito de assessorar o chefe de estado nas 
decisões sobre ameaças potenciais ou reais ao estado democrático de direito, segurança nacional e 
territorial, bem como desenvolvimento científico e tecnológico. 
Muito se poderia falar sobre a inteligência e, portanto, mostraremos aqui suas principais formas: 
A Inteligência compreende 
 ações de obtenção de dados 
 à análise para sua compreensão. 
 prospecção de cenários. 
Buscar dados e informações não registrados, seja por desinteresse, seja por desconhecimento dos 
demais órgãos e imprensa. Alguns elementos que parecem desimportantes servirão como fundamento 
para o entendimento das situações diversas. O profissional de inteligência vê elementos onde ninguém vê. 
É o olhar preparado do profissional, que transcende o óbvio. 
Esses elementos coletados deverão ser traduzidos, compreendidos e aplicados. É a atuação 
analítica do profissional, que buscará as suas conexões e identificará os possíveis danos ao país, bem como 
a possibilidade de criação de oportunidades. 
Trata-se da produção de conhecimentos com objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar 
decisões de maneira mais fundamentada. 
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Professor Heron Duarte 
Cabe, ainda, ao profissional, a leitura desses conhecimentos com o propósito de descrever os 
cenários futuros, em todas as suas formas. Avaliar como o poder decisório atuará, considerando a 
manutenção, piora ou melhoria das condições atuais. Ou seja, a prospecção de cenários tendo como base 
os efeitos potenciais gerados pelos conhecimentos adquiridos e dissecados. 
Assim, 
O conhecimento de Inteligência é o produto final desenvolvido pela ABIN e difundido à Presidência 
da República, aos órgãos do SISBIN e às instituições com competência para decidir sobre assuntos 
específicos. 
 
METODOLOGIA 
Uso de instrumentos de obtenção e de análise de dados disponíveis nas diversas áreas do 
conhecimento. Realiza ações de busca de dados com uso de técnicas especializadas, desenvolvidas por 
meio de treinamento específico. 
As técnicas especializadas dão ao profissional de Inteligência acesso a dados que não estão 
disponíveis ao pesquisador ou ao público em geral e a dados que são protegidos indevidamente por 
aqueles que os detêm. Todas as ações especializadas são conduzidas com irrestrita observância às leis e 
aos princípios éticos que regem o Estado brasileiro. 
Ainda, tratar os dados obtidos, atribuir credibilidade e obter um significado de seu conjunto. Esse 
processo requer treinamento e utilização de técnicas de diversas áreas do conhecimento. 
No processo de análise, os dados têm sua credibilidade avaliada e são interpretados a partir de 
metodologia específica de produção de conhecimentos de Inteligência. A análise permite a compreensão 
dos fenômenos e a elaboração de cenáriosprospectivos que orientam a tomada de decisões. 
 RESULTADO : 
conhecimentos com credibilidade, completude e objetividade. 
Talvez, aqui, um dos elementos mais importantes da atividade de inteligência, que é a 
credibilidade. Como saber se os dados e informações coletadas podem, realmente, ser usadas no processo 
decisório? 
Todo pesquisador, ao concluir o seu trabalho, precisa mostrar a metodologia, a fim de que a 
comissão científica ou editorial acreditem nos seus resultados. Convencer a banca ou os avaliadores é 
fundamental, nesta área. 
Na inteligência, ainda mais. Afinal, o Presidente da República tomará uma decisão, que afetará a 
vida de todos os brasileiros, e, ainda, poderá afetar as relações internacionais, os negócios do Brasil e a 
vida de pessoas em outros países. 
Portanto, a fidedignidade das informações é salutar. A análise, isenta de preconceitos e 
partidarismos, também. 
Nesse viés, uma coisa sempre nos preocupa. O risco de um profissional de inteligência, no afã de 
apresentar resultados, manipular dados e informações, para obter crédito. Assim, considerando que tudo 
que um órgão divulga é sua convicção, precisamos ter profissionais cada vez mais preparados. 
Nesse mesmo viés, corremos ainda o risco de o profissional desrespeitar a legislação brasileira, 
principalmente os direitos constitucionais de privacidade e de inviolabilidade da vida privada, honra e 
imagem das pessoas, preconizada na mesma Constituição Federal. Nenhuma atividade pode ser justificada, 
mediante essas violações, bem como violações sobre os direitos humanos. A atividade de inteligência não 
está acima desses limites. 
Contrainteligência. O que é? 
 
Produção de conhecimentos e a realização de ações voltadas para a proteção de dados, 
conhecimentos, infraestruturas críticas 
– comunicações, transportes, tecnologias de informação – 
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e outros ativos sensíveis e sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. 
Foco na defesa, contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o vazamento de informações e 
o terrorismo, patrocinadas por instituições, grupos ou governos estrangeiros. 
Ora, tão importante quanto buscar conhecimentos e desenvolver inteligência, é defender o Brasil 
de atos que possam trazer-lhe danos, seja na Segurança Nacional, indivisibilidade territorial, pesquisas 
científicas que aumentem a nossa competitividade, documentos sigilosos, acordos internacionais com 
dados sigilosos. 
Ultrapassa os limites da ABIN e do Sistema Brasileiro de inteligência. Contribui para a salvaguarda 
do patrimônio nacional nas diversas áreas de interesse estratégico para a segurança e para o 
desenvolvimento nacional. 
 
METODOLOGIA 
A Contrainteligência desenvolve ações voltadas para a prevenção, detecção, obstrução e a 
neutralização de ameaças aos interesses nacionais. 
 
Na prevenção, 
• sensibilização, orientação e capacitação de instituições estratégicas nacionais para a 
proteção de ativos de interesse do Estado e da sociedade, promovendo a adoção de 
comportamentos e medidas de segurança. 
• Na avaliação dos riscos de segurança dessas instituições para alertá-las para o perigo 
a que estão expostas. 
• 
Na detecção, obstrução e neutralização: 
Atua no desenvolvimento de ações, inclusive especializadas, fazendo uso de recursos humanos e 
tecnológicos, objetivando frustrar possíveis ameaças aos interesses nacionais. 
A Contrainteligência buscará mitigar as vulnerabilidades e combater as ameaças nas instituições, a 
fim de não permitirem o acesso indevido dos órgãos estrangeiros e que possam trazer prejuízos ao país. 
Buscará proteger os nossos documentos, projetos científicos e tecnológicos e autoridades. 
Utiliza a criptografia de estado nas comunicações, proteção de arquivos e ambientes; também 
inserirá informações falsas nos sistemas adversários e criará projetos paralelos falsos, a fim de desviar a 
atenção da espionagem internacional. 
 
