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Análise das Demonstrações Financeiras

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ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
Aline Alves dos Santos
Objetivo da análise
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a estrutura das demonstrações contábeis.
 � Definir a importância da análise das demonstrações contábeis.
 � Descrever as técnicas de análise horizontal, vertical e por indicadores.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados à análise 
das demonstrações contábeis e à relevância desse processo diante da 
tomada de decisão empresarial. A análise das demonstrações contábeis 
é uma importante ferramenta utilizada para a avaliação de desempenho, 
apresentando indicadores das expectativas econômicas e financeiras 
da empresa.
Este capítulo demonstrará a estrutura das demonstrações contábeis 
e as etapas que devem ser seguidas para a aplicação das análises vertical, 
horizontal e por indicadores. 
Estrutura das demonstrações contábeis
Como indicam os autores Lins e Francisco Filho (2012), os relatórios de análise 
precisam ser desenvolvidos de modo transparente e sucinto, considerando as 
metas definidas, pois assim serão melhor entendidos pelos que precisarem 
dessas informações.
Para a constituição de um relatório de análise são necessários alguns 
procedimentos que permitirão a correta análise empresarial, independente 
do segmento. É preciso obter um panorama geral do contexto (econômico, 
político e social) onde a empresa está inclusa, acompanhado de uma avaliação 
da situação operacional e do mercado concorrente, considerando estratégias 
futuras para manter-se ativa.
Para a elaboração do relatório, deve-se:
 � destacar as tendências;
 � ajustar números, após um minucioso exame das informações oferecidas 
e dos objetivos esperados;
 � destacar os itens que merecem maior atenção do usuário das análises;
 � apresentar clareza e exatidão.
Assim, considere os itens que pertencem à constituição de um relatório 
de análise:
 � Introdução: apresenta os motivos que levaram à elaboração do relatório, 
a metodologia usada e as observações referentes à análise.
 � Resultados: apresentam a descrição das análises.
 � Conclusões: demonstram relatos sobre a posição geral de cada item 
considerado importante e de modo individual.
 � Recomendações e sugestões: realizadas nos pontos levantados com 
base nos objetivos do trabalho (LINS; FRANCISCO FILHO, 2012).
As demonstrações contábeis correspondem a uma estrutura da situação patrimonial e 
financeira da entidade, evidenciando o desempenho ocorrido dentro de um período 
específico.
A estrutura das demonstrações contábeis apresenta informações constantes 
nos ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, considerando 
ganhos e perdas; mutações no capital próprio através de integralizações dos 
proprietários; distribuições realizadas e fluxos de caixa.
A Lei nº 11.638 (BRASIL, 2007) apresentou modificações que alteraram a 
Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976), art. nº 176 ao art. nº 182 e art. nº 187, em que 
estão definidos os elementos que contemplam a estrutura das demonstrações 
contábeis.
A estrutura completa das demonstrações contábeis considera os seguintes 
elementos:
Objetivo da análise2
 � Balanço patrimonial: apresenta de forma padrão os saldos das contas 
patrimoniais que constituem o patrimônio organizacional de acordo 
com um período definido.
 � Demonstração do resultado do exercício (DRE): apresenta as receitas 
bruta e líquida de vendas, as despesas em geral, considerando as de 
vendas, financeiras, gerais e administrativas, assim como as despesas 
operacionais. A DRE demonstra o lucro ou prejuízo líquido que a 
empresa obteve em um período, depois de deduzidos os impostos.
 � Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) (pode 
ser substituído pela demonstração das mutações do patrimônio 
líquido): apresenta o saldo do início do período, ajustes, reversões de 
reservas e lucro líquido do exercício, entre outras informações perti-
nentes a essa demonstração.
 � Demonstração do fluxo de caixa (DFC): evidencia as movimentações 
dos recursos financeiros da empresa, possibilitando o controle.
 � Demonstração do valor adicionado (DVA) (se for publicado pela 
empresa): corresponde a um informativo contábil que apresenta de 
maneira sintética a constituição da riqueza que a empresa gerou em 
um período definido.
 � Notas explicativas: apresentam as informações adicionais existentes 
nas demonstrações contábeis.
Além dos elementos apresentados, que devem ser considerados como 
estrutura, as demonstrações contábeis comtemplam também quadros e demais 
informações necessárias aos usuários, que podem se referir a informações 
adicionais referentes a itens inseridos no balanço patrimonial e na demonstração 
do resultado do exercício.
Existem outros elementos relevantes que fazem parte da composição das 
demonstrações contábeis e que são avaliados pelos seus usuários, como, por 
exemplo, o relatório de administração; as notas explicativas às demonstrações 
contábeis e o parecer de auditoria.
Conforme Lins e Francisco Filho (2012, p. 132), para a constituição da 
análise das demonstrações contábeis é preciso considerar um modelo agregado 
e dirigido, em que:
O trabalho de análise pode ser elaborado levando-se em consideração uma 
estruturação integrada e coordenada de seis partes, a saber:
Parte 1. Compreende a descrição da metodologia empregada no trabalho de 
levantamento de dados.
3Objetivo da análise
Parte 2. Mostra as principais contas que foram objeto de estudo direto do 
trabalho e a geração dos indicadores a serem analisados. De acordo com o 
objetivo proposto, deve-se montar um modelo padrão que permita identificar 
os fatores importantes para a análise.
Parte 3. São as informações necessárias para melhor compreensão do trabalho. 
Como cada empresa possui o seu próprio plano de contas diferenciado de outras 
empresas, é necessário agregar contas a fim de que os balanços se tornem 
comparáveis (caso dos indicadores médios do setor em que a empresa atua).
Parte 4. São observados dados e informações que complementam as 
demonstrações contábeis, como, por exemplo, taxas de juros, vencimentos 
e garantias de obrigações de longo prazo, os critérios contábeis, como os de 
avaliações de estoques, depreciações e demais provisões, ou ainda acrescen-
tam informações, como garantias prestadas a terceiros, espécies de ações do 
capital social, eventos subsequentes à data do balanço que tenham efeitos 
relevantes sobre a situação da empresa.
Parte 5. São realizadas as análises da empresa e uma discussão com a visão 
do que foi objeto do trabalho.
Parte 6. São apresentadas as conclusões do trabalho da análise.
Importância da análise das demonstrações 
contábeis
Para Lins e Francisco Filho (2012), a análise das demonstrações contábeis 
poderá ser usada como método de controle sinalizando a situação financeira 
da empresa. As análises contribuem não somente para a avaliação e tomada 
de decisão da empresa, mas também para a análise da concorrência que atua 
no mesmo tipo de segmentação, contribuindo para uma melhor avaliação do 
mercado. 
As empresas normalmente têm um período de tempo específico em que 
precisam efetuar a prestação de contas das operações desenvolvidas. A pres-
tação de contas tem por finalidade informar aos diversos interessados, que 
podem ser tanto internos quanto externos à empresa. Entende-se que os mesmos 
necessitam estar informados sobre os resultados da organização. Sois se forem 
usuários externos, como, por exemplo, acionistas, investidores, entre outros, 
precisam saber se podem ou não continuar investindo na empresa. Os usuários 
internos, como colaboradores, por exemplo, também possuem interesse na 
empresa, querendo entender como ela está diante do mercado concorrente, 
analisando a evolução da empresa, o que poderá refletir diretamente no cres-
cimento individual dos profissionais. 
Objetivo da análise4
O principal objetivo da análise das demonstrações contábeisé a verificação 
da posição econômica e financeira organizacional, geralmente abrangendo 
pontos relevantes, como:
 � a situação interna da empresa;
 � a atuação da empresa no ramo de atividade onde está inclusa;
 � o desempenho da empresa diante da economia onde está inserida.
A análise tem algumas finalidades específicas:
 � controle da atividade operacional da empresa;
 � verificação da atuação empresarial, ou seja, seu desempenho dentro do 
segmento onde atua, em que é equiparado seu desempenho em relação 
à principal empresa do mesmo ramo e é avaliada sua atuação e seus 
reflexos na economia considerando o todo;
 � projetos de evolução.
As demonstrações contábeis se referem às principais fontes de informação, sendo 
consideradas muito relevantes para a análise, pois fornecem todos os dados necessários 
sobre a situação econômica e financeira momentânea da empresa, permitindo a 
visualização de perspectivas futuras.
De acordo com Blatt (2001), a análise das demonstrações contábeis, prin-
cipalmente para fins de aquisição de crédito, contempla o entendimento das 
demonstrações aliadas às notas explicativas, mediante um método especí-
fico para adquirir melhor compreensão da situação econômico-financeira da 
entidade, com a finalidade de reconhecer e explicar elementos que possam 
ocasionar efeitos nas demonstrações contábeis.
5Objetivo da análise
Procedimentos de análise vertical, 
horizontal e por indicadores
Segundo Marion (2012), a análise das demonstrações contábeis corresponde 
a uma ferramenta útil que, mediante as análises vertical, horizontal e por 
indicadores, possibilita verificar a posição patrimonial da empresa com relação 
ao seu desempenho.
Observe a seguir algumas técnicas para a aplicação da análise das demons-
trações contábeis: análise vertical; análise horizontal; indicadores financeiros 
e econômicos. 
Análise vertical
Através da análise vertical é possível definir a relevância de cada conta referente 
a um montante. No balanço patrimonial são calculadas as participações refe-
rentes às contas, utilizando como base o capital total da empresa. Entretanto, 
quando se trata da demonstração de resultados, a base a ser usada para cálculo 
é a receita operacional líquida.
