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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
A personalidade: desenvolvimento, traços e aspectos relevantes. A importância dos vínculos afetivos na formação da personalidade.
 A importância da regulação da ambivalência na formação da personalidade.
Personalidade é uma palavra de origem latina, cujo significado é persona, e que está na raiz de ressoar; portanto, persona significa “soar através de”. O estudo da personalidade se dá através de diferentes concepções de pesquisadores e estudiosos que se debruçaram na investigação da personalidade.
Friedman e Schustack (2007) comentam que a psicologia da personalidade, realiza seus estudos científicos sobre as forças psicológicas que tornam as pessoas únicas. Abaixo as principais teorias da personalidade e seus representantes, conforme descrito por Morris e Maisto (2004, p.343):
Teoria psicodinâmica – consideram que as origens da personalidade estão nas motivações e nos conflitos inconscientes, frequentemente, sexuais (Morris e Maisto, 2004, p.343). Seu principal representante foi Freud (1856-1939) que afirmava que o desenvolvimento da personalidade tem sua base principal na satisfação dos instintos sexuais, que ele denominou como libido. Alguns representantes desta teoria são: Carl Jung (1875-1961), Alfred Adler (1870-1937), Karen Horney (1885-1952); Erik Erickson (1902-1994).
Teoria humanista – Seus autores concentram-se nas motivações positivas para o crescimento e na realização do potencial na formação da personalidade (Morris e Maisto, 2004, p.343). Carl Rogers (1902-1987) defendia que todo ser humano desenvolve sua personalidade, a serviço de objetivos positivos.
Teoria de traços – categorizam as personalidades e afirmam que as pessoas diferem de acordo com o grau que têm de determinado traço de personalidade. Gordon Allport (1897-1967) afirmava que esses traços são codificados no sistema nervoso central como estruturas que guiam o comportamento. 
Teoria da aprendizagem -cognitivo-social – encontram as raízes da personalidade nos modos como as pessoas pensam o ambiente, agem sobre ele e reagem a ele, ou seja, todo comportamento está baseado na interação do sujeito a partir da sua cognição (como ele pensa uma situação), as experiência passadas e de aprendizagem e do ambiente imediato. Para Albert Bandura as pessoas avaliam uma determinada situação a partir de expectativas internas e são essas expectativas que influenciam o comportamento
A importância dos vínculos afetivos na formação da personalidade
De acordo com estudiosos, para que haja um vínculo positivo da pessoa com o mundo, é necessário que suas primeiras relações com o meio tenham sido desenvolvidas em uma base segura, que fará com que a criança sinta que mundo é um lugar confiável. Nesse sentido, é fundamental o estudo da teoria do apego que tem seu campo de pesquisa nessas relações.
Pioneiro no trabalho sobre a influência do apego na formação da personalidade, John Bowlby (1907-1990) médico inglês considerava que todo o comportamento de vínculo tem valor de sobrevivência para todas as espécies, não apenas para o ser humano. Sobre o apego, Sadock e Sadock (2007) explicam:
O apego se desenvolve gradualmente, resultando no desejo do bebê de estar com uma pessoa preferida, que é percebida com mais forte, mais sábia e capaz de reduzir a ansiedade ou a perturbação. Assim, essa condição proporciona sentimentos e segurança. O processo é facilitado pela interação entre a mãe e o bebê. A quantidade de tempo que passam juntos é menos importante do que a quantidade de atividade entre os dois. (Sadock e Sadock, 2007, p.164).
A respeito do vínculo, os autores escrevem:
O termo vínculo às vezes é usado como sinônimo de apego, mas os dois são fenômenos diferentes. O vínculo diz respeito aos sentimentos a mãe para com seu bebê. As mães, em grande parte, não precisam de seus bebês como fonte de segurança, como no caso do comportamento de apego. Muitas pesquisas revelam que o vínculo ocorre quando há contato de pele entre os dois ou quando outros tipos de contato são feitos, como pela voz ou pelo olhar. Alguns pesquisadores concluíram que a mãe que tem contato de pele com seu bebê imediatamente após o nascimento apresenta um padrão de vínculo mais forte e pode proporcionar um cuidado com mais atenção do que aquela que não teve essa experiência (Sadock e Sadock, 2007, p.164).
