290 pág.

Pré-visualização | Página 46 de 50
no SUAS, a perspectiva da “matricialidade sociofamiliar” TÓPICO 4 | A TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS 157 com papel de destaque no âmbito da Política Nacional de Assistência Social. (ALENCAR, 2013, p. 133). O assistente social pode encontrar neste contexto o diferencial no trabalho, não realizar ações somente para famílias com perfil de matricialidade, onde só a mulher é responsabilizada pela proteção da família, mas investir na participação de toda a família, independente do perfil familiar. Com essa percepção, o assistente social tem a possibilidade de realizar um trabalho com mais envolvimento com os usuários, e não cair em uma prática alienada no desenvolvimento do seu trabalho profissional. Por isso é importante analisar o contexto social das famílias e indivíduos, que serão atendidas por meio da assistência social, buscando de forma crítica prestar esse atendimento. Esse é um diferencial no trabalho do assistente social, não tratar uma situação que necessita de uma intervenção apenas como mais um caso, sem uma análise contextualizada da realidade. A pesquisa é ainda um recurso importante no acompanhamento da implementação e avaliação de políticas, subsidiando a (re)formulação de proposta de trabalho, capaz de ampliar o espaço ocupacional dos profissionais envolvidos. (IAMAMOTO, 2011, p. 146). Outra questão que é importante ressaltar, presente na Política Nacional de Assistência Social que criou o SUAS: que a Assistência Social é literalmente para a classe subalterna, ou seja, para a família que está em situação de vulnerabilidade social. (PNAS/2004, NOB/SUAS, 2005, p. 33) Porém, esse trabalho poderia ser diferente. Em vez de ser interventivo, ser de prevenção, como exemplo: promover atividades de esporte aos filhos das famílias atendidas e para toda a comunidade próxima aos CRAS, antes que os jovens se envolvam com drogas e com o crime organizado. Isso poderia acontecer se o Estado investisse mais nas demais políticas sociais para atender à necessidade da demanda de cada local. Essa conquista pode fazer parte de uma busca diária no exercício do trabalho do assistente. FONTE: BRANDÃO, Thiago Bazi; ALMEIDA, Adriana Alves dos Reis. Os desafios da atuação do assistente social com família no campo socioassistencial, 2014. Trabalho de Conclusão de Curso. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Lato Sensu em (Serviço Social, Política Social e Família). Universidade Católica de Brasília. Disponível em: <http://repositorio.ucb.br/jspui/handle/10869/3346>. Acesso em: 15 fev. 2015. 158 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste quarto tópico estudamos a tipificação nacional de serviços socioassistenciais, compreendendo os seguintes aspectos: • Percebemos o crescimento das ações estatais voltadas à proteção social, como forma de erradicar a pobreza extrema e diminuir as desigualdades sociais. • Compreendemos que a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais é uma forma de organizar a assistência social por níveis de complexidade do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. • Esclarecemos a diferença entre situação de vulnerabilidade social e de risco social, especificando vários exemplos. • Especificamos a importância de recorrer às leis, estatutos, políticas, programas, normas, decretos, buscando sempre em sua forma mais atualizada, consolidada. 159 1. As ações estatais voltadas à proteção social foram ampliadas e consolidadas, assim também surgiram várias siglas, termos, programas sociais, leis, resoluções. Refletindo sobre a amplitude da política de seguridade social, associe os itens, utilizando o código a seguir: I – TIPIFICAÇÃO. II – CRAS. III – CREAS. IV – NOB SUAS. ( ) Organiza o modelo da proteção social, normatizando e operacionalizando os princípios e diretrizes de descentralização da assistência social na realidade brasileira. ( ) Proteção social de pessoas e famílias que ainda não estão em situação de risco social, mas precisam de proteção e promoção social. ( ) É uma forma de organizar a assistência social por níveis de complexidade, compreendendo: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. ( ) Prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – IV – III – II. b) ( ) IV – II – I – III. c) ( ) II – I – IV – III. d) ( ) I – III – II – IV. AUTOATIVIDADE 160 161 UNIDADE 3 REDISCUTINDO AS QUESTÕES SOCIAIS E SUAS EXPRESSÕES NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ORDEM SOCIETÁRIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • conhecer, analisar as possibilidades e alternativas de reversão do agrava- mento das expressões da questão social, especificamente, os desafios que deverão ser enfrentados no novo milênio pelos diversos setores da socie- dade; • refletir sobre a construção de uma nova ordem societária, procurando sin- tonizar o serviço social na contemporaneidade brasileira; • abordar o tema da desigualdade social, as concepções dos sistemas de in- dicadores e os objetivos do desenvolvimento social do milênio; • analisar e discutir a reconstrução da sociedade pelo desenvolvimento da cultura, da liberdade e da condição humana do sujeito. A Unidade 3 está dividida em quatro tópicos e, ao final de cada um deles, você terá a oportunidade de ampliar seus conhecimentos realizando as ativi- dades propostas. TÓPICO 1 – POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS DE REVERSÃO DO AGRAVAMENTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL TÓPICO 2 – REFLEXÕES SOBRE UMA NOVA ORDEM SOCIETÁRIA: SIN TONIZANDO O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE TÓPICO 3 – A DESIGUALDADE SOCIAL E CONCEPÇÕES DOS SISTEMAS DE INDICADORES TÓPICO 4 – RECONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE PELA REDUÇÃO DAS VULNERABILIDADES E REFORÇO A RESILIÊNCIA HUMANA 162 163 TÓPICO 1 POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS DE REVERSÃO DO AGRAVAMENTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Este primeiro tópico tem por objetivo apresentar algumas reflexões a respeito das possibilidades e alternativas de reversão do agravamento das expressões sociais da questão social no Brasil. Você irá rever e rediscutir as novas expressões sociais consideradas como expressões sociais, que se mostram na realidade brasileira, bem como os dilemas que o Estado deverá resolver ou equacionar de fato. Serão abordadas as implicações das expressões sociais que são rebatidas e enfrentadas pelo primeiro, segundo e terceiro setor, em alguns casos de forma paliativa e conformista, clientelista e não democrática e em outros de forma intencional, consciente e crítica, democrática e transformadora na construção de novos valores sociais e de uma nova realidade brasileira, mais humana, justa e participativa. 2 OS DESAFIOS DAS EXPRESSÕES MULTIFACETADAS DA QUESTÃO SOCIAL Os desafios para melhorar a qualidade de vida no mundo e no Brasil são imensos e parecem infindáveis, visto o agravamento das expressões sociais que se multiplicaram, se transformaram e se configuraram em outras “roupagens”, problemas antigos e novos, porém em sua gênese questões sociais anteriormente e historicamente, não abordados, não prevenidos e não resolvidos. Assim, como o capitalismo teve um acirramento em sua forma de se desenvolver e se constituir com a efetivação da chamada globalização e internacionalização da economia, consequentemente as expressões sociais também se proliferaram no cenário contemporâneo mundial e brasileiro.