Para obter a análise vertical é necessário determinar o que cada elemento 
da demonstração contábil representa como porcentagem de uma determinada 
base (MARION, 2012, p. 59):
A base é geralmente o total dos ativos no caso do balanço patrimonial, e 
vendas líquidas, no caso da demonstração do resultado do exercício. Ela en-
volve olhar para cima e para baixo nas colunas do balanço patrimonial e fazer 
comparações. Para demonstrações de resultado do exercício, isto representa 
estabelecer vendas líquidas de 100% e então calcular a porcentagem de vendas 
líquidas para cada custo, despesa ou outra categoria.
A análise vertical tem por base os valores das contas constantes nas de-
monstrações contábeis. Para aplicar a análise vertical é necessário calcular 
o percentual referente a cada conta ou grupo com relação ao valor total, ou 
seja, buscando calcular o total do ativo circulante, é preciso dividir o saldo 
constante nesse grupo pelo total do ativo, conforme vemos a seguir. Para as 
demais contas, o cálculo ocorre da mesma forma, no entanto, deve-se selecionar 
o saldo da respectiva conta ou grupo que será calculado.
Ativo circulante/ativo total * 100 = % (valor em percentual)
Fórmula: conta/ou grupo de contas * 100
Ativo total/passivo total
Objetivo da análise6
Análise horizontal
A análise horizontal busca apresentar a evolução ou o decréscimo em itens que 
compõem as demonstrações contábeis em períodos simultâneos. É possível 
confrontar percentuais em períodos consecutivos, sendo que a análise vertical é 
realizada dentro de um período. Se existirem mais de três períodos (exercícios 
sociais), a base para o cálculo da análise horizontal será o período mais antigo.
A análise horizontal é aplicada mediante a comparação horizontal ao longo 
dos períodos nas demonstrações contábeis e nos indicadores. Vale ressaltar 
que é necessário que os valores equiparados estejam apresentados em moeda 
de poder aquisitivo constante.
Essa análise permite calcular a variação percentual resultante ocorrida 
entre dois períodos, objetivando demonstrar se ocorreu evolução ou não refe-
rente ao elemento analisado. É possível comparar os dados obtidos e realizar 
ajustes necessários. Entende-se, por exemplo, que se ocorreu acréscimo de 
vendas, consequentemente houve aumento relativo à produção e ao consumo 
de materiais.
Para obter o cálculo para a análise horizontal, deve-se aplicar a fórmula 
a seguir:
Análise horizontal = –1 × 100Ano atual
Ano base
Tanto a análise vertical quanto a horizontal auxiliam na constatação de situações 
que demonstrem, por exemplo, alta nas vendas com queda das margens brutas, 
assim como também é possível verificar se a empresa está com dificuldades em um 
único período ou nos demais ramos de atividade. As análises vertical e horizontal 
possibilitam essa visão, porém, dificilmente fornecem respostas, ou seja, somente 
possibilitam diagnosticar um problema.
7Objetivo da análise
Análise por indicadores
Um importante instrumento utilizado para avaliar o desempenho empresarial 
é a análise por indicadores, calculados a partir das contas das demonstrações 
contábeis.
A análise das demonstrações contábeis mediante indicadores financeiros 
e econômicos facilita o entendimento referente às informações constantes 
na demonstração contábil. Essa análise informa sobre os resultados empre-
sariais com margem de segurança, facilitando o gerenciamento e aplicação 
orçamentária.
Os indicadores mensuram o desempenho da empresa relativo à sua liquidez, 
ao seu ciclo operacional, ao seu grau de endividamento, sua rentabilidade e 
atividade. Para aplicar o cálculo dos indicadores é preciso utilizar como base 
as informações demonstradas no balanço patrimonial e na demonstração do 
resultado do exercício.
O cálculo e interpretação dos índices representam a relação entre contas 
ou grupos, conforme Perez Júnior e Begalli, (2015, p. 313):
[...] visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira 
de uma empresa. O cálculo dos índices geralmente é feito por meio da divisão 
do saldo de um item contábil pelo saldo de outro e sua interpretação depende 
do conhecimento do conteúdo desses itens. Por exemplo, ao dividirmos o total 
de direitos de uma empresa pelo total de suas obrigações estaremos obtendo 
uma informação que nos indica a relação entre esses direitos e obrigações.
Para selecionar os indicadores que serão aplicados nas demonstrações con-
tábeis, é necessário decidir entre aqueles que são mais adequados ao objetivo 
da análise realizada. Os indicadores podem ser reunidos nos seguintes grupos:
 � indicadores de estrutura de capital e endividamento;
 � indicadores de liquidez (capacidade de pagamento de dívidas);
 � indicadores de atividade (prazos médios);
 � indicadores de rentabilidade;
 � indicadores de gestão do capital de giro;
 � indicadores de valor de mercado/bolsa.
Os indicadores representam o resultado alcançado da divisão de duas 
grandezas. Nesse caso, entende-se que se a empresa tem a receber o valor de 
R$ 2.000,00 e a pagar R$ 1.000, será obtido um índice de 2. Observe a Figura 1.
Objetivo da análise8
Figura 1. Representação do resultado alcançado.
Numerador
Denominador
2,00 = índiceContas a receber
Contas a pagar
=2.000
1.000
=
Depois de realizado o cálculo do índice, é necessário realizar a sua in-
terpretação, ou seja, diante do valor encontrado (2), é preciso entender se 
o resultado é considerado bom, razoável, ruim, entre outras características 
(PEREZ JÚNIOR; BEGALLI, 2015).
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília,DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 16 out. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.38, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez. 2007. 
Ed. extra. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/
Lei/L11638.htm#art1>. Acesso em: 16 out. 2018.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
PEREZ JÚNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Leituras recomendadas
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: Intersaberes, 2015.
9Objetivo da análise
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Aline Alves dos Santos
Índices econômico-
financeiros de análise
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a importância dos índices econômico-financeiros de análise.
 � Relacionar os índices econômico-financeiros utilizados na análise.
 � Identificar a utilização dos índices econômico-financeiros para as
empresas.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos referentes ao proce-
dimento de análise das demonstrações contábeis através de índices, já 
que estes possibilitam, através das suas informações, demonstrar os fatos 
ocorridos anteriormente e prestar algumas bases para o entendimento 
sobre o futuro da organização. Você conhecerá a real importância dos 
índices econômico-financeiros nas análises, assim como a relação existente 
entre tais índices e seu uso para as empresas.
Relevância dos índices
As análises verticais e horizontais auxiliam na coleta de informações iniciais 
das demonstrações contábeis, podendo essas ser complementadas através da 
análise de índices, envolvendo o procedimento de cálculo e a interpretação 
de indicadores sintéticos ou resumidos, buscando mensurar o desempenho e 
posição empresarial.
Através dos índices, são realizados comparativos. Por exemplo, se um 
balanço patrimonial de um período possui valor limitado, a análise de diversos 
períodos de resultados oferece maior consistência aos números. Quando é 
preciso concluir sobre a qualidade de uma empresa, é possível efetuar uma 
comparação dessa com outras que estejam no mesmo setor, esclarecendo 
assim essa questão. Isso é realizado com a aplicação dos indicadores na aná-
lise, afirmando desse modo a importância que os mesmos possuem para as 
empresas (BRUNI, 2011).
Conforme Lins e Francisco Filho (2012), os índices econômico-financeiros 
são de grande relevância para as organizações que objetivam adquirir recursos 
financeiros através de seus acionistas e investidores. Os indicadores econômico-
-financeiros representam instrumentos essenciais para obter êxito na captação 
de recursos. Essas ferramentas servem como base para que os acionistas e 
investidores verifiquem a posição, tanto econômica, quanto financeira da 
organização, assim como é possível avaliar possíveis riscos que possam vir a 
sofrer. Desse modo, os indicadores auxiliam para que os investidores tomem 
a melhor decisão com relação à aplicação do capital.
Os indicadores são primordiais para a gestão empresarial, sendo úteis tam-
bém para mensurar as atividades da empresa diante do mercado concorrente. 
Sabe-se que as empresas apresentam grande variação no seu desempenho, 
o que acaba ocultando a complexidade das alterações que ocorreram em 
distintos setores econômicos, onde estão inclusos os diversos segmentos de 
negócios. Através da oscilação do desempenho empresarial é possível avaliar 
e entender porque algumas empresas do mesmo ramo possuem empenho 
melhor que outras. Isso é possível mediante a análise sobre os indicadores 
econômico-financeiros. É necessário que a empresa tenha conhecimento 
sobre as oscilações relativas ao seu desempenho, objetivando assim entender 
melhor o resultado atingido. 
A empresa possui diversos dados que são convertidos em importantes 
informações e apresentadas através das demonstrações contábeis, que depois 
de analisadas com o uso de indicadores transmitem a atuação da empresa, 
possibilitando planejar as ações futuras. 
PASSADO FUTURO
É necessário entender que nem sempre a evolução futura da empresa repre-
senta uma evolução linear do passado. Um dos desafios constantes na análise 
das demonstrações contábeis é visualizar a evolução empresarial comparando 
diferentes períodos através do auxílio de índices econômico-financeiros.
Índices econômico-financeiros de análise2
A informação financeira é usada para apoiar as decisões tomadas pela gestão em-
presarial, pois fornece informações confiáveis relativas aos recursos financeiros e às 
obrigações que ela possui. 
Os indicadores têm a importante função de apresentar um diagnóstico 
financeiro empresarial que pode ser de uma necessidade interna ou externa. 
