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Bioquímica Clínica Introdução ao Laboratório de Bioquímica Clínica 1Prof. Luiz Maia 2 Introdução ao Laboratório de Bioquímica Clínica - Importância do laboratório de bioquímica clínica - Procedimentos analíticos - Controle de qualidade - Noções de biossegurança ● Ramo do Laboratório Clínico que emprega métodos químicos e bioquímicos na pesquisa de uma doença. ● Corresponde a aproximadamente 1/3 de todas as investigações laboratoriais de um hospital. ● Amostras Sangue Urina Líquidos cavitários 3 Importância do laboratório de Bioquímica Clínica ● Através dos testes bioquímicos é possível identificar condições como diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio, alterações hepáticas, renais, pancreáticas entre diversas outras. ● Usos dos testes bioquímicos: além do diagnóstico, estes testes são úteis no monitoramento do tratamento, monitoramento do curso da doença, avaliação do prognóstico, triagem,... 4 1- Fase pré-analítica Orientações ao paciente, coleta da amostra, transporte da amostra, processamento da amostra, armazenamento da amostra,... Variáveis podem influenciar nos resultados. 2- Fase analítica Dosagem do marcador bioquímico 3- Fase pós-analítica Expressão dos resultados, avaliação do controle de qualidade, emissão de laudo,... 5 Procedimentos analíticos 1- Fase pré-analítica Principais amostras utilizadas - Líquor: * Funções: fornecimento de nutrientes ao cérebro, proteção mecânica das células neuronais,... * Examinado na suspeita de acidente vascular cerebral, meningite, doença desmielinizante, leucemias, linfomas,... * Dosagens bioquímicas: glicose e lactato (meningites), proteínas (redução nas leucemias), cloretos, ureia, lactato desidrogenase,..... 6 Coleta do Líquor 7 3 Tubos: 1) Bioquímica e imunologia; 2) Microbiologia; 3) Citologia. Coleta (sem anticoagulante): entre 3ª e 4ª vértebras Líquor sanguinolento - Líquido sinovial: * Funções: Preenchimento dos espaços livres intra-articulares. Permite movimentos articulares sem causar danos, produção e reabsorção de líquidos, mantendo o equilíbrio fisiológico,... * Retirado das articulações (artrocentese – coleta com heparina); dosagens bioquímicas podem auxiliar na diferenciação do tipo de artrite (infecciosa ou não). * Dosagens bioquímicas: glicose (redução na artrite infecciosa), proteínas totais, ácido úrico,... 8 - Líquido amniótico (amniocentese): * Funções: crescimento externo simétrico do embrião, barreira contra infecções, proteção mecânica contra traumatismos, possibilita que o feto se mova livremente, função de nutrição e excreção,... • Diagnóstico pré-natal de doenças congênitas, avaliar a maturidade fetal e avaliar infecção intra-uterina. • Dosagens bioquímicas: fosfolipídeos (lecitina, fosfatidilglicerol,...), α-fetoproteína,... 9 - Líquido pleural (toracocentese): * Função: lubrificação pulmonar. * Classificação em transudato (insuf. cardíaca congestiva, cirrose hepática,...) ou exsudato (tuberculose, neoplasias,...). * Dosagens bioquímicas: proteínas, LDH, pH, amilase,... Exsudato (permeabilidade aumentada): - Proteínas no liq. pleural/soro 0,5 - LDH no liq. Pleural/soro 0,6 10 - Líquido ascítico: * Função: proteção da cavidade abdominal, lubrificando e reduzindo o atrito entre os órgãos. * Dosagens bioquímicas: amilase, albumina,... * Determinar as causas da ascite (albumina soro/líq. ascítico). Elevação neste gradiente: cirrose (causa acúmulo de um filtrado do plasma na cavidade abdominal). 11 - Urina: * Urina de 24 horas, urina com outros intervalos de tempo, urina aleatória e primeira urina da manhã. * Dosagens bioquímicas: urina de 24 horas (creatinina, eletrólitos, proteínas totais, albumina,...); urina com outros intervalos (amilase,...); urina aleatória (proteínas totais, albumina,...); primeira urina da manhã (EQU). 12 Coleta de sangue - Venoso, arterial ou capilar (escolha do local é importante) - Uso de EPIs - Realizar antissepsia - Uso do garrote - Coleta à vácuo, seringas ou lancetas - Tubo correto e identificado - Sangue: 13 Sangue venoso - As veias transportam sangue da periferia para o coração. -Veias mediana, cefálica ou basílica. - Dobra do cotovelo. - Ângulo para coleta de aprox. 30º. 14 Sangue arterial - Sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado pelo coração para os tecidos. - Coletado em nível hospitalar. - Artéria radial, braquial e femoral. - Ângulo para coleta de 30-45º (radial), 45-60º (braquial) e 45-90º (femoral). 15 Sangue capilar - Mistura de sangue arterial e venoso. - ponta do dedo, lóbulo da orelha e planta do pé - Controle de glicemia, tempo de sangramento,... 16 Processamento das amostras de sangue Sangue total Soro ou plasma sem fibrinogênio com fibrinogênio ~ 10 min. a 2500 rpm 17 18 Erros na fase pré-analítica - Tempo de jejum - Erro na identificação - Garroteamento prolongado - Tubo incorreto - Armazenamento incorreto - Amostra insuficiente - Hemólise e Lipemia 19 Hemólise Proteínas totais e albumina Transaminases Cálcio Fósforo Bilirrubina Amilase Creatinina Lipemia Amilase Sódio Potássio - Transferência do sangue de forma inadequada. - Homogeneização brusca. - Uso do tubo secundário. - Temperaturas anormais. - Interrupção brusca da centrifugação. - Ingestão de alimentos gordurosos. - Usuários de retrovirais. 20 Variáveis pré-analíticas Controláveis: - Variáveis fisiológicas: postura (repouso prolongado aumenta a excreção de cálcio, sódio, ureia e creatinina) exercício físico (elevação na AST, LDH e CK), variação circadiana (insulina é mais elevada pela manhã), ciclo menstrual (colesterol e triglicerídeos tendem a estar elevados no meio do ciclo),... 21 Variáveis controláveis Variáveis não controláveis Controláveis: - Viagens: Durante um vôo prolongado, ocorre retenção de líquido e sódio. - Dieta: vegetarianos tem redução de LDL e VLDL. Desnutrição reduz proteínas totais, albumina,... - Tabagismo: elevação nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos e redução no HDL. - Ingestão de etanol: aumento de triglicerídeos. - Administração de medicamentos: novalgina reduz creatinina; anticoncepcionais orais causam elevação na amilase, transaminases e colesterol. 22 Não Controláveis: - Idade: CK, GGT e AST estão elevadas no RN. Icterícia fisiológica do RN. Redução de glicose no RN. O fosfato sérico diminui bastante após os 20 anos de idade. Redução na depuração de creatinina no idoso. - Sexo: Após a puberdade, a FAL aumenta nas mulheres. Albumina, cálcio, magnésio e LDL são maiores nos homens. HDL e -globulina são maiores nas mulheres. 23 Não Controláveis: - Obesidade: elevação de colesterol e triglicerídeos e redução no HDL. Com o ganho de peso, AST, proteínas totais e creatinina aumentam nos homens e o cálcio aumenta nas mulheres. - Gravidez: TFG aumenta em 50% durante o terceiro trimestre. Hemodiluição leva à redução nas proteínas séricas. - Estresse: elevação de glicose, colesterol e albumina. 24 2- Fase analítica Calibrador (concentração fixa conhecida), soro controle (intervalo de confiança), amostras, kits laboratoriais, água destilada, vidrarias, micropipetas, banho maria, equipamentos de leitura,... 25 26 Equipamentos de leitura Analisador de tiras de urina: determinação de urobilinogênio, glicose, bilirrubina, corpos cetônicos, densidade, sangue, pH, proteína, nitrito e leucócitos. Avaliação de aspectos físicos e químicos e contagem de células totalmente automatizadas. Analisadores urinários http://www.apija.com.br/site/imagem.php?p=../dados/produtos/prd0000060.jpg Átomos de metais emitem luz, após aquecimento por uma chama. Dosa-se lítio (Li+), sódio (Na+), potássio (K+), magnésio (Mg2+),... 27 Equipamentos de leitura Fotômetro de chama Eletrodos íons seletivos Eletrodos que respondem seletivamente a alguns íons, medindo o potencial de um íon específicoem solução. Serve para a dosagem de cálcio (Ca2+), sódio (Na+), cloreto (Cl-),... 28 Aparelhos de quimioluminescência Equipamentos de leitura A quimioluminescência é a emissão de luz em consequência de uma reação química. Dosa-se T3, T4, TSH,... Turbidimetria e nefelometria. Dosa-se PCR, α1-glicoproteína ácida, imunoglobulinas, ferritina, transferrina,... Turbidímetro 29 Manual (visível ou visível e UV), sem cubeta termostatizada. Automático: método 100% automatizado. Semi-automático: com cubeta termostatizada. Requer utilização de reagentes líquidos. Equipamentos de leitura Espectrofotômetros Espectrofotometria Quantidade de luz absorvida é proporcional a concentração do analito I0 It T = It I0 30 Classificação das reações espectrofotométricas Quanto ao produto formado Quanto ao procedimento - Reações colorimétricas - Reações ultra-violetas - Reação de ponto final - Reação cinética contínua - Reação cinética de 2 tempos 31 Tipo de reações quanto ao produto formado Colorimétricas: Formação de produtos coloridos (400 – 800 nm). Lâmpada de tungstênio. Cubetas de plástico ou vidro. Ultra-violeta: Produtos absorvem energia na região do ultra- violeta (200 – 400 nm). Lâmpada de hidrogênio. Cubetas de quartzo. CE 1) Ésteres do colesterol Colesterol + Ácidos Graxos CO 2) Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2 3) 2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina antipirilquinonimina + 4H2O Perox. Lactato + NAD+ Piruvato + NADH LDH 500 nm 340 nm 32 Tipo de reações quanto ao procedimento Reação de ponto final: A concentração do produto formado atinge um valor máximo, permanecendo inalterada por algum tempo. Inicio da formação do produto Período de estabilidade do produto Perda de estabilidade do produto 33 CE 1) Ésteres do colesterol Colesterol + Ácidos Graxos CO 2) Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2 3) 2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina antipirilquinonimina + 4H2O Perox. Exemplo de reação colorimétrica de ponto final: Exemplo de reação UV de ponto final: Fósforo inorgânico + H2SO4 + Molibdato de amônio fosfomolibdato 500 nm 340 nm 34 Reação cinética contínua: A velocidade de formação do produto é medida em intervalos de tempo, 3 no mínimo. Necessário cubeta termostatizada. 1 2 Redução da velocidade por esgotamento do substrato Exemplo: butiriltiocolina + H2O tiocolina + butirato tiocolina + DTNB 2-nitro-5-mercaptobenzoato 405 nm 3 l l l Che 35 l Reação cinética de 2 tempos: É uma variante da reação cinética contínua. É realizada leitura aos 30 e aos 90 seg. (outros tempos podem ser utilizados). Necessário cubeta termostatizada. 30 seg. 90 seg. Reação com velocidade constante Velocidade não é constante Redução da velocidade por esgotamento do substrato Exemplo: Creatinina + Ácido Pícrico ⎯⎯⎯⎯→ Picrato de Creatinina 510 nm 36 3- Fase pós-analítica - Cálculos e expressão dos resultados (mg/dL, U/L,...) - Controle de qualidade - Comparação com o valor de referência - Comparação com o quadro clínico - Emissão do laudo 37 38 O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: a) identificação do laboratório; b) endereço e telefone do laboratório; c) identificação do Responsável Técnico (RT); d) nº. de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional; e) identificação do profissional que liberou o exame; f) nº. de registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do profissional g) nº. de registro do Laboratório Clínico no respectivo conselho de classe profissional; h) nome e registro de identificação do cliente no laboratório; i) data da coleta da amostra; j) data de emissão do laudo; k) nome do exame, tipo de amostra e método analítico; l) resultado do exame e unidade de medição; m) valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação; n) observações pertinentes. RDC 302, de 13 de outubro de 2005. 39 Controle de qualidade Controle de qualidade interno Controle de qualidade externo - Necessário para o acompanhamento diário da precisão e acurácia do método analítico - Necessário para a manutenção da precisão de longo prazo dos métodos analíticos • Controle de qualidade interno: - Realizado para verificar se as dosagens estão corretas e portanto se seus resultados são confiáveis e podem ser liberados, evitando erros. Calibrador e soro controle 40 - Calibrador e soro controle: São constituídos de soro humano, geralmente liofilizado, contendo vários analitos. Depois de reconstituídos com água destilada, armazenar em alíquotas. * Calibrador: é fornecido um valor fixo. Frequência de uso é variável (pode ser diário ou não). Realizado antes da rotina. Utilizado em aparelhos semi-automatizados e automatizados. * Soro controle: é fornecido um intervalo de confiança. Proceder a dosagem como se fosse a amostra de um paciente. Utilizado em aparelhos manuais, semi- automatizados e automatizados. Importância do calibrador e do soro controle 41 Calibrador Exemplo: Lote 1001 Glicose: 212 mg/dL Colesterol: 168 mg/dL Triglicerídeos: 168 mg/dL Uréia: 90 mg/dL 42 Soro controle normal Exemplo: Lote 2001 Glicose: 87 mg/dL 74 – 100 mg/dL Colesterol: 144 mg/dL 122 – 166 mg/dL Triglicerídeos: 126 mg/dL 107 – 145 mg/dL Uréia: 29 mg/dL 25 – 33 mg/dL Média Intervalo Média ± 2DP 43 - Recomendação: cada laboratório pode desenvolver o seu próprio intervalo de confiança. Para isto, analisar o soro controle no mínimo 20 vezes e em 20 dias diferentes. Soro controle alterado Exemplo: Lote 1001 Glicose: 232 mg/dL 197– 267 mg/dL Colesterol: 186 mg/dL 158 – 214 mg/dL Triglicerídeos: 182mg/dL 155 – 209 mg/dL Uréia: 110 mg/dL 94 – 127 mg/dL Média Intervalo Média ± 2DP 44 - Recomendação: cada laboratório pode desenvolver o seu próprio intervalo de confiança. Para isto, analisar o soro controle no mínimo 20 vezes e em 20 dias diferentes. 45 Avaliação do controle de qualidade interno - Gráfico de controle de Levey-Jennings (visão geral do soro controle) - Gráfico multirregras de Westgard (regras de rejeição do soro controle – erro sistemático ou aleatório) 46 Gráfico de controle de Levey-Jennings Importância: avaliar possível perda de exatidão ou precisão. Avaliar alguma tendência. 47 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 12s Regra de Alerta: ocorre quando o valor de um dos controles excede o limite da média ± 2S. Não implica em rejeição. A ocorrência é um sinal de alerta e indica que devem ser realizadas inspeções adicionais em todos os dados. 48 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 22s Regra de Rejeição (erro sistemático): - Pode ser aplicada para 1 soro controle: quando duas observações consecutivas do soro controle excedem a média + 2S ou a média – 2S. - Também pode ser aplicada para 2 soros controles: se, no mesmo ensaio, ambos controles excederem a média + 2S ou a média – 2S. 49 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 2 de 32s Regra de Rejeição (erro sistemático): - Quando duas de três observações consecutivas excedem a média + 2S ou a média – 2S. 50 Gráfico multirregras de Westgard - Regra R4s Regra de Rejeição (erro aleatório): - Deve ser aplicada para 2 soros controles: se um valor do soro controle situa-se abaixo do -2S e o outro está acima do +2S, no mesmo ensaio. 51 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 13s Regra de Rejeição (erro aleatório): - Significa que o resultado deve ser rejeitado porque o valor de um dos controles excede o limite da média ± 3S. 52 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 41s Regrade Rejeição (erro sistemático): - Pode ser aplicada para 1 soro controle: ocorre quando quatro observações consecutivas excedem a média + 1S ou a média – 1S. - Também pode ser aplicada para 2 soros controles: se, por 2 ensaios consecutivos, ambos controles excederem a média + 1S ou a média – 1S. 53 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 10x Regra de Rejeição (erro sistemático): - Pode ser aplicada para 1 soro controle: ocorre quando 10 observações consecutivas do controle estão do mesmo lado da média (acima ou abaixo). - Também pode ser aplicada para 2 soros controles: se, por 5 ensaios consecutivos, ambos controles situarem-se do mesmo lado da media (acima ou abaixo). 54 Gráfico multirregras de Westgard - Regra 7T Regra de Rejeição (erro sistemático): - Quando sete medidas de controle apresentam tendência no mesmo sentido, ou seja, apresentam progressivamente maior ou menor valor. • Controle de qualidade externo: - Processo referido como teste de proficiência (TP). - Programas externos de acreditação laboratorial: PALC, Control-Lab,... 55 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.criscenter.com.br/img/pncq.gif&imgrefurl=http://www.criscenter.com.br/&h=104&w=80&sz=4&hl=pt-BR&start=3&tbnid=u5ajDgivY95w6M:&tbnh=84&tbnw=65&prev=/images%3Fq%3Dpncq%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG Importância do controle de qualidade externo: • Assegura que os resultados dos laboratórios situem-se o mais próximo possível do valor real dos marcadores analisados. • Visa padronizar os resultados de diferentes laboratórios através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material. 56 Controle externo da qualidade (avaliação de resultados quantitativos) Amostra controle Resultado não conhecido LAC 1 LAC 2 LAC 3 LAC 4 LAC 5 ANÁLISES LABORATORIAIS Resultado 57 58 Índice = Resultado do lab. – Média geral DP geral - Diferenças maiores que 2 indicam que o laboratório não está de acordo com o restante dos laboratórios do programa de acreditação. Média geral dos laboratórios VALOR VERDADEIRO - Programas de acreditação laboratorial: comparam o resultado do laboratório com a média geral dos laboratórios (programas estatísticos, índices,....) *Se a diferença for significativa, o laboratório é alertado que seus resultados não são compatíveis com os demais participantes. O que é fornecido pelos programas de acreditação laboratorial • Bioquímica básica: soro humano liofilizado, contendo todos os analitos do setor de bioquímica. • Hematologia básica: sangue total para determinação do hematócrito, hemácias, leucócitos e hemoglobina. • Coagulação: plasma humano liofilizado para TP, TTP e fibrinogênio. • Imunologia básica: soro humano para detecção de sífilis, doença de chagas, HBsAg, HIV, mononucleose, toxoplasmose,... • Microbiologia: bactéria em meio de transporte para identificação e antibiograma; esfregaço de suspensão bacteriana ou secreção para coloração e identificação. 59 60 - A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 302, de 13 de outubro de 2005, dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos. - Esta resolução determina, entre outras coisas, que o laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos serviços laboratoriais prestados por meio do controle da qualidade. Controle de qualidade Legislação 61 Controle de qualidade interno • O laboratório clínico deve realizar Controle Interno da Qualidade contemplando: - monitoramento do processo analítico pela análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados; - definição dos critérios de aceitação dos resultados por tipo de analito e de acordo com a metodologia utilizada; - liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle. • O laboratório clínico deve utilizar amostras controle comerciais, regularizadas junto a ANVISA/MS de acordo com a legislação vigente. - Formas alternativas descritas na literatura podem ser utilizadas desde que permitam a avaliação da precisão do sistema analítico. • O laboratório clínico deve registrar as ações adotadas decorrentes de rejeições de resultados de amostras controle. • As amostras controle devem ser analisadas da mesma forma que amostras dos pacientes. RDC 302, de 13 de outubro de 2005. 62 Controle de qualidade externo • O laboratório clínico deve participar de Ensaios de Proficiência para todos os exames realizados na sua rotina. - Para os exames não contemplados por programas de Ensaios de Proficiência, o laboratório clínico deve adotar formas alternativas de Controle Externo da Qualidade descritas em literatura científica. • A participação em Ensaios de Proficiência deve ser individual para cada unidade do laboratório clínico que realiza as análises. • A normalização sobre o funcionamento dos Provedores de Ensaios de Proficiência será definida em resolução específica da ANVISA . • O laboratório clínico deve registrar os resultados do Controle Externo da Qualidade, inadequações, investigação de causas e ações tomadas para os resultados rejeitados ou nos quais a proficiência não foi obtida. • As amostras controle devem ser analisadas da mesma forma que as amostras dos pacientes. RDC 302, de 13 de outubro de 2005. 63 Noções de biossegurança NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ANVISA RDC 302, de 13 de outubro de 2005 - REGULAMENTO TÉCNICO PARA FUNCIONAMENTO DE LABORATÓRIOS CLÍNICOS. Ministério do Trabalho 64 RDC 302, de 13 de outubro de 2005 Biossegurança: - O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem manter atualizados e disponibilizar, a todos os funcionários, instruções escritas de biossegurança, contemplando no mínimo os seguintes itens: a) normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental; b) instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva (EPC); c) procedimentos em caso de acidentes; d) manuseio e transporte de material e amostra biológica. - O Responsável Técnico pelo laboratório clínico e pelo posto de coleta laboratorial deve documentar o nível de biossegurança dos ambientes e/ou áreas, baseado nos procedimentos realizados, equipamentos e microorganismos envolvidos, adotando as medidas de segurança compatíveis. 