Assistência Nutricional nas Doenças do Esôfago Virgínia Nunes Lima Nutricionista (UFPI) Especialista em MBA em Gestão de Saúde Mestre em Gestão de Programas e Serviços de Saúde 1 1 Esôfago Tem como principal função, a condução de alimentos da faringe até o estômago; Possui três camadas: mucosa, submucosa e muscular; É dividido em Esfíncter Esofágico Superior (EES) e Esfíncter Esofágico Inferior (EEI). 2 O EES, quando contraído, impede a entrada de ar para o esôfago durante o processo de respiração; Apresenta-se como uma barreira ao refluxo de alimento para a faringe; O corpo do esôfago é constituído de um anel de contração que se inicia com o processo de deglutição e percorre toda a região por meio de ondas peristálticas. 3 Esôfago Funcionamento O alimento chega ao estômago por gravidade e contrações peristálticas - sofrem variações de acordo com a consistência do alimento; O EEI possui de dois a quatro cm de extensão e tem como função, impedir o refluxo gastresofagiano; Quando em repouso, se apresenta contraído e com o processo de deglutição, se abre para que o conteúdo alimentar adentre o compartimento gástrico. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 4 Aumento ou diminuição da pressão do EEI Consumo de proteínas, com liberação de gastrina pelas células G (após contato com peptídeos e aminoácidos e carboidratos) AUMENTAM A PRESSÃO; Gorduras, colecistocinina (CCK), secretina, alimentos carminativos (Ervas: alcaçuz, anis, erva-doce, camomila, cominho, erva cidreira e melissa, todas as mentas e hortelãs, louro, noz moscada, manjericão, alcachofra), tomate, consumo de chocolate e bebidas à base de cola, cafeína, teobromina (alcaloide do cacau), alimentos fermentáveis, infusões concentradas, bebidas alcoólicas, uso de cigarros, posição de decúbito, além de obesidade e gravidez, contribuem para a DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 5 Acalasia de esôfago Pode ser classificada em primária ou secundária. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 6 distúrbio motor da musculatura lisa esofagiana que não relaxa de forma adequada para abrir durante a deglutição A peristalse do corpo esofagiano não ocorre de forma normal; Altera a motilidade esofagiana provocando disfagia, odinofagia, dilatação Predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de câncer Acalasia de esôfago Causada pela perda de gânglios do plexo mioentérico do esôfago, resultando em denervação do músculo esofágico. ACALÁSIA PRIMÁRIA: causa desconhecida; CALÁSIA SECUNDÁRIA: pode ser decorrente de patologias tais como: Doença de Chagas Neuropatia Autonômica Diabética 7 Sintomas da Acalasia Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 8 Tratamento nutricional da Acalasia Dieta líquida completa, hiperproteica, normoglicídica, normolipídica (adequada as necessidades); O fracionamento deve ser de 6 a 8 refeições diárias, em pequenos volumes; Evitar alimentos com concentrações de dissacarídeos e de ácidos graxos saturados, caldos concentrados em purinas e temperaturas extremas; A dietoterapia é semelhante às recomendações para refluxo gastroesofágico. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 9 Disfagia esofágica É caracterizada pela dificuldade na propulsão do alimento por meio do esôfago; O peristaltismo esofágico é um processo neuromuscular; As causas mais comuns são: obstruções que invadem a luz do órgão, neoplasias, divertículos, espasmos difusos, distúrbios de motilidade inespecíficos. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 10 Tratamento nutricional da Disfagia esofágica Dieta hipercalórica e hiperproteica (O nutricionista poderá indicar alimentos que poderão proporcionar maior oferta energética e proteica); Consistência da dieta VO dependerá do grau de disfagia; Indicada dieta líquida e, se ainda assim ocorrer disfagia, o uso da TNE é indicado; Na presença de inflamação da mucosa esofágica - evitar frutas ácidas e seus respectivos sucos, condimentos e especiarias picantes e irritantes e temperaturas extremas Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 11 12 Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 13 Esofagite e Refluxo Gastroesofágico (RGE) É a inflamação da mucosa esofágica; Ocorre em função do Refluxo Gastroesofágico (RGE), que advém de uma redução da pressão do EEI - retorno do conteúdo do estômago para o esôfago; Gravidez e a obesidade podem ser causas aumentam da pressão abdominal; Sintomas: Sensação de queimação (pirose) e dor epigástrica e retroesternal; Complicações: hemorragia, estenose (estreitamento), perfuração da mucosa, Esôfago de Barrett, entre outras. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 14 Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 15 Hérnia de Hiato (HH) Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 16 Terapia Nutricional na esofagite Busca reduzir a irritação da mucosa esofágica e o RGE; Promover o aumento da pressão do EEI; Corrigir ou manter o estado nutricional adequado; As recomendações nutricionais para esofagite são as mesmas para RGE. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 17 Recomendações Nutricionais Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 18 Recomendações Nutricionais Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 19 Divertículos esofagianos São pequenas bolsas em escavações; Quando inflamadas, recebem o nome de diverticulite; Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 20 CLASSIFICAÇÃO DOS DIVERTÍCULOS ESOFAGIANOS Classificadas conforme localização. Faringoesofagianos: formados no nível da junção entre a hipofaringe e o esôfago. Sintomas: disfagia, regurgitação, tosse noturna, halitose, perda de peso e desnutrição. Do terço médio do esôfago: localizado frequentemente do lado oposto ao hilo do pulmão. Os sintomas englobam disfagia inconstante. Supradiafragmático: localizado no segmento do esôfago, logo acima do hiato. Sintomas: acalasia, disfagia, dor e complicações pulmonares 21 Tratamento Nutricional – divertículos Evitar depósito de alimentos nos divertículos - evita-se a inflamação ou infecção nessas regiões; A consistência da dieta deve ser branda; Características semelhantes ao tratamento nutricional da esofagite; É importante ajustar a dieta às condições clínicas específicas de cada paciente. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 22 Varizes esofagianas São dilatações circunscritas das veias dos plexos submucoso e periesofagiano; Podem prejudicar, por exemplo, a circulação do sangue da veia porta Sintomas: dificuldade respiratória vômitos e aspiração distensão abdominal Hematêmese(VÔMITO SANGUE) e melena (SANGUE NAS FEZES) confusão mental Icterícia coma hepático Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 23 Terapia Nutricional nas Varizes esofagianas O uso da VO deve ser a primeira escolha; É comum o uso da terapia nutricional enteral; Reduzir a frequência de constipação intestinal e diminuir o risco de encefalopatia hepática; A dieta deve ser de consistência líquida completa – fracionada e volume reduzido, normo ou hiperproteica; Ajustar macro e micronutrientes de acordo com as necessidades. Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 24 Câncer de esôfago Mais frequente entre o gênero masculino que entre o gênero feminino; O álcool e o tabaco são os principais fatores desencadeantes; Outros fatores: consumo de bebidas quentes, as quais provocam lesões na região; déficits nutricionais crônicos ; lesões proliferativas crônicas, como é o caso da esofagite e epitélio metaplásico Aula: Assistência Nutricional nas patologias das doenças do esôfago 25 Câncer de esôfago Aula: Assistência Nutricional