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ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO

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ATENDIMENTO, DESEMPENHO 
ESCOLAR, AUTOCONCEITO, 
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO 
E SUPORTE 
PSICOPEDAGÓGICO 
PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA 
DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 
 
2 
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SUMÁRIO 
 
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONA..................................................................3 
 
APRENDIZAGEM HUMANA E ESCOLARIZAÇÃO E OS FATORES QUE 
INFLUENCIAM ESTA APRENDIZAGEM............................................................7 
 
DISTÚRBIOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM..........12 
 
PSICOMOTRICIDADE E ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO...................31 
 
REFLEXÃO SOBRE A FALÊNCIADO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DO 
SABER E DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR...........................................................51 
 
TRANSTORNOS EMOCIONAIS.......................................................................74 
 
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: ASPECTOS 
AFETIVOS E COGNITIVOS............................................................................115 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: CAMINHOS E 
DESCAMINHOS..............................................................................................121 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA 
DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 
 
3 
WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
 
Se a educação sozinha não pode 
transformar a sociedade, tampouco 
sem ela a sociedade muda.” 
(Paulo Freire) 
 
 
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 
 
 Como definir Psicopedagogia Institucional? 
Podemos defini-lo como o trabalho institucional desenvolvido nas e junto às 
escolas. É um modo de inserção do psicopedagogo em equipe multidisciplinar. 
Dentre as variáveis das ações Psicopedagógicas, os distúrbios, dificuldades e 
problemas de aprendizagem fazem parte do seu trabalho e prendem-se 
exclusivamente nos fatores que interferem na aprendizagem, proporcionando 
correções e ajustamentos, no processo educativo escolar que garanta ao aluno 
o sucesso escolar. 
 Como professores e psicopedagogos, sabemos que os 
distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem refletem a incapacidade 
ou impedimento para aprendizagem, seja de leitura, escrita ou cálculo. Ainda 
influencia o convívio social. Se olharmos pelo lado orgânico, veremos que as 
desordens neurológicas acabam ainda por interferir na recepção de 
informações, acentuando o potencial estimado do aluno e sua efetiva 
aprendizagem escolar. 
 
A relação multidisciplinar do atendimento Psicopedagógico 
 
 Entender os distúrbios, dificuldades e problemas de 
aprendizagem é de suma importância para a ação do Psicopedagogo, porque 
configura no próprio objetivo do atendimento. O psicopedagogo começa a 
efetivar seu trabalho exatamente por causa dos distúrbios, dificuldades e 
problemas de aprendizagem e geralmente são procurados por escolas ou pais, 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA 
DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 
 
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seja no âmbito das escolas estaduais ou municipais ou como profissionais em 
clínicas próprias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando o profissional da Psicopedagogia passa a intervir no aprendizado do 
aluno e começa a analisar e refletir é nessa reflexão que encontra pontos 
importantes que irão auxiliá-lo nas suas intervenções futuras. Essa análise 
parte desde a aprendizagem e seu processo de escolarização até a 
importância da Psicomotricidade como recurso de atendimento 
psicopedagógico. 
 Assim, a disciplina ―Distúrbios, Dificuldades e Problemas de 
Aprendizagem‖ é indispensável ao profissional que pretende atuar como 
psicopedagogo para que possa descobrir, aceitar, entender as causas e 
consequência de determinados resultados escolares. 
 Temos como objetivo geral que você, como estudante de 
Psicopedagogia reflita a respeito do processo ensino-aprendizagem 
minimizando-os ou favorecendo sua resolução, colaborando para que haja 
uma compreensão do homem e contribuir para seu sucesso escolar. 
 Especificamente esperamos que a apostila lhe auxilie a 
compreender os princípios da aprendizagem humana, considerando o papel 
fundamental da escola no processo sistemático de formação, identificando os 
fatores que influenciam no processo de aprendizagem, favorecendo-o ou 
dificultando-o e saiba também distinguir distúrbios, dificuldades e problemas de 
aprendizagem, utilizando os conhecimentos da Psicomotricidade como 
instrumento auxiliar da ação psicopedagógica. 
Conhecendo a Ementa: 
 A Psicopedagogia Clínica é um ramo da psicopedagogia 
que habilita o profissional a atuar em consultórios. Haverá 
um capítulo para falar sobre isso 
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ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA 
DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 
 
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 Aprendizagem humana e escolarização. Fatores que influenciam a 
aprendizagem. 
 Distinção entre Distúrbios, Dificuldades e Problemas de Aprendizagem. 
Principais transtornos da aprendizagem. Psicomotricidade e grupo 
operativo 
 Psicopedagogia 
 
A qualidade do profissional deve-se ao empenho do acadêmico! 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
 BOCK, A.M.B.; FURTADO, O. e TEIXEIRA, M.L.T. Psicologias: uma 
introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2000. 
 JOSÉ, E.A. & COELHO, M..T. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: 
Editora Ática, 2002. 
 SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Petrópolis: Vozes, 2002. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 NUNES, T.; BUARQUE, L. e BRYANT, P. Dificuldades na Aprendizagem da 
Leitura: Teoria e Prática. São Paulo: Cortez Editora, 2001. 
SISTO, F.F.; BORUCHOVITCH, E. e FINI, L.D.T. (Org.). Dificuldades de 
Aprendizagem no contexto Psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2001. 
PAIN, Sara. Visão da Psicopedagogia Operativa. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1992. 
FONTES DIGITAIS 
Alfabetização de Crianças com Dificuldades de Aprendizagem 
http://www.miniweb.com.br/Educadores /educadores1.html 
Distúrbios De Aprendizagem http://members.tripod.com/~Helenab/ja 
n_hunt/distapr.htm 
Atuação Psicopedagógica e Aprendizagem Escolar 
Site interessante para pesquisa: 
www.educaçaoonline.pro.br/b
coartogos.asp 
http://www.miniweb.com.br/Educadores
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DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 
 
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http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/sp apae.htm 
Dificuldades De Aprendizagem Ou Dificuldades De Escolares 
http://www.psiqweb.med.br/infantil/aprendiza.html 
Associação Brasileira de Psicopedagogia: http://abpp.com.br/main.asp 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/sp
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APRENDIZAGEM HUMANA E ESCOLARIZAÇÃO E OS FATORES QUE 
INFLUENCIAM ESTA APRENDIZAGEM 
 
 Como podemos definir a palavra APRENDIZAGEM? 
As crianças aprendem sobre o mundo, muito antes mesmo antes de irem à 
escola. Elas aprendem com a família, com os amigos, com os meios de 
comunicação, com suas próprias experiências. A aprendizagem escolar vai se 
juntando a essa experiências que ocorrem na vida diária, em um processo de 
desenvolvimento continuo. 
 Se a escola é um lugar privilegiadode muitas outras 
aprendizagens, então é na escola que se aprende cotidianamente. São 
também na escola, aprendidos outros significados e usos dos conceitos que 
são partilhados culturalmente. 
Os conhecimentos cotidianos, que são adquiridos em experiências da vida 
diária, vão formando o que pode ser chamado de conceitos cotidianos que vão 
sendo acrescidos e ampliados na escola e, é aí que se entra em contato com 
assuntos novos e diferentes daqueles já sabidos. E é dessa forma que são 
construídos também outros saberes, aqueles chamados de conceitos 
escolarizados. 
 Analisando profundamente, pode-se dizer que aprendizagem é 
processo através do qual a criança se apropria do conteúdo da experiência 
humana. Para aprender, a criança precisa interagir com outras pessoas, tanto 
adultos quanto com outras crianças. Desde o nascimento, a criança vai 
gradualmente ampliando sua visão de mundo e a forma como lida com ele e 
assim vai construindo suas imagens, experiências e ações. Por aí, percebe-se 
que a aprendizagem é extremamente evolutiva, implicando em observações 
reais, tanto físicas quanto biológicas e no meio que a rodeia. (POPPOVIC, 
1968). 
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 Descobrir o mundo é um longo processo que se inicia com o 
nascimento, ou antes, dele, já que cientificamente já foi comprovado que os 
bebês no ambiente intrauterino percebem movimentos, ouvem os sons, 
principalmente os que vêm da mãe, se acentuam na escola com o processo de 
escolarização e perdura pela vida inteira, já que a vida é sempre um longo 
aprendizado. 
 
