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ap2 Mundo Comtemporâneo I

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) Explique o que é colonialismo interno, apresentando ao menos quatro elementos comuns aos países que 
passaram por isso. Dentre essas características, aprofunde uma, fazendo correlações com a situação atual do 
Brasil.  
O colonialismo interno é os efeitos desiguais do desenvolvimento econômico em uma base
regional, também conhecido como "desenvolvimento desigual" como resultado da exploração de
grupos minoritários dentro de uma sociedade mais ampla e levando a desigualdades políticas e
econômicas entre regiões dentro de um estado 
Para entender essas estruturas de dominação e subalternidade, mesmo após os processos de independências
dos países, o referido autor identifica sete elementos do “colonialismo interno” comuns a esses grupos: 1)
habitam em um território sem governo próprio; 2) encontram-se em situação de desigualdade frente às elites
das etnias dominantes e das classes que as integram; 3) sua administração e responsabilidade jurídico-
política concernem às etnias dominantes, às burguesias e oligarquias do governo central ou aos aliados e
subordinados do mesmo; 4) seus habitantes não participam dos mais altos cargos políticos e militares do
governo central, salvo em condição de ―assimilados; 5) os direitos de seus habitantes, sua situação
econômica, política social e cultural são regulados e impostos pelo governo central; 6) em geral os
colonizados no interior de um Estado-nação pertencem a uma ―raça distinta da que domina o governo
nacional e que é considerada ―inferior, ou ao cabo convertida em um símbolo ―libertador que forma parte
da demagogia estatal; 7) a maioria dos colonizados pertença uma cultura distinta e não fala a língua
―nacional (
2) O processo que envolve o fim do colonialismo foi marcado pela manutenção de amplas formas de 
desigualdades e violência. Diante disso, explique a partir de dois argumentos se é possível afirmar que nos 
EUA, a independência política significou o fim da colonialidade, explicando, como a colonialidade operou 
na formação do país.
A primeira experiência de independência e descolonização que vamos discutir diz respeito aos Estados
Unidos da América. Isso se explica por dois motivos: i) os EUA foi a primeira colônia europeia a se tornar
independente no mundo; ii) com a consolidação da sua independência, este país implementou um modelo de
neocolonialismo agressivo em todo continente americano
não representou o fim do colonialidade. Para tanto, deve utilizar como argumento, por exemplo, a
manutenção de práticas racistas (no caso dos negros) e violentas (no caso dos indígenas), sinalizando a
permanência de posturas hierárquicas e de mecanismos de poder e dominação entre os povos. Ademais é
possível apresentar discussões sobre a desigualdade social, e no acesso a condições de trabalhas dignas entre
trabalhadores do norte e do sul geográfico. Por fim, ainda é possível discutir a permanência de leis
segregacionistas, que distoam da narrativa de liberdade individual estadunidense. 
3) Explique, com suas palavras, o que é eurocentrismo. Após, problematize ao menos dois estigmas comuns 
sobre o continente africano e americano nos livros didáticos, usando os debates da disciplina.  
O eurocentrismo é uma visão de mundo que tende a colocar a Europa como o elemento 
fundamental na constituição da sociedade moderna, sendo necessariamente a protagonista da 
história do homem. Resumidamente, trata-se da ideia de que a Europa é o centro da cultura do 
mundo 
uma cultura ou um país era considerado atrasado ou evoluído pela distância dos ideais europeus: brancos, 
patriarcais, capitalistas e colonizadores. Esta hegemonia racial que estruturou o colonialismo, pretendeu 
apagar as identidades culturais e modos de ser, conhecer e produzir dos povos tradicionais, aqui nos 
reportamos especificamente aos índios e aos negros. 
Esta questão tem como finalidade regular a presença e discussão de povos negros e indígenas na formação do
território brasileiro, além de, indiretamente, reclamar a presença desses temas nos conteúdos sobre América e
África. 
4) Recentemente se discute o que foi a ditadura, com um processo de revisionismo histórico apoiados em 
narrativas de quem produziu o processo ditatorial. Frente a isso, cite ao menos duas características comuns 
entre as ditaduras latino americanas, apontando suas consequências no campo econômico, e também no 
social.
Golpes sofridos por governos progressistas e eleitos democraticamente; 
b) Supressão de direitos civis e políticos;
 c) Apoio de setores da sociedade civil. 
órgãos internacionais com sede na capital estadunidense como o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional passaram a exigir certas ações dos governos desses países (latino-americanos inclusive)
para empréstimos de grandes cifras de dinheiro, como a transferência de patrimônio público para
grandes corporações privadas (as chamadas privatizações) e a diminuição do papel regulatório do
Estado na economia (estabelecendo, assim um "livre mercado"). Basta lembrar que percebemos ações
similares nas aulas sobre África, principalmente a partir dos anos 80, coincidindo com as mesmas
políticas adotadas na América. Tal doutrina iria apresentar grandes consequências sobre a vida
econômica e política das Américas, sobretudo dos países ao sul dos EUA, até os atuais anos 2010. 
5) Explique o que é “mito do difusionismo no vazio”, associando-o ao que foi o colonialismo na América.  
Lembre-se de abordar temas presentes no início da disciplina, que ajudam a entender as formas de 
colonização.
O “mito difusionista no vazio” é um conceito forjado pela ideia de que a área não ocupada por brancos
europeus é na verdade, um vazio – demográfico, simbólico, jurídico e econômico. O autor indica que esta
concepção, justifica a colonização e ocupação das terras. Esta proposição do vazio se baseia em três
dimensões: 
1) o entendimento que uma região não-europeia se encontrava vazia, sendo considerada não habitada de
pessoas, e dessa forma, a fixação de colonos europeus não implicava em deslocamentos de povos nativos;
2) as regiões ocupadas não possuíam população fixa, à medida que os habitantes se caracterizavam pelo
nomadismo. Dessa forma, a ocupação europeia não feria nenhum princípio de soberania política, já que os
povos não questionavam ou reclamavam o território para si;
3) diz respeito às culturas que ocupavam a América, estas por sua vez, não reconheciam a propriedade
privada, desconsiderando as noções de direito e posse da terra, o que autorizou os europeus a repassarem as
áreas para colonos.
Por fim, na constituição do “mito do difusionismo no vazio”, persiste a ideia de que em determinada região
“há um vazio de criatividade e valores religiosos, sendo considerados grupos sem racionalidade, e dessa
forma, propensos a serem dominados 
Esta ideia de vazio, tramada no discurso da modernidade, revela o modo como as concepções imperiais, fruto
da experiência colonial, colaboraram para o controle e ocupação da América Latina, autorizando assim, 
incursões e invasões europeias neste território. Ela funcionou como uma justificativa, partindo de uma lógica
espacial, que autorizava a tomada de territórios. Tal realidade, resultou em um processo de destruição e 
genocídio de populações.

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