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Resumo Fisioterapia Veterinária

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RESUMO FISIOTERAPIA E REABILITAÇÃO ANIMAL PROF RENATA T.
Luna Peralta 2020
A fisioterapia veterinária tem sua origem na própria fisioterapia humana, tendo sua primeira aplicação notável nas técnicas utilizadas para a recuperação de equinos em um primeiro experimento. É um modo de tratamento, que inclui diversas técnicas que giram em torno de conceitos fisiológicos, biomecânicos e físicos de modo a promover a saúde ou prevenir certas doenças. Ela abrange desde os aspectos mais simples, como a movimentação correta até aspectos mais complexos, como a reabilitação e controle da dor, tendo sempre como objetivo o bem-estar do animal (FORMENTON, 2011). 
Com esse objetivo em mente, são traçados diversos métodos, dependendo da enfermidade ou disfunção apresentada pelo paciente. O manejo da dor é o principal benefício da fisioterapia. A dor, na forma aguda ou crônica, pode causar imunossupressão, inapetência e caquexia, além de que pode levar o animal a poupar o membro afetado, causando uma atrofia muscular, o que interfere diretamente com o bem-estar do paciente, sua utilização permite a redução da administração de analgésicos e anti-inflamatórios. Ainda, pode ser utilizado para melhorar a condição física do animal, o que inclui perda de peso e condição cardiorrespiratória (FORMENTON, 2011).
Legislação 
· Somente médicos veterinários podem atuar na Fisiatria Veterinária.
· Resolução Conselho Federal de Medicina Veterinária 850, de 5 de dezembro de 2006. 
· Anatomia, biomecânica, fisiologia, patologia, etc.
Introdução 
• Massagem 
• Cinesioterapia (passiva ou ativa)
• Termoterapia 
• Crioterapia 
• Ultrassom terapêutico 
• Eletroterapia 
• Laser terapêutico 
• Hidroterapia
Exame Clínico para Reabilitação Física
Na fisioterapia, normalmente o animal vem com o laudo e diagnóstico, porém é de suma importância fazer um exame completo. Muitas das vezes se encontra algo novo. 
• Anamnese (vacinação, alimentação, medicações, local onde vive, contactantes);
 • Queixa principal (natureza da lesão, local, duração, tratamento prévio e exames complementares); 
• Observar em estação, ao passo e ao trote;
 • Palpação dos membros e da coluna; 
• Exame ortopédico e neurológico; 
• Circunferência dos membros;
 • Amplitude de movimento das articulações; 
• Estabelecer objetivos, protocolo de tratamento e prognóstico.
Indicações 
Em geral, a fisioterapia é indicada para pets com diferentes problemas ortopédicos, neurológicos e também como tratamento para obesidade e condicionamento físico (para cães atletas e de exposição).
Nos casos ortopédicos, cães com artroses, artrites, rupturas de ligamento, displasia coxofemoral, luxação patelar e outros, a fisioterapia ajuda diretamente na recuperação prevenindo sequelas, combatendo incômodos e dores e auxiliando no recondicionamento físico.
Nos casos neurológicos, a fisioterapia é, muitas vezes, essencial para que o animal volte a andar, como em casos de fraturas, traumas na coluna ou hérnia de disco que afetam diretamente a locomoção e condicionamento muscular.
Os programas de emagrecimento também obtém ótimos resultados através da fisioterapia veterinária.
• Recuperação pós-cirúrgica
 • Lesões musculoesqueléticas; 
• Lesões neurológicas; 
• Animais geriátricos;
 • Doenças articulares degenerativas;
 • Cães atletas;
 • Obesidade.
Benefícios da Fisioterapia 
· Melhora e prolonga a qualidade de vida. 
· Diminuição da dor aguda e crônica, stress e depressão
· Resolução antecipada da inflamação 
· Diminui a utilização de AINES 
· Acelera o tempo da recuperação;
· Aumento da amplitude de movimento articular
· Melhora da resistência, força muscular e da flexibilidade 
· Melhora da coordenação motora e do equilíbrio 
· Redução e prevenção da contratura muscular 
· Melhora da resistência cardiovascular 
· Restaura habilidade funcional 
· Previne e minimiza atrofia muscular
Iniciando o plano de Reabilitação 
· Sempre pesquisar diagnóstico 
· Anamnese detalhada 
· Espécie, raça, idade, sexo e histórico anterior. 
