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ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 2 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 SUMÁRIO PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONA..................................................................3 APRENDIZAGEM HUMANA E ESCOLARIZAÇÃO E OS FATORES QUE INFLUENCIAM ESTA APRENDIZAGEM............................................................7 DISTÚRBIOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM..........12 PSICOMOTRICIDADE E ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO...................31 REFLEXÃO SOBRE A FALÊNCIADO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DO SABER E DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR...........................................................51 TRANSTORNOS EMOCIONAIS.......................................................................74 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: ASPECTOS AFETIVOS E COGNITIVOS............................................................................115 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: CAMINHOS E DESCAMINHOS..............................................................................................121 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 3 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” (Paulo Freire) PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Como definir Psicopedagogia Institucional? Podemos defini-lo como o trabalho institucional desenvolvido nas e junto às escolas. É um modo de inserção do psicopedagogo em equipe multidisciplinar. Dentre as variáveis das ações Psicopedagógicas, os distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem fazem parte do seu trabalho e prendem-se exclusivamente nos fatores que interferem na aprendizagem, proporcionando correções e ajustamentos, no processo educativo escolar que garanta ao aluno o sucesso escolar. Como professores e psicopedagogos, sabemos que os distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem refletem a incapacidade ou impedimento para aprendizagem, seja de leitura, escrita ou cálculo. Ainda influencia o convívio social. Se olharmos pelo lado orgânico, veremos que as desordens neurológicas acabam ainda por interferir na recepção de informações, acentuando o potencial estimado do aluno e sua efetiva aprendizagem escolar. A relação multidisciplinar do atendimento Psicopedagógico Entender os distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem é de suma importância para a ação do Psicopedagogo, porque configura no próprio objetivo do atendimento. O psicopedagogo começa a efetivar seu trabalho exatamente por causa dos distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem e geralmente são procurados por escolas ou pais, INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 4 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 seja no âmbito das escolas estaduais ou municipais ou como profissionais em clínicas próprias. Quando o profissional da Psicopedagogia passa a intervir no aprendizado do aluno e começa a analisar e refletir é nessa reflexão que encontra pontos importantes que irão auxiliá-lo nas suas intervenções futuras. Essa análise parte desde a aprendizagem e seu processo de escolarização até a importância da Psicomotricidade como recurso de atendimento psicopedagógico. Assim, a disciplina ―Distúrbios, Dificuldades e Problemas de Aprendizagem‖ é indispensável ao profissional que pretende atuar como psicopedagogo para que possa descobrir, aceitar, entender as causas e consequência de determinados resultados escolares. Temos como objetivo geral que você, como estudante de Psicopedagogia reflita a respeito do processo ensino-aprendizagem minimizando-os ou favorecendo sua resolução, colaborando para que haja uma compreensão do homem e contribuir para seu sucesso escolar. Especificamente esperamos que a apostila lhe auxilie a compreender os princípios da aprendizagem humana, considerando o papel fundamental da escola no processo sistemático de formação, identificando os fatores que influenciam no processo de aprendizagem, favorecendo-o ou dificultando-o e saiba também distinguir distúrbios, dificuldades e problemas de aprendizagem, utilizando os conhecimentos da Psicomotricidade como instrumento auxiliar da ação psicopedagógica. Conhecendo a Ementa: A Psicopedagogia Clínica é um ramo da psicopedagogia que habilita o profissional a atuar em consultórios. Haverá um capítulo para falar sobre isso INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 5 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Aprendizagem humana e escolarização. Fatores que influenciam a aprendizagem. Distinção entre Distúrbios, Dificuldades e Problemas de Aprendizagem. Principais transtornos da aprendizagem. Psicomotricidade e grupo operativo Psicopedagogia A qualidade do profissional deve-se ao empenho do acadêmico! BIBLIOGRAFIA BÁSICA: BOCK, A.M.B.; FURTADO, O. e TEIXEIRA, M.L.T. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2000. JOSÉ, E.A. & COELHO, M..T. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 2002. SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Petrópolis: Vozes, 2002. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR NUNES, T.; BUARQUE, L. e BRYANT, P. Dificuldades na Aprendizagem da Leitura: Teoria e Prática. São Paulo: Cortez Editora, 2001. SISTO, F.F.; BORUCHOVITCH, E. e FINI, L.D.T. (Org.). Dificuldades de Aprendizagem no contexto Psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2001. PAIN, Sara. Visão da Psicopedagogia Operativa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. FONTES DIGITAIS Alfabetização de Crianças com Dificuldades de Aprendizagem http://www.miniweb.com.br/Educadores /educadores1.html Distúrbios De Aprendizagem http://members.tripod.com/~Helenab/ja n_hunt/distapr.htm Atuação Psicopedagógica e Aprendizagem Escolar Site interessante para pesquisa: www.educaçaoonline.pro.br/b coartogos.asp http://www.miniweb.com.br/Educadores INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 6 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/sp apae.htm Dificuldades De Aprendizagem Ou Dificuldades De Escolares http://www.psiqweb.med.br/infantil/aprendiza.html Associação Brasileira de Psicopedagogia: http://abpp.com.br/main.asp http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/sp INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 7 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 APRENDIZAGEM HUMANA E ESCOLARIZAÇÃO E OS FATORES QUE INFLUENCIAM ESTA APRENDIZAGEM Como podemos definir a palavra APRENDIZAGEM? As crianças aprendem sobre o mundo, muito antes mesmo antes de irem à escola. Elas aprendem com a família, com os amigos, com os meios de comunicação, com suas próprias experiências. A aprendizagem escolar vai se juntando a essa experiências que ocorrem na vida diária, em um processo de desenvolvimento continuo. Se a escola é um lugar privilegiadode muitas outras aprendizagens, então é na escola que se aprende cotidianamente. São também na escola, aprendidos outros significados e usos dos conceitos que são partilhados culturalmente. Os conhecimentos cotidianos, que são adquiridos em experiências da vida diária, vão formando o que pode ser chamado de conceitos cotidianos que vão sendo acrescidos e ampliados na escola e, é aí que se entra em contato com assuntos novos e diferentes daqueles já sabidos. E é dessa forma que são construídos também outros saberes, aqueles chamados de conceitos escolarizados. Analisando profundamente, pode-se dizer que aprendizagem é processo através do qual a criança se apropria do conteúdo da experiência humana. Para aprender, a criança precisa interagir com outras pessoas, tanto adultos quanto com outras crianças. Desde o nascimento, a criança vai gradualmente ampliando sua visão de mundo e a forma como lida com ele e assim vai construindo suas imagens, experiências e ações. Por aí, percebe-se que a aprendizagem é extremamente evolutiva, implicando em observações reais, tanto físicas quanto biológicas e no meio que a rodeia. (POPPOVIC, 1968). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 8 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Descobrir o mundo é um longo processo que se inicia com o nascimento, ou antes, dele, já que cientificamente já foi comprovado que os bebês no ambiente intrauterino percebem movimentos, ouvem os sons, principalmente os que vêm da mãe, se acentuam na escola com o processo de escolarização e perdura pela vida inteira, já que a vida é sempre um longo aprendizado. Aprendizagem e Escolarização Emocionais, Orgânicos, Psicossociais Culturais. Estes são alguns aspectos cognitivos que envolvem a aprendizagem. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações. Quando se motiva um aluno o processo de aprendizagem fica mais fácil, já que a motivação se dá no interior do indivíduo, e em uma relação de troca com o meio em que vive principalmente escolar. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento. Se for de extrema importância para qualquer educando, imagine aquele que tem necessidades educacionais especiais? Portanto, cabe aos educadores proporcionar situações de interação tais que despertem no educando motivação para interação com o objeto do conhecimento, com seus colegas e com os próprios professores. Porque, embora a aprendizagem ocorra na intimidade do sujeito, o processo de construção do conhecimento dá-se na diversidade e na qualidade das suas interações. A ação educativa da escola com esse aluno deve incluir muitos conteúdos curriculares específicos, que servirão de suporte ao trabalho pedagógico desenvolvido em sala de aula e totais condições para o aluno INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 9 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 integrar-se ao mundo das letras, despertando total interesse e desejo de saber e de saber fazer. Mas não é um processo fácil o de escolarização, já que são detectados muitos problemas como: Dificuldade de coordenação motora, Agressividade, Falta de atenção em sala de aula, Dificuldade com ordenação Fatores biológicos, Sociais, Emocionais, Pedagógicos, etc. Ao se fazer uma análise profunda na falta de aprendizado de uma criança ainda detectamos outros agravantes como a imaturidade para determinados conceitos, baixa autoestima, problemas sociais e fisiológicos, dificuldade de concentração ou até mesmo não estar em sintonia com o que a escola ensina e sua maneira de aprender. A família e o professor são a base para o sucesso da aprendizagem. E muitas vezes o professor sempre enxerga as dificuldades primeiro que os pais e ao estar atento, pode encaminhar a criança a especialistas. Esse é o papel do psicopedagogo, já que ele pode e deve estimular e facilitar todo o processo de ensino-aprendizagem, descobrindo dentro da criança tudo aquilo que ela já sabe. Seu papel é transformar a criança em um eterno curioso. Fatores que influenciam a aprendizagem Toda criança é fruto do seu meio e de sua herança genética. Essa combinação de fatores começa desde a fase pré-natal, onde o ambiente começa a exercer sua ação até a fase adulta. O psicopedagogo trabalha todo esse aspecto em uma visão holística do ser humano. Devido ao fator ambiental um indivíduo irá sofrer INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 10 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 influências significativas conforme sua predisposição hereditária e as fases de desenvolvimento que ele enfrenta. Fruto de diversas interações, a aprendizagem pode ser influenciada por diversos fatores e interferem entre si no contexto do desenvolvimento global do ser humano. Existem inúmeros fatores que podem desencadear uma dificuldade ou um distúrbio de aprendizagem e existem várias condicionantes fundamentais como: Orgânicos: Saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio) alimentação inadequada, etc. Psicológicos: Inibição, fantasia, ansiedade, angustia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição. Ambientais - O tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação, etc. Quando uma criança apresenta alguma dificuldade de aprendizagem ela tem a necessidade de ser avaliada em vários aspectos como a sua relação com o professor, entre colegas de classe, os métodos didáticos, situação familiar, personalidade da criança e dificuldade de educação. O comportamento que indique problemas pode ter origem no fator genético da criança ou no fator social. Para Mielnik um comportamento que caracteriza distúrbio, dificuldade ou problema de aprendizagem deve conter os seguintes fatores: Tendências internas e defesas psíquicas do ego infantil Influencias de pressões internas e externas Meios de adaptação a essas pressões· Ambiente cultural Conduta e personalidade dos pais e irmãos Idade Constituição física Desenvolvimento (período em que a criança se encontra) Tensões e traumas de vida cotidiana ao qual a criança fica exposta Processos envolvidos na maturação da personalidade infantil. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 11 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Quando o professor detecta alguma coisa diferente, ele precisa analisar se estas características permanecem ou não, pois pode ser uma fase temporária e precisa apenas de supervisão mais direta para poder superá-la. Ao se conscientizar de seu papel educativo e humano o psicopedagogo, detecta as dificuldades de aprendizagem que possa aparecer em sala de aula e investigar as causas de forma ampla, que abranja os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos adicionados ao meio ambiente em quea criança vive. Visite o site www.abpp.com.br e leia os artigos sobre dificuldades de aprendizagem. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 12 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 DISTÚRBIOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM O aprender implica várias integridades básicas, que precisam estar presentes quando oportunidades para a aprendizagem são oferecidas. Segundo VALLET, (1997) o termo Problema de Aprendizagem tem sido usado de forma genérica, para indicar uma perturbação na aquisição e utilização de informações ou na habilidade para solução de problemas Podemos entender que o cérebro humano é um sistema complexo e está sempre estabelecendo relações com o mundo ao redor. Se existe alguma falha no ato de aprender esta exige uma modificação dos padrões de aquisição, assimilação e transformação, seja por ESPECIFICIDADES: a primeira refere-se as vias que levam da periferia ao córtex, informações provenientes do mundo exterior; a Segunda diz respeito aos neurônios. São estas características que permitem determinar áreas motoras, sensoriais, auditivas, ópticas, olfativas, etc., estabelecendo noções exatas e ricas no aprendizado. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 13 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 vias internas ou externas ao indivíduo. A tentativa de definir e esclarecer os termos relacionados a esta falha na aprendizagem tem sido uma tarefa bastante difícil. Problemas de Aprendizagem: uma questão de nomenclatura Segundo NICHD (2001), problema de aprendizagem é sempre referente a um déficit que envolve componentes de habilidades como: linguagem oral, leitura, escrita , matemática e nas combinações e/ou relações entre elas) Segundo Sacconi (2009) podemos assim definir problemas de aprendizagem: Distúrbio: Qualquer perturbação ou interrupção da normalidade ou da paz exterior ou interior: distúrbios nervosos, políticos. Dificuldade: Qualidade ou condição do; aquilo que é difícil, problema, impedimento, estorvo, objeção, complicação, complexidade difícil, impedimento, obstáculo. REFLETINDO: Dificuldade assim entendida: situações difíceis enfrentadas pela criança normal e pela criança com um desvio do quadro normal, mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 14 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Dá para perceber que problemas de Aprendizagem tanto englobam os distúrbios quanto a dificuldade de Aprendizagem. A criança que não aprende por falta de adaptação pedagógica também terá problema, seja por falta de adequação ao método escolar ou transtornos acadêmicos. Embora muitas crianças com problemas de aprendizagem sintam-se felizes e bem ajustadas, boa parte delas, desenvolvem problemas emocionais. É a chamada frustração escolar, onde acontece grande índice de evasão nas escolas e a desistência, muitas vezes definitiva de aprender. A escola e os pais se frustram porque veem seus alunos e filhos com uma imensidão de problemas já que enfrentam dificuldades na escola. E uma vez que muitos métodos de estudo brilhantes não funcionam com crianças com algum problema de aprendizagem. As crianças fazem seus deveres e tarefas, mas se esquecem com muita facilidade as instruções e objetivos. Quando surge a figura do psicopedagogo que tem uma formação específica para os problemas de aprendizagem, trabalha de modo afetivo (clínico) e a aprendizagem. (institucional) Principais Problemas de Aprendizagem Muitas vezes fica muito difícil para o professor diagnosticar problemas de aprendizagem nos alunos, às vezes pela intensidade, às vezes pela duração que eles têm na vida escolar. Quando o ato de aprender se torna muito problemático, o psicopedagogo faz uma avaliação minuciosa e identifica causas e planeja ações corretivas. Muitas vezes é indispensável uma equipe multidisciplinar composta por vários profissionais. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 15 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Dificuldades Escolares Globais de origem Afetiva Com o ensino de nove anos, aos seis anos ela depara com uma realidade totalmente diferente que está acostumada, pois até os cinco anos a criança está acostumada ao maternal, primeiro e segundo períodos, onde o ritmo é mais lento, pois foca o desenvolvimento motor, visual, perceptivo, aí é confrontada com uma situação nova à qual terá de adaptar-se rapidamente. Começa aí a cobrança dos pais que querem ver os filhos no mesmo ritmo de aprendizagem dos coleguinhas e de muitos professores que querem uma turma homogênea. A criança acaba ficando mais difícil já que ainda não sabe lidar com os problemas e cobranças que surgem. Evidencia-se aí o fato de não se separar aprendizagem escolar das relações exercidas. Muitas vezes, uma equipe multidisciplinar pode ajudar nas dificuldades de aprendizagem, já que o assistente social faz a anamnese, encaminha para o neurologista, ou psiquiatra e psicopedagogo. Todos trabalhando em conjunto. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 16 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Dificuldade da leitura É fato que os indivíduos não nascem sabendo ler, mas desde cedo, antes mesmo da escola elas ―aprendem a ler‖, já que distinguem seus pertences, seus familiares mais próximos e distinguem calor/frio/sol/chuva. Quando entram para a escola, passam a integrar o mundo que irá trabalhar a escrita e a leitura formal e quando não o consegue com certeza irá sofrer preconceito e exclusão. A criança tem necessidade de se relacionar com sua língua de forma ampla e criativa. O X da questão não é apenas ensinar a criança a ler, mas que ela leia de forma autônoma, com toda sua riqueza de detalhes e criatividade. Os aspectos funcionais do aprendizado da leitura Causas funcionais nos problemas de leitura escrita: Os déficits da função simbólica que podem ser observados nas debilidades; Os atrasos ou os defeitos de linguagem; Os problemas essencialmente psicomotores. Relacionar os problemas de orientação com a dificuldade de aprendizado da leitura é algo clássico e que sobressai da evidência. Da observação desta concordância, passa-se logo a fazer uma relação de causa e efeito. Na verdade, não é necessário que uma criança tenha podido verbalizar REPENSANDO: A exploração de situações lúdicas pode despistar entraves como inibição, insegurança, dificuldades de comunicação e atraso de linguagem em um clima de segurança usado pela(o) educadora (o) INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 17 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 sua direita ou sua esquerda para que possa ser confrontada com o aprendizado da leitura. O problema é muito mais profundo. Não concerne apenasao papel perceptivo, mas surge de uma dificuldade muito mais fundamental que atinge a organização de seu corpo próprio. A dificuldade de orientação e o problema de leitura não passam de dois sintomas ligados à mesma causa: Dislateralidade: A lateralização é a tradução de uma assimetria funcional. Os espaços motores que correspondem ao lado direito a ao lado esquerdo do corpo não são homogêneos. No maior número de casos, esta lateralização é homogênea e sem ambiguidade. Noutros, ao contrário, e particularmente no caso dos canhotos, podemos observar discordâncias que reterão aqui nossa atenção. Dislexia: A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência. Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado. Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 18 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto- juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia. Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente. Neurologicamente conceituando, trata-se da incapacidade de compreensão do que se lê, devido à lesão no sistema nervoso central. Porém muitas vezes esta condição apresenta-se sem qualquer comprometimento neurológico, neste caso dislexia poderá ser considerada a condição em que o aluno consegue ler, mas experimenta fadiga e sensações desagradáveis. Quando os educadores se deparam com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldades de ler e entender o que leram, devem investigar imediatamente se há algum caso de dislexia na família. Em geral, a história pessoal de uma criança disléxica, traz traços comuns, como atraso de aquisição da linguagem, atraso de locomoção, problemas com lateralidade e outros. O diagnóstico da dislexia deve ser precoce, ou seja, já nos primeiros anos de escolaridade da criança, prevenindo assim, futuros problemas de fundo emocional. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 19 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A dislexia como fracasso inesperado A dislexia escolar é um fracasso inesperado. A escola e o aluno oferecem condições objetivas para o aprendizado da leitura. No entanto, a aprendizagem falha, na verdade, o método de ensino de leitura levado a efeito pelo docente. A dislexia, segundo Jean Dubois et alii (1993, p.197), é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados. A dislexia, segundo o linguista, interessa de modo preponderante tanto à discriminação fonética quanto ao reconhecimento dos signos gráficos ou à transformação dos signos escritos em signos verbais. A dislexia, para a Linguística, assim, não é uma doença, mas um fracasso inesperado (defeito) na aprendizagem da leitura, sendo, pois, uma síndrome de origem linguística. A dislexia também não é desleixo, é diferença individual de aprendizagem, é uma espécie de ritmo ou de variação lectogênica (maneira de ler) que cada educando tem para aprender a ler, por força de sua idiossincrasia linguística. A dislexia, a que persistente com os anos, pode ser descrita, explicada e sofrer a intervenção psicopedagógica. As causas ou a etiologia da síndrome disléxica são de diversas ordens e dependem do enfoque ou análise do investigador. Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente. Veja o vídeo sobre dislexia no www.youtube.com/watch?v=ziQhPUGd4qw INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 20 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Muitas das causas da dislexia resultam de estudos comparativos entre disléxicos e bons leitores. Podemos indicar as seguintes: a) Hipótese de déficit perceptivo, b) Hipótese de déficit fonológico c) Hipótese de déficit na memória. Atualmente os investigadores na área de Psicolinguística aplicada à educação escolar, apresentam a hipótese de déficit fonológico como a que justificaria, por exemplo, o aparecimento de disléxicos com confusão espacial e articulatória. Desse modo, são considerados sintomas da dislexia relativos à leitura e escrita os seguintes erros: Erros por confusões na proximidade especial como: a) confusão de letras simétricas (p-b, d-q), b) confusão por rotação, c) inversão de sílabas d) Confusões por proximidade articulatória e sequelas de distúrbios de fala: a) confusões por proximidade articulatória (fonemas surdos e sonoros como /g/ e /k/, como em /katu/ por /gatu/), b) omissões de grafemas, c) omissões de sílabas. As características linguísticas, envolvendo as habilidades de leitura e escrita, mais marcantes das crianças disléxicas, são: Ø A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever; Ø Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a- o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u, etc. Ø Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e Ø Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g; m-b-p; v-f Ø Inversões parciais ou totais de silabas ou palavras: me-em; sol-los; som- mos; sal-las; pal-pla Segundo Mabel Condemarín (1987, p.23), outras perturbações da aprendizagem podem acompanhar os disléxicos: Alterações na memória INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR,AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 21 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Alterações na memória de séries e sequências Orientação direita-esquerda Linguagem escrita Dificuldades em matemática Confusão com relação às tarefas escolares Pobreza de vocabulário Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo) Agora, uma pergunta pode advir: Quais as causas ou fatores de ordem pedagógico-linguística que favorecem a aparição das dislexias? De modo geral, indicaremos causas de ordem pedagógica, a começar por: Atuação de docente não qualificado para o ensino de língua materna, muitas vezes o chamado ―professor-leigo‖, sem formação na área do magistério escolar ou sem formação pedagógica em nível médio; Crianças com tendência à inversão Crianças com deficiência de memória de curto prazo Crianças com dificuldades na discriminação de fonemas (vogais e consoantes) Vocabulário pobre Conflitos emocionais As crianças com dislalia Crianças com lesão cerebral No caso da criança em idade escolar, a Psicolinguística define a dislexia como um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura (dislexia), da escrita (disgrafia) e da ortografia (disortografia) na idade prevista em que essas habilidades já devem ser automatizadas. É o que se denomina de dislexia de desenvolvimento. No caso de adulto, tais dificuldades quando ocorrem depois de um acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo cerebral, dizemos que se trata de dislexia adquirida. O Teste de Cloze INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 22 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Um dos procedimentos para avaliação da compreensão em leitura surgido das pesquisas de Taylor (1953) é denominado Técnica de Cloze. Consiste na seleção de um texto de aproximadamente 200 vocábulos, do qual, na proposta original do autor, omite-se o quinto vocábulo, como forma mais adequada para o diagnóstico da compreensão. Os examinandos devem preencher a lacuna com a palavra que julgarem ser a mais apropriada para a constituição de uma mensagem coerente e compreensiva. Essa técnica tem se mostrado bastante eficaz, tanto do ponto de vista prático, tendo em vista a facilidade de elaboração, aplicação e correção, bem como do ponto de vista empírico, em função dos altos índices de correlação positiva. EXEMPLOS DE TESTE CLOZE INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 23 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Teste Cloze - Coerência Textual LÍNGUA PORTUGUESA Aluno(a):_______________________________2º ano:___ 1. Complete as lacunas da crônica jornalística abaixo, atentado para a coerência das articulações das ideias, ou seja, tornando-a compreensiva aos seus leitores. . Carioca faz festa na praia para eclipse Rio – O forte __________ que cobriu o Rio desde a manhã de ontem atrapalhou a __________ do eclipse total da lua. Mesmo assim, milhares de _________ foram à Praia do Arpoador, zona sul, para acompanhar o ___________. A previsão era de que ele começaria a ser visto às 17h20. Porém, _________ às 17h50 o ___________ começou a surgir, sob aplausos. ―Infelizmente a nebulosidade complicou a visualização da _____. Mas acredito que em outros pontos da _________ esteja visível‖, disse o diretor de Astronomia da Fundação Planetário, Órmis Rossi. O Arpoador foi escolhido como ponto de ____________ pela prefeitura e pelo Planetário. Um ________ exibia imagens da Lua e o Quinteto de Metais realizou um _______. Dez ____________ tiraram dúvidas do público e explicaram que o ________ lunar ocorre quando a Terra fica entre a Lua e o ______, impedindo a passagem da luz _______ e projetando sua _________ na superfície do ____________. Rossi disse que não levou ____________ por duas razões: o fenômeno é melhor observado a ______ nu e há uma __________ de conjuntivite na cidade. A nutricionista Karina Bastos, de 26 anos, foi ao __________ com a intenção de __________ ao seu primeiro _________. No início, ficou desapontada. Depois, animou-se. ―Este é um fenômeno que sempre acontecia de ____________ e nunca tive a oportunidade de acompanhar. É muito bonito.