 Aprendizagem e Escolarização 
 
 Emocionais, 
 Orgânicos, 
 Psicossociais 
 Culturais. 
 Estes são alguns aspectos cognitivos que envolvem a 
aprendizagem. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e 
de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações. 
 Quando se motiva um aluno o processo de aprendizagem fica 
mais fácil, já que a motivação se dá no interior do indivíduo, e em uma relação 
de troca com o meio em que vive principalmente escolar. Nas situações 
escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação 
no sentido de apropriar-se do conhecimento. 
 Se for de extrema importância para qualquer educando, 
imagine aquele que tem necessidades educacionais especiais? 
 Portanto, cabe aos educadores proporcionar situações de 
interação tais que despertem no educando motivação para interação com o 
objeto do conhecimento, com seus colegas e com os próprios professores. 
Porque, embora a aprendizagem ocorra na intimidade do sujeito, o processo de 
construção do conhecimento dá-se na diversidade e na qualidade das suas 
interações. 
 A ação educativa da escola com esse aluno deve incluir 
muitos conteúdos curriculares específicos, que servirão de suporte ao trabalho 
pedagógico desenvolvido em sala de aula e totais condições para o aluno 
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integrar-se ao mundo das letras, despertando total interesse e desejo de saber 
e de saber fazer. 
 Mas não é um processo fácil o de escolarização, já que são detectados muitos 
problemas como: 
 Dificuldade de coordenação motora, 
 Agressividade, 
 Falta de atenção em sala de aula, 
 Dificuldade com ordenação 
 Fatores biológicos, 
 Sociais, 
 Emocionais, 
 Pedagógicos, etc. 
 Ao se fazer uma análise profunda na falta de aprendizado de 
uma criança ainda detectamos outros agravantes como a imaturidade para 
determinados conceitos, baixa autoestima, problemas sociais e fisiológicos, 
dificuldade de concentração ou até mesmo não estar em sintonia com o que a 
escola ensina e sua maneira de aprender. A família e o professor são a base 
para o sucesso da aprendizagem. E muitas vezes o professor sempre enxerga 
as dificuldades primeiro que os pais e ao estar atento, pode encaminhar a 
criança a especialistas. 
 Esse é o papel do psicopedagogo, já que ele pode e deve 
estimular e facilitar todo o processo de ensino-aprendizagem, descobrindo 
dentro da criança tudo aquilo que ela já sabe. Seu papel é transformar a 
criança em um eterno curioso. 
 
Fatores que influenciam a aprendizagem 
 
 Toda criança é fruto do seu meio e de sua herança genética. 
Essa combinação de fatores começa desde a fase pré-natal, onde o ambiente 
começa a exercer sua ação até a fase adulta. 
 O psicopedagogo trabalha todo esse aspecto em uma visão 
holística do ser humano. Devido ao fator ambiental um indivíduo irá sofrer 
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influências significativas conforme sua predisposição hereditária e as fases de 
desenvolvimento que ele enfrenta. 
 Fruto de diversas interações, a aprendizagem pode ser 
influenciada por diversos fatores e interferem entre si no contexto do 
desenvolvimento global do ser humano. Existem inúmeros fatores que podem 
desencadear uma dificuldade ou um distúrbio de aprendizagem e existem 
várias condicionantes fundamentais como: 
 Orgânicos: Saúde física deficiente, falta de integridade neurológica 
(sistema nervoso doentio) alimentação inadequada, etc. 
 Psicológicos: Inibição, fantasia, ansiedade, angustia, inadequação à 
realidade, sentimento generalizado de rejeição. 
 Ambientais - O tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a 
criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios 
de comunicação, etc. 
 Quando uma criança apresenta alguma dificuldade de 
aprendizagem ela tem a necessidade de ser avaliada em vários aspectos como 
a sua relação com o professor, entre colegas de classe, os métodos didáticos, 
situação familiar, personalidade da criança e dificuldade de educação. 
 O comportamento que indique problemas pode ter origem no 
fator genético da criança ou no fator social. 
 Para Mielnik um comportamento que caracteriza distúrbio, 
dificuldade ou problema de aprendizagem deve conter os seguintes fatores: 
 Tendências internas e defesas psíquicas do ego infantil 
 Influencias de pressões internas e externas 
 Meios de adaptação a essas pressões· 
 Ambiente cultural 
 Conduta e personalidade dos pais e irmãos 
 Idade 
 Constituição física 
 Desenvolvimento (período em que a criança se encontra) 
 Tensões e traumas de vida cotidiana ao qual a criança fica exposta 
 Processos envolvidos na maturação da personalidade infantil. 
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 Quando o professor detecta alguma coisa diferente, ele precisa 
analisar se estas características permanecem ou não, pois pode ser uma fase 
temporária e precisa apenas de supervisão mais direta para poder superá-la. 
Ao se conscientizar de seu papel educativo e humano o psicopedagogo, 
detecta as dificuldades de aprendizagem que possa aparecer em sala de aula 
e investigar as causas de forma ampla, que abranja os aspectos orgânicos, 
neurológicos, mentais, psicológicos adicionados ao meio ambiente em quea 
criança vive. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visite o site www.abpp.com.br e leia os 
artigos sobre dificuldades de 
aprendizagem. 
 
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DISTÚRBIOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM 
 
 
 O aprender implica várias integridades básicas, que precisam 
estar presentes quando oportunidades para a aprendizagem são oferecidas. 
Segundo VALLET, (1997) o termo Problema de Aprendizagem tem sido usado 
de forma genérica, para indicar uma perturbação na aquisição e utilização de 
informações ou na habilidade para solução de problemas 
 Podemos entender que o cérebro humano é um sistema complexo e está 
sempre estabelecendo relações com o mundo ao redor. 
 
 
 
 
 
 Se existe alguma falha no ato de aprender esta exige uma 
modificação dos padrões de aquisição, assimilação e transformação, seja por 
ESPECIFICIDADES: a primeira 
refere-se as vias que levam da periferia 
ao córtex, informações provenientes do 
mundo exterior; a Segunda diz respeito 
aos neurônios. São estas características 
que permitem determinar áreas 
motoras, sensoriais, auditivas, ópticas, 
olfativas, etc., estabelecendo noções 
exatas e ricas no aprendizado. 
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vias internas ou externas ao indivíduo. A tentativa de definir e esclarecer os 
termos relacionados a esta falha na aprendizagem tem sido uma tarefa 
bastante difícil. 
 
 
 
 
 
 
 
Problemas de Aprendizagem: uma questão de nomenclatura 
 
 Segundo NICHD (2001), problema de aprendizagem é sempre 
referente a um déficit que envolve componentes de habilidades como: 
linguagem oral, leitura, escrita , matemática e nas combinações e/ou relações 
entre elas) 
 Segundo Sacconi (2009) podemos assim definir problemas de 
aprendizagem: 
Distúrbio: Qualquer perturbação ou interrupção da normalidade ou da paz 
exterior ou interior: distúrbios nervosos, políticos. 
Dificuldade: Qualidade ou condição do; aquilo que é difícil, problema, 
impedimento, estorvo, objeção, complicação, complexidade difícil, 
impedimento, obstáculo. 
 