· Exame ortopédico e neurológico 
· Medição da angulação de movimento das articulações 
· Medição da massa muscular
Avaliação Ortopédica 
· Palpação de todos os membros e articulações 
· Palpação da coluna 
· Teste de Ortolani
· Teste de gaveta 
· Teste de compressão tibial 
· Avaliação da luxação de patela 
· Palpação do tendão bicipital 
· Instabilidade Medial Ombro 
· Avaliação da massa muscular, Fita métrica
Exame Ortopédico
· Dígitos/ coxin - Flexão e extensão
· Tarso - Flexão e extensão
· Joelho - Flexão e extensão; Teste gaveta, Compressão Tibial (ruptura ligamento cruzado) e luxação patelar medial/lateral.
· Quadril - Adução, abdução, flexão, extensão e rotação. Teste Ortolani para diagnóstico Displasia Coxo femoral.
Quadril: teste de Ortolani (displasia coxofemoral, diagnóstico definitivo por raio-X), rotação. Teste de Ortolani: paciente em decubito lateral, dedo no trocanter maior do femur, realizar pressao sentido dorsal no joelho e realizar abdução do membro. Pode-se fazer com o paciente em decubito dorsal, realizando uma pressao nos joelhos e abdução dos membros pelvicos. Ortolani positivo: sente-se o femur voltando para o encaixe com o acetabulo, confirmando displasia coxofemoral. 
Membro torácico Palpaçao Digitos/coxins: flexão extensão Carpo: flexão extensão Cotovelo: flexão extensão. Displasia de cotovelo- animal jovem de crescimento rapido, porte grande, claudicando de membro torácico, consegue-se recerter cirurgicamente antes de 1 ano de idade (antes do crescimento total). 
Ombro: aduçao e abdução (angulo axilar, se for >30 graus tem-se instabilidade medial de ombro, ao estabilizar a escapula e realizar a abdução do membro), flexao e extensão (decubito lateral e hiperextensao caudal do membro torácico para palpar o tendão do biceps, que fica na porçao medial da cabeça do umero, se o animal reclamar, tem-se tenossinovite bicipital), rotação. Decubito estabiliza a escapula e faz abdução do membro toracico >30 graus = instabilidade medial do ombro. 
Teste Neurológico: Ver sempre o animal andando antes de realizar o exame. 
1. Estado mental:
tronco encefalico é o responsavel por manter a normalidade (alerta) - SARA (sistema ativador reticular ascendente). Pode estar alterado: deprimido ou obnubilado 
· sonolento porem despertavel, demência 
· alheio ao ambiente, estupor ou semi-coma
· responde somente a estimulo doloroso, coma 
· não responde à estimulo doloroso e está inconsciente.
 2. Comportamento: Córtex pré-frontal é responsavel por manter a normalidade. Pode estar alterado: agressividade, hiperatividade noturna, vocalizaçao, andar compulsivo, head pressing, andar em circulo. Deve-se fazer estimulo cognitivo atraves de enriquecimento ambiental, massagens, escovação, carinho. 
 
3. Atitude: Posição dos olhos e da cabeça em relação ao corpo. Anormalidade: Inclinação da cabeça ou rotação da cabeça
· Pode-se ter: head tilt - doença vestibular periférica ou central, opistotono (olha para as estrelas)
· lesão em tronco encefálico ou cerebelo, ventroflexao cervical (olhar para o chao)
· lesão em coluna cervical ou hipocalemia em gatos, head turn (olhar pro flanco)
· lesão em cortéx. *sistema vestibular está no tronco encefálico. 
4. Postura: É a posição do corpo em relação à gravidade e é mantida pela integração das vias do sistema nervoso central e reflexos espinhais.
· Pode-se ter afecçao em coluna: lordose, escoliose, cifose.
· Pode-se ter afecção em membro: plantigrado ou palmigrado.
· Pode-se ter trauma em que o animal se encontra em decubito lateral: rigidez por decerebraçao.
