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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL - EAD

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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O MP pode adotar 3 (três) posturas: a) oferecer a denuncia; b) manifestar-se pelo arquivamento; c) requisitar diligências que entender imprescindíveis.
Portanto, o MP pode manifesta-se pelo arquivamento do inquérito e este arquivamento deve ser entendido como paralisação das investigações.
As hipóteses autorizadoras do arquivamento são aquelas em que haveria a rejeição da denuncia. Como exemplos:
· Atipicidade da conduta;
· Hipóteses evidentes de exclusão da ilicitude da conduta ou da culpabilidade do agente (Salvo inimputabilidade por doença mental);
· Extinção da punibilidade e
· Ausência de um mínimo de provas, suficientes para inaugurar a persecução criminal (justa causa) Súmulas 524, do STF e art. 18 do CPP.
Neste caso, “arquivado o inquérito a requerimento do MP, nova ação penal não poderá ser iniciada sem novas provas”. Provas que autorizem o desarquivamento seria aquela que altera significativamente o contexto dos fatos e procedimentos. Assim a autoridade prossegui procurando novas provas, mesmo depois de arquivado o inquérito.
PROCESSO DE ARQUIVAMENTO – (PROCEDIMENTO ANTIGO)
· Encontra-se consubstanciado no art. 28 do CPP. Cabia ao MP requerer ao juiz o arquivamento do inquérito. Caso ele discordasse das razões para o arquivamento, deveria remeter o inquérito e demais informações ao Procurador-Geral de Justiça, que, se entendesse a necessidade de oferecer denuncia, ofereceria a peça acusatória ou designaria outro integrante do MP e este estaria obrigado a oferecer a denúncia. Caso o Procurador- Geral de justiça, ao receber entendesse pelo arquivamento, o juiz estaria obrigado a atendê-lo, determinando o arquivamento do inquérito e outras peças de informações. A decisão de arquivamento era irrecorrível, salvo nos crimes contra a economia popular e nas contravenções dos art. 58 e 60 do decreto lei nº 6.259/44.
PROCESSO DE ARQUIVAMENTO – (PROCEDIMENTO NOVO)
· Com o advento da lei nº 13.964/2019, em vigor, foi alterada consubstancialmente a disciplina do arquivamento. A nova redação do art. 28, caput do CPP, caso seja “Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.”. Ou seja, o juiz não se manifesta acerca do arquivamento do procedimento investigativo, ficando assim, a questão ao MP.
· Ainda no advento da lei, o §1º, a vitima poderá submeter a revisão, vejamos: “Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.”.
· Dispõe o §2º que nas ações em que o crime for praticado contra a UNIÃO, ESTADOS E MUNICIPIOS, a revisão pode ser provocada pela chefia do órgão.
OBS: Arquivamento implícito: De construção doutrinaria, segundo qual ocorreria arquivamento das investigações quando o MP deixa de incluir corréu ou um fato delituoso na denúncia, e se mantem silente, não se manifestando pelo arquivamento. Não se admite pela jurisprudência, porque o art. 28 do CPP, em sua redação anterior exigia que o MP expusesse as razões para pedir arquivamento e caberia ao juiz devolver os autos ao MP, para que manifestasse de maneira expressa, sob pena de aplicação do artigo e remessa ao Procurador-Geral de Justiça.
· Com o advento da nova lei, a manifestação do MP deve ser submetida a uma instancia de revisão naquele órgão. A não inclusão de fato ou agente na denúncia e o silêncio não implicam em arquivamento do inquérito.

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