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ANÁLISE DO FILME DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

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4
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
Pinheiros
Psicologia
ANÁLISE DO FILME DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA
À LUZ DE PICHON E A TÉCNICA DOS GRUPOS OPERATIVOS
São Paulo
2017
	Atividade Prática Supervisionada, apresentada como disciplina obrigatória ao Bacharelado de Psicologia da UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP.
	
São Paulo
2017
RESUMO
Um grupo pode ser entendido apenas como um conglomerado de indivíduos que tem em primor algo que lhes é comum. Assim assegurando, é possível perder a amplitude e complexidade que esta palavra pode significar, assim como ignorar outras ressignificações que podem surgir a partir de definições próprias e com impressões pessoais do que seria um grupo; um grupo é mais, bem mais que isto. Empenhamos complexidade nesta palavra pois, ela tem relação direta e funcional conosco, tendo por partida o ser humano como um ser à priori social, os direcionamentos de suas respectivas relações sempre que nos empenhamos em uma tarefa, seja de qual ordem for, tal execução denotará ocorrências procedentes de sistemas que, por sua vez são provenientes do contato interpessoal. Por mais que se tente separar as concepções dadas em essência, cada contato de um grupo é carregado dos conceitos, preconceitos, conhecimentos e experiência pessoal de cada integrante.
Nesta atividade, avaliamos o longa “Doze homens e uma sentença”, um filme norte americano produzido por Sidney Lumet, dirigido e escrito por Reginald Rose, lançado em 1957; retrata a história de doze homens que formam um corpo de jurados de um julgamento do caso no qual um garoto é acusado de matar seu pai com uma faca após uma discussão. Relacionamos uma avaliação com base nas teorias do Dr. Enrique Pichon-Rivière e em seus conceitos sobre grupos operativos e seus vínculos, as interferências da heterogeneidade e homogeneidade, direcionando também atenção no papel desempenhado pelo coordenador do um grupo. Citamos a experiência de Rosário (Argentina), como ponto de referência para as conseguintes análises e conclusões acerca do filme, explicitando o tema abordado.
Palavras-chave: grupos operativos – sistemas referenciais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4	
2 ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE................................................................................5	
3 A TÉCNICA DO GRUPO OPERATIVO.................................................................6				
4 ANÁLISE DO FILME " DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA"..................................9
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................11
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO
	O presente trabalho aborda de maneira concisa a temática dos Grupos Operativos, considerando suas definições, seus enquadramentos e estrutura. Visto que, enquanto estudantes atuamos em grupos, e observando o contexto social, estamos em constante operatividade grupal. Portanto faz-se fundamental a investigação de tais fenômenos em nosso meio. 
O filme analisado discorre paradigmas perspicazes e condizentes a teoria selecionada para a avaliação. Seu contexto e história faz menção de uma realidade presente, como exemplo de clara contribuição ao pensamento e atividade de nossa sociedade enquanto grupo. A alusão que o filme faz à um conjunto de pessoas cuja decisão decidiria o destino de um ser humano, traz a reflexão do que a manifestação social pode desencadear em seu meio, e as prerrogativas implícitas ainda que muitas vezes consideradas irrelevantes aos fatos são importantes anexos as determinações decisivas.
Tendo por ponto de partida as relações do filme com a teoria de Enrique Pichon-Rivière, avançamos os conhecimentos obtidos a partir das formulações do teórico para amplitude de nosso saber acadêmico.
2 enrique pichon-rivière
Enrique Pichon-Rivière foi um psiquiatra e psicanalista, nascido em Genebra e naturalizado argentino (1907-1977). Pioneiro na prática psiquiátrica na Argentina, interessado em condições que integrassem paciente e médico na direção da saúde e em seus tratamentos, investindo em terapia grupal dinâmica. Em 1936, trabalhando no Hospital de Mercedes, começa a formar grupos, a princípio com enfermeiros, instruindo com seus conhecimentos no campo da psiquiatria para desenvolvimento de um trabalho efetivo com os pacientes e para também modificar conceitos e preconcepções destes colaboradores, que como resultado no momento, dispensava um atendimento de baixa qualidade na atenção aos internos, assim desenvolve o que mais tarde chama de “Grupos Operativos”.Sua maior contribuição, no âmbito dos processos grupais, propõe um modo de compreender a estrutura e o funcionamento dos grupos, como também, modos de intervenção com o objetivo de instrumentaliza-los para a aprendizagem e para a transformação.De acordo com Pichon, o processo grupal, bem como o processo de aprendizagem, se dá por meio de um permanente movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação, que pode ser representado por um cone invertido. Dentro deste cone pode-se representar o movimento que acontece entre o desejo de mudança, de entrar em contato com o novo e os medos e ansiedades que levam à resistência. Entre o que está explícito no grupo e o que está implícito, seus conteúdos manifestos e latentes. Tal movimento acontece em idas e voltas, denominado por ele como espiral dialética. 