· lesão em tronco encefálico caracterizado por opistotono e os quatro membros espasticos com alteração de estado mental / rigidez por descerebelaçao 
· lesão em cerebelo caracterizado por opistotono, membro toracico espastico e membro pelvico flexionado ou flácido sem alteração de estado mental / síndrome de schiff-scherrington
· lesão em medula de T2 a L5 caracterizado por cabeça em posiçao normal ou com leve opistotono, membro toracico espasticoe membro pelvico flexionado ou flacido sem alteraçao de estado mental, o animal consegue trocar alguns passos com os membros toracicos se posto em pé. *Postura antialgica: ventroflexao cervical com cifose toraco-lombar. Tentativa de aliviar a dor na cervical. 
 
 
5-Marcha: A avaliação da marcha é o principal teste para pacientes com alterações locomotoras e deve ser avaliada em uma área ampla e não escorregadia. É necessário avaliar a marcha em diferentes pontos de vista: de frente, de trás e lateralmente. O animal deve ser guiado para caminhar em linha reta, em círculos e realizar curvas para ambos os lados. A marcha pode ser classificada em normal ou anormal. Para reconhecimento de anormalidades o clínico deve se perguntar: “a marcha está normal ou anormal?”, “quais membros estão acometidos?”, “o animal tem dificuldade de iniciar o movimento ou de sustentar seu peso?”, “o animal sabe exatamente onde estão seus membros?”
· Claudicaçao ou impotência funcional ortopedica ou neurologica
· ataxia: cerebelar (tremor de intençao, hipermetria, base ampla), proprioceptiva (arrastar de digitos, base ampla) ou vestibular (head tilt, andar em circulo, 
· Nistagmo: horizontal, vertical ou rotatorio). 
· Vestibulopatia central pode ser por neoplasia, MEG ou cinomose; a periferica pode ser por otite, hipotireoidismo ou idiopatica. Realizar propriocepçao, se der ausente ou diminuida é central e se der normal é periferica. 
· Paresia: perda parcial dos movimentos, pode ser não ambulatoria (consegue trocar passos se for auxiliado) ou ambulatoria (consegue trocar passos sozinho com fraqueza e dificuldade). -paralisia/plegia.
Vale lembrar que a hipermetria de NMS, caracterizada por aumento da amplitude da passada, é diferente da hipermetria cerebelar, em que se observa aumento da flexão dos membros durante a movimentação. Dependendo de quais membros estão acometidos a paresia ou paralisia podem ser ainda definidas como:
 • Tetraparesia/paralisia: alteração na função motora dos quatro membros associada à lesão cranial ao segmento medular T3 ou a uma desordem generalizada de NMI. 
• Paraparesia/plegia: alteração na função motora dos membros pélvicos associada à lesão caudal ao segmento medular T2. 
• Monoparesia/plegia: alteração na função motora de um membro, geralmente, associada à lesão de NMI local ou a lesões lateralizadas caudais no plexo braquial ou lombosacro.
 • Hemiparesia: alteração na função motora dos membros de um lado do corpo devido à lesão lateralizada cranial a T2. Quando a lesão encontra-se entre a porção caudal do tronco encefálico e o segmento espinhal T2, a alteração da função motora é ipsilateral à lesão. Porém, se a lesão situar-se rostralmente ao tronco encefálico e no prosencéfalo, a alteração torna-se contralateral à lesão
6. Reações Posturais
 As reações posturais são respostas complexas que envolvem a participação de quase todos componentes do sistema nervoso. Proprioreceptores estão localizados nas articulações, tendões, músculos e ouvido interno captam uma informação externa que é transmitida para o córtex prosencefálico, onde é processado e retransmitido para a musculatura. O posicionamento proprioceptivo e o saltitamento são dois testes posturais realizados na rotina. Alterações nesses testes, indicam com precisão, alteração no sistema nervoso, mas não a sublocalização exata da lesão.
Proprioceção
 0= nenhuma resposta 
1= resposta diminuída 
2= resposta normal 
3= resposta exagerada
Propriocepção Consciente - Capacidade que o animal tem de saber onde os membros estão em relação ao corpo e a gravidade. 
· Avalia receptores de tato e pressão e a função motora 
· Normal: Retorno entre 1 a 3 segundos.
 
Hemiestação ou hemilocomoção 
· Suspende-se o animal pelo membro pélvico e torácico do mesmo lado. 
· Avalia córtex e medula espinhal
Figura 1: Propriocepção Constante 
Figura 2: Hemiestação ou hemilocomoção 
 Resposta de posicionamento: 
· Não visual (tátil) 
· Visual 
· Animais normais alcançam a mesa antes que o carpo encoste na mesma. 
