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Apostila de NEE - Necessidades Educativas Especiais

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Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 1 
 
Breve Histórico da Educação Especial 
O começo da Educação Especial data do séc. XVIII, antes deste século, as crianças com 
impedimentos eram negligenciadas, rejeitadas, ignoradas. Fazia-se a prática de infanticídio ou 
exorcismo (morto). A partir do séc. XVIII surge a educação especial como quem diz. 
Nos finais do séc. XVII e no começo do séc. XVIII, estes eram conservados em orfanatos, 
manicomios, prisões e em outros tipos de instituições. Podiam viver, mas não tinham direito a 
educação. 
No princípio do séc. XIX começa o periodo da institucionalização especializada para as pessoas 
portadoras de deficiências. É nesta altura que surge a educação especial, com o cristianismo. 
Começa-se a proteger as crianças portadoras de deficiência. As primeiras escolas eram feitas fora 
das populações em lugares isolados porque ainda se tinha a concepção de estas crianças estavam 
carregadas de espiritos maleficos e como tal o portador de deficiência era um perigo para a 
sociedade. 
As primeiras escolas especiais que surgiram ao longo do séc.XIX eram para crianças cegas e 
surdas e mais tarde para as crianças com problemas de impedimentos mentais. 
E no séc. XX começa o início da obrigatoriedade e expansão da escolarização de educação 
básica. Antes as crianças eram ensinadas coisas muito simples. 
A partir desta fase começa a existir a pedagogia, organização dos programas de ensino para estas 
crianças. Esta pedagogia tinha que se enquadrar em níveis de capacidades intelectuais. 
São criados etiquetas e rótulos para destinguir as crianças com impedimentos de aprendizagem, a 
partir dai surgem as classes especiais. 
Os grupos considerados por alguns autores são crianças, sendo cegas, impedimentos mentais, 
paralisias cerebrais são a sua categorização. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 2 
 
Outros autores preferem estabelecer três quadros de desenvolvimento. 
KIRK e GALLAGHER na sua obra desenharam quatro estádios de desenvolvimento das atitudes 
em relação as crianças excepcionais. 
História da Educação Especial 
Dividimos esta abordagem histórica em três épocas: uma primeira, que poderemos considerar 
como a pré-histórica da Educação Especial; uma segunda, aquela em que surge a Educação 
Especial entendida como o cuidado com a assistência, e por vezes também com a educação 
prestada a um certo número de pessoas e caracterizada por decorrer em situações e ambientes 
separados da educação regular; uma última etapa, muito recente em que nos encontramos 
actualmente, com tendências que nos levam a supor uma nova abordagem do conceito e da 
pratica da educação especial. 
1º Era pré-cristã; esta época é caracterizada pela ignorãncia e rejeição do indivíduo deficiente. 
Nesta época era normal o infanticidio quando se observavam anormalidades nas crianças. 
2º Era cristã; durante a idade média a igreja condenou o infanticidio, mas por outro lado, 
acalentou a ideia de atribuir causa sobrenaturais as anormalidades de que padeciam as pessoas. 
Considerou-as possuidas pelo demónio e outros espiritos maléficos e submetia-as a práticas de 
exorcismo. 
No séc. XVII e XVIII os deficientes mentais eram internados em orfanatos, manicómios, prisões 
e outros tipos de instituições estatais. Ali ficavam junto dos delequentes, velhos, pobres... 
indiscriminadamente. 
3º Era das instituições; finais do séc. XVIII e princípios do séc.XIX surge a educação especial 
propriamente dita, caracteriza-se em cuidados e assistência as pessoas portadoras de deficiência, 
elas passaram a ter o direito a educação regular, esta época era também caracterizada pela 
institucionalização especializada das pessoas portadoras de deficiência 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 3 
 