65 Limpeza, Desinfecção e Esterilização: - O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir instruções de limpeza, desinfecção e esterilização, quando aplicável, das superfícies, instalações, equipamentos, artigos e materiais. - Os saneantes e os produtos usados nos processos de limpeza e desinfecção devem ser utilizados segundo as especificações do fabricante e estarem regularizados junto a ANVISA/MS, de acordo com a legislação vigente. RDC 302, de 13 de outubro de 2005 66 Produtos saneantes (ANVISA) - Álcoois: etílico e isopropílico são os principais desinfetantes utilizados em serviços de saúde. Características: bactericida, virucida, fungicida e tuberculocida. Não é esporicida. Concentração de uso: 60% a 90% em solução de água volume/volume. - Compostos inorgânicos liberadores de cloro: hipocloritos de sódio e cálcio. Características: bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida, dependendo da concentração de uso. Concentração de uso: 0,02% a 1,0%. 67 - Compostos quaternários de amônio: alguns dos compostos mais utilizados são os cloretos de alquildimetilbenzilamônio e cloretos de dialquildimetiamônio. Características: bactericida, virucida (somente contra vírus lipofílicos ou envelopados) e fungicida. Não apresenta ação tuberculicida. É pouco corrosivo e tem baixa toxicidade. - Compostos fenólicos: os compostos fenólicos sintéticos compreendem os cresóis, fenilfenol e outros. Estão em desuso, devido à toxicidade. Características: bactericida, virucida, micobactericida e fungicida. Não é esporicida. Produtossaneantes (ANVISA) 68 NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE - A utilização de pias de trabalho para fins diferentes dos previstos; - O ato de fumar e o uso de adornos (anéis, pulseiras, relógios,..) nos postos de trabalho; - Unhas compridas: unhas devem estar curtas e limpas - O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; - A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; - O uso de calçados abertos. Proibições: 69 NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE - A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. - Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. - O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço. - O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. - Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas. Vacinação: 70 - Para os recipientes destinados a coleta de material perfuro-cortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. Caixa com paredes resistentes. - O recipiente para acondicionamento dos perfuro-cortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. - Os sacos plásticos, utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde, devem ser preenchidos até 2/3 de sua capacidade e fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento. Resíduos: NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE 71 NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE Equipamentos de proteção coletiva: - Cabines de segurança biológica (CSB): Classe II indicada para laboratórios clínicos. - Chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados semanalmente; Cabine com a finalidade de oferecer proteção aos trabalhadores e ao meio ambiente dos agentes químicos e biológicos. Protegem também o produto ou ensaio executado no interior da cabine dos contaminantes existentes no local onde ela está instalada e da contaminação cruzada no interior da própria cabine. 72 - Luvas de procedimento: O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas. - Avental confeccionado de material impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, manga comprida e punho justo. - Óculos de proteção; lentes de contato devem ser evitadas. NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE Equipamentos de proteção individual:
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