‖ [...] INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 24 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Em São Paulo, o tempo _____________ impediu completamente a visão do fenômeno. O mesmo ocorreu em boa parte do interior. (Felipe Mendes, especial para o Estado) Atividade de leitura - tarefa cloze Complete as lacunas de forma que o texto ganhe sentido Os galos brigões Dois galos estavam disputando em feroz luta, ____ direito de comandar o galinheiro de___ chácara. Por fim, um põe o ____ para correr ___ é o vencedor. O Galo ______ afastou-se e foi se ____ num canto sossegado do galinheiro. O vencedor, voando ____ o alto de um muro, bateu as ____ e exultante cantou com toda sua força. Uma Águia que pairava ___ perto, lançou-se sobre ____ e com um golpe certeiro levou-o ____ em suas poderosas garras. O Galo derrotado ____ do seu canto, e daí em ____reinou absoluto, livre. (ESOPO) Moral da História: O orgulho e a arrogância é o caminho mais curto para a ruína e o infortúnio. Dificuldade da escrita A escrita, antes de qualquer coisa é um maior aprendizado motor. Por isso, o trabalho psicomotor tem como objetivo principal a motricidade espontânea, coordenada e rítmica. Os professores desenvolvem as habilidades manuais usando modelagem, recortes e colagem. Através disso, o ritmo do traçado e sua orientação da esquerda para a vão gradualmente melhorando. O controle da velocidade e a manutenção de sua constância serão obtidos por exercícios em séries crescentes e decrescente. O trabalho que chamamos de controle tônico assume igualmente uma enorme importância. É essencial para INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 25 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 a criança dispor de uma motricidade espontânea, rítmica, liberada e controlada, sobre a qual o professor poderá apoiar-se. Disgrafia : É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual ou a percepção da ―coisa‖. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, em geral são ilegíveis. Existem vários níveis da disgrafia, desde a incapacidade de segurar um lápis e traçar uma linha, até a apresentada por crianças que são capazes de fazer desenhos simples, mas não cópias de palavras do quadro. As principais características das crianças disgráficas são: Apresentação desordenada do texto, Margens mal feitas ou inexistentes, Espaço irregular entre palavras, Linhas e entrelinhas, Traçado de má qualidade, Distorção de formas de letra Separação inadequada de letras. Disortografia Caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não implica na diminuição da qualidade do traçado das letras. As trocas ortográficas são normais nas séries iniciais, porque a relação entre palavra impressa e os sons ainda não estão totalmente dominadas. As principais características das crianças que apresentam disortografia costumam ser: ATENÇÃO: Todas as crianças canhotas, como aquelas que ainda não aprenderam a dominância lateraldefinida, estão sujeitas à disgrafia, se não forem devidamente orientadas quanto à postura, posição do papel e a apreensão do lápis. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 26 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Confusão de letra (consoantes surdas por sonoras: f/v; p/b; ch/j), Confusão de sílabas com tonicidades semelhantes, confusão de letras simétricas (b/d; q/p) e semelhantes (e/a; b/h; f/t). Dificuldade no raciocínio Matemático Discalculia – As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem. Atinge de 5 a 6% da população com problemas de aprendizagem e envolve dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, funcionamento motor; combina atividades dos dois hemisférios. Deficiência de Atenção – É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade. Hiperatividade – Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 27 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir consequências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem ou criança a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros. Hipoatividade – A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada". Comumente o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas. Problemas de Aprendizagem em uma perspectiva interacionista. ...desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social (...)Vygotsky (1994): (p.33) Para Vygotsky, as funções psicológicas superiores - que são características do ser humano - estão ancoradas, por um lado, nas características biológicas da espécie humana e, por outro, são desenvolvidas ao longo de sua história social. É o grupo social que fornece o material (signos e instrumentos) que possibilita o desenvolvimento das atividades psicológicas. http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/pcn/pcns.aspx?cod=61 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 28 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Isso significa que se deve analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dos indivíduos, a partir da interação destes com a realidade. Ainda segundo Vygotsky, para que o indivíduo se constitua como pessoa, é fundamental que ele se insira num determinado ambiente cultural. As mudanças que ocorrem nele, ao longo de seu desenvolvimento, estão ligadas à interação dele com a cultura e a história da sociedade da qual faz parte. Por isso, e de acordo com os conceitos desenvolvidos por Vygotsky, o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e a interferência direta ou indireta deles. Não é fácil construir um contexto interativo quando um ou mais membros do grupo de crianças possuem problemas de aprendizagem. Necessário é, portanto, entender que cada criança vai significar o contexto a sua volta de acordo com suas possibilidades, e a partir daí que deve ser iniciado o processo de aprendizagem dentro de uma perspectiva interacionista. Cabe ao Psicopedagogo contextualizar, sempre que possível, os conteúdos sistematizados pela escola, favorecendo a vivência destes conteúdos para que possa ser mais facilmente compreendido pela criança. Falar de problemas de aprendizagem em uma perspectiva interacionista pressupõe entender que em primeiro lugar, todas as dificuldades devem ser consideradas, como uma interferência no processo de mediação. Esgotada essa possibilidade, aí sim, deve-se começar a pensar em alguma outra causa. Cabe ressaltar que as práticas multidisciplinares tem demonstrado cada vez mais, atingir os objetivos estipulados para o acompanhamento de crianças e adolescentes que apresentam algum tipo de interferência em seu processo de aprendizagem. Como na escola o aprendizado é um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo pedagógico privilegiado. O professor tem o papel explícito de interferir na Zona de Desenvolvimento Proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. Pois único bom ensino, afirma Vygotsky, ―é aquele que se adianta ao desenvolvimento‖. (p.62). Na visão de Vygotsky, a própria natureza da significação, faz dela algo que, ao mesmo tempo em que, pode ser compartilha por todos é de http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/pcn/pcns.aspx?cod=62 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 29 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 todos e não é de ninguém em particular, conversa a singularidade de cada um dos que a compartilham, ao mesmo tempo em que não está sujeita às condições da espacialidade e da temporalidade, concretiza-se em seres reais e no tempo real desses seres. Apesar desse estado de coisas, do qual muitos educadores têm uma ideia fragmentária, professores e diretores tendem a atribuir o baixo rendimento da escola à incapacidade dos alunos e ao desinteresse e desorganização de suas famílias. A principal forma de relação da escola com a família é a convocação dos pais – geralmente a mãe para que ouçam queixas de seus filhos, ou seja, informados de algum problema mental destes ―detectados‖ pela professora. Fiéis aos ensinamentos da Psicologia Educacional, os educadores costumam encaminhar todas as crianças que não respondem às suas exigências a serviço médico e psicológico para diagnóstico. As opiniõesdos educadores sobre os alunos repetentes muitas vezes, são confirmadas por laudos psicológicos produzidos a partir de procedimentos diagnósticos bastante duvidosos – em geral têm grande poder de convencimento sobre a criança e seus familiares, não só porque produzidas num lugar social tido como legítimo para dizer quem são os mais capazes, como também porque vão à direção do slogan liberal segundo o qual ―vencem os mais aptos e os mais esforçados‖.