A primeira escola pública para surdas foi criada pelo Abade Charles Michel (1712-1789) em 
1755 tendo-se rapidamente convertido no Instituto Nacional de surdomudos. 
Em 1784, Valentin Hauy criou em Paris um Instituto para crianças cegas. Entre os seus alunos 
encontrava-se Louis Braille (1806-1852), que viria, mas tarde a criar o famoso sistema de leitura 
e escrita conhecido precisamente por sistema Braille. 
A sociedade toma consciência da necessidade de prestar apoio a este tipo de pessoas embora esse 
apoio se revestisse, a princípio de um carácter mais assistencial do que educativo. 
Impera a ideia de que era preciso proteger a pessoa normal do não normal ou seja, esta última era 
considerada como um perigo para a sociedade. Nesta era também se separa o deficiente, segrega-
se, descrimina-se. 
Abrem escolas fora das povoações, argumentava-se que o campo lhes proporcionaria uma vida 
saudável e alegre. 
Educação Especial 
 Termo restrito carregado de multiplas conotações pejorativas; 
 Afasta-se dos alunos/as consideradas normais; 
 Tem implicações educativas de carácter marginal, segregador; 
 Pressupõe uma etiologia estreitamente pessoal das dificuldades de aprendizagem e / ou 
desenvolvimento. 
 Faz referência aos PEI partindo de um esquema curricular especial 
Necessidades Educativas Especiais 
 Termo mais amplo, geral e propicio para a integração escolar. Não é nada pejorativo para 
o aluno; 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 4 
 
 As NEE referem-se às necessidades educativas do aluno/a e, portanto, englobam o termo 
E.E. 
 Admite como origem das dificuldades de aprendizagem e/ou desenvolvimento, uma 
causa pessoal, escolar ou social; 
 As suas implicações educativas têm um carácter marcadamente positivo; 
 Referem-se ao curriculo normal e as adaptações curriculares individualizadas que partem 
do esquema curricular normal. 
Estádio de desenvolvimento das atitudes em relação as crianças excepcionais 
1º Estádio 
Estes consideraram o primeiro estádio de desenvolvimento a pré-cristã. Nesta era as crianças 
eram negligenciadas ou maltradas. 
2º Estádio 
Começa na época de difusão do cristianismo onde eles diziam que todo ser humano tem direito a 
vida. 
3º Estádio 
Corresponde ao séc. XVIII e XIX quando surgem as primeiras instituições para fornecer uma 
educação separada das outras crianças. 
4º Estádio 
Corresponde a última metade do séc. XX, a era de uma maior abertura no processo de 
aprendizagem ou direito a uma educação para melhor integração a sociedade. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 5 
 
A Constituição da República de Moçambique (1990), concede as pessoas portadoras de 
deficiências, um gozo pleno e igual dos direitos e deveres em relação a todos os cidadãos. 
Diz a lei fundamental que é garantido (a) a todo cidadão: 
 A igualdade perante a lei e o gozo dos mesmos direitos e deveres, independentemente da 
côr, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição 
social, estado civil dos pais ou profissão (Art.66); 
 A igualdade entre o homem e a mulher perante a lei e em todos os dominios da vida 
política, económica, social e cultural (Art.67); 
 O gozo pleno dos direitos e deveres consignados, para as pessoas portadoras de 
deficiências com excepção daquelas cujo exercicio ou cumprimento para os quais estejam 
incapacitados (Art.68); 
 O direito e o dever ao tarbalho, à educação fisica e ao desporto e a assistência médica e 
sanitária (Art.88, 93, e 94). 
A Lei nº. 6/92, de 06 de Maio, sobre o Sistema Nacional de Educação (SNE), através do Ensino 
Especial, cujo objectivo é “... Proporcionar uma formação em todos graus de ensino e a 
capacitação vocacional que permita a integração destas crianças e jovens em escolas regulares, 
na sociedade e na vida laboral...” (Boletim da República, 104-11:1992), assegura a 
escolarização de crianças e jovens com necessidades educativas especiais. A Resoluçãonº. 8/95, 
de 11 de Outubro sobre a Politica Nacional de Educação (1995), aprovado pelo governo na área 
de Educação Especial, estabelece as seguintes medidas estratégicas para a escolarização de 
crianças e jovens com NEE: 
 Promoção do princípio de integração através da sensibilização e mobilização de escolas 
regulares e comunidades para o programa de educação especial integrado. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 6 
 
