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APOSTILA 1º BIMESTRE - DIREITO PENAL I - º PERIODO

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FAAR
DIREITO PENAL
2º PERÍODO
PROF. CAROLINE MODESTO
DIREITO PENAL
1- CONCEITO 
O conceito de Direito Penal pode ser entendido por três aspectos: 
1) Formal ou estático: É o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como
infrações penais, define os agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
2) Sob o aspecto material, o D. Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis
ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso
da sociedade.
3) Já sob o enfoque sociológico ou dinâmico, o Direito Penal é mais um instrumento de controle
social de comportamentos desviados, visando assegurar disciplina para harmônica convivência dos
membros da sociedade.
A tão desejada manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer
DIRETRIZES. PARA QUE HAJA UMA PAZ SOCIAL, EU PRECISO DE REGRAS. E, ter a certeza de que os
membros da sociedade VÃO SEGUIR ESSAS REGRAS, OU SEJAM COMPELIDOS A TANTO. Quando
VIOLADAS as regras de conduta, importantíssima para a paz social, surge para o Estado o dever de aplicar
sanções. CIVIL OU PENALMENTE.
NESSA TAREFA DE CONTROLE SOCIAL NAO ATUA SOMENTE O DIREITO PENAL COMO FICAM
EVIDENTES. ATUAM VARIOS RAMOS DO DIREITO.
É reação mais severa do Estado a comportamentos mais lesivos. É derradeira trincheira, subsidiário.
QUANDO A CONDUTA ATENTA CONTRA BENS JURIDICOS ESPECIALMENTE TUTELADOS, MERECE
REAÇÃO MAIS SEVERA POR PARTE DO ESTADO, VALENDO-SE DO DIREITO PENAL.
Aqui se encaixa o princípio (que veremos adiante) da intervenção mínima: a criminalização de uma
conduta só se legitima se for necessária à proteção de bens jurídicos relevantes. Se outro meio for
suficiente, a criminalização é inadequada.
FAAR
DIREITO PENAL
2º PERÍODO
PROF. CAROLINE MODESTO
IMPORTANTE OBSERVAR O SEGUINTE: O QUE DIFERENCIA A NORMA PENAL DAS DEMAIS É A
ESPÉCIE DE CONSEQUÊNCIA JURÍDICA: 
NO DIREITO PENAL QUAL É A CONSEQUENCIA JURIDICA REGRA: NO CASO A PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE.
Agora não confunda conceito de direito penal com criminologia e politica criminal.
CIÊNCIAS PENAIS
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL
ANALISANDO FATOS HUMANOS
INDESEJADOS, DEFINE QUAIS
DEVEM SER ROTULADOS
COMO CRIME OU
CONTRAVENÇÃO E ANUNCIA
QUAIS AS PENAS E AGENTES.
Ciência empírica, que estuda o
crime, o criminoso, a vítima e o
comportamento da sociedade.
(objetos da criminologia)
Trabalha as estratégias e meios
de controle social da criminalidade
OCUPA-SE DO CRIME COMO
NORMA
OCUPA-SE DO CRIME
ENQUANTO FATO
Ocupa-se do crime enquanto valor
Ex: define como crime lesão
corporal no ambiente doméstico e
familiar
Ex: vai estudar quais fatores
contribuem para a violência
doméstica e familiar
Ex: A política criminal estuda como
diminuir a violência doméstica e
familiar
Observa-se o principal diferencial indicativo dos objetos do Direito Penal, da politica criminal e da
Criminologia: a Criminologia não se preocupa com conteúdo normativo a ser aplicado ao delinquente, mas
estuda o delinquente como ser, assim como a vítima e o controle social. Analisa os fatos praticados e suas
consequências no sentido da busca de entendê-los como fatores formadores do complexo criminal. Não se
atém à imputação da pena e à situação derivada desta imputação. 
A norma merece desenvolvimento cientifico à parte. Aliás, dela (norma penal) se ocupam o Direito Penal e
a Política criminal, em âmbitos diferenciados e estranhos ao mundo dos fatos da criminologia.
MISSÃO DO DIREITO PENAL
MEDIATA: Controle Social e Limitação do Poder de Punir do Estado.
Obs: Se de um lado o Estado Controla o cidadão impondo-lhe limites, de outro lado é necessário também
limitar seu próprio poder de controle, evitando a hipertrofia da punição (abuso).
FAAR
DIREITO PENAL
2º PERÍODO
PROF. CAROLINE MODESTO
O direito penal prevê crimes, penas, mas também prevê limites para o Estado quando vai criar crimes,
quando vai impor pena, buscando evitar abuso.
IMEDIATA: 
a) 1ª CORRENTE: Funcionalismo teleológico (moderado). Principal expoente: Claus Roxin. A função
do Direito Penal é assegurar bens jurídicos indispensáveis à convivência harmônica em sociedade. 
b) 2ª CORRENTE: Funcionalismo sistêmico ou radical. Günter Jakobs. 
A função do D. Penal é assegurar o império da norma, resguardar o sistema. O direito existe e
não pode ser violado. Para Jakobs, aquele que se desvia da norma não se comporta como pessoa,
por isso não pode ser tratado como cidadão . É inimigo. Surge aqui o “Direito Penal d o inimigo”,
aplicando -se a repressão e não o direito ao infiel ao sistema. Na doutrina brasileira prevalece o
entendimento de que o Direito Penal serve para assegurar bens jurídicos. 
4- CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO DIREITO PENAL ou CATEGORIAS DO DIREITO PENAL 
a) Direito Penal substantivo x adjetivo: 
o substantivo é o direito penal material (crime/pena) x o adjetivo é o Direito Processual Penal (antes de
ter status de direito autonomