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OAB - ÉTICA

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ÉTICA
AD VERUMAD VERUMAD VERUM
PDF
 
 
Olá, alunos! 
Sabemos que vocês estão em um momento desafiador: a preparação para o 
Exame de Ordem, prova pela qual os bacharéis em Direito precisam passar 
ao concluir a graduação. 
O estudo para OAB por vezes traz alguns obstáculos específicos: encontrar 
tempo entre estágio, trabalho e afazeres de casa, conciliar com as provas 
finais da faculdade, com a elaboração do TCC, com os preparativos para 
formatura. 
É muita coisa! Então é necessário estudar de forma otimizada e escolher o 
material com sabedoria. 
Pensando nisso, a Ad Verum, empresa do Grupo CERS ONLINE, trouxe para 
você o PDF Ad Verum – OAB, que tem por premissa “atacar” os pontos 
nucleares de cada disciplina. 
Vamos te deixar preparado, de forma objetiva, para os assuntos com maior 
probabilidade de cair em sua prova. 
Racionalizar o estudo dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad 
Verum, trata-se de uma obsessão. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
Vamos iniciar os estudos de Ética para o certame ao qual você irá se 
submeter: A PRIMEIRA FASE DA OAB! Para essa disciplina, que conta 8 
questões na prova. 
 
 
 
 
Sumário 
1. Atividade de Advocacia .................................................................................................... 4 
1.1 Consultoria, Assessoria e Direção Jurídicas ..................................................... 4 
1.2 Características Essenciais da Advocacia ............................................................. 5 
1.3 Natureza da Advocacia ............................................................................................. 5 
1.4 Advocacia Pública........................................................................................................ 6 
1.5 Atuação de Estagiário ................................................................................................ 6 
1.6 Nulidade dos Atos de Advocacia Praticados Ilegalmente ........................ 7 
1.7 Mandato .......................................................................................................................... 8 
2. Direitos do Advogado..................................................................................................... 11 
2.1 Independência do Advogado ante o Juiz e os Agentes Públicos ....... 11 
2.2 Liberdade do Exercício Profissional ................................................................... 11 
2.3 Sigilo Profissional ...................................................................................................... 11 
2.4 Inviolabilidade do Local e dos Meios de Exercício Profissional ............ 12 
2.5 Comunicação com Cliente Preso ........................................................................ 13 
2.6 Prisão em Flagrante do Advogado .................................................................... 13 
2.7 Prisão em Sala de Estado Maior ......................................................................... 14 
2.8 Direito de Ingresso em Órgãos Judiciários e Locais Públicos ............... 14 
2.9 Relação com Magistrados ..................................................................................... 15 
2.10 Sustentação Oral nos Tribunais ...................................................................... 15 
2.11 Uso da Palavra Oral ............................................................................................. 16 
2.12 Direito a Exame e Vistas de Processos e Documentos ........................ 16 
2.13 Desagravo Público ................................................................................................ 18 
2.14 Retirada do Recinto ............................................................................................. 18 
 
 
3. Inscrição na OAB ............................................................................................................... 20 
3.1 Inscrição como Advogado ..................................................................................... 20 
3.2 Inscrição como Estagiário ...................................................................................... 23 
3.3 Inscrição Principal e Suplementar ...................................................................... 23 
3.4 Cancelamento da Inscrição ................................................................................... 24 
3.5 Licenciamento do Advogado ............................................................................... 25 
4. Sociedade de Advogados ............................................................................................. 26 
5. Advogado Empregado .................................................................................................... 30 
6. Honorários Advocatícios ................................................................................................ 33 
7. Incompatibilidades e Impedimentos ........................................................................ 36 
7.1 Incompatibilidades com a Advocacia ............................................................... 36 
7.2 Impedimentos ............................................................................................................. 38 
8. Ética do Advogado ........................................................................................................... 40 
8.1 Responsabilidade Profissional do Advogado ................................................ 40 
8.2 Deveres do Advogado no CED ........................................................................... 43 
8.3 Dever de Urbanidade .............................................................................................. 44 
8.4 Publicidade Profissional .......................................................................................... 44 
9. Infrações e Sanções Disciplinares .............................................................................. 45 
9.1 Infrações Disciplinares Puníveis com Censura .............................................. 45 
9.2 Infrações Disciplinares Puníveis com Suspensão ......................................... 46 
9.3 Infrações Disciplinares Puníveis com Exclusão ............................................. 46 
9.4 Atenuantes e Agravantes ....................................................................................... 47 
9.5 Reabilitação .................................................................................................................. 47 
9.6 Prescrição da Pretensão Punitiva ....................................................................... 48 
 
 
10. Ordem dos Advogados do Brasil .......................................................................... 49 
10.1 Fins e Organização ............................................................................................... 49 
10.2 Conselho Federal da OAB ................................................................................. 49 
10.3 Conselho Seccional da OAB ............................................................................. 52 
10.4 Caixa de Assistência dos Advogados ........................................................... 53 
10.5 Eleições e Mandatos ............................................................................................ 54 
11. Processo Disciplinar ..................................................................................................... 56 
11.1 Tribunal de Ética e Disciplina ........................................................................... 56 
12. Disposições Gerais e Transitórias .......................................................................... 59 
12.1 Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB ................... 59 
QUESTÕES ..................................................................................................................................... 60 
GABARITO COMENTADO .......................................................................................................76 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ...................................................................................................... 85 
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 86 
 
 
 
4 
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Ética 
1. Atividade de Advocacia 
O advogado é indispensável à administração da justiça. Em seu ministério 
privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. 
As atividades da advocacia são os atos que somente podem ser praticados 
por advogados devidamente inscritos nos quadros da OAB, e podem ser atos 
judiciais e extrajudiciais. 
1.1 Consultoria, Assessoria e Direção Jurídicas 
A consultoria, assessoria e direção jurídicas são atividades extrajudiciais que 
apenas podem ser exercidas por advogado regularmente inscrito na OAB. Atente 
para o fato de que assessoria e consultoria são atividades distintas: na assessoria 
jurídica se auxilia quem deva tomar decisões, realizam-se atos ou se participa 
de situações com efeitos jurídicos, ou se reúnem dados e informações de 
natureza jurídica; porquanto os serviços de consultoria constituem 
normalmente na atividade profissional de diagnóstico e formulação de 
soluções acerca de um assunto ou especialidade. 
A atividade de direção jurídica também é privativa de advogado. Os 
departamentos jurídicos de empresas só podem ter como diretores-jurídicos 
profissionais regularmente inscritos no quadro de advogados. 
Veja o art. 7° do Regulamento Geral: “A função de diretoria e gerência 
jurídicas em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em 
 
5 
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instituições financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por 
quem não se encontre inscrito regularmente na OAB”. 
1.2 Características Essenciais da Advocacia 
O Estatuto define as características essenciais da advocacia, que são: 
• Indispensabilidade: não se trata de nenhum tipo de favor coorporativo 
a classe ou para reserva de mercado, e sim devido à importância do 
advogado para ordem pública e relevante interesse social, como 
instrumento de garantia da efetivação da cidadania, conforme prescrito 
no art. 133 da CF/88. 
• Inviolabilidade: o advogado se torna inatacável e incensurável por seus 
atos e palavras quando do exercício de sua profissão, nos limites 
definidos no Estatuto da Advocacia. 
• Função social: realizada pelo advogado quando concretiza a aplicação 
do direito e obtém as prestações jurisdicionais, participando desta 
forma, da construção da justiça social. 
1.3 Natureza da Advocacia 
Majoritariamente, se diz que a advocacia é uma atividade privada, 
exercida por profissionais liberais, ligando-se aos clientes pelo vínculo 
contratual do mandato, combinado com locação de serviço. 
Modernamente, formou-se corrente doutrinária, para qual a advocacia 
tem caráter público e as relações, entre patrono e cliente, são reguladas por 
contrato de direito público. 
Contudo, diante das regras multifárias das relações do advogado com o 
cliente e com o Estado jurisdicional, o mais correto parece conciliar as duas 
 
6 
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correntes doutrinárias, mormente em face do que prescreve o art. 2º do atual 
EOAB, considerando-se a advocacia, ao mesmo tempo, como ministério privado 
de função pública e social. 
1.4 Advocacia Pública 
A advocacia pública foi prevista no capítulo das Funções Essenciais à 
Justiça (art. 131 da CF), para representar os entes políticos, judicial e 
extrajudicialmente, bem como desempenhar as atividades de consultoria e 
assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
Essa qualificação da advocacia como função essencial à Justiça é 
inteiramente justificável na medida em que os conflitos de interesses têm que ser 
levados ao Judiciário, necessariamente, por meio de advogado, a ele cabendo a 
tarefa de lutar pela correta aplicação do Direito. Seja agindo como profissional 
liberal, seja agindo como empregado da empresa privada, seja como advogado 
público, ele atua como intermediário entre a parte e o juiz. Por ser o advogado o 
intermediário obrigatório entre as partes e o juiz, por ser quem fundamenta os 
pedidos e instrui o processo, é que sua função é considerada como serviço 
público, pelo Estatuto da OAB, e indispensável à administração da Justiça, pela 
própria Constituição. 
1.5 Atuação de Estagiário 
Os estagiários que estiverem regularmente inscritos na OAB podem praticar 
os atos mencionados no art. 1° do Estatuto da Advocacia e da OAB, na forma do 
Regulamento Geral, em conjunto com o advogado ou defensor público e sob a 
responsabilidade deste. 
 
7 
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Sem a presença ou assinatura do advogado, mas ainda sob a 
responsabilidade deste, os estagiários podem praticar isoladamente os seguintes 
atos (art. 29, §§ 1° e 2°, do Regulamento Geral): retirar e devolver autos em 
cartório, assinando a respectiva carga; obter junto a escrivães e chefes de 
secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; 
assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou 
administrativos; praticar os atos extrajudiciais, quando receber autorização ou 
substabelecimento do advogado. 
1.6 Nulidade dos Atos de Advocacia Praticados 
Ilegalmente 
O Estatuto traz cinco grupos de pessoas que, caso venham a praticar 
quaisquer dos atos privativos de advogado, tais atos serão nulos - nulidade 
absoluta -, no art. 4º e parágrafo único do Estatuto da Advocacia e da OAB: 
• Pessoas não inscritas na OAB: Somente a pessoa regularmente inscrita 
no quadro de advogados da OAB pode exercer os atos privativos da 
advocacia; nem mesmo os estagiários podem praticá-los isoladamente. 
O Estatuto, no art. 4°, caput, traz as sanções daí decorrentes, seja pelo 
prejuízo causado a terceiros, seja pelo exercício ilegal de profissão. O 
estagiário pode ser punido pela prática de ato excedente de sua 
habilitação, nos termos do art. 34, XXIX, EAOAB. 
• Advogado impedido: Conforme o EAOAB, o advogado pode continuar 
exercendo a profissão, menos contra ou a favor das pessoas 
determinadas no art. 30; caso isto ocorra, os atos praticados serão 
nulos. Perceba que a nulidade somente alcança as hipóteses em que 
ele está impedido de advogar. 
 
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• Advogado suspenso: A suspensão é um instituto no qual o advogado 
se afasta por um tempo por requerimento com motivo justificado, 
doença mental curável ou exercício de atividade incompatível em 
caráter temporário (art. 12 EAOAB). Durante o prazo da suspensão, que 
varia de 30 dias a 12 meses, qualquer ato privativo de advogado 
praticado pelo profissional será nulo. 
• Advogado licenciado: A licença é uma punição aplicada pela OAB, e, 
no prazo da licença, nenhum ato de advocacia pode ser exercido pelo 
advogado, sob pena de nulidade. 
• Advogado que passar a exercer atividade incompatível com a 
advocacia: Aqueles advogados que passam a exercer atividade 
incompatível com advocacia, e não comunicam à OAB ou não tomam 
as medidas adequadas (licença ou cancelamento) e continuam 
advogando, da mesma forma que nos demais itens, seus atos serão 
nulos. 
1.7 Mandato 
Mandado judicial é quando alguém (advogado) recebe de outrem 
(outorgante) poderes para atuar perante o Poder Judiciário em seu nome. 
Para o EAOAB, o advogado postula em juízo ou fora dele, fazendo prova do 
mandato. Em caso de urgência, o advogado pode atuar sem procuração, estando 
obrigado a apresentá-la dentro do prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual 
período. 
Ficam consignados na procuração os poderes outorgados pelo constituinte 
outorgante ao outorgado, sendo permitido pela legislação pátria, que a 
constituição de advogadopossa ocorrer verbalmente apenas se o acusado o 
 
9 
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indicar por ocasião do interrogatório (art. 266 do CPP) e nos juizados especiais, 
salvo quanto aos poderes especiais (outorga apud acta: conforme está na ata). 
Em se tratando de sociedades de advogados, o mandato judicial ou 
extrajudicial deve ser outorgado individualmente aos advogados com a 
indicação da sociedade de que façam parte, não podendo ser fornecidos 
poderes para a pessoa jurídica ou muito menos de forma coletiva. 
A procuração pode outorgar poderes gerais (para o foro em geral - 
poderes básicos que o advogado precisa para poder atuar desde a distribuição de 
uma ação até os recursos nos tribunais) e poderes especiais (devem constar 
quando exigidos por lei). 
Os poderes que o advogado recebeu do cliente podem ser transferidos por 
meio do substabelecimento. O substabelecimento pode ser feito com reservas de 
poderes, isto é, quando o primeiro advogado constituído permanece na causa, ou 
sem reserva, onde o advogado sucede o antigo, assumindo o patrocínio da causa 
e o antigo perde seus poderes. 
O advogado que renunciar, não precisa justificar o motivo, mas deve 
permanecer pelos 10 dias seguintes à notificação a representar o mandante, 
salvo se for substituído antes do término desse prazo ou desde que necessário 
para evitar prejuízo, sob pena de cometer infração disciplinar e de 
responsabilização civil. 
O art. 17 do CED diz que a revogação do mandato judicial por vontade 
do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas 
e não retira do advogado o direito de receber o quanto lhe seja devida em 
eventual verba honorária de sucumbência, calculada, proporcionalmente, em 
razão do serviço efetivamente prestado. O cliente que revogar o mandato 
 
10 
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outorgado ao advogado, no mesmo ato, deverá constituir outro profissional que 
assuma o patrocínio da causa, nos termos do art. 76 e §§ 1° e 2° do NCPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
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2. Direitos do Advogado 
2.1 Independência do Advogado ante o Juiz e os Agentes 
Públicos 
O EAOAB disciplina os direitos e prerrogativas dos advogados ao longo de 
toda a lei, especialmente nos arts. 6° e 7°. A priori, o art. 6° logo determina que 
não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e 
membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e 
respeito recíprocos, impondo-se às autoridades, aos servidores públicos e aos 
serventuários da justiça o dever de tratar os advogados, no exercício da profissão, 
de forma compatível com a dignidade da advocacia, inclusive com condições 
adequadas ao seu desempenho. 
2.2 Liberdade do Exercício Profissional 
O advogado devidamente inscrito em um Conselho Seccional da OAB pode 
exercer a profissão em todo o país, advogando, ilimitadamente, no respectivo 
Conselho ou eventualmente, em outro estado. Se vier a atuar em mais de cinco 
causas em outro estado, deverá providenciar sua inscrição suplementar. 
2.3 Sigilo Profissional 
Além de constituir um direito fundamental do cidadão, a manutenção de 
sigilo profissional é também um dever de lealdade que se impõe ao advogado 
para assegurar a plenitude de defesa de seu cliente, que é questão de ordem 
pública, sob pena de ofender o direito ao contraditório e a ampla defesa. 
A confiança própria do vínculo entre defensor e defendido requer a reserva 
de tudo o quanto o advogado tenha conhecido em ocasião de seu ofício, 
 
12 
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abarcando um conceito amplo de segredo, já que a liberdade de expressão e 
comunicação do cliente devem governar a relação com o seu defensor. 
Ademais, a lei expressamente determina que o advogado deverá se recusar 
a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou venha a funcionar, 
ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, 
ainda que autorizado ou solicitado por seu constituinte, nos termos do artigo 26 
do Código de Ética e Disciplina da OAB. Assim, ainda que autorizado pelo cliente, 
o advogado não poderá revelar as informações confidenciadas a ele por meio de 
testemunho, uma vez que a assistência jurídica não pode ser colocada em risco. 
2.4 Inviolabilidade do Local e dos Meios de Exercício 
Profissional 
A inviolabilidade do escritório ou local de trabalho do advogado, bem 
como de seus instrumentos de trabalho, não é absoluta. Uma vez que estejam 
presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime pelo 
advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da 
inviolabilidade de que trata este direito, em decisão motivada, expedindo o 
devido mandado de busca e apreensão de forma especifica e pormenorizada, a 
ser cumprido na presença de representante da OAB. 
 
ATENÇÃO! 
Em qualquer hipótese é proibida a utilização dos documentos, das mídias e 
dos objetos que pertencem aos clientes do advogado averiguado, assim como 
dos demais instrumentos de trabalho que tenham informações acerca de clientes, 
a não ser que o cliente do advogado averiguado esteja sendo formalmente 
 
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investigado como partícipe ou coautor do mesmo crime que deu origem à 
quebra da inviolabilidade. 
2.5 Comunicação com Cliente Preso 
A CF/88 garante a todo preso a assistência de advogado (art. 5°. LXIII). Por 
sua vez, o EAOAB confere ao advogado o direito de comunicar-se com seus 
clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se 
acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, 
ainda que considerados incomunicáveis. Desta forma, a incomunicabilidade 
não alcança o advogado. 
2.6 Prisão em Flagrante do Advogado 
O advogado tem direito de ter a presença de representante da OAB, 
quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para 
a lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a 
comunicação expressa à seccional da OAB. 
 
OBSERVAÇÃO! 
Se a OAB não remeter um representante em tempo hábil, não haverá de se falar 
em invalidade da prisão em flagrante, conforme destacou o STF. 
Além disso, o parágrafo 3° do art. 7° do Estatuto garante ao advogado o 
direito de somente ser preso em flagrante em caso de crime inafiançável, 
desde que por motivo ligado ao exercício da profissão e, mesmo assim, com as 
observações indicadas no inciso IV. 
 
14 
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2.7 Prisão em Sala de Estado Maior 
O advogado também tem garantido o direito de não ser recolhido preso, 
antes da sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com 
instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua 
falta, em prisão domiciliar. 
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) insurgiu-se, por meio de 
ADIN contra a Lei n° 8.906/94 em relação à expressão "assim reconhecidas pela 
OAB", do inciso V, art. 7º do EAOAB, e o STF, confirmando a liminar antes 
concedida, julgou, nesta parte, procedente a ação, ou seja, declarou a 
inconstitucionalidade desta expressão. O STF também entendeu que a 
prerrogativa de prisão domiciliar, na ausência de sala de Estado Maior, continua 
valendo. 
2.8 Direito de Ingresso em Órgãos Judiciários e Locais 
Públicos 
O EAOAB garante ao advogado o direito de ingressar livremente nas salas 
de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte 
reservada aos magistrados; nas salas e dependências de audiências, secretarias, 
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro e, no caso de 
delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da 
presença de seus titulares; em qualquer edifícioou recinto em que funcione 
repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou 
colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do 
expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer 
servidor ou empregado; em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou 
 
15 
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possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde 
que munido de poderes especiais. 
Com essas prerrogativas, o Estatuto garante ao advogado o pleno 
exercício de sua atuação, para que possa assim representar os interesses de 
seus clientes de maneira eficaz. Qualquer impedimento a essas garantias deve 
ser entendido corno ilegal e, nos casos de violações às alíneas a, b e c do art. 7º, 
inciso VI do EAOAB, como crime de abuso de autoridade, previsto no art. 3°, f; da 
Lei n°4.898/95. 
2.9 Relação com Magistrados 
O advogado tem também o direito de dirigir-se diretamente aos 
magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário 
previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada. 
Justamente por não haver hierarquia nem subordinação entre advogados e 
magistrados, uma vez sendo o advogado um dos elementos essenciais à justiça, é 
assegurado o seu livre acesso aos magistrados. 
Neste sentido, mostra-se razoável que, em razão de um ato processual 
estar sendo realizado, a autoridade judiciária solicite ao advogado que aguarde o 
término do aludido ato, não sendo admitida restrição para atendê-lo somente em 
alguns dias ou horários previamente estipulados. 
2.10 Sustentação Oral nos Tribunais 
O EAOAB previu que o advogado teria a prerrogativa de sustentar 
oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, 
após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de 15 
minutos, salvo se prazo maior for concedido. No entanto, o STF declarou 
 
16 
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inconstitucional todo o conteúdo do inciso IX do art. 7º, por ADIN proposta pela 
Associação dos Magistrados Brasileiros. Com a declaração de 
inconstitucionalidade, o advogado deve preparar uma sustentação oral mais 
completa, e sintetizada, possível, quase que prevendo o que o relator poderá 
alegar em seguida. 
2.11 Uso da Palavra Oral 
O advogado tem o direito de usar da palavra, pela ordem, em qualquer 
juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equivoco ou 
dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no 
julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem 
feitas. 
A utilização da expressão "pela ordem" é importante quando se verificar a 
necessidade de esclarecer algum equívoco ou uma dúvida relevante que possa 
influir no julgamento ou, ainda, como forma de defesa contra acusações ou 
censura que lhe forem feitas. 
2.12 Direito a Exame e Vistas de Processos e Documentos 
Os advogados podem examinar em qualquer órgão dos Poder Judiciário 
e Legislativo, ou da Administração Pública em Geral, autos de processos 
findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam 
sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de fotocópias; ter vista dos processos 
judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou retirá-los pelos 
prazos legais; requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer 
processo; e, retirar os autos do cartório ou secretaria, sempre que lhe 
competir falar nos autos. 
 
17 
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Não há necessidade de haver procuração nos autos, a não ser que o 
processo esteja sujeito a sigilo, única exceção prevista em lei. Ademais, os 
magistrados são considerados órgãos do Poder Judiciário do Estado, e, assim 
sendo, se os feitos com eles estiverem conclusos, não há empecilho legal para o 
exame dos autos pelos advogados, a menos que haja motivo devidamente 
justificado para tanto. Inexiste, portanto, qualquer impedimento legal a que 
advogado possa examinar feitos que estejam conclusos. 
 
ATENÇÃO! 
A Lei n.º 13.793/2019, que alterou as Leis nº 8.906/1994, 11.419/2006, e 
13.105/2015 (Código de Processo Civil), prevê, expressamente, o direito dos 
advogados de exame e obtenção de cópias de atos e documentos de 
processos e de procedimentos eletrônicos, ainda que não estejam funcionando 
nos autos (art. 7º, § 13, do EOAB). 
 
PARA FIXAR! 
Exceções: processos sujeitos a sigilo ou segredo de justiça somente podem 
ser acessados por advogado com procuração constante dos autos (art. 7º, § 
10, do EOAB); delimitação, por autoridade competente, do acesso do advogado 
aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não 
documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da 
eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (art. 7º, § 11, do EOAB). 
 
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2.13 Desagravo Público 
O desagravo público é um procedimento formal utilizado pela OAB para 
mostrar o repúdio e prestar urna solidariedade às ofensas sofridas pelo 
advogado no exercício da sua profissão ou de cargo ou função, sem prejuízo 
das sanções penais em que incorrer o ofensor. 
Não é incomum que os advogados sejam ofendidos por juízes, promotores 
de justiça, delegados de polícia, no desempenho de seu trabalho, devendo o 
desagravo ser promovido pelo Conselho competente, de oficio ou a requerimento 
do próprio advogado ou de qualquer outra pessoa. 
O desagravo público não depende de concordância do ofendido, que não 
pode dispensá-lo, sendo, portanto, um critério do próprio Conselho. Assim, uma 
vez ocorrendo a ofensa no espaço territorial da Subseção a que se vincule o 
inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela Diretoria ou Conselho 
da Subseção, com representação do Conselho Seccional. 
Se o advogado foi ofendido num município distante da sede do Conselho 
Seccional o desagravo deverá ser num local mais próximo de onde ocorreu a 
ofensa. Por outro lado, competirá ao Conselho Federal promover o desagravo 
público nos casos de ofensa a Conselheiro Federal ou a Presidente de Conselho 
Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e, ainda, 
quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às 
prerrogativas profissionais com repercussão nacional. 
2.14 Retirada do Recinto 
Para evitar abusos, lamentavelmente cometidos, o EAOAB garantiu ao 
advogado o direito de se retirar do recinto onde está aguardando para a 
 
19 
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realização do ato judicial, após passados 30 (trinta) minutos do horário 
marcado e sem que a respectiva autoridade tenha chegado. 
Este direito não se aplica quando o magistrado já se encontra no local. 
Vale salientar que a CLT traz um prazo menor. Assim, para os advogados 
que atuarem perante a Justiça Trabalhista, o tempo de espera é de apenas 15 
(quinze) minutos a partir do horário designado (art. 815, CLT). 
Em qualquer caso, obviamente, exige-se a comunicação protocolizada em 
juízo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Inscrição na OAB 
A OAB possui dois quadros de inscritos: o quadro de advogados e o 
quadro de estagiários. 
3.1 Inscrição como Advogado 
Os requisitos necessários para inscrição no quadro de advogados estão no 
art. 8° do Estatuto. São eles: 
• Capacidade civil 
Trata-se de capacidade civil plena adquirida aos dezoito anos completos 
(art. 5° do Código Civil). Essa capacidade pode ser comprovada com a 
apresentação da carteira de identidade, com a simples prova da maioridade. 
Vale lembrar que o menor pode ser emancipado, cessando sua 
incapacidade, seja através da colação de grau em curso de nívelsuperior (art. 50, 
p.u., IV, CC/02), ou outra circunstância prevista em lei. 
• Diploma ou certidão de graduação em Direito obtida em instituição 
de ensino oficialmente autorizada e credenciada 
Como em determinadas situações o diploma demora a ser expedido e isso 
impossibilitaria a inscrição daquele que já colou grau em Direito, o EAOAB 
possibilitou a apresentação de certidão de graduação em Direito, na falta do 
diploma. 
Ademais, o art. 23 do Regulamento Geral condicionou o suprimento da 
falta do diploma à apresentação da certidão de graduação em Direito desde que 
acompanhada da cópia autenticada do histórico escolar. Assim, deve o candidato 
 
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apresentar o diploma ou, se não o tiver, a certidão de graduação em Direito mais 
o histórico escolar devidamente autenticado. 
• Título de eleitor e quitação de serviço militar, se brasileiro 
Para inscrição como advogado é necessário apresentar o título de eleitor e 
provar a quitação do serviço militar, se brasileiro. Se tratar-se de brasileira, 
somente deve ser apresentado o título de eleitor e, se estrangeiro, nem título de 
eleitor, nem quitação do serviço militar. 
• Aprovação no Exame da Ordem 
O Exame da Ordem pode ser prestado por bacharéis em Direito, inclusive 
os que exercem atividades incompatíveis com a advocacia, ficando, entretanto, 
impossibilitados de exercer a atividade de advocacia enquanto estiverem 
incompatibilizados. 
A aprovação no Exame na Ordem tem validade por prazo indeterminado, 
podendo estes obter a inscrição no quadro de advogado após a 
desincompatibilização. 
• Não exercer atividade incompatível com a advocacia 
Quando falamos de atividade incompatível, estamos relacionando a 
atividade profissional que a pessoa exerce. O art. 28 do EAOAB traz, num rol 
taxativo, as atividades incompatíveis. Uma pessoa que exerce atividade 
incompatível com a advocacia pode prestar o Exame da Ordem, mas, caso venha 
a ser aprovada, não poderá se inscrever no quadro de advogados enquanto 
estiver incompatibilizada. 
 
 
 
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• Idoneidade moral 
O EAOAB exige, porém não define o que vem a ser idoneidade moral. Ela 
traz apenas uma hipótese expressa de inidoneidade moral: prática de crime 
infamante, salvo se já tenha sido reabilitado judicialmente. 
Alguns autores se referem à condição do indivíduo honesto, probo ou 
escrupuloso. Assim, caso o advogado venha futuramente ser considerado 
inidôneo moralmente, será penalizado com a exclusão dos quadros da OAB, e só 
poderá retornar após o deferimento do pedido de reabilitação (art. 41 e p.u.). 
A inidoneidade moral pode ser suscitada por qualquer pessoa, antes ou 
depois da inscrição, sendo declarada mediante decisão que alcance, no mínimo, 
2/3 dos votos de todos os membros do Conselho competente, em procedimento 
que segue os trâmites do processo disciplinar. 
• Prestar compromisso perante o Conselho 
O compromisso é o juramento que dever ser feito pelo indivíduo por 
ocasião do recebimento da carteira e do cartão de advogado. É um requisito 
solene e personalíssimo, logo, não se pode prestar o compromisso por 
procuração, devendo o requerente comparecer pessoalmente. 
Além dos requisitos arrolados no art. 8° do Estatuto, o art. 20, § 2°, do 
Regulamento Geral exige que não se pratique conduta incompatível com a 
advocacia. Tal conduta refere-se à vida pessoal (social) do indivíduo, como por 
exemplo, a embriaguez e a toxicomania habituais e a prática reiterada de jogo de 
azar não autorizado por lei (art. 34, p.ú., EAOAB). 
 
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3.2 Inscrição como Estagiário 
A inscrição do estagiário deve ser realizada no Conselho Seccional do 
estado onde se localiza o curso jurídico, e não naquele que tenha seu domicílio 
civil, caso sejam diferentes. Podem inscrever-se o aluno de Direito ou o bacharel 
em Direito que assim desejar e preencher os requisitos do art. 9° do Estatuto. 
O art. 9° exige que o requerente preencha alguns dos requisitos do art. 8° 
do EAOAB: capacidade civil; título de eleitor e quitação de serviço militar, se 
brasileiro; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade 
moral; prestar compromisso perante o Conselho. Além desses requisitos, o 
candidato deve ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. 
3.3 Inscrição Principal e Suplementar 
Após a aprovação no Exame de Ordem, a inscrição principal deve ser 
feita no Conselho Seccional em cujo estado pretende estabelecer seu 
domicílio profissional, caso a pessoa não exerça atividade incompatível com a 
advocacia (art. 28, EAOAB). Segundo o EAOAB, domicílio profissional é a sede 
principal da atividade de advocacia, e, em caso de dúvida, deve prevalecer o 
domicílio da pessoa física do advogado (domicílio civil). 
Com a inscrição principal, como dito anteriormente, o advogado pode 
exercer livremente (ilimitadamente) a profissão no Estado onde fez sua inscrição 
principal e, eventualmente (limitadamente), em qualquer outro Estado do país. 
Passando a exercer a advocacia com habitualidade na área de outro Conselho 
Seccional, será obrigado a fazer uma outra inscrição (inscrição suplementar). 
A inscrição suplementar deve ser feita pelo advogado quando passa a 
atuar fora de seu Estado-membro com habitualidade. Habitualidade é 
 
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considerada a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano (art. 10, 
§ 2°, EAOAB). 
3.4 Cancelamento da Inscrição 
O cancelamento da inscrição do advogado enseja a saída deste dos 
quadros da OAB, ou seja, ele passa a não mais ser advogado. Caso o 
advogado faça um novo pedido de inscrição deve fazer prova da capacidade civil; 
não exercer atividade incompatível com a advocacia; possuir idoneidade moral e 
prestar compromisso perante o Conselho, não precisando prestar novo Exame. O 
número antigo não pode ser restaurado, servindo apenas para dados históricos 
da OAB. A inscrição será cancelada se o advogado: 
• Requerer: não há necessidade de ser apresentado um motivo 
justificado. 
• Sofrer penalidade de exclusão: é a sanção disciplinar mais grave 
aplicada pela OAB. Com a exclusão, ocorrerá, automaticamente, o 
cancelamento da inscrição. Um novo pedido de inscrição deve vir 
acompanhado de provas de reabilitação (art. 41 e parágrafo único do 
EAOAB). 
• Falecer: o cancelamento é promovido ex officio pelo Conselho 
competente ou por meio de comunicação por qualquer pessoa. 
• Passar a exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter 
definitivo (art. 28, EAOAB). 
• Perder qualquer um dos requisitos necessários para a inscrição: art. 
8° do EAOAB. Se o interessado precisa preenchê-los para fazer a 
inscrição, urna vez perdido qualquer deles, haverá o cancelamento. 
 
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3.5 Licenciamento do Advogado 
A licença significa o afastamento do advogado do exercício profissional, 
quando ocorrer uma das hipóteses do art. 12 do Estatuto. Durante o prazo do 
licenciamento, caso o advogado pratique qualquer ato de advocacia, este será 
nulo (art. 4° e parágrafo único, EAOAB). 
Não será cobrada anuidade e o profissional não precisará votar (nem 
justificar porque não votou), caso haja eleição na OAB no período 
correspondente. O número de inscrição, neste caso, será mantido quando do 
seu retorno à atividade. 
Será licenciado o advogado que: 
• Requerer, por motivo justificado: o requerimento deve vir 
acompanhado de um motivo justificado, que será analisado pela OAB. 
Caso não haja comprovação de justo motivo, a inscrição poderá ser 
cancelada por simples solicitação do advogado. 
• Passar a exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter 
temporário: as atividades incompatíveis estão arroladas no art. 28do 
Estatuto. 
• Sofrer doença mental considerada curável: não há no Estatuto um rol 
de quais as doenças mentais se enquadram nessa hipótese, devendo a 
expressão ser remetida à área médica. Enquanto durar a enfermidade 
mental curável, o advogado ficará licenciado. 
 
 
 
 
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4. Sociedade de Advogados 
 Não é raro que um advogado comece a assumir uma quantidade maior de 
causas e, assim, surja a necessidade de se unir a outro ou a outros advogados, 
divisão de tarefas e até mesmo de despesas, e, ao final, ratearem os ganhos 
obtidos. Os advogados, então, constituem uma sociedade de advogados. 
 O EAOAB disciplina este tema nos arts. 15 ao 17 (alterados pela Lei 
13.247/16), nos arts. 37 ao 43 do Regulamento Geral e no Provimento n° 112/06 
do Conselho Federal da OAB. 
 De acordo com o Código Civil de 2002, as sociedades são classificadas em 
sociedades simples e sociedades empresárias, razão pela qual, atualmente, a 
natureza jurídica da sociedade de advogados é de sociedade simples. Ademais, 
apenas com o advento da Lei 13.247/16 é que estes podem reunir-se em 
sociedade simples de prestação de serviços de advocacia. 
 A partir da alteração da Lei 8.906/94, os advogados também podem 
constituir uma sociedade unipessoal de advocacia, como se percebe: “Art. 15. 
Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços 
de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma 
disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.” 
 Vejamos algumas peculiaridades que torna as sociedades de advogados 
diferentes das demais sociedades simples: 
• Personalidade jurídica 
 Qualquer sociedade só adquire personalidade jurídica se houver de ser 
feito o registro de seus atos constitutivos em um órgão competente. No que 
diz respeito à sociedade de advogados, tal personalidade jurídica é adquirida com 
 
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o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da 
OAB, em cuja base territorial tiver sede, seja esta uma sociedade simples ou uma 
sociedade unipessoal de advocacia. É proibido o registro nos cartórios de 
registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais. 
 Não são admitidas a registro, e nem podem funcionar, as sociedades 
simples de advogados ou sociedades unipessoais de advocacia que apresentem 
formas ou características mercantis, que adotem denominação fantasia, que 
realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócios não inscritos no 
quadro de advogados da OAB ou que estejam totalmente proibidos de advogar, 
conforme o EAOAB. 
• Denominação 
 No contrato social registrado no Conselho Seccional da OAB, deve constar 
razão social/denominação da sociedade. Ocorre que, existem regras a serem 
seguidas para que o registro seja aprovado. 
 Não se admite o uso do nome fantasia, como também não se permite a 
utilização do nome de algum advogado renomado já falecido. Em se tratando 
de uma sociedade simples de advocacia, a denominação adequada deve trazer o 
nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, 
acompanhado de uma expressão que indique a finalidade do escritório, não 
importando se a expressão indicadora da finalidade vem antes ou depois do 
nome do advogado. 
 O Regulamento Geral permite ainda o uso do nome abreviado, o que não 
significa que serão utilizadas siglas com as iniciais de cada parte do nome 
completo. Pode ser utilizado o símbolo "&" na denominação da sociedade de 
advogados. Já em caso de falecimento de um dos sócios cujo nome é utilizado 
 
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na denominação da sociedade de advogados, o Estatuto determina que a 
permanência do nome é condicionada a tal previsão no contrato social. 
 Se um sócio for licenciado para o exercício de atividade incompatível com 
a advocacia em caráter temporário, isto deve ser averbado no registro da 
sociedade, não alterando sua constituição. Por sua vez, caso o advogado passe a 
exercer atividade incompatível em caráter definitivo, haverá o cancelamento da 
inscrição e obrigatória a alteração contratual para que seja retirado o nome 
daquele sócio. 
 Quando se tratar de sociedade unipessoal de advocacia, a denominação 
deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular com a expressão 
"Sociedade Individual de Advocacia". 
 Os mandamentos do CED são aplicados às sociedades simples de 
advogados ou às sociedades unipessoais de advocacia, no que couber. A 
sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um 
advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das 
razões que motivaram tal concentração. 
 Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de 
advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou 
integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade 
unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do 
respectivo Conselho Seccional. Já na hipótese de constituição de filial em outro 
estado, o ato de constituição deve ser averbado no registro da sociedade e 
arquivado no Conselho Seccional onde se fixar, ficando os sócios obrigados à 
inscrição suplementar. 
 
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 Os sócios de uma mesma sociedade simples de advogados não podem 
representar em juízo clientes com interesses opostos, e, as procurações 
passadas aos advogados devem ser outorgadas individualmente aos profissionais, 
mencionando a sociedade de que façam parte. As atividades de advocacia são 
exercidas pelos próprios advogados, ainda que os honorários se revertam à 
sociedade. 
 Por fim, no que diz respeito à responsabilidade civil, os advogados sócios, 
o titular da sociedade individual de advocacia e os advogados associados 
respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao 
cliente, por dolo ou culpa, por ação ou omissão, no exercício da advocacia, sem 
prejuízo da responsabilidade disciplinar e penal em que possam incorrer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Advogado Empregado 
Advogado empregado é aquele que preenche todos os requisitos 
caracterizadores do vínculo de emprego, a saber: habitualidade, onerosidade, 
pessoalidade e subordinação, e, portanto, mantém um vínculo empregatício com 
uma empresa ou com uma sociedade de advogados, prestando seus serviços de 
advocacia. 
O Estatuto da Advocacia e da OAB trata deste tema nos arts. 18 ao 21 e o 
Regulamento Geral também, nos arts. 11 ao 14. 
 
ATENÇÃO! 
A relação de emprego não retira do advogado a isenção técnica e nem reduz 
a independência profissional inerentes à profissão. Ademais, o advogado 
empregado não está obrigado a prestar serviços profissionais de interesse pessoal 
dos empregadores, fora da relação empregatícia. 
Alguns aspectos precisam ser destacados: 
• O salário mínimo do advogado empregado deve ser fixado por 
sentença normativa, exceto quando ajustado mediante acordo ou 
convenção coletiva de trabalho. 
• A jornada de trabalho do advogado empregado não pode ultrapassar 
a duração diária de 4 (quatro) horas contínuas e a de 20 (vinte) horas 
semanais, exceto se houver acordo ou convenção coletiva de trabalho 
ou, ainda, em caso de dedicação exclusiva (regime de trabalho previsto 
expressamente em contrato individual de trabalho - 8 horas diárias). 
 
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• As horas extras são remuneradas com um adicional não inferior a 100 
por cento sobre o valor da hora normal e nos casos de dedicação 
exclusiva, são remuneradas como extras as horas trabalhadas que 
passarem da jornada de 8 horas diárias. Considera-se como período de 
trabalho todo o tempo em que o advogado estiver à disposição do 
empregador,aguardando ou executando ordens, no escritório ou em 
atividades externas, devendo ser reembolsados os gastos efetuados 
com transporte, hospedagem e alimentação. 
• Nas causas em que o empregador (ou seu representante) for parte, os 
honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. 
Já se o advogado for empregado de sociedade de advogados, os 
honorários de sucumbência são divididos entre a sociedade e ele, 
conforme o acordo. Tais honorários não integram o salário ou a 
remuneração do advogado empregado, não podendo, ser considerados 
para efeitos trabalhistas. 
• O advogado associado não é sócio, porque não figura no 
contrato social da sociedade de advogados como tal, mas também não 
é empregado, porque não mantém vínculo empregatício; é um tipo 
intermediário entre o advogado sócio e o advogado empregado. Assim, 
uma sociedade de advogados pode associar-se com advogados para 
participação nos resultados, sem vínculo de emprego (art. 39 do 
Regulamento Geral). O contrato decorrente dessa relação deve ser 
averbado no registro da sociedade. Da mesma maneira que os 
advogados sócios os advogados associados respondem subsidiária e 
ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, em caso 
de dolo ou culpa, por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos 
da advocacia. 
 
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O EAOAB determina em seu art. 3°, § 1° que exercem atividade de 
advocacia os integrantes da Advocacia Geral da União, da Procuradoria da 
Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias 
Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas 
entidades de administração direta ou indireta, sujeitando-se, todos esses, ao 
regime da Lei n°8.906/94 (EAOAB), além do regime próprio a que se subordinem. 
A questão da advocacia particular pelos advogados públicos varia de acordo com 
a respectiva lei. Os advogados públicos também estão sujeitos às infrações e 
sanções disciplinares aplicadas pela OAB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Honorários Advocatícios 
Em razão da atividade profissional desenvolvida pelo advogado, que 
não decorra de relação de emprego, este recebe uma contraprestação, 
denominada honorários advocatícios. A Lei 8.906/94 (EAOAB) traz uma hipótese 
em que o advogado trabalhará gratuitamente. Isso ocorrerá quando o advogado 
defender outro colega em processo originário de ação ou omissão no exercício 
da profissão. 
O Novo Código de Ética e disciplina (CED) trata da advocacia pro bono, 
onde há prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em 
favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, 
sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação 
de profissional (art. 30). 
Há três tipos de honorários advocatícios: convencionados, arbitrados 
judicialmente e sucumbenciais (art. 22). 
Nos convencionados o advogado e o cliente combinam um valor fixo 
(principal característica), de forma verbal ou por escrito. 
Não ocorrendo a combinação entre advogado e cliente sobre o valor 
dos honorários, os mesmos serão arbitrados pelo juiz, com remuneração 
compatível com o trabalho e o valor econômico da questão. Advirta-se que, 
mesmo nesse caso, o valor dos honorários não pode ser inferior ao estabelecido 
na tabela de honorários criada por cada Conselho Seccional da OAB. Conforme 
dispõe o art. 22, § 10, do EAOAB, quando o advogado for indicado para atuar em 
causa de pessoa juridicamente necessitada, tem direito a receber honorários 
fixados pelo juiz e pagos pelo Estado. 
 
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Os honorários sucumbenciais são pagos pela parte vencida ao 
advogado da parte vencedora. Se o advogado falecer ou vier a se tomar incapaz 
civilmente, os honorários de sucumbência são devidos aos seus sucessores ou 
representantes legais. 
Além dos honorários de sucumbência, o advogado pode receber por sua 
participação no resultado ou ganho obtido na causa, o chamado Pacto quota litis. 
O Código de Ética e Disciplina trouxe tal possibilidade, desde que estejam 
presentes as condições do art. 50 e seus parágrafos. Entretanto, apesar da 
permissão do CED, o advogado deve manter todo zelo para que não cometa 
infração disciplinar. 
Caso o constituinte falte com a obrigação de pagar os honorários ao 
advogado, deve-se procurar ao máximo resolver a situação amigavelmente, e, não 
havendo mais solução por este meio, a via judicial pode ser suscitada. Para isso, o 
advogado tem que renunciar ao patrocínio da causa e constituir outro advogado 
para fazer a cobrança (art. 54, EAOAB). 
O contrato de honorários advocatícios feito por escrito constitui título 
executivo (art. 24, EAOAB). Desse modo, o advogado não precisará propor ação 
de conhecimento, sendo a cobrança feita através da execução por quantia certa. 
De outro modo, quando o advogado contrata de forma verbal enseja-se assim, 
uma ação de cobrança. 
Se o advogado juntar aos autos o contrato de honorários advocatícios 
antes da expedição do mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve 
determinar que sejam pagos diretamente, deduzindo o valor respectivo da 
quantia a ser recebida pelo constituinte, a não ser que este comprove que já o 
pagou. Os honorários incluídos na condenação pertencem ao advogado, e este 
 
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tem direito autônomo de exigir o cumprimento da sentença, e ainda pode 
solicitar ao juiz que o precatório seja expedido em seu nome. 
 
OBSERVAÇÃO! 
Quando o advogado receber um substabelecimento com reserva de poderes, não 
poderá cobrar os honorários respectivos sem a intervenção daquele que lhe 
substabeleceu (art. 26, EAOAB). 
Deve-se destacar que a ação de cobrança de honorários advocatícios 
prescreve em 5 (cinco) anos, que serão contados a partir do vencimento do 
contrato, quando houver; do trânsito em julgado da decisão que os fixar ou 
arbitrar; da finalização do serviço extrajudicial (assessoria, consultoria e direção 
jurídicas; acompanhamento de inquérito policial); da desistência ou transação; e 
da renúncia ou revogação de mandato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Incompatibilidades e Impedimentos 
Os impedimentos e incompatibilidades foram criados para evitar que 
alguns advogados levassem vantagens ou desvantagens em relação aos demais 
que não exerçam tais atividades, e até mesmo por implicações éticas. As 
vantagens podem ser em relação à captação de clientela, ao poder de influência 
nas decisões, etc. 
7.1 Incompatibilidades com a Advocacia 
Para o EAOAB, a incompatibilidade é a proibição total do exercício da 
advocacia, e assim, este não pode advogar em hipótese alguma, nem mesmo em 
causa própria. Essa proibição total pode ensejar apenas uma licença, quando a 
atividade incompatível tiver natureza temporária (art. 12, II, EAOAB), ou pode 
gerar o cancelamento da inscrição, no caso de atividade incompatível em caráter 
definitivo: juiz, promotor de justiça, analista judiciário, delegado de polícia, entre 
outras. 
O art. 28 do Estatuto traz todos os casos de atividades incompatíveis e o 
legislador não definiu quais delas têm natureza temporária e quais têm caráter 
definitivo devendo cada uma das situações ser analisadas em conjunto com a 
Constituição e demais leis. 
São incompatíveis: 
• Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo 
e seus substitutos legais: conforme art. 28, I do EAOAB, não podem 
exercer a advocacia os Prefeitos, os Governadores, o Presidente da 
República e seus substitutos legais (Chefes do Poder Executivo), como 
também os membros da Mesa do Poder Legislativo (que são 
 
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impedidos, mas podem exercer a advocacia, menos contra ou a favor 
de determinadas pessoas), ao passo que os membros da Mesa não 
podem advogar em hipótese alguma. 
• Membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos 
tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de 
paz, juízes classistas, bem como todos os que exerçam função de 
julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração 
pública direta ou indireta: Os magistrados, os membros do Ministério 
Público, os promotores de justiça, procuradores de justiça, procuradores 
da República, procuradores regionais da República são impedidos. É 
mister salientar que o STF, por ocasião do julgamento da ADIN 1.127-8, 
ratificou a liminar concedida e decidiu que não se incluem nessa regra 
os juízes eleitorais e seus suplentes. 
• Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da 
Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em 
suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público: 
não se incluem nessa hipótese os que não detenham poder de decisão 
relevante sobre interesses de terceiros, e, também não se incluem no 
inciso III aqueles que desempenham a administração acadêmica 
diretamente relacionada ao magistério jurídico. 
• Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente 
a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços 
notariais e de registro: Fazem parte desta incompatibilidade os 
técnicos de atividade judiciária, os analistas judiciários, os contadores 
judiciais, os assessores dos desembargadores ligados direta ou 
indiretamente ao Poder Judiciário. Encontram-se nessa situação 
incompatível os que exercem serviços notariais e de registro (tabeliães, 
notários, registradores e escreventes de cartório extrajudicial). 
 
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• Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente 
à atividade policial de qualquer natureza: O Estatuto fez menção a 
vínculo de natureza direta ou indireta, especialmente em relação à 
atividade policial. São também incompatíveis os integrantes do Corpo 
de Bombeiro Militar e os guardas municipais (processo n°252/99, DJ 
19.10.99). O Provimento n° 62/1988, ainda indica a incompatibilidade 
dos cargos de perito criminal, papiloscopista e seus auxiliares e 
médico-legista. 
• Militares de qualquer natureza, na ativa: São os militares das Forças 
Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), seja qual for a patente e 
desde que estejam na ativa. 
• Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de 
lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições 
parafiscais: Fiscais e de outros servidores que tenham competência de 
lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos ou contribuições 
parafiscais. 
• Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições 
financeiras, inclusive privadas. 
7.2 Impedimentos 
Para o EAOAB, impedimento é a proibição parcial do exercício da 
advocacia, ou seja, o advogado pode continuar exercendo a profissão, menos 
contra ou a favor de determinadas pessoas (mencionadas no art. 30, I e II). 
São impedidos: 
• Servidores da administração pública direta, indireta e fundacional: 
neste caso, eles podem advogar, menos contra a Fazenda Pública que 
os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora. 
 
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 Exceção: advogados que sejam docentes de cursos jurídicos (art. 
30, parágrafo único), que, apesar de serem servidores públicos, 
podem advogar livremente. 
• Membros do Poder Legislativo: o impedimento se estende contra ou 
a favor de qualquer órgão da administração pública direta ou indireta e 
não só contra quem ou remunera. É o caso dos membros do Poder 
Legislativo, em seus diferentes níveis (senador, deputado federal, 
deputado estadual, deputado distrital e vereador), que podem advogar, 
menos contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, 
entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias 
de serviço público. 
• Impedimentos especiais (ou impedimentos sui generis): Contudo, 
existem algumas hipóteses diferentes, nas quais a pessoa pode 
advogar, mas somente no âmbito do cargo público que ocupam ou, 
então, podem advogar menos no setor onde trabalham. 
 
ATENÇÃO! 
Os Procuradores Gerais, os Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de 
órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional, são 
exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que 
exerçam, durante o período da investidura. Outras leis ainda podem trazer outras 
hipóteses de impedimentos especiais. 
 
 
 
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8. Ética do Advogado 
8.1 Responsabilidade Profissional do Advogado 
A responsabilidade profissional ou funcional se divide em três tipos 
independentes: responsabilidade civil, responsabilidade penal e responsabilidade 
disciplinar. 
• Responsabilidade civil 
O Estatuto da Advocacia e da OAB, no art. 32, expôs uma regra semelhante 
à do art. 186 do Código Civil, porém, direcionada ao profissional da advocacia: "O 
advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com 
dolo ou culpa". 
Deve-se lembrar que a responsabilidade civil do advogado é subjetiva, 
ou seja, exige a verificação da culpa. 
 Lide temerária 
A lide temerária ocorre quando o advogado e cliente, em conluio, 
alteram a verdade dos fatos com o objetivo de prejudicar outra pessoa. O 
EAOAB não deixou passar despercebido o tema e dispôs no parágrafo único do 
art. 32 que "em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente 
responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte 
contrária, o que será apurado em ação própria." O CED ainda proíbe o advogado 
expor os fatos em juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se 
na má-fé (art. 6°). 
• Responsabilidade Penal 
 
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São crimes próprios do advogado: 
 Violação de segredo profissional (art. 154, CP) 
A escolha do advogado pelo cliente e a relação profissional entre os dois 
são calcadas na confiança. Assim, as informações que o advogado obtiver no 
exercício da profissão têm de ser resguardadas e utilizadas apenas nos limites da 
defesa ou da acusação, principalmente quando se trata de processo sob segredo 
de justiça. Além disso, há fatos revelados ao advogado que não precisam ser 
utilizados no processo, e o advogado deve guardar o segredo. 
Crime de violação de segredo profissional é o comportamento do 
agente que, sem justa causa, revela a alguém segredo que teve ciência em 
razão de função, ministério, ofício ou profissão, revelação essa capaz de 
produzir dano a outrem. Dessa forma, quando a confiança é violada sem que 
haja um justo motivo, deve haver a responsabilização daquele que descumpriu o 
dever de manter sigilo. 
Para que seja configurado o crime em questão, existir um segredo, o 
segredo ter sido obtido pelo agente em razão de sua atividade e revelado a 
outrem sem justa causa e com potencialidade de causar dano a alguém. 
O art. 37 do Código de Ética e Disciplina traz algumas informações 
importantes: "O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais 
que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e 
à honra ou que envolvam defesa própria." Após esta leitura, fica claro que a 
defesa da vida e da honra, bem como a defesa contra a afronta advinda do 
próprio cliente, devem prevalecer no confronto com o direito ao sigilo, e por isso 
se admite a violação. 
 
 
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 Sonegação de autos 
O advogadotem o direito de obter vista dos autos por um prazo que pode 
variar em função de determinação legal ou judicial. Ultrapassado o prazo, o 
advogado deverá devolvê-los ao respectivo cartório ou secretaria, e, não havendo 
a devolução dentro do prazo, o juiz determinará que o oficial de justiça o intime, 
a fim de que sejam entregues em 24 horas. 
Se ainda assim não forem devolvidos poderá ocorrer busca e apreensão 
dos autos, perda de vista daqueles autos fora do cartório, responsabilização 
criminal (art. 356, CP), sanção disciplinar de suspensão (art. 34, XII, c/c art. 37, I, 
todos do EAOAB), responsabilidade civil em caso de prejuízo (art. 32, EAOAB). 
 Patrocínio infiel 
O crime de patrocínio infiel ocorre quando o advogado ou o procurador 
judicial trai o dever profissional, causando prejuízo a quem lhe confiou o 
patrocínio de uma causa (art. 355, caput, CPB). O sujeito ativo é o advogado. 
 Tergiversação e patrocínio simultâneo 
O Código Penal pune a conduta do advogado que patrocina os 
interesses de partes opostas na mesma causa (art. 355, parágrafo único, CPB). 
Assim, ele tipifica duas condutas (tergiversação e patrimônio simultâneo). A 
tergiversação consiste no advogado ou o procurador judicial mudar de lado, ou 
seja, após a sua renúncia ou a revogação pelo cliente, passar a atuar para a parte 
contrária. Já o patrocínio infiel, acontece quando o profissional defende os 
interesses de partes antagônicas, ao mesmo tempo, na mesma causa. 
 Exercício de atividade com infração de decisão administrativa 
 
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Quando alguém exerce atividade de que está impedido por decisão 
administrativa, o crime se consuma. Para o advogado, é a hipótese de haver 
decisão da OAB para suspensão ou exclusão de seus quadros. Na pendência de 
recurso com efeito suspensivo ou sem trânsito em julgado, não há se falar neste 
ilícito penal. Trata-se de crime habitual. 
• Responsabilidade disciplinar 
Sua regulação encontra-se prevista nos arts. 34 ao 41 do EAOAB e será 
melhor apresentada no próximo tópico. 
8.2 Deveres do Advogado no CED 
O Código de Ética exige do advogado conduta compatível com os seus 
preceitos, bem como com os do Estatuto da Advocacia e da OAB, do 
Regulamento Geral, dos provimentos e dos demais princípios da moral individual, 
social e profissional. De forma explícita, o parágrafo único do art. 2°, do Código 
de Ética e Disciplina é quem disciplina quais são deveres do advogado. 
O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar 
as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um 
instrumento para garantir a igualdade de todos, e, portanto, ele deve zelar 
pela sua liberdade e independência. 
É importante salientar que o exercício da advocacia é incompatível com 
qualquer procedimento de mercantilização e que é vedado o oferecimento de 
serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar 
clientela. 
Os arts. 9° ao 26 do CED anunciam os deveres dos advogados em suas 
relações com os clientes em uma linguagem bem clara e autoexplicativa. 
 
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8.3 Dever de Urbanidade 
Devido à importância que tem o modo como o advogado irá tratar o 
público, os colegas, as autoridades e os funcionários do juízo, o Novo CED 
passou a tratar o assunto com mais riqueza de detalhes no capítulo intitulado 
"Das relações com os colegas, agentes políticos, autoridades, servidores públicos 
e terceiros" (arts. 27 ao 29). 
Assim, estabeleceu que o advogado observará, nas suas relações com os 
colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e 
terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e 
consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, 
devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione. 
8.4 Publicidade Profissional 
Os arts. 39 ao 47 do Novo Código de Ética e Disciplina mantiveram a 
permissão da publicidade, mas com algumas restrições. Não se admite, em 
nosso país, o uso de expressões que possam captar clientes, nem a divulgação da 
advocacia em conjunto com outra atividade. Veda-se, ainda, a veiculação pelo 
rádio e pela televisão e a denominação de nome fantasia. 
 
