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Lei Kandir comentada - LC 87

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Prévia do material em texto

Prof.  Eduardo  da  Rocha  
Lei  Kandir  Esquematizada  e  Comentada  
 
Prof. Eduardo da Rocha www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41 
 
     
LEI COMPLEMENTAR N.º 87/96 (LEI KANDIR) 
ESQUEMATIZADA E COMENTADA 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Introdução – Apresentação do Professor e do Material 02 
Hipóteses de Incidência (art. 1º e art. 2º) 03 
Não Incidência (art. 3º) 06 
Contribuintes (art. 4º) 10 
Responsabilidade Tributária (art. 5º a 7º) 10 
Base de Cálculo na Substituição Tributária (art. 8º) 11 
Substituição Tributária Interestadual (art. 9º) 13 
Restituição na Substituição Tributária (art. 10) 14 
Local da Operação (art. 11) 15 
Momento do Fato Gerador (art. 12) 19 
Base de Cálculo (art. 13 a 18) 20 
Creditamento do Imposto (art. 19 a 23) 30 
Apuração do Imposto (art. 24 a 26) 35 
Disposições Finais (art. 27 a 36) 37 
Encerramento 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.  Eduardo  da  Rocha  
Lei  Kandir  Esquematizada  e  Comentada  
 
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INTRODUÇÃO – APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR 
E DO MATERIAL 
 
 
 
Olá, amigos! É uma grande satisfação estar aqui com vocês! 
Sou o Eduardo Da Rocha, mais conhecido como “Da Rocha”, professor de 
Legislação Tributária do Estratégia Concursos. Sou também Auditor-Fiscal do Tesouro 
Estadual de Pernambuco, concurso no qual obtive a 2ª colocação. 
É com grande satisfação que publicamos a LEI KANDIR ESQUEMATIZADA E 
COMENTADA, disponibilizando este material gratuitamente a todos vocês! 
Entendemos que o conhecimento do texto da Lei Kandir é um requisito básico na 
preparação para concursos públicos que cobram a disciplina de Legislação Tributária 
Estadual e, em alguns casos, Direito Tributário. 
Tal importância se dá porque a Lei Kandir disciplina as normas gerais do Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual 
e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), aplicável a todos os Estados e ao Distrito 
Federal, cumprindo o disposto no art. 146, III, “a” e no art. 155, XII, da Constituição 
Federal. 
Costuma-se dizer que a LC 87/96 é a “espinha dorsal” da regra matriz de 
incidência tributária (RMIT) do ICMS pois traz os 5 critérios formadores do fato gerador 
do tributo: material (o que tributar), espacial (onde tributar), temporal (quando 
tributar), pessoal (quem tributa e quem é tributado), quantitativo (quanto tributar). 
Por isso repito: é essencial formar uma base sólida de conhecimento tendo como 
fonte a lei que estudaremos a partir de agora. 
 
 
 
 
Prof.  Eduardo  da  Rocha  
Lei  Kandir  Esquematizada  e  Comentada  
 
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LEI KANDIR 
 
LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996. 
 
 
 
Comentário: O dispositivo é apenas uma reprodução do art. 155, II da CF, que traz a 
competência dos Estados e do DF para instituição do ICMS. Antes de ler qualquer outro 
dispositivo desta lei, deve-se ter como premissa as noções de ICMS previstas na 
Constituição Federal, vez que apresentam o alicerce do imposto. 
 
 
 
1.   A Lei Kandir Esquematizada e Comentada não deve ser utilizada como único 
material de estudo. Vocês não irão aprender Legislação Tributária Estadual apenas 
com este material. O objetivo é fornecer um material que os ajudará a memorizar os 
dispositivos da Lei Complementar 87/96, melhorando significativamente o nível de 
conhecimento para a prova! Se vocês querem aprender Legislação Tributária 
Estadual, inscrevam-se em um de nossos cursos disponíveis no site 
www.estrategiaconcursos.com.br. 
2.   A Lei Kandir Esquematizada não tem por objetivo analisar entendimentos 
doutrinários e jurisprudenciais. Nosso foco é ler a Lei Kandir e fazer breves 
apontamentos para facilitar a compreensão do seu texto. 
3.   Recomendamos a leitura diária da Lei Kandir. Sugerimos ler 2 a 3 páginas por 
dia. Você pode fazer isso com outras normas que também sejam relevantes para o 
seu concurso, como, por exemplo, a CF/88. Ao longo do tempo, você terá lido diversas 
vezes tais normas. J 
4.   Além deste material, recomendamos também a leitura do CTN Esquematizado, 
de autoria do Prof. Fábio Dutra, uma vez que o Código Tributário Nacional dispõe 
sobre as normas gerais de Direito Tributário, sendo fundamental que o aluno conheça 
tais conceitos antes de adentrar na Legislação Tributária. O CTN Esquematizado é um 
material gratuito e também se encontra disponibilizado no site 
www.estrategiaconcursos.com.br. 
Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações 
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior; 
Prof.  Eduardo  da  Rocha  
Lei  Kandir  Esquematizada  e  Comentada  
 
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Comentário: Este artigo apresenta o aspecto material necessário para incidência do 
imposto, vejamos uma a uma. 
I- A circulação de mercadorias se apresenta como principal fato gerador do ICMS, sendo 
aplicável mesmo que a circulação seja apenas jurídica, ou seja, quando a mercadoria 
permanece onde se encontra mas troca de dono. 
Não tenho a intenção de discutir a jurisprudência do tema nesta obra, mas saiba que 
ela existe e que você deve tomar cuidado pois a lei Kandir considera que incide ICMS 
ainda que a circulação de mercadoria seja somente física entre estabelecimentos do 
mesmo contribuinte. 
Vale destacar que o fornecimento de bebidas e alimentação em qualquer 
estabelecimento comercial está no campo de incidência do ICMS, encerrando qualquer 
discussão passada sobre a possibilidade de incidência do ISS. 
 
 
Comentário: O ICMS incide sobre o transporte interestadual (entre Estados) e 
intermunicipal (entre municípios do mesmo Estado) mas não no transporte 
intramunicipal (dentro do mesmo município). Já no caso dos serviços de comunicação 
fica restrito apenas às prestações onerosas, não sendo tributados os serviços de TV 
aberta, por exemplo. 
 
 
Comentário: Quando um serviço previsto na LC 116/03 (ISS) for prestado juntamente 
com mercadorias e não houver qualquer autorização por aquela lei de cobrança do ICMS 
tudo (mercadorias + serviço) será tributado pelo ISS. Caso haja autorização da LC 
116/03 para a cobrança do ICMS teremos ISS sobre o serviço e ICMS para as 
mercadorias. Se a LC nada falar tanto mercadoria quanto serviço serão tributados pelo 
ICMS. 
 
 
 
 
 
Art. 2° O imposto incide sobre: 
I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; 
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer 
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a 
ampliação de comunicação de qualquer natureza; 
IV– fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos Municípios; 
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre 
serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável 
expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. 
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Comentário: Adentrando as hipóteses do §1º, ressalto que após a vigência da EC 
33/2001, as pessoas físicasque importarem mercadorias ou prestações de serviços do 
exterior também passaram a ser consideradas como contribuintes do ICMS, 
independentemente da finalidade desta importação! O mesmo vale para a importação 
de serviços tributados pelo ICMS. 
 
 
Comentário: Talvez o inciso III do §1º seja um dos dispositivos mais cobrados em 
provas. para facilitar podemos esquematiza-lo da seguinte forma: 
 
 
 
 
Serviço  previsto  
na  LC  116/03,  
sem ressalva  
que  permita  
cobrança  do  
ICMS
ISS sobre  o  
valor  total  
(mercadori
a  +  serviço)
Serviço  previsto  
na  LC  116/03,  
com ressalva  
para  cobrança  
do  ICMS
ISS sobre  o  
serviço  e  
ICMS sobre  
a  
mercadoria
Serviço  não
previsto  na  
LC  116/03
ICMS sobre  
o  valor  
total  
(mercadori
a  +  serviço)
§ 1º O imposto incide também: 
I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física 
ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a 
sua finalidade; 
II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior; 
III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, 
quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de 
operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o 
adquirente. 
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Comentário: A ocorrência de qualquer das situações descritas como fato gerador já a 
caracteriza como tal. Significa dizer que se houver, por exemplo, uma circulação de 
mercadoria isso já basta para o fato gerador ocorrer independentemente do que for, 
independentemente de sua natureza jurídica. 
 
 
Comentário: Por força constitucional (art. 150, VI, d) não haverá incidência de ICMS 
sobre as mercadorias acima listadas, tratadas como culturais. Importante ressaltar que 
não importa o conteúdo do livro, do jornal ou do periódico: tanto uma revista com 
conteúdo adulto quanto um livro de poesias gozam da não incidência 
constitucionalmente qualificada. 
 
 
Comentário: A partir da Emenda Constitucional 42/03 o art. 155, X, a, da CF/88 tornou 
toda exportação imune ao ICMS com o intuito de tornar nossos produtos mais 
competitivos no exterior. 
 
 
 
Combustível  
derivado  de  
Petróleo e  
Energia  Elétrica
Na  Entrada  do  
Estado  
adquirente
Para  Consumo Incide    ICMS
Para  
Industrialização  
ou  
Comercialização
Não Incide  ICMS
Na  saída  do  
Estado  remetente Não Incide  ICMS
§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação 
que o constitua. 
Art. 3º O imposto não incide sobre: 
I - operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 
II - operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos 
primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços; 
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Comentário: Como vimos no art. 1º, § 1º, III, o ICMS é imune na saída interestadual 
sobre energia elétrica, petróleo e seus derivados porém temos a incidência na entrada 
quando essas mercadorias forem para uso/consumo. Caso as mercadorias tenham por 
objetivo a comercialização ou industrialização não teremos ICMS nem na saída 
interestadual (imunidade) e tampouco na entrada do Estado adquirente. Nesse último 
caso o ICMS somente será cobrado quando de uma futura comercialização ou saída de 
mercadoria industrializada. 
 
 
Comentário: O ouro é tido como mercadoria e sofre a incidência do ICMS normalmente 
porém a lei federal 7.766/89 define algumas situações em que o outro é tido como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, hipóteses em que não teremos a incidência do ICMS 
mas sim do IOF. 
 
 
Comentário: A incidência de ICMS sobre mercadorias quando fornecidas com serviços 
segue a regra esquematizada já explicada. Assim, estando o serviço descrito na LC 
116/03 sem qualquer ressalva de cobrança do ICMS tanto mercadoria quanto serviço 
serão tributados pelo imposto municipal, havendo então a não incidência do ICMS. 
 
 
Comentário: É muito comum que um empresário venda a outro uma universalidade de 
bens pertencentes à pessoa jurídica da qual era titular ou sócio, ficando o adquirente 
responsável, a partir de então, pela condução do negócio, mas sem qualquer vinculação 
com a pessoa jurídica anterior. A essa operação damos o nome de trespasse, que não 
sofre a incidência do ICMS. 
 
 
Comentário: Alienação Fiduciária é a transmissão da propriedade de um bem ao credor 
para garantia do cumprimento de uma obrigação do devedor, que permanece na posse 
III - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à 
industrialização ou à comercialização; 
IV - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial; 
V - operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser 
utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza 
definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de 
competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei 
complementar; 
VI - operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade 
de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; 
VII - operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação 
efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor; 
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direta do bem, na qualidade de depositário. Essa garantia veio resolver o problema das 
financeiras que, ao financiar a aquisição de bens, utilizavam institutos obsoletos para 
garantir o pagamento da obrigação. 
A operação de alienação fiduciária é entendida como uma operação não sujeita ao ICMS. 
Se você adquire um veículo nessa modalidade haverá a incidência do ICMS na saída da 
concessionária mas nas operações futuras entre você e o banco não teremos a incidência 
de ICMS. Por operações futuras entenda a entrega do carro pelo banco a você, a 
devolução do carro para o banco caso você não pague as parcelas e a consolidação da 
propriedade na sua pessoa no final do pagamento da última parcela. 
 
 
Comentário: O leasing é uma operação tributada pelo ISS e não pelo ICMS. Embora a 
maioria dos Estados conceda isenção para a venda ao arrendatário do bem que está 
arrendado, a lei Kandir trata essa venda como hipótese de incidência. 
 
 
Comentário: A transferência de bens móveis salvados de sinistro para as seguradoras 
também não é fato gerador do ICMS. 
 
 
Comentário: Vimos que as exportações se tornaram imunes com o advento da EC 
42/03. Entretanto não é necessária a remessa direta da mercadoria para outros países: 
é comum que a mercadoria seja enviada para exportadoras, para entrepostos ou para 
outro estabelecimento da mesma empresa. Essas operações também são imunes pois 
são consideradas exportações. 
 
 
 
 
VIII - operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem 
arrendado ao arrendatário; 
IX - operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis 
salvados de sinistro para companhias seguradoras. 
Parágrafo único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de 
mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior,destinada 
a: 
I - empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da 
mesma empresa; 
II - armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 
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N
ão
In
ci
dê
nc
ia
  d
o  
IC
M
S
Livros,  Jornais,  periódicos  e  
papel  destinado  à  impressão
Exportações
Op.  Interestaduais  entre  contribuinte  de  
combustíveis  derivados  de  Petróleo  para  
comercialização ou  industrialização
Ouro,  quando  Ativo  Financeiro  
ou  Intrumento  Cambial
Mercadoria  +  Serviço  na  LC  
116  sem  ressalva
Trespasse
Alienação  Fiduciária
Leasing,  exceto  venda  do  bem
Bens  Móveis  salvados  de  
Sinistro
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Comentário: Em regra o contribuinte deve se revestir de duas características: 
habitualidade ou intuito comercial. Entretanto, a lei Kandir traz exceções em que mesmo 
que essas duas características estejam ausentes, aqueles que praticarem tais atos serão 
considerados contribuintes, independente de qualquer outra exigência ou situação. São 
eles: o importador de bens ou serviços, o arrematante de bens apreendidos ou 
abandonados e o consumidor final de combustíveis derivados de petróleo e energia 
elétrica em operação interestadual. São os chamados contribuintes eventuais. 
 
