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Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 0 http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 1 http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 2 http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 3 http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 4 SUMÁRIO ____________________________________________ • Aplicação da Lei Penal Militar • Crime • Concurso de Agentes • Das Penas Principais • Das Penas Acessórias • Ação Penal • Extinção da Punibilidade • Dos crimes militares em tempo de paz • Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar • Dos crimes contra o serviço e o dever militar • Dos crimes contra a Administração Militar http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 5 APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR EXPLICAÇÃO PARTE I: Aplicação da lei penal Princípios da legalidade e da anterioridade. De acordo com o princípio da legalidade, para que algo seja considerado um crime é necessário que exista uma lei que defina este ato como sendo criminoso. Dessa forma, ninguém pode ser punido por uma ação a não ser que a lei determine que essa ação é um crime. Esse princípio visa limitar o poder punitivo estatal. O princípio da anterioridade diz que para que para que algo seja considerado como crime é necessário que exista uma lei anterior que o defina como crime. Não é permitido julgar retrogradamente atos cometidos. Esse princípio garante que o cidadão tenha o direito de conhecer com antecedência quais os atos que são considerados como criminosos. Lei penal no tempo e no espaço. Quanto ao tempo, o Código Penal dita que ninguém pode ser punido por um fato que a lei posterior definiu como não sendo crime. Dessa forma, se uma lei determina que um ato não é mais criminoso cessam-se os efeitos penais da sentença condenatória. A única exceção corresponde à lei excepcional ou temporária. Essas, mesmo cessadas a sua duração, podem ser aplicadas a atos ilegais praticados durante a sua vigência. Quanto ao espaço, em todos os crimes praticados dentro do território nacional se aplica a lei brasileira. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 6 Tempo e lugar do crime. Considera-se como tempo do crime o momento da ação ou omissão, mesmo que o resultado do crime advinha em outro momento. O lugar do crime corresponde ao local onde ocorreu a ação ou omissão, totalmente ou em parte e também onde se produziu ou onde deveria produzir-se o resultado. Lei penal excepcional, especial e temporária. A Lei penal temporária corresponde a uma lei que seja válida por um período finito e pré-determinado de tempo. A Lei excepcional ou lei temporária em sentido amplo corresponde a normas que visam atender necessidades estatais temporárias, como, por exemplo, guerras ou calamidades. Ela perdura por todo o período considerado excepcional. A Lei especial é mais específica, regendo um ou mais fatos sociais de modo particular, excepcional ou supletivo. Havendo conflito entre uma lei ordinária e a especial a especial prevalecerá. Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. Para crimes efetuados no território nacional deve-se aplicar a lei brasileira, desde que ela respeite convenções, tratados e regras de direito internacional. Embarcações e aeronaves brasileiras que sejam de natureza pública ou que estejam a serviço do governo brasileiro são consideradas como extensões do solo brasileiro, onde quer que elas se encontrem. O mesmo vale para embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se encontre no espaço aéreo ou alto mar pertencentes ao território brasileiro. Naves estrangeiras de propriedade privada também http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 7 estão sujeitas à lei brasileira se elas se encontrarem em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente ou em pouso no território nacional. O mesmo vale para embarcações estrangeiras que estejam em porto ou mar territorial do Brasil. Contagem de prazo. Quando prazos precisam ser levados em conta o dia do começo se inclui na contagem. Os dias, meses e anos são contados pelo calendário comum. Interpretação da lei penal. Visa determinar o alcance da norma penal e o seu real significado. As leis podem ser interpretadas de acordo com: - Quem as elabora: A lei autêntica ou legislativa é a feita pelo órgão responsável pela elaboração do texto. A doutrinaria é feita por estudiosos, professores e autores de obras de Direito em seus livros, artigos, conferências, etc. A lei judicial é feita pelos tribunais e juízes durante um julgamento. - O modo da lei: Ao fazer uma interpretação gramatical se leva em conta o sentido literal das palavras. Nas interpretações teleológicas se busca descobrir o significado através de uma análise dos fins desta lei. Nas históricas se avalia os debates que levaram à apresentação daquele projeto de lei. Na interpretação sistemática se busca o significado de uma norma a partir da sua integração com outros dispositivos presentes na mesma lei à qual ela pertence e com o sistema jurídico como um todo. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 8 - O resultado: Em uma interpretação declarativa se conclui que o texto da lei corresponde exatamente ao que o legislador desejavadizer. Na interpretação restritiva se conclui que o texto da lei acabou abrangendo mais do que o legislador desejava, portanto de interpreta a lei restringindo a sua atuação. Na interpretação extensiva se conclui que o texto abrangeu menos que o legislador desejava e, portanto, a interpretação amplia a sua aplicação. Se, após se usar todas as formas interpretativas, ainda persistir alguma dúvida, a questão será resolvida do modo mais favorável ao réu. Isso é chamado de Princípio do “in dubio pro reo”. Além dessas formas interpretativas ainda há a possibilidade de uma interpretação analógica (“intra legem”). Nela é necessário extrair o seu sentido a partir dos elementos presentes no próprio texto. Esse tipo de interpretação deve ser usado quando o texto apresenta uma sequência causal seguida por uma fórmula genérica. Analogia. É a aplicação de uma hipótese não prevista em lei usando uma lei que tenha sido redigida para um caso semelhante. Por exemplo, suponha que um certo fato X precise ser julgado, mas que não haja uma lei adequada para julgar esse fato. Mas há um fato Y que é regulado por uma lei e há semelhanças entre X e Y. Então é possível usar a analogia para aplicar a legislação que rege Y no fato X. Note que essa é uma forma de integrar a lei penal e não uma forma de interpretá - la. A analogia é diferente da interpretação analógica. Irretroatividade da lei penal. Quando uma lei passa a vigorar ela não pode ser usada para punir atos que foram cometidos antes da sua vigência. Mas uma retroatividade benéfica pode acontecer. Por http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 9 exemplo, se de acordo com uma nova lei um fato deixar de ser criminoso, os que cumprem pena por esse fato serão beneficiados por ela. EXPLICAÇÃO PARTE II: Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil. TEMPUS REGIT ACTUM ABOLITIO CRIMINIS Retroatividade de lei mais benigna Art.1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível. Apuração da maior benignidade Art. 2º, §2°: Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. Combinação de leis. É possível? EMENTA: HABEAS CORPUS. RECLASSIFICAÇÃO TIPOLÓGICA DE CRIME COMUM PARA CRIME MILITAR. AFASTAMENTO DA INCIDÊNCIA DA LEI N° 8.072/90. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. LEGITIMIDADE DA DIFERENÇA DE TRATAMENTO. A diferença de tratamento legal entre os crimes comuns e os crimes militares, mesmo em se tratando de crimes militares impróprios, não revela inconstitucionalidade, pois o Código Penal Militar não institui privilégios. Ao contrário, em http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 10 muitos pontos, o tratamento dispensado ao autor de um delito é mais gravoso do que aquele do Código Penal comum (RE 115.770/RJ). O que se pretende, neste habeas, é a aplicação do Código Penal Militar apenas na parte que interessa ao paciente. Entretanto , isto representaria a criação de uma norma híbrida, em parte composta pelo Código Penal Militar e, em outra parte, pelo Código Penal comum. Isto, evidentemente, violaria o princípio da reserva legal e o próprio princípio da separação de poderes. Ordem parcialmente concedida, apenas para determinar que o juízo das execuções penais analise se o paciente faz jus à progressão de regime prisional, tendo em vista a declaração de inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei n° 8.072/90 (HC 82.959/SP). Medidas de segurança Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. Foi recepcionado? Lei excepcional ou temporária Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. TEMPO DO CRIME Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 11 LUGAR DO CRIME Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida. Sistema misto LEI PENAL NO ESPAÇO Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. Território nacional por extensão §1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada. Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros §2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o crime atente contra as instituições militares. Princípio da extraterritorialidade incondicionada (irrestrita) http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 12 O direito penal militar adota a teoria da extraterritorialidade irrestrita, sendo suficiente, para a sua aplicação, que o delito praticado constitua crime militar nos termos da lei penal militar nacional, independentemente da nacionalidade da vítima ou do criminoso, do lugar onde tenha sido cometido o crime ou do fato de ter havido prévio processo em país estrangeiro. Aplicação da lei penal militar quanto às pessoas Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar. ART. 3º - LEI 6880/80 § 1° Os militares encontram-se em uma das seguintes situações: a) na ativa: I - os de carreira; II - os incorporados às Forças Armadas para prestação de serviço militar inicial, durante os prazos previstos na legislação que tratado serviço militar, ou durante as prorrogações daqueles prazos; III - os componentes da reserva das Forças Armadas quando convocados, reincluídos, designados ou mobilizados; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 13 IV - os alunos de órgão de formação de militares da ativa e da reserva; V - em tempo de guerra, todo cidadão brasileiro mobilizado para o serviço ativo nas Forças Armadas. § 2º Os militares de carreira são os da ativa que, no desempenho voluntário e permanente do serviço militar, tenham vitaliciedade assegurada ou presumida. b) na inatividade: I - os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração da União, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização; e II - os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores estejam dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União. lll - os da reserva remunerada, e, excepcionalmente, os reformados, executando tarefa por tempo certo, segundo