 
REFLETINDO: 
Dificuldade assim entendida: 
situações difíceis enfrentadas pela 
criança normal e pela criança com 
um desvio do quadro normal, mas 
com expectativa de 
aprendizagem a longo prazo. 
 
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 Dá para perceber que problemas de Aprendizagem tanto 
englobam os distúrbios quanto a dificuldade de Aprendizagem. A criança que 
não aprende por falta de adaptação pedagógica também terá problema, seja 
por falta de adequação ao método escolar ou transtornos acadêmicos. 
 Embora muitas crianças com problemas de aprendizagem 
sintam-se felizes e bem ajustadas, boa parte delas, desenvolvem problemas 
emocionais. É a chamada frustração escolar, onde acontece grande índice de 
evasão nas escolas e a desistência, muitas vezes definitiva de aprender. A 
escola e os pais se frustram porque veem seus alunos e filhos com uma 
imensidão de problemas já que enfrentam dificuldades na escola. E uma vez 
que muitos métodos de estudo brilhantes não funcionam com crianças com 
algum problema de aprendizagem. As crianças fazem seus deveres e tarefas, 
mas se esquecem com muita facilidade as instruções e objetivos. 
 Quando surge a figura do psicopedagogo que tem uma 
formação específica para os problemas de aprendizagem, trabalha de modo 
afetivo (clínico) e a aprendizagem. (institucional) 
 
Principais Problemas de Aprendizagem 
 
 Muitas vezes fica muito difícil para o professor diagnosticar 
problemas de aprendizagem nos alunos, às vezes pela intensidade, às vezes 
pela duração que eles têm na vida escolar. Quando o ato de aprender se torna 
muito problemático, o psicopedagogo faz uma avaliação minuciosa e identifica 
causas e planeja ações corretivas. Muitas vezes é indispensável uma equipe 
multidisciplinar composta por vários profissionais. 
 
 
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 Dificuldades Escolares Globais de origem Afetiva 
 
 Com o ensino de nove anos, aos seis anos ela depara com 
uma realidade totalmente diferente que está acostumada, pois até os cinco 
anos a criança está acostumada ao maternal, primeiro e segundo períodos, 
onde o ritmo é mais lento, pois foca o desenvolvimento motor, visual, 
perceptivo, aí é confrontada com uma situação nova à qual terá de adaptar-se 
rapidamente. 
 Começa aí a cobrança dos pais que querem ver os filhos no 
mesmo ritmo de aprendizagem dos coleguinhas e de muitos professores que 
querem uma turma homogênea. A criança acaba ficando mais difícil já que 
ainda não sabe lidar com os problemas e cobranças que surgem. Evidencia-se 
aí o fato de não se separar aprendizagem escolar das relações exercidas. 
 
Muitas vezes, uma equipe 
multidisciplinar pode ajudar 
nas dificuldades de 
aprendizagem, já que o 
assistente social faz a 
anamnese, encaminha para o 
neurologista, ou psiquiatra e 
psicopedagogo. 
 Todos trabalhando em 
conjunto. 
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 Dificuldade da leitura 
 
 É fato que os indivíduos não nascem sabendo ler, mas desde 
cedo, antes mesmo da escola elas ―aprendem a ler‖, já que distinguem seus 
pertences, seus familiares mais próximos e distinguem calor/frio/sol/chuva. 
 Quando entram para a escola, passam a integrar o mundo que 
irá trabalhar a escrita e a leitura formal e quando não o consegue com certeza 
irá sofrer preconceito e exclusão. A criança tem necessidade de se relacionar 
com sua língua de forma ampla e criativa. O X da questão não é apenas 
ensinar a criança a ler, mas que ela leia de forma autônoma, com toda sua 
riqueza de detalhes e criatividade. 
 
Os aspectos funcionais do aprendizado da leitura 
 
Causas funcionais nos problemas de leitura escrita: 
 Os déficits da função simbólica que podem ser observados nas 
debilidades; 
 Os atrasos ou os defeitos de linguagem; 
 Os problemas essencialmente psicomotores. 
 Relacionar os problemas de orientação com a dificuldade de 
aprendizado da leitura é algo clássico e que sobressai da evidência. Da 
observação desta concordância, passa-se logo a fazer uma relação de causa e 
efeito. Na verdade, não é necessário que uma criança tenha podido verbalizar 
REPENSANDO: A exploração de 
situações lúdicas pode despistar 
entraves como inibição, insegurança, 
dificuldades de comunicação e atraso 
de linguagem em um clima de 
segurança usado pela(o) educadora 
(o) 
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sua direita ou sua esquerda para que possa ser confrontada com o 
aprendizado da leitura. 
O problema é muito mais profundo. Não concerne apenasao papel perceptivo, 
mas surge de uma dificuldade muito mais fundamental que atinge a 
organização de seu corpo próprio. A dificuldade de orientação e o problema de 
leitura não passam de dois sintomas ligados à mesma causa: 
 
Dislateralidade: 
 A lateralização é a tradução de uma assimetria funcional. Os 
espaços motores que correspondem ao lado direito a ao lado esquerdo do 
corpo não são homogêneos. No maior número de casos, esta lateralização é 
homogênea e sem ambiguidade. Noutros, ao contrário, e particularmente no 
caso dos canhotos, podemos observar discordâncias que reterão aqui nossa 
atenção. 
 
Dislexia: 
 A dificuldade de conhecimento e de definição do que é 
Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de 
informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as 
poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira 
parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global 
das descobertas atuais da Ciência. 
 Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso 
país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por 
permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação 
imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no 
aprendizado. 
 Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse 
assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a 
observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso 
país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, 
com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, 
não costumam sequer ser considerados. 
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Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala 
de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-
juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz 
o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, 
naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam 
de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia. 
 Ainda é de extrema relevância considerar estudos 
americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes 
nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que 
também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm 
dificuldades para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de 
agressividade diminui consideravelmente. 
 Neurologicamente conceituando, trata-se da incapacidade de 
compreensão do que se lê, devido à lesão no sistema nervoso central. Porém 
muitas vezes esta condição apresenta-se sem qualquer comprometimento 
neurológico, neste caso dislexia poderá ser considerada a condição em que o 
aluno consegue ler, mas experimenta fadiga e sensações desagradáveis. 
 Quando os educadores se deparam com crianças 
inteligentes, saudáveis, mas com dificuldades de ler e entender o que leram, 
devem investigar imediatamente se há algum caso de dislexia na família. Em 
geral, a história pessoal de uma criança disléxica, traz traços comuns, como 
atraso de aquisição da linguagem, atraso de locomoção, problemas com 
lateralidade e outros. 
O diagnóstico da dislexia deve ser precoce, ou seja, já nos primeiros anos de 
escolaridade da criança, prevenindo assim, futuros problemas de fundo 
emocional. 
 