 
Comentário: Em consonância com o artigo 128 do CTN, permite-se, mediante lei, que 
o legislador atribua a responsabilidade tributária a terceiros, desde que estes tenham 
relação com o fato gerador do imposto. O exemplo clássico é o caso do transportador, 
que embora não seja o contribuinte em relação à circulação de mercadoria (é 
contribuinte do ICMS sobre o frete), em diversas legislações estaduais se torna 
responsável pelo pagamento do ICMS de mercadorias flagradas desacompanhadas de 
documentação fiscal. 
 
 
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com 
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de 
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem 
no exterior. 
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem 
habitualidade ou intuito comercial: 
I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; 
II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; 
III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; 
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e 
energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização 
ou à industrialização. 
Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto 
e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões 
daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo. 
Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a 
qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a 
condição de substituto tributário. 
§1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre 
uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou 
subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e 
interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor 
final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto. 
§2º A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou 
serviços previstos em lei de cada Estado. 
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Comentário: A substituição tributária é um instituto cada vez mais utilizado pelos 
Estados, afastando a responsabilidade do contribuinte e transferindo-a para o 
substituto. A substituição tributária pode se dar, em seu aspecto temporal, em 3 
momentos: 
 
1)  Antes da ocorrência do fato gerador à onde se presume tal ocorrência 
(Substituição Tributária para frente ou progressiva); 
 
2)  No momento da ocorrência do fato gerador à (Substituição Tributária 
Concomitante); 
 
3)  Após a ocorrência do fato gerador à (Substituição Tributária para trás ou 
Diferimento). 
 
Respeitando o mandamento constitucional do § 7º do art. 150, perceba que a LK 
impediu que atos infralegais atribuíssem a condição de substituto e portanto somente a 
lei pode atribuir essa responsabilidade. Essa responsabilidade pode ser atribuída a um 
contribuinte da cadeia do imposto mas também pode ser o depositário a qualquer título. 
 
 
Comentário: Mais adiante veremos que o artigo 12 da Lei Kandir traz a saída de 
mercadoria do estabelecimento do contribuinte como regra para o momento da 
ocorrência do fato gerador. Pois bem, o art. 7º afirma que, na substituição tributária, o 
fato gerador, para efeitos de cobrança, também poderá ser considerado no momento 
da entrada do estabelecimento adquirente. 
 
 
Comentário: Na substituição tributária de uma operação que já ocorreu ou está 
ocorrendo já é possível saber o valor da operação ou da prestação e por isso a base de 
cálculo é o próprio valor conhecido. O recolhimento pode se dar em 3 momentos: 
Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se, 
também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no 
estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado. 
Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será: 
I - em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o valor 
da operação ou prestação praticado pelo contribuinte substituído; 
§ 1º Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou 
prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou prestações 
será pago pelo responsável, quando: 
I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço; 
II - da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não tributada; 
III - ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato 
determinante do pagamento do imposto. 
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Diferimento  será  pago  
pelo  responsável
Na  entrada  ou  recebimento  de  mercadoria  ou  
serviço
Na  saída  subsequente  por  ele  promovida
Na  saída  ou  evento  que  impossibilite  a  
ocorrência  do  fato  gerador
II - em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório das 
parcelas seguintes: 
a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou 
pelo substituído intermediário; 
b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou 
transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço; 
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou prestações 
subsequentes. 
§ 2º Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor, único ou 
máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do imposto, 
para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele estabelecido. 
§ 3º Existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador, 
poderá a lei estabelecer como base de cálculo este preço. 
§ 4º A margem a que se refere a alínea c do inciso II do caput seráestabelecida com 
base em preços usualmente praticados no mercado considerado, obtidos por 
levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e outros 
elementos fornecidos por entidades representativas dos respectivos setores, 
adotando-se a média ponderada dos preços coletados, devendo os critérios para sua 
fixação ser previstos em lei. 
§ 5º O imposto a ser pago por substituição tributária, na hipótese do inciso II do 
caput, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota 
prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino sobre a 
respectiva base de cálculo e o valor do imposto devido pela operação ou prestação 
própria do substituto. 
§ 6º Em substituição ao disposto no inciso II do caput, a base de cálculo em relação 
às operações ou prestações subsequentes poderá ser o preço a consumidor final 
usualmente praticado no mercado considerado, relativamente ao serviço, à 
mercadoria ou sua similar, em condições de livre concorrência, adotando-se para sua 
apuração as regras estabelecidas no § 4º deste artigo. 
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Comentário: Nos casos de retenção antecipada das operações subsequentes (ST para 
frente) existem diversas formas para chegar a Base de Cálculo, sendo a regra geral 
obtida pela fórmula: 
 
 
 
 
Uma vez obtida a Base de Cálculo, deve-se prosseguir com o cálculo do ICMSST através 
de outra fórmula: 
 
 
 
 
 
Quanto as demais opções para Base de Cálculo das operações subsequentes, podemos 
esquematizar os conceitos da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
Apesar de o STJ ter afirmado ser ilegal a cobrança do ICMS com base no valor de pauta 
os Estados utilizam normalmente (Súmula 431/STJ). 
 
 
BCST
(operações  subsequentes)
MVA REGRA  GERAL
PREÇO  FIXADO
USO  OBRIGATÓRIO  
PELO  ESTADO,  
CASO  EXISTA
PREÇO  SUGERIDO USO  FACULTATIVO  PELO  ESTADO
PAUTA  FISCAL USO  FACULTATIVO  PELO  ESTADO
BCST = (1+ MVA)x(BCICMS Próprio + encargos do adquirente) 
ICMSST = (alíquota x BCST) - ICMSPróprio 
Art. 9º A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais 
dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados. 
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Comentário: Em regra o regime de ST só se aplica em operações internas. Entretanto 
poderá ser implementado em operações interestaduais caso haja convênio ou protocolo 
entre as unidades da Federação. 
 
 
Comentário: Nos parágrafos do artigo 9º o legislador apenas citou alguns contribuintes 
que possuem legitimidade para assumir a condição de substituto tributário. Este rol não 
é taxativo mas apenas exemplificativo pois a legislação tributária estadual poderá 
atribuir esta condição a outros contribuintes. 
 
