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Hematologia – Estudo do sangue – Análises Clínicas III Introdução Origem das células do sangue. O sangue é um tecido fluido. o Sangue é: Porção celular → 45% → Hematócrito Plasma → 55% → Água (92%) + Proteínas, sais e outros constituintes orgânicos (8%) O hematócrito é formado por eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Hematócrito é basicamente o volume ocupado dos eritrócitos. o Marcadores celulares: Volume total de eritrócitos → Isótopo radioativo 51Cr → eritrócitos Volume Plasma → Iodo radioativo → proteína albumina o Composição do plasma: - Componentes orgânicos - Componentes inorgânicos - Componentes lípides A proteína mais importante do plasma é a albumina, que contribui para a manutenção da pressão osmótica coloidal (pressão oncótica). Todas são formadas por hepatócitos, exceto as imunoglobulinas (linfócitos B e plasmócito) o Fluxo sanguíneo: Eritrócitos → central do fluxo Leucócitos e plaquetas → posição lateral / próximo a parede vascular. Fibrinogênio e imunoglobulina facilita a aproximação dos eritrócitos. Ou seja, excesso de imunoglobulina, faz com que essa justa posição se torne acentuada. o Células do Sangue / Origem: eritrócitos Célula - tronco leucócitos plaquetas - Célula indiferenciada pluripotente: Se encontram no baço, fígado e medula óssea. Capaz de auto – renovação. - Célula Indiferenciada mieloide (CFU – GEMM) (G) Granulocíticas, (E) eritrocitárias, (M) monocitária e (M) megacariocitária Incapaz de auto – renovação. - Célula indiferenciada linfoide: Linfócitos T (Timo – dependente) Linfócitos B (Bursa – símile – dependente) Incapaz de auto – renovação o Medula óssea: Medula óssea é o órgão central formador de sangue. Ela se situa em ossos esponjosos no adulto, em crianças a medula óssea se encontra em quase todos os ossos. Medula ativa → Vermelha escura (Vascularização) Medula inativa → Amarelo (Cél. Gordurosas) Hematopoese Formação de células do sangue: 1° Multiplicação e 2° Maturação. 7° a 8° semana → Embrionário 8° semana ao 4° mês → Saco vitelino → Período Embrionário 4° ao 6° mês → Baço e fígado → Período Hepatoesplenico 6° mês adiante → Medula Óssea → Período Medular A hematopoese fetal inicia-se no fígado. 42° dia: sintetizam cadeias globinicas alfa e gama (Hemoglobina) o Microambiente Medular: Microambiente Medular é formado por células estromais e matriz extracelular (ECM) Estrutura tecidual característicos é cordões medulares, com rede vascular rico em células hematopoiéticas e células estromais. Essas células provêm dos elementos indiferenciados pluripotentes. Stem-cells hematopoiética → se diferencia em células sanguíneas Stem-cells mesenquimais → se diferencia em células estromais Estroma medular: Macrófagos, fibroblastos, células reticulares, adipócitos e células endoteliais. Matriz extracelular: Fibronectina, hemonectina, laminina, colágeno, proteoglicano (Macromoléculas secretadas pelas células estromas) o Função do ECM: - Permitir a fixação das Stem-cells trazidas pela circulação periférica ao estroma medular. - Propiciar o contato íntimo entre as células. o Sistema regulador da hematopoese: - Stem – cells - Receptores específicos da membrana - Células estromais produtoras dos fatores de crescimento hematopoiético - Moléculas formadoras da matriz extracelular. Linfócito B – produzido na medula óssea Linfócito T – produzido no timo. Na idade adulta, o baço e o fígado deixam de ter função hematopoiética. Caso haja formação de células sanguíneos no fígado e no baço, existe uma hematopoese anormal (Metaplasia mieloide). A células sanguíneas maduras atravessam a parede do sinusoides medulares e são lançados na corrente sanguínea. - Eritrócitos / Hemácias: Encarregados das trocas gasosas (O2 e CO2), entre os tecidos e o meio ambiente por meio da hemoglobina. - Células granulocíticas (movimentação ativa): São células de defesa contra agentes externo, tais como: Bactérias, fungos, virus, etc. Ex: Eosinófilo, neutrófilo, basófilo. - Monócito e Macrófagos: Defesa do organismo. Capacidade de fagocita qualquer corpúsculo estranho, e participam das reações imunológicas. - Linfócitos e os plasmócitos: Envolvias nas reações de reconhecimento de agentes que provêm do meio externo, agindo diretamente sobre eles (Linfócito T) ou por intermédio da secreção de anticorpos (Linfócito B e plasmócito). - Plaquetas: São elementos importantes nos fenômenos que resultam na hemostasia. ➢ Proliferação e Maturação dos Stem- cells ou células pluripotentes indiferenciadas: São células que possuem capacidade de se auto renovar e se diferenciar em células sanguíneas e do sistema imune. Antígeno CD34 – faz a adesão da célula ao estroma. Presente de 1 a 3% das células medulares. No sangue periférico sua porcentagem abaixa → 0,1% No cordão umbilical sua porcentagem é de 1% HSCs – células hematopoiéticas pluripotentes: Se renovam e se diferenciam MPPs – células indiferenciadas mieloides e linfoides: Não se renovam, mas se diferenciam. CMPs – células mieloides