 Carrinho de mão:
· Movimentos assimétricos: lesão cerebelo 
· Queda: alteração em sistema vestibular
· Flexão da cabeça: lesão cervical
Figura 1: Resposta de posicionamento visual e não visual
Figura 2: Flexão de cabeça
Propulsão extensora
· Normal: Extensão de MP e pequeno salto ou passo para trás 
· Lesão parcial e unilateral em medula espinhal: um membro reagirá 
· Lesão completa em medula: nenhum membro reagirá 
· Lesão cerebral: Lado contralateral comprometido
 
Levanta o cachorro para o ar em cima, e vai descendo devagar até o cão encostar as patas na mesa, ele precisa ajeitar as patas quando encosta na mesa.
Saltitamento 
· Realizado com a suspensão de três membros 
· Avalia-se cada um isoladamente 
· Avalia-se dismetria
Reação tônica do pescoço 
· Movimentos de flexão, extensão e laterais do pescoço.
Reflexos de membro torácico 
Para avaliação dos reflexos espinhais dos membros torácicos, apenas o de retirada é testado. Outros reflexos como: extensor radial do carpo, bíceps e tríceps, também podem ser verificados, mas, além de sua realização ser mais difícil, suas respostas são pouco confiáveis. Nos membros torácicos, o reflexo de retirada avalia a integridade do segmento espinhal C6-T2 e raízes nervosas associadas, além dos nervos que compõem o plexo braquial (axilar, musculocutâneo, mediano, ulnar e radial). Com o animal em decúbito lateral, o clínico deve pinçar o interdígito com o dedo ou uma pinça hemostática, realizando pressão suficiente para provocar o reflexo. O estímulo gera uma flexão completa dos músculos flexores e retirada do membro. Em caso de ausência de resposta, todos os interdígitos devem ser testados. A retirada do membro demonstra apenas um reflexo e não a presença ou não de nocicepção.
· Reflexo flexor do membro torácico
· Integridade do arco reflexo e resposta a estímulo doloroso
 1. Figura Arco Reflexo
Reflexos de membro pélvico
· Reflexo patelar - nervo Femoral (L4-L6) - A resposta esperada consiste de extensão do membro devido à contração reflexa do músculo quadríceps femoral. Respostas diminuídas ou ausentes, geralmente, indicam lesão no segmento espinhal L4-L6 ou no nervo femoral
 
Reflexo do extensor cruzado 
· Quando realizado reflexo flexor, o membro contralateral flexiona 
· Quando presente, indica afecção acima dos segmentos medulares que controlam os reflexos
· Reflexo Flexor do membro pélvico - Nervo ciático e seus ramos (L6-S2)
 
Reflexo cutâneo do tronco (antigo panículo): Estímulo tátil beliscando a pele da região lombar a cervicotorácica. 
· Lesão aproximadamente dois segmentos acima do retorno do reflexo
 
Reflexo perineal 
 Avalia nervo pudendo 
 Avalia segmentos S1- S3 
 Contração do esfíncter anal
 
Tônus muscular
A avaliação do tônus muscular auxilia na classificação dos sinais neurológicos como provenientes de lesão de NMS ou NMI e é considerada como uma continuação da avaliação das reações posturais. É o estado de tensão do músculo em repouso.
· Normal: Aumento da resistência (leve contração)
 Avaliado através da flexão e extensão e da palpação
 Termos:
· Ausência de tônus: Atonia 
· Redução do tônus: Hipotonia 
· Aumento do tônus: Hipertonia 
· Tônus exagerado: Espasticidade
6. Interpretando o exame neurológico
Com exceção de C1-C2, todos os corpos vertebrais articulam-se por meio de discos intervertebrais. Com o tempo haverá degeneração destes discos.
• Neurônio motor superior (NMS): Neurônios que saem do encéfalo e vão até a medula espinhal fazer sinapse com o neurônio motor alfa (NMI). Disfunção do NMS: paresia espática, sem atrofia, reflexos mantidos. 