 Formação de professores de apoio itinerantes, fornecimento de materiais de ensino e 
equipamento e concepção de planos de estudo flexiveis...” (pp.180) 
O termo pessoa portador de deficiência tem sido habitualmente empregue para se fazer 
referência a todo indivíduo que possui uma insuficiência orgânica ou mental (congenita ou 
adquirida). 
A necessidade da mudança de atitudes e de comportamentos em relação à pessoa portadora de 
deficiências tem provocado uma evolução na terminologia e nas práticas de atendimento 
(reabilitação, escolarização e orientação vocacional) para a não exclusão da participação sócio-
cultural deste grupo populacional que numa abordagem pedagógica, é designado como portador 
de necessidades educativas especiais. 
Segundo a UNESCO (06:1994), o termo “ necessidades educativas especiais” refere-se a todas 
as crianças e jovens cujas necessidades se relacionam com deficiências ou dificuldades de 
aprendizagem” no processo da sua escolarização, originadas por factores diversos de natureza 
sócio-económica, sócio-cultural e psico-orgânica, ou seja, “crianças com deficiências ou 
sobredotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações remotas ou 
nómadas, crianças de minorias linguisticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos 
desfavorecidos ou marginais”. 
Estatisticamente, existem poucos registos informativos confiáveis sobre prevalência de pessoas 
portadoras de deficiência na população moçambicana. As referências desponiveis são de carácter 
universal e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que uma em cada dez 
crianças, é portadora de deficiência (UNICEF, 1980). 
Em Moçambique, os problemas de atendimento colocados a este grupo populacional minoritário 
são semelhantes aos da maioria dos paises em desenvolvimento, determinados por factores 
histórico-culturais, politico-ideológico e sócio-económicos. É assim que a maior parte de 
crianças e jovens com necessidades educativas especiais destes paises nasce e cresce privada de 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 7 
 
um convivio desejável com o meio contextual no qual está integrada, o que a dificulta de exercer 
o seu direito de acesso `a aprendizagem básica e de cidadania. 
Torna-se inadiável, dentro do quadro actual de atendimento ao portador de deficiências, mudar 
as práticas profissionais e instituições vocacionadas de um sistema assistencialista para 
emancipatório considerando as seguintes premissas: 
 O abandono do enfoque individual a favor do familiar e/ ou comunitário; 
 O respeito pelas caracteristicas, necessidades e ritmos de desenvolvimento, socialização, 
comunicação e aprendizagem do portador de deficiências; 
 A convicção de que o portador de deficiência possui capacidades latentes de socialização, 
comunicação e aprendizagem. 
A formulação e o ajustamento da actual legislação, onde se julgar necessário, e o reconhecimento 
e sistematização das práticas e experiências formais e informais de atendimento ao portador de 
deficiências, devem constituir instrumentos de garantia da participação social cada vez melhor da 
criança e do jovem com necessidades especiais no seu contexto de vida, em cumprimento das 
Declarações dos Direitos do Homem e de Educação Para Todos, equacionadas pela Declaração 
Mundial de Salamanca, sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, promovida 
internacionalmente pela UNESCO. 
 Abordagem Actual da Educação Especial 
A Declaração de Salamanca, define principios, política e prática na área da escolarização de 
pessoas com necessidades educativas especiais, salientando que cada individuo tem: 
 Direito à educação e deve ter oportunidades de conseguir e manter um nivel aceitável de 
aprendizagem; 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 8 
 
 Caracteristicas, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são 
próprias. 
Deste modo: 
 Os sistemas de educação devem ser planeados e os programas educacionais 
implementados, tendo também em vista as necessidades de aprendizagem dos alunos com 
as necessidades educativas especiais 
 As escolas, guiando-se pela abordagem inclusiva, devem ser os meios mais capazes para 
combater as atitudes discriminatórias dos actuais sistemas de ensino, visando atingir-se a 
meta de uma educação para todos. 
A proposta de Educação Inclusiva coloca ao actual sistema educativo moçambicano inúmeros 
desafios pois, implica necessariamente que sejam introduzidas mudanças que favoreçam a: 
 Expansão do acesso escolar; 
 Melhoria da qualidade de ensino; 
Por outro lado, a visão inclusiva exige dos dirigentes e líderes, técnicos e administrativos, 
profissionais e paraprofissionais da Educação Especial em particular, e da sociedade em geral, 
uma mudança de atitude em relação às políticas, estratégias e práticas: 
 Sócio-pedagógica-culturais; 
 De planificação e gestão dos curícula; 
 De formação de professores; 
 De organização, administração e gestão institucional; 
 De participação familiar e comunitária 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 9 
 