granulocitária e monocitária megacariocitária e eritrocitária. CLPs – linfócito T,B E Linfócito NK. As celulas são sensiveis a radiação ionizantes (RAIO -X, isotopo radioativos), a proditos quimicos (Benzenp, etc.). Pode ocorrer lesão de grande numero de stem – cells, reduzindo quantitativamernte o numero destas. Pode tambem lesar o microambiente hemopoetico, levando a necrose e fibrose medular. o Células formadoras: - CFU -S: (CFU) Célula jovem e indiferenciadas, capaz de formar todos os tipos de colônia. (S) Material do baço – Spleen - CFU – GEMM: Forma precursores das linguagens (G) Granulocíticas, (E) Eritrocítica, (M) Monocitária (M) Megacariocitária. - CFU – GM: Apenas formadora de (G) Neutrófilos e (M) Monócitos. - CFU – E: Apenas (E) Eritroblastos - CFU – Eos: Apenas (Eos) Eosinófilos. - CFU – Bas: Apenas (Bas) Células basófilas, também monócitos. - CFU – Meg: Apenas (Meg) Megacariócitos – Plaquetas. - GM – CSF: Fator estimulador de colônias granulocíticas e monocitárias. o Fatores estimuladores: - G – CSF: Fator estimulador de colônias granulocíticas - M – CSF: Fator estimulador de colônias monocitárias. - BFU – E: Fator estimulador da proliferação de progenitores eritroblastos. - EPO (Ep): Eritropoetina – estimula diferenciação de progenitores eritroblasticos. o Fatores da hemopoese: Estimulam ou inibem a proliferação e diferenciação (maturação) celular. Citocinas: - CSF (fator de crescimento) → Mieloides - Ils (interleucinas) → linfoides Os macrófagos e os linfócitos do estroma medular atuam de forma decisiva na hemopoese. o Exemplos de citocinas: Pluripoetina → FONTE: Linfócitos → ALVO: Células granulocíticas jovens. Estimula formação de colônia de granulócitos e macrófagos Provoca leucocitose. Maior poder bactericida dos neutrófilos (↑O2). Pluripoetina α → FONTE: Idem→ ALVO: Idem. Estimula, preferencialmente, a diferenciação de granulócitos. Eritropoetina → FONTE: Rim, Macrófagos → ALVO: Células eritrocitárias jovens Estimula a diferenciação de eritroblasto. Produção de hemoglobina. Trombopoetina → FONTE: Macrófagos → ALVO: Células megacariocitáriajovens Estimula a diferenciação dos megacariócitos e a produção de plaquetas. ➢ Série vermelha: Achados na medula óssea: Pró eritroblasto (PE): 1° célula precursora da eritropoiese. Tem capacidade de se dividir, originando duas células filhas, e estas se dividem, até formar 16 células diferenciadas. Eritroblasto basófilo: 2° célula precursora Tem capacidade de divisão celular. Eritroblasto Policromatófilo (EPC): É o precursor encontrado em maior proporção no esfregaço de medula óssea. Neste ocorre síntese de hemoglobina. Eritroblasto Ortocromático (EOC): Citoplasma já repleto de hemoglobina. Estas células perdem o núcleo, fagocitado pelos macrófagos medulares, podendo atravessar as paredes dos capilares sinusoides e entrar na corrente sanguínea. Achados no sangue periférico: Reticulócito (RT): Estão presentes no sangue em torno de 1 a 1,5% do total das hemácias. São células recém lançadas na circulação. Contém resto de RNA. Ao atravessarem os sinusoides do baço, sofrem ação dos macrófagos, tornando -se eritrócitos maduros. Hemácias / Eritrócitos: Célula final e madura da eritropoiese. A maturação dos eritroblastos até reticulócito é estimulada em torno de 5 dias. Indivíduo Normal: 5.000ml sangue → 3.000ml plasma + 2.000ml hemácias = 800g hemoglobina. ➢ Hemácias: Forma de disco bicôncavo. Célula com excesso de membrana citoplasmática, para o conteúdo hemoglobínico que transporta. À medida que circula, perde porções da membrana adquirindo a forma de esferócito. Acaba sendo retido na via malha de sinusoides do baço, onde é fagocitada por macrófagos locais. Os macrófagos digerem as células fagocitadas, retendo o FERRO, que é reaproveitado na síntese da hemoglobina pelos eritroblastos. Nursing Cells → Macrófago rodeado de eritroblastos Acúmulo de ferro: grânulos de ferritina na superfície da membrana. Podem ser visualizados por uma reação citoquimica, reação de Peels ou do azul – da – Prússia. Eritrócitos com acúmulo de ferro → SIDERÓCITOS Eritroblastos com acúmulo de ferro → SIDEROBLASTOS Anomalia na proliferação e amadurecimento dos eritroblastos, são encontrados depósitos de grãos contendo ferro em todo citoplasma, dando origem aos chamados sideroblastos em anel. Encontrados em Anemias refratárias ou sideroblasticas. ↑ N° sideroblastos na medula óssea. ↑ Deposito de hemossiderina nos macrófagos da medula, do baço e do fígado. Hemossiderina: pigmento ferroso, amarelo – escuro, encontrado em macrófagos. As células jovens ou precursoras da linhagem eritroblastica são encontradas apenas na medula óssea. 20 a 25% do total de células nucleadas do mielograma. 