 AREAS DE ATUAÇÃO 
Os temas globais 
Narcotráfico, as questões ambientais e movimentos ecológicos, direitos humanos, organizações 
criminosas, terrorismo - sobretudo aqueles com base no fundamentalismo islâmico -, o comércio ilegal de 
componentes radiológicos e nucleares e o tráfico transnacional de drogas e de armas 
Esses temas são chamados de globais porque, ainda que cada país tenha as suas necessidades 
peculiares e prioridades, há questões que transcendem fronteiras e que causam preocupação em todos os 
continentes. 
O tráfico de drogas consiste numa das maiores preocupações mundiais, dada a sua grande 
capacidade de desenvolver redes. Os países que mais o combatem são os que mais sofrem pela entrada 
ilegal desse produto. Os EUA dispendem uma fortuna para ajudar no combate, inclusive obtendo bons 
resultados na Colômbia. Mas, ainda têm restrições bolivianas, e seu monitoramento de fronteiras não 
alcança aquele país. 
O Brasil faz um combate desorganizado, uma vez que atua com firmeza nos aeroportos, mas perde 
para os criminosos na faixa de fronteira e Amazônia, onde pequenos aviões oriundos da Bolívia e 
Venezuela despejam enormes cargas na região com menor densidade demográfica. Cabe ressaltar que, o 
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combate ao tráfico nos morros e favelas não tem apresentado sucesso, apenas pequenas apreensões 
pontuais. Isso está relacionado à corrupção, uma vez que vários políticos têm feito acordos com os chefes 
do tráfico, trocando a sua imunidade pela redução de outros crimes mais visados pela imprensa. 
O Brasil é rico em bens naturais e, por isso, muito visado pela comunidade internacional. São ótimas 
as condições para produção de energia limpa, ótimos veios de ouro, diamantes, esmeraldas e outros 
minerais preciosos, principalmente na Amazônia. Somos ricos, também, em princípios ativos, dada a 
diversidade de nossa flora medicinal, os quais a indústria farmacêutica internacional tem buscado, sem 
pagar os royalties ao Brasil, dando-nos prejuízos de mais de um trilhão de dólares por ano. Nossos 
indígenas detêm alto conhecimento cultural-medicinal, e são alvo fácil dos estrangeiros. As nações 
indígenas, cujos territórios são também ricos, são explorados por ONGs internacionais travestidas de 
protecionistas de ambientes. 
No quesito Direitos Humanos, destacamos a exploração de mão de obra em trabalho análogo ao 
escravo, principalmente nos canaviais e sul do Pará, nas madeireiras e produtoras de carvão ilegal. 
Também a dificuldade em proteger vítimas de chacinas e outros defensores ambientais, que 
invariavelmente têm sido mortos pelos grupos e grileiros e exploradores ilegais de madeira. 
A criminalidade tem sido dirigida, principalmente, a partir dos presídios federais. Ainda não 
encontramos uma maneira de bloquear essas comunicações feitas através de telefones celulares ou 
advogados corruptos, que alimentam as bases com as ordens de seus chefes. Não é tão desafiador prender 
traficantes quanto impedir as suas comunicações e redes. A inteligência precisa encontrar uma forma de 
fazer esses bloqueios, bem como apoiar a criação de novas leis que tornem mais duras as ações dos 
advogados criminosos, ou seja, aqueles que, usando das suas prerrogativas legais, alimentam de 
informações as bases e os chefes. A inteligência atua, também, junto às polícias que estão repletas de 
marginais e corruptos, que apoiam o crime e até o favorecem. Uma investigação isenta poderá localizar os 
policiais corruptos e criminosos e leva-los aos tribunais. Urge uma reforma ampla nas polícias estaduais. 
O terrorismo tem apresentado uma escalada, nas últimas décadas. A primeira preocupação está nas 
parcerias com órgãos de inteligência, afinal, muitos líderes terroristas foram, outrora, parceiros desses 
serviços, e se voltaram contra a democracia. Foram treinados, e bem treinados, e hoje usam a inteligência 
desenvolvida parapraticar ações contra a sociedade. Além disso, esses grupos começaram a desenvolver 
novas técnicas, desde o 11 de setembro, nos EUA. O velho terrorismo de colocar bombas deu lugar a ações 
mais sofisticadas e difíceis de evitar, como os atropelamentos em praças públicas. Ainda que não sejam os 
únicos, os fundamentalistas islâmicos têm obtido mais resultado, principalmente pela disciplina e ausência 
do medo de morrer, em relação aos mercenários em geral. 
Uma grande preocupação está no tráfico de componentes radiativos. Apesar de os países-membros 
da ONU terem uma fiscalização dura das comissões nucleares próprias e internacionais, sabe-se que os 
mercenários têm ofertado componentes que podem levar a desastres ecológicos ou mesmo ataques com 
armas de destruição em massa – sobre as quais falarei mais adiante -. A questão é que os países precisam 
tomar cuidado ao venderem os seus componentes de forma legal àqueles que fazem apenas uma ponto, 
repassando o material aos criminosos. Esses materiais nas mãos de grupos terroristas poderia causar um 
ataque com alcance desproporcional, causando tragédias, e em qualquer parte do planeta. 
Como você pode ver, ainda que cada país tenha os seus problemas e estabeleça as suas prioridades, 
há situações que estão acima de todas, as quais me referi nos parágrafos anteriores: 
 
Narcotráfico, as questões ambientais, direitos humanos, organizações criminosas, terrorismo, o 
comércio ilegal de componentes radiológicos e nucleares e o tráfico de armas 
 
Declaração sobre Segurança nas Américas, na OEA 
 Incluiu novas ameaças e desafios à segurança continental. Elegeu a pobreza extrema como fator 
de instabilidade, tráfico de seres humanos e ataques à segurança cibernética. 
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A pobreza pode levar à falta de objetivos, afinal jovens sem esperança são alvos fáceis dos 
criminosos. A pobreza na faixa de fronteira faz com que os criminosos “adotem” famílias, provendo-as, e 
conseguindo sua colaboração. 
O tráfico de seres humanos está entre as principais economias ilegais, no mundo. Sequestros 
ocorrem todos os dias a fim de alimentar centros de prostituição em todo o mundo, bem como para 
adoção ilegal e crianças. 
A segurança das redes digitais de comunicações é outro fator importantíssimo. Ainda não se 
encontrou uma forma de bloquear invasores cibernéticos, e bilhões de dólares são gastos anualmente para 
esse fim. Nem mesmo os mais avançados países do mundo conseguiram êxito. Destaca-se, recentemente, 
o ocorrido nas eleições americanas. Esses ataques podem ser para acesso não-autorizado, mas podem ser, 
também, para trazer falsas informações à sociedade, mudando-lhes a opinião sobre questões, inclusive 
políticas. 
Na America do Sul, além dos problemas citados, podemos incluir mais três, que são estratégicos: 
 a instabilidade venezuelana, 
 o conflito colombiano e 
 a ascensão dos movimentos políticos indígenas nos países andinos. 
Os problemas internos da Venezuela ultrapassaram fronteiras. Além da grande influência dos 
governos não democráticos e fraudes eleitorais, acordos com grupos paramilitares e traficantes têm sido 
realizados pelo governo daquele país. Essa instabilidade tem causado movimentos migratórios 
desorganizados levando a instabilidade para além das fronteiras. O ingresso da Venezuela enfraqueceu o 
Mercosul, dada a divisão entre os seus membros, após o apoio do Brasil. 
A Colombia ainda é local de preocupação, porém reduzida, após conseguir uma vitória nos acordos 
com as Farcs. Sabe-se, porém, que a situação ainda não está controlada, principalmente porque a 
Venezuela tem incentivado os guerrilheiros a desobedecerem os acordos. 
O movimento indígena na região, mais ao noroeste, preocupa, dado o estilo belicoso de seus povos. 
A tentativa de uma criação de uma nação indígena além das fronteiras, é preocupante. 
Um problema: 
 Os serviços de Inteligência são aceitos e reconhecidos como fundamentais em países 
democráticos, mas são muito malvistos em sociedades que passaram recentemente por períodos 
autoritários. 
Isso não é diferente, no Brasil. Tivemos um governo autoritário por vinte anos. O antigo Serviço 
Nacional de Informações causou medo em parte da sociedade. Alguns dos seus agentes cometeram 
crimes. Portanto, inicialmente, era de se esperar uma resistência da população contra os serviços de 
inteligência. O que não justifica é que, após trinta anos, ainda observamos muitos desconfiados sobre as 
atividades da Abin, especialmente a imprensa. 
Na verdade, qualquer país que queira ter um mínimo de competitividade precisa de um serviço de 
inteligência eficaz. Democracia nenhuma pode prescindir disso. 
Como conciliar a tensão entre o segredo na atividade de Inteligência e a transparência das 
atividades estatais, e como garantir que os órgãos de Inteligência desenvolvam suas atividades dentro 
princípios democráticos são, provavelmente, dois dos maiores desafios. Sensibilizar e conquistar a 
sociedade e a imprensa é uma missão complexa, mas salutar. Sem o apoio da sociedade, o serviço de 
inteligência fica limitado, pois paira desconfiança. 
Qual a forma, então, para solucionar essas questões? Sem dúvida, o alcance da maturidade 
democrática. A maneira como a sociedade lida com transparência e o secretismo indica o grau de 
desenvolvimento da democracia. 
É necessário, então, que os agentes do Estado, a população, as empresas e a imprensa trabalhem 
buscando um bem comum: informações que possam reduzir os riscos e as vulnerabilidades de o país ser 
objeto de interesses estrangeiros escusos. 
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Professor Heron Duarte 
 Informações relevantes para se formular e implementar políticas voltadas aos interesses de 
segurança nacional e lidar com as ameaças – atuais ou potenciais – a esses interesses. 
 A Inteligência compreende a coleta e a análise de informações e inclui atividades destinadas a 
conter as ações de Inteligência adversas. 
 
No âmbito nacional 
 
 Segurança das Fronteiras 
A faixa de fronteira, que compreende toda a área a até 150 km dos limites do território, representa 
importante diretriz de desenvolvimento socioeconômico nacional e tem caráter estratégico para a 
integração da região sul-americana. 
As fronteiras terrestres representam mais de dois terços de toda a extensão dos limites territoriais 
do Brasil. As fronteiras secas somam 15.719 km e colocam o país em contato geográfico com dez das 12 
demais nações sul-americanas. 
A ABIN desenvolve ações de Inteligência com foco na análise das dinâmicas sociais e das atividades 
ilícitas que ameaçam a segurança das fronteiras do país. 
Produz conhecimentos de inteligência sobre aspectos da realidade regional que influenciam 
diretamente na segurança das áreas fronteiriças, como as dinâmicas migratória e social e a ocorrência de 
atividades criminosas. 
O narcotráfico, o contrabando, os ilícitos ambientais e o tráfico de pessoas são algumas das 
principais atividades criminosas identificadas e acompanhadas pela Inteligência nas áreas de fronteira 
brasileiras, nos últimos anos. 
 