(PATTO, 1997: p. 292). A importância da abordagem construtivista/interacionista, ou seja, produzindo conhecimentos sobre a interdependência do desenvolvimento humano e sua aprendizagem, tem ajudado muito na compreensão das crianças, principalmente o conteúdo escolar. Segundo Mindé, 2000 para se entender o desenvolvimento dos processos mentais, há que se considerarem, principalmente, os aspectos históricos, sociais e culturais do contexto da criança, e não só os aspectos biológicos. Sabe-se, também, que esse desenvolvimento mental se concretiza de forma muito especial na escola. E é isso que as teorias psicológicas atuais vêm atuando. Isso significa que, dentro da escola, não é mais possível se preocupar, somente com o desenvolvimento mental dos alunos, como se estivesse na INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 30 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 escola somente para desenvolver esta parte, mas antes, o ideal é vê-lo como um todo. O que fica claro no desenvolvimento psicológico atualmente é o lugar social da criança, como um ser que interage com a história e com a cultura de seu tempo e que pode modificar seu contexto e ir sendo modificado por ele. Não é mais possível acreditar que os aspectos biológicos do desenvolvimento é que irão determinar se a criança está ou não dentro do estágio que seja ―bom para aprender‖ os conteúdos escolares não são somente à maturidade ou a ―prontidão para aprendê-lo‖ que vão definir o tempo e a forma de as crianças aprenderem. Baseado em Mindé, chega-se à conclusão que: Na realidade as coisas não são bem assim, nem todo mundo está fora de um padrão de desenvolvimento definido por testes ou tarefas tem problemas e também existem muitos outros aspectos do desenvolvimento que também são importantes e que não aparecem nos testes, como os aspectos sociais e os afetivos. (2000: p. 142). Mesmo quando as crianças não têm algumas capacidades cognitivas desenvolvidas, podem aprender a ler, a escrever, a fazer contas, por causa de outras habilidades mentais como a imaginação, a fantasia e a criatividade. A Psicologia, ao estudar e pesquisar o desenvolvimento de crianças e jovens no contexto escolar tem evidenciado para a promoção de um desenvolvimento integrado, em que fatores sociais, afetivos e cognitivos estão sempre interligados. (MINDÉ, 2000.) O educador continua limitado no que diz respeito á memorização dos conhecimentos e dar seus conselhos sobre assuntos tão importantes apoiando-se não apenas sobre um saber, mas sobre considerações de bom senso ou de simples oportunidade, tal o número de carreiras inacessíveis a quem não passou pelas formalidades prescritas. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 31 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Há ensinos obviamente desprovidos de qualquer valor formador e que continuam a impor-se sem se saber ao menos se eles chegam a atingir ou não função utilitária que se objetiva. Admite-se comumente ser necessário, para viver socialmente, conhecer ortografia (sem discutir se neste caso há significação racional, ou meramente tradicionalista de tal obrigação). Mas o que se, se ignora plenamente, e de maneira decisiva é se o ensino especializado da ortografia favorece essa aprendizagem, se permanece indiferente ou se torna às vezes nocivo. Piaget afirma para se julgar o rendimento dos métodos escolares dispõe-se tão somente dos resultados das provas finais nas escolas e em parte, de alguns exames de concursos. (p. 14–15). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 32 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 PSICOMOTRICIDADE E ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO . Psicomotricidade e seus conceitos Psicomotricidade é um assunto que vem sendo desenvolvido desde o século passado, embora nos últimos trinta anos tenha ocupado um espaço de discussão bem maior, principalmente pelos profissionais da educação. Vários estudos foram feitos, primeiro a teoria e depois a prática, mas posteriormente chegaram a um consenso. Após o conceito de debilidade motora, veio o de coordenação geral do corpo e aptidões físicas, até hoje estudado. Definição de Psicomotricidade: ―uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem por meio do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo PSICOMOTRICIDADE Por se tratar da relação entre o homem e seu corpo, e o meio físico sociocultural em que convive, a Psicomotricidade é fundamentada por um amplo conjunto de campos científicos, porém nenhum processo educacional pode ser considerado completo se não se ocupar também do desenvolvimento motor. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 33 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 interno e externo”. (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade,1982, p.17). Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual. Portanto, o "esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico. Alguns enfoques de Psicomotricidade: Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, ele quem afirma a independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico. Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Edouard Guilmain- 1935, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico. Julian de Ajuriaguerra -1947- psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndromecom suas próprias INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 34 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 particularidades. Delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. Para o psicomotricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações do Outro (mãe e substitutos) sobre ela. Evidenciando que o desenvolvimento psicomotor só ocorre se todos os elementos do conjunto, ou seja, os aspectos: motor, intelectual, emocional e expressivo estiver presente. Fonseca (1976) ressaltou á necessidade de se abordar o significado do movimento como comportamento numa relação consciente e inteligível entre a ação do indivíduo e a ação circunstancial, evitando-se o olhar do corpo como uma máquina posta em movimento por um psiquismo que habita o cérebro. Como exemplo, podemos citar uma criança jogando amarelinha, que estará vivenciando estímulos motores, seu raciocínio lógico está sendo solicitado e está experimentando ao mesmo tempo uma relação com as demais crianças, por tanto possui implicações emocionais e sociais. Segundo, Lapierre “a psicomotricidade considera o ser físico e social em transformação permanente e em constante interação como meio, modificando- o e modificando-se” (LAPIERRE, 1984, p.58). Com o tempo foi possível chegar a uma classificação das funções psicomotoras, baseadas em Vera Gomes (1992), divididas em: 1) coordenação dinâmica global: 2) esquema corporal:. 