regulamentação para cada Força Armada. Art. 4º São considerados reserva das Forças Armadas: I - individualmente: a) os militares da reserva remunerada; e b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 14 II - no seu conjunto: a) as Polícias Militares; e b) os Corpos de Bombeiros Militares. Defeito de incorporação Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime. Militares dos Estados e competência da Justiça Militar da União I - É da Justiça Militar da União a competência para julgar o crime que envolve militar federal e militar estadual, considerando que desperta o interesse da União, sendo seu papel tutelar interesses da Federação como: manutenção da ordem, disciplina e hierarquia nas Corporações Militares Estaduais e nas FFAA. 1. Lesões corporais praticadas por policial militar contra capitão do exército, dentro de um batalhão de infantaria, local sujeito à Administração militar federal, é crime militar de competência da Justiça Militar da União, em face da qualificação dos envolvidos e também pela proteção que merece o local onde acontecidos os fatos. 2. Aplicação da letra "a" do inciso II do art. 9º do Código Penal Militar. 3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Auditor da 1ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar da União em São Paulo, o suscitado. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 15 Assemelhado Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento. Comandante Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção. Superior Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar. DO CRIME MILITAR Conceito: Crime militar e Transgressão Disciplinar http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 16 Infrações disciplinares Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares. “No atual Código Penal Militar, são prescritos os crimes militares e regulamentadas as infrações disciplinares. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA Crimes Militares Próprios Crimes Militares Impróprios Crimes Tipicamente Militares Do Crime Militar em Tempo de Paz Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados: a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 17 b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996); d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar; III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar; b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 18 d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contracivil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei N 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011) Súmula Vinculante nº 36 Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil “ Compete à justiça militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida, praticado por militar do Exército Brasileiro contra civil, estando aquele em atividade inerente às funções institucionais das Forças Armadas.” http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 19 TEORIAS DO DOLO NO CÓDIGO PENAL MILITAR Art. 33. Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 1 – TEORIA DA VONTADE 2 – TEORIA DO ASSENTIMENTO TIPO CULPOSO II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. Princípio da Excepcionalidade do Crime Culposo Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Relação de Causalidade Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 20 § 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou. Iter Criminis Fases: 1ª - Cogitação (cogitatio) 2ª - Preparação (conatus remotus) 3ª - Execução (conatus proximus) 4ª - Consumação (summatum opus) 5ª – Exaurimento Teoria adotada pelo CPM: OBJETIVO-FORMAL Tentativa Art. 30. Diz-se o crime II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 21 EMENTA. Embargos. Tentativa de homicídio. Caso de excepcional gravidade. Apenação correspondente ao crime consumado. Vingança. Motivo torpe. Descaracterização. Agente que movido por sentimento de vingança resolve eliminar, deixando, porém, paraplégica a pessoa que imaginava tivesse sido a autora das injustas e fortes agressões por ele sofridas, não há como identificar-se, em tal reação, por si só, um ato de torpeza e nem assim descreveu a denúncia. Tal atitude resulta, entretanto, excepcional gravidade, merecendo a pena do crime consumado. Unânime, rejeitados os embargos do Ministério Público Militar e, por maioria, não acolhidos os embargos da defesa. Arrependimento posterior O Código Penal Castrense encampa a teoria do arrependimento posterior? “O direito penal militar contempla o arrependimento posterior como causa obrigatória de redução de pena.” ILICITUDE CONCEITO: CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE: Exclusão de crime Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 22 II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do dever legal; IV - em exercício regular de direito. Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. “No direito penal militar, o consentimento do ofendido está entre as causas expressas excludentes de ilicitude e apresenta como peculiaridade, nesse sistema penal, a possibilidade de ocorrer antes ou após a prática da infração.” ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arros tar o perigo. TEORIAS SOBRE O ESTADO DE NECESSIDADE Código Penal Brasileiro (CPB) http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 23 Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa. Estado de necessidade, como excludente do crime Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo. “No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenc iadora do direito penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o segundo, de exclusão de ilicitude.” “Nodireito castrense, o estado de necessidade pode constituir causa de exclusão da culpabilidade do delito". http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 24 Excludente de ilicitude do Comandante Exclusão de crime Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do dever legal; IV - em exercício regular do direito. Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. “A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de me ios violentos por parte do comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar o desânimo, a desordem ou o saque.” Excesso nas causas de justificação EXCESSO EXCULPANTE Art. 45, CPM http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 25 Excesso escusável Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. “O excesso culposo, nas descriminantes legais, tem idêntico disciplinamento no direito penal militar e no direito penal comum, sendo o excesso intensivo, em qualquer caso, excludente de culpabilidade do agente.” EXCESSO DOLOSO Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso. ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime: I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente; II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão. “Para a caracterização do crime contra a autoridade ou disciplina militar, é irrelevante o fato de o agente ter ou não conhecimento da condição de superior do outro militar atingido e consciência de que está infringindo as regras de disciplina e hierarquia militar.” http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 26 CULPABILIDADE Elementos: 1 – Imputabilidade 2 – Potencial Consciência da Ilicitude 3 – Exigibilidade de Conduta Diversa Potencial Consciência da Ilicitude Erro de Direito Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis. Há domínio da situação fática. Não tem consciência de que se trata de um comportamento proibido. Semelhança e Diferença para o tratamento do Erro de Proibição do Código Penal Erro de Fato http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 27 Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima. Erro culposo §1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo. Causas Legais de exclusão da Culpabilidade Coação Irresistível (art. 38) Obediência Hierárquica (art. 38) Estado de Necessidade Exculpante ( art. 39) Excesso Escusável (art. 45) Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: Coação irresistível a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade; Obediência hierárquica b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços. §1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 28 §2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior. “Admite-se a coação moral irresistível como causa de exclusão da culpabilidade no crime de deserção.” ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa. CONCURSO DE AGENTES Crimes Unissubjetivos: Crimes Plurissubjetivos TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS 1 – Teoria Monista (Monística ou Unitária ou Igualitária) “ O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas.” http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 29 Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas. O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.” 2 – Teoria Dualista Autor X Partícipe Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar: Pena -reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 30 Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: Pena - reclusão, de dois a quatro anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. Teoria Pluralista Corrupção passiva Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Corrupção ativa Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática, omissão ou retardamento de ato funcional: Pena - reclusão, até oito anos. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: A) Pluralidade de pessoas e de condutas B) Relevância causal de cada conduta C) Liame subjetivo ou psicológico entre as pessoas http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 31 D) Identidade de infração penal COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE CONDIÇÕES PESSOAIS Condições ou circunstâncias pessoais Art. 53, § 1º: A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. “ O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de peculato tipificado no CPM.” HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME MILITAR. DENÚNCIA. ATIPICIDADE. CONCURSO DE AGENTES. MILITAR E FUNCIONÁRIO CIVIL. CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER PESSOAL, ELEMENTAR DO CRIME. APLICAÇÃO DA TEORIA MONISTA. Denúncia que descreve fato típico, em tese, de forma circunstanciada, e faz adequada qualificação dos acusados, não enseja o trancamento da ação penal. Embora não exista hierarquia entre um sargento e um funcionário civil da Marinha, a qualidade de superior http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 32 hierárquico daquele em relação à vítima, um soldado, se estende ao civil porque, no caso, elementar do crime. Aplicação da teoria monista. Inviável o pretendido trancamento da ação penal. HABEAS indeferido. PARTICIPAÇÃO Teoria Adotada pelo Código Penal Militar Impunibilidade na Participação Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. CABEÇAS Art. 53 § 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. § 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial. “ Embora o CPM tenha se filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou inferiores que exercem função de oficial.” http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 33 “O oficial militar que, em concurso com praças, vier a praticar um crime de autoria coletiva necessária não será considerado cabeça somente em decorrência do princípio da hierarquia com os inferiores.” PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA MODELO SANCIONATÓRIO ADOTADO PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA PENAS: • PRINCIPAIS • ACESSÓRIAS MEDIDAS DE SEGURANÇA: • PESSOAIS • PATRIMONIAIS PENAS PRINCIPAIS: 1 – MORTE 2 – RECLUSÃO - PRIVATIVAS DE LIBERDADE 3 – DETENÇÃO - PRIVATIVAS DE LIBERDADE 4 – PRISÃO - PRIVATIVAS DE LIBERDADE 5 – IMPEDIMENTO - RESTRITIVA DE LIBERDADE 6 – SUSPENSÃO - RESTRITIVAS DE DIREITOS 7 – REFORMA - RESTRITIVAS DE DIREITOS http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 34 “O CPM dispõe sobre hipóteses de crimes militares, próprios e impróprios, e sobre infrações disciplinares militares. Entre as sanções penais, está expressa a possibilidade de se aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infração penal que cause prejuízos financeiros à administração militar.” “Nos casos de crimes militares, a pena de multa somente poderá ser imposta aos autores de delitos militares impróprios, por expressa disposição contida no CPM.” “ Nos termos das disposições gerais do CPM, é cabível para os crimes militares a cominação das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa, conforme também prevê o Código Penal Comum.” PENA DE MORTE AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL PREVISÃO LEGAL: FORMA DE EXECUÇÃO: “A legislação penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamento e que, nessa situação, o condenado militar deverá deixar a prisão com o uniforme sem as insígnias, e o condenado civil deverá estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no momento da execução, salvo se o recusarem.” PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 35 Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE APLICADA A MILITAR Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. “ A penade reclusão superior a dois anos somente será cumprida pelo oficial em estabelecimento prisional civil após ser declarada a perda do posto e da patente.” ART. 2º, § ÚNICO, LEP Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. SÚMULA 192, STJ: http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 36 COMPETE AO JUIZO DAS EXECUÇÕES PENAIS DO ESTADO A EXECUÇÃO DAS PENAS IMPOSTAS A SENTENCIADOS PELA JUSTIÇA FEDERAL, MILITAR OU ELEITORAL, QUANDO RECOLHIDOS A ESTABELECIMENTOS SUJEITOS A ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. PENA DE IMPEDIMENTO Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar. “ A pena de impedimento prevista no COM é aplicável a qualquer crime militar, próprio ou impróprio, desde que seja inferior a dois anos. Essa pena obsta o exercício das funções policiais e militares pelo prazo mínimo de dois anos, submetendo o apenado, quando se tratar de oficial, à pena acessória de perda do posto.” PENAS ACESSÓRIAS OFICIAIS: • PERDA DO POSTO E PATENTE • INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 37 • INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO PRAÇAS: • EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS CIVIS: • PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA • INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃOPÚBLICA SUSPENSÃO: • PODER FAMILIAR, TUTELA OU CURATELA/DIREITOS POLÍTICOS MEDIDAS DE SEGURANÇA Espécies de medidas de segurança Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a internação em manicômio judiciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de frequentar determinados lugares. As patrimoniais são a interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco. 1) PESSOAIS • DETENTIVAS • NÃO-DETENTIVAS http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 38 2) PATRIMONIAIS “ O estatuto penal militar vigente não contempla as medidas de segurança de natureza patrimonial.” Súmula 527, STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.” Exílio local Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz o considera necessário como medida preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado, consiste na proibição de que este resida ou permaneça, durante um ano, pelo menos, na localidade, município ou comarca em que o crime foi praticado. Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade. PENAS ACESSÓRIAS Não se trata de substituição de penas principais. A aplicação depende da imposição de uma pena principal. São aplicadas cumulativamente com as penas principais, de acordo com a natureza do crime. Rol taxativo de penas acessórias (art. 98, CPM). http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 39 1 – PERDA DO POSTO E DA PATENTE (Art. 99, CPM) Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações. OBS.: Art. 142, §3º, inciso VI, CRFB. VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra. 2 – DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO (Art. 100, CPM) Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. “ Considere que um tenente, estando de serviço, em área fora da administração militar, tenha constrangido uma mulher à prática de conjunção carnal, mediante grave ameaça, e por isso tenha sido preso em flagrante e denunciado pela prática do crime previsto no art. 232, CPM (estupro). Considere ainda que, durante o processo, tenha sido juntada aos autos certidão de casamento do referido tenente com a vítima, fato ocorrido após o dia do delito. Em face dessas considerações e com base no CPM, julgue o item que se segue: Se o oficial for condenado pelo crime em tela, será declarado indigno para o oficialato. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 40 “Representação para declaração de indignidade. Condenação de oficial à pena privativa de liberdade superior a 02 (dois) anos. Sentença transitada em julgado. Concussão. Ofensa aos preceitos éticos e morais. Inviabilidade da permanência do oficial na Força. Fato atinge o decoro e o pundonor militar. Procedência do pedido para declarar o militar oficial indigno do oficialato, com a perda do seu posto e patente, na forma do art. 142, § 3º, VI e VII, da CF.” STM, RDIIOF 0000040-09.2011.7.00.0000 – DF 3 – DECLARAÇÃO DE INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO (Art. 101, CPM) Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil. Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nele existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplomáticas: Pena - reclusão, de quatro a oito anos. Art. 142. Tentar: I - submeter o território nacional, ou parte dele, à soberania de país estrangeiro; II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o território nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa do Brasil ou a sua soberania; III - internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território nacional: http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central,Goiânia - GO, 74020-060 Página | 41 Pena - reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte anos, para os demais agentes. 4 – EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS Exclusão das forças armadas Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das forças armadas. Art. 125, § 4º, CRFB: “Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.” AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. MILITAR. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DE 12 (DOZE) ANOS DE RECLUSÃO PELA PRÁTICA DO CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. 1. Compete à Justiça Militar Estadual decidir sobre a perda da graduação de praças somente quando se tratar de crimes militares. 2. No caso sub examine, o recorrente foi condenado à pena de 12 (doze) anos de reclusão, pela prática do crime homicídio qualificado, e como efeito secundário dessa http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 42 condenação, perdeu a função de policial militar, sem a necessidade de instauração de procedimento específico para esse fim. Precedente: RE 605.917- ED/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 22/6/2012. 3. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “CRIMINAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO – DECISÃO QUE NÃO SE APRESENTA MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS – CONDENAÇÃO MANTIDA – PERDA DO CARGO PÚBLICO – MANUTENÇÃO. Encontrando o veredicto apoio no conjunto probatório, a sentença deve ser confirmada, não havendo falar-se em decisão manifestamente contrária à prova dos autos. A perda do cargo público constitui efeito da condenação, quando a pena privativa de liberdade é superior a 04 (quatro) anos de reclusão, sendo decidida tal questão – Perda do cargo público -, pelo Tribunal Militar apenas em caso de cometimento de crime militar, o que não se verifica na espécie. Desprovimento ao recurso que se impõe” (fl. 132 do volume 3 dos autos eletrônicos). 4. Agravo regimental DESPROVIDO. ARE 742879 AgR / MG - MINAS GERAIS - STF. CRIME DE TORTURA – CONDENAÇÃO PENAL IMPOSTA A OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR – PERDA DO POSTO E DA PATENTE COMO CONSEQUÊNCIA NATURAL DESSA CONDENAÇÃO (LEI Nº 9.455/97, ART. 1º, § 5º) – INAPLICABILIDADE DA REGRA INSCRITA NO ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO, PELO FATO DE O CRIME DE TORTURA NÃO SE QUALIFICAR COMO DELITO MILITAR – PRECEDENTES – SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO – PRETENSÃO RECURSAL QUE VISA, NA REALIDADE, A UM NOVO JULGAMENTO DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE – PRONTO CUMPRIMENTO DO JULGADO DESTA SUPREMA CORTE, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO, PARA EFEITO DE IMEDIATA EXECUÇÃO DAS DECISÕES EMANADAS DO TRIBUNAL LOCAL – POSSIBILIDADE – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. TORTURA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM – PERDA DO CARGO COMO EFEITO http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 43 AUTOMÁTICO E NECESSÁRIO DA CONDENAÇÃO PENAL. - O crime de tortura, tipificado na Lei nº 9.455/97, não se qualifica como delito de natureza castrense, achando-se incluído, por isso mesmo, na esfera de competência penal da Justiça comum (federal ou local, conforme o caso), ainda que praticado por membro das Forças Armadas ou por integrante da Polícia Militar. Doutrina. Precedentes. - A perda do cargo, função ou emprego público – que configura efeito extrapenal secundário – constitui consequência necessária que resulta, automaticamente, de pleno direito, da condenação penal imposta ao agente público pela prática do crime de tortura, ainda que se cuide de integrante da Polícia Militar, não se lhe aplicando, a despeito de tratar-se de Oficial da Corporação, a cláusula inscrita no art. 125, § 4º, da Constituição da República. Doutrina. Precedentes. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – UTILIZAÇÃO PROCRASTINATÓRIA – EXECUÇÃO IMEDIATA – POSSIBILIDADE. - A reiteração de embargos de declaração, sem que se registre qualquer dos pressupostos legais de embargabilidade (CPP, art. 620), reveste-se de caráter abusivo e evidencia o intuito protelatório que anima a conduta processual da parte recorrente. - O propósito revelado pelo embargante, de impedir a consumação do trânsito em julgado de decisão que lhe foi desfavorável – valendo-se, para esse efeito, da utilização sucessiva e procrastinatória de embargos declaratórios incabíveis –, constitui fim que desqualifica o comportamento processual da parte recorrente e que autoriza, em consequência, o imediato cumprimento da decisão emanada desta Suprema Corte, independentemente da publicação do acórdão consubstanciador do respectivo julgamento. AI 769637. 5 – PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA (Art. 103, CPM) Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil: I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 44 II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza. “De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e a do civil a pena privativa de liberdade superior a dois anos, implicam, respectivamente, a exclusão do militar das Forças Armadas e a perda da função pública ao civil”. 6 – INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA (Art. 104, CPM) Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública. Termo inicial Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao termo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a referida pena. 7 – SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER, TUTELA E CURATELA (Art. 105, CPM) Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art. 113). Suspensão provisória http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.brRua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 45 Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela. 8 – SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS (Art. 106, CPM) Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado. EXPLICAÇÃO PARTE I: EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Extinção da punibilidade A extinção da punibilidade é a impossibilidade de indiciar alguém pelo crime que o mesmo cometeu. Imputabilidade penal É quando o indiciado ou agente do crime sabe determinar a sua culpa em relação ao ato cometido. Para ajudar a memorizar esse conceito, lembre-se de que o verbo ‘imputar’ significa atribuir uma responsabilidade a alguém. Crimes contra a segurança externa do país Os crimes que conferem essa denominação são aqueles em que há hostilidade contra país estrangeiro, provocando uma indisposição contra o país ou até expor o Brasil à consequência de guerra, por exemplo. Isso pode levar a eliminação de relações diplomáticas. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 46 Crimes contra a autoridade ou disciplina militar Consiste em reunião de militares para a realização de motins ou revoltas que tem como objetivo desobedecer ou ir contra as ordens da autoridade militar. A apologia de fato criminoso também está incluída tal como a violência contra serviço militar (e contra inferior). Assumir o controle indevido, usar indevidamente o uniforme, abuso de requisição militar e de autoridade, fuga de preso, são outros tipos de crimes. Crimes contra o serviço militar e o dever militar Faltar sem aviso prévio, dormir em serviço, embriaguez no cargo, descumprimento de missão, dar auxílio ao desertor, são alguns exemplos do que seriam os crimes contra o serviço militar e o dever militar. Crimes contra a pessoa Já os crimes contra a pessoa é mais conhecido como crimes contra a vida, envolvendo então, o crime de homicídio, que consiste em eliminar um indivíduo pelas mãos de outra pessoa. Há diversos tipos de homicídio: • Homicídio simples: é o ato em que o indivíduo morre, sem premeditação. • Homicídio privilegiado: é quando acontece o homicídio devido à provocação da vítima. • Homicídio qualificado: é quando o culpado pensa em como executar o crime, seja por motivos fúteis ou por traição, por exemplo. • Homicídio culposo: é quando o indiciado comete o homicídio pela imprudência. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 47 Crimes contra o patrimônio Os crimes contra patrimônio são aqueles que invadem a propriedade privada, quando há assalto, furto ou estelionato. Crimes contra a incolumidade pública Quando se fala em crimes contra a incolumidade pública, estamos falando de algo de ordem coletiva e é causado pelas pessoas que podem gerar perigo para a população. Dentro desse grupo, há crimes que envolvem a segurança dos meios de comunicação e do transporte público, por exemplo. Além disso, nos serviços de saúde pública também podem ocorrer tais tipos de crime. Crimes contra a administração militar Os crimes contra a administração militar dizem respeito à lavagem ou ao desvio de dinheiro em razão ao cargo militar que se exerce. EXPLICAÇÃO PARTE II:PUNIBILIDADE É Exclusiva do Estado? CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Situações expressamente previstas em lei. Rol de causas de extinção da punibilidade distinto do rol previsto no Código Penal Comum. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 48 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NA PARTE GERAL DO CPM • MORTE • ANISTIA • INDULTO • ABOLITIO CRIMINIS • PRESCRIÇÃO • REABILITAÇÃO • RESSARCIMENTO DO DANO NO PECULATO CULPOSO EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NA PARTE ESPECIAL PERDÃO JUDICIAL NA RECEPTAÇÃO CULPOSA Art. 123, Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. ‘ ‘’Nas infrações penais conexas, especificamente em relação aos crimes militares próprios, a declaração de extinção da punibilidade de um dos delitos impede que este agrave a pena resultante dos demais delitos da conexão.’’ 