A necessidade interna está relacionada ao controle interno das ações que são 
desenvolvidas diariamente, no entanto, quando os indicadores forem aplicados 
para necessidade externa, poderá estar relacionada a decisões que refletirão 
diretamente na empresa, como sua influência com instituições financeiras, 
fornecedores, clientes, entre outros. 
A relação entre os índices econômico-
financeiros usados na análise
Conforme Bruni (2011), os índices econômico-financeiros são obtidos através 
de cálculos realizados com base no balanço patrimonial e na demonstração do 
resultado do exercício, esclarecendo as informações apresentadas através de 
números que identificam a situação da empresa, com relação aos seus elementos 
patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. No entanto, não basta somente 
realizar os cálculos, é preciso também compará-los com períodos diferentes 
ou ainda com indicadores de outras empresas que atuem no mesmo ramo ou 
com características equivalentes.
A relação dos indicadores com a análise das demonstrações contábeis 
existe quando os índices são calculados permitindo que os gestores financeiros 
consigam visualizar a posição empresarial.
Os indicadores que geralmente são usados nas análises das demonstrações 
contábeis são divididos conforme segue (BRUNI, 2011):
Indicadores de liquidez: estão relacionados com a análise, buscando apresentar 
a solvência ou a capacidade que a empresa possui em cumprir suas obrigações 
assumidas com terceiros. Se a empresa decidir manter um elevado nível de 
solvência, será preciso ter uma quantidade elevada de recursos investidos com 
maior liquidez. Os indicadores de liquidez estão divididos em: liquidez geral, 
3Índices econômico-financeiros de análise
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata. Para realizar o cálculo do 
índice de liquidez, é preciso utilizar as informações demonstradas no balanço 
patrimonial, sendo este uma demonstração contábil que apresenta a situação 
patrimonial da empresa.
LG = (AC + R LP) / (PC + PNC) 
LG = liquidez geral 
AC = ativo circulante 
RLP = realizável a longo prazo 
PC = passivo circulante 
PNC = passivo não circulante
LC = AC / PC 
LC = liquidez corrente 
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante
LS = (AC – estoques) / PC 
LS = liquidez seca 
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante
LI = disponibilidades / PC 
LI = liquidez imediata
PC = passivo circulante
Indicadores de endividamento: são denominados também de indicadores de 
estrutura de capital. São aplicados na análise buscando entender a estrutura 
das composições das origens de financiamentos que foram contraídospela 
empresa e a relação existente entre os capitais auferidos pelos sócios e de 
terceiros, considerando curto e longo prazo. Através dos indicadores aplicados 
na análise das demonstrações contábeis, a elevação do endividamento empre-
sarial geralmente reflete no aumento da percepção do seu risco. Empresas que 
possuem alto índice de endividamento demonstram maior comprometimento de 
resultados e fluxos de caixa vinculados ao pagamento de juros e à amortização 
da parcela das obrigações. Esse indicador está dividido em: endividamento 
geral, endividamento financeiro e cobertura de juros.
EG = ((AT – PL) / AT) × 100 
EG = endividamento geral 
AT = ativo total
ROL = receita operacional líquida
Índices econômico-financeiros de análise4
EF = (Empr. + Financ. / AT) × 100 
EF = endividamento financeiro 
Empr. = empréstimos 
Financ. = financiamentos 
AT = ativo total
CJ = LAJIR / juros 
CJ = cobertura de Juros 
LAJIR = lucro antes dos juros e do imposto de renda
Indicadores de lucratividade: sua relação com a análise está em verificar 
o lucro alcançado pela empresa em virtude das vendas realizadas, podendo 
considerar os custos, os gastos operacionais ou ainda todos os gastos.
IL = lucro líquido / receita bruta × 100
Indicadores de atividade: são aplicados com o intuito de analisar os efeitos 
das atividades operacionais da empresa sobre as demonstrações contábeis. 
Quando esse indicador é aplicado, demonstra fatores referentes aos prazos de 
recebimento e de pagamento da empresa e avalia os seus efeitos sobre os ativos, 
passivos e capital de giro. Esse indicador se divide em: rotação de estoques, 
prazo médio de recebimento, prazo médio de pagamento, ciclo operacional, 
ciclo financeiro e rotação de ativos.
RE = CPV / EM 
RE = rotação de estoques 
CPV = custo do produto vendido 
EM = estoque médio
PMR = (duplicatas a receber / vendas) × 360 
PMR = prazo médio de recebimento
PMP = (fornecedores / compras) × 360 
Ciclo operacional = ciclo econômico + PMCR 
PMCR = prazo médio de recebimento de contas a receber
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPF 
PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores
5Índices econômico-financeiros de análise
Ciclo financeiro: também conhecido por ciclo de caixa, corresponde ao período 
existente entre a realização dos pagamentos e o recebimento dos clientes. Demonstra 
a quantidade de dias existentes entre o pagamento dos insumos e estoques até o 
recebimento da receita de vendas.
Ciclo econômico: representa o intervalo percorrido entre a compra e a venda, isto é, 
representa o prazo médio de estocagem (BRUNI, 2011).
Indicadores de rentabilidade: estão relacionados com o estudo da remuneração 
relativa das origens do capital de empresa, evidenciada através das fontes totais 
que podem incluir sócios e terceiros, ou somente sócios. Esse indicador está 
dividido em: retorno sobre o investimento, retorno sobre o patrimônio líquido e 
giro do ativo. A rentabilidade deve ser analisada juntamente com a solvência e a 
análise deve contemplar os elementos financeiros considerados como primordiais, 
que podem ser visualizados conforme a Figura 1 (BRUNI, 2011).
Figura 1. Elementos financeiros essenciais para a análise do índice 
de rentabilidade.
Fonte: Adaptada de Bruni (2011, p. 70).
+
=
TEMPO RISCO
RETORNO
A Figura 1 evidencia que o sacrifício do tempo (liquidez) e o risco corrido 
devem ser recompensados através do retorno da operação realizada. Nor-
malmente, quanto maior o retorno, deve-se considerar maior o tempo, assim 
como uma maior exposição ao risco. O vínculo entre rentabilidade e risco 
deve ser considerado.
Índices econômico-financeiros de análise6
ROI = (LL / AT) × 100 
ROI = retorno sobre o investimento 
LL = lucro líquido 
AT = ativo total
ROE = (LL / PL) × 100 
ROE = retorno sobre o patrimônio líquido 
LL = lucro líquido 
PL = patrimônio líquido 
GA = RL / AT 
GA = giro do ativo 
RL = receita líquida 
AT = ativo total
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPF 
PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores
RA = vendas líquidas / ativo total 
RA = rotação de ativo
Indicadores dinâmicos: devem analisar os números da empresa através 
de um entendimento sobre as contas do balanço patrimonial, destacando os 
elementos relativos à gestão do capital de giro.
Indicadores de necessidade de capital de giro: demonstram quando a em-
presa deverá dispor de capital de giro, visando manter suas atividades. Esse 
indicador apresenta se a empresa precisará buscar outros recursos financeiros, 
como os financiamentos, por exemplo.
NCG = contas a receber + estoque – contas a pagar 
É importante não confundir indicadores de lucratividade com indicadores de 
rentabilidade.
 � Lucratividade: ganho obtido sobre as vendas realizadas.
 � Rentabilidade: ganho obtido sobre o investimento realizado. 
7Índices econômico-financeiros de análise
Os principais elementos apresentados pelos índices econômico-financeiros 
são:
 � Posição financeira: estrutura e liquidez.
 � Posição econômica: rentabilidade.
O uso dos índices econômico-financeiros
O uso de índices econômico-financeiros visa auxiliar a empresa para que ela 
consiga atingir suas metas, mediante as informações que são evidenciadas. 
Os indicadores são aplicados buscando obter o controle interno das atividades 
da empresa, verificando e certificando que as atividades estão sendo desem-
penhadas conforme planejamento e procedimentos estabelecidos, evitando 
possíveis desvios de qualquer natureza que ocasionem impactos nos objetivos 
empresariais.
O uso de indicadores econômico-financeiros, que é aplicado para mensurar 
a posição financeira, ou ainda definir o desempenho empresarial, é cada vez 
mais presente nas empresas. O uso por diversas empresas é justificado devido 
a sua importância para a gestão empresarial, pois oferecem as informações 
precisas que auxiliam os gestores para que os mesmos tomem decisões corretas, 
contribuindo desse modo para que a empresa alcance suas metas. 
Os resultados apresentados através do uso dos indicadores econômico-
-financeiros interessam aos diversos usuários das informações contábeis, 
como, por exemplo, gestores, credores e todos os investidores que a empresa 
possui. Desse modo, entende-se que os indicadores econômico-financeiros 
não servem somente para fins de controle interno da organização, mas atuam 
contribuindo com a divulgação de informações de modo mais claro, como 
na prestação de contas dos gestores, quanto à atuação empresarial, a todos 
os usuários das informações contábeis, favorecendo a escolha de práticas de 
governança corporativa. 
O uso dos indicadores afirma a relação entre contas ou grupo de contas 
das demonstrações contábeis que apresentam elementos relevantes da po-
sição econômica ou financeira da empresa, com base em um determinado 
momento. 
Índices econômico-financeiros de análise8
Empresas que utilizam índices econômico-financeiros para a avaliação do seu desem-
penho financeiro possuem uma base sólida e confiável para a tomada de decisão de 
modo coerente pelos investidores (BRUNI, 2011). 