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 A dislexia como fracasso inesperado 
 
 A dislexia escolar é um fracasso inesperado. A escola e o aluno 
oferecem condições objetivas para o aprendizado da leitura. No entanto, a 
aprendizagem falha, na verdade, o método de ensino de leitura levado a efeito 
pelo docente. 
 A dislexia, segundo Jean Dubois et alii (1993, p.197), é um 
defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na 
correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e 
fonemas, muitas vezes, mal identificados. 
 A dislexia, segundo o linguista, interessa de modo 
preponderante tanto à discriminação fonética quanto ao reconhecimento dos 
signos gráficos ou à transformação dos signos escritos em signos verbais. 
A dislexia, para a Linguística, assim, não é uma doença, mas um fracasso 
inesperado (defeito) na aprendizagem da leitura, sendo, pois, uma síndrome de 
origem linguística. 
 A dislexia também não é desleixo, é diferença individual de 
aprendizagem, é uma espécie de ritmo ou de variação lectogênica (maneira de 
ler) que cada educando tem para aprender a ler, por força de sua idiossincrasia 
linguística. A dislexia, a que persistente com os anos, pode ser descrita, 
explicada e sofrer a intervenção psicopedagógica. As causas ou a etiologia da 
síndrome disléxica são de diversas ordens e dependem do enfoque ou análise 
do investigador. 
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser 
e de aprender; reflete a expressão individual de uma 
mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que 
aprende de maneira diferente. Veja o vídeo sobre 
dislexia no www.youtube.com/watch?v=ziQhPUGd4qw 
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 Muitas das causas da dislexia resultam de estudos 
comparativos entre disléxicos e bons leitores. Podemos indicar as seguintes: 
a) Hipótese de déficit perceptivo, 
 b) Hipótese de déficit fonológico 
 c) Hipótese de déficit na memória. 
 Atualmente os investigadores na área de Psicolinguística 
aplicada à educação escolar, apresentam a hipótese de déficit fonológico como 
a que justificaria, por exemplo, o aparecimento de disléxicos com confusão 
espacial e articulatória. Desse modo, são considerados sintomas da dislexia 
relativos à leitura e escrita os seguintes erros: 
Erros por confusões na proximidade especial como: 
a) confusão de letras simétricas (p-b, d-q), 
b) confusão por rotação, 
c) inversão de sílabas 
d) Confusões por proximidade articulatória e sequelas de distúrbios de fala: a) 
confusões por proximidade articulatória (fonemas surdos e sonoros como /g/ e 
/k/, como em /katu/ por /gatu/), b) omissões de grafemas, c) omissões de 
sílabas. 
As características linguísticas, envolvendo as habilidades de leitura e escrita, 
mais marcantes das crianças disléxicas, são: 
Ø A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de 
ortografia ao escrever; 
Ø Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-
o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u, etc. 
Ø Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com 
diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e Ø 
Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e cujos 
sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g; m-b-p; v-f 
Ø Inversões parciais ou totais de silabas ou palavras: me-em; sol-los; som-
mos; sal-las; pal-pla 
 Segundo Mabel Condemarín (1987, p.23), outras perturbações 
da aprendizagem podem acompanhar os disléxicos: 
 Alterações na memória 
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 Alterações na memória de séries e sequências 
 Orientação direita-esquerda 
 Linguagem escrita 
 Dificuldades em matemática 
 Confusão com relação às tarefas escolares 
 Pobreza de vocabulário 
 Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo) 
 Agora, uma pergunta pode advir: Quais as causas ou fatores 
de ordem pedagógico-linguística que favorecem a aparição das dislexias? 
De modo geral, indicaremos causas de ordem pedagógica, a começar por: 
 Atuação de docente não qualificado para o ensino de língua materna, 
muitas vezes o chamado ―professor-leigo‖, sem formação na área do 
magistério escolar ou sem formação pedagógica em nível médio; 
 Crianças com tendência à inversão 
 Crianças com deficiência de memória de curto prazo 
 Crianças com dificuldades na discriminação de fonemas (vogais e 
consoantes) 
 Vocabulário pobre 
 Conflitos emocionais 
 As crianças com dislalia 
 Crianças com lesão cerebral 
 No caso da criança em idade escolar, a Psicolinguística define 
a dislexia como um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura (dislexia), 
da escrita (disgrafia) e da ortografia (disortografia) na idade prevista em que 
essas habilidades já devem ser automatizadas. É o que se denomina de 
dislexia de desenvolvimento. 
 No caso de adulto, tais dificuldades quando ocorrem depois de 
um acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo cerebral, dizemos que se 
trata de dislexia adquirida. 
O Teste de Cloze 
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 Um dos procedimentos para avaliação da compreensão em 
leitura surgido das pesquisas de Taylor (1953) é denominado Técnica de 
Cloze. Consiste na seleção de um texto de aproximadamente 200 vocábulos, 
do qual, na proposta original do autor, omite-se o quinto vocábulo, como forma 
mais adequada para o diagnóstico da compreensão. Os examinandos devem 
preencher a lacuna com a palavra que julgarem ser a mais apropriada para a 
constituição de uma mensagem coerente e compreensiva. 
Essa técnica tem se mostrado bastante eficaz, tanto do ponto de vista prático, 
tendo em vista a facilidade de elaboração, aplicação e correção, bem como do 
ponto de vista empírico, em função dos altos índices de correlação positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLOS DE TESTE CLOZE 
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Teste Cloze - Coerência Textual 
LÍNGUA PORTUGUESA 
Aluno(a):_______________________________2º ano:___ 
 
1. Complete as lacunas da crônica jornalística abaixo, atentado para 
a coerência das articulações das ideias, ou seja, tornando-a 
compreensiva aos seus leitores. 
 . 
 
Carioca faz festa na praia para eclipse 
 
Rio – O forte __________ que cobriu o Rio desde a manhã de ontem 
atrapalhou a __________ do eclipse total da lua. Mesmo assim, milhares de 
_________ foram à Praia do Arpoador, zona sul, para acompanhar o 
___________. A previsão era de que ele começaria a ser visto às 17h20. 
Porém, _________ às 17h50 o ___________ começou a surgir, sob aplausos. 
―Infelizmente a nebulosidade complicou a visualização da _____. Mas 
acredito que em outros pontos da _________ esteja visível‖, disse o diretor de 
Astronomia da Fundação Planetário, Órmis Rossi. 
O Arpoador foi escolhido como ponto de ____________ pela prefeitura e 
pelo Planetário. Um ________ exibia imagens da Lua e o Quinteto de Metais 
realizou um _______. Dez ____________ tiraram dúvidas do público e 
explicaram que o ________ lunar ocorre quando a Terra fica entre a Lua e o 
______, impedindo a passagem da luz _______ e projetando sua _________ 
na superfície do ____________. Rossi disse que não levou ____________ por 
duas razões: o fenômeno é melhor observado a ______ nu e há uma 
__________ de conjuntivite na cidade. 
A nutricionista Karina Bastos, de 26 anos, foi ao __________ com a 
intenção de __________ ao seu primeiro _________. No início, ficou 
desapontada. Depois, animou-se. ―Este é um fenômeno que sempre acontecia 
de ____________ e nunca tive a oportunidade de acompanhar. É muito 
bonito.‖ [...] 
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Em São Paulo, o tempo _____________ impediu completamente a visão 
do fenômeno. O mesmo ocorreu em boa parte do interior. 
(Felipe Mendes, especial para o Estado) 
 
Atividade de leitura - tarefa cloze 
Complete as lacunas de forma que o texto ganhe sentido 
Os galos brigões 
Dois galos estavam disputando em feroz luta, ____ direito de comandar o 
galinheiro de___ chácara. Por fim, um põe o ____ para correr ___ é o 
vencedor. 
O Galo ______ afastou-se e foi se ____ num canto sossegado do galinheiro. 
O vencedor, voando ____ o alto de um muro, bateu as ____ e exultante cantou 
com toda sua força. 
Uma Águia que pairava ___ perto, lançou-se sobre ____ e com um golpe 
certeiro levou-o ____ em suas poderosas garras. 
O Galo derrotado ____ do seu canto, e daí em ____reinou absoluto, livre. 
(ESOPO) 
Moral da História: 
O orgulho e a arrogância é o caminho mais curto para a ruína e o infortúnio. 
 