3 / 1 – G/E. Granulócitos Eritroblastos Hemorragias crônicas e nas anemias hemolíticas ocorre hiperplasia (aumento benigno de uma multiplicação) dos eritroblastos, e a relação G/E diminui. Ex: G/E = 3/3. Doenças mieloproliferativas (leucemia mieloide crônica), ocorre hiperplasia granulocíticas. Ex: G/E = 5/1 ou 8/1. Anemia carenciais aparecem megaloblastos (células eritrocitárias gigantes). Macrófagos esplênicos (fagócitos presentes no baço) → Pitting e Remodeling. Pitting – Retirar os corpúsculos intracitoplasmáticos (RNA) dos reticulócitos. Remodeling – Retirar o excesso de membrana. Eritropoiese ineficiente – Perda de células durante a maturação. Quando o baço está anatomicamente alterado ou ausente (esplenectomia), há um aumento dos eritrócitos defeituosos e dos reticulócitos. ➢ Controle da Produção de Eritrócitos: 10% dos eritrócitos são destruídos diariamente. Fator que regula a emissão dos eritrócitos é o nível das trocas gasosas de gases entre células e tecidos. Oxigenação dos tecidos → regulação da produção. ↓ O2 (hipóxia) = ↑ eritropoiese ou ↑ O2 (hiperxia) = ↓ eritropoiese ➢ Eritropoetina (EPO): Quanto diminui a concentração de O2 cedida pelo sangue aos tecidos, leva a secreção da eritropoetina. Atua na medula óssea, levando ao aumento da produção de eritrócitos. Indivíduos com esse estímulo ativo, tem o aumento de eritropoetina no plasma e na urina. É secretada por células tubulares ou células endoteliais peritubulares dos rins. Além dos rins, 10% é produzida no fígado ou macrófagos da medula óssea. Ela atua como: - Estimulando a proliferação das células indiferenciadas medulares (Stem-cells), produzindo maior número de mitoses. - Estimula o amadurecimento das células indiferenciadas, realizando a eritropoiese. (Surge os primeiros eritroblastos) - Estimula a síntese da hemoglobina. - Aumenta a taxa de reticulócitos no sangue. Para se observar essa eritropoiese estimulada, é encontrado dentro da medula óssea acúmulos de eritroblastos e numerosas figuras de mitose. Outras alterações: Alterações naturais: ↑ EPO = Fator endógeno (Flebotomia: incisão ou sangria venosa.) Outras substâncias: testosterona ou os andrógenos de modo geral. Sua alteração se dá por dois modos: Produção das CFU -E e Produção de EPO. Obs.: Uma possível causa que os homens contêm níveis de hemoglobina mais elevados que das mulheres. Fatores nutricionais (FERRO, VITAMINA B12 E FOSLATO): ➢ Ferro: É fornecido pela dieta habitual. Apenas 5 a 10% é absorvido. Ele se apresenta na forma inorgânica (Fe +++ ou Fe ++), ou sob forma de HEME, ligado a mioglobina da carne. O tipo da dieta ingerida, modifica a capacidade de absorção do ferro pela mucosa intestinal. Ovos são mais complicados para absorção, enquanto leite e carne são absorvidos com mais facilidade. Absorção do ferro: Sua absorção é processada na parte superior do intestino delgado, pelas células da mucosa. Suas formas diferentes (inorgânicos e ligado ao heme) tem mecanismo diferente de absorção. O ferro inorgânico é absorvido pelas células, as quais retém parte desse ferro para si. Essa porção é incorporado pelas mitocôndrias, e o restante pode atravessar o citoplasma, entrando na circulação sanguínea. O ferro hêmico é absorvido pelas células, se separa primeiramente do heme por ação da enzima hemeoxigenase, e depois segue a mesma via do ferro inorgânico. Há necessidade de ferro no organismo → MAIOR QUANTIDADE PASSA AO SANGUE Ou seja, menor quantidade de ferritina no citoplasma da célula, fazendo com que todo o ferro atravesse a célula e cai na circulação sanguínea. Não há necessidade de ferro no organismo → ELE SE LIGA Á FERRITINA E MAIOR QUANTIDADE É EXCRETADA PELAS FEZES. Ou seja, maior quantidade de ferritina no citoplasma da célula, que detém maior quantidade deste elemento, evitando seu aumento desnecessário na circulação. Regulação deste mecanismo (ETAPAS): 1° - Ferro sofre ação de uma enzima redutora, a ferrorredutase presente na mucosa intestinal, transformando Fe +++ em Fe ++. 2° - O Fe ++ se liga a uma proteína (DMT1), que o transporta para dentro da célula intestinal (enterócitos/células absortivas). 3° - No interior dos enterócitos, o ferro passar ao plasma (circulação sanguínea) ou permanecer retido em forma de ferritina. 4° - A passagem do ferro ao plasma necessita da ação de uma proteína (IRP), localizada na membrana basal. 5° - O ferro que ficou nos enterócitos, é ligado a ferritina, e eliminado nas fezes com a descamação da mucosa intestinal. Mecanismos de regulação de absorção de ferro: Ingestão de ferro na dieta → quando esta contém excesso de ferro, não ocorre absorção pela mucosa, pois já acúmulo deste sob a forma de ferritina. Estoque regulador → Quando há acúmulo de ferro nos estoques, sua absorção também é reduzida Necessidade de ferro para eritropoese → Importante nas anemias, ocorre um estímulo conduzido por substâncias originarias na medula óssea. O ferro transportado ao plasma, tem seu aproveitamento pela medula óssea na eritropoese e o deposito sob forma de ferritinae de hemossiderina. Na eritropoese requer uma quantidade de ferro muito maior que a fornecida pela ingestão diária. Cerca de 20 a 25mg. A maior parte provém do ferro reaproveitado de eritrócitos circulantes destruídos. Esse ferro é armazenado por macrófagos e fornecido as células precursoras eritroblasticas da medula óssea. Ferro plasmático: O ferro