Em 1958 Dr. Enrique Pichon-Rivière organiza a “Experiência de Rosário”: realizada no Instituto Argentino de EstudiosSociales (IADES); a experiênciaocorre com acadêmicos de diversas disciplinas do instituto e também com variados membros da comunidade, vindos a partir da divulgação desta. Ressaltando que este teórico tem em suma a evolução da aprendizagem e a relevância da interdisciplinaridade, capaz de promover um conhecimento amplificado ou, em suas palavras, horizontal. 	
Os presentes se reúnem e são separados em pequenos grupos formados aleatoriamente, cada um com seu coordenador e com pelo menos dois observadores; depois, eram distribuídos a eles assuntos, e ideias a se discutir independentemente de seus domínios de conhecimento acadêmicos. Passado um período de debate os coordenadores eram solicitados novamente pelo organizador e as conclusões de cada grupo eram avaliadas, após uma prévia entre os coordenadores e os organizadores da experiência, estes retornavam cada um ao seu grupo e retomavam as discussões; feito isso realizavam mais uma avaliação, cada qual representando a diligência a que pertencia e enfatizavam-se por meio de diálogo os pontos e contrapontos de cada grupo, e logo após levantou-se acolhimento de dados pertinentes ao que os participantes retinham de cada experiência. A partir desta elaboração foi possível para Pichon acentuar suas conclusões em relação aos grupos e suas relações. 
3 A TÉCNICA DO GRUPO OPERATIVO
Atualmente, nas áreas de atuação do psicólogo, do assistente social, do enfermeiro e de outros profissionais que coordenam grupos, temos uma crescente utilização do termo grupo operativo. 
Os grupos operativos pressupõem a eleição de uma tarefa e a aprendizagem gira em torno dela. A técnica do Grupo Operativo é uma técnica não-diretiva, que transforma uma situação de grupo em um campo de investigação-ativa. É um instrumento de trabalho, além disso, uma função terapêutica, pois, se caracteriza por estar centrado, de forma explícita, em uma tarefa que pode ser o aprendizado, a cura, o diagnóstico de dificuldades, etc.
Todo grupo operativo possui um coordenador que ajuda, como parte desse processo de aprendizagem, a interpretar as fantasias e transferências que emergem tanto em relação aos integrantes do grupo, como em relação à tarefa e ao contexto em que se desenvolve a operação grupal. O coordenador tem a função de facilitar a comunicação entre os integrantes, a fim de que o grupo seja operativo, isto é, que ultrapasseos obstáculos na resolução da tarefa. 
Em suma o grupo operativo é aquele em que os papéis são tomados posicionados e dirigidos em prol de uma tarefa comum, e embora com um líder/coordenador, sua incorporação de ideias é conjunta e crescente. No que se refere ao líder, chamando-o de “co-pensor”, inaugura um neologismo “que designa o coordenador como aquele que pensa junto com o grupo, ao mesmo tempo em que colige e integra os elementos do pensamento grupal” (O Processos Grupal, Ed. 2005 - N. do T.). Aqui cada grupo vai criar sua inter-relação e prosseguir seu desenvolvimento tomando corpo e forma de acordo com o movimento de seus integrantes; este desenvolvimento deve ser progressivo: seguir numa espiral onde coincidem didática, aprendizagem, comunicação e operatividade.
Este desencadear dinâmico na execução dispensada na tarefa, propriamente se atendo ao encontro dos pensamentos de seus membros, há a composição dos “Esquemas Referenciais” que por sua vez dizem sobre o raciocinar e a ação do indivíduo. Estes são interferentes na didática que tem ciclos inseparáveis, porém flexíveis.Sobre tal pontua: “A didática interdisciplinar baseia-se na pré-existência, em cada um de nós, de um esquema referencial (conjuntos de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o indivíduo pensa e age) que adquire unidade através do trabalho em grupo e, por sua vez, promove nesse grupo ou comunidade um esquema referencial operativo sustentado pelo denominador comum dos esquemas prévios.”(p.125, O processo Grupal).Uma das definições básicas da didática é a de desenvolver atitudes e comunicar conhecimentos. Na didática interdisciplinar, cumprem-se funções de educar, de despertar interesse, de instruir e de transmitir conhecimentos. 
O ponto comum é o ponto de partida e postulação de fechamento, entretanto, observa-se aqui que está sempre emoldurado pelo prosseguir singular da operatividade e dinâmica que cada grupo terá.