Sob o lema “ Combater a Exclusão, Renovar a Escola” o Ministério da Educação (MINED), 
através do Plano Estratégico perspectiva, para os proximos cinco anos, desenvolver 
experimentalmente acções de escolarização de crianças e jovens com necessidades educativas 
especiais nas Escolas Primárias Regulares, tecnicamente designadas por Escolas Inclusivas. 
A dinâmica a ser impressa no desenvolvimento das escoals inclusivas implica a redefinição do 
grupo-alvo e a mudança do paradigma da educação especial, do tradicional e individual para o 
sistémico e curricular. 
Dentro deste quadro o projecto irá beneficiar crianças e jovens em idade de escola, de ambos 
sexos, portadores de: 
 Deficiência visual; 
 Deficiência auditiva; 
 Deficiência mental; 
 Deficiência fisico-motora; 
 Disturbios de aprendizagem; 
 Disturbios emocionais; 
 Problemas de comportamento; 
 Traumas de guerra/violência; 
 Altas capacidades/habilidades; 
 
 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 10 
 
Excepcionalidade 
A questão de educação para todas resultou na ideia de declaração de 1948 segundo a qual todas 
têm direito a educação incluindo aquelas que tem deficiência. Para algumas crianças 
excepcionais são aquelas que têm problemas na aprendizagem. Também são consideradas 
excepcionais que apresentam talentos pouco comuns. A criança típica que apresenta desvios das 
normas é excepcional. 
O termo excepcionalidade tanto pode designar a portadora de deficiência, talentosas ou aquela 
que desviam da norma. Podemos ainda encontrar uma outra contradição: criança excepcional é 
aquela que se difere das outras pelas suas capacidades sensoriais, fisicas ou motoras, intelectuais 
ou mentais, capacidades afectivas, cognitivas, capacidades volutivas, de comunicação, 
capacidades multiplas, capacidades comportamentais. 
Na perspectiva actual uma criança excepcional é aquela que se difere da tipica ou “normal” por 
suas capacidades sensoriais, por suas caracteristicas mentais, difere-se da tipica por seu 
comportamento social pelas suas capacidades neuro-motoras ou fisicas, pelas suas capacidades 
de comunicação e também pelas suas capacidades múltiplas. 
Estas diferençasdevem ser suficientemente notaveis ao ponto de requerer a modificação das 
práticas escolares ou então necessitar de serviços de necessidades educativas especiais para 
possibiltar o desenvolvimento das suas capacidades até ao limite máximo. A criança é 
educacionalmente excepcional quando o desvio do seu comportamento atinge um tipo ou um 
grau que requere providencia pedagógicas desnecessárias para a maioria das crianças. 
Para fins didácticos normalmente as crianças são agrupadas com caracteristicas semelhantes, isto 
é, as crianças excepcionais são com frequência agrupadas para facilitar a comunicaçào entre os 
profissionais. 
É comum encontrar-se as seguintes classificações 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 11 
 
1- Desvios mentais, incluindo crianças que são: 
a) Intelectualmente superiores- os superdotados 
b) Lentas quanto a capacidade de aprendizagem mentalmente retardadas; 
2- Difeciências sensoriais incluindo as crianças com: 
a) Deficiências auditivas 
b) Deficiências visuais 
3- Desordens de comunicação incluindo crianças com: 
a) Distúrbios de aprendizagem 
b) Deficiências de fala e linguagem 
4- Desordens de comportamento incluindo as crianças com: 
a) Desturbio emocional 
b) Desajustamento social 
5- Deficiências múltiplas e graves, incluindo várias combinações 
a) Paralesia cerebral e retardamento mental 
b) Surdez e cegueira 
c) Deficiências fisicas e intelectuais graves, etc. 
Esta classificação faz-se considerando que as dificuldades semelhantes, mesmo terminadas por 
causas diferentes implicam necessidades semelhantes. 
 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 12 
 