passa a circulação através de uma proteína chama transferrina ou siderofilina → Transferrina: Glicoproteína sintetizada no fígado. Com auxílio de seus receptores, ela se liga a dois átomos de ferro, cedendo-os aos eritroblastos da medula óssea ou a outros tecidos, nos quais ele ficara armazenado. Desse modo, não é ferro livre no plasma. Em condições normais: ➔ 250 – 400 ug/dl – Transferrina do plasma ➔ 80 – 160 ug/dl – Ferro plasmáticos Ou seja, apenas uma terça parte de transferrina se encontra ligada ao ferro. A transferrina tem dois receptores com funções diferentes: Um deles é capaz de doar ferro aos eritroblastos medulares e as células da placenta. O outro cede ferro aos órgãos que servem de deposito, como o fígado. Depósito de ferro: O ferro não tem via de excreção. Ele é absorvido no intestino, porém, não é eliminado. Devido a isso, existe um mecanismo específico para sua conservação e deposito no organismo. Mediante maior ou menor quantidade de ferritina contida nas células intestinais, pode-se avaliar o grau de ferro pela medula óssea. Homem normal → ¼ do ferro absorvido é retido em depósitos. Na mulher, os níveis são menores, devido a perdas menstruais periódicas. O ferro se deposita ligado a duas proteínas → ferritina e hemossiderina. São fontes de ferro armazenado, no qual o organismo lança mão quando há necessidade da formação do heme, parte integrante da hemoglobina. A maior parte está ligada a ferritina, que é mais fácil liberada quando á necessidade de ferro aos eritroblastos. A hemossiderina, corresponde de agregados grosseiros de ferritina, uma forma mais estável e menos acessível desse ferro de deposito. Quantidade total de ferro no corpo → 40 a 50 mg/kg de peso. 30 mg/kg → contidos na hemoglobina 10 a 12 mg/kg → ferro de deposito, sob forma de ferritina e hemossiderina. Os macrófagos titulares desempenham papel importante no transporte e no armazenamento do ferro. Existe dois tipos de macrófagos: - Retém o ferro em seu citoplasma, através de fagocitose de eritrócitos envelhecidos, mas não é capaz de ceder este elemento a medula óssea. - Retém o ferro em seu citoplasma, através de fagocitose de eritrócitos envelhecidos, é capaz de ceder o ferro, que será reaproveitado para formação de novos eritrócitos pela medula óssea. ➢ Vitamina B12: A vitamina B12 ou cobalamina está presente nos alimentos de origem animal, especialmente leite, carne e ovos. A necessidade diária dessa vitamina é de 1 – 2 ug, quase sempre inferior a quantidade ingerida na dieta. Existe uma reserva de vitamina B12 de cerca de 3.000ug, suficiente para manter níveis plasmáticos normais por muito tempo, mesmo sob regime dietético deficiente. Absorção da vitamina B12: 1° - No estomago: A vitamina b12 chega ao estomago ligada a proteínas dos alimentos. No estomago, estas proteínas vão sofrer a digestão pela pepsina, liberando a vitamina b12, que se liga em uma nova proteína (R-proteína). 2° - No duodeno: As proteases pancreáticas (enzima digestiva de proteína) degradam a R-proteína, e a vitamina b12 é liberada, e passa a se unir a outra proteína (fator intrínseco). O fator intrínseco é secretado pelas células especializadas (parietais) ao nível da mucosa gástrica (estomago). A ligação da vitamina b12 ao fator intrínseco forma, na mucosa, um complexo que deve resistir as enzimas proteolíticas da luz intestinal, pois ele só será absorvido ao nível da mucosa do íleo. 3° - Na mucosa ileal: Absorve o complexo vitamina b12 – fator intrínseco, pois possui receptores cuja estrutura anatômica é apropriada para essa função. Enquanto o fator intrínseco é degradado no interior dos enterócitos, a cobalamina (vitamina b12) se fixa firmemente a sua proteína transportadora fisiológica: a transcobalamina II, e após algumas horas já pode ser encontrada no plasma. Existe outra proteína transportadora, a transcobalamina I, mas a afinidade da vitamina b12 com essa é bem menor do que a da transcobalamina II. Deficiência congênita dessa proteína transportadora produz anemia megaloblástica severa. Função da vitamina B12: A vitamina b12 é essencial para a produção normal das células do sangue e para a função do tecido nervoso. Existe correlação entre a função dessa vitamina com a do acido fólico, pois o metabolismo dessas substâncias se entrelaça em certos pontos. Ela atua como co-enzima (molécula orgânica unida a um enzima) em duas vias metabólicas: 1° Atua na conversão da homocisteína em metionina através da síntese de radical CH-3 (Metila). 