 
Comentário: A lei Kandir autorizou a restituição ao substituído (não ao substituto) do 
valor do ICMS pago antecipadamente pelo substituto nos casos em que o fato gerador 
presumido não se realizar. O substituído deve protocolar um pedido de restituição no 
Fisco e aguardar 90 dias. Caso o Fisco não responda nada dentro desse prazo o 
contribuinte substituído poderá se creditar do valor pleiteado na sua escrita fiscal. 
Esse crédito não será eterno, absoluto. Se mesmo após os 90 dias a Fazenda se 
pronunciar pela negativa do direito ao crédito então o contribuinte deverá, no prazo de 
15 dias após ser notificado, proceder ao estorno dos créditos lançados. 
Trata-se de um artigo polêmico com grandes discussões na jurisprudência do STF, uma 
vez que a intenção deste material se limita a tornar a leitura da lei mais simples e 
pontual, não aprofundarei neste tema mas ressalto que é fundamental conhecê-lo. 
§ 1º A responsabilidade a que se refere o art. 6º poderá ser atribuída: 
I - ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às 
operações subsequentes; 
II - às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações 
internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário, pelo 
pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última operação, sendo 
seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final, assegurado seu 
recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação. 
§ 2º Nas operações interestaduais com as mercadorias de que tratam os incisos I e 
II do parágrafo anterior, que tenham como destinatário consumidor final, o imposto 
incidente na operação será devido ao Estado onde estiver localizado o adquirente e 
será pago pelo remetente. 
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do 
imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador 
presumido que não se realizar. 
 § 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de 
noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do 
valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios 
aplicáveis ao tributo. 
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o 
contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, procederá 
ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, com o 
pagamento dos acréscimos legais cabíveis. 
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Comentário: Via de regra, o local da operação está vinculado ao estabelecimento do 
contribuinte que praticar o fato gerador. Entretanto, nos casos em que a mercadoria 
estiver em situação irregular considera-se o local da ocorrência do FG onde a mercadoria 
for encontrada pois se não há documentação fiscal, não há como o Fisco determinar 
com exatidão o local de entrada ou saída destas mercadorias. 
 
 
Comentário: Existem situações que por questões logísticas a mercadoria não transita 
pelo estabelecimento do contribuinte. Imagine que um contribuinte A adquira 
mercadoria de outro contribuinte C e manda entregar diretamente em C. O fato de a 
mercadoria não ter transitado por A não descaracteriza o fato gerador da saída fictícia 
de A para C (afinal C comprou de A, que comprou de B e mandou entregar diretamente 
a C) e o local será o do estabelecimento de A. Da mesma forma podemos ter uma 
situação em que há troca de titularidade entre contribuintes do mesmo Estado mas a 
mercadoria não circulou de fato, ou seja, ocorreu apenas a circulação jurídica. Se A 
possuir mercadoria em um armazém geral no mesmo Estado e vendê-las para B e B 
revolver deixar essas mercadorias no depósito o local será o estabelecimento que 
transferiu a propriedade (A) e não o do armazém geral. 
Situação diversa ocorre na hipótese do §1º pois se a empresa depositante da mercadoria 
e o armazém geral (depositário) se encontram estabelecidos em Estados distintos a 
regra da alínea c não será aplicada, sendo considerado como o local da operação o do 
estabelecimento onde estiver depositada a mercadoria. 
 
 
Comentário: No caso da importação de bens e mercadorias do exterior, o local da 
operação é o domicílio/estabelecimento do adquirente, seja pessoa física ou jurídica. Na 
alínea d, o importador possui um estabelecimento e ele será considerado como local da 
operação. Já na alínea ‘e’ o importador não possui um estabelecimento e por isso o local 
é o seu domicílio. 
Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto 
e definição do estabelecimento responsável, é: 
I - tratando-se de mercadoria oubem: 
a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato 
gerador; 
b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal 
ou quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação 
tributária; 
c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de 
mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado; 
§ 1º. O disposto na alínea c do inciso I não se aplica às mercadorias recebidas em 
regime de depósito de contribuinte de Estado que não o do depositário. 
d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física; 
e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido; 
f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou 
bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados; 
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Quando ocorre de um bem importado do exterior estar em situação irregular, ele será 
apreendido e irá a leilão. Neste caso, o local da operação será o local em que se realizar 
a licitação mesmo a mercadoria tendo sido apreendida ou abandonada em outro 
local/Estado. 
 
 
Comentário: Nos casos de operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, 
lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando estes não forem destinados à 
industrialização ou à comercialização, temos que o local da operação beneficia sempre 
o Estado destinatário, sendo definido como o local onde efetivamente ocorre o consumo 
do produto. 
 
 
Comentário: O ouro quando definido como ativo financeiro será imune ao ICMS e 
quando for tratado como mercadoria estará sujeito à incidência do imposto, que será 
devido ao Estado de onde o ouro foi extraído. 
 
 
Comentário: O local onde as embarcações de pesca atracam para desembarcar os 
peixes é considerado o local do fato gerador para a circulação das mercadorias, 
independentemente de onde foi pescado o animal ou onde tenha domicilio o pescador. 
 
 
Comentário: No caso dos serviços de transporte, também conhecido como frete, a 
regra é que o local do fato gerador é onde se deu o início da prestação do serviço. 
Assim como no caso de circulação de mercadoria, se o transporte estiver desacobertado 
de documentação fiscal, o local da operação será onde se encontre o transportador. 
 
 
g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas 
operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis 
dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização; 
h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como 
ativo financeiro ou instrumento cambial; 
§ 2º. Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada. 
i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e 
moluscos; 
II - tratando-se de prestação de serviço de transporte: 
a) onde tenha início a prestação; 
b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de 
documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como 
dispuser a legislação tributária; 
c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 
e para os efeitos do § 3º do art. 13; 
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Comentário: Na alínea c o legislador se referiu ao diferencial de alíquota para o frete, 
que, no tocante a este valor, terá como local da operação o estabelecimento destinatário 
do serviço. 
 
 
Comentário: Quanto ao serviço de comunicação, fique atento as exceções. Para 
facilitar, esquematizei da seguinte forma: 
 
 
 
III - tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação: 
a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim 
entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação 
e recepção; 
b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, 
cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; 
c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso 
XIII do art. 12; 
c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por 
meio de satélite; 
d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos; 
§ 6º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, tratando-se de serviços não 
medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e 
cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em 
partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador 
e o tomador. 
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Comentário: São disposições legais com alta incidência em prova, fique atento! 
É autônomo cada um dos estabelecimentos do mesmo titular para efeito de apuração 
dos créditos, débitos e demais obrigações tributárias. Entretanto, se uma determinada 
filial tiver apurado débito e não pagar as outras filiais e a matriz do mesmo titular 
respondem por essa dívida de maneira solidária. 
 