Dificuldade da escrita 
 
 A escrita, antes de qualquer coisa é um maior aprendizado 
motor. Por isso, o trabalho psicomotor tem como objetivo principal a 
motricidade espontânea, coordenada e rítmica. Os professores desenvolvem 
as habilidades manuais usando modelagem, recortes e colagem. Através disso, 
o ritmo do traçado e sua orientação da esquerda para a vão gradualmente 
melhorando. 
O controle da velocidade e a manutenção de sua constância serão obtidos por 
exercícios em séries crescentes e decrescente. O trabalho que chamamos de 
controle tônico assume igualmente uma enorme importância. É essencial para 
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a criança dispor de uma motricidade espontânea, rítmica, liberada e controlada, 
sobre a qual o professor poderá apoiar-se. 
 
Disgrafia : É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual ou a 
percepção da ―coisa‖. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, em geral 
são ilegíveis. Existem vários níveis da disgrafia, desde a incapacidade de 
segurar um lápis e traçar uma linha, até a apresentada por crianças que são 
capazes de fazer desenhos simples, mas não cópias de palavras do quadro. 
As principais características das crianças disgráficas são: 
 Apresentação desordenada do texto, 
 Margens mal feitas ou inexistentes, 
 Espaço irregular entre palavras, 
 Linhas e entrelinhas, 
 Traçado de má qualidade, 
 Distorção de formas de letra 
 Separação inadequada de letras. 
 
 
 
 Disortografia 
 Caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente 
a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa 
dificuldade não implica na diminuição da qualidade do traçado das letras. As 
trocas ortográficas são normais nas séries iniciais, porque a relação entre 
palavra impressa e os sons ainda não estão totalmente dominadas. As 
principais características das crianças que apresentam disortografia costumam 
ser: 
ATENÇÃO: 
Todas as crianças canhotas, como aquelas que 
ainda não aprenderam a dominância lateraldefinida, estão sujeitas à disgrafia, se não 
forem devidamente orientadas quanto à 
postura, posição do papel e a apreensão do 
lápis. 
 
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 Confusão de letra (consoantes surdas por sonoras: f/v; p/b; ch/j), 
 Confusão de sílabas com tonicidades semelhantes, confusão de letras 
simétricas (b/d; q/p) e semelhantes (e/a; b/h; f/t). 
 Dificuldade no raciocínio Matemático 
 
Discalculia – 
 As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito 
variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem 
evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na 
elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas 
dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há 
outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem 
lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção 
de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos 
matemáticos, em sua devida ordem. Atinge de 5 a 6% da população com 
problemas de aprendizagem e envolve dificuldades na percepção, memória, 
abstração, leitura, funcionamento motor; combina atividades dos dois 
hemisférios. 
Deficiência de Atenção – 
 É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a 
atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco 
central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para 
que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se 
a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se 
isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a 
Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade. 
 
 
Hiperatividade – 
 Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões 
diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento 
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impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não 
consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. 
Porque age sem pensar e sem medir consequências, está sempre envolvida 
em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo 
tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de 
dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva 
esse jovem ou criança a passar de um estímulo a outro, não conseguindo 
focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é 
desligada mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, 
que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros. 
Hipoatividade – 
 A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de 
atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se 
daquela criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no "mundo 
da lua", "sonhando acordada". Comumente o hipoativo tem memória pobre e 
comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com 
seus colegas. 
 
Problemas de Aprendizagem em uma perspectiva interacionista. 
 
 ...desde os primeiros dias do 
desenvolvimento da criança, suas atividades 
adquirem um significado próprio num sistema 
de comportamento social (...)Vygotsky (1994): 
(p.33) 
 
 Para Vygotsky, as funções psicológicas superiores - que são 
características do ser humano - estão ancoradas, por um lado, nas 
características biológicas da espécie humana e, por outro, são desenvolvidas 
ao longo de sua história social. É o grupo social que fornece o material (signos 
e instrumentos) que possibilita o desenvolvimento das atividades psicológicas. 
http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/pcn/pcns.aspx?cod=61
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Isso significa que se deve analisar o reflexo do mundo exterior no mundo 
interior dos indivíduos, a partir da interação destes com a realidade. 
 Ainda segundo Vygotsky, para que o indivíduo se constitua 
como pessoa, é fundamental que ele se insira num determinado ambiente 
cultural. As mudanças que ocorrem nele, ao longo de seu desenvolvimento, 
estão ligadas à interação dele com a cultura e a história da sociedade da qual 
faz parte. Por isso, e de acordo com os conceitos desenvolvidos por Vygotsky, 
o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e a 
interferência direta ou indireta deles. 
 Não é fácil construir um contexto interativo quando um ou 
mais membros do grupo de crianças possuem problemas de aprendizagem. 
Necessário é, portanto, entender que cada criança vai significar o contexto a 
sua volta de acordo com suas possibilidades, e a partir daí que deve ser 
iniciado o processo de aprendizagem dentro de uma perspectiva interacionista. 
 Cabe ao Psicopedagogo contextualizar, sempre que possível, 
os conteúdos sistematizados pela escola, favorecendo a vivência destes 
conteúdos para que possa ser mais facilmente compreendido pela criança. 
Falar de problemas de aprendizagem em uma perspectiva interacionista 
pressupõe entender que em primeiro lugar, todas as dificuldades devem ser 
consideradas, como uma interferência no processo de mediação. Esgotada 
essa possibilidade, aí sim, deve-se começar a pensar em alguma outra causa. 
Cabe ressaltar que as práticas multidisciplinares tem demonstrado cada vez 
mais, atingir os objetivos estipulados para o acompanhamento de crianças e 
adolescentes que apresentam algum tipo de interferência em seu processo de 
aprendizagem. 
 Como na escola o aprendizado é um resultado desejável, é o 
próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo pedagógico 
privilegiado. O professor tem o papel explícito de interferir na Zona de 
Desenvolvimento Proximal dos alunos, provocando avanços que não 
ocorreriam espontaneamente. Pois único bom ensino, afirma Vygotsky, ―é 
aquele que se adianta ao desenvolvimento‖. (p.62). 
 Na visão de Vygotsky, a própria natureza da significação, faz 
dela algo que, ao mesmo tempo em que, pode ser compartilha por todos é de 
http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/pcn/pcns.aspx?cod=62
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todos e não é de ninguém em particular, conversa a singularidade de cada um 
dos que a compartilham, ao mesmo tempo em que não está sujeita às 
condições da espacialidade e da temporalidade, concretiza-se em seres reais e 
no tempo real desses seres. 
 Apesar desse estado de coisas, do qual muitos educadores 
têm uma ideia fragmentária, professores e diretores tendem a atribuir o baixo 
rendimento da escola à incapacidade dos alunos e ao desinteresse e 
desorganização de suas famílias. A principal forma de relação da escola com a 
família é a convocação dos pais – geralmente a mãe para que ouçam queixas 
de seus filhos, ou seja, informados de algum problema mental destes 
―detectados‖ pela professora. 
Fiéis aos ensinamentos da Psicologia Educacional, os educadores costumam 
encaminhar todas as crianças que não respondem às suas exigências a 
serviço médico e psicológico para diagnóstico. 
 As opiniõesdos educadores sobre os alunos repetentes 
muitas vezes, são confirmadas por laudos psicológicos produzidos a partir de 
procedimentos diagnósticos bastante duvidosos – em geral têm grande poder 
de convencimento sobre a criança e seus familiares, não só porque produzidas 
num lugar social tido como legítimo para dizer quem são os mais capazes, 
como também porque vão à direção do slogan liberal segundo o qual ―vencem 
os mais aptos e os mais esforçados‖.(PATTO, 1997: p. 292). 
 A importância da abordagem construtivista/interacionista, ou 
seja, produzindo conhecimentos sobre a interdependência do desenvolvimento 
humano e sua aprendizagem, tem ajudado muito na compreensão das 
crianças, principalmente o conteúdo escolar. 
 Segundo Mindé, 2000 para se entender o desenvolvimento dos 
processos mentais, há que se considerarem, principalmente, os aspectos 
históricos, sociais e culturais do contexto da criança, e não só os aspectos 
biológicos. Sabe-se, também, que esse desenvolvimento mental se concretiza 
de forma muito especial na escola. E é isso que as teorias psicológicas atuais 
vêm atuando. 
Isso significa que, dentro da escola, não é mais possível se preocupar, 
somente com o desenvolvimento mental dos alunos, como se estivesse na 
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escola somente para desenvolver esta parte, mas antes, o ideal é vê-lo como 
um todo. 
 O que fica claro no desenvolvimento psicológico atualmente é 
o lugar social da criança, como um ser que interage com a história e com a 
cultura de seu tempo e que pode modificar seu contexto e ir sendo modificado 
por ele. 
Não é mais possível acreditar que os aspectos biológicos do desenvolvimento 
é que irão determinar se a criança está ou não dentro do estágio que seja ―bom 
para aprender‖ os conteúdos escolares não são somente à maturidade ou a 
―prontidão para aprendê-lo‖ que vão definir o tempo e a forma de as crianças 
aprenderem. 
Baseado em Mindé, chega-se à conclusão que: 
 