2° Atua na conversão do ácido metilmalônico em ácido succínico. Importante saber: A homocisteína é um aminoácido presente no plasma do sangue que está relacionado com o surgimento de doenças cardiovasculares como AVC, doença coronariana ou infarto cardíaco, e distúrbios neurológicos, aparecimento de tumores, além da anemia. A metionina é um aminoácido sulfurado essencial que participa na síntese de proteínas. - 1° via de atuação: A cobalamina recebe o radical metila do metiltetraidrofotato, transformando-se em metilcobalamina. Logo após, ela cede o radical á homocisteína, que se transforma em metil-homocisteína ou metionina. (Correlação entre cobalamina, folato e metionina). O tetrahidrofolato que resulta na perda do radical metila, serve como substrato para a síntese de purina e pirimidina, e na conversão de serina em glicina, tendo a vitamina b6 como co-fator. Esse é o ponto importante para o metabolismos das células medulares. Tanto a timidina quanto a purina são importantes para a síntese de ácidos nucleicos das células: o RNA e o DNA. Quando tem deficiência desse folato (tetrahidrofolato), o metabolismo se altera e se acumula um excesso de Figlu, que passa a ser eliminada na urina. A determinação de Figlu na urina pode servir como indicador de deficiência de folato ou vitamina b12. - 2° via de atuação: A cobalamina atua na via metabólica dos ácidos graxos tricarboxilados, convertendo o acido metilmalônico em ácido succínico (importante para a síntese do heme). Além das duas atuações acima, a vitamina b12 interfere na absorção dos folatos pelas células medulares. Quando ocorre deficiência de b12, há também deficiente utilização dos folatos para eritropoese pela medula óssea. Sua importância: O metabolismo da vitamina b12 e dos folatos está intimamente relacionado. Quando ocorre deficiência de metilcobalamina, ocorre defeito na transferência de radicais metila do metiltetraidrofolato para a formação de tetrahidrofolato. Essa deficiência causa redução da síntese de DNA, bem como purina e pirimidina. Todas as células medulares sofrem essa alteração metabólica, resultando em numerosas alterações morfológicas tais como gigantismo celular, modificações cromatínicas grosseiras e alterações cromossômicas. Causa: Eritropoese ineficiente: As células eritroblasticas tem maturação anômala, síntese de DNA lente ou parada de maturação e morte intramedular. Transformação megaloblástica da medula óssea: Observação no esfregaço medular revela hipercelularidade global, isto é, as células são de grande tamanho e os núcleos, volumosos, atípicos, apresentando cromatina irregularmente distribuída. Alteração no sangue periférico: Eritrócitos circulantes grandes (macrócitos e megalócitos), basófilos e apresentam formas gigantes (poiquilocitose). Portanto, a vitamina b12 é fundamental para: - Necessária à eritropoiese (maturação das hemácias), e em parte do metabolismo dos aminoácidos e dos ácidos nucleicos; - Previne problemas cardíacos ederrame cerebral. - Necessária para uma boa manutenção do sistema nervoso. ➢ Hemoglobina: É uma substância pigmentada formada por duas partes: 1° porção com ferro, denominada heme. 2° porção proteica, denominada globina. A principal função da hemoglobina é promover a absorção, o transporte e a liberação do oxigênio aos tecidos. 1° O ferro do heme chega à célula formadora de hemoglobina ou eritroblasto ligado à sua proteína transportadora – transferrina. 2° O complexo ferro – transferrina é ligado a membrana da célula. Após a liberação do ferro no citoplasma celular, e transferrina volta ao plasma sem o ferro (apotransferrina), voltando a atuar como transportadora. 3° O ferro intracitoplasmático entra na mitocôndria para que se processe a síntese do heme. 4° Em caso de excesso de ferro, ele se deposita em forma de ferritina em pequenos agregados semicristalinos no citoplasma. Formando os sideroblastos (eritroblastos) e os siderócitos (eritrócitos). Síntese do heme: O heme é formado por quatro anéis pirrólicos ligados entre si por um átomo de ferro. Para realizar a síntese do heme, os eritroblastos usam os aminoácidos glicina e ácido succínico. Uma molécula de glicina e uma de ácido succínico se condensam formando o acido delta levulínico ou ∆ ALA. Depois disso, duas moléculas de ALA se condensam para formar um anel pirrólicos, sob a ação da enzima denominada ALA- deidratase. Quatro anéis pirrólicos reagem, formando um anel tetrapirrólico. Esse anel tetrapirrólico permanece unido por pontes de meteno, formando o que se denomina protoporfirina. Nesse ponto, o ferro é incorporado á molécula, formando o heme. O heme fica localizado numa ‘’bolsa’’ hidrofóbica na estrutura da molécula de globina, que protege da oxidação do Fe ++ a Fe +++. A síntese necessita de 8 enzimas para ocorrer: (1) ALA-sintetase (2) ALA-deidratase (3) Porfobilinogenio-deaminase (4) Urobilinogênio-sintetase (5) Uroporfirinogenio-decarboxilase (6) Coproporfirinogenio-oxidase (7) Protoporfirinogenio-oxidase (8) Ferroquelatase (une o ferro). A primeira e as três últimas enzimas se situam na mitocôndria dos eritroblastos, enquanto as demais se localizam no citoplasma (citosol). Até a fase do reticulócito pode haver incorporação do ferro para formação do heme. Quando a insuficiência de ferro, a protoporfirina do interior do eritroblasto aumenta. Isso é observado na anemia por carência de ferro e quando há eritropoese ineficiente. A produção do heme obedece a um mecanismo retrorregulável, isto é, a produção das enzimas, em especial da ALA-sintetase, pode aumentar toda vez que há maior necessidade