 
LO
CA
L  
DA
  
CO
M
U
N
IC
AÇ
ÃO
O
N
ER
O
SA
REGRA  GERAL LOCAL  DA  PRESTAÇÃO  DO  SERVIÇO
EXCEÇÕES
FICHA,  CARTÃO  OU  
ASSEMELHADOS
ESTABELECIMENTO  DA  
CONCESSIONÁRIA  OU  
PERMISSIONÁRIA  QUE  
FORNEÇA
SATÉLITE
ESTABELECIMENTO/  
DOMICÍLIO  DO  
TOMADOR
IMPORTAÇÃO
COMUNICAÇÃO
ESTABELECIMENTO/  
DOMICÍLIO  DO  
DESTINATÁRIO  
DIFAL
COMUNICAÇÃO
ESTABELECIMENTO      
DESTINATÁRIO
NÃO  MEDIDOS
DIFERENTES  UF
PERÍODOS  DEFINIDOS
DIVIDIDO  EM  PARTES  
IGUAIS ENTRE  UF  DO  
PRESTADOR  E  DO  
TOMADOR
§ 3º Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento é o local, privado ou 
público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas 
exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se 
encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte: 
I - na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o 
local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria 
ou constatada a prestação; 
II - é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular; 
III - considera-se também estabelecimento autônomo o veículo usado no comércio 
ambulante e na captura de pescado; 
IV - respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular. 
§ 4º. Vetado. 
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Comentário: Dispositivo muito importante! Quando contribuinte envia mercadoria para 
seu depósito fechado ou armazém geral no próprio Estado a posterior saída desta 
mercadoria será considerada como saída do próprio contribuinte e não do depósito 
fechado/armazém geral, exceto no caso desta mercadoria estar retornando à origem. 
 
 
 
 
 
§ 5º. Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado 
do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida 
no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento 
remetente. 
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
I - da saída de mercadoriade estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro 
estabelecimento do mesmo titular; 
II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer 
estabelecimento; 
III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em 
depósito fechado, no Estado do transmitente; 
IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, 
quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; 
V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
de qualquer natureza; 
VI - do ato final do transporte iniciado no exterior; 
VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, 
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a 
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; 
VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: 
a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa 
de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei 
complementar aplicável; 
IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior; 
X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; 
XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior 
e apreendidos ou abandonados; 
XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando 
não destinados à comercialização ou à industrialização; 
XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em 
outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente. 
§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento 
em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto 
quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário. 
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Comentário: Artigo de suma importância, que é cobrado de forma literal nos exames. 
Gostaria que você prestasse atenção aos casos relacionados a cartões telefônicos. 
Repare que o fato gerador não ocorre quando você utiliza o cartão telefônico no orelhão 
mas sim no momento do fornecimento do meio ao usuário final. 
Perceba que os entrepostos aduaneiros só poderão liberar as mercadorias importadas 
após a prova de pagamento (Documento de Arrecadação) mas caso haja decisão judicial 
determinando a entrega do produto importado ao importador antes mesmo do 
desembaraço o momento do FG fica antecipado para o ato da entrega deste. 
 
 
Comentário: Talvez esse seja o artigo mais confuso de toda a Lei Kandir, uma vez que 
cada tipo de base de cálculo faz referência a um ou vários incisos do artigo 12. 
Vejamos a tabela abaixo para tornar o assunto mais compreensível: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo 
depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo 
órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição 
do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, 
salvo disposição em contrário. 
§ 3º Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do 
desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, 
devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a 
comprovação do pagamento do imposto. 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da 
operação; 
II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo 
mercadoria e serviço; 
VIII - na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a 
entrada; 
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HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO 
INCISO I 
Saída de mercadoria de 
estabelecimento de contribuinte, 
ainda que para outro 
estabelecimento 
do mesmo titular 
 
 
 
 
 
VALOR DA OPERAÇÃO 
 
Transmissão a terceiro de 
mercadoria depositada em armazém 
geral ou em depósito fechado, no 
Estado do transmitente; 
Transmissão de propriedade de 
mercadoria, ou de título que a 
represente, quando a mercadoria não 
tiver transitado pelo estabelecimento 
transmitente; 
INCISO II 
Fornecimento de alimentação, 
bebidas e outras mercadorias por 
qualquer estabelecimento; 
VALOR DA OPERAÇÃO, 
COMPREENDENDO 
MERCADORIA E SERVIÇO 
INCISO VIII 
Entrada no território do Estado de 
lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e 
energia elétrica oriundos de outro 
Estado, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização; 
 
VALOR DA OPERAÇÃO 
DE QUE DECORRER A ENTRADA 
 
 
Comentário: O fornecimento de mercadorias com prestação de serviços possui uma 
situação peculiar, vejamos: 
 
1) Se incidir ICMS sobre serviço e mercadoria, o valor total da operação (valor do 
serviço + valor da mercadoria). 
2) Se incidir ICMS sobre a mercadoria e ISS sobre o serviço, somente o preço da 
mercadoria. 
3) Se incidir ISS sobre a mercadoria e sobre o serviço, zero. 
 
 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
III - na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, o preço do serviço; 
IV - no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12; 
a) o valor da operação, na hipótese da alínea a; 
b) o preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese da alínea b; 
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HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO 
INCISO III 
Prestação de serviço de transporte 
interestadual e intermunicipal e de 
comunicação; 
VALOR DA OPERAÇÃO, 
COMPREENDENDO 
MERCADORIA E SERVIÇO 
INCISO IV 
Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços não 
compreendidos na competência 
tributária dos Municípios; 
 
VALOR DA OPERAÇÃO 
Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços compreendidos 
na competência tributária dos 
Municípios e com indicação expressa 
de incidência do imposto de 
competência estadual; 
 
ICMS àMERCADORIAS 
ISS à SERVIÇO 
 
 
PREÇO CORRENTE DA 
MERCADORIA FORNECIDA OU 
EMPREGADA 
 
 
 
 
 
Comentário: A regra para a base de cálculo na importação é acrescer quase todos os 
custos incorridos. 
 
 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
V - na hipótese do inciso IX do art. 12, a soma das seguintes parcelas: 
a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, 
observado o disposto no art. 14; 
b) imposto de importação; 
c) imposto sobre produtos industrializados; 
d) imposto sobre operações de câmbio; 
e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; 
VI - na hipótese do inciso X do art. 12, o valor da prestação do serviço, acrescido, se 
for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização; 
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HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO 
INCISO V 
Desembaraço aduaneiro de 
mercadorias ou bens importados do 
exterior. 
VALOR DA MERCADORIA 
+ I. IMPORTAÇÃO 
+ IPI 
+ IOF 
+QUAISQUER OUTROS 
IMPOSTOS, TAXAS E 
CONTRIBUIÇÕES 
+DESPESAS ADUANEIRAS. 
 
INCISO VI 
Recebimento, pelo destinatário, deserviço prestado no exterior. 
 
VALOR DA PRESTAÇÃO DO 
SERVIÇO 
+ 
TODOS OS ENCARGOS 
RELACIONADOS COM A SUA 
UTILIZAÇÃO, SE FOR O CASO 
 
Além destas disposições sobre a base de cálculo, você verá logo mais que o montante 
do ICMS também é incluído na base de cálculo. Como a mercadoria veio de fora não há 
ICMS embutido no valor apresentado pelo remetente, isso faz com que a importação 
possua uma forma de cálculo diversa, mas como esse cálculo funciona? 
Basta utilizar a fórmula abaixo: 
 
 
 
 
Por subtotal entende-se todas as parcelas da BC exceto o próprio ICMS, enquanto a 
alíquota a ser utilizada é sempre a interna do local da operação para efeitos de cobrança 
do imposto. 
 