3) tônus: 4) coordenação motora fina: 5) organização espacial e temporal: 6) ritmo: 7) lateralidade: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 35 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 8) equilíbrio: 9) respiração: 10) relaxamento: Psicomotricidade como agente na educação. A educação inicia-se desde o nascimento do indivíduo prolongando-se durante toda a sua existência, estimulando e desenvolvendo suas capacidades físicas, mentais e sociais. Ao longo desses anos o movimento impôs-se nas diferentes disciplinas, condicionando todos os aprendizados pré-escolares e escolares, fazendo com que a criança tome consciência de seu corpo e do mundo que a cerca. O interesse de um aluno por determinada atividade está na dependência de sua idade, do ambiente e principalmente de suas necessidades imediatas. A educação psicomotora atua como parte integrante da educação global desenvolvendo não só o físico e o social, mais a psicológico e o intelectual. Isto vem enfatizar o que a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1996) intenciona na primeira etapa da educação básica. As crianças participam das relações sociais, e este não é exclusivamente um processo psicológico, mais social, cultural, e histórico; buscam também valores e comportamentos adequados ao seu tempo e lugar, porque essas relações fazem partes de suas vidas que são necessários ao seu desenvolvimento. Nessas perspectivas, é fundamental observar: palavras, ações, gestos, situações decorrentes que compõem o dia a dia e funcionam como referencia de constância e continuidade, tornando o ambiente compreensível para a criança. Segundo o Referencial Curricular Nacional (v.3) o desenvolvimento psicomotor de crianças de 0 a 3 são: - Exploração de diferentes posturas corporais (sentar, inclinar, ficar ereto, etc.). - Ampliação progressiva da destreza para deslocar-se no espaço (engatinhar, rolar, andar e correr, etc.). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 36 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 - Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a compreensão (encaixe, traçado no desenho, etc.), por meio da experimentação e utilização de suas habilidades manuais em diversas situações cotidianas. (p.35). Há várias formas de oferecer condições de aprendizagem a criança desde as mais inocentes brincadeiras até as ocorridas em situações pedagógicas. Neste processo, verificam-se o quanto à Psicomotricidade poderá auxiliar nesta apreensão contribuindo para a formação de crianças felizes e saudáveis. Psicomotricidade na educação infantil: Desenvolvendo capacidades A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil. A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. Vitor da Fonseca (1988) comenta que a "PSICOMOTRICIDADE" é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 37 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento. O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo. Segundo Barreto (2000), ―O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo‖. A educação da criança deve evidenciar a relaçãoatravés do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivo e sócio motor, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade. Sugestões de exercícios psicomotores: Engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre), etc. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 38 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano. Como Era Percebido O Brincar? Na antiguidade, as crianças participavam das mesmas brincadeiras dos adultos. Toda a comunidade participava das festas e brincadeiras, com a finalidade de estreitar os laços afetivos. Essas brincadeiras, jogos e divertimentos eram vistos sob dois prismas. Uma parte da sociedade aceitava este tipo de atitude, percebendo-as como meio de crescimento social, os outros recriminavam pois associavam aos prazeres carnais, ao vício e ao azar. Os humanistas do Renascimento perceberam as possibilidades educativas dos jogos e passaram a utilizá-los. Passou-se a considerar as brincadeiras e jogos como uma forma de preservar a moralidade dos "mini adultos", proibindo-se os jogos considerados "maus" e aconselhando-se aqueles considerados "bons" (WAJSKOP, 1995, p. 63). Houve uma preocupação com a moral, a saúde e o bem comum e passou-se a elaborar propostas baseadas no jogo especializado, de acordo com a idade e o desenvolvimento da criança. Foi com a ruptura do pensamento romântico que se deixou de ver a brincadeira apenas como um ato lúdico. Ela passou a ser valorizada no espaço educativo. Segundo WAJSKOP (1995), pesquisadores como Comenius, Rousseau e Pestalozzi, contribuíram para a valorização da infância. Baseados numa concepção idealista e protetora da criança propuseram uma educação dos sentidos, utilizando-se de brinquedos e centrada na recreação. Iniciou-se, assim, a elaboração de métodos próprios para a educação infantil. Com essas ideias é que se passa a ver a educação das crianças pequenas como características particulares, não mais como a educação dos "adultos em miniatura". INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 39 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Os pedagogos Friedrich Fröebel, Maria Montessori e Ovide Décroly realizaram pesquisas a respeito da criança. Fröebel iniciou a educação institucional. Estes pesquisadores iniciaram a educação sensorial, utilizando-se de jogos e materiais didáticos. WAJSKOP (1999, p. 21) afirma que: ... foram os primeiros pedagogos da educação pré-escolar a romper com a educação verbal e tradicionalista de sua época. Propuseram uma educação sensorial, baseada na utilização de jogos e materiais didáticos, que deveria traduzir por si a crença em uma educação natural dos instintos infantis. Segundo Kishimoto, citado por SANTOS (1999), Fröebel foi o primeiro educador que justificou o uso do brincar no processo educativo. Ele tinha uma visão pedagógica do ato de brincar. O brincar, pelo ato de brincar desenvolve os aspectos físicos, moral e cognitivo, entre outros, mas o estudioso defende, também, a necessidade da orientação do adulto para que esse desenvolvimento ocorra. Consequentemente, as escolas que adotam as teorias froebelianas permitem o brincar com atividades orientadas e também livres. Os brinquedos são vistos como suporte para a ação do brincar, proporcionando a aquisição de habilidades e conhecimentos. No século XIX, durante a Guerra Civil, aparece nas creches da época, o brincar supervisionado. Nesse período, apenas esse brincar era considerado educativo. Segundo Kishimoto, citado por SANTOS (1999, p. 30), no Brasil: Os jardins de infância froebelianos penetram nas instituições particulares, como inovação pedagógica, destinadas à elite da época, como forma de mostrar a modernidade da escola, que oferece um curso semelhante ao divulgado no então modelar sistema educacional americano. O movimento da Escola Nova deu continuidade à concepção de criança lúdica, já implantada por Fröbel. WAJSKOP (1995) nos diz que Dewey, discípulo da Escola Nova, concebia a brincadeira como uma ação livre e espontânea. A brincadeira INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 40 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 era vista como a expressão dos sentimentos, necessidades e interesses da criança. As ideias da Escola Nova ganharam força no Brasil na década de 20. Os jogos ganharam força e eram utilizados como meio de ensino. E Agora, como Pensamos O Brincar? A partir das décadas de 60 e 70, a psicologia do desenvolvimento e da psicanálise contribuiu para que se visse a infância como o período principal do desenvolvimento humano, enfatizando o papel da brincadeira na educação infantil. Hoje, vista dentro de uma visão sócio histórica, a criança está constantemente modificando-se por estar imersa na sociedade, interagindo com os adultos. Esse desenvolvimento ocorre através da interação e da experiência sociais. Desta forma, rompe-se com as ideias relacionadas as teses biológicas e etológicas que idealizam a criança e suas possibilidades educacionais. A criança, quando ingressa na educação infantil, começa a interagir com os ambientes, que nem sempre são condizentes com aquele que ela faz parte. Está inserida num ambiente diferente, com ritmos diferentes, com objetos, ações e relações ainda desconhecidos. Esta diversidade e heterogeneidade são elementos primordiais para o enriquecimento das crianças. Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 27) nos diz que: "... a criança é um ser social, o que significa dizer que seu desenvolvimento se dá entre outros seres humanos, em um espaço e tempo determinados." Através da interação social, a criança se utilizará de instrumentos mediadores, a fim de transformar-se. Os problemas que lhe são apresentados, desde o nascimento, fazem com que busque soluções imediatas. A diferença entre o ser humano e os outros mamíferos é a elaboração das funções psicológicas superiores, que o homem faz desde bebê. O desenvolvimento dessas funções se dá através das atividades desenvolvidas, utilizando-se de instrumentos e signos, que farão o papel de mediadores. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 41 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Partindo da visão sociointeracionistao homem é um ser geneticamente social. Desta forma, o crescimento intelectual ocorre a partir da apropriação de conhecimentos culturais, consequentemente, dos processos de ensino e aprendizagem. Nesta visão sociointeracionista, a aprendizagem, o ensino e o desenvolvimento são vistos como etapas distintas, mas relacionadas entre si, onde cada um depende da superação do outro, onde a aprendizagem desencadeia o desenvolvimento que desencadeia a aprendizagem. Não basta estar em grupo para que ocorra a aprendizagem, o ensino ou o desenvolvimento. É necessário que ocorra interação entre os membros do grupo. VIGOTSKY (1989) afirma que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento, a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é o conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo. Já a zona de desenvolvimento proximal, só é atingida com o auxílio de outras pessoas "mais capazes", que já tenham adquirido esse conhecimento. O sociointeracionista não concorda com a visão da criança comparada a "um adulto em miniatura", pois a forma de pensamento da criança é diferente da do adulto. A criança não tem adquiridos os conceitos, estes são adquiridos a partir da interação com o meio, e com as pessoas desse meio. Os conceitos são resultados de movimentos intra e Inter psicológicos. A aquisição desses conceitos permite que as experiências vividas pela criança sejam diferentes de meras experiências imediatas e que permaneçam e sejam utilizadas na constituição e desenvolvimento dos seres humanos. Para isso, Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 37) esclarece que: A elaboração de conceitos pela criança irá depender da diversidade, não só quantitativa, mas, especialmente, qualitativa, das experiências interacionais que vivenciará nos espaços institucionais nos quais se encontrar. A função do adulto perante a criança não é apenas cuidar e proteger, mas, principalmente a de torná-la gradativamente independente, com valores, crenças, hábitos, etc. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 42 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Para que isso possa ser concretizado, se faz necessário que se possibilite situações lúdicas. Machado, citado por OLIVEIRA (2000, p. 41) afirma ser necessário que: ... o fato de o jogo se manifestar sempre em uma situação de interação; do envolvimento dos parceiros se dar, necessariamente, por iniciativa dos mesmos; da orientação para o prazer, nas atividades realizadas; do esforço necessário, em contrapartida, para superar os desafios surgidos; da presença da regra, mesmo quando expressa como simples repetição de movimentos; do descompromisso com os objetivos aparentes do jogo; do caráter inédito e imprevisível de seu desenrolar; da associação imaginação/realismo nas atitudes e ações. O adulto interfere nas atividades lúdicas para impedir situações de perigo, de risco, age também para garantir a continuidade da brincadeira, fornecendo um conhecimento que as crianças ainda não atingiram. Dessa maneira a brincadeira é uma atividade onde as crianças assimilam e recriam as experiências dos adultos. Numa visão sócio- histórica defendida por Vygotsky, a brincadeira é uma atividade específica da infância, onde a criança recria a realidade utilizando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social. Através da brincadeira, a criança pode experimentar novas situações e lhe é garantida a possibilidade de uma educação criadora, voluntária e consciente. WAJSKOP (1999, p. 32) afirma que "Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas." O brinquedo proporciona mudanças no que se refere às necessidades e à consciência da criança. A criança, com o brinquedo, pode colocar hipóteses, desafios, além de construir relações, com regras e limites impostos pelos adultos. A valorização do brinquedo criou a brinquedoteca nos anos 60 na Europa, e no Brasil surgiu nos anos 80. A superlotação das pré-escolas particulares e o espaço físico limitado fizeram com que aumentasse a procura pelas brinquedotecas. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 43 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 CUNHA (1994, p. 13) nos esclarece que: BRINQUEDOTECA é um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço aonde as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas. Muitos brinquedos, jogos variados e diversos materiais que permitem a expressão da criatividade. Embora os brinquedos sejam a atração principal de uma BRINQUEDOTECA, ela pode existir até mesmo sem brinquedos, desde que outros estímulos às atividades lúdicas sejam proporcionados. A brincadeira faz com que a criança construa a sua realidade, e perceba a possibilidade de mudança da sociedade, na qual ela faz parte. Existe uma compreensão do mundo e das atitudes humanas. Para Vygotsky, citado por WAJSKOP (1999, p. 35): ... a brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal" que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. No processo da educação infantil, o papel do professor é primordial, pois é aquele que cria espaços, oferece os materiais e participa das brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento. O professor é mediador, fazendo parte da brincadeira, ele terá oportunidade de transmitir valores e a cultura da sociedade. O professor estará possibilitando a aprendizagem da maneira mais criativa e social possível. O brinquedo, visto como objeto, suporte da brincadeira, permite à criança criar, imaginar e representar a realidade e as experiências por ela adquiridas. O Referencial Curricular Nacional Para A Educação Infantil (1998), que serve como guia para as creches e escolas de educação infantil, INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO ATENDIMENTO, DESEMPENHO ESCOLAR, AUTOCONCEITO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO E SUPORTE PSICOPEDAGÓGICO 44 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 apresentando objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, contempla a importância do brincar para a construção do conhecimento, nos dizendo que: Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram, ainda, fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto
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