ATUAÇÃO DA ABIN 
Operação Ágata 
A Operação Ágata é uma das principais ações da ABIN na segurança das fronteiras. 
Realizada periodicamente desde 2011, é a maior operação interagências do Brasil e envolve órgãos 
militares e civis, subordinados ao Governo Federal e aos governos estaduais. Tem por finalidade o combate 
aos ilícitos na faixa de fronteira do país e o fortalecimento da presença do Estado brasileiro ao longo dessa 
área. 
A ABIN coordena a atuação da Inteligência da operação. 
Em cada edição, a Agência produz conhecimentos de Inteligência específicos, resultantes da análise 
de informações recebidas dos órgãos integrantes do SISBIN ou obtidas pela atuação de seus próprios 
servidores da área operacional. 
Para otimizar a coordenação das ações de Inteligência, a ABINinstala Centros de Inteligência 
Regionais (CIR) em todos os estados abrangidos pela operação. Os CIR entram em funcionamento antes do 
início da fase repressiva para a produção antecipada de informações estratégicas à operação. Os relatórios 
antecipam obstáculos à atuação das forças de segurança e auxiliam o planejamento das missões da fase 
repressiva. 
 
Migrações 
O Brasil vive novo ciclo migratório, reflexo das mudanças geopolíticas e econômicas mundiais da 
última década que intensificaram os fluxos de pessoas pelas fronteiras do país. 
A partir da crise econômica mundial de 2008, e como consequência do crescimento econômico do 
Brasil na última década, parte da comunidade brasileira que vivia no exterior inicia movimento de retorno 
ao país. 
Além disso, refugiados e imigrantes também passaram a buscar o Brasil como alternativa para 
constituírem suas vidas. 
 
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ATUAÇÃO DA ABIN 
A ABIN desenvolve ações para compreender o fenômeno migratório e seus impactos sociais, 
políticos e econômicos para o país. 
Também, subsidia a elaboração de políticas públicas que assegurem que o acesso de imigrantes e 
refugiados ao país seja feito por pessoas idôneas, que não ameacem a segurança da sociedade brasileira. 
Atua no enfrentamento ao tráfico de pessoas e a outros delitos transfronteiriços que envolvam migrantes, 
criminosos ou vítimas. Com a chegada de de imigrantes hipossuficientes econômicos, o Estado brasileiro 
busca promover políticas de acolhimento e assistência a esses contingentes. 
Ambiente 
A temática ambiental é objeto de acompanhamento sistemático pela ABIN. Identifica 
oportunidades para o país ligadas à biodiversidade, ao potencial energético e mineral e ao aproveitamento 
sustentável de ativos florestais. Detecta vulnerabilidades e ameaças à preservação ambiental do Brasil. 
As análises focam a preservação das áreas protegidas e as situações com potencial de prejuízo à 
proteção dos ecossistemas brasileiros. 
Além disso, as mudanças climáticas e os fenômenos sociais e ambientais decorrentes – como 
desertificação, chuvas, estiagens e movimentos migratórios – são de interesse estratégico para a 
Inteligência. Afetam o desenvolvimento socioeconômico brasileiro e o cumprimento da Política Nacional 
de Mudança Climática. Podem interferir nos compromissos assumidos pelo país em foros internacionais, 
como a redução das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global. 
FORMAS DE ATUAÇÃO 
A ABIN produz análises dos fatos relativos à segurança ambiental de forma a aumentar o grau de 
sucesso das políticas setoriais e das ações de repressão aos ilícitos ambientais. 
Essas questões são analisadas pela ABIN de forma ampla, abarcando seus reflexos socioeconômicos 
e políticos e seus impactos na segurança da sociedade e das fronteiras brasileiras. 
A ABIN fornece suporte técnico e apoio operacional às ações de outros órgãos federais, produzindo 
e compartilhando análises sobre o assunto e disponibilizando equipes de servidores para as operações 
interagências. 
OPERAÇÕES 
Ao contrário do que se lê por aí, sim, a Abin participa de operações em campo. A ABIN participou de 
grandes operações do Governo Federal para garantir a preservação ambiental em diferentes áreas do 
território nacional. Uma delas foi a Operação Amparo 2011 
Os Relatórios de Inteligência produzidos permitiram a interdição de madeireiras irregulares, 
desmonte de madeireiras ilegais e embargo de várias propriedades rurais por falta de regularização 
ambiental. Identificaram-se esquemas criminosos para “esquentar” a madeira extraída ilegalmente, 
sonegação de impostos e desvios de verbas do Programa Nacional para Agricultura Familiar (Pronaf). 
 
Não-Proliferação 
O Brasil é signatário de Tratados sobre Não-Proliferação de armas de destruição em massa (ADM). 
Armas de destruição em massa (ADM) são dispositivos capazes de promover danos intencionais em 
grande escala, a exemplo de armas nucleares, químicas e biológicas ou toxínicas. 
Os grupos que as usam vêem vantagens como baixo custo, capacidade dissuasória e projeção de 
poder político e econômico. Atores não-estatais, como organizações terroristas, também buscam 
desenvolver esse tipo de armamento. 
A proliferação de ADM no mundo tem sido contida principalmente como resultado da atuação 
eficaz dos mecanismos de controle internacional de exportação de bens sensíveis. 
Os bens sensíveis são equipamentos, materiais ou substâncias passíveis de utilização em programas 
de desenvolvimento e fabricação de ADM e seus vetores de entrega (ADMV). Nos tratados internacionais 
de que o Brasil faz parte, quase dois mil itens são oficialmente identificados como bens sensíveis. Muitos 
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são utilizados pela indústria sem o propósito bélico. Por isso, são denominados bens de uso dual, por seu 
tanto para fins civis quanto militares. 
Cabe à Atividade de Inteligência produzir informações que auxiliem a identificação de exportações 
ilícitas e seu controle, analisando métodos e rotas em colaboração com outros serviços congêneres, 
incluindo o monitoramento de empresas, pessoas e navios. As informações obtidas no âmbito da 
Inteligência são difundidas aos órgãos licenciadores e fiscalizadores. Dados sobre determinados 
equipamentos e materiais que estejam sendo objeto de procura pelos atores proliferantes auxiliam os 
órgãos de fiscalização no sentido de permitir-lhes especializar os controles. 
A Inteligência disponível na área de proliferação é a soma das Inteligências nacionais e 
internacionais já que as transferências ilícitas envolvem interesses mais diversos. Não são raros os casos de 
transferências ilícitas que envolvem quatro ou cinco países diferentes, entre produtor, comprador, usuário 
final, intermediário e transportador. Os mecanismos de cooperação assumem papel vital, uma vez que, em 
geral, as informações necessárias à compreensão de determinada transferência encontram-se à disposição 
de diferentes serviços de Inteligência. 
O Brasil tem sido alvo de atividades de proliferação. Mediante a cooperação de serviços 
congêneres, a ABIN acompanha as ações de agentes comerciais estrangeiros em busca de materiais e 
equipamentos especiais no País, e auxilia a neutralização de tentativas de triangulações de bens sensíveis 
envolvendo empresas nacionais. 
As redes clandestinas tornam-se mais especializadas, enquanto o controle internacional tende a ser 
mais rigoroso. As ações de Inteligência brasileiras no setor consistem, primordialmente, na produção de 
análises conjunturais, no intercâmbio de informações om órgãos congêneres no exterior, e em ações 
operacionais contra atores de interesse para a proliferação de ADMV. 
 
Lavagem de dinheiro 
Nunca se falou tanto nesse tema, como nos últimos anos, e a Abin integra iniciativas do 
Governo brasileiro de combate à lavagem de dinheiro. A Agência oferece análises de Inteligência e 
avaliações de risco que auxiliam a prevenção e a repressão a esse tipo de ilícito. 
A ABIN integra a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e 
tem assento no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), unidade de Inteligência financeira 
do Brasil. 
Integra subgrupos de trabalho específicos da ENCCLA e é responsável pelo desenvolvimento de 
análise de risco que avalia as vulnerabilidades da estrutura financeira nacional ao crime de lavagem de 
dinheiro. O órgão tem trabalhado em conjunto com as demais instituições para adaptar a metodologia de 
avaliação de risco desenvolvida pela ABIN para os grandes eventos esportivos – denominada Arena – para 
atender às necessidades específicas de avaliação de riscos da lavagem de dinheiro no país. 
São exemplos de Grandes Eventos, nos quais a Abin atuou diretamente: 
Jogos Panamericanos 2007, Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014, JornadaMundial da 
Juventude, Rio +20 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. 
 Nesses eventos, atuou de forma preventiva, estudando os nomes de possíveis criminosos e 
terroristas interessados em vir ao Brasil. Usou agentes infiltrados nas torcidas, a fim de localizar alguma 
ameaça presente. 
 Finalmente, deixamos claro que a atividade é ampla, passando por vários órgãos e setores do país, 
como: 
 Inteligência militar, inteligência policial, inteligência estratégica, inteligência financeira, inteligência 
empresarial ou competitiva. 
 Uma dúvida está sempre presente nas nossas aulas e fóruns: Como fica a atividade de inteligência e 
o direito? 
 
