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Prof. MSc. Rafael Simões Universidade Estácio de Sá “É a operação em que se concentra uma solução pela eliminação do solvente por ebulição (McCabe, 1982)”. SUMÁRIO INTRODUÇÃO; AQUECIMENTO DIRETO E INDIRETO; CIRCULAÇÃO NATURAL E FORÇADA; CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES; RECOMPRESSÃO DO VAPOR EVAPORADORES: SIMPLES EFEITO; MÚLTIPLOS EFEITOS; ASPECTOS IMPORTANTES DE PROJETO EXERCÍCIO (EXEMPLO) INTRODUÇÃO A evaporação é uma operação unitária que tem por objetivo concentrar uma solução constituída de soluto não- volátil e solvente volátil, através da eliminação parcial do solvente. Como os solutos são considerados não-voláteis , no equilíbrio a FASE GASOSA só contem solvente, ou seja, a fração do solvente no evaporado é de 100% (ysolvente=1 e ysoluto=0). Já na FASE LÍQUIDA, há tanto soluto quanto solvente (xsolvente e xsoluto). Evaporador é constituído por um trocador de calor, capaz de levar a solução à fervura, e de um dispositivo para separar fase vapor do líquido em ebulição. A grande maioria dos processos de evaporação utilizam a água como solvente. Exemplos de aplicação do processo de evaporação: concentração de sucos de frutas, do caldo de cana para obtenção do açúcar, obtenção de água potável a partir da água do mar, etc. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO OBS.: °Brix é uma escala numérica de índice de refração (o quanto a luz desvia em relação ao desvio provocado por água destilada) de uma solução, comumente utilizada para determinar, de forma indireta, a quantidade de compostos solúveis numa solução de sacarose, utilizada geralmente para suco de fruta. INTRODUÇÃO A figura abaixo mostra um esquema simplificado de um evaporador: Problemas que podem ocorrer na Evaporação: Espumas, incrustação, salinização, sensibilidade das substâncias ao calor, corrosão e limitações de espaço. AQUECIMENTO DIRETO E INDIRETO AQUECIMENTO DIRETO Troca de calor ocorre de forma direta (contato direto) entre o meio de aquecimento e o produto a ser aquecido. Logo, não existe superfície de aquecimento ou transmissão de calor. Um evaporador atmosférico de aquecimento direto usa queimador invertido, alimentado com gás e oxigênio sob pressão submerso no líquido a ser evaporado. Esse tipo de evaporador é usado para concentrar normalmente, produtos propenso a depositar incrustações, as quais retardam a transmissão de calor sobre a superfície de troca térmica. Nesta linha de evaporador, existe os evaporadores chamados de “Flash”, cujo método de evaporação, é o produto ser pré-aquecido num trocador de calor convencional até cerca de 100ºC, e depois enviado através de bombeamento de um tubo vertical ou diagonal, onde o vapor limpo é injetado na tangente para super aquecer o produto à temperatura desejada (120 a 150ºC). Este tipo de evaporador não é recomendado para produtos sensível a aquecimentos elevados. AQUECIMENTO DIRETO E INDIRETO AQUECIMENTO DIRETO AQUECIMENTO DIRETO E INDIRETO AQUECIMENTO INDIRETO Troca de calor ocorre de forma indireta, ou seja, sem contato entre o meio de aquecimento e o produto a ser aquecido. Logo, existe uma superfície de aquecimento ou transmissão de calor. CIRCULAÇÃO NATURAL E FORÇADA CIRCULAÇÃO NATURAL A construção do equipamento permite que a circulação ocorra naturalmente, resultado das correntes convectivas. CIRCULAÇÃO FORÇADA Utiliza uma bomba para fazer a circulação da solução a ser concentrada, é comumente usada para fluidos viscosos ou corrosivos. CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES TUBOS HORIZONTAIS TUBOS VERTICAIS (TIPO CESTA E TUBOS CURTOS) TUBOS VERTICAIS (CALEFATORES INTERNO E EXTERNO) – CIRCULAÇÃO FORÇADA VERTICAIS DE TUBOS LONGOS – CIRCULAÇÃO NATURAL FILME DESCENDENTE PELÍCULA TURBULENTA COMBUSTÃO SUBMERSA CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR DE TUBOS HORIZONTAIS Construção clássica e foi utilizado durante muitos anos. A solução ferve no exterior dos tubos horizontais. Os tubos interferem na circulação natural do líquido fervente, logo agitação da solução é minimizada. U <<< outras formas de evaporador, em especial quando as soluções são viscosas. Não tem dispositivos para quebrar a espuma formada em virtude da ação da ebulição. Incrustação no exterior dos tubos, com difícil remoção. Obs.: Utilizado para pequenas instalações, onde a solução é diluída, não espumejante e não forma depósito de sólidos sobre os tubos do