O Co-pensor estará sempre à frente na investigação operativa, tendo em pauta o esclarecimento das operações que acontecem em vigência no âmbito do grupo, obtendo-se comunicação operante, planejamento e estratégias que condicionam táticas e técnicas de decisão e de auto-regulação; logo, parte-se ao encontro dos “Sistemas Referenciais” que correspondem ao funcionamento e movimentação da estrutura de cada grupo. São investigadas tanto em estrutura interna quanto em suas relações com outros grupos, as relações intersistêmicas. Podem se descobrir entre outras coisas sistemas fechados, estereotipados, abertos, com fechamentos transitórios ou rígidos que atuam em ciclos viciosos. A tarefa do coordenador é dinamizar, resolvendo as discussões frontais que ocasionam o fechamento do sistema, podendo valer-se do observador como participante em situações que o fechamento ameaça toda a operatividade do grupo. O Co-pensor atuando ativamente é um agente regulador, orientador e instigador da ação na tarefa.
Diante das pontuações características da Experiência de Rosário, verificou-se que as variações de heterogeneidade ou homogeneidade de um grupo, podem interferir na tarefa; quanto maior o índice de heterogeneidade grupal maior a homogeneidade da execução, ou seja, há menor relação de divergência. Isto foi possível quantificando estes princípios. Os grupos mais homogêneos tinham o desenvolvimento de execução prejudicado.
A evolução da aprendizagem é sempre na horizontal, apesar de - até mesmo atualmente – esta ser ministrada de forma vertical, ou seja, o conhecimento de um para muitos; o conceito de horizontalidade de Pichon preza pelo conhecimento de muitos para muitos, onde se moverá em uma troca que enquanto colide e se dispersa, evolui. Porque o que se observa na troca de informações intra-sistêmica, é que cada partícipe carrega, não parte de um conhecimento que lhe foi dirigido outrora como um bloco de dados, mas um sistema próprio interligado entre suas aprendizagens pessoais, acadêmicas e até culturais, este por sua vez, hora rebatido horaacolhido pelo grupo, vai moldar-se ou engessar-se sempre numa inter-relação contínua com os demais deste meio. Quando as informações inter-sistêmicas entram em contato, podem causar o redirecionamento das formulações já pré-estabelecidas em um sistema.
É possível concluir, também, que seu pensamento contém um posicionamento político-ideológico na medida em que concebe o ser humano como sujeito imerso numa realidade concreta, que pode transformá-la a partir de uma adaptação ativa, que envolve ação e criação. Seu conceito de adaptação não se relaciona à ideia de passividade, mas de ação humana orientada para a aprendizagem, para a mudança e para a transformação dessa mesma realidade, e é nesse sentido que o grupo irá instrumentalizar seus integrantes.
A Adaptação Ativa à Realidade (AAR) só pode acontecer na prática das interações e da comunicação entre o eu e o outro, entre o indivíduo e o grupo, seja nas intervenções grupais, seja na construção do conhecimento por meio da pesquisa científica. Não pode haver transformação sem diálogo, sem interação, sem a troca, sem a palavra do outro construindo sentidos junto à minha, seja na mesma direção, seja em sentidos contraditórios, em um movimento permanente, dialético e em espiral. 
4análise do filme “doze homens e uma sentença”
“Doze homens e uma sentença”, se passa num cenário judicial, onde um corpo de jurados, formado por doze homens é incumbido de julgar a sentença de um jovem porto-riquenho, acusado de matar seu pai a facadas. 
Logo no início, o juiz orienta os jurados a respeito da enorme responsabilidade que está recaindo sobre eles, apresentando a regra básica do veredicto: somente no caso de certeza absoluta (unanimidade) os jurados deveriam condenar ou inocentar o réu. Em caso de discordância entre eles ou possíveis dúvidas, proceder-se-á a prevalência da inocência. Há que se ressaltar também a gravidade da pena a ser aplicada no caso de condenação: pena de morte por crime de homicídio.
Inicialmente, ocorre uma votação para verificar quem considerava o acusado culpado ou inocente; dos doze ali presentes, onze votaram pela condenação e, apenas um, o jurado nº8 (apresentado como sr. Davis), é o único a votar pela inocência do garoto, não por realmente crer nela, mas por não considerar que as provas até então apresentadas fossem realmente irrefutáveis. E assim deteve seu voto pela inocência até apresentação de prova absoluta e incontestável em sentido contrário.
O único jurado que apresentou voto pela inocência do acusado, a partir daí, inicia uma calorosa discussão dialética a respeito dos pontos obscurecidos do caso em questão, tentando convencer os demais jurados de que as evidências de autoria, apresentadas pela promotoria, poderiam ter indícios em que coubessem possíveis contestações. O mesmo, sendo persistente e persuasivo, vai aos poucos fazendo com que cada jurado reflita sobre seu voto e reveja seu modo de pensar, deixando de lado preconceitos que poderiam corromper o julgamento.