 Na realidade as coisas não são bem assim, nem todo 
mundo está fora de um padrão de desenvolvimento 
definido por testes ou tarefas tem problemas e 
também existem muitos outros aspectos do 
desenvolvimento que também são importantes e 
que não aparecem nos testes, como os aspectos 
sociais e os afetivos. (2000: p. 142). 
 
 Mesmo quando as crianças não têm algumas capacidades 
cognitivas desenvolvidas, podem aprender a ler, a escrever, a fazer contas, por 
causa de outras habilidades mentais como a imaginação, a fantasia e a 
criatividade. A Psicologia, ao estudar e pesquisar o desenvolvimento de 
crianças e jovens no contexto escolar tem evidenciado para a promoção de um 
desenvolvimento integrado, em que fatores sociais, afetivos e cognitivos estão 
sempre interligados. (MINDÉ, 2000.) 
 O educador continua limitado no que diz respeito á 
memorização dos conhecimentos e dar seus conselhos sobre assuntos tão 
importantes apoiando-se não apenas sobre um saber, mas sobre 
considerações de bom senso ou de simples oportunidade, tal o número de 
carreiras inacessíveis a quem não passou pelas formalidades prescritas. 
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 Há ensinos obviamente desprovidos de qualquer valor formador 
e que continuam a impor-se sem se saber ao menos se eles chegam a atingir 
ou não função utilitária que se objetiva. Admite-se comumente ser necessário, 
para viver socialmente, conhecer ortografia (sem discutir se neste caso há 
significação racional, ou meramente tradicionalista de tal obrigação). Mas o que 
se, se ignora plenamente, e de maneira decisiva é se o ensino especializado 
da ortografia favorece essa aprendizagem, se permanece indiferente ou se 
torna às vezes nocivo. Piaget afirma para se julgar o rendimento dos métodos 
escolares dispõe-se tão somente dos resultados das provas finais nas escolas 
e em parte, de alguns exames de concursos. (p. 14–15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PSICOMOTRICIDADE E ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO 
. 
 
 
 
 
 
Psicomotricidade e seus conceitos 
 
 Psicomotricidade é um assunto que vem sendo desenvolvido 
desde o século passado, embora nos últimos trinta anos tenha ocupado um 
espaço de discussão bem maior, principalmente pelos profissionais da 
educação. Vários estudos foram feitos, primeiro a teoria e depois a prática, mas 
posteriormente chegaram a um consenso. Após o conceito de debilidade 
motora, veio o de coordenação geral do corpo e aptidões físicas, até hoje 
estudado. 
 Definição de Psicomotricidade: ―uma ciência que tem 
por objetivo o estudo do homem por meio do seu 
corpo em movimento, nas relações com seu mundo 
 PSICOMOTRICIDADE 
Por se tratar da relação entre o 
homem e seu corpo, e o meio físico 
sociocultural em que convive, a 
Psicomotricidade é fundamentada por 
um amplo conjunto de campos 
científicos, porém nenhum processo 
educacional pode ser considerado 
completo se não se ocupar também 
do desenvolvimento motor. 
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interno e externo”. (Sociedade Brasileira de 
Psicomotricidade,1982, p.17). 
 
 Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do 
discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no 
início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além 
das regiões motoras. 
 Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, 
começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro 
esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. 
 São descobertos distúrbios da atividade gestual. Portanto, o 
"esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua 
correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos 
patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma 
área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, 
a palavra PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que 
dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente 
neurológico. 
 
Alguns enfoques de Psicomotricidade: 
 
 Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, ele quem afirma a 
independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de 
um possível correlato neurológico. 
 Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento 
humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do 
psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à 
emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. 
 Edouard Guilmain- 1935, neurologista, desenvolve um exame 
psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de 
prognóstico. 
 Julian de Ajuriaguerra -1947- psiquiatra, redefine o conceito de debilidade 
motora, considerando-a como uma síndromecom suas próprias 
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particularidades. Delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam 
entre o neurológico e o psiquiátrico. 
 Na década de 70, diferentes autores definem a 
psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começa então, a ser 
delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica 
que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo 
de um sujeito" vai dando progressivamente, maior importância à relação, à 
afetividade e ao emocional. Para o psicomotricista, a criança constitui sua 
unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações do Outro 
(mãe e substitutos) sobre ela. Evidenciando que o desenvolvimento 
psicomotor só ocorre se todos os elementos do conjunto, ou seja, os aspectos: 
motor, intelectual, emocional e expressivo estiver presente. Fonseca (1976) 
ressaltou á necessidade de se abordar o significado do movimento como 
comportamento numa relação consciente e inteligível entre a ação do indivíduo 
e a ação circunstancial, evitando-se o olhar do corpo como uma máquina posta 
em movimento por um psiquismo que habita o cérebro. 
 Como exemplo, podemos citar uma criança jogando 
amarelinha, que estará vivenciando estímulos motores, seu raciocínio lógico 
está sendo solicitado e está experimentando ao mesmo tempo uma relação 
com as demais crianças, por tanto possui implicações emocionais e sociais. 
Segundo, Lapierre “a psicomotricidade considera o ser físico e social em 
transformação permanente e em constante interação como meio, modificando-
o e modificando-se” (LAPIERRE, 1984, p.58). 
Com o tempo foi possível chegar a uma classificação das funções 
psicomotoras, baseadas em Vera Gomes (1992), divididas em: 
 
1) coordenação dinâmica global: 
2) esquema corporal:. 
3) tônus: 
4) coordenação motora fina: 
5) organização espacial e temporal: 
6) ritmo: 
7) lateralidade: 
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8) equilíbrio: 
9) respiração: 
10) relaxamento: 
 
Psicomotricidade como agente na educação. 
 
