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Trauma cranioencefálico - Pequenos animais Scarlette Bardim Arebalo INTRODUÇÃO O traumatismo craniano grave geralmente resulta em isquemia cerebral, hipóxia, edema e hemorragia. Intracraniana Extracraniana Subdural Subaracnóidea Intraparenquimatosa Atropelamentos, quedas, lesões por esmagamento, lesões por arma de fogo, ataques de outros animais e maus tratos. CAUSAS: FISIOPATOLOGIA – Lesão primária São graduadas de acordo com a gravidade da lesão e classificadas : concussão contusão laceração e lesão axonal difusa. A lesão cerebral primária resulta da hemorragia e a lesão neuronal ocorre na hora do trauma Normalmente instantânea e irreversível. FISIOPATOLOGIA – Lesão primária Fonte: dreamstime.com Concussão lesão cerebral leve perda transitória de consciência, sem lesões macro ou microscópicas. Contusão lesão de moderada a severa, que causa laceração no parênquima cerebral e/ou na vascularização, podendo haver hemorragia parenquimatosa ou edema.. Laceração: + grave lesão cerebral primária. Pode causar hemorragia em parênquima cerebral e edema, porém ocorre devido a fraturas de crânio e feridas penetrantes FISIOPATOLOGIA – Lesão secundária Hemorragias Aumento da pressão intracraniana (PIC) por edema Comprometimento da barreira hemato encefálica (BHE) Alteração na reatividade vascular cerebral. Controle da pressão intracraniana PPC = PAM – PIC Pressão perfusão cerebral Pressão arterial média Pressão intracraniana Reflexo de Cushing (resposta cerebral isquêmica levando à bradicardia reflexa PPC = PAM – PIC INTERVENÇÃO PRÉ-HOSPITALAR Sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta ou longa duração. Avaliação das vias aéreas, respiração e estado circulatório “ABC” da emergência Avaliar Tempo e progressão - sinais neurológicos Cuidados com a coluna cervical. Hemorragias Avaliar consciência. Identificação do local da lesão e da evolução Síndrome cerebral: Alteração mental/comportamental, pode apresentar déficits proprioceptivos contrários a lesão, cegueira com reflexo pupilar normal, papiledema e respiração em Cheyne-Stokes. Síndrome diencefálica: As alterações são semelhantes a síndrome + anormalidades no apetite, na ingestão de água, na regulação de t° e distúrbios endócrinos como diabetes insípidus. Síndrome mesencefálica: Estado mental alterado, estrabismo lateral, midríase, reflexo pupilar ausente, opistótono. Reflexos e tônus aumentados, e déficits posturais nos 4 membros. Identificação do local da lesão e da evolução Síndrome ponto-bulbar: estado mental alterado, do reflexo palpebral, paralisia facial, desvio de cabeça, quedas, andar em círculos, nistagmo, paralisia de faringe e laringe, e paralisia de língua. Síndrome vestibular: estado mental deprimido, desequilíbrio e queda, desvio de cabeça, andar em círculos, nistagmo, estrabismo entrolateral. Síndrome cerebelar: tremores intencionais de cabeça, nistagmo, anisocoria, base de apoio aberta, hipertermia, reações posturais retardadas ou exageradas, opistótono e ausência de reflexo de ameaça com a visão normal. Identificação do local da lesão e da evolução INTERVENÇÃO HOSPITALAR Observar: Quadro clínico do animal Nível de consciência Reflexos do tronco cerebral Separar aqueles reflexos intrínsecos mediados pelo tronco cerebral Reflexos pupilares em resposta à luz Posição ocular (em repouso) Movimentos oculocefálicos DIAGNÓSTICO Histórico do trauma + localização da disfunção no cérebro Radiografia, Tomografia computadorizada (TC) Ressonância magnética (RM) Fazer exames neurológicos p/ localizar a lesão, gravidade/ evolução Auscultação cuidadosa. Exame físico TERAPIA A solução salina hipertônica adm em dose de 4-5 ml/kg, 3 - 5 min. Drena o fluido do interstício e intracelular p/ o EI que aumenta a pressão sg, a PPC e conseq. a PIC. A co-adm. de sol. salina hipertônica + colóide é mais efetiva. Colóides são úteis em pacientes c/ albumina baixa, hemorragia ou inflamação sistêmica e devem ser adm. após o uso da solução salina para manter o volume intravascular, TERAPIA Devem ser evitados hipotensão arterial, hiperglicemia, subnutrição, garrote jugular e o uso de glicocorticóides. No caso do reflexo de Cushing a hipertensão arterial não deve ser tratada pelo risco de isquemia cerebral. O excesso de glicose no SNC pode a lesão isquêmica. Deve ser considerada a alimentação por sonda gástrica ou nasogástrica, já que os reflexos de deglutição e vômito podem estar deprimidos. Atb de largo espectro de ação e c/ boa penetração SNC A terapia médica específica para o TCE baseia-se em: Hiperventilação, Tratamento hiperosmolar, Administração de altas doses de barbitúricos Cirurgia. TERAPIA Diuréticos osmótico (Manitol): Administra-lo em bolus por um período de 15 min - Doses de 0,25g/kg CONCLUSÃO Deve-se identificar o TCE pré-hospitalar e tratar o paciente como um indivíduo politraumatizado, incluindo os cuidados com a imobilização. Na terapia hospitalar os procedimentos de craniotomia são importantes, sobretudo para retirada de coágulos. Além disso, o uso de glicocorticóides precisa ser evitado devido aos efeitos secundários. REFERÊNCIAS FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. Ed. 4°, 2015, Editora Elsevier. SIQUEIRA, E. G. M. Trauma cranioencefálico em pequenos animais. Revisão. Botucatu, 2011. 22p. Trabalho de conclusão de curso de graduação (Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
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