A atividade de Inteligência e o direito internacional 
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 Não há objeções ao pleno emprego da atividade de Inteligência em tempo de guerra entre os 
Estados beligerantes. 
 A IV Convenção de Haia e o I Protocolo Adicional às Convenções de Genebra garantem aos 
espiões o status de prisioneiro de guerra quando capturados portando uniforme militar ou quando não 
houverem utilizado métodos considerados “deliberadamente clandestinos ou pretextos falaciosos”. 
 O Direito Internacional separa os meios empregados pela atividade operacional de campo dos 
demais empregados nos segmentos Inteligência e Contrainteligência. 
 Inteligência de sinais (Sigint) e a Inteligência de imagens (Imint) são consideradas lícitas, além 
da interceptação de telecomunicações estrangeiras baseada em território pátrio. Ou seja, a quebra das 
comunicações em outros países, desde que feitas dentro do território brasileiro, é lícita. 
 No campo da Inteligência de fontes humanas (Humint), destacar busca de informações por 
elementos humanos de outras atividades da área. 
 Gosto sempre de lembrar que, durante a Guerra Fria a atividade de espionagem teve um 
importante papel ao revelar e conter atos agressivos entre as duas superpotências sem conduzir a uma 
guerra aberta. Havia muito blefe, e sempre a expectativa de que uma potência, a qualquer momento, 
atacaria a outra, o que nunca aconteceu. 
 Portanto, a espionagem é esperada por todos os países. Os governos devem utilizar todas as 
armas disponíveis, resguardando os direitos individuais dos cidadãos, para combater os desafios à 
sociedade internacional: 
Não são lícitas, no entanto: sabotagem, assassinato, desestabilização de regimes políticos, 
fomento e auxílio de rebeliões, auxilio a grupos separatistas e o financiamento ou treinamento de grupos 
terroristas. 
 “Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força 
contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação 
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas”. (Carta das Nações Unidas) 
Em outras palavras, o agente precisa defender o seu país, mas nos limites legais e éticos. Aliás, 
sobre Ética, há sérias exigências sobre o comportamento dos servidores da Abin. 
 
ÉTICA 
O principal elemento com que o profissional de Inteligência deve lidar é o sigilo, conforme a 
Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIII: a segurança do Estado e da sociedade é o valor que legitima a 
existência de informações sigilosas. 
 
 SIGILO 
O princípio que norteia a atividade de Inteligência é o sigilo, para segurança do Estado e da 
sociedade, justificando-se juridicamente o uso de técnicas e meios sigilosos para a produção e a 
salvaguarda de conhecimentos. 
Não obstante, há dilemas, pois há duas necessidades públicas, que denominaremos conflitos. Os 
conflitos entre interesses públicos são: 
 Os direitos e garantias individuais de liberdade de expressão, privacidade e intimidade 
representam interesses públicos primários; 
 O princípio do sigilo pode representar interesses públicos ora primários, ora secundários, 
conforme se dirija para a segurança da sociedade ou do Estado. Quando há necessidade de sigilo sobre 
uma informação e particulares têm interesse no seu acesso, ou em divulgá-la (liberdade de imprensa). 
 O servidor tem o dever ético de garantir o pleno exercício das liberdades individuais, mas, 
como agente de inteligência, tem o dever ético de preservar a segurança do Estado e da sociedade, 
salvaguardando a informação de modo a mantê-la sob sigilo. 
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 É bem complicado, porque o nosso costume, como brasileiros, é comentar sobre tudo o que 
vimos e ouvimos. Algumas pessoas se surpreendem quando ensinamos a não falar com ninguém, nem 
mesmo em casa, sobre os conteúdos do trabalho. O sigilo é tudo. 
 
Princípios básicos da atividade de Inteligência 
 
1.Segurança 
 Em todas as fases de sua produção, a informação deve ser protegida. De nada adianta ter 
cuidado depois da produção. Desde o início deve haver a proteção. 
 
2.Clareza 
 A informação deve ser expressa de forma a ser imediata e completamente compreendida pelos 
usuários. Clareza significa texto bem desenvolvido e compreensível pela autoridade destinatária. 
 
3. Amplitude 
 A informação produzida sobre fato, tema ou situação deve ser a mais ampla possível – porém 
sintética – a fim de facilitar seu entendimento. Informação pela metade pode complicar a decisão. 
 
4. Imparcialidade 
 A informação difundida deve ser pertinente e isenta de ideias preconcebidas, subjetivismos e 
outras influências que gerem distorções em sua interpretação. 
 
5. Objetividade 
 A informação deve ser produzida de modo a atender objetivos definidos, a fim de minimizar 
custos e riscos desnecessários. 
 
6. Oportunidade 
 A informação deve ser produzida dentro de prazos que assegurem sua utilização completa e 
adequada. 
 
7. Utilidade 
 A informação produzida por um OI, de qualquer natureza, tem de ser útil e deve ser transformada 
em ação. Não existe a informação pela informação. 
 
8. Exclusividade 
 A informação deve ser exclusiva. Um assunto, mesmo conhecido, pode ser abordado sob vários 
ângulos: seja em razão de uma fonte exclusiva, seja pela relação com outro tema ainda não abordado, 
perspectiva de assunto ou cenário em andamento. Fornecer à autoridade algo de novo é o objetivo. Senão, 
o conhecimento oriundo de um OI perde a razão de ser. 
 
9. Convicção 
 As informações produzidas por um Orgão de inteligência expressam a convicção do órgão que as 
produziu. 
Concluindo 
 Informação de Inteligência: é o conhecimento integrado, sigiloso, obtido por intermédio de 
metodologia específica, resultante da coleta ou busca, processamento e análise de todas as informações 
obtidas pertinentes a determinado assunto. 
 
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CONHECIMENTOS SENSÍVEIS 
 
A Sociedade da Informação 
Diante do fenômeno da globalização, o mundo tem se ajustado em seu reposicionamento. Agora, 
um novo ambiente (mercado dinâmico, aberto, global e competitivo), com novas tecnologias (TI, redes –
capacidade de acesso e uso da informação). Uma nova empresa (em rede, fundamentada na informação) 
Essa natureza dinâmica nos leva à incerteza. Vivemos, hoje, a sociedade da informação. O 
conhecimento tornou-se expressão de poder e vantagem competitiva. O domínio de tecnologias 
representa o nível de desenvolvimento de cada nação. Decidir o que compartilhar ou proteger constitui um 
dos desafios do século XXI. 
 
CENÁRIO 
1. Valorização da cultura do 
compartilhamento 
2. Criação do Conhecimento Corporativo 
3. Inteligência Competitiva – Obtenção de 
Vantagens Competitivas 
4. Conectividade de ambientes –uso 
intensivo deTICs- 
DESAFIOS 
1.Disseminação Seletiva de Informações 
2. Proteção de conhecimentos Críticos 
3. Contra-Inteligência Competitiva -
manutenção de vantagens competitivas 
4. Segurança da informação –uso 
intensivo deTICs
 
Proteção do Conhecimento no séc. XXI 
A competitividadede uma empresa ou de um país está relacionada à informação desenvolvida e 
acumulada, à capacidade das pessoas transformarem essas informações em conhecimentos e à 
possibilidade de proteger seus conhecimentos estratégicos. Por que devemos proteger? 
O Brasil é alvo de interesses estrangeiros, em relação à biodiversidade, riquezas naturais, tecnologia 
e pesquisas. 
Conhecimento sensível 
Conhecimento de alto valor agregado e estratégico para o País, com potencial de geração de 
oportunidades de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico. 
Sua preservação permite ao Estado brasileiro melhor inserção no cenário internacional, com resultados 
favoráveis à sociedade brasileira. 
Motivos de preocupação 
 
A ausência de cultura de proteção do conhecimento reduz a percepção das ameaças e facilita o 
acesso não autorizado a informações e conhecimentos estratégicos. 
A ABINe a Proteção do Conhecimento 
Segundo a Lei n°9.883 /1999 
Art. 4º À ABIN, (...), compete: 
I – (…) 
II -planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à 
segurança do Estado e da sociedade. 
 