Objecto de estudo e objectivos da cadeira de Necessidades educativas Especiais 
Os objectos de estudo da disciplina de Necessidades Educativas Especiais são crianças e jovens 
com desvios no desenvolvimento sensorio motor e psicossocial que interfere na aprendizagem. 
Objectivos das NEE 
 Educar esse grupo de acordo com as suas capacidades e necessidades; 
 Estudar as melhores formas de atende-las; 
 Munir os futuros profissionais de educação de conteúdos capaz de facilitar a 
comunicação com o grupo alvo. 
 Formar integralmente a personalidade da criança com NEE 
 Estudar as tendências de desenvolvimento e as perpectivas de EE 
 Desenvolver ao máximo as capacidades de cada aluno de acordo com as suas 
potencialidades indiviuais, sobre a base de um trabalho correctivo-compensatório e 
educativo. 
 Corrigir e compensar as deficiências, assim como a integraçào do indivíduo na vida 
sócio-profissional, tendo em conta as suas possibilidades e capacidades. 
Principios das NEE 
 Princípio da influência educativa-correctiva 
 Princípio de correcção e compensação 
 Princípio de atenção precoce das crianças com NEE 
 Princípio da influência terapeutica multilateral 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 13 
 
 Princípio da necessidade de partir dum diagnóstico confiável e científico. 
Tipos de NEE 
 Deficiência visual, auditiva, mental 
 Deficiência fisico motora 
 Distúrbios de aprendizagem 
 Distúrbios emocionais 
 Impedimento oral e escrito 
 Problemas de comportamento 
 Altas capacidades/habilidades 
Importância do estudo das NEE 
 Ajuda a situar o aluno em relação as respostas educativas, isto é, deve-se responder ou/ e 
orientar o aluno com NEE (o que se deve dar? O que se deve fazer para melhor orientar o 
aluno c/ NEE) 
 Ajuda numa melhor elaboração e planificação dum plano interventivo actualizado para 
responder com eficácia as NEE. 
 Permite tomar decisões sobre as adaptações curriculares à aplicar. 
 Adaptações são todos elementos que modificam ou provém num determinado currículo. 
Educação Especial- processo de desenvolvimento global das potencialidades de portadores de 
deficiência de condutas tipicas e de altas habilidades e que abrange os diferentes niveis e graus 
do sistema de ensino. Fundamenta-se em referências teóricas e práticas, compativeis com as 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 14 
 
necessidades especificas do seu alunado. O processo deve ser integral, fluindo desde a 
estimulação essencial até aos graus superiores de ensino 
Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, 
identificando-se com a sua finalidade que é a de formar cidadãos conscientes e participativos. 
Alunado da Educação Especial- é constituido por educandos que requerem recursos 
pedagógicos e metodologias educacionais específicas. Genericamente chamados de necessidades 
educativas especiais, classificam-se: portadores de deficiência (visual, auditiva, mental, fisica e 
múltipla) portadores de conduta tipicas (problemas de conduta decorrentes de sindromes de 
quadros psicologicos ou neurológicos que acarretam atrasos no desenvolvimento e prejuizos no 
relacionamento social) e os de altas habilidades (com notavel desempenho e elevada 
potencialidade em aspecto académicos, intelectuais, psicomotores/ e ou artisticos). 
Pessoa Portadora de Deficiência – é a que apresenta, em comparação com a maioria das 
pessoas, significativas diferenças fisicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de factores inatos 
e/ou adquiridos, de carácter permanente e que acarretam dificuldades em sua interacção com o 
meio fisico e social. 
Pessoa Portadora de Necessidades Especias- é a que, por apresentar, em carácter permanente 
ou temporário, alguma deficiência fisica, sensorial, cognitiva, múltipla, ou que é portadora de 
condutas tipicas ou ainda de altas habilidades, necessita de recursos especiais para superar ou 
minimizar suas dificuldades. 
Aluno com necessidades educativas especiais- é aquele que por apresentar dificuldades 
maiores que as dos demais alunos no dominio das aprendizagens curriculares correspondentes a 
sua idade (seja por causas internas, por dificuldades ou carências do contexto sociofamiliar, seja 
pela inadequação metodologica e didáctica, ou por história de insucessos em suas 
aprendizagens), necessita para superar ou minimizar tais dificuldades de adaptações para o 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 15 
 