 
 
 
 
 
 
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9. Infrações e Sanções Disciplinares 
O advogado, ou o estagiário, que infringir as normas contidas no Estatuto 
da Advocacia, no Regulamento Geral e no Código de Ética e Disciplina será 
processado e punido pela OAB. As sanções e infrações disciplinares estão 
disciplinadas nos arts. 34 ao 41 do EAOAB. 
Podem ser aplicadas pela OAB: censura, suspensão, exclusão e multa. 
9.1 Infrações Disciplinares Puníveis com Censura 
A censura é urna das sanções mais leves aplicadas, punindo a prática 
das infrações mais leves cometidas pelos advogados, aquelas arroladas no art. 
36 do Estatuto. Ao receber essa punição, o advogado pode continuar exercendo a 
sua profissão, porém, tem tal reprimenda registrada em seus assentamentos, 
deixando o mesmo de ser primário. Com isso, a prática de outra infração será 
considerada como reincidência, ensejando a aplicação de uma sanção mais 
grave, nos termos do art. 37, II EAOAB (suspensão de 30 dias a 12 meses). 
A censura é aplicável nos casos de infrações definidas nos incisos I a XVI e 
XXIX do art. 34, violação a preceito do Código de Ética e Disciplina e violação a 
preceito do CED, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais 
grave. 
A referida sanção poderá ser convertida em uma simples advertência (oficio 
reservado e encaminhado ao advogado), e, estando presente circunstância 
atenuante, sem registro nos assentamentos (art. 40, EAOAB). 
 
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9.2 Infrações Disciplinares Puníveis com Suspensão 
A suspensão é uma sanção mais grave do que a censura, uma vez que, 
sendo aplicada, impossibilita o advogado de exercer sua atividade profissional 
por um prazo que pode variar, de 30 dias a 12 meses, e é aplicada nas 
infrações definidas nos incisos XVII e XXV do art. 34 e em caso de reincidência 
(art. 37 do EAOAB). 
Se o advogado recusar-se injustificadamente a prestar contas ao cliente de 
quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele, deixar de pagar as 
contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de 
regularmente notificado a fazê-lo e incidir em erros reiterados que evidenciem 
inépcia profissional (art. 37, §§ 2° e 3º), o prazo da suspensão pode ainda se 
estender por prazo indeterminado. Nesses casos específicos, a suspensão dura até 
que o advogado satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção 
monetária ou até que preste novas provas de habilitação. 
9.3 Infrações Disciplinares Puníveis com Exclusão 
A exclusão é a sanção mais grave aplicada pela OAB e tem suas 
hipóteses mencionadas no art. 38 do Estatuto da Advocacia, quais sejam 
aplicação, por três vezes, de suspensão ou nas infrações definidas nos incisos 
XXVI a XXVIII do art. 34. Aquele advogado que for excluído terá sua inscrição 
cancelada (art. 11, EAOAB) e, consequentemente, não poderá advogar até seja 
reabilitado. 
Para a aplicação da exclusão é preciso que ocorra a manifestação 
favorável de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente. 
 
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9.4 Atenuantes e Agravantes 
O Estatuto, em seu art. 40, estabelece determinadas circunstâncias 
atenuantes: falta cometida em defesa de prerrogativa constitucional; ausência 
de punição disciplinar anterior; exercício assíduo e proficiente de cargo na 
OAB; prestação de serviços relevantes à advocacia ou à causa pública. 
Deste modo, percebe-se que o Estatuto quer proteger aquele que presta 
relevantes serviços à sua classe,à sua entidade e à sua comunidade, enfim, 
aquele profissional que se investe na verdadeira defesa dos ideais de cidadania. 
Na aplicação dessas circunstâncias atenuantes, serão levadas em 
consideração a redução da sanção disciplinar mais grave para a imediatamente 
menos grave; redução do montante do tempo de suspensão, exclusão da multa; e 
conversão da sanção de censura para a de advertência. 
Quanto às agravantes, o Estatuto prevê a reincidência e a gravidade da 
culpa. A circunstância agravante anula a atenuante e traz efeitos: aplicação da 
sanção imediatamente mais grave, sendo que para exclusão exige-se dupla 
reincidência; aplicação cumulativa de multa com outra sanção; gradação do valor 
da multa, dentro dos limites legais; gradação do tempo de suspensão, neste caso, 
variando do tempo médio ao máximo. 
9.5 Reabilitação 
O ordenamento jurídico pátrio não admite efeitos perpétuos de nenhuma 
punição. Assim, é permitido ao advogado que tenha sofrido qualquer sanção 
disciplinar requerer a reabilitação, um ano após seu cumprimento, diante de 
provas efetivas de bom comportamento. No entanto, quando a sanção 
 
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disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação na OAB 
dependerá também da correspondente reabilitação criminal (art. 94 do CPB). 
9.6 Prescrição da Pretensão Punitiva 
A aplicação da punibilidade às infrações disciplinares prescreve em 5 anos, 
contados da data da constatação oficial do fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. Ordem dos Advogados do Brasil 
10.1 Fins e Organização 
A Ordem dos Advogados do Brasil é um serviço público, dotada de 
personalidade jurídica e tem forma federativa. Suas finalidades são: 
• Sefender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa 
aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo 
aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; 
• Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a 
disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. 
É mister salientar que a OAB não mantém com órgãos da Administração 
Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico e o uso da sigla OAB é privativo 
da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Se divide em 4 órgãos: 
• Conselho federal; 
• Conselho seccional; 
• Subseção; 
• Caixa de assistência dos advogados. 
10.2 Conselho Federal da OAB 
É o órgão supremo da OAB, com sede no Distrito Federal. Tem 
personalidade jurídica própria e é o último grau recursal na OAB. 
Conforme o art. 54 do EAOAB, são competências do Conselho Federal: 
 
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• Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; 
• Representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou 
individuais dos advogados; 
• Velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da 
advocacia; 
• Representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e 
eventos internacionais da advocacia; 
• Editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e 
os Provimentos que julgar necessários; 
• Adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos 
Seccionais; 
• Intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave 
violação desta lei ou do regulamento geral; 
• Cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, 
de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento 
geral, ao Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a 
autoridade ou o órgão em causa; 
• Julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos 
Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral; 
• Dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os 
respectivos símbolos privativos; 
• Apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de 
sua diretoria; 
• Homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos 
Conselhos Seccionais; 
• Elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento 
dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou 
interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da 
 
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profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho 
ou de outro órgão da OAB; 
• Ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos 
normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, 
mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja 
outorgada por lei; 
• Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, 
previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para 
criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos; 
• Autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou 
alienação de seus bens imóveis; 
• Participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e 
na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou 
interestadual; 
• Resolver os casos omissos no estatuto. 
A diretoria do Conselho Federal é composta de um Presidente, de um 
Vice-Presidente, de um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e de 
um Tesoureiro. 
O Presidente exerce a representação nacional e internacional da OAB, 
competindo-lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e 
passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a administração patrimonial e 
dar execução às suas decisões. 
Nas deliberações do Conselho Federal, os membros da diretoria votam 
como membros de suas delegações, cabendo ao Presidente, apenas, o voto de 
qualidade e o direito de embargar a decisão, se esta não for unânime. 
 
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10.3 Conselho Seccional da OAB 
O Conselho Seccional tem jurisdição sobre os respectivos territórios dos 
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. A composição desses 
conselhos é diferente do Conselho Federal. Nos Conselhos Seccionais, a 
composição é proporcional ao número de advogados inscritos (art. 106 do 
Regulamento Geral do EAOAB). 
Integram, ainda, os Conselhos Seccionais os seus ex-presidentes, na 
qualidade de membros honorários vitalícios, e, continuam com direito de voz e 
voto apenas os que tenham assumido originariamente o cargo de Presidente até 
a data da publicação da Lei n° 8.906/94. Os demais, de acordo com esta lei, 
possuem apenas o direito de voz. 
O Presidente do Instituto dos Advogados local é membro honorário do 
Conselho Seccional, tendo direito a voz em suas sessões sendo que a Diretoria do 
Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às do 
Conselho Federal: Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral, Secretário Geral 
Adjunto e Tesoureiro. 
O art. 58 do Estatuto da Advocacia diz competir privativamente ao 
Conselho Seccional a edição de seu Regimento Interno e Resoluções bem como a 
criação das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados. 
Conforme o mesmo artigo, dentre algumas de suas muitas competências: 
• Criar e intervir (quórum 2/3) as Subseções e a Caixa de Assistência dos 
Advogados; 
• Julgar em recurso as decisões do seu Presidente, do TED, da sua 
diretoria, das Subseções, da Caixa de Assistência dos Advogados; 
• Fixar a tabela mínima de honorários advocatícios; 
 
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• Definir o traje dos advogados. 
10.4 Caixa de Assistência dos Advogados 
Como o próprio nome já diz, a Caixa de Assistência dos Advogados tem a 
finalidade de prestar assistência aos advogados e aos estagiários vinculados 
ao respectivo Conselho Seccional. É criada pelo Conselho Seccional quando 
estes contar com mais de 1.500

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