De acordo com Marion (2012), a análise das demonstrações contábeis e os 
indicadores representam um instrumento primordial de análise para a apro-
vação ou aumento de crédito de acordo com a necessidade das empresas. As 
demonstrações contábeis são elaboradas através das informações contidas no 
balanço patrimonial, na demonstração do resultado do exercício e também na 
demonstração de fluxo de caixa. Desse modo, é de extrema relevância entender 
como utilizar os indicadores financeiros, já que os mesmos são fundamentais 
para decidir com segurança a concessão de crédito. 
É de necessidade das empresas o uso dos indicadores quando precisam da 
concessão de crédito de terceiros para realizar investimentos, por exemplo. 
Através dos índices econômico-financeiros é possível calcular prazos de 
recebimento, projetar lucros, evidenciar a tendência de atuação e solvência, 
ou seja, usá-los com instrumentos gerenciais (MARION,2012).
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. v. 4. São Paulo: Atlas, 2011.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
Leituras recomendadas
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 nov. 2018.
9Índices econômico-financeiros de análise
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez. 2007. 
Ed. extra. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/
Lei/L11638.htm#art1>. Acesso em: 11 nov. 2018.
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PEREZ JÚNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: Intersaberes, 2015.
Índices econômico-financeiros de análise10
Conteúdo:
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Aline Alves dos Santos
Indicadores de liquidez 
ou solvência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relacionar os índices de liquidez ou solvência e seus conceitos.
 � Aplicar os índices de liquidez ou solvência.
 � Interpretar os resultados obtidos a partir dos cálculos dos indicadores 
de liquidez ou solvência.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos sobre os índices de 
liquidez ou solvência, sendo esclarecidos o conceito e a aplicação. O 
conteúdo apresentará o desenvolvimento de cálculos que mostrem 
os índices de liquidez ou solvência e como entender os resultados 
atingidos.
Índices de liquidez ou solvência
Conforme Bruni (2011), um dos métodos para analisar a solvência ou a ca-
pacidade financeira da empresa pode ser realizado com o auxílio dos índices 
de liquidez, que também são denominados de índices de solvência, visando 
verificar a capacidade que a empresa possui com relação ao cumprimento 
das suas obrigações, como, por exemplo, o pagamento dos fornecedores, 
empréstimos e financiamentos bancários realizados.
O estudo relacionado à solvência implica verificar o relacionamento entre fontes 
distintas de capital. A solvência costuma ter seus principais quocientes demonstrados 
mediante os índices de liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.
Os índices de liquidez inferem a situação financeira. Vale destacar que a 
análise realizada através da aplicação dos indicadores de liquidez se refere ao 
momento em que foi efetuada e com base em um período específico, assim, 
se for realizada em um momento posterior, poderá apresentar resultados 
diferentes.
Uma empresa é avaliada como solvente se apresentar segurança com relação 
ao pagamento das suas obrigações e mesmo assim permanecer com reserva de 
patrimônio significativo, evidenciando desse modo um bom cenário de lucro, 
garantindo a atuação empresarial no mercado por mais tempo. O índice de 
solvência indica se a empresa conseguirá pagar suas dívidas no longo prazo.
A solvência representa a condição da empresa, onde o valor de seus ati-
vos excede os passivos, ou seja, a capacidade da empresa com relação ao 
cumprimento dos seus compromissos com base nos valores que compõem o 
patrimônio perpetuando suas operações. A capacidade de saldar as dívidas de 
uma empresa pode ser estimada no curto prazo, assim considerando o período 
não superior a 12 meses, sendo analisada através do índice de liquidez corrente. 
Para melhor entendimento sobre os índices de liquidez ou solvência, serão 
apresentadas as suas divisões e em quais circunstâncias os mesmos poderão 
ser aplicados:
Liquidez corrente (comum): consiste na divisão do ativo circulante pelo 
passivo circulante. Sabe-se que através do ativo circulante são evidenciados 
os valores que a empresa receberá futuramente dentro do período de 12 meses. 
Desse modo, o índice de liquidez demonstra a quantidade de recursos finan-
ceiros que a empresa receberá em até 12 meses, ou seja, a quantia em reais 
(R$) que será auferida pela empresa para cada real a pagar no mesmo prazo.
Liquidez seca: é utilizada para avaliar de forma mais rigorosa a capacidade 
de pagamento considerando o curto prazo, já que os estoques são desconsi-
derados como itens para fazer frente às dívidas de curto prazo. A liquidez 
seca demonstra a quantidade em reais que a empresa tem a receber em no 
Indicadores de liquidez ou solvência2
máximo 12 meses, desconsiderando os estoques para cada real a pagar dentro 
do mesmo período. O motivo de escolha de estoques se refere ao maior risco 
destes quando são confrontados aos demais elementos significativos, como, 
por exemplo, clientes, pois os estoques estão sujeitos a perdas em decorrência 
de avarias, roubo, desvalorização, considerando também as dificuldades que 
podem envolver sua venda.
Liquidez geral: é utilizada pela empresa que objetiva analisar a situação 
financeira, fundamentada na proporção entre o total dos valores que serão 
auferidos e no total das dívidas, sem diferença de prazos. A liquidez geral 
evidencia a quantidade de reais que a empresa possui (a receber), para todo valor 
em real que deve pagar, independente dos prazos. O índice de liquidez geral 
tem o intuito de apresentar a visão da solvência da empresa no longo prazo.
Liquidez imediata: decorre da divisão realizada das disponibilidades, ou 
seja, caixa e equivalentes de caixa, pelo passivo circulante, e demonstra a 
capacidade que a empresa possui em relação ao pagamento das suas dívidas 
de curto prazo de modo imediato, considerando que demonstra quanto possui 
de recursos financeiros em meio aos pagamentos que vencerão até o término 
do exercício social seguinte.
Os índices de liquidez correspondem a números decimais apresentados 
por números decimais com duas casas, não sendo demonstrados mediante 
percentuais, ou seja, eles evidenciam a quantidade de reais a receber em 
confronto com a quantidade de reais a pagar. A divisão do numerador (em 
reais) pelo denominador (em reais) resulta em um número decimal.
Como aplicar na prática os índices 
de liquidez ou solvência?
Conforme Bruni (2011), o indicador de liquidez é avaliado mediante a pres-
teza que a empresa tem em converter seus ativos em recursos financeiros. 
Os ativos circulantes correspondem aos que possuem maior liquidez, já os 
ativos imobilizados necessitam de um período maior para que possam ser 
transformados em recursos financeiros.
Os índices de liquidez possuem como base as demonstrações contábeis 
apresentadas pela empresa e são aplicados através de diferentes fórmulas, 
conforme segue:
3Indicadores de liquidez ou solvência
 � Índice de liquidez corrente (comum): expressa a proporção entre valo-
res que serão auferidos no curto prazo e valores que serão pagos no curto 
prazo. Ao obter o resultado mediante o cálculo, é necessário entender 
que quanto maior ele for, maior será sua capacidade de pagamento no 
curto prazo, já que será maior a quantidade de reais a receber para cada 
real que deverá ser pago no curto prazo. Fórmula de liquidez corrente:
Ativo circulante / passivo circulante
 � Índice de liquidez seca: através da sua aplicação é apresentada a 
proporção entre valores a receber no curto prazo, considerando nesse 
caso o ativo circulante, desconsiderandoos estoques e os valores que 
serão pagos no curto prazo, ou seja, no passivo circulante. Ao aplicar 
o índice de liquidez seca, a partir do resultado é preciso analisar o 
parâmetro, ou seja, a base necessária para a interpretação do resultado, 
onde afirma-se que quanto maior for o valor encontrado, melhor 
será a capacidade de pagamento no curto prazo, já que será maior 
a quantidade de reais por receber, independente da realização dos 
estoques para cada real que deve ser pago no curto prazo. Fórmula 
de liquidez seca:
(Ativo circulante – estoques) / passivo circulante
 � Índice de liquidez geral: evidencia a proporção entre os valores que 
serão recebidos e os valores que serão pagos. Com base no resultado 
adquirido, quanto maior ele for, melhor será a capacidade empresarial 
de modo geral para saldar seus pagamentos, já que assim será maior a 
quantidade de reais a receber para todo real que será pago, desconside-
rando os prazos de vencimentos. Fórmula de liquidez geral:
(Ativo circulante + realizável a longo prazo) / (passivo circulante + passivo 
não circulante)
 � Índice de liquidez imediata: apresenta a proporção existente entre 
as disponibilidades e os valores a pagar no curto prazo pela empresa. 
Posterior à realização do cálculo, com relação ao resultado apresentado, 
Indicadores de liquidez ou solvência4
quanto maior ele for, melhor será a capacidade imediata do pagamento 
das dívidas contraídas pela empresa e que possuem vencimento em 
curto prazo. Fórmula de liquidez imediata:
Caixa e equivalentes de caixa / passivo circulante
Todos os índices de liquidez de curto prazo (corrente, seca e imediata) 
possuem o passivo circulante como denominador nas fórmulas. 
Saporito (2015, p. 154) realiza um comparativo com relação aos indicadores 
de liquidez:
Isso serve para ressaltar que, nos três casos, as comparações são com a dívida 
de curto prazo e o que varia é o numerador, que diz respeito ao que é comparado 
com a dívida de curto prazo. O índice de liquidez geral é o único dos quatro 
índices de liquidez que tem a dívida total como denominador. Em comum, os 
quatro índices têm sua avaliação, pois todos eles são do tipo “quanto maior 
o resultado do cálculo, melhor é a avaliação do índice.