Também deve atuar na ContraInteligência de Estado, que consiste em prevenir, detectar e 
neutralizar a inteligência adversa e as ações de qualquer natureza que ameacem a sociedade e o Estado. 
Importante, ainda reduzir vulnerabilidades das instituições nacionais, de forma a manter o 
diferencial estratégico do país 
 
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Portaria GSIPR nº 42/2009 
Cabe à ABIN a coordenação do PNPC, em articulação e cooperação com instituições nacionais 
públicas e privadas que geram ou detêm conhecimentos sensíveis, competindo-lhe ainda: 
I - executar estratégias, projetos, metas, ações e atividades do PNPC; e 
II - supervisionar, coordenar, acompanhar e avaliar as ações de cooperação técnica firmadas com 
instituições nacionais públicas e privadas, zelando pela eficácia e efetividade do PNPC. 
No desenvolvimento das atividades de contrainteligência, o PNPC atuará, prioritariamente, nos 
seguintes campos: 
I - pesquisa, desenvolvimento e inovação científica e tecnológica; 
II - conhecimento tradicional das comunidades indígenas e das comunidades locais associado ao 
patrimônio genético; 
III - minerais e materiais estratégicos, agronegócio e fontes alternativas de energia; e 
IV - infraestruturas críticas nacionais. 
No desenvolvimento das atividades de proteção ao conhecimento sensível, serão empregadas, as 
seguintes ações: 
I - sensibilização para fomentar a cultura de proteção dos conhecimentos sensíveis mediante, 
inclusive, a utilização da infraestrutura pública de comunicações e de tecnologia da informação; e 
II - identificação e avaliação de ameaças, em face das vulnerabilidades e dos riscos delas advindos, 
propondo medidas preventivas e corretivas de proteção dos conhecimentos sensíveis. 
Na identificação de necessidades de ações de segurança da informação e comunicações serão 
observadas instruções e normas sobre o tema expedidas pelo GSIPR, cabendo ao Departamento de 
Segurança da Informação e Comunicações - DSIC a orientação técnica e o apoio específico para a sua 
implementação. 
Integrantes do DSIC participarão dos eventos a serem desenvolvidos pela ABIN, no que se refere às 
ações do PNPC. 
As atividades inerentes ao PNPC serão consubstanciadas, pela ABIN, no Plano de Proteção do 
Conhecimento Sensível, elaborado anualmente e submetido à aprovação do Ministro-Chefe do GSIPR. 
Para executar o PNPC, a ABIN firmará convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos 
congêneres com instituições nacionais públicas e privadas, observada a legislação pertinente e sob 
orientação e supervisão do GSIPR. 
As despesas correrão às expensas das dotações orçamentárias anualmente consignadas à ABIN, ou 
em conformidade com o que estabelecerem as parcerias firmadas. 
PNPC - Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento 
Foi criado com alguns propósitos: 
 Conscientizar sobre as ameaças potenciais aos conhecimentos sensíveis nacionais 
 Desenvolver cultura de proteção ao conhecimento 
 Recomendar cuidados de proteção 
 Assessorar na implementação de medidas de proteção. 
O PNPC é um instrumento preventivo para a proteção e salvaguarda de conhecimentos sensíveis de 
interesse da sociedade e do Estado brasileiros. 
O Programa foi instituído Pela Agência Brasileira de Inteligência – Abin a fim de exercer a sua 
atribuição institucional, estabelecida pelo § 4º da Lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, de “planejar e 
executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à segurança do Estado e da 
sociedade”. 
 A execução do PNPC está sob a responsabilidade do Departamento de Contrainteligência da Abin. 
 
 OBJETIVOS DO PNPC 
 Conscientizar os detentores de conhecimentos sensíveis nacionais sobre as ameaças a que 
estão sujeitos. 
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 Fomentar o desenvolvimento da cultura de proteção do conhecimento sensível, inclusive do 
conhecimento tradicional associado à biodiversidade brasileira. 
 Apresentar medidas de proteção para esses conhecimentos e assessorar na sua 
implementação. 
 Interagir com órgãos governamentais e instituições nacionais detentores de conhecimentos 
sensíveis. 
 
 Atuação do PNPC 
O PNPC é desenvolvido por meio do estabelecimento de Acordos de Cooperação Técnica ou 
Convênios entre a Abin e as instituições nacionais detentoras de conhecimentos sensíveis, sendo adaptável 
às necessidades de cada instituição. 
O Programa propõe atuação integrada, abrangente e pormenorizada. Compreende a educação de 
segurança e a identificação de ameaças e vulnerabilidades em quatro segmentos: 
 Proteção física e do ambiente; 
 Proteção de documentos e conformidade; 
 Proteção na gestão de pessoas; e 
 Proteção de sistemas de informação e continuidade. 
 
PÚBLICO-ALVO 
O PNPC destina-se às Instituições nacionais, públicas ou privadas, que geram ou custodiam 
conhecimentos sensíveis para o Brasil. 
O PNPC atuará prioritariamente nos seguintes campos de atividades: 
 defesa nacional; 
 pesquisa, desenvolvimento e inovação científica e tecnológica; 
 energia, incluídas novas fontes alternativas; 
 minerais e materiais estratégicos; 
 conhecimentos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais; 
 agronegócio; 
 desenvolvimento socioeconômico; 
 educação e promoção de cultura de proteção do conhecimento sensível. 
 
Comunicação de indícios de espionagem 
O Brasil é detentor de conhecimentos que despertam interesses internacionais. Na tentativa de 
obtê-los, podem ser realizadas ações ilícitas sobre alvos nacionais, sejam eles materiais ou humanos. 
Instalações, sistemas informatizados ou pessoas com acesso ou possibilidade de acesso a 
conhecimentos sensíveis e sigilosos podem ser alvos dessas ações. 
 
Como identificar indícios de espionagem? 
Alguns indícios de tentativa de acesso indevido a conhecimento sensível: 
 Um funcionário passa a adquirir bens e serviços incompatíveis com seus rendimentos. 
 Sua instituição recebe ofertas de bens e serviços (como prestação de consultoria, softwares, 
computadores, equipamento audiovisual), sem custo ou por valores irrisórios, sem explicação 
plausível. 
 Os funcionários de sua instituição recebem ofertas: convites para viagens a outros países, para 
jantares e festas, presentes, cursos, ofertas de serviços “por fora” ou outro emprego. 
 A empresa concorrente, com frequência, consegue fechar os contratos oferecendo só o suficiente 
para cobrir a sua proposta. 
 Uma empresa quer comprar somente uma de suas máquinas, quando o usual seria uma quantidade 
maior. 
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 Delegações estrangeiras realizam visitas à sua empresa e manifestam interesses ou 
comportamentos anormais, com pessoas separando-se dogrupo ou sendo incluídas, na lista de 
visitantes, na última hora. 
 Um funcionário muda sua atitude no trabalho, acessando áreas onde nunca esteve e demonstrando 
interesse por assuntos alheios às suas atribuições. 
 
DESCRIÇÃO DOS SEGMENTOS DO PNPC 
 
 Proteção física e do ambiente: medidas destinadas à proteção dos locais onde são elaborados, 
tratados, manuseados, custodiados ou armazenados conhecimentos, informações, dados e 
materiais sigilosos. 
 Proteção de documentos e conformidade: medidas destinadas a proteger a elaboração, o 
manuseio, o trânsito, a difusão, a recepção, o armazenamento e o descarte de documentos 
sigilosos, bem como a sua adequação às leis e normas que regem o negócio da instituição. 
 Proteção na gestão de pessoas: medidas que visam a dificultar o ingresso de pessoas não 
desejáveis na instituição, além de assegurar padrões de comportamento profissional e ético 
adequados aos funcionários admitidos, a fim de salvaguardar os conhecimentos sensíveis. 
 Proteção de sistemas de informação e continuidade: medidas que visam a garantir o 
funcionamento da infraestrutura tecnológica de suporte ao acesso, ao armazenamento e à 
comunicação de dados, informações e conhecimentos sensíveis, destinados a garantir a sua 
integridade, disponibilidade e confidencialidade, além de prover o restabelecimento desses 
serviços em caso de sinistro. 
A metodologia utilizada no PNPC foi desenvolvida pela Abin, com base em metodologias 
reconhecidas e experimentadas em todo o mundo. 
A análise dos riscos que incidem sobre os ativos que contêm os conhecimentos sensíveis a serem 
protegidos também faz parte do PNPC. 
Além do PNPC, a Abin, por meio da Coordenação-Geral de Proteção do Conhecimento Sensível, 
assessora os órgãos competentes na elaboração de acordos internacionais e outros instrumentos 
normativos e participa de fóruns de discussão sobre temas estratégicos, que vão desde a energia nuclear e 
infraestruturas críticas até biopirataria. 
 
IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA 
A fim de verificar o dimensionamento adequado das necessidades institucionais de proteção, por 
meio de metodologia própria, são identificados: 
 o conhecimento sensível a ser protegido; 
 os meios de produção, suporte, armazenamento e transmissão; 
 as ameaças reais e potenciais a este conhecimento. 
 O cronograma de trabalho é estabelecido em conjunto com a instituição interessada, que pode 
sugerir os segmentos ou setores que serão avaliados prioritariamente, conforme as suas 
necessidades. 
Como resultado direto da implementação do PNPC na instituição, há o incremento da proteção dos 
conhecimentos sensíveis. 
Como resultados indiretos, a melhoria de processos organizacionais e a aplicação de soluções 
análogas aos dados, informações e conhecimentos não-sensíveis da organização, a partir do 
estabelecimento da cultura de proteção, voltada para a defesa dos ativos institucionais. 
FASES DO PNPC 
O Programa é desenvolvido em fases e implementado conforme as necessidades das instituições. 
São fases do PNPC: 
 
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Sensibilização: 
atividades destinadas à conscientização dos profissionais da instituição para a adoção de medidas, 
procedimentos e comportamentos adequados, considerada a natureza sensível dos assuntos aos quais 
tenham acesso. 
 
Identificação de alvos e ameaças: 
 identificação do que deve ser protegido e do nível de ameaça existente. É realizada de forma 
conjunta, Abin e instituição parceira. 
 
Diagnóstico: 
 avaliação do sistema de proteção da instituição parceira, a fim de identificar vulnerabilidades e 
recomendar ações, procedimentos e controles de segurança, tendo por base a metodologia de proteção 
do conhecimento sensível desenvolvida pela Abin; a legislação vigente; e as características funcionais da 
instituição parceira. 
 
Acompanhamento: 
ações conjuntas de acompanhamento e avaliação da execução das ações previstas, bem como 
apoio e assessoramento na implementação de recomendações de segurança, podendo incluir: 
 
Normatização: 
consultoria e assessoramento para a elaboração de políticas e normas internas concernentes à 
proteção de conhecimentos. 
 
Classificação: 
atividades que visam a orientar e a exercitar a aplicação de critérios legais e institucionais, para a 
classificação de documentos contendo assuntos sensíveis. 
 
Concluindo: 
Todo o processo de implementação do PNPC é realizado por profissionais da Abin. Esse trabalho 
não implica acesso a dados, sistemas, informações e conhecimentos da instituição parceira, salvo àqueles 
estritamente relacionados aos processos que visam à proteção de conhecimentos sensíveis, objeto do 
trabalho proposto. 
 
Fundamentada na Lei Lei 9883/99, Dec 4376/01 e alterações 
 
INTELIGÊNCIA 
Obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos de 
imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e ação governamental para salvaguarda e 
segurança da sociedade e do Estado. 
 
CONTRA-INTELIGÊNCIA: 
Adoção de medidas que protejam os assuntos sigilosos relevantes para o Estado e a sociedade e que 
neutralizem ações de Inteligência executadas em benefício de interesses estrangeiros. 
 
ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA - BREVE HISTÓRICO 
1927 – Criação do Conselho de Defesa Nacional, subordinado ao Presidente da República. Atividade 
exclusivamente nos ministérios militares. 
1946 - Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (Sfici). 
1964. Extinção do Sfici e criação do Serviço Nacional de Informações (SNI). 
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1970- Criação do Sistema Nacional de Informações (Sisni), integrado por todos os órgãos de 
informações dos ministérios civis e militares. O SNI era o órgão central desse sistema. 
1990 – Extinção do SNI e reforma da Administração Pública Federal. 
Criação da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que absorveu as atribuições do SNI. 
1999 - Criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) 
Criação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 
A criação da ABIN proporcionou ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de Inteligência, 
mediante ações de coordenação do fluxo de informações necessárias às decisões de Governo, no que 
diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, 
para os mais altos interesses da sociedade e do país. 
 
A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA 
AGF / DGF Antes da Guerra Fria e Depois da Guerra Fria 
Antes: Comunismo x Capitalismo 
Depois: Terrorismo, narcotráfico, biopirataria, espionagem industrial e econômica e aos ilícitos 
transnacionais 
 
A CRIAÇÃO DA ABIN 
1995 - Medida provisória nº 813. Manteve a SSI subordinada à SAE, e autorizava a criação da Agência 
Brasileira de Inteligência - ABIN, vinculada à Presidência da República. 
Dentre suas finalidades, a incumbência de planejar e executar atividades de natureza permanente, 
relativas ao levantamento, coleta, análise de informações, e executar atividades de natureza sigilosa, 
necessárias à Segurança do Estado e da sociedade. 
1997 - Remetido ao CN o PL nº 3.651, dispondo sobre a instituição do Sistema Brasileiro de Inteligência 
e a criação da ABIN, vinculada à Casa Militar. 
1999 - Criação do Gabinete de Segurança Institucional - GSI, assumindo, entre outras funções, todas as 
responsabilidades relacionadas à extinta Casa Militar. 
1999 - Extinção da SSI. Criação da ABIN como órgão de assessoramento direto do Presidente da 
República. 
 
Lei nº 9.883 
Instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência - Sisbin e regulamentou a criação da ABIN. 
1. Atribuiu ao Sisbin a responsabilidade de integrar as ações de planejamento e execução das 
atividades de Inteligência do país: processo de obtenção, análise e disseminação "de informações 
necessárias ao processo decisório do Poder Executivo", bem como a salvaguardada informação "contra 
o acesso de pessoas ou órgãos não autorizados". 
2. Destaca como principais fundamentos do sistema a preservação da soberania nacional, a defesa do 
Estado democrático de direito e a dignidade da pessoa humana. 
3. Cumprir e preservar os direitos individuais, tratados e convenções internacionais em que o Brasil seja 
signatário. 
Instituiu a ABIN como órgão da Presidência da República e como órgão central do Sisbin, com a missão 
de "planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do país“. 
 
Exigência 
A atividade de Inteligência será desenvolvida, no que se refere aos seus limites e ao uso de suas 
técnicas, sempre em observância irrestrita aos princípios constitucionais. 
A escolha e nomeação do Diretor-Geral da agência é privativa do Presidente da República. 
O indicado deverá ter seu nome aprovado pelo Senado Federal. 
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É o responsável pela elaboração e edição do regimento interno da ABIN com aprovação pelo 
Presidente da República*. 
Importância 
Institucionalizar a atividade de Inteligência, mediante ações de coordenação do fluxo de informações 
necessárias às decisões de Governo, no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos 
antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da sociedade e do país. 
ABIN - MISSÃO 
Coordenar as ações do Sisbin. 
Produzir e salvaguardar conhecimentos sensíveis. 
ABIN – OBJETIVO ESTRATÉGICO 
Desenvolver atividades de Inteligência voltadas para a defesa do Estado Democrático de Direito, da 
sociedade, da eficácia do poder público e da soberania nacional. 
ABIN - COMPETÊNCIAS 
planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar 
as atividades de Inteligência do País, obedecidas a política e as diretrizes superiormente 
traçadas na forma da legislação específica. 
 
ABIN - COMPETÊNCIAS 
I - executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes, sob a supervisão da Câmara 
de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho de Governo e examinada pelo Congresso 
Nacional; 
II - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a 
produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República; 
III - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à segurança 
do Estado e da sociedade; 
IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional; 
V - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de Inteligência; e 
VI - realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento da atividade de Inteligência. 
 
ABIN – FINALIDADE E SUBORDINAÇÃO 
Compete à ABIN assessorar o Chefe de Estado no desempenho de suas elevadas funções, sobretudo 
em caráter preventivo, assegurando-lhe o conhecimento antecipado de fatos e situações relacionados 
ao bem-estar da sociedade e ao desenvolvimento e segurança do país. 
A ABIN é um ÓRGÃO DE ESTADO, não é um ÓRGÃO DE GOVERNO. 
A ABIN não tem qualquer vínculo político-partidário. 
É um instrumento de Estado, voltado para a defesa da sociedade brasileira, absolutamente apartidário. 
Seu compromisso ideológico é, de forma única e exclusiva, com a democracia. 
OS DOIS CAMINHOS 
A ABIN atua em duas vertentes: 
INTELIGÊNCIA: 
Por meio da produção de conhecimentos sobre fatos e situações de imediata ou potencial 
influência no processo decisório e na ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança 
da sociedade e do Estado. 
E A OUTRA... 
CONTRAINTELIGÊNCIA: 
Pela adoção de medidas que protejam os assuntos sigilosos relevantes para o Estado e a 
sociedade e que neutralizem ações de Inteligência executadas em benefício de interesses 
estrangeiros. 
Essa é a rotina... 
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Atender às necessidades do processo decisório presidencial. A ABIN atua no acompanhamento 
de fatos emergentes, previsíveis ou não, com o intuito de antecipar tanto oportunidades 
quanto possíveis ameaças ao Estado Democrático de Direito. 
E isso tem controle? 
Tem sim... 
As ações da ABIN são controladas e fiscalizadas pelos Poderes Executivo e Legislativo. 
Controle Interno é no Executivo 
De responsabilidade da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (supervisão e execução da 
Política Nacional de Inteligência) e da Secretaria de Controle Interno da Presidência da República, que 
inspeciona a aplicação de verbas orçamentárias (contabilidade analítica). 
No Legislativo, o Controle Externo 
Tribunal de Contas da União (gestão de recursos orçamentários) 
Comissão Mista do Congresso Nacional (ações decorrentes da Política Nacional de Inteligência). 
Comissão Mista do Congresso Nacional 
Integrada pelas lideranças majoritárias e minoritárias do Congresso Nacional e pelos presidentes das 
Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
 
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Em respeito ao art. 37 da CF, a ABIN publica em extrato os atos que possam comprometer o êxito de 
suas atividades sigilosas. 
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Isso inclui assuntos peculiares ao funcionamento da ABIN, atribuições, atuação, especificações dos 
cargos e a movimentação dos titulares. 
Acesso à Informação 
Fornecidos pelo chefe do GSI-PR àquelas autoridades que tenham competência para solicita-la. 
Cidadão comum 
Se tomar conhecimento de documentos ou informações sobre as atividades e assuntos de inteligência 
deverá manter sigilo sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal. No caso de 
procedimento judicial, fica configurado o interesse público cf CPC art. 189. 
 