acesso fisico (remoção de barreiras arquitetônicas) e/ou de adaptações curriculares significativas, 
em várias áreas do currículo. 
Modalidades de atendimento educacional- são alternativas de procedimentos didácticos 
especificos e adequados as necessidades educativas do alunado da educação especial, e que 
implicavam espaços fisicos, recursos humanos e materiais diferenciados. Ex: escola especial, 
oficina pedagógica, classe comum, sala de recursos, ensino com professor itinerante, classe 
hospitalar, atendimento domiciliar, centro integrado de educação especial. 
Potencialidade – predisposição latente no individuo que, a partir de estimulação interna ou 
externa, se desenvolve ou se aperfeiçoa, transformando-se em capacidade de produzir. 
Incapacidade- impossibilidade temporária ou permanente de executar determinadas tarefas, 
como decorrência de deficiências que interferem nas actividades funcionais do individuo. 
Também podemos definir como uma limitação de um dado individuo que restringe ou impede a 
interação social que é normal para um indivíduo daquela idade. 
Desvantagem- um impedimento sofrido por um dado individuo resultante de uma deficiência ou 
incapacidade que lhe limita o desempenho de uma actividade normal para ele sem barreiras 
impostas pela sociedade. 
Correcção- é um acto de retificar ou corrigir uma deficiência ou dificuldade de aprendizagem 
com intuito de se tornar normal, através de técnicas e métodos. 
Compensação- é a possibilidade de substituir uma deficiência desenvolvendo uma outra 
habilidade, ou para outra intacta. 
Inclusão- inserir as crianças portadorasde NEE no sistema regular de ensino, com as ditas 
“normais”. 
Segregação- é um processo que consiste em separar as crianças deficientes das não deficiêntes. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 16 
 
Exclusão- quando a criança deficiênte não tem acesso ao ensino regular. 
Impedimento- é qualquer perda ou anormalidade tempóraria definitiva, e progressiva de 
fisiologica e ou anatomica. Pode se encontrar na escrita e oralidade 
Reabilitação – conjunto de medidas de natureza médica, social, educativa e profissional para 
preparar ou integrar o individuo, com o objectivo de que ele alcance o maior nivel possivel de 
sua capacidade ou potencialidade. 
Integração- processo dinamico de participação das pessoas num contexto relacional, 
legitimando sua interação nos grupos sociais. A integração implica reciprocidade. 
Integração escolar- processo gradual e dinamico que pode tomar distintas formas, segundo as 
necessidades e habilidades dos alunos. A integração educativa (escolar) se refere ao processo de 
educar-ensinar juntos a crianças com e sem necessidades especiais, durante uma parte ou na 
totalidade do tempo de sua permanência. 
Normalização – principio que representa a base filosófica ideológica da integração. Não se trata 
de normalizar as pessoas, mas de normalizar o contexto em que se desenvolvem, ou seja, 
oferecer aos portadores de necessidades especiais modos e condições de vida diária oa mais 
parecidos possivel às formas e condições de vida do resto da sociedade. Isso implica a adaptação 
dos meios e das condições de vida às necessidades dos individuos portadores de deficiências, 
condutas tipicas e de altas habilidades. 
Antes considerava-se que a cauasa da dificuldade de um aluno estava apenas dentro dele; hoje 
considera-se que a escola tem também parte da culpa, na medida em que não se adapta as 
necessidades dessa criança. 
O conceito de necessidade educativa especial, tal como o apresenta a nova lei, é um conceito 
chave. Considera-se que a criança necessita de educação especial se tiver alguma dificuldade de 
aprendizagem que requeira uma medida educativa especial. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 17 
 