Resultados adquiridos com cálculos dos 
indicadores de liquidez ou solvência
A aplicação dos índices de liquidez apresenta resultados que são úteis para 
aqueles que os analisam e por isso é importante a correta interpretação dos 
resultados obtidos. Algumas informações devem ser seguidas, pois servem 
como base para a interpretação do resultado apresentado pelos índices de 
liquidez ou solvência, conforme segue:
 � Quando for > 1: a organização conseguirá cumprir com suas obrigações.
 � Quando for = 1: o valor que a organização possui disponível corresponde 
ao mesmo valor das suas obrigações, ou seja, o total a pagar.
 � Quando for < 1: significa que a organização não tem recursos financeiros 
suficientes para quitar com suas obrigações. 
Índice de liquidez corrente
O capital de giro das empresas normalmente é demonstrado através de índices. 
Através do cálculo aplicado, onde se divide o ativo circulante da empresa 
pelo passivo circulante, se obtém o índice de liquidez corrente (GARRISON, 
NOREEN, BREWER, 2013). Observe o Quadro 1.
5Indicadores de liquidez ou solvência
Fonte: Adaptado de Marques, Carneiro Júnior e Kühl (2015, p. 50).
Balanço patrimonial — Exercício findo em 31/12/X2 — Em R$
Ativo X1 X2 Passivo X1 X2
Circulante Circulante
Disponível 6.850 7.000 Fornecedores 4.780 10.290
Cliente 4.800 3.710 Dividendos a pagar 1.300 520
Estoques 7.460 5.800 IR/CSSL a pagar 430 510
Total do 
circulante
19.110 16.510 Total do circulante 6.510 11.320
Não 
circulante
Não circulante
Investimentos 10.200 15.000 Exigível a 
longo prazo
8.000 9.300
Imobilizado 17.200 21.500 Empréstimos 8.000 9.300
Máquinas 20.000 25.300 Total do não 
circulante
30.000 40.000
Depreciação 
acumulada
(2.800) (3.800) Patrimônio líquido 2.000 2.390
Intangível 27.400 10.000 Capital social 32.000 42.390
Total do não 
circulante
46.500 Reservas de lucros
Total do PL
Total do 
ativo
46.510 63.010 Total do 
passivo + PL
46.510 63.010
Quadro 1. Balanço patrimonial – aplicação de índices de liquidez
Utilizando a fórmula para calcular o índice de liquidez corrente, com base 
nos valores expressos através do Quadro 1, obtém-se o seguinte:
LC: Ativo circulantePassivo circulante = = 2,94
19.110
6.510 = 1,46
16.510
11.320
Ano X1 Ano X2
Indicadores de liquidez ou solvência6
Com base nos valores obtidos através da fórmula de liquidez corrente, é 
correto afirmar que no ano X1, para cada R$1,00 de obrigação que a empresa 
possui e vencível até 12 meses, existe R$ 2,94 em ativos de curto prazo que 
garantem esses pagamentos.
Com base no ano X2, observa-se que o resultado obtido foi de R$ 
1,46, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigação que a empresa possui e 
vencível até 12 meses, existe R$ 1,46 em ativos de curto prazo para que 
os pagamentos sejam quitados. É importante destacar que a empresa con-
seguirá cumprir com suas obrigações, mas é notável que nesse período o 
resultado adquirido foi bem menor em comparação com o ano anterior, o 
que identifica que a empresa possui um valor maior referente às dívidas 
com relação ao período X1.
Índice de liquidez seca
Assim como os demais indicadores de liquidez, para o índice de liquidez 
seca não seria diferente, assim devemos considerar para o resultado, quanto 
maior, melhor será para a empresa. 
LS:
(Ativo circulante – Estoques)
Passivo circulante =
(19.110 – 7.460)
6.510 = 1,79
(16.510 – 5.800)
11.320 = 0,95
Ano X1 Ano X2
Com relação aos valores extraídos do Quadro 1 e aplicados na fórmula da 
liquidez seca, podemos verificar uma redução considerável entre os períodos 
de X1 para X2, pois em X1 a empresa apresentou R$ 1,79 para cada R$ 1,00 
de dívidas que a empresa possui. No entanto, para o ano X2 o resultado 
foi de R$ 0,95 para cada R$ 1,00 de dívidas a pagar, o que identifica que a 
capacidade de pagamento das dívidas no curto prazo da empresa pode estar 
comprometida.
Índice de liquidez geral
O índice de liquidez geral avalia a saúde financeira da empresa considerando 
sempre o longo prazo. Com base nos valores adquiridos através do Quadro 2, 
é necessário avaliar o resultado encontrado a seguir.
7Indicadores de liquidez ou solvência
LG: (Ativo circulante + Realizável a longo prazo)(Passivo circulante + Passivo não circulante)
LG: (26.530 + 1.550)(18.880 + 10.880)
28.080
29.760= = 0,94
(96.894 + 9.950)
(96.438 + 13.240)
106.844
109.678= = 0,97
Ano 31/12/X Ano 31/12/X1
Através do resultado adquirido mediante cálculo do índice de liquidez 
geral, utilizando as informações coletadas no Quadro 2, é possível analisar 
que a empresa apresenta no período de 31/12/X, R$ 0,94 para cada R$ 1,00 
de dívida que possui para quitar.
Avaliando o período de 31/12/X1, o resultado foi de R$ 0,97. Observa-se 
uma pequena melhora com relação ao ano anterior, no entanto, a empresa 
possui R$ 0,97 para cada R$ 1,00 de dívidas a pagar. Com base no resultado 
encontrado para os dois períodos, é preciso destacar que se a empresa precisasse 
saldar todas as suas obrigações teria dificuldades financeiras. Como para os 
demais índices de liquidez, quanto maior o resultado, melhor para a empresa, 
destacando que o ponto base a ser considerado é de R$ 1,00 ou acima de um.
Balanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Ativo 31/12/X 31/12/X Passivo 31/12/X 31/12/X1
Circulante 26.530 96.894 Circulante 18.800 98.438
Disponibi-
lidades
10.660 58.790 Fornecedores 6.640 58.890
Caixa 7.090 58.220 Salários a 
pagar
2.670 4.150
Bancos 3.570 570 Contas a 
pagar
7.410 9.810
Provisão 
de férias
2.160 2.730
Direitos 
realizáveis
14.160 36.394 Provisão 
para imposto 
de renda
1.910
Quadro 2. Análise dos índices de liquidez
(Continua)
Indicadores de liquidez ou solvência8
Quadro 2. Análise dos índices de liquidezBalanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Clientes 4.070 12.470 Contribuição 
social
1.260
Estoques 8.560 19.400 Participações 
a pagar
4.303
Adiantamento 
de viagem
1.530 1.530 Dividendos 
a pagar
4.379
Dividendos 
a receber
2.994 Encargos 
sociais a pagar
4.690
ICMS a pagar 2.426
Despesas 
do exercício 
seguinte
1.710 1.710 Empréstimo 
SIGMA
3.800
Seguros 
pagos anteci-
padamente
1.710 1.710
Não 
circulante
10.880 13.240
Financiamen-
tos a pagar, 
longo prazo
7.350 9.710
Não 
circulante
24.210 47.312 Aluguéis rece-
bidos anteci-
padamente
3.530 3.530
Reutilizável 
a longo 
prazo
1.550 9.950
Emprétimo 
compulsório
1.550 3.950 Patrimônio 
líquido
20.980 32.528
Empréstimo 
ÔMEGA
6.000
Capital social 13.690 15.580
(Continua)
(Continuação)
9Indicadores de liquidez ou solvência
Fonte: Adaptado de Santos, Schmidt e Fernandes (2012, p. 24).
Quadro 2. Análise dos índices de liquidez
Balanço patrimonial 
Controladora Delta 
(Exercício findo em 31/12/X1)
Investi-
mentos
4.420 17.011 Capital 
subscrito
15.000 15.000
Participações 
em 
controladas
4.420 17.011 Capital a 
integralizar
-1.310 580
Imobilizado 18.240 18.731 Reserva de 
capital
0 0
Imóvel de uso 20.220 20.220
Depreciação 
acumulada, 
imóvel de uso
-1.980 -2.789 Reserva de 
avaliação 
patrimonial
2.020 2.020
Veículos 1.300
Reservas 
de lucros
2.920 3.311
Intangível 0 1.620 reserva legal 0 730
Marcas e 
patentes
1.620 Reserva 
estatutária
0 1.461
Reserva de 
contingências
1.800 0
Reserva 
de lucros 
a realizar
1.120 1.120
Lucros 
acumulados
2.350 11.617
Total do 
ativo
50.740 144.206 Total do 
passivo e 
patrimônio 
líquido
50.740 144.206
(Continuação)
Indicadores de liquidez ou solvência10
Índice de liquidez imediata
O índice de liquidez imediata avalia as disponibilidades, como, por exemplo, 
contas como caixa, bancos e aplicações financeiras que são de liquidez ime-
diata e o passivo circulante. Através da sua aplicação é evidenciado quanto a 
empresa possui de recurso financeiro disponível para cada uma das dívidas 
adquiridas de curto prazo. O índice de liquidez imediata é considerado con-
servador, possuindo no numerador os fundos imediatamente disponíveis e 
no denominador as obrigações com prazos de vencimentos estipulados para 
até 360 dias.