• Neurônio motor inferior (NMI): Neurônios motores alfa saem da medula espinhal para fazer sinapse com fibras musculares esqueléticas. Disfunção do NMI: paresia flácida, com atrofia, hiporreflexia.Avaliação Sensorial > Dor superficial e Dor profunda
Para avaliação de dor superficial, devem-se pinçar as membranas interdigitais dos membros pélvicos e torácicos. Se a dor superficial estiver diminuída, realiza-se avaliação da dor profunda em que, com uma pinça hemostática, aplica-se uma pressão nas falanges distais. A palpação da coluna lombar e torácica consiste de aplicações crescentes de pressão (discreta, moderada, intensa) lateralmente aos processos espinhosos em uma seqüência crânio-caudal ou caudo-cranial. O animal deve permanecer em estação para realização desta etapa.
Avaliação dos nervos cranianos
A substância branca ocupa a área periférica da medula espinhal e é a primeira afetada em casos de lesão medular. Nessa região encontra-se o trato ascendente ou sensorial, que carreia as informações sensistivas do Sistema Nervoso Periférico (SNP) e conduz ao Sistema Nervoso Central (SNC)
Testes
Instabilidade medial do ombro: Em decúbito lateral irá segurar a escápula e estabilizar, realizar abdução do membro torácico. Se o ângulo for maior que que 30º tem instabilidade medial do ombro.
Palpação do tendão bicipital: Em decúbito lateral irá realizar hiperextensão caudal do membro torácico e irá palpar a porção medial do úmero. Se o animal apresentar dor, tem tenosossinovite do bicipital.
Teste de Ortolani: Em decúbito lateral coloca um dedo no trocânter maior e com a outra mão faz flexão do joelho, realizando uma pressão sentido dorsal. Depois irá realizar abdução. Se fizer um “crec”, ou sentir uma crepitação, será teste Ortolani (+).
Teste de gaveta: Em decúbito lateral coloca um dedo na patela, outro na fabela. Com a outra mão coloca um dedo na crista da tíbia e o outro na cabeça da fíbula, irá tentar deslocar crânio caudal à tíbia. Se der positivo tem ruptura de ligamento.
Compressão Tibial: Irá coloca a mão sobre o fêmur como se estivesse abraçando, com o dedo na crista da tíbia sob a articulação. Irá fazer flexão de tarso. Se houver ruptura, o dedo irá sentido cranial, ou seja, irá sentir ele ir pra cima.
Luxação de Patela: Busca a patela e irá fazer rotação medial com o pé pra dentro, tentando jogar a patela pra dentro. Faz rotação lateral, com o pé pra for a e tenta jogar a patela pra for a. Se sentir mecher a patela mecher, tem luxação de patela.
Cinesioterapia e massagem
Cinesioterapia significa tratamento pelo movimento. Este pode ser dividido em ativo, onde é realizado pelo paciente; passivo, que é realizado pelo terapeuta ou ativo assistido, sendo realizado pelo paciente com o auxílio do terapeuta. Ambas as modalidades podem ser executadas na forma de alongamento, fortalecimento, com ou sem sobrecarga (MIKAIL, 2009).
Objetivos
Melhora da amplitude de movimento
Redução da inflamação e lesão tecidual
Prevenção da atrofia por desuso
Prevenção da contratura muscular e da fibrosa
Amplitude de movimento passiva e alongamento Início: pós operatório imediato e após resolução da inflamação.
· Prevenção de contraturas 
· Evita aderências 
· Melhora do fluxo sanguíneo e linfático 
· Melhora da produção e difusão do líquido sinovial
· Restauração da amplitude de movimento 
· Manutenção do tônus muscular
Amplitude de movimento passivo: 2 a 6 vezes ao dia (15 a 20 repetições), decúbito lateral, paciente relaxado e confortável, suporte proximal e distal. Movimentação suave e lenta, realizar massagem, termoterapia (quente e frio).
· Não promove contração muscular 
· Não substitui a movimentação ativa 
· Feita em animais que não tem capacidade de realizar a movimentação ativa 
· Quando há uma pressão adicional ao final = ALONGAMENTO
Alongamento : Após cirurgia a musculatura sofre encurtamento, deve realizar o alongamento, podendo ser estático ou mecânico. Deve forçar o movimento dos membros até uma posição desconfortável, fora da amplitude de movimento normal. Irá promover o aquecimento prévio, ativar os fusos musculares e irá levar a contração muscular ao invés de relaxamento. O alongamento deve ser feito devagar.