O conceito de dificuldade de aprendizagem é relativo surge quando um aluno tem uma 
dificuldade de aprendizagem significativamente maior do que a maioria dos alunos da sua idade, 
ou sofre de incapacidade que o impede de utilizar ou lhe dificulta o uo das instalações educativas 
geralmente utilizadas pelos seus companheiros. 
As nessidades educativas especiais são previstas para aqueles alunos que precisam ao longo da 
sua escolaridade de diversas ajudas pedagógicas de tipo humano, técnico ou material, com 
objectivo de assegurar a consecusão dos fins gerais da educação. 
O conceito de necessidades educativas está relacionado com asa ajudas pedagógicas ou serviços 
educativos que determinados alunos possam precisar ao longo da sua escolarização para 
conseguir o máximo crescimento pessoal e social 
Uma escola para todos: a integração escolar 
O modelo da escola para todos pressupõe uma mudança de estrutura e de atitudes e a abertura à 
comunidade; deve mudar o estilo de trabalho de alguns professores que deverão reconhecer que 
cada criança é diferente das outras, tem as suas proprias necessidades específicas e progride de 
acordo com as suas possibilidades. 
Pressupostos para o êxito da integração 
a) Formação de Professores: devem adquirir novas competências de ensino e treinadas em 
técnicas de integração para melhor darem respostas as NEE das crianças. Assim, os 
resultados da integração serão eficazes. 
b) Preparação do aluno: deve-se preparar a criança as exigências académicas e de conduta 
globais da classe regular, isto para que a integração seja bem sucedida. 
Treinar para adquirir coerências e aptidões sociais que os ajudam a funcionar com 
sucesso na classe regular. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 18 
 
Deve-se ter em conta as relações positivas que se vai desenvolver com os alunos (colegas) ditos 
ou considerados “normais”, pois é um factor determinante e fundamental para o êxito da 
integração. 
Interacção entre educadores: deve-se estimular os professores para união de esforços e para que 
haja trocas de experiência com intuito de desenvolver programas de integração que satisfaçam as 
necessidades educativas das crianças. 
Programas de integração; antes deve-se-à integrar a criança numa classe regular e observa-se 
para que seja feita posteriormente um programa eficaz e depois determina-se à um ambiente 
educacional apropriado. 
Tecnologias de informação e comunicação; 
 
A ESCOLA ACTUAL NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO 
Adaptações curriculares para crianças com necessidades educativas especiais 
São muitos autores que escreveram sobre esta temática entre eles, César Coll, Gimeneo 
Sacristan, J. Kemmmis e outros. Nesta perspectiva a nossa reflexão está virada a pensar numa 
adaptação curricular para crianças portadora de deficiências nas condições do projecto da 
UNESCO “Escolas Inclusivas”. Etimologicamente entende-se por currículo “ uma carreira ou 
curso”. O conceito curriculo vitae, é a carreira da vida. 
Do ponto de vista da pedagogia se denomina curriculo ao conjunto de estudos e práticas 
destinadas a que o aluno desenvolva plenamente suas capacidades. 
O curriculo é a expressão e a concretização do plano cultural que uma instituição escolar faz para 
dentro de determinadas condições que matizam este projecto. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 19 
 
Adaptações curriculares: são modificações que se realizam em objectivos, conteúdos, critérios, 
procedimentos da avaliação e metodologias para atender as diferenças individuais dos alunos. 
 Nas adaptações curriculares deve se ter em conta. 
 Proporcionar maior participação dos alunos com necessidades educativas especiais no 
curriculo ordinário. 
 Tornar possivel que os alunos nestas condições alcancem os objectivos de cada etapa 
educativa através de um curriculo adequado às suas necessidades específicas. 
 Resposta educativa aos alunos com necessidades educativas especiais. 
Tendo em conta o curriculo oficial a escola, faz uma análise correspondente à sua realidade e às 
condições próprias do meio em que se encontra situada. Posteriormente a mesma análise se faz 
em diferentes etapas ou ciclos e para cada classe. 
 Adaptações de acesso ao curriculo e adaptações curriculares 
A resposta as necessidades educativas especiais, não se deve buscar fora do curriculo ordinário, 
senão a partir de ajustes que se fazem a este curriculo permite corrigir ou compensar as 
dificuldades na aprendizagem dos alunos, por outro lado logram que as instituições ordinárias 
estejam em disposição de proporcionar esta ajada, para que não seja necessário segregar estes 
alunos. 
Adaptações de acesso ao curriculo: são modificações ou previsões de recursos especiais, 
materiais ou de comunicação que vão facilitar que alguns alunos com necessidades educativas 
especiais, possam estar vinculados ao curriculo ordinário ou ao curriculo adaptado. 
Adaptações curriculares: modificações que se realizam desde a programação de objectivos, 
conteúdos, metodologias, critérios, procedimentos de ensino e de avaliação para às diferenças 
individuais, que podem ser significativas e não significativas. 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 20 
 
