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Consciência de classe

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Consciência de classe:
Consciência de classe é um termo usado nas ciências sociais e na teoria política, especialmente no âmbito do marxismo, para designar as crenças e atitudes de uma pessoa a respeito de sua classe social ou condição econômica, inclusive quanto aos interesses e à estrutura de sua classe social.[
A vida no capitalismo coloca, em diferentes contextos e situações, obstáculos concretos para a superação do individualismo como modo de vida e da ideologia do "fim da história" (Meszáros, 2008). Na conjuntural política atual, o processo de terceirização e flexibilização das leis trabalhistas tem operado cisões no interior da classe trabalhadora (Boito Júnior, 2003; Antunes, 2008). Ao mesmo tempo, o refluxo e a criminalização dos movimentos sociais tem contribuído, sobremaneira, para reprimir aqueles que lutam pelos seus direitos (Antunes, 2008). Em suma, a lógica (cada vez mais) destrutiva do capital tem colocado em xeque toda tentativa de superar o capitalismo, que, com suas crises cíclicas, dá provas cabais de esgotamento, tanto econômico quanto ideológico.
Dialética da Consciência "Em Si" e "Para Si": do sujeito à classe:
O pressuposto marxiano para compreensão da consciência é a unidade dialética entre subjetividade e objetividade, como apontam Marx e Engels (1845/2005). Esta unidade revela uma relação inexorável entre consciência e realidade concreta tomando a materialidade como ponto de partida, num movimento circunstanciado, operado pelos sujeitos históricos, em um determinado contexto. Neste sentido, o marxismo considera a consciência como um fenômeno inerentemente histórico e social. Porém, embora determinações concretas no processo de desenvolvimento da consciência sejam reconhecidas, é importante ressaltar, como fazem Lessa e Tonet, a existência de uma autonomia relativa desta última frente às determinações materiais. Assim, mesmo nas condições de opressão e crescente desigualdade social, o capitalismo não é capaz de eliminar, pelo menos totalmente, a individualidade humana, a capacidade transformadora e criativa dos sujeitos históricos (Lessa, 2002; Lessa & Tonet, 2008).
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2015000200002
Para o marxismo, as classes sociais são expressões da exploração, dominação e desigualdade impostas pelas relações econômicas do modo de produção capitalista. Entretanto, se pergunta Marx, por que os trabalhadores não se revoltam contra a condição de exploração na qual vivem? A resposta se dá em termos ideológicos: para Marx, a classe que domina os meios de produção é também a que domina a superestrutura política e ideológica, fazendo com que a exploração que ela exerce não seja percebida como tal pelos dominados. Sempre que a classe trabalhadora assume para si o discurso dominante da burguesia de que a desigualdade social seria natural e eterna, ela produz uma “falsa consciência” da situação de classe. A ideologia dominante seria mais eficaz quanto maior fosse sua capacidade de esconder a origem da divisão social e o antagonismo entre as classes.
Porém, o antagonismo entre as classes só assumiria um significado político no momento em que o conflito ultrapassasse a mera oposição entre o operário e o capitalista, ou entre os trabalhadores de uma fábrica e o seu patrão, e se convertesse num conflito generalizado, entre toda a burguesia e todo o proletariado. Isso só seria possível a partir da tomada de consciência da classe proletária e a consequente organização política dos interesses de todos aqueles que se encontram na mesma posição dominada no processo produtivo.
É por isso que, em suas análises, Marx acreditava que entre o campesinato seria muito mais difícil o desenvolvimento da consciência de classe do que entre os operários de uma grande fábrica capitalista, pois a própria dinâmica de acumulação do capital promovida pela revolução industrial teria exigido a intensa concentração da exploração dos trabalhadores no espaço fabril, que por sua vez ofereceria condições mais favoráveis ao desenvolvimento de uma solidariedade de interesses de classe e a emergência de organizações operárias como conselhos, sindicatos e partidos.
https://www.infoescola.com/sociologia/consciencia-de-classe/
A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA SOCIAL A PARTIR DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
Se a realidade social histórica é constituída de contradições, tais contradições podem emergir na consciência dos indivíduos. No caso da sociedade capitalista, em que se produz o objeto fundamental desse nosso estudo, destacamos como uma importante contradição aquela existente entre o capital e o trabalho, expressa na luta de classes. Essa contradição tem expressão tanto na atividade material humana quanto na produção de sua consciência.
Com a emergência e o desenvolvimento do capitalismo, as relações sociais e a propriedade privada dos meios de produção ganham contornos peculiares: por um lado, as relações capitalistas de produção produziram um desenvolvimento das forças produtivas nunca visto antes - da carroça ao trem-bala, da lamparina à microeletrônica, da baioneta à bomba atômica; por outro, todo esse desenvolvimento produzido socialmente não é apropriado por toda a humanidade, pois é propriedade privada de uma classe social e está subjugado ao processo econômico de produção e acumulação de valor, isto é, à reprodução ampliada do capital.
Assim, no que diz respeito à sua atividade prática, as classes sociais, embora partilhem de uma mesma relação, estão em polos opostos e têm interesses antagônicos. Essa relação de conflito - fundamentada na divisão social do trabalho, na propriedade privada dos meios de produção e nas relações de assalariamento - serve de base material para o processo de alienação. Mészáros (2006) afirma, com base na obra de Marx, que o conceito de alienação teria quatro dimensões fundamentais, a saber, a alienação do homem em relação à natureza, a si mesmo (a sua própria atividade), ao seu ser genérico (a seu ser como membro do gênero humano) e aos outros homens.
Em outras palavras, a ideologia representa as relações materiais de classe concebidas como ideias, sendo a alienação terreno fértil para a universalização da ideologia. A alienação dá a base para a ideologia naturalizar determinada forma de pensar como a única; para universalizar e estabelecer uma visão parcial e distorcida da realidade, mas que corresponde às relações de dominação. Nesse sentido, Chauí (1984) diz que as ideias dominantes não são as únicas, mas tornam-se a maneira pela qual todos os membros da sociedade irão pensar, sentir e agir.
Assim, a ideologia, que, como toda ideia, tem sua base no próprio real, transforma-se em instrumento de dominação ao universalizar as ideias da classe dominante e colocá-las como autônomas em relação a esse real, servindo de base para construir um sistema teórico que camufla e justifica a dominação de classe.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722011000400006

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