Observa-se neste filme, algo que, inclusive costuma ser uma das características de grupos de jurados, onde seus integrantes são escolhidos de forma aleatória, pessoas pertencentes a variados setores da sociedade em que se inserem. O pressuposto é de que as características intrínsecas a cada partícipe formem blocos de considerações distintas e tão imparciais quanto possam ser. No longa, cada jurado tinha consigo conjuntos de competências diferentes entre si, um grupo essencialmente heterogêneo. 
No filme, os personagens são basicamente identificados por seus respectivos números como jurados e por suas profissões, com apenas dois jurados (jurado nº8 sr. Davis e jurado nº9 sr. McCardle) se identificando em uma cena em que se apresentam nas escadarias do tribunal. A trama se desenvolve enfaticamente na sala do júri, tendo como foco principal a discussão dialética do grupo sobre o julgamento do caso a eles trazido. 
Percebe-se que o jurado nº8, embora não seja o primeiro jurado -encarregado de abrir a sessão – tem sua palavra de forma incisiva,criando questões afim de aprofundar todos os conceitos já levantados, produzindo o limiar necessário para que se permitisse avaliação cobrindo o máximo de ângulos possíveis, explorando cada parâmetro apresentado. Podemos dizer que este jurado em especial, atuou como um “co-pensor”, o que pode indicar que o “co-pensor” (neologismo, citando Pichon acima), neste caso, não necessariamente é o representante do grupo, mas limpidamente tem a função de tencionar as ideias em direção à tarefa.
Ao final o grupo decide unanimemente pela absolvição do acusado. Interpreta-se que a comunicação operante efetivada à ocupação em si, proporcionou uma mudança na convergência de decisão. Ideias foram amadurecidas, e suas estruturações e reestruturações necessárias aos embates, causaram a reorganização dos conceitos, atingindo a objetividade. 
Um dos pontos valiosos que se pode extrair do filme é o relacionado à questão da fragilidade da justiça e sua necessária imparcialidade. A sociedade, sendo composta de homens - cada qual com seus pontos de vista pessoais - representa um emaranhado de preconceitos, opiniões e valores. A justiça, como parte do meio social, muitas vezes acaba por refletir estereótipos dos quais deveria abster-se a fim de respeitar e manter imparcialidade jurisdicional, que, na realidade, representa a própria essência da justiça, que é a de dar a cada um o que é seu.
Ante tudo o que foi mencionado, a principal mensagem trazida pelo filme é a relacionada à problemática das relações grupais nos processos decisórios, onde cada indivíduo possui certas características, condicionamentos e padrões de vida, o que acaba influenciando nos modos diversos de encarar a mesma situação, pois cada um analisa os fatos a partir de seu ponto de vista, dos seus condicionamentos sociais e pessoais, os sistemas referenciais formados pelo encontro são a base da evolução de inter-relação dos indivíduos em afluência a um conhecimento proposto.
5 considerações finais
	Entende-se a partir de Pichon, que um grupo sempre terá um objetivo comum, que desenvolverá contribuições a um sistema de referências múltiplas,porém convergentes para a postulação ideal de um conceito. O panorama central será ampliado e impactado através das trocas ativas entre os membros.
	O coordenador do grupo, detido como força propulsora da operação, deve não somente regular, mas incentivar o grupo a avolumar a projeção do objetivo final.
	As distinções características entre os membros devem ser consideradas, pois delas partirão as variações dos conhecimentos de cada um. As diferenças, tanto quanto as semelhanças, produzirão efeitos para os embates frontais, que hora pode contribuir, hora atrapalhar a comunicação, podendo romper a operatividade, este risco deve ser controlado e periodicamente administrado.
	A aprendizagem é continua e promotora de mudanças significativas a qualquer meio. Portanto deve se atingir o ponto em que se torne interdisciplinar, e que seja disseminada horizontalmente. No filme, vemos uma reviravolta impressionante, onde um membro contendo e ponderando seu grupo, promoveu a mudança de sentença, pré-determinada anteriormente. Isso significa, que na dialética da aprendizagem, o conceito primórdio é somente um eixo a partir do qual se evolui a uma preponderância didática que produzira uma aprendizagem expansiva. 
6 REFERÊNCIAS
PICHON-RIVIÈRE, Enrique. Técnicas dos grupos operativos. In: PICHON-RIVIÈRE, Enrique. O Processo Grupal. 7 ed. São Paulo. Martins Fontes, p.121 – 139. 2005.
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