LI: Caixa e Equivalentes de caixa
Passivo circulante =
10.660
18.880 = 0,56
58.790
96.438 = 0,61
Ano 31/12/X Ano 31/12/X1
Através dos valores obtidos com o cálculo do índice de liquidez imediata, 
utilizando as informações coletadas no Quadro 2, é possível verificar que 
a empresa apresenta no período de 31/12/X, R$ 0,56 para cada R$ 1,00 de 
obrigações a pagar.
Com relação ao período seguinte, de 31/12/X1, o resultado foi de R$ 0,61, 
onde é possível analisar uma melhora ao comparar com o ano anterior, porém, 
se a empresa necessitasse saldar todas as suas obrigações de forma imediata ela 
não teria essa capacidade, pois em ambos os períodos o resultado encontrado 
foi menor que um, sendo este o parâmetro mínimo para a interpretação dos 
resultados obtidos através dos indicadores de liquidez ou solvência.
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. v. 4. (Série des-
vendando as finanças).
GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
MARQUES, J. A. V. da C.; CARNEIRO JÚNIOR, J. B. A.; KÜHL, C. A. Análise financeira das 
empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
11Indicadores de liquidez ou solvência
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: Intersaberes, 2015.
SANTOS, J. L. dos; SCHMIDT, P.; FERNANDES, L. A. Contabilidade avançada: aspectos 
societários e tributários. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Leituras recomendadas
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Indicadores de liquidez ou solvência12
Conteúdo:
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Aline Alves dos Santos
Indicadores de atividade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o conceito e a utilização dos indicadores de atividade.
 � Reconhecer os indicadores de atividade.
 � Aplicar a relação entre os indicadores de atividade.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos referentes aos indica-
dores de atividade, que permitem verificar aspectos do capital de giro 
da empresa mediante o ciclo financeiro. A partir do uso dos indicadores 
de atividade, a empresa poderá tomar melhores decisões, pois estará 
amparada pelos resultados apresentados e que são de grande relevância, 
já que indicam se existe discordância entre os prazos de recebimentos e 
de pagamentos. Serão apresentados o conceito e a formação do índice 
de capital líquido, como é realizado seu cálculo e as circunstâncias em 
que esse índice pode ser aplicado.
Os indicadores de atividade e a sua aplicação
Os índices de atividade representam indicadores relativos à velocidade com 
que circulam alguns elementos de análise e são importantes para um correto 
entendimento da liquidez e da rentabilidade. A partir desses indicadores ficam 
evidentes as rotações que o capital teve, assim como os valores investidos na 
produção, apontando o número de vezes que foram aplicados e recuperados 
Tais índices também auxiliam a formular os conceitos de ciclo operacional e 
ciclo financeiro (SAPORITO, 2015). 
Conforme Padoveze e Benedicto (2010), os indicadores de atividade opera-
cional permitem a verificação da atuação da empresa e se a mesma necessita 
investir em capital de giro. Os usos dos indicadores visam demonstrar o 
desempenho operacional da empresa referente aos seus elementos principais, 
apresentados através do balanço patrimonial e da demonstração do resultado 
do exercício.
O uso dos indicadores é aplicado com relação ao produto das operações da 
empresa e o saldo disponível apresentado no balanço patrimonial, abordando 
os elementos primordiais que constituem o capital de giro próprio da empresa. 
De maneira geral, os indicadores de atividade demonstram as políticas de 
controle do fluxo de caixa, assim como a capacidade de assegurar um fluxo 
constante de atividades operacionais.
Você sabe o que significa a gestão operacional? Refere-se à gestão do ciclo de compras, 
produção e vendas de produtos ou serviços. Trata da gestão de recursos precisos 
para o processo de transformação de produtos até a entrega aos clientes (PADOVEZE; 
BENEDICTO, 2010).
Através do uso dos indicadores de atividade é possível identificar a média 
de dias que a empresa demora para receber as vendas que foram realizadas 
a prazo, assim como a média de dias que a empresa levará para quitar suas 
compras e renovar seu estoque.
Quando os indicadores de atividade são utilizados para uma análise, quanto 
maior for a velocidade do recebimento das vendas e da renovação dos estoques, 
melhor será para a empresa. No entanto, quanto mais demorado for o processo 
de pagamento das compras, a empresa corre o risco de ter que buscar recursos 
financeiros através de instituições financeiras para saldar suas dívidas, mas 
para isso estará pagando juros. Assim, será necessário que a empresa faça uma 
análise minuciosa sobre os prazos, pois os recebimentos devem possuir prazo 
bem menor que os pagamentos, ou seja, será preciso criar novas estratégias 
buscando melhorar esse índice, resultando em melhores prazos para a empresa.
Usandoos indicadores de atividades
a) Prazo médio de recebimento de vendas
Fórmula: PMRV = (duplicatas a receber / vendas) × 360
Indicadores de atividade2
Considere:
Duplicatas a receber: R$ 120.000
Receita bruta de vendas: R$ 600.000
PMRV = (120.000 / 600.000) × 360
PMRV = 72 dias
O PMRV demonstra que a empresa possui uma média de 72 dias para 
receber suas vendas.
b) Prazo médio de pagamento de compras
PMPC = (fornecedores / compras) × 360
Considere:
Fornecedores a pagar: R$ 230.000
Compras: R$ 670.000
PMPC = (230.000 / 670.000) × 360
PMPC = 123 dias
O PMPC indica que a empresa possui uma média de 123 dias para 
pagar suas compras.
c) Prazo médio de renovação de estoques
RE = CPV / EM (estoque médio)
Considere:
CPV (custo do produto vendido): R$ 422.000
EM: R$ 629.000
RE = (422.000 / 629.000) × 360
RE = 241 dias
3Indicadores de atividade
O PMRE indica que a empresa possui uma média de 241 dias para 
vender seu estoque.
Identificando os indicadores de atividade
Os indicadores de atividades possibilitam verificar aspectos do capital de 
giro da empresa mediante o ciclo financeiro. Os indicadores de atividade 
evidenciam a situação da empresa em relação ao recebimento das vendas 
realizadas, o giro e o uso dos estoques até o momento das suas obrigações. 
Conforme Gitman e Joehnk (2005), os indicadores de atividade correspondem 
à rotação de estoques, recebimento de vendas, pagamento de compras, ciclo 
operacional, ciclo financeiro e rotação do ativo.
O índice de prazo médio de rotação de estoques ou renovação de estoques 
(PMRE) objetiva analisar a velocidade do giro dos estoques, isto é, verifica 
o tempo preciso desde o seu desenvolvimento até a sua venda. É necessário 
destacar que, quanto menor for esse prazo de renovação dos estoques, mais 
próximo do processo de transformação em dinheiro estarão os valores inves-
tidos nesse item.
O PMRE pode ser calculado através da comparação do valor dos estoques 
de acordo com o período do balanço patrimonial e do custo dos produtos 
vendidos (CPV), ou seja, do valor do CPV constante na DRE dividido pelo 
período constante nela.
Fórmula para cálculo da rotação de estoques: 
PMRE = CPV / EM
RE = rotação de estoques 
CPV = custo do produto vendido 
EM = estoque médio
O prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) pode ser calculado 
ao dividirmos o valor das contas a receber de clientes pelo de vendas diárias. 
Assim, proporcionalmente é possível afirmar que a conta clientes corresponde 
a um determinado número de dias de vendas. Esse índice pode ser calculado 
mediante uma posição única, com base na data do balanço patrimonial.
Indicadores de atividade4
O índice PMRV indica uma média do tempo transcorrido, entre a efetuação 
da venda dos produtos e o recebimento das vendas. As vendas realizadas 
diariamente são obtidas mediante a divisão das vendas do período constantes 
na Demonstração de resultado do exercício (DRE) pela quantidade de dias do 
período. Se a DRE se referir ao ano, é preciso considerar o ano comercial de 
360 dias que será usado na fórmula. 
O ideal é que o valor relacionado às vendas aconteça dentro do menor 
espaço de tempo. Objetivando verificar esse indicador é necessário entender 
que, quanto menor for a quantidade de dias, mais rápido a empresa receberá 
os valores relativos às vendas.
Ao calcular o prazo médio de recebimento de vendas, vale destacar que 
não está sendo avaliado somente as vendas a prazo, ou seja, considera-se o 
montante de vendas. O montante das vendas usado nos cálculos do PMRV 
considera a receita bruta, menos as devoluções, considerando os tributos 
devidos, como, por exemplo, IPI, ICMS, entre outros, e o montante de 
duplicatas a receber, sem excluir provisão para devedores duvidosos e 
duplicatas descontadas. Mantendo desse modo a mesma consistência de 
base de cálculo.
Fórmula para cálculo do prazo médio de recebimento: 
PMRV = (duplicatas a receber / vendas) × 360
PMRV = prazo médio de recebimento
O prazo médio de pagamento de compras é uma importante tarefa das 
empresas comerciais. O valor das compras deve ser calculado como custo da 
mercadoria vendida (CMV) mais o estoque final e menos o estoque inicial.
Com relação às empresas industriais, o nível de dificuldade para calcular o 
valor de compras é maior, já que o CPV considera os custos de transformação, 
isto é, a mão de obra direta e os custos indiretos decorrentes da fabricação.
Para encontrar o PMPC é preciso estabelecer o valor das compras diárias, 
utilizando o valor da conta fornecedores e dividir pelas compras diárias, 
obtendo, desse modo, o valor que se refere ao PMPC. Nesse sentido, a conta 
fornecedores não é considerada como valor a pagar, mas sim como a quantidade 
de dias de compras em que a empresa é financiada.
5Indicadores de atividade
O índice PMPC aponta o período da realização das compras até o período do paga-
mento. Para esse indicador, é necessário considerar que, quanto maior for o resultado 
do indicador, melhor será a posição financeira da empresa.