Concluímos que para que a pessoa desenvolva uma personalidade saudável, é necessário que exista uma pessoa, não necessariamente a mãe biológica, mas alguém que sirva de apoio oferecendo apoio e confiança desde o seu nascimento. Mas para que o desenvolvimento ocorra da maneira como explicam os autores, existem algumas etapas que devem ser vencidas pelo bebê na sua relação com a mãe ou cuidado
A importância da regulação da ambivalência na formação da personalidade
Para tratarmos do tema sobre a ambivalência e sua importância para a formação da personalidade, vamos entender o que significa ambivalência. Cabral e Nick (2006) escrevem:
Estado emocional em que a pessoa atraída para direções psicológicas opostas (afirmação-negação, aceitação-rejeição, amor-ódio), gerando um estado de impasse mental. Escreve H. Guntrip: “A ambivalência é vida emocional de via dupla, caracterizada pelo amor e ódio simultâneos, que entram em conflito logo que a pessoa se envolve em situação emocional concreta. Constitui a base da depressão clássica. A culpa psicopatológica, por se odiar alguém a quem também se ama, converte o ódio pelo objeto em ódio pelo eu, até que toda a energia parece ficar absorvida na autotortura e a personalidade parece mergulhar em estado paralisante, no que diz respeito a suas atividades externas.” Sin.: Bipolaridade Psicológica (Cabral e Nick, 2006, p.18).
A alternância entre um estado emocional e outro caracterizam a ambivalência, pois conforme o desenvolvimento humano ocorre, diversos sentimentos se alternando na relação que a pessoa estabelece nas suas inter-relações. Desde o início da vida da criança, a maturação anatômica, fisiológica e neurológica, somados ao desenvolvimento psicológico, vão construindo a formação da personalidade. Nesse percurso, é natural que a criança sinta prazer com a presença da mãe ou substituta, mas, conforme ela vai se desenvolvendo, há naturalmente um distanciamento físico da mãe, por volta do primeiro e segundo ano de vida.
Neste momento irão ocorrer sentimentos de medo e insegurança pela figura perdida, a criança normalmente chora, mas se há houver vínculo seguro a criança irá gradativamente percebendo que mãe estará de volta depois de algum tempo. Em situações como esta os sentimentos se alternam, mas o que deve prevalecer para a confiança. Diante de situações de frustrações também podemos observar que os sentimentos se alternam, num misto de desejo e repulsa, amor e ódio, prazer e desprazer. Todas essas experiências provocam emoções e para a criança ainda em desenvolvimento será de fundamental importância aquilo que ela introjetar dentro de si. É necessário avaliar quais os sentimentos que irão prevalecer.
Distúrbios graves de personalidade
Os critérios que estabelecem os critérios que irão determinar o diagnóstico dos transtornos de personalidade estão descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) DSM-IV-TR, elaborado pelos psiquiatras da Associação de Psiquiatria Norte-americana.
 O DSM-IV-TR agrupa os transtornos de personalidade em três classes:
O Grupo A cobre os transtornos de personalidade paranóide, esquizoide e esquizotípica; os indivíduos com tais condições costumam ser percebidos como estranhos e excêntricos. O Grupo B é formado pelos transtornos da personalidade anti-social, borderline, histriônica e narcisista; os indivíduos incluídos nesta categoria parecem dramáticos, emocionais e erráticos. O grupo C inclui os transtornos da personalidade esquiva depende, dependente e obsessivo-compulsiva e uma categoria denominada transtornos de personalidade sem outra especificação (como o da personalidade passivo-agressivae o da personalidade depressiva); nesses casos, os pacientes parecem ansiosos e medrosos. Vários indivíduos exibem traços que não são limitados a um único transtorno de personalidade. Quando não são satisfeitos os critérios para mais de um, os clínicos devem diagnosticar cada condição (Sadock e Sadock, 2007, p.853) 
Com base no DSM-IV-TR, Sadock e Sadock (2007, p.856-870), apresentam as características dos transtornos de personalidade que passamos a transcrever:
Transtorno da personalidade paranóide – se caracterizam por suspeita e desconfiança, persistentes das pessoas em geral. Recusam responsabilidades por seus próprios sentimentos e atribuem-na aos outros. Costumam ser hostis, irritáveis e raivosos. Fanáticos, coletores de injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e maníacos litigantes muitas vezes têm essa condição.