 
Comentário: Existem casos que mercadorias importadas vão a leilão, seja por 
apreensão, seja por abandono. Quem arrematar a mercadoria nesses leilões deve pagar 
o ICMS e em sua BC deve figurar tanto o IPI quanto o II, assim como demais despesas 
que vierem a ser cobradas do arrematante por ocasião do leilão. 
 
BCIMP = 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
VII - no caso do inciso XI do art. 12, o valor da operação acrescido do valor dos 
impostos de importação e sobre produtos industrializados e de todas as despesas 
cobradas ou debitadas ao adquirente; 
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HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO 
INCISO VII 
Aquisição em licitação pública de 
mercadorias ou bens importados do 
exterior e apreendidos ou 
abandonados 
 
VALOR DA MERCADORIA 
+ I. IMPORTAÇÃO 
+ IPI 
+ VALOR DA OPERAÇÃO 
DE TODAS AS DESPESAS 
COBRADAS OU DEBITADAS AO 
ADQUIRENTE 
 
 
Comentário: Tratemos agora do diferencial alíquota (DIFAL) para serviços. Sempre 
que um serviço for iniciado em outro Estado e não for vinculado a uma outra operação 
a ser realizada subsequentemente, caberá o DIFAL e a BC será o valor da operação. 
Apesar de a redação do inciso XIII do art. 12 considerar que ocorrerá o DIFAL apenas 
quando da utilização de serviço iniciado em outro Estado por contribuinte, a EC 87/2015 
trouxe mudanças e incluiu o DIFAL também para o não contribuinte! 
 
 
HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO 
INCISO IX 
Utilização, por contribuinte, de 
serviço cuja prestação se tenha 
iniciado em outro Estado e não esteja 
vinculada a operação ou prestação 
subsequente; 
 
VALOR DA PRESTAÇÃO NO 
ESTADO DE ORIGEM 
 
 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
IX - na hipótese do inciso XIII do art. 12, o valor da prestação no Estado de 
origem. 
§ 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput 
deste artigo: 
I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação 
para fins de controle; 
II - o valor correspondente a: 
a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como 
descontos concedidos sob condição; 
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Comentário: Chegou a hora de explicar melhor o tema que mencionei ao falar da base 
de cálculo da importação. Por força do inciso I deste parágrafo temos que o ICMS é 
considerado como um imposto “por dentro”, o que significa que o valor do tributo já se 
encontra embutido no valor das mercadorias. 
É por isso que se determinada empresa vende uma mercadoria por R$ 1.000,00 com 
ICMS de 12% o valor do ICMS é de R$ 120,00, sendo que este já está embutido no 
valor total da operação. Ou seja, R$ 880,00 é o valor do celular e R$ 120,00 equivale 
ao montante devido a título de ICMS. 
Como já explicado, o disposto no inciso I também se aplica a importação, contudo deve 
ser utilizada a fórmula mencionada nos comentários do inciso V a fim de obtermos a 
base de cálculo que será multiplicada pela alíquota cabível. 
Além do montante do próprio imposto, também integra a base de cálculo as 
importâncias de seguros, juros, fretes e descontos concedidos sob condição, sendo 
necessária uma atenção especial para estes dois últimos. 
O frete possui uma situação peculiar porque o dispositivo afirma que ele só integrará a 
base de cálculo nos casos em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio 
remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado separado. Deste modo, nos casos 
em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio destinatário ou por pessoa 
contratada por sua conta e ordem, não possuindo qualquer relação com o remetente, 
estaremos diante de hipótese em que não será possível integrar a base de cálculo 
própria do remetente. 
Quanto aos descontos é importante que você saiba diferenciar o desconto condicional 
(sob condição) do desconto incondicional (sem condição de implemento). 
Desconto condicional é aquele dado com uma obrigação futura, uma condição futura 
como por exemplo conceder 10% de desconto se o boleto for pago até determinado dia. 
Desconto incondicional é aquele dado pela simples vontade do vendedor sem condição 
imposta ao comprador. 
 
 
 
• Não integra  a  
BC  do  ICMS
Desconto  
Incondicional
• Integra a  BC  
do  ICMS
Desconto  
Condicional
b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e 
ordem e seja cobrado em separado. 
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Comentário: Trata-se do mesmo dispositivo previsto no artigo 155, §2º, inciso XI, da 
Constituição Federal. Podemos esquematizá-lo da seguinte forma: 
 
 
 
 
Comentário: Quando estivermos falando do DIFAL o imposto será calculado pela 
diferença entre a alíquota interna e a interestadual. Se por exemplo a alíquota de destino 
for de 18% e a interestadual for de 12% teremos 6% a título de DIFAL (18% - 12%). 
IPI  não  integra  
BC  do  ICMS
Industrialização  
ou  
Comercialização
+
+
Entre  
contribuintes
FG  dos  2  
impostos
§ 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos 
Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a 
produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de 
ambos os impostos. 
§ 3º No caso do inciso IX, o imposto a pagar será o valor resultante da aplicação do 
percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sobre o 
valor ali previsto. 
§ 4º Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, 
pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é: 
I - o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; 
II - o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-
prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento; 
III - tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no 
mercado atacadista do estabelecimento remetente. 
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Comentário: A lei Kandir estabeleceu o valor das operações interestaduais de 
transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular. Veja o 
esquema: 
 
 
 
 
 
Comentário: Existem certos contratos que possuem previsão de reajuste do preço 
mesmo após a saída da mercadoria. Nesses casos, em se tratando de operações 
interestaduais, deve-se emitir uma nova nota fiscal para complementar o imposto e 
recolher a diferença no estabelecimento do remetente. 
 
 
Comentário: Na importação o produto chega valorado em moeda estrangeira (dólar, 
normalmente) e por isso devemos convertê-lo para a moeda nacional. 
Para essa conversãodeve-se utilizar a mesma taxa utilizada no cálculo do Imposto de 
Importação, sem qualquer alteração posterior por variação do câmbio até a data do 
pagamento. 
 
Operação  
interestadual  entre  
mesmo  titular  
Comerciante Entrada  mais  recente
Industrial Custo  de  produção
Produtor Preço  corrente  do  atacado  (remetente)
§ 5º Nas operações e prestações interestaduais entre estabelecimentos de 
contribuintes diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da 
prestação, a diferença fica sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou 
do prestador. 
Art. 14. O preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido em 
moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de 
importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da 
taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço. 
Parágrafo único. O valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do 
imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o preço declarado. 
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Comentário: Existem situações em que o preço da mercadoria ou do serviço é 
desconhecido, seja por não estar destacado na nota ou seja por qualquer outro motivos. 
Faz-se necessário, portanto, estipular um preço para que seja realizada a cobrança do 
ICMS. 
 