Questões éticas e valores 
ABIN desenvolve uma atividade que abrange, além de aspectos técnicos, a proposição de ética própria, 
ou seja, de um conjunto de valores que determina atitudes e padrões de comportamento. 
Quais são eles? 
Lealdade à Nação e, por extensão, à afirmação político-jurídica desta, o Estado; 
 
2- Profundo sentimento de servir à causa pública e jamais a si mesmo; 
Consciência de que o exercício da atividade de Inteligência é impessoal e apartidário; 
 
4- Fidelidade à instituição e consciência de que os fins desta prevalecem sobre os interesses pessoais; e 
Tem mais um! 
 5- O comprometimento com os valores éticos e morais da Agência deve ser 
assumido por todos os seus componentes, dentro e fora da organização. 
 
A Ética na ABIN 
Preconiza que os profissionais não podem utilizar o conhecimento em beneficio próprio. O 
conhecimento só deve efetivar-se como poder por intermédio da autoridade destinatária e em 
proveito da sociedade e do Estado brasileiros. 
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A seleção de novos recursos humanos e a confirmação de integrantes do quadro atual da Inteligência 
pautam-se, sobretudo, pelos atributos morais dos candidatos ou servidores - mais importantes que a 
experiência e os conhecimentos científicos. 
A Abin somente se comunicará com dos demais órgãos da AP com o conhecimento prévio da 
autoridade máxima do órgão ou de seu delegado. 
 
SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA – Sisbin 
Lei 9883/99 
Dec 4376/2002 
 
O Sisbin integra as ações de planejamento e execução das atividades de inteligência do País, 
fornecendo subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional. 
 
Fundamentos 
Preservação da soberania nacional 
Defesa do Estado Democrático de Direito 
Dignidade da Pessoa Humana 
Cumprir e preservar os direitos e garantias individuais da CF 
Tratados, acordos, convenções internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte 
 
Constituição do Sisbin 
(Dec 4376/2002) 
Órgãos da AP Federal que possam produzir conhecimentos de interesse da atividades de inteligência, 
principalmente defesa externa, segurança interna e relaçõesexteriores poderão compor o Sisbin, de 
ato do PR. 
 
COMPOSIÇÃO 
Casa Civil 
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – Censipam 
Gabinete de Segurança Institucional da PR, órgão de coordenação das atividades de inteligência 
ABIN, como Órgão Central 
Ministério da Justiça 
Secretaria Nacional de Seg Pública; 
Diretoria de Inteligência Policial do DPF; 
Departamento de PRF; 
Departamento Penitenciário Nacional; 
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da SNJ 
Ministério da Defesa, por meio da Subchefia de Inteligência Estratégica, da Assessoria de Inteligência 
Operacional, da Divisão de Inteligência Estratégico-Militar da Subchefia de Estratégia do Estado-Maior 
da Armada, do Centro de Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército, do Centro de 
Inteligência da Aeronáutica, e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia; 
 
Ministério das Relações Exteriores 
Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral da América 
do Sul. 
Ministério da Fazenda 
Secretaria-Executiva do Conselho de Controle de Atividades Financeiras; 
Secretaria da Receita Federal; e 
Banco Central do Brasil. 
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Ministério do Trabalho e Emprego 
Sec. Executiva 
Ministério da Saúde 
Gabinete do Ministro 
Anvisa 
 Ministério da Previdência Social 
Secretaria-Executiva 
Ministério de Ciência e Tecnologia 
Gabinete do Ministro 
Ministério do Meio-Ambiente 
Secretaria-Executiva e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA; 
Ministério da Integração Nacional 
Secretaria Nacional de Defesa Civil 
Controladoria Geral da União 
Secretaria-Executiva 
 
XV - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de sua Secretaria-Executiva; 
XVI - Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, por meio de sua Secretaria-Executiva. 
XVII - Ministério dos Transportes, por meio de sua Secretaria-Executiva e do Departamento Nacional de 
Infraestrutura de Transportes - DNIT; 
XVIII - Ministério de Minas e Energia, por meio de sua Secretaria-Executiva; e 
XIX - Ministério das Comunicações, por meio de sua Secretaria-Executiva. 
 
Participação das Unidades da Federação 
As UF poderão compor o Sisbin, mediante convênios e ajustes, ouvido o órgão de controle externo da 
atividade de inteligência 
Órgão Central 
É a Agência Brasileira de Inteligência, que usará de técnicas e meios sigilosos, observando os direitos e 
garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos. 
Os órgãos componentes do Sisbin fornecerão à ABIN, nos termos e condições a serem aprovados em 
ato presidencial, dados e conhecimentos específicos relacionados à defesa das instituições e aos 
interesses nacionais. 
Produzir conhecimentos em decorrência do PNI 
Planejar e executar ações relativas à obtenção e integração de dados e informações 
Intercambiar as informações necessárias relacionadas às atividades de inteligência e contra-
inteligência. 
 
Aos órgãos do Sisbin compete 
(Dec 4376/2002) 
Fornecer à ABIN informações e conhecimentos específicos relacionadas à defesa das instituições e dos 
interesses nacionais; 
Estabelecer mecanismos e procedimentos particulares necessários às comunicações e ao intercâmbio 
no âmbito do Sistema, com segurança e sigilo, sob coordenação da ABIN, com base na legislação 
pertinente. 
A ABIN poderá manter, em caráter permanente, representantes dos órgãos componentes do Sisbin no 
Departamento de Integração*. Prestam expediente em permanente disponibilidade, de acordo com o 
Regimento Interno da ABIN. Ficam dispensados do exercício no órgão de origem. 
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A ABIN poderá requerer aos órgãos integrantes do Sisbin a designação de representantes para atuarem 
no Departamento de Integração. 
O Departamento de Integração* do Sisbin coordenará a articulação do fluxo de dados e informações 
oportunas e de interesse da atividade de inteligência de Estado. 
Os representantes poderão acessar, por meio eletrônico, as bases de dados de seus órgãos de origem, 
respeitadas as normas de sigilo, segurança e limites de cada instituição. 
 