 A educação inicia-se desde o nascimento do indivíduo 
prolongando-se durante toda a sua existência, estimulando e desenvolvendo 
suas capacidades físicas, mentais e sociais. 
 Ao longo desses anos o movimento impôs-se nas diferentes 
disciplinas, condicionando todos os aprendizados pré-escolares e escolares, 
fazendo com que a criança tome consciência de seu corpo e do mundo que a 
cerca. O interesse de um aluno por determinada atividade está na dependência 
de sua idade, do ambiente e principalmente de suas necessidades imediatas. A 
educação psicomotora atua como parte integrante da educação global 
desenvolvendo não só o físico e o social, mais a psicológico e o intelectual. 
 Isto vem enfatizar o que a Constituição Federal de 1988 e a Lei 
de Diretrizes e Bases (LDB, 1996) intenciona na primeira etapa da educação 
básica. As crianças participam das relações sociais, e este não é 
exclusivamente um processo psicológico, mais social, cultural, e histórico; 
buscam também valores e comportamentos adequados ao seu tempo e lugar, 
porque essas relações fazem partes de suas vidas que são necessários ao seu 
desenvolvimento. Nessas perspectivas, é fundamental observar: palavras, 
ações, gestos, situações decorrentes que compõem o dia a dia e funcionam 
como referencia de constância e continuidade, tornando o ambiente 
compreensível para a criança. 
 Segundo o Referencial Curricular Nacional (v.3) o 
desenvolvimento psicomotor de crianças de 0 a 3 são: 
 - Exploração de diferentes posturas corporais (sentar, inclinar, ficar 
ereto, etc.). 
 - Ampliação progressiva da destreza para deslocar-se no espaço 
(engatinhar, rolar, andar e correr, etc.). 
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 - Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a compreensão 
(encaixe, traçado no desenho, etc.), por meio da experimentação e 
utilização de suas habilidades manuais em diversas situações 
cotidianas. (p.35). 
 Há várias formas de oferecer condições de aprendizagem a 
criança desde as mais inocentes brincadeiras até as ocorridas em situações 
pedagógicas. Neste processo, verificam-se o quanto à Psicomotricidade poderá 
auxiliar nesta apreensão contribuindo para a formação de crianças felizes e 
saudáveis. 
 
Psicomotricidade na educação infantil: Desenvolvendo capacidades 
 
 A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a 
formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal 
incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. 
Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam 
e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os 
educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de 
destaque no programa escolar desde a Educação Infantil. 
 A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da 
ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser 
mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. A Psicomotricidade 
está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu 
corpo para demonstrar o que sente. 
 Vitor da Fonseca (1988) comenta que a 
"PSICOMOTRICIDADE" é atualmente concebida como a integração superior 
da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. 
 Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu 
próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A 
abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a 
criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar 
por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento 
humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como 
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expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento 
significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu 
desenvolvimento. 
 O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve 
prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, 
afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de 
atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a 
criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do 
comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental 
de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando 
seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a 
aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na 
conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo. 
 Segundo Barreto (2000), ―O desenvolvimento psicomotor é de 
suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na 
reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do 
ritmo‖. A educação da criança deve evidenciar a relaçãoatravés do movimento 
de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e 
os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que 
sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivo e sócio motor, pois 
assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, 
indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar 
consciência de si mesma e do mundo que a cerca. 
 Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter 
recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento 
corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; 
tudo isso visando à formação da sua personalidade. 
 
Sugestões de exercícios psicomotores: 
 
Engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar 
para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais 
variados (passeios ao ar livre), etc. 
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 Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades 
afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das 
pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a 
energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano. 
 
Como Era Percebido O Brincar? 
 