 
 
 
Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de 
cálculo do imposto é: 
I - o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local 
da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja 
produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia; 
II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial; 
III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes 
ou industriais, caso o remetente seja comerciante. 
§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente: 
I - o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais 
recente; 
II - caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da 
mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta 
deste, no mercado atacadista regional. 
§ 2º Na hipótese do inciso III do caput, se o estabelecimento remetente não efetue 
vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não houver 
mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a setenta e cinco por cento do 
preço de venda corrente no varejo. 
Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o 
valor corrente do serviço, no local da prestação. 
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Comentário: Na tentativa de burlar o Fisco, algumas empresas transferem o preço das 
mercadorias para o preço do frete para com isso pagar menos imposto uma vez que 
normalmente a alíquota do frete é inferior às alíquotas de mercadorias. Entretanto, 
quando essas empresas são consideradas interdependentes e o valor do frete exceder 
níveis normais este (o frete) será incorporado ao valor da mercadoria. 
Art. 17. Quando o valor do frete, cobrado por estabelecimento pertencente ao mesmo 
titular da mercadoria ou por outro estabelecimento de empresa que com aquele 
mantenha relação de interdependência, exceder os níveis normais de preços em 
vigor, no mercado local, para serviço semelhante, constantes de tabelas elaboradas 
pelos órgãos competentes, o valor excedente será havido como parte do preço da 
mercadoria. 
Parágrafo único. Considerar-se-ão interdependentes duas empresas quando: 
I - uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos 
menores, for titular de mais de cinquenta por cento do capital da outra; 
II - uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor, ou sócio com 
funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação; 
III - uma delas locar ou transferir a outra, a qualquer título, veículo destinado ao 
transporte de mercadorias. 
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É importante gravar as regras que permitem considerar as empresas como 
interdependentes, no parágrafo único. Repare que não estão inclusas, por exemplo, 
contratos de franquia, exclusividade e/ou representação. 
 
 
Comentário: O arbitramento é uma técnica muito comum utilizada pelos Estados. Toda 
vez que o auditor verificar que um determinado documento fiscal é inidôneo ou ocorra 
omissão, por exemplo, deverá arbitrar o valor para as mercadorias de acordo com as 
técnicas previstas na legislação de cada Estado. 
 
 
Comentário: A não cumulatividade é o atributo mais importante do ICMS, estando 
enxerto no próprio texto constitucional. Quando há entrada de mercadoria em 
estabelecimento o adquirente tem direito ao crédito do ICMS destacado na nota fiscal. 
Quando a mercadoria sai do estabelecimento a empresa tem um débito de ICMS. Esse 
débito e esse crédito são compensados (débitos – créditos), gerando-se um valor a ser 
recolhido aos cofres públicos (caso débitos superem os créditos) ou um valor de saldo 
a ser passado para o mês seguinte (caso créditos superem os débitos). Assim, se a 
empresa apurou um débito de ICMS de R$ 100 e um crédito de R$ 20, deverá recolher 
aos cofres públicos efetivamente R$ 80. Por outro lado, se apurou R$ 20 de débito e R$ 
100 de crédito ficará com um crédito de R$ 80 para a apuração subsequente. 
O direito ao crédito referente às operações anteriores de aquisição dos produtos está 
vinculado a algumas obrigações acessórias, como, por exemplo, a regular escrituração 
destes créditos pelo contribuinte. 
Art. 18. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o 
valor ou o preço de mercadorias, bens, serviços ou direitos, a autoridade lançadora, 
mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam 
omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os 
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, 
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou 
judicial. 
Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas 
anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito 
passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de 
que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, 
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o 
recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de 
comunicação. 
§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços 
resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram 
a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. 
§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento 
os veículos de transporte pessoal. 
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Além do princípio da não cumulatividade, temos que os parágrafos 1º e 2º contém 
hipóteses de vedação ao creditamento do tributo. 
Se a mercadoria veio amparada por isenção ou não tributação o destaque do ICMS nem 
chegou a ocorrer, não podendo, portanto, dar direito à crédito (não houve ICMS na 
entrada). Da mesma forma, ativos que não possuem relação com a atividade fim do 
estabelecimento também não geram direito a crédito. 
 
 
Comentário: Excetuados os casos em que há deliberações dos Estados através de 
Convênio CONFAZ ou forem destinadas mercadorias para o exterior, é vedado aos 
estabelecimentos que se aproveitem de créditos de mercadorias adquiridas que forem 
consumidas em processo de industrialização ou produção rural cuja saída não gere 
débito do imposto. 
Se a operação subsequente não for tributada (isenção, imunidade ou não-incidência), 
isto é, se não houver cobrança de imposto na operação seguinte, não se deve realizar 
o creditamento e, se por algum motivo ele tenha sido feito, deverá ser estornado já que 
não existe razão para compensar, exceto nas exportações e nos casos expressos em 
que a legislação estadual permitir. Este tema foi trazido pela própria CF/88 em seu 
artigo 155, § 2º, inciso II. 
 
§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a 
prestação de serviços a ele feita: 
I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, 
quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, 
exceto se tratar-se de saída para o exterior; 
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação 
subsequente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as 
destinadas ao exterior. 
§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se aplique, 
no todo ou em parte, a vedação prevista no parágrafo anterior. 
§ 5º Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos 
decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo 
permanente, deverá ser observado: 
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a 
primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; 
II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de 
que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações 
isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações 
efetuadas no mesmo período; 
III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do 
crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo 
crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor das 
operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e 
prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas 
e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de 
livros, jornais e periódicos; 
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Comentário: Com o intuito de incentivar o setor produtivo, a lei Kandir trouxe a 
possibilidade de creditamento de operações com a aquisição de material para o ativo 
permanente, porém impôs algumas regras. Quase todos os dispositivos acima são 
resumidos em apenas uma fórmula: 
 
 
 
 
 
A cada período de apuração o contribuinte deve realizar os cálculos da fórmula e achar 
o valor a se creditar naquele período. Se determinado contribuinte adquiriu uma 
máquina com ICMS de R$ 48.000 e teve no mês de abril R$ 500.000 em operações 
tributadas, R$ 200.000 em operações isentas e R$ 300.000 de mercadoria exportada 
totalizando R$ 1.000.000 temos os seguintes cálculos: 
Crédito AP (abril) = 48.000 x 1/48 x (500.000 + 300.000/1.000.000) = 800. 
Repare que, apesar de a exportação e as operações com papéis destinados à impressão 
de livros, jornais e periódicos serem imunes (não tributadas), são consideradas ao lado 
das operações tributadas para efeitos do crédito do ativo permanente. 
Se a empresa que vinha se creditando de um ativo imobilizado o vender antes de 
completar o prazo total de creditamento? Ora, é simples: ela deve parar de se creditar! 
Agora suponha que ainda existam créditos após os 48 meses. O que se deve fazer? 
Cancelá-los. 
 