CONSELHO CONSULTIVO 
Compete: 
Emitir pareceres sobre a PNI; 
Propor normas e procedimentos gerais para o intercâmbio de conhecimentos entre os órgãos do 
Sisbin; 
Contribuir para o aperfeiçoamento da doutrina de inteligência 
4. Opinar sobre propostas de integração de novos órgãos e entidades ao Sisbin; 
5. Propor a criação ou extinção de GT 
6. Propor ao Presidente o seu Regimento Interno 
Os membros do conselho são os titulares dos seguintes órgãos: 
I - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
II - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da 
República; 
III - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de 
Polícia Federal e Departamento de Polícia Rodoviária Federal, todos do Ministério da Justiça; 
IV - Subchefia de Inteligência Estratégica, Assessoria de Inteligência Operacional, 
Divisão de Inteligência Estratégico-Militar da Subchefia de Estratégia do Estado-Maior da Armada, 
Centro de Inteligência da Marinha, 
Centro de Inteligência do Exército, 
Centro de Inteligência da Aeronáutica, e 
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, todos do Ministério da Defesa; 
V - Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral de Assuntos 
Políticos, do Ministério das Relações Exteriores; 
VI - Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda; e 
Ainda sobre o Conselho 
O Presidente do Conselho é o Chefe do GSI-PR, que indicará o seu substituto eventual; 
Os membros do Conselho indicarão seus respectivos suplentes; 
Os membros do Conselho terão credenciais de segurança no grau “Secreto” 
Mais sobre o Conselho 
Reunir-se-á, com a maioria de seus membros: 
ordinariamente até 3 vezes ao ano, na sede da ABIN; 
extraordinariamente, se convocado pelo Presidente, ou a requerimento de um de seus 
membros. Pode ser fora da sede da ABIN; 
Não acabou... 
Mediante convite de qualquer membro do Conselho, representantes de outros órgãos ou entidades 
poderão participar das reuniões como assessores ou observadores; 
O Presidente do Conselho poderá convidar cidadãos de notório saber ou especialistas sobre o assunto 
da pauta 
Quem paga os deslocamentos e estada? 
Se membro do Conselho: órgãos que representam. 
Se convidados do Presidente ou casos excepcionais: ABIN 
Os Conselheiros não são remunerados pela sua participação. 
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Mais atribuições pra ABIN 
Prover suporte técnico e administrativo às reuniões do Conselho e ao funcionamento dos GT. Pode 
solicitar servidores aos órgãos que constituem o Sistema. 
Representar o Sisbin no órgão de Controle Externo 
Estabelecer necessidades de conhecimentos específicos, a serem produzidos pelos órgãos que 
constituem o Sisbin, e consolidá-los no PNI. 
Coordenar a obtenção de dados e informações e a produção de conhecimentos sobre temas de 
competência de mais de um membro do Sisbin, promovendo a interação necessária. 
Analisar os dados, informações e conhecimentos recebidos, com vistas a verificar o atendimento das 
necessidades de conhecimentos estabelecidas no PNI 
Solicitar dos órgãos e entidades da APF os dados, conhecimentos, informações ou documentos 
necessários ao atendimento da finalidade legal do sistema 
Promover o desenvolvimento de recursos humanos e tecnológicos e da doutrina de inteligência, 
realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de inteligência, em 
coordenação com os demais órgãos do Sisbin. 
A ABIN não pode... 
Interferir nasatividades de inteligência operacional necessária ao planejamento e à condução de 
campanhas e operações militares das Forças Armadas, no interesse da defesa nacional 
Política Nacional de Inteligência 
O Presidente da República elaborará a Política Nacional de Inteligência que será examinada pelo órgão 
de controle externo da atividade de inteligência. 
Após fixada pelo Presidente da República, a PNI será executada pela ABIN, sob supervisão da Câmara 
de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo. 
O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Legislativo, por ato 
do CN. Integrarão o CE os líderes da maioria e minoria e Presidentes das Comissões de Relações 
Exteriores e Defesa Nacional de ambas as casas. 
A ABIN pode estabelecer convênios, acordos, contratos ou outros ajustes para o desempenho de suas 
funções, observada a legislação e normas pertinentes. 
 
Documentação 
Autoridades que tenham competência legal para tanto poderão solicitar informações sobre as 
atividades de inteligência ao Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da PR - GSI. 
Não serão fornecidas informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 
Será observado o respectivo grau de sigilo conferido. 
O Chefe do GSI – PR regulará em ato próprio que documentos e informações poderão ser fornecidos. 
 
Comunicação 
A ABIN somente se comunicará com os demais órgãos da AP com o conhecimento prévio da autoridade 
competente de maior hierarquia do respectivo órgão, ou um seu delegado. 
 
Orçamento 
Contemplará, em rubrica específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das ações de caráter 
sigiloso a cargo da ABIN. 
 
DECRETO Nº 8.793, DE 29 DE JUNHO DE 2016 
1 INTRODUÇÃO 
A Política Nacional de Inteligência (PNI), documento de mais alto nível de orientação da 
atividade de Inteligência no País, foi concebida em função dos valores e princípios fundamentais 
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http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%208.793-2016?OpenDocument
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consagrados pela Constituição Federal, das obrigações decorrentes dos tratados, acordos e demais 
instrumentos internacionais de que o Brasil é parte, das condições de inserção internacional do País 
e de sua organização social, política e econômica. É fixada pelo Presidente da República, após 
exame e sugestões do competente órgão de controle externo da atividade de Inteligência, no 
âmbito do Congresso Nacional. 
A PNI define os parâmetros e limites de atuação da atividade de Inteligência e de seus 
executores e estabelece seus pressupostos, objetivos, instrumentos e diretrizes, no âmbito do 
Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN). 
Para efeito da implementação da PNI, adotam-se os seguintes conceitos: 
Atividade de Inteligência: exercício permanente de ações especializadas, voltadas para a 
produção e difusão de conhecimentos, com vistas ao assessoramento das autoridades 
governamentais nos respectivos níveis e áreas de atribuição, para o planejamento, a execução, o 
acompanhamento e a avaliação das políticas de Estado. A atividade de Inteligência divide-se, 
fundamentalmente, em dois grandes ramos: 
I – Inteligência: atividade que objetiva produzir e difundir conhecimentos às autoridades 
competentes, relativos a fatos e situações que ocorram dentro e fora do território nacional, de 
imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental e a salvaguarda 
da sociedade e do Estado; 
II – Contrainteligência: atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a 
Inteligência adversa e as ações que constituam ameaça à salvaguarda de dados, conhecimentos, 
pessoas, áreas e instalações de interesse da sociedade e do Estado. 
2 PRESSUPOSTOS DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 
2.1 Obediência à Constituição Federal e às Leis 
A Inteligência desenvolve suas atividades em estrita obediência ao ordenamento jurídico brasileiro, 
pautando-se pela fiel observância aos Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais expressos na 
Constituição Federal, em prol do bem-comum e na defesa dos interesses da sociedade e do Estado 
Democrático de Direito. 
2.2 Atividade de Estado 
A Inteligência é atividade exclusiva de Estado e constitui instrumento de assessoramento de mais alto 
nível de seus sucessivos governos, naquilo que diga respeito aos interesses da sociedade brasileira. Deve 
atender precipuamente ao Estado, não se colocando a serviço de grupos, ideologias e objetivos mutáveis e 
sujeitos às conjunturas político-partidárias. 
2.3 Atividade de assessoramento oportuno 
À Inteligência compete contribuir com as autoridades constituídas, fornecendo-lhes informações 
oportunas, abrangentes e confiáveis, necessárias ao exercício do processo decisório. 
Cumpre à Inteligência acompanhar e avaliar as conjunturas interna e externa, buscando identificar 
fatos ou situações que possam resultar em ameaças ou riscos aos interesses da sociedade e do Estado. O 
trabalho da Inteligência deve permitir que o Estado, de forma antecipada, mobilize os esforços necessários 
para fazer frente às adversidades futuras e para identificar oportunidades à ação governamental. 
2.4 Atividade especializada 
A Inteligência é uma atividade especializada e tem o seu exercício alicerçado em um conjunto sólido 
de valores profissionais e em uma doutrina comum. 
A atividade de Inteligência exige o emprego de meios sigilosos, como forma de preservar sua ação, 
seus métodos e processos, seus profissionais e suas fontes. Desenvolve ações de caráter sigiloso 
destinadas à obtenção de dados indispensáveis ao processo decisório, indisponíveis para coleta ordinária 
em razão do acesso negado por seus detentores. Nesses casos, a atividade de Inteligência 
executa operações de Inteligência - realizadas sob estrito amparo legal -, que buscam, por meio do 
emprego de técnicas especializadas, a obtenção do dado negado. 
2.5 Conduta Ética 
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A Inteligência pauta-se pela conduta ética, que pressupõe um conjunto de princípios orientadores do 
comportamento humano em sociedade. A sua observância é requisito fundamental a profissionais de 
qualquer campo de atividade humana. No que concerne ao comportamento dos profissionais de 
Inteligência, representa o cuidado com a preservação dos valores que determinam a primazia da verdade, 
sem conotações relativas, da honra e da conduta pessoal ilibada, de forma clara e sem subterfúgios. 
Na atividade de Inteligência, os valores éticos devem balizar tanto os limites de ação de seus 
profissionais quanto os de seus usuários. A adesão incondicional a essa premissa é o que a sociedade 
espera de seus dirigentes e servidores. 
2.6 Abrangência 
A atividade de Inteligência deve possuir abrangência tal que lhe possibilite identificar ameaças, riscos 
e oportunidades ao País e à sua população. 
É importante que as capacidades individuais e coletivas, disponíveis nas universidades, centros de 
pesquisa e demais instituições e organizações públicas ou privadas, colaborem com a Inteligência, 
potencializando sua atuação e contribuindo com a sociedade e o Estado na persecução de seus objetivos. 
2.7 Caráter permanente 
A Inteligência é uma atividade perene e sua existência confunde-se com a do Estado ao qual serve. A 
necessidade de assessorar o processo decisório e de salvaguardar os ativos estratégicos da Nação é ditada 
pelo Estado, em situações de paz, de conflito ou de guerra. 
3 O ESTADO, A SOCIEDADE E A INTELIGÊNCIA 
No mundo contemporâneo, a gestão dos negócios de Estado ocorre no curso de uma crescente 
evolução tecnológica, social e gerencial. Em igual medida, as opiniões, interesses e demandas da sociedade 
evoluem com celeridade. Nessas condições, amplia-se o papel da Inteligência no assessoramento ao 
processo decisório

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