evaporador. CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR DE TUBOS VERTICAIS CURTOS E TIPO CESTA Nítido avanço sobre os evaporadores de tubos horizontais, superam a maior parte das desvantagens operacionais. A solução ferve no interior dos tubos verticais, e o fluido aquecedor (em geral vapor de água), fica numa câmara de vapor através da qual passam os tubos. No evaporador do tipo cesta, a caixa de vapor forma uma cesta suspensa no centro do evaporador. O aquecimento do fluido no interior dos tubos, provoca um escoamento ascendente, e o líquido que não foi evaporado escoa para baixo. Circulação natural é estimulada (1 a 3 ft/s nos tubos), logo apresenta U maior. E qualquer depósito de sólido que ocorra no interior dos tubos é removido por limpeza mecânica. Obs.: São impraticáveis nos casos em que o líquido a evaporar é muito viscoso, ou muito espumejante, ou só pode suportar as temperaturas do evaporador por tempos curtos. (destruição de espuma ineficiente) CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR VERTICAIS DE TUBOS LONGOS (CIRCULAÇÃO NATURAL) Vazão razoavelmente elevada devido a convecção natural. Comprimento dos tubos: 12 a 20 ft. A mistura de líquido e vapor sai pelo topo dos tubos e projeta- se contra uma chicana. Velocidade do fluido evaporado é ↑, favorecendo que a chicana atue como eliminadora de espuma. Nas industrias modernas de grande porte esse tipo de evaporador apresenta alta competividade, em especial quando comparado com evaporadores de circulação forçada. UEVTLcn < < UETVcf Fração de líquido evaporado por passe nos tubos, é usualmente maior que na operação com circulação forçada. . CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR COM TUBOS VERTICAIS (CIRCULAÇÃO FORÇADA) O líquido é bombeado através de um TC, onde o meio calefator circunda os tubos contendo a solução. DP e PH combinadas, são ↑ para impedir a ebulição da solução nos tubos trocadores, por isso o vapor gerado forma-se instantaneamente quando o líquido entra na câmara. Para minimizar o arraste, uma vez que vmistura é alta (4 ft/s), são importantes as chicanas anti-respingos, visando favorecer a coalescência de pequeninas bolhas, ser defletor da direção do escoamento e eliminar as espumas. A mistura de líquido e vapor sai pelo topo dos tubos e projeta-se contra uma chicana. Obs.: Nas industrias modernas de grande porte, usam-se calefatores externos, em lugar de ter a superfície de troca térmica embutida no corpo do evaporador. Logo, facilita a limpeza e substituição dos tubos, além de possibilitar construção de unidades mais compactas. CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR DE FILME DESCENDENTE O líquido a ser concentrado é alimentado no topo dos tubos de aquecimento, de tal modo que o fluxo desce nas paredes internas como um filme fino. O filme liquido inicia a ebulição devido ao aquecimento externo dos tubos e é parcialmente evaporado como resultado. O fluxo para baixo inicialmente pela ação da gravidade, é aumentado pelo fluxo paralelo de vapor formado. Tempo de contato curto, com possibilidade de uma grande fração de evaporação. Obs.: O maior problema deste tipo de evaporador reside na distribuição uniforme do fluido sobre as paredes dos tubos (sugere-se que a distribuição seja feita por meio de vertedores cuidadosamente nivelados ou pulverização direta do líquido sobre as paredes dos tubos. CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES EVAPORADOR A PELÍCULA TURBULENTA Aptos a operar com fluidos viscosos e corrosivos. Trata-se de um evaporador moderno, com tresidência curto. Consiste num tubo vertical que tem uma camisa de aquecimento a vapor (da base até 2/3 da altura) e é provido de um rotor central, dotados de lâminas que se estendem até quase até as paredes aquecidas. 1/3 superior do casco cilíndrico não é aquecido e tem um diâmetro maior. Nesta região, as lâminas do rotor tem abas horizontais que coletam as gotículas arrastadas e as impelem para parede do evaporador. Carga é injetada no topo da seção aquecida, e vai gradualmente descendo para a base do evaporador, sendo continuamente lançada contra as paredes aquecidas e agitada pelo rotor. A ação das lâminas girantes é projetar a carga sobre as paredes aquecidas e também manter a superfície de aquecimento livre de depósitos sólidos. CATEGORIAS CONSTRUTIVAS GERAIS DE EVAPORADORES QUEIMADOR DE COMBUSTÃO SUBMERSA Aptos a operar com fluidos viscosos e corrosivos. Não existe