· Flexibilidade articular 
· Extensibilidade dos tecidos periarticulares, músculos e tendões 
Alongamento estático 
· Permite extensão máxima da musculatura
· Realizada em 15 a 30 segundos
· Uma mão na porção proximal e outra na porção distal
· 2 a 4 sessões por dia 
· Baixa intensidade
· Menor risco de trauma iatrogênico
Alongamento mecânico prolongado 
· Alongamento de baixa intensidade 
· Estresse prolongado (> 30 segundos) 
· Pode ser utilizado aparatos externos
Amplitude de movimento ativa assistida
 Animais com certo grau de movimentação 
 Ajuda do terapeuta
 Indicações:
 Fraqueza, 
 Lesões em NMI 
Utilização de suporte, água ou faixas 
Fortalecimento e educação neuromuscular 
 Propriocepção e locomoção
Exercícios Ativos Assistidos 
 O movimento de amplitude ativo assistido ocorre quando o terapeuta guia a articulação conjunta e há algum grau de atividade muscular do paciente auxiliando o movimento comum. Os músculos precisam de auxílio pra realizar o movimento. 
· Terapia na bola 
· Disponíveis em tamanhos e cores diferentes. 
· Altura da escápula do animal para troca-se o suporte de peso entre as patas 
· Exercícios de equilíbrio e propriocepção 
· Reaprendendo a utilizar o membro 
· Pranchas de equilíbrio 
· Pranchas de madeira posicionadas sob os pés dos animais
· Movimentos variados
· Melhora do equilíbrio e propriocepção 
· Suporte do terapeuta para equilibrar o peso
Exercícios Ativos
 Há contração ativa da musculatura. 
 Melhora força muscular, coordenação e a função do membro
· Esteira seca 
· Encoraja o apoio do membro 
· Treina propriocepção, coordenação e equilíbrio 
· Esteiras que permitem a inclinação. 
· Dança 
· Animais que apresentem o mínimo de claudicação 
· Segurar o animal pelos membros torácicos 
· Movimentação para frente e para trás 
· Extensão do joelho, tarso e articulação coxofemoral 
· Estimula propriocepção, coordenação e equilíbrio
· Carrinho de mão 
· Similar a dança, sustenta-se os membros pélvicos 
· Pode ser realizado com a bola
· Sentar e Levantar 
· Fortalece os músculos do quadril 
· Fortalece os músculos extensores do joelho 
· Quadríceps, bíceps femoral, semimembranoso, semitendinoso e gastrocnêmio. 
· Aquecimento prévio 
· Observar para que não se sente apoiado em apenas um membro 
· Pode-se utilizar a parede como apoio do lado afetado.
· Obstáculos 
· Estímulo de todo o movimento 
· Melhora amplitude de movimento 
· Cavaletes, cones 
· Propriocepção, equilíbrio, coordenação e amplitude de movimento. 
· Melhora da exatidão ao caminhar 
· Fraqueza muscular, déficit da propriocepção inconsciente
· Aclive e Declive 
· Fortalecimento da musculatura pélvica 
· Quadríceps e bíceps femoral 
· Semitendinoso e semimembranoso 
· Extensores da articulação coxofemoral 
· Sempre em guia curta para controle do passo 
· Iniciar com a subida quando o grau de claudicação for mínimo  Reavaliação para maior frequência de exercícios
· Pista de propriocepção 
· Diversidade de superfícies : grama, carpete, areia, pedra Utilização de artefatos suspensórios 
· Aumento da intensidade gradual 
· Frequência de 10 a 15 minutos, 3 a 4 vezes ao dia
· Carrinho 
· Melhora a deambulação de cães que não conseguem suportar o próprio peso. 
· Suporte dos membros torácicos, pélvicos aumentando a percepção sensorial e força muscular. 
· Paralisia, paresia ou fraqueza muscular 
· Utilizado temporariamente ou permanentemente.
 
Massagem 
É uma terapia de baixo custo e alta facilidade. Tem diversos benefícios como: 
a) Relaxamento muscular – melhorando postura e marcha 
b) Liberação de hormônios relaxando todo o organismo 
c) Analgesia 
d) Melhora de circulação 
e) Aumento de temperatura local, levando a vasodilatação e melhora de distribuição de nutrientes 
f) Evita fibrose e aderências – diminui edema. 