1 – MORTE DO AGENTE Princípio da Intranscendência da pena Certidão de óbito 2 – ANISTIA (CLEMÊNCIA SOBERANA ou INDULGÊNCIA PRINCIPIS) http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 49 Concedida por meio do Congresso Nacional. É irrevogável. Tem por objeto fatos e não pessoas. Efeitos retroativos (ex tunc). Não se aplica à crimes hediondos e equiparados. 3 – INDULTO Concedido mediante decreto presidencial ou por outra autoridade no exercício de delegação. Fulmina apenas a pretensão executória. 4 – GRAÇA Não há previsão expressa de extinção da punibilidade pela “Graça”. 5 – ABOLITIO CRIMINIS Afasta todos os efeitos penais. 6 – REABILITAÇÃO É causa que extingue a punibilidade!! Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva. Prazo exigido para requerer habilitação http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 50 Art. 134, §1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado: a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido; b) tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta impossibilidade de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. O prazo para requerer a reabilitação, após o cumprimento ou a extinção da pena, é idêntico no processo penal comum e no processo penal militar. 7 – RESSARCIMENTODO DANO NO PECULATO CULPOSO Momento: até o trânsito em julgado Art. 303, § 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 51 No peculato culposo, a reparação do dano, antes da sentença irrecorrível, acarreta a extinção da punibilidade do agente, tanto no CP como no CPM. 8 – PERDÃO JUDICIAL Receptação culposa Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir- se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, até um ano. Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena. 9 – PRESCRIÇÃO CONCEITO Art. 133. A prescrição, embora não alegada, deve ser declarada de ofício. Espécies de prescrição Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena. PRESCRIÇÃO DA PENA EM ABSTRATO http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 52 Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo, regula- se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em trinta anos, se a pena é de morte; II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze; IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito; V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro; VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. A prescrição da ação penal dos crimes aos quais é cominada pena de morte se dá em vinte anos. Termo inicial da prescrição da ação penal § 2º A prescrição da ação penal começa a correr: http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 53 a) do dia em que o crime se consumou; b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido. CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 125, § 4º A prescrição da ação penal não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. No processo penal militar, efetivada a citação por edital, não comparecendo o réu, nem constituindo advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva. CAUSAS INTERRUPTIVAS Art. 125, §5º O curso da prescrição da ação penal interrompe-se: I - pela instauração do processo; II - pela sentença condenatória recorrível. http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 54 A extinção da punibilidade dá-se, entre outras causas, pela prescrição, a qual, no curso da ação penal, é interrompida pela instauração do processo, pela sentença condenatória recorrível e pela prática de outro crime pelo acusado. Art. 125, § 6º: A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os autores do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, a interrupção relativa a qualquer deles estende-se aos demais. CAUSA DE REDUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta. Obs.: PRESCRIÇÃO VIRTUAL: Súmula 438, STJ: “É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.” REGRAS ESPECIAIS DE PRESCRIÇÃO Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena cominada, no máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função. Art. 130. É imprescritível a execução das penas acessórias. PRESCRIÇÃO NO CRIME DE INSUBMISSÃO http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 55 Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia em que o insubmisso atinge a idade de trinta anos. PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição, esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta. A prescrição da ação penal militar, de regra, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, possuindo natureza jurídica de causa extintiva da punibilidade Entretanto, no crime de deserção, o sistema do CPM configura duas hipóteses para a questão da prescrição, ora aplicando a norma geral, ora estabelecendo norma especial, previstas igualmente no estatuto castrense. Se um oficial da Aeronáutica desertasse aos 25 anos de idade e fosse capturado 25 anos depois, a ação penal já se encontraria prescrita em abstrato, pois o crime de deserção possui pena máxima de 2 anos. PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL MILITAR VISÃO PRINCIPIOLÓGICA DO MOTIM E DA REVOLTA Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; http://www.institutoensinarcursos.com.br/ Curso Gestão em Segurança Pública e Privada Acesse: www.Institutoensinarcursos.com.br Rua 4, N. 382 - St. Central, Goiânia - GO, 74020-060 Página | 56 II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência
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