de formação de eritrócitos. Atualmente são conhecidos os genes responsáveis pela produção das várias enzimas envolvidas na síntese do heme. Um mecanismo genético responsável pela deficiência de algumas dessas enzimas, resultam as patologias humanas conhecidas como porfirinas. Síntese da globina: A globina constitui a maior porção da molécula da hemoglobina. Enquanto a síntese do heme ocorre na mitocôndrias, a síntese da globina ocorre no ribossomo citoplasmático. A formação da globina é comanda por genes das células eritroblasticas, existindo quatro diferentes genes capazes de comandar a síntese das quatro cadeias polipeptídicas que formam as globinas normais do indivíduo adulto. Cadeias polipeptídicas: alfa (α), beta (β), gama (γ) e delta (δ). Síntese de cada uma dessas cadeias é controlada pelos genes α (localizado no cromossomo 16) e pelos genes β, γ e δ (localizados no cromossomo 11) Cada molécula dos quatro tipos de globinas são chamados de monômeros, se associando em pares são chamadas de dímeros. Quando associado a quatro cadeias, formam os tetrâmeros. Cada tetrâmeros tem: 2 cadeias α → (α2) → cada α possui 141 aminoácidos. No individuo adulto, o outro par é representado por: 2 cadeias β → (β2) → cada β possui 146 aminoácidos. Hemoglobina do adulto → HbA = α2β2 As cadeias das globinas se enrolam sobre si mesmas, formando segmentos ou hélices. No seu interior, protegidos pelas dobras das hélices, estão os grupos hemes, ligados a um aminoácido (histidina) e situados entre os segmentos E e F. A proteção do heme contra a penetração de água é necessária para q ele se combine melhor com o oxigênio (meio hidrófobo). Para cada cadeia globina tem um grupo heme, cada um com seu átomo de ferro. No individuo adulto existe ainda outro tipo de hemoglobina → A2 (HbA2) = α2δ2. No nascimento: HbA (α2β2) aumenta, chegando a 20 – 30 % das hemoglobinas do indivíduo. HbF – hemoglobina fetal (α2γ2) representa 70 – 80% das hemoglobinas do indivíduo. 5° mês de vida: HbA atinge níveis semelhantes de um adulto HbF passa a representar uma % mínima. Individuo adulto: HbA – α2β2 = 95 a 98% HbA2 – α2δ2 = 1,5 a 3% HbF – α2γ2 = 0 a 1% Síntese da Hemoglobina: É processada no citoplasma dos eritroblastos após ocorrer formação do heme nas mitocôndrias e das cadeias globinas no ribossomo. No início da vida embrionária e durante a vida fetal, há tipos de hemoglobinas que desaparecem após o nascimento. Cadeias globinas denominadas zeta (ζ) e epsílon (ε) desaparecem depois do nascimento. Período embrionário: Hemoglobina Gower 1 – ζ2ε2 Hemoglobina Portland – ζ2γ2 Hemoglobina Gower 2 – α2ε2 Hemoglobinas Anormais (ANEMIAS HEMOLÍTICAS): As hemoglobinas anormais são resultados de alterações genéticas dos genes alfa, beta, gama e delta. Ou seja, as cadeias de globina se formam de forma anormal, alterando ou inibindo a função da hemoglobina dos eritrócitos. Os defeitos podem ser agrupados em três tipos: ➔ As mutações genéticas causam alteração estrutural das cadeias de polipeptídeos, ocorrendo um defeito QUALITATIVO dessas cadeias ➔ As mutações genéticas causam diminuição ou ausência de uma ou mais cadeia de polipeptídeos, ocorrendo um defeito QUANTITATIVO dessas cadeias. ➔ As mutações genéticas causam uma persistência de síntese da hemoglobina fetal durante a vida adulta, ou seja, ocorre uma PERSISTENCIA HEREDITARIA DA HEMOGLOBINA FETAL. O maior número de hemoglobinas anormais é qualitativos, resultados de alterações dos genes das cadeias ALFA E BETA: → A hemoglobinopatia S ou Anemia drepanocítica ou Anemia Falciforme, é um exemplo de defeito QUALITATIVO de cadeia globínica, no qual o ácido glutâmico localizado na posição 6 (códon 6) do gene da cadeia BETA, é substituído pela valina. Obs: Hemácia em forma de foice → A hemoglobinopatia C é caracterizada pelo gene da cadeira BETA, no qual o ácido glutâmico é substituído pela lisina. Obs.: Células alvo. → As talassemias são responsáveis pela diminuição na síntese da cadeia que é comandada pelo gene alterado. Sendo vários os genes responsáveis pela síntese das diferentes cadeias globinicas, há várias formas de talassemia (alfa, beta, delta e delta-beta). Obs.: As hemácias ficam vazias, pela falta de hemoglobina. Essas modificações causam diversos sintomas clínicos ligados à anemia hemolítica que se instala. Função da hemoglobina: Tem papel importante no transporte de O2 dos pulmões aos tecidos, e do CO2 dos capilares teciduais aos pulmões. Cada dL de sangue → 19 – 20ml de O2 combinado com a hemoglobina + 0,3ml de O2 dissolvidos no plasma. O ferro é o responsável pela captação do oxigênio, uma vez que o mineral se liga ao oxigênio com facilidade. A globina não serve apenas para a função estrutural, mas também torna possível a reversibilidade da ligação entre o ferro e o oxigênio. Cada molécula de O2 se fixa a um átomo de ferro (íons ferroso) do grupo heme. Visto que cada molécula de hemoglobina possui quatro grupos heme, cada um contendo um átomo de ferro, cada molécula de hemoglobina transporta quatro moléculas de O2. ➢ Membrana dos eritrócitos: Oseritrócitos são altamente deformáveis. Sua deformação decore da estrutura anatômica muito especial de sua membrana complexa: (1) lipídeos, que formam a porção externa (2) proteínas, que formam o citoesqueleto que vem de baixo (subjacente). As proteínas constituem os elementos predominantes da membrana eritrocitária. Lipídios da membrana: A quase totalidade de lipídios é representada pelos fosfolipídios e pelo colesterol não- esterificado. Os fosfolípides presentes na membrana eritrocitária são: (1) Fosfalidilcolina (30%) (2) Fofalidiletanolamina (28%) (3) Fosfatidilserina (14%) (4) Esfingomielina (25%) A parte hidrofobia da membrana tem papel importante na manutenção da flexibilidade e da deformidade celular. Algumas proteínas estão inseridas na camada de lipides (proteínas transmembranosas ou integrais), que atravessam a membrana lipídica, desde a porção externa ate a parte interna, citoplasmática, onde se relacionam com as proteínas que formam o citoesqueleto. Proteínas da membrana: O componente proteico da membrana é formado também por duas porções: (1) as proteínas que atravessam a camada dupla lipídica, ou as proteínas transmembranosas (integrais), (2) as proteínas interiores (periféricas), situadas na base da camada bilipidica. Proteínas transmembranosas: →Glicoforinas (GPA. B, C, D e E) A Glicoforinas A possui carboidratos na porção externa da molécula que conferem aos eritrócitos uma carga negativa, impedindo que eles se aglutinem. As principais são as GPA → antígeno eritrocitário, grupo sanguíneo MN GPB → antígenos N/Ss GPE→ antígeno M →Banda 3 Está inserido na dupla camada lipídica, e funciona como transportador de aníons e de água para a célula. Mantem ligação importante com a ankirina e com a espectrina, o que serve para fixar a membrana ao citoesqueleto. Contém antígenos importantes para especificação dos grupos sanguíneos Realiza o reconhecimento de células velhas. Porção externa dessa proteína se relaciona com antígenos eritrocitários do tipo I-i. Proteínas interiores: Elas formam o citoesqueleto eritrocitário, que é constituído principalmente por: →Espectrina alfa e beta, ou proteína 1 e 2 →Ankirina, ou proteínas 2.1, 2.2 e 2.3 →Proteína banda 3 →Proteína 4.1 e 4.2 →Demantina, ou proteína 4.9 →Actina, ou proteína banda 5 →Tropomiosina, ou proteína banda 7. Essas proteínas recebem o nome e número correspondentes conforme a posição relativa em que são encontradas numa eletroforese de gel de poliacrilamida. →A espectrina: É o maior componente dessa camada (75%). Forma uma molécula longa, semelhante a fibra. Alfa-espectrina (proteína 1) Beta-espectrina (proteína 2) As duas se associam de maneira características: Alfa- espectrina (1 molécula de NH2) + Beta- espectrina (1 molécula de COOH) NH2 COOH Alfa-espectrina Beta-espectrina Heterodímero Cada Heterodímero se associa lateralmente a outro heterodímero, de modo inverso, para formar tetrâmeros. A forma tetrâmeros é a mais estável, constitui a base do citoesqueleto. É a principal forma da espectrina na membrana eritrocitária. O gene da alfa-espectrina – cromossomo 1 O gene da beta-espectrina – cromossomo 14. Sua síntese se inicia no estágio CFU-E, intensa nos proeritroblastos até o reticulócitos. →A Anquirina (ankirina): Principal proteína envolvida na ligação do citoesqueleto a membrana. Permite interação entre espectrina e a banda 3. Manutenção da estabilidade da membrana. 1 molécula de Anquirina → 1 tetrâmero de espectrina Proteína 2.1 é a principal, as 2.2 e 2.3 são variações pós transacionadas do RNA Mensageiro. →A proteínas 4.1: 6% da proteína total da membrana Manutenção da estabilidade da membrana Reforça a ligação da espectrina a actina. Intermediaria da ligação entre espectrina e a glicoforina C Duas formas: 4.1 a → principal nos eritrócitos 4.1 b → principal no reticulócitos. A estrutura da membrana eritrocitária é complexa, tendo sido estudada pelo microscopia eletrônica. O citoesqueleto celular assemelha-se a uma malha que reveste internamente a membrana bilipidica. Alterações na Membrana eritrocítica (Anemia do tipo Hemolítica): Alterações das proteínas integrais ou membranosas podem causar instabilidade da camada lipídica da membrana, resultando em modificações da forma dos eritrócitos os quais se tornam esféricos → esferócito. Alterações na estrutura da espectrina, levando a instabilidade da citoesqueleto, com formação de eritrócitos de forma elíptica → eliptocitos ou ovalocitos. As alterações dos componentes da membrana, quer dos lipídios, quer do citoesqueleto proteico, podem provocar mudanças da forma e consequentemente diminuição da resistência aos traumatismo que os eritrócitos sofrem constantemente na circulação. Em consequência, ocorre aumento da destruição das células e anemia tipo hemolítica. Além das proteínas citadas, a enzimas junto a membrana eritrocitária. Entre elas, as mais importantes são as ATPases. Na+ ATPase → transportadora de NA+ K+ ATPases → transportadora de K+ A membrana eritrocitária permite a passagem livre