g) Pós operatório (fibrose, aderência, edema) e manutenção de massa muscular e mobilidade.Ela pode ser indicada para pacientes com trauma ou pós-operatório pela sua ação analgésica e anti aderência e fibrose,para animais ansiosos como relaxamento, em casos de dor aguda ou crônica, como aquecimento para animais de competição ou para diminuir a dor pelo acumulo de ácido lático pós prova. Geralmente é uma terapia que os animais aceitam bem e pode ser complementada com acupuntura e alongamento para controle de dor. No organismo a massagem exerce dois tipos de efeitos: o efeito mecânico retirando edema, fibrose ou aderências e o efeito reflexo que é o causado pela liberação hormonal e liberação de mediadores de inflamação que levam a vasodilatação. Os hormônios que são liberados são a serotonina, ocitocina e endorfina. A ocitocina é liberada na massagem relaxante – feita no peito – ela deve ser nossa massagem inicial para relaxar o animal depois partir para as outras. A ocitocina é o hormônio do aconchego e está relacionada a diminuição do estresse, combate do medo, diminuição da PAS, melhora do sistema digestivo, alivio de dores musculares, diminui ansiedade e irritabilidade, melhora o sino, aumenta a flexibilidade e elasticidade, abaixa o ritmo cardíaco... Além disso a ocitocina e a serotonina juntas atuam no sistema imune aumentando o número de leucócitos.
Tipos de massagem
Para planejar a massagem, deve-se buscar o efeito desejado, pois cada técnica é diferente.
1. Relaxante: Tem efeito relaxante, melhora a circulação sanguínea e alivia a tensão. Feita com a mão, passando de maneira sútil de cranial pra caudal, não tem efeito mecânico. É sempre feita no inicío da sessão para que o animal relaxe. Durante essa massagem é possível avaliar o corpo do animal como um todo procurando por massas, inflamações, inchaço e identificando o tônus muscular.
2. Deslizamento: Pode ser feita de duas maneiras, a superficial e a profunda que envolve mais pressão. Tem efeito de auxiliar o retorno sanguíneo e linfático e a força deve ser sempre realizada na direção dos vasos em questão. Também é conhecida como drenagem linfática, a massagem é feita sempre em direção ao linfonodo com uma força maior que a relaxante, mas não muito profundo. Tem duração de 5 a 10 minutos de maneira que eu passe a mão subindo em direção ao linfonodo palpável mais próximo (poplíteo -> inguinal -> axilar -> cervical -> superficial -> submandibular). Irá massagear o linfonodo por 30 segundos e depois irá seguir para o próximo linfonodo sempre de maneira caudal a cranial.
3. Compressão: Responsável pela retirada de aderência e fibrose. Pode ser feita mais de uma técnica:
· Pregueamento: É uma massagem mais forte, mais profunda, irá levantar a pele e ir apertando.
· Amassamento: Nessa massagem irá atingir os músculos, com as duas mão abertas irá apertar de maneira mais profunda. 
· Fricção: É feita para aquecer em competição, irá balançar a mão de maneira circular fazendo pressão profunda, liberando qualquer aderência.
4. Tapotagem: Feita para tonificação muscular, já que o corpo responde à contração muscular e movimento. Ela é feita com movimento de percussão realizado com as duas mãos de maneira alternada. Amplamente utilizada em Pneumopatias. Conhecida como treme-treme, bastante realizado em crianças.
5. Tigger Point: São nódulos crônicos ativados por estresse, inflamação (pós-trauma, processos cirúrgicos, movimentos repetitivos, postura, peso no mesmo local). Esses pontos/nódulos serão encontrados quando realizar uma pressão profunda com as mãos quando for palpar o animal, na qual podem estar localizados em músculos, tendões, ligamentos, fáscia ou pele. Tem a característica de nódulos pálpaveis com perda de elasticidade na região, além de dor. O tratamento é feito com sua retirada que é baseada na compressão. Dentro do nódulo, tem o fuso neuromuscular, que tem a função de detectar uma extensão inesperada do músculo contraindo e impedindo o movimento. Então quando encontrar o nódulo deve sofrer compressão durante 30 segundos. Como resposta a essa compressão o corpo gera uma forte contração muscular chamada de reflexo miotático, e como medida compensatória evitando a fadiga muscular chamada de reflexo miotático inverso. Isso deve ser feito de 3 a 4 vezes ao dia, isso leva a maior flexibilidade e alívio de tensões musculares. 