 Na antiguidade, as crianças participavam das mesmas 
brincadeiras dos adultos. Toda a comunidade participava das festas e 
brincadeiras, com a finalidade de estreitar os laços afetivos. 
 Essas brincadeiras, jogos e divertimentos eram vistos sob dois 
prismas. Uma parte da sociedade aceitava este tipo de atitude, percebendo-as 
como meio de crescimento social, os outros recriminavam pois associavam aos 
prazeres carnais, ao vício e ao azar. 
 Os humanistas do Renascimento perceberam as possibilidades 
educativas dos jogos e passaram a utilizá-los. Passou-se a considerar as 
brincadeiras e jogos como uma forma de preservar a moralidade dos "mini 
adultos", proibindo-se os jogos considerados "maus" e aconselhando-se 
aqueles considerados "bons" (WAJSKOP, 1995, p. 63). 
 Houve uma preocupação com a moral, a saúde e o bem 
comum e passou-se a elaborar propostas baseadas no jogo especializado, de 
acordo com a idade e o desenvolvimento da criança. 
Foi com a ruptura do pensamento romântico que se deixou de ver a brincadeira 
apenas como um ato lúdico. Ela passou a ser valorizada no espaço educativo. 
 Segundo WAJSKOP (1995), pesquisadores como Comenius, 
Rousseau e Pestalozzi, contribuíram para a valorização da infância. Baseados 
numa concepção idealista e protetora da criança propuseram uma educação 
dos sentidos, utilizando-se de brinquedos e centrada na recreação. Iniciou-se, 
assim, a elaboração de métodos próprios para a educação infantil. Com essas 
ideias é que se passa a ver a educação das crianças pequenas como 
características particulares, não mais como a educação dos "adultos em 
miniatura". 
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 Os pedagogos Friedrich Fröebel, Maria Montessori e Ovide 
Décroly realizaram pesquisas a respeito da criança. Fröebel iniciou a educação 
institucional. 
 Estes pesquisadores iniciaram a educação sensorial, 
utilizando-se de jogos e materiais didáticos. WAJSKOP (1999, p. 21) afirma 
que: ... foram os primeiros pedagogos da educação pré-escolar a romper com a 
educação verbal e tradicionalista de sua época. Propuseram uma educação 
sensorial, baseada na utilização de jogos e materiais didáticos, que deveria 
traduzir por si a crença em uma educação natural dos instintos infantis. 
 Segundo Kishimoto, citado por SANTOS (1999), Fröebel foi o 
primeiro educador que justificou o uso do brincar no processo educativo. Ele 
tinha uma visão pedagógica do ato de brincar. O brincar, pelo ato de brincar 
desenvolve os aspectos físicos, moral e cognitivo, entre outros, mas o 
estudioso defende, também, a necessidade da orientação do adulto para que 
esse desenvolvimento ocorra. 
 Consequentemente, as escolas que adotam as teorias 
froebelianas permitem o brincar com atividades orientadas e também livres. Os 
brinquedos são vistos como suporte para a ação do brincar, proporcionando a 
aquisição de habilidades e conhecimentos. 
 No século XIX, durante a Guerra Civil, aparece nas creches da 
época, o brincar supervisionado. Nesse período, apenas esse brincar era 
considerado educativo. 
 Segundo Kishimoto, citado por SANTOS (1999, p. 30), no 
Brasil: 
 Os jardins de infância froebelianos penetram nas instituições 
particulares, como inovação pedagógica, destinadas à elite da época, como 
forma de mostrar a modernidade da escola, que oferece um curso semelhante 
ao divulgado no então modelar sistema educacional americano. 
O movimento da Escola Nova deu continuidade à concepção de criança lúdica, 
já implantada por Fröbel. 
 WAJSKOP (1995) nos diz que Dewey, discípulo da Escola 
Nova, concebia a brincadeira como uma ação livre e espontânea. A brincadeira 
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era vista como a expressão dos sentimentos, necessidades e interesses da 
criança. 
As ideias da Escola Nova ganharam força no Brasil na década de 20. Os jogos 
ganharam força e eram utilizados como meio de ensino. 
E Agora, como Pensamos O Brincar? 
 A partir das décadas de 60 e 70, a psicologia do 
desenvolvimento e da psicanálise contribuiu para que se visse a infância como 
o período principal do desenvolvimento humano, enfatizando o papel da 
brincadeira na educação infantil. 
 Hoje, vista dentro de uma visão sócio histórica, a criança está 
constantemente modificando-se por estar imersa na sociedade, interagindo 
com os adultos. Esse desenvolvimento ocorre através da interação e da 
experiência sociais. Desta forma, rompe-se com as ideias relacionadas as 
teses biológicas e etológicas que idealizam a criança e suas possibilidades 
educacionais. 
 A criança, quando ingressa na educação infantil, começa a 
interagir com os ambientes, que nem sempre são condizentes com aquele que 
ela faz parte. Está inserida num ambiente diferente, com ritmos diferentes, com 
objetos, ações e relações ainda desconhecidos. Esta diversidade e 
heterogeneidade são elementos primordiais para o enriquecimento das 
crianças. 
Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 27) nos diz que: "... a criança é 
um ser social, o que significa dizer que seu desenvolvimento se dá entre outros 
seres humanos, em um espaço e tempo determinados." 
 Através da interação social, a criança se utilizará de 
instrumentos mediadores, a fim de transformar-se. Os problemas que lhe são 
apresentados, desde o nascimento, fazem com que busque soluções 
imediatas. 
A diferença entre o ser humano e os outros mamíferos é a elaboração das 
funções psicológicas superiores, que o homem faz desde bebê. O 
desenvolvimento dessas funções se dá através das atividades desenvolvidas, 
utilizando-se de instrumentos e signos, que farão o papel de mediadores. 
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Partindo da visão sociointeracionistao homem é um ser geneticamente social. 
Desta forma, o crescimento intelectual ocorre a partir da apropriação de 
conhecimentos culturais, consequentemente, dos processos de ensino e 
aprendizagem. 
 Nesta visão sociointeracionista, a aprendizagem, o ensino e o 
desenvolvimento são vistos como etapas distintas, mas relacionadas entre si, 
onde cada um depende da superação do outro, onde a aprendizagem 
desencadeia o desenvolvimento que desencadeia a aprendizagem. 
 Não basta estar em grupo para que ocorra a aprendizagem, o 
ensino ou o desenvolvimento. É necessário que ocorra interação entre os 
membros do grupo. VIGOTSKY (1989) afirma que a aquisição do 
conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento, a real e a 
proximal. A zona de desenvolvimento real é o conhecimento já adquirido, é o 
que a pessoa traz consigo. Já a zona de desenvolvimento proximal, só é 
atingida com o auxílio de outras pessoas "mais capazes", que já tenham 
adquirido esse conhecimento. 
 O sociointeracionista não concorda com a visão da criança 
comparada a "um adulto em miniatura", pois a forma de pensamento da criança 
é diferente da do adulto. A criança não tem adquiridos os conceitos, estes são 
adquiridos a partir da interação com o meio, e com as pessoas desse meio. Os 
conceitos são resultados de movimentos intra e Inter psicológicos. 
 A aquisição desses conceitos permite que as 
experiências vividas pela criança sejam diferentes de meras experiências 
imediatas e que permaneçam e sejam utilizadas na constituição e 
desenvolvimento dos seres humanos. 
Para isso, Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 37) esclarece que: 
 A elaboração de conceitos pela criança irá depender da 
diversidade, não só quantitativa, mas, especialmente, qualitativa, das 
experiências interacionais que vivenciará nos espaços institucionais nos quais 
se encontrar. 
A função do adulto perante a criança não é apenas cuidar e proteger, mas, 
principalmente a de torná-la gradativamente independente, com valores, 
crenças, hábitos, etc. 
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 Para que isso possa ser concretizado, se faz necessário que 
se possibilite situações lúdicas. Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 41) 
afirma ser necessário que: 
... o fato de o jogo se manifestar sempre em uma situação de interação; do 
envolvimento dos parceiros se dar, necessariamente, por iniciativa dos 
mesmos; da orientação para o prazer, nas atividades realizadas; do esforço 
necessário, em contrapartida, para superar os desafios surgidos; da presença 
da regra, mesmo quando expressa como simples repetição de movimentos; do 
descompromisso com os objetivos aparentes do jogo; do caráter inédito e 
imprevisível de seu desenrolar; da associação imaginação/realismo nas 
atitudes e ações. 
 O adulto interfere nas atividades lúdicas para impedir situações 
de perigo, de risco, age também para garantir a continuidade da brincadeira, 
fornecendo um conhecimento que as crianças ainda não atingiram. 
 Dessa maneira a brincadeira é uma atividade onde as crianças 
assimilam e recriam as experiências dos adultos. Numa visão sócio- histórica 
defendida por Vygotsky, a brincadeira é uma atividade específica da infância, 
onde a criança recria a realidade utilizando sistemas simbólicos. Essa é uma 
atividade social, com contexto cultural e social. 
 Através da brincadeira, a criança pode experimentar novas 
situações e lhe é garantida a possibilidade de uma educação criadora, 
voluntária e consciente. 
WAJSKOP (1999, p. 32) afirma que "Do ponto de vista do desenvolvimento da 
criança, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas." 
O brinquedo proporciona mudanças no que se refere às necessidades e à 
consciência da criança. A criança, com o brinquedo, pode colocar hipóteses, 
desafios, além de construir relações, com regras e limites impostos pelos 
adultos. 
 A valorização do brinquedo criou a brinquedoteca nos anos 60 
na Europa, e no Brasil surgiu nos anos 80. A superlotação das pré-escolas 
particulares e o espaço físico limitado fizeram com que aumentasse a procura 
pelas brinquedotecas. 
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 CUNHA (1994, p. 13) nos esclarece que: BRINQUEDOTECA é 
um espaço criado para favorecer a brincadeira. 
 É um espaço aonde as crianças (e os adultos) vão para brincar 
livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e 
necessidades lúdicas. Muitos brinquedos, jogos variados e diversos materiais 
que permitem a expressão da criatividade. 
Embora os brinquedos sejam a atração principal de uma BRINQUEDOTECA, 
ela pode existir até mesmo sem brinquedos, desde que outros estímulos às 
atividades lúdicas sejam proporcionados. 
 A brincadeira faz com que a criança construa a sua realidade, 
e perceba a possibilidade de mudança da sociedade, na qual ela faz parte. 
Existe uma compreensão do mundo e das atitudes humanas. 
 Para Vygotsky, citado por WAJSKOP (1999, p. 35): 
 
 ... a brincadeira cria para as crianças uma "zona de 
desenvolvimento proximal" que não é outra coisa 
senão a distância entre o nível atual de 
desenvolvimento, determinado pela capacidade de 
resolver independentemente um problema, e o nível 
de desenvolvimento potencial, determinado através 
da resolução de um problema sob a orientação de um 
adulto ou com a colaboração de um companheiro 
mais capaz. 
 
 No processo da educação infantil, o papel do professor é 
primordial, pois é aquele que cria espaços, oferece os materiais e participa das 
brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento. O professor é 
mediador, fazendo parte da brincadeira, ele terá oportunidade de transmitir 
valores e a cultura da sociedade. O professor estará possibilitando a 
aprendizagem da maneira mais criativa e social possível. 
 O brinquedo, visto como objeto, suporte da brincadeira, 
permite à criança criar, imaginar e representar a realidade e as experiências 
por ela adquiridas. O Referencial Curricular Nacional Para A Educação Infantil 
(1998), que serve como guia para as creches e escolas de educação infantil, 
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apresentando objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os 
profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, 
contempla a importância do brincar para a construção do conhecimento, nos 
dizendo que: 
 Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos 
que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam. Por 
exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve 
conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da 
imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família 
ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas 
assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus 
conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram, ainda, fragmentados. É no 
ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as 
características do papel assumido, suas competências e as relações que 
possuem com outros papéis, tomando consciência disto

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