 
 
§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao 
estabelecimento que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas 
operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não 
tributada seja relativa a: 
I - produtos agropecuários; 
II - quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias. 
IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou 
diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um 
mês; 
V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o 
prazo de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir 
da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração 
que corresponderia ao restante do quadriênio; 
VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os 
demais créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em 
livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do 
disposto nos incisos I a V deste parágrafo; 
VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no 
estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado. 
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Comentário: O §6º dispõe sobre hipóteses diferenciadas de creditamento e possibilita 
uma situação peculiar relacionada às isenções ou saídas não tributadas. 
Como se sabe, a regra geral impossibilidade a utilização de créditos quando a operação 
for não tributada ou isenta. Todavia o §6º permite o resgate de créditos anteriores a 
essa operação isenta ou não tributada. Vejamos o esquema abaixo para facilitar a 
compreensão: 
 
 
 
 
Comentário: Existem casos em que não podemos prever que a mercadoria sairá sem 
tributação, como por exemplo nos casos de uma isenção superveniente. 
Reforçando o dispositivo constitucional do art. 155, 2º, II, b, deve-se anular o crédito 
da entrada. O mesmo deve ocorrer caso ela seja utilizada em um processo de 
industrialização ou mesmo na utilização em um fim diverso da atividade do 
estabelecimento. 
Existem casos ainda em que a mercadoria sequer realiza uma saída posterior. São os 
casos em que a mercadoria se deteriora, estraga ou perece, hipóteses em que o crédito 
de entrada também deverá ser estornado. 
Além dos casos de estorno, a lei Kandir também trouxe benefícios para o contribuinte 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver 
creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta 
circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do 
serviço; 
II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do 
produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; 
III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
§ 2º Não se estornam créditosreferentes a mercadorias e serviços que venham a ser 
objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o 
papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. 
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ao dispor sobre exceções para a manutenção do crédito. Quando se tratar de 
exportações ou de operações com papéis destinados à impressão de livros, jornais e 
periódico o crédito é mantido, não importa o que ocorra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentário: O contribuinte só tem direito de se creditar de um crédito destacado em 
uma nota fiscal até cinco anos contados da data de sua emissão. Repare que não são 5 
anos da entrada da mercadoria ou da saída da mercadoria: são cinco anos da data de 
emissão da Nota Fiscal. 
 
ESTORNO
Saída  não  tributada/Isenta
Imprevisível  na  entrada
Interação/Consumo  na  industrialização
+
Saída  não  tributada  do  produto  resultante
Fim  alheio  à  atividade
Perecer/Deteriorar/Extraviar
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto, 
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual 
tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação 
e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação. 
Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco 
anos contados da data de emissão do documento. 
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Comentário: Dispositivo simples e de suma importância para o entendimento da 
sistemática de não cumulatividade. Como já falamos, existem 3 resultados possíveis 
para a apuração do imposto no período determinado pela legislação (normalmente 
mensal): 
 
1) Crédito superior ao débito à acumula-se crédito para o mês seguinte. 
2) Débito superior ao crédito à recolhe a diferença aos cofres públicos. 
3) Créditos iguais aos débito à não há transferência de crédito para mês seguinte 
e também não há imposto a recolher. 
 
 
Comentário: Em virtude da autonomia dos estabelecimentos conferida pela lei, temos 
que a apuração do débito x crédito também deverá ser realizada de maneira 
individualizada. 
Ocorre que, embora a apuração seja individualizada a lei Kandir autoriza que o 
pagamento seja realizado por compensação entre saldos credores e devedores dos 
estabelecimentos do mesmo titular. Todavia preste muita atenção à exigência do 
legislador: no caso de uma filial A ter apurado crédito e uma filial B ter apurado débito, 
eles só podem se compensar se estiverem localizados dentro do mesmo Estado. 
Você lembra que os créditos decorrentes de exportação não precisam ser estornados? 
É um ótimo incentivo mas de que adiantaria uma empresa exportadora ficar acumulando 
crédito indefinidamente e não conseguir utilizá-los? Foi pensando neste ponto que o 
inciso I previu que os saldos credores acumulados de exportadores podem ser 
Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o período de apuração do 
imposto. As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de 
apuração e são liquidadas por compensação ou mediante pagamento em dinheiro 
como disposto neste artigo: 
I - as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos 
créditos escriturados no mesmo período mais o saldo credor de período ou períodos 
anteriores, se for o caso; 
II - se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença será 
liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado; 
III - se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada 
para o período seguinte. 
Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos devem 
ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e 
devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo localizados no Estado. 
§ 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei 
Complementar por estabelecimentos que realizem operações e prestações de que 
tratam o inciso II do art. 3º e seu parágrafo único podem ser, na proporção que estas 
saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento: 
I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros 
contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de 
documento que reconheça o crédito. 
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transferidos a qualquer estabelecimento da empresa no Estado. Caso após essas 
transferências ainda reste saldo pode o exportador transferir créditos para outros 
contribuintes mediante o reconhecimento do crédito pelo Fisco. 
 
 
Comentário: Além da transferência dos saldos credores acumulados por operações de 
exportação podem leis estaduais também permitir a transferência de outros saldos 
credores acumulados. 
 
 
Comentário: Existem situações especiais em que o Fisco pode determinar que a 
apuração do ICMS (débito x crédito) seja realizada de maneira distinta da normal. 
A regra é que as empresas somem todos os créditos e todos os débitos de todas as 
mercadoria e serviços de um determinado período para achar o resultado. Entretanto, 
prevê a lei Kandir que esse cotejo possa ser realizado segregado por mercadoria ou 
serviço a cada operação ou por um determinado período de tempo (diário por exemplo). 
§ 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a partir 
da vigência desta Lei Complementar, permitir que: 
I - sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
II - sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo 
Estado. 
Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei 
estadual poderá estabelecer: 
I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de 
determinado período; 
II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada 
operação; 
III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja 
pago em parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado 
período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar processo 
contraditório. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na 
escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva; 
caso contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao período 
ou períodos imediatamente seguintes. 
§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa 
o sujeito passivo do cumprimento de obrigações acessórias. 
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Comentário: A Lei Kandir é uma norma que teve diversos dispositivos de caráter 
transitório, sendo inaplicáveis no atual ordenamento jurídico. Os dispositivos acima não 
possuem mais aplicação. 
 
Art. 27. (VETADO) 
Art. 28.(VETADO) 
Art. 29. (VETADO) 
Art. 30.(VETADO) 
Art. 31. Nos exercícios financeiros de 2003 a 2006, a União entregará mensalmente 
recursos aos Estados e seus Municípios, obedecidos os montantes, os critérios, os 
prazos e as demais condições fixadas no Anexo desta Lei Complementar. 
§ 1º Do montante de recursos que couber a cada Estado, a União entregará,

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