Uma dificuldade que pode surgir no cálculo do PMPC, é referente ao 
valor de compras, considerando que a DRE não a destaca, somente os custos 
das vendas. Ao tratar de uma empresa comercial, tudo se resume. O custo 
da mercadoria vendida indicado na DRE se refere à soma do estoque inicial 
mais as compras realizadas no período, menos o estoque final, conforme a 
seguinte fórmula: 
CMV = EI + C – EF
Ao fazer uso dos valores dos estoques apontados no ativo circulante nas 
colunas, estoques inicial e final, e o próprio valor do CMV constante na DRE, 
encontra-se o valor referente às compras.
Fórmula para cálculo do prazo médio de pagamento: 
PMPC = (fornecedores / compras) × 360
O ciclo operacional se refere o período entre a compra dos estoques e o 
recebimento das vendas. Representa também o período que a empresa precisa 
para transformar suas vendas em dinheiro, considerando desde o momento 
em que for realizada a compra da matéria-prima usada na produção (CAVAL-
CANTE, [201-?]).
A partir do ciclo operacional é possível comparar dos prazos de pagamento, 
os prazos de recebimento e o giro dos estoques. Ele evidencia a evolução, o 
retorno empresarial e sua eficiência. Através desse indicador é demonstrado 
o período utilizado desde a compra dos insumos ou materiais até o momento 
do recebimento das vendas, assim, quanto menor for o resultado, melhor será 
para a empresa.
Indicadores de atividade6
Fórmula para cálculo do ciclo operacional:
Ciclo operacional = ciclo econômico + PMRV
PMRV = prazo médio de recebimento das vendas
O ciclo financeiro representa o tempo esperado pela empresa para os 
pagamentos e os recebimentos de clientes. Quanto maior for o seu resultado, 
menos vantajoso será para a empresa, pois isso significa que a empresa estará 
fazendo uso do financiamento por um período mais longo e, dessa forma, 
consequentemente, pagando um custo mais elevado pelo seu uso.
Fórmula para cálculo do ciclo financeiro: 
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPC = 
prazo médio de pagamento das compras
O ciclo financeiro também é conhecido por ciclo de caixa e corresponde ao tempo 
existente entre os pagamentos e os recebimentos das vendas realizadas. As empresas 
precisam de um período mínimo posterior à entrega do produto ou do serviço para 
providenciar o pagamento.
O índice de rotação ou giro de ativos apresenta o número de vezes que o 
ativo foi recuperado decorrente das vendas que foram efetuadas no período. 
O ideal para esse índice é considerar “quanto mais elevado for este índice, 
melhor”. Através da rotação de ativos é demonstrada a eficiência que a empresa 
possui com relação aos seus ativos, visando gerar vendas. Quanto maior for 
a quantidade de vendas realizadas, maior será o fluxo dos ativos gerados por 
elas, ou seja, quanto mais a empresa vender, mais intensa será a movimentação.
Para descobrir a quantidade de vezes que o ativo girou em virtude do volume 
de vendas, é necessário dividir o valor dasvendas líquidas pelo ativo total. 
Fórmula para cálculo da rotação de ativos:
RA = vendas líquidas / ativo total
7Indicadores de atividade
A relação entre os indicadores de atividade
De acordo com Lins e Francisco Filho (2012), os indicadores de atividade 
relacionam-se através dos itens apresentados no balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício da empresa. Os indicadores de ati-
vidade são evidenciados em conformidade com a sua natureza, ou seja, são 
expressos em períodos de dias, meses ou giro no ano. 
A exatidão dos prazos médios deve ser uniforme, relativa às compras e às 
vendas realizadas a prazo pela empresa. Se a empresa possui compras e vendas 
com prazos semelhantes durante o período, os prazos médios apresentarão 
efeitos satisfatórios e de acordo com a realidade. No entanto, se as vendas e as 
compras oscilarem, ou seja, tiverem variações nos seus prazos, poderá refletir 
nos prazos médios que possivelmente apresentarão resultados distorcidos com 
relação ao esperado.
Através da Figura 1 é possível verificar a existência da relação entre os 
indicadores de atividade. 
Figura 1. Ciclo operacional de compra e venda.
Fonte: Adaptada de Padoveze e Benedicto (2010, p. 169).
Compras de materiais ou
matérias-primas
Recebimento Produção
Vendas
A Figura 1 apresenta o vínculo entre os indicadores, demonstrando que 
uma ação reflete diretamente nas demais, ou seja, a empresa precisará adquirir 
matéria-prima ou insumos para o desenvolvimento dos produtos. Os produtos, 
depois de concluídos, são estocados e posteriormente vendidos. Quando essa 
Indicadores de atividade8
venda é realizada a prazo aos seus clientes, é necessário que esse prazo apre-
sente uma média maior que a média dos pagamentos que a empresa possui, 
pois, a empresa poderá realizar seus pagamentos conforme seus vencimentos 
quando já tiver recebido os valores dos seus clientes. A Figura 1 apresenta um 
ciclo operacional da ação de compra e venda, evidenciando a importância do 
recebimento antes dos pagamentos. Observe a relação direta existente entre 
as vendas, as compras e o custo das vendas: 
Os indicadores que envolvem as compras, as vendas e os estoques, auxiliam 
na compreensão da melhor posição financeira da empresa, pois demonstra 
qual o prazo médio de pagamento, o prazo médio de recebimento e o que a 
empresa possui de produtos em estoque. Através da análise dos indicadores de 
atividade é possível constatar se a empresa se encontra ou não com dificuldades 
financeiras, pois isso pode ser analisado através do cálculo do PMRV. Através 
do cálculo desse indicador, a empresa saberá se o prazo dos recebimentos será 
menor que o prazo dos pagamentos, pois dessa forma terá recursos disponíveis 
para saldar suas dívidas.
Buscando entender a relação entre os indicadores de atividade, considere 
as seguintes informações:
Prazo médio de recebimento: 72 dias
Prazo médio de pagamento: 123 dias
Prazo médio de rotação de estoques: 241 dias
Posicionamento de atividade:
(PMRE + PMRV) / PMPC
PA = (241 dias + 72 dias) / 123 = 2,5
O resultado apresentado pelo posicionamento de atividade, de 2,5, é to-
talmente desfavorável, pois se considera que o ideal de resultado para esse 
índice seja o mais próximo de 1, ou menor que 1. 
Diante da situação apresentada, a empresa leva para vender (PMRE) e 
para receber (PMRV) as vendas realizadas um prazo considerado longo, de 
313 dias (241 + 72). Seu ciclo operacional possui prazo de quase um ano. No 
entanto, a empresa possui 123 dias para pagar suas compras. Nesse caso, fica 
evidente que a empresa nem realizou vendas ainda, porém já desembolsou 
com salários de funcionários, pagamento de fornecedores, entre outros, o que 
resulta em dificuldades de capital de giro.
9Indicadores de atividade
CAVALCANTE, F. Aspectos avançados na análise econômica e financeira. Up-to-date, [s. 
l.], n. 72, [201-?]. Disponível em: http://cavalcanteassciados.com.br/utd/UpToDate072.
pdf. Acesso em: 17 nov. 2018.
GITMAN, L. J.; JOEHNK, M. D. Princípios de investimentos. 8. ed. São Paulo: Pearson 
Addison Wesley, 2005.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
PADOVEZE, C. L; BENEDICTO, G. C. de. Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. rev. 
e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: Intersaberes, 2015.
Leituras recomendadas
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. v. 4. (Série des-
vendando as finanças).
GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
MARQUES, J. A. V. da C.; CARNEIRO JÚNIOR, J. B. A.; KÜHL, C. A. Análise financeira das 
empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Indicadores de atividade10
Conteúdo:
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Aline Alves dos Santos
Índice capital 
circulante líquido
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito e a formação do capital circulante líquido.
 � Descrever o cálculo do capital circulante líquido.
 � Resolver situações aplicando o índice de capital circulante líquido.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados ao índice de 
capital circulante líquido (CCL). Primeiramente, você estudará o conceito 
do CCL, que se refere à diferença existente entre o ativo circulante e o pas-
sivo circulante, de acordo com um período específico. Serão apresentados 
o conceito e a formação do índice de capital líquido, como é realizado
seu cálculo e as circunstâncias em que esse índice pode ser aplicado.
O que é CCL?
Conforme Blatt (2001), o CCL também é denominado de capital de giro líquido 
(CGL) e representa o excesso financeiro empresarial, ou seja, a folga ou falta de 
ativos circulantes em contrapartida aos passivos circulantes. O ativo circulante 
aborda algumas contas, como, por exemplo, a soma das contas a receber, dos 
estoques, dinheiro em caixa, dinheiro em banco, aplicações financeiras e 
duplicatas a receber. O passivo circulante envolve algumas contas, como, por 
exemplo, fornecedores, contas a pagar, folha de pagamento, encargos sociais, 
impostos a pagar, empréstimos a pagar e demais dívidas vencíveis dentro do 
prazo de um ano, ou seja, 12 meses. 
A fórmula usada para calcular o CCL é definida da seguinte forma (BLATT, 
2001, p. 99):
CCL = CGL = AC – PC
Ou
CCL = (PNC + PL) – ANC
Onde:
CCL: capital circulante líquido
CGL: capital de giro líquido
AC: ativo circulante
PC: passivo circulante
PNC: passivo não circulante
PL: patrimônio líquido
ANC: ativo não circulante
Através do CCL fica evidente a falta ou o excesso do ativo circulante 
relativo ao passivo circulante. Desse modo, quanto mais elevado for o CCL 
ou CGL, melhor será para a empresa, já que a partir desse resultado ela possui 
um excesso financeiro, o que não representa uma folga de caixa.
