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RESENHA CRÍTICA As imagens como dispositivos na Era dos Simulacros. BAUDRILLARD, Jean; Simulacros e Simulação,1991 O que é hiper-real? O que é a Era da Simulação? Dissimulação versus simulação. Falso versus verdadeiro. É possível a ilusão no mundo em que o real é impossível? O que é ideologia na era dos simulacros? Antes de entendermos o que é hiper- real, precisamos entender o que é real. Segundo o dicionário, realidade é a qualidade ou característica do que é real. O que realmente existe, fato real, verdade. No entanto, como podemos dizer que algo é o que é, se partirmos do princípio de cada um tem a sua interpretação sobre tudo? Atribuímos valores diferentes para as mesmas coisas e temos diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto, considerando que tivemos durante toda a vida, diferentes perspectivas sobre o que é a vida e como devemos nos comportar diante dela. Partindo dessa linha, podemos entender o que é o hiper-real. Nos dias atuais a sociedade busca algo além do real, por exemplo, a mídia utiliza uma modelo para fazer propaganda; por si só a modelo já tem um “padrão” de estetica diferente da média da sociedade, no entanto, sua foto é submetida a aplicativos de edição fotográfica, onde são feitos retoques em suas “imperfeições”. O produto final é uma mulher que não existe, um padrão de beleza impossível de se alcançar, existe apenas no imaginário, mas do qual as pessoas se espelham e se frustram com suas próprias imagens. Como vimos no exemplo anterior, nossa sociedade é baseada em simulações. Estamos rodeados por todos os lados de produtos que simulam algo, seja no refrigerante de sabor artificial que simula o sabor de uma fruta, nas propagandas que criam a sensação que nossa vida vai ser muito melhor se comprarmos o produto X, ou mesmo, que precisamos urgentemente comprá-lo ou então nossa vida não fará mais sentido. Nas redes sociais as pessoas somente deixam transparecer uma vida perfeita, com viagens à lugares maravilhosos, gastronomia requintada e etc, mostram nelas uma vida supostamente perfeita, que segue um roteiro de cinema para que se pareça aos amigos e familiares aquilo que não é de fato, personagens de nós mesmos. Enfim, estamos imersos em uma sociedade onde o que se vê vai muito além do real, é um mundo “perfeito” que gira em torno de uma “realidade virtual”. Segundo Baudrillard: “Dissimular é fingir não ter ainda o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo a uma pura ausência. Mas é mais complicado pois simular não é fingir:” Em seu livro, ele usa o exemplo de uma doença, onde uma pessoa que finge estar doente simplesmente vai para a cama e faz crer que está doente, enquanto aquele que simula uma doença determina em si próprio alguns sintomas, ou seja, fingir ou dissimular mantêm intacto o princípio da realidade enquanto que a simulação põe em causa a diferença do “verdadeiro” e do “falso”, do “real” e do “imaginário”. Entre os conceitos de Baudrillard, simulacro e simulação tornaram-se os mais conhecidos, chegando ao cinema por meio do filme: “Matrix” (Matrix, 1999), onde o protagonista, Neo, esconde programas piratas dentro de um livro oco cuja capa é do livro “Simulacros e Simulação”. No filme, que se passa em uma era pós apocalíptica cerca de 200 anos a frente dos tempos atuais, as pessoas são criadas em uma espécia de “fazenda” onde são usadas pelas máquinas (Inteligência Artificial) como fonte de energia e permanecem submetidas a um mundo simulado por computador, que se passa nos dias atuais. O nível de hiper-realidade é tão grande que faz com que elas acreditem realmente viver nesse mundo. Em “O Show de Trumam”, o protagonista vive em uma realidade simulada, a qual ele acredita ser verdadeira, ele é personagem de um realit show, que simula sua vida, onde todos os demais sabem o que realmente está acontecendo, menos ele. Bilhões de pessoas ao redor do mundo acompanham o show que é transmitido 24 horas por dia. Apesar destes filmes terem duas décadas, permanecem mais atuais do que nunca, nossa sociedade vive em um mundo onde se busca o perfeito, podemos correlacionar isso na arquitetura. Por exemplo, muitas pessoas buscam uma aparência clássica em suas construções com a ideia de que aquilo representa poder, status social, riqueza, ou mesmo, buscam criar ambientes internos em busca das imagens que são frequentemente divulgadas na mídia, como uma residência de uma pessoa de sucesso, vejamos: para quê uma pessoa precisa de uma lareira em Ribeirão Preto, onde faz frio poucos dias no ano, no entanto, a mídia transmite frequentemente a imagem de casas com lareiras e famílias felizes tendo um convívio social nesses ambientes. Desta forma, podemos concluir que nossa sociedade vive em um mundo onde o hiper real já faz parte do dia a dia das pessoas.
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