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trabalhadora. Diante dessa nova modalidade de atendimento, pergunta-se: Quais são os desafios enfrentados pelos assistentes sociais na atuação com famílias, no âmbito da Política de Assistência Social? Depois do ano de 2004, com a criação do SUAS, o Serviço Social tem como desafio utilizar as competências dos profissionais assistentes sociais para contribuir na efetivação da Política de Assistência Social. De acordo com a Gestão do Trabalho do SUAS: A Assistência Social é, nesse sentido, um campo fundamental e estratégico de mediações políticas para a conquista de garantias do trabalho na esfera pública dessa política pública e para o exercício cotidiano da leitura crítica da realidade brasileira, especialmente no contexto de centralização do combate à pobreza e de crise cíclica do capital, na afirmação da necessária ampliação dos direitos e da proteção social. (GESTÂO/SUAS, 2011, p. 36). Para realizar trabalho em equipe, interligado com o Estado para articular as redes socioassistenciais. Assim, propor projetos e planos de trabalho, pois o serviço social trabalha o processo de reprodução das relações sociais tanto entre UNI Não esqueça de recorrer às leis, estatutos, políticas, programas, normas, decretos, buscando sempre em sua forma mais atualizada, consolidada, principalmente aqueles mais antigos, visto que muitos foram alterados no decorrer de sua data de criação, pela questão da própria necessidade de adequação com a realidade da sociedade atual. TÓPICO 4 | A TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS 155 os usuários que buscam atendimento, e os profissionais que estão envolvidos no trabalho da Assistência Social: Iamamoto (2011) entende como competência profissional as estratégias e técnicas junto à capacidade de leitura da realidade conjuntural, na habilidade ao trato das relações humanas que o assistente social tem com a equipe de trabalho e outros. O Programa de Atenção Integral à Família – PAIF instituiu o Centro de Referência em Assistência Social – CRAS para prestar atendimento às famílias em vulnerabilidade social. De forma que no mesmo ano, também pela edição da Política Nacional de Assistência Social/ PNAS-2004: o CRAS é vinculado ao Sistema Único de Assistência Social, o SUAS. Segundo a Revista A Melhoria da Estrutura Física para o Aprimoramento dos Serviços (MDS, 2011, p. 8): O novo sistema procurou romper com a fragmentação de programas, estabelecer um padrão de racionalidade e organicidade e reordenar-se por categorias de serviços e níveis de complexidade. Nesse contexto, o CRAS passou a ser o lócus preferencial para a articulação e coordenação dos ‘serviços de proteção social básica’, uma das duas vertentes do sistema, fundamentado em dois pilares: o da centralidade das famílias e o da territorialidade. De acordo com esta nova modalidade de atendimento ao usuário da Assistência Social, o Serviço Social, em atendimento interdisciplinar, desenvolve ações integradas que têm como propósito ampliar as perspectivas de abordagem profissional, permitindo aos profissionais realizarem o trabalho com visões diferentes e assim confrontar ideias, referentes ao que cada profissional defende como princípios éticos. E por meio dessa nova modalidade no atendimento que é desenvolvido na Assistência Social, sendo de responsabilidade municipal; o MDS tem como proposta a implantação do CRAS em pontos estratégicos de todas as cidades, em todo o território brasileiro, na forma de proteção básica e inclusão social em níveis de diferentes complexidades. Pois é na unidade onde está presente o profissional do Serviço Social que faz-se a oportunidade desse profissional contribuir para a autonomia e o protagonismo das famílias que buscarem atendimento. De forma que o assistente social, juntamente com a equipe multiprofissional, tem a oportunidade de maior acerto nas intervenções individuais, ao compartilharem o conhecimento profissional. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2011, p. 65), “A interdisciplinaridade é um processo de trabalho recíproco, que proporciona um enriquecimento mútuo de diferentes saberes, que elege uma plataforma de trabalho conjunta, por meio da escolha de princípios e conceitos comuns”. Porém, a práxis do assistente social tem um diferencial das demais profissões, pois sua estruturação é histórica, aconteceu pela luta nos movimentos sociais com a sociedade em busca da democratização do país. A qual está ancorada nos fundamentos históricos teórico-metodológicos, e na ação profissional vinculada ao Código de Ética que norteia a profissão. De acordo com a Gestão do trabalho no âmbito do SUAS: 156 UNIDADE 2 | O NEODESENVOLVIMENTO NO CAPITALISMO E O ACIRRAMENTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL Convém lembrar que dos profissionais definidos na NOB RH/SUAS para compor as equipes de referência dos CRAS (Assistência Social e Psicólogo), CRES (Assistente Social, psicólogo e Advogado) e dos serviços de acolhimentos (Assistente Social e Psicólogo). (GESTÃO/ SUAS, 2011, p. 96). Sendo assim, o assistente social na Assistência Social, junto com a equipe interdisciplinar, tem como papel realizar suas ações, de forma coletiva; a exemplo deste trabalho profissional, os CRAS são instituições onde acontecem reuniões semanais, buscam contextualizar o trabalho, não de maneira individual, mas sim acontecem trocas de experiências profissionais, para a realização das atividades dentro da instituição. Podemos definir algumas das atividades do assistente social, como: Assessoria aos movimentos sociais, realizar visitas, perícias técnicas, laudos, informações e pareceres sobre o acesso e implantação da Assistência Social, realizar estudos socioeconômicos, organizar os procedimentos e realizar atendimentos individuais ou coletivos nos CRAS, e exercer função de direção ou coordenação nos CRAS e CREAS e Secretarias. (CFEES, 2011, p. 22). O assistente social também realiza junto à equipe de referência outras atividades, conforme o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2011, p. 40): A partir da escolha da concepção de trabalho social com famílias do PAIF que será adotada, é importante que se desenhe a(s) metodologia(s) a serem implantada(s), de acordo com as características dos territórios, planeje a organização do espaço físico, defina os equipamentos necessários, os processos de trabalho, carga horária, e a rotina de planejamento das atividades semanais (acolhida, acompanhamento de famílias e de indivíduos, grupos/oficinas de convivência e atividades socioeducativas, visitas domiciliares, busca ativa, atividades coletivas- campanhas, palestras – e acompanhamento dos serviços prestados no território de abrangência do CRAS). Essas atividades que são desenvolvidas pelo serviço social, de forma a proporcionar ao cidadão o acesso aos serviços socioassistenciais e benefícios de transferência de renda, com garantia de direitos a todas as famílias que estão incluídas no PAIF, são parte do trabalho do assistente social. E não somente na modalidade de matricialidade sociofamiliar, como foi analisado no artigo da autora Carloto, ‘No meio do caminho entre o privado e o público’. (CARLOTO; MARIANO, 2010). Carloto e Mariano (2010) fazem uma crítica ao atendimento nos CRAS, onde as mulheres são quem recebem os benefícios de transferência de renda; são elas que participam das reuniões de grupos, de forma que os homens pais, ou outros responsáveis, não participam. Não há um envolvimento de toda a família, e muitos homens, mesmo sendo responsáveis, não têm acesso a essas políticas sociais, e sim as mulheres, os homens perdem a responsabilidade de provedor. Mais recentemente, com a criação do SUAS, a família tornou-se o lócus privilegiado do conjunto das ações de enfrentamento da pobreza no país. Observa-se,