O resultado adquirido com o CCL corresponde à proporção em que o 
passivo circulante financia o ativo circulante. O uso do CCL busca evidenciar 
se há estabilidade entre risco e rentabilidade. 
É possível afirmar que o CCL ou CGL corresponde à soma dos recursos financeiros de 
curto prazo que estão disponíveis para financiamento das operações empresariais.
Observe os possíveis resultados para o CCL e o que eles indicam:
Índice capital circulante líquido2
CCL > 0: quando o CCL for maior que 0 significa que o ativocirculante é 
maior que o passivo circulante, o que resulta em um índice de liquidez corrente 
maior que 1.
Analisando o Quadro 1, é possível constatar no exemplo que o ativo cir-
culante é relativamente maior que o passivo circulante, o que representa que 
o CCL da empresa é positivo e que ela possui uma folga financeira.
CCL = 0: quando o valor do CCL for igual a 0 resultará em um índice de 
liquidez corrente igual a 1.
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 99).
ATIVO PASSIVO
AC PC
ELP
RLP
PL
AP
Quadro 1. CCL maior que 0
Observando o Quadro 2, verifica-se que o ativo circulante é equivalente 
ao passivo circulante, ou seja, possui a mesma proporção.
CCL < 0: quando o resultado obtido do CCL for menor que 0, significa que 
o ativo circulante é menor que o passivo circulante, resultando em um índice 
de liquidez corrente menor que 1. Nesse caso, o CCL é negativo.
3Índice capital circulante líquido
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 100).
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP ELP
AP
PL
Quadro 2. CCL igual a 0
Ao analisar o Quadro 3, observa-se que ao contrário do Quadro 1, o passivo 
circulante é maior que o ativo circulante, significando que a empresa não 
possui excesso ou folga financeira.
Fonte: Adaptado de Blatt (2001, p. 100).
ATIVO PASSIVO
AC PC
RLP
ELP
AP
PL
Quadro 3. CCL menor que 0
Índice capital circulante líquido4
Calculando o CCL
De acordo com Saporito (2015), ao calcular o CCL pode-se obter um resultado 
positivo, negativo ou nulo. Ao adquirir um resultado negativo, constata-se que 
essa empresa possui um risco mais elevado da sua operação, já que ela possui 
obrigações de curto prazo que são superiores aos ativos de curto prazo. No 
entanto, mesmo com o índice CCL negativo, muitas empresas conseguem se 
manter no mercado. Isso pode ocorrer em virtude da operação empresarial 
ou também das diversas obrigações que a empresa possui, que vencerão no 
próximo exercício social, e que serão substituídas por outras obrigações do 
curto prazo. 
Com base nas informações apresentadas, relativas ao índice de CCL, é 
possível afirmar que quanto maior o total do CCL da empresa, menor risco 
ela apresentará, ou seja, ela terá menor probabilidade de insolvência técnica. 
O Quadro 4 apresenta o resultado adquirido para o CCL no ano de 2013 e 
no ano de 2014. No ano de 2014, o ativo circulante prevaleceu sobre o passivo 
circulante, onde o resultado do CCL foi de R$ 100.000. Para chegar nesse 
resultado, foi preciso coletar os dados do ativo circulante e passivo circulante 
e aplicar a fórmula do CCL.
Fonte: Adaptado de Saporito (2015, p. 264).
CIA. Exemplo completo
31/12/2014 31/12/2013 Variação
R$ mil R$ mil R$ mil
Ativo circulante 300.000 257.000 43.000
(–) Passivo 
circulante
200.000 170.000 30.000
(=) CCL 100.000 87.000 13.000
Quadro 4. Resultado para o CCL nos anos de 2013 e 2014
5Índice capital circulante líquido
CCL = AC – PC
Ano 2014
CCL = 300.000 – 200.000 = 100.000
Ano 2013
CCL = 257.000 – 170.000 = 87.000
A variação do CCL do ano de 2013 para o ano de 2014 foi de R$ 13.000,00, 
e isso pode ser visualizado ao comparar os dois períodos (R$ 100.000 – R$ 
87.000). 
Quando aplicada a fórmula do CCL será obtido um resultado que pode 
ser favorável ou desfavorável para a empresa. Ao obter um CCL positivo se 
identifica que o total dos investimentos de curto prazo, como, por exemplo, 
caixa, clientes, entre outros, é maior que as obrigações que constam no pas-
sivo circulante e que estão compreendidas dentro do curto prazo, como, por 
exemplo, fornecedores, empréstimos bancários, entre outros. 
Ao calcular o CCL, o resultado de um CCL positivo identifica o equilíbrio 
financeiro empresarial, conforme demonstra o excesso de recursos financeiros 
de longo prazo, como obrigações e capital próprio, que são investidos no curto 
prazo. Desse modo, um CCL positivo demonstra a capacidade de solvência que 
a empresa possui no curto prazo, assim como as decisões estratégicas, dado 
que os investimentos de longo prazo são financiados por recursos financeiros 
também de longo prazo.
Vale destacar que a sobra referente aos recursos financeiros de longo prazo 
designados ao curto prazo, fonte do possível excesso financeiro, pode ter 
sido investida em ativos que não possam ser convertidos tão facilmente em 
caixa. Dentre os ativos que são de difícil transformação em dinheiro, estão 
os capitais que foram investidos em estoques com baixo giro ou em clientes 
inadimplentes, entre outros. 
Com base no Quadro 5, a seguir, é possível visualizar o que seria exatamente 
essa folga ou excesso financeiro posterior aos cálculos do CCL.
Índice capital circulante líquido6
ANO X 1 ANO X 2
AC
70%
AC
55%
PC
49%
PC
34%
Quadro 5. Representação do cálculo do CCL
O Quadro 5 permite visualizar os resultados do CCL posterior ao seu 
cálculo, que deve ter por base valores apresentados por uma empresa, onde 
as parcelas cinza escuro expostas no ativo circulante de ambos os períodos 
(X1 e X2) correspondem à folga financeira empresarial, pois comparando 
ativo circulante e passivo circulante proporcionalmente, essa sobra existiria 
somente no ativo circulante, evidenciando que este é maior que o passivo 
circulante, ou seja, representa uma medida de ativos disposta pela empresa 
para financiar dívidas de curto prazo, no entanto, se esses ativos circulantes 
forem transformados em dinheiro facilmente.
Aplicando o índice de CCL
Através da aplicação do índice de CCL, se realiza a análise dos recursos 
financeiros empresariais vencíveis no curto prazo e, desse modo, se necessário, 
criam-se estratégias para fins de controlar o fluxo de caixa da empresa.
A partir do Quadro 6, é possível visualizar a situação empresarial mediante 
o cálculo do CCL e definir métodos que modifiquem a situação futura da 
empresa.
7Índice capital circulante líquido
Fonte: Adaptado de Padoveze e Benedicto (2010, p. 192).
BALANÇO PATRIMONIAL 20X1   20X2
Ativo circulante 85.000 95.800
Caixa e equivalentes de caixa 25.000 23.800
Clientes 15.000 32.000
Estoques 45.000 40.000
Ativo não circulante 100.000 93.500
Duplicatas a receber 30.000 30.800
Investimentos em controladas 13.000 17.200
Imobilizados 150.000 162.000
(-) Depreciação acumulada -80.000 -99.300
TOTAL 185.000 189.300
   
Passivo circulante 91.800 90.100
Fornecedores 28.000 29.900
Contas a pagar 29.000 17.000
Impostos a recolher 3.800 6.200
Dividendos a pagar 7.000 5.000
Empréstimos a pagar 24.000 32.000
Passivo não circulante 34.400 37.000
Financiamentos a pagar 34.400 37.000
Patrimônio líquido 58.800 62.200
Capital social 41.000 41.000
Reservas 13.300 16.000
Lucros acumulados 4.500 5.200
TOTAL 185.000   189.300
Quadro 6. Balanço patrimonial
Índice capital circulante líquido8
Com base no exposto pelo balanço patrimonial da Figura 6, a empresa 
poderá calcular o CCL buscando entender a situação nesses dois períodos, 
20X1 e 20X2.
20X1
CCL = AC – PC
CCL = 85.000 – 91.800 = (6.800) – CCL negativo
20X2
CCL = 95.800 – 90.100 = 5.700 – CCL positivo
A partir dos resultados encontrados, é identificado que no período de 
20X1 a empresa apresentou um CCL negativo de R$ 6.800 e que através dessa 
análise foi possível definir algumas estratégias de gestão que não estavam 
sendo realizadas, buscando melhorar os resultados empresariais. 
O gestor financeiro estabeleceu algumas medidas simples, porém eficientes, 
para refletir de forma relevante no resultado financeiro da empresa, como, 
por exemplo:
 � Delegação de funções específicas, onde o colaborador responsável pela 
movimentação do caixa não execute outras atividades.
 � Realizar um controle de fundo fixo com o intuito de pagar dívidas de 
pequenos valores diários da empresa, não utilizando, desse modo, os 
valores disponíveis no caixa para todos os gastos.
 � Aplicar um controle diário referente aos pagamentos e recebimentos, 
o que antes não era efetuado. Através desse controle, a empresa iden-
tificou que alguns clientes estavam pagando fora do prazo definido, o

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