superfície metálica para transferência de calor. Os produtos da combustão borbulham através do fluido de processo (transferência de calor dos gases de combustão para a solução). RECOMPRESSÃO DO VAPOR Método de aumentar a economia do vapor, a partir da recompressão dos vapores do evaporador, seguida pela sua injeção na caixa de vapor de um efeito apropriado do evaporador. (COMPRESSÃO MECÂNICA e COMPRESSÃO NUM INJETOR A VAPOR DE ÁGUA) EVAPORADORES DE SIMPLES EFEITO Este é o processo onde se utiliza somente 01 evaporador em efeito simples, onde o vapor procedente do líquido em ebulição é condensado e descartado ou utilizado em outros processos que não a evaporação. EVAPORADORES DE MÚLTIPLOS EFEITOS O vapor procedente de um dos evaporadores é utilizado como alimentação no elemento aquecedor de um segundo evaporador, com ebulição a uma pressão menor (MINTON, 1986), e o vapor procedente deste é condensado, essa operação recebe o nome de duplo efeito. Ao utilizar uma série de evaporadores o processo recebe o nome de evaporação de múltiplo efeito. Obs.: Em qualquer operação evaporativa, o custo principal do processo é o vapor de água consumido. EVAPORADORES DE MÚLTIPLOS EFEITOS Exemplo: Princípio de funcionamento de evaporadores de múltiplo efeito na concentração de suco de laranja. EVAPORADORES DE MÚLTIPLOS EFEITOS VANTAGENS: Redução dos custos de operação, em decorrência da menor quantidade de vapor; Menor consumo de energia. DESVANTAGENS: Maior custo inicial de instalação; Maior volume ocupado. ASPECTOS IMPORTANTES DE PROJET0 ASPECTOS IMPORTANTES DE PROJET0 REGRA DE DUHRING Para uma mesma P, o ponto de ebulição de uma dada solução é função linear do ponto de ebulição da água pura. (MCCABE, SMITH, & HARRIOTT, 1993). ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO (EPE) @T: Pvsoluções aquosas < Pvágua. Logo: @P: PEsoluções > PEágua pura Portanto, a solução deve ser aquecida acima do PEágua para atingir o mesmo estado. Este aumento é denominado elevação do ponto de ebulição (EPE). EPE = T – TSAT T = Temperatura de ebulição da água TSAT = Temperatura de ebulição da solução ASPECTOS IMPORTANTES DE PROJET0 Obs.: Este diagrama varia de solução para solução, e é utilizado para o cálculo dos valores da entalpia de alimentação e entalpia da solução concentrada. ASPECTOS IMPORTANTES DE PROJET0 COEFICIENTES DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Uma das principais influências no projeto de evaporadores é a transferência de calor, esta é afetada pelo modelo e método de operação do mesmo. Usualmente os resultados experimentais são expressados em termos do coeficiente global (U), os quais são baseados na queda de temperatura corrigida pela elevação do ponto de ebulição (MCCABE, SMITH, & HARRIOTT, 1993). A Tabela abaixo apresenta os valores típicos dos U em evaporadores. EXERCÍCIO 01 Determinar a área de aquecimento necessária para a produção de 10.000 lb/h de solução de NaOH a 50%, a partir de solução de NaOH a 10%, na temperatura inicial de 100°F. A evaporação será realizada num evaporador de tubos curtos, que tem um coeficiente global de 500 Btu/h ft² °F. O vapor de água disponível está saturado a 50 psig, e o evaporador pode ser operado num vácuo de 10 psi em relação à pressão barométrica de 14,7 psia. Premissas: (a) A solução tem composição homogênea; (b) Ponto de ebulição da solução é o da solução de NaOH a 50% (P = 4,7 psia); (c) O vapor liberado é vapor de água puro @ Temperatura de ebulição e Pressão; (d) O condensado é liquido saturado na Pv; (e) Não há perda térmica do corpo do evaporador para as vizinhanças. EXERCÍCIO 01 P = 4,7 psia (32,405 kPa) T ebulição da água = 71,11 °C = 160 °F (interpolação) EXERCÍCIO 01 T ebulição da solução = 233 °F EXERCÍCIO 01 T ebulição da solução = 233 °F EXERCÍCIO 01 Diagrama entalpia-concentração da solução aquosa de NaOH @ 1 atm: (F) 10% NaOH e T =100 °F hF = 60 Btu/lb de solução (L) 50% NaOH e T = 233 °F h1 = 245 Btu/lb de solução EXERCÍCIO 01 Pressão de vapor saturado = 50 psig = 3,45 barg l0 =506,7 kcal/kg = 911,45 Btu/lb REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCÍPIOS DAS OPERAÇÕES UNITÁRIAS, 2ª edição – Foust, Alan S. [et al.] MCCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit Operations of Chemical Engineering. 5th Edition. ed. Singapore: McGraw-Hill, Inc., 1993 KAKAÇ, S. Boilers, Evaporators and Condensers. 1st. ed. New York: Wiley, v. I, 1991.
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