da água, da glicose e de eletrólitos, como N+ E K+. Toda membrana é diferente, cada indivíduo tem a sua característico. Dai resulta a diferenciação em tipos sanguíneos, que é bastante complexas: SISTEMA ABO e RH. A internalização de substâncias simples, como água e os íons, se faz por endocitose. Entretanto, substâncias complexas podem penetrar através dos receptores da membrana. Como: receptores que fixam o complexo transferrina-ferro. Quando se formam anticorpos contra os antígenos da membrana eritrocitária, a fixação dessas substâncias a superfície das células se torna alterada. Os macrófagos presentes no baço, reconhecem tais células como estranhas, realizando a fagocitose. Consequentemente, encurtamento da vida média dos eritrócitos na circulação. ➢ Metabolismo energético dos eritrócitos: A célula vermelha é desprovida de núcleo, e não possui mitocôndrias no seu citoplasma. Seu metabolismo energético depende da utilização da glicose e de fosfatos do citoplasma. Sua principal via de utilização da glicose → Via de Embden – Meyerhof. →Via da glicose anaeróbica: São consumidas 2 moléculas de ATP. SOBRA Glicose Lactato 2 ATP. É formada 4 moléculas de ATP. O ATP fornece a energia necessária para manter a forma e a flexibilidade da membrana, para preservar os lipídeos dessa membrana e ainda para funcionamento das bombas de NA+, K+ e CA++. Quando o sistema redutor do eritrócito se perturba, a há excesso de oxidação, a hemoglobina pode se precipitar sob forma de pequenos agregados no citoplasma dos eritrócitos, formando os corpúsculos de Heinz. Eles aparecem quando a uma deficiência nas enzimas no sistema redutor dos eritrócitos, envolvidas no metabolismo energético da célula. A principal é a glicose-6-fofato desidrogenase (G6PD) → pode ocasionar um tipo de anemia hemolítica. ➢ Destruição dos eritrócitos: Metabolismo da hemoglobina: Ao atravessar a polpa vermelha do baço, os eritrócitos permanecem algum tempo nos vasos capilares, que tem estrutura especial, do tipo sinusoidal. Estes sinusoides são revestidos por fina camada de células mononucleares fagocitarias (macrófagos) Destruição extravascular: (1) A medida que os eritrócitos envelhecem na circulação, sua membrana vai-setornando rígida e menos deformável. Ao se aproximar do fim da sua vida útil, em virtude de alterações da membrana, os eritrócitos que passam pelos sinusoides esplênicos são retidos e fagocitados pelos macrófagos da polpa vermelha, ou seja, ocorre uma destruição extravascular dessas células. (2) Após a fagocitose pelos macrófagos, os eritrócitos sofrem ação das enzimas presentes no citoplasma dessas células. Eles se rompem, e a hemoglobina é dividida em duas partes: heme e globina. (3) O heme sofre cisão do anel de protoporfirina e liberta o FERRO, que se liga a transferrina do plasma, sendo levado a medula óssea, onde é reaproveitado pelos eritroblastos que estão amadurecendo. (4) A globina é separada em aminoácidos que ficam no plasma para serem reutilizados. (5) O heme é convertido em bilirrubina, que no hepatócito, ele se converte em bilirrubina conjugada. Ela então é excretada pela bile e vai transformar-se, no intestino em urobilinogênio, por ação de bactérias. Um parte é excretada pelas fezes, outra é reabsorvida e passa para a urina em forma de urobilina. Destruição intravascular: Ocorre uma pequena hemólise intravascular, pela qual a hemoglobina dos eritrócitos pode ser encontrado livre no plasma. Às vezes, é eliminada pela urina (hemoglobinúria), mas isso É RARO, devido ao mecanismo que impede a excreção da hemoglobina pela urina. Uma proteína do plasma (haptoglobina), se liga a hemoglobina, para formar uma complexo de peso molecular maior, impedindo sua eliminação pelo filtro renal. A hemoglobina livre no plasma sofre oxidação, se transformando em META- HEMOGLOBINA, que libera o heme e a globina. A hemopexina se fixa no heme, quando a proteína haptoglobina está saturada. Quando os dois mecanismo não são suficientes para fixar a hemoglobina (complexo haptoglobina-hemoglobina e complexo hemopexina-heme), ela pode ser encontrada na urina. Isso ocorre com frequência na crise hemolítica aguda. DADOS ERITROCITÁRIOS IMPORTANTES: ➢ Número de Eritrócitos: O número varia conforme o sexo. Nos homens, são obtidos valores maiores que nas mulheres. Homens normais → 4.400.000 – 6.000.000/mm³ (média = 5.200.000/mm³) Mulheres normais → 4.200.000 – 5.500.000/mm³ (média = 4.800.000/mm³) Valores inferiores → oligocitemia (geralmente em anemias) Valores superiores → poliglobulia ➢ Hematócrito: Volume ocupado pelas eritrócitos numa certa quantidade de sangue. Homem normal → 41 – 51% (média de 46%) Mulher normal → 37 – 47% (média de 42%) ➢ Hemoglobina: Sua dosagem é dada fundamentalmente para o diagnostico de um estado anêmico. O valor do hematócrito pode ser calcula multiplicando-se o valor de hemoglobina em 3. Por exemplo: 15,0 x 3 = 45 (valor normal do hematócrito). Mulheres → Mínimo de 13,5g/dl Homens → Mínimo de 15,0g/dl.
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