Transtorno da personalidade esquizoide – é diagnosticado em pacientes que exibem um padrão de reclusão social por toda a vida. Seu desconforto com as interações humanas, sua introversão e seu afeto embotado e restrito são notáveis. Os indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide costumam ser vistos como excêntricos, isolados e solitários.
Transtorno da personalidade esquizotípica – os pacientes com esta condição são notavelmente esquisitos ou estranhos, mesmo para pessoas leigas. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização são parte do seu mundo.
Transtorno da personalidade anti-social – trata-se de uma incapacidade de se adaptar às normas sociais que ordinariamente governam vários aspectos do comportamento do indivíduo adolescente e adulto. Embora caracterizado por atos anti-sociais e criminosos de forma contínua, o transtorno não é sinônimo de criminalidade (a décima revisão da Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10) utiliza o nome transtorno de personalidade dissocial).
 Transtorno da personalidade Borderline – paciente com tal condição se situam no limite entre a neurose e a psicose e se caracterizam por afetos, humor, comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. O transtorno tem sido denominado também esquizofrenia ambulatória, personalidade como se (descrita por Helene Deutsch), esquizofrenia pseudoneurótica (descrita por Paul Hoch e Phillip Politan) e transtorno psicótico do caráter (descrito por John Frosch). A CID-10 utiliza o termo transtorno da personalidade emocionalmente instável.
Transtorno da personalidade histriônica – as pessoas com transtorno da personalidade histriônica são excitáveis e emocionais e se comportam de forma colorida, dramática e extrovertida. Acompanhando seus aspectos bombásticos, contudo, por vezes há uma incapacidade da manutenção de relacionamentos profundos e duradouros.
Transtorno da personalidade esquiva – as pessoas com este transtorno exibem uma sensibilidade excessiva à rejeição e podem levar uma vida socialmente reclusa. Embora tímidas, não são associais e mostram um grande desejo de companhia, mas necessita de garantias muito fortes de aceitação sem críticas. Em geral, são descritas como tendo um complexo de inferioridade. (A CID-10 utiliza o termo transtorno da personalidade ansiosa).
Transtorno da personalidade dependente – indivíduos com transtorno da personalidade dependente subordinam suas próprias necessidades às dos outros, conseguem que outros assumam responsabilidades pelas áreas principais de suas vidas, têm falta de autoconfiança e podem experimentar desconforto extremo quando sozinhos por mais que um breve período de tempo. O transtorno tem sido denominado personalidade passivo-dependente. Freud descreveu uma dimensão oral-dependente da personalidade caracterizada por dependência, pessimismo, medo da sexualidade, dúvida a cerca de si próprio, passividade, sugestionabilidade e falta de perseverança. Tal definição é similar à categorização do transtorno da personalidade dependente apresentada pelo DSM-IV-TR.
Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva – caracteriza-se por restrição emocional, tendência à ordem, perseverança, teimosia e indecisão. A manifestação essencial do transtorno é um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. A CID-10 utiliza o nome transtorno da personalidade anancástica.
Transtorno da personalidade sem outra especificação – no DSM-IV-TR, a categoria transtorno sem outra especificação é reservada para transtornos que não se enquadram em nenhum dos tipos descritos anteriormente. O transtorno de personalidade passivo-agressiva e transtorno da personalidade depressiva são exemplos. Um espectro estreito de comportamento ou um traço particular – como oposicionismo, sadismo ou masoquismo – também podem ser classificados nesta categoria. Um paciente com manifestações de mais de um transtorno da personalidade, mas sem critérios plenos de qualquer um deles pode ser designado com essa classificação.
A partir das descrições apresentadas é importante considerar que cada uma das características dos transtornos da personalidade é uma referência para o diagnóstico da psicopatologia apresentada, sendo muito importante uma avaliação criteriosa para se estabelecer o diagnóstico. Tão importante quanto a avaliação da pessoa, é também o cuidado com a família, pois toda doença, tanto física como psíquica afeta também o ambiente onde a pessoa vive.

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