6. Acupressão: Fazemos pressão em pontos de acupuntura estimulando o fluxo de energia vital que percorre o corpo.
A massagem é contra- indicada em 
· Animais bravos
· Fraturas não consolidadas
· Queimaduras
· Áreas com feridas
· Infecções agudas
· Áreas com tumor (local não pode)
· Áreas com hiperestasia
· CE
· Tromboembolismo
Eletroterapia 
Tem duas funções principais: analgesia e evita atrofia muscular. Além disso pode ser utilizada para ganhar propriocepção já que aumenta a sensibilidade local. É uma terapia feita através de aparelhos que geram corrente elétrica. São dois tipos de corrente a TENS (estimulação nervosa elétrica transmutada) que é a utilizada para analgesia e a FES utilizada para recrutamento muscular. A terapia é feita alterando a frequência, comprimento de onda e intensidade. 
a) Frequência (Hz): é a quantidade de ondas por segundo. Quanto maior o número de ondas por segundo maior a frequência, quanto menor o número menos a frequência. 
b) Comprimento de onda (ms): é o intervalo entre uma onda e outro, quando nossa frequência é alta nosso comprimento de onda é baixo. 
c) Intensidade: varia de pessoa para pessoa. 
A impedância da pele é a resistência exercida por ela frente a eletricidade, ou seja, quanto a pele é capaz de impedir a passagem da corrente. Órgaos com muita agua são capazes de conduzir muito bem a eletricidade, porém locais com excesso de gordura não, então temos: 
Quanto maior a frequência mais a onda vai entrar na pele, então em locais que a condução não é boa ou em animais gordinhos devemos aumentar bem a frequência e consequentemente diminuir o comprimento da onda.
TENS 
O TENS é capaz de exercer a analgesia através de duas teorias. Existem dois tipos de fibras condutoras, as mielínicas (mecanoceptores) que conduzem as informações rapidamente e as amielinicas (nocireceptores) que transmitem informações de forma mais lenta. As fibras amielinicas são as responsáveis por transmitir impulsos dolorosos, já as fibras mielínicas transmitem os impulsos elétricos. Quando sentimos uma dor a informação é captada pelas fibras amielinicas e atingem o corno dorsal – localizados na medula – e caminha ate o córtex cerebral onde a informação é recebida, esse é um processo lento.
A eletroterapia age por competição, ela chega mais rápido ao corno dorsal e fecha as comportas para a passagem da dor, ou seja, a dor transmitida pelas fibras amielinicas não consegue atingir o córtex cerebral pois o corno dorsal está bloqueado.(Teoria das comportas ou portão da dor) 
Após a retirada do eletro esse bloqueio se mantem por pouco tempo, porém a analgesia é longa já que quando os impulsos gerados pelo eletro chegam no córtex ocorre a liberação de opioides endógenos, como endorfina e encefalina. (Teoria do controle descendente) 
A cada cinco ou dez minutos devemos mudar a intensidade porque as células se acostumam e param de despolarizar. Cada anima tem um limite, quando ele começa a se incomodar muito eu devo diminuir, outra opção é colocar a mão e sentir a corrente, se isso acontecer está muito alto. Não existe tempo máximo para essa terapia, o tempo mínimo para funcionar é de 20 minutos. Os eletrodos devem ser posicionados no local onde está doendo, se tivermos uma área grande ou com lesão podemos colocar na sua área dermatoda respectiva. Para dor crônica usamos frequência baixa e alto comprimento de onda, para dor aguda usamos frequência alta e baixo comprimento de onda. 
Iontoforese: colocar uma medicação em gel no eletrodo e faz o eletro, isso aumenta a penetração da medicação. 
FES 
Evita a atrofia muscular e melhora a propriocepção. Com associação de exercícios podemos utilizar para hipertrofia. A terapia FES é feita em fases, temos um tempo de subida de dois segundos (preparo para concentração), tempo de sustentação de seis a dose segundos (contração propriamente dita), tempo de descida que deve sersempre o mesmo de subida (termina a concentração de forma lenta) e o de pausa (descanso, sem concentração). Existem três tipos de frequência possíveis. A de 10 Hz para aquecimento, de 30 a 40Hz para fibras vermelhas (fibras mais vascularizadas, contração lenta, ligados a resistência) e a de 80 a 100 Hz para fibras brancas (fibras de contração rápida, com menor vascularização, ligadas a velocidade e força). Nesse caso o eletrodo deve ser posicionado no centro do músculo ou na origem e na inserção

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