Significativas: modificações que se realizam em diferentes elementos de programação que 
implicam a eliminação de alguns conteúdos básicos do curriculo ordinário. 
Não significativas: modificações que se realizam em diferentes elementos da programação 
desenhadas para todos alunos de uma aula ou de um ciclo para responder às diferenças 
individuais,mas que não afectam os conteúdos básicos do curriculo oficial. Podem ser aplicadas 
a qualquer aluno, independentemente de ser ou não portador de deficiência. 
Exemplo, se está previsto no programa de Geografia da 6ª classe dar 20 rios de Moçambique 
para alunos nestas condições apenas dou 10 rios mais importantes e aqueles que estão na área 
onde o aluno vive. 
 Critérios para as adaptações curriculares 
Partir sempre de uma análise detalhada e profunda do aluno através de um diagnóstico exaustivo 
e da análise do contexto em que se vai levar a cabo o processo de ensino-aprendizagem. 
1. Partir do curriculo oficial. 
2. Fazer com que as adaptações curriculares afastem o aluno das exigências comuns, a observar: 
a) Adaptações de acesso ao curriculo; 
b) Adaptações de como ensinar e avaliar; 
c) Adaptações de quando ensinar e avaliar, combinado os critérios da realidade e de êxito. 
Estilos de aprendizagem, aspectos a ter em conta. 
 Condições fisico-ambientais; 
 Respostas e preferência dos alunos; 
 Necessidades educativas e potencialidades; 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 21 
 
 Nivel de concentração; 
 Disposição de enfrentar uma responsabilidade; 
 Estado de ânimo; 
 Estratégias que utiliza para resolver problemas; 
 Satisfação ou não pelo trabalho que realiza. 
 
Possiveis decisões em função de alunos com Necessidades Educativas Especiais 
Como ensinar (estratégias)? 
 Introduzir e utilizar na prática quotidiano o sistema de comunicação para os alunos com 
necesidades educativas especiais; 
 Seleccionar para todas as aulas as técnicas e estratégias que sendo especialmente 
benéficas para alunos com necessidades educativas especiais, sejam úteis também para 
todos; 
 Potenciar o uso de técnicas e estratégias favoráveis à experiência directa, reflexão e à 
expressão; 
 Ter em conta na apresentação dos conteúdos aqueles canais de informação que sejam 
mais adequados para os alunos; 
 Utilizar estratégias para centrar a atenção da turma; 
 Estabalecer momentos de troca de opiniões e de experiências entre os alunos sobre a 
matéria a leccionar; 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 22 
 
 Oferecer aos alunos com necessidades educativas especiais, uma explicação mais clara 
sobre as caracteristicas das actividades a realizar. 
Grupo 
 Combinar grupos heterogéneos com outros de carácter mais homogéneo; 
 Aproveitar as actividades do grupo para melhorar o clima e a relação entre os alunos; 
 Utilizar os grupos mais espontâneos para melhorar as relações entre os mesmos. 
 
Matérias 
 Seleccionar matérias que podem ser utilizadas para todos os alunos; 
 Adaptar as matérias do programa oficial; 
 Situar as matérias de forma que favoreçam a aprendizagem dos alunos; 
 Informar aos alunos o material que existe na sala de aula, incluindo o específico para os 
alunos com necessidades educativas especiais, e a sua utilidade 
Espaços e tempo 
 Descobrir adequadamente o espaço para compensar as dificuldades de determinados 
alunos; 
 Reduzir o ruído na sala de aula; 
 Assegurar uma iluminação adequada; 
 Fazer um horário de aulas tendo em conta os momentos de apoio que os alunos 
necessitam em termos de níveis de ajuda; 
Apostila de Necessidades educativas especiais 
 
 
Docente: Miguel Reis 23 
 
 Reduzir a quantidade de alunos por turma 
Como avaliar? 
 Utilizar diversos instrumentos e procedimentos para avaliar, partindo sempre da 
potencialidade dos alunos; 
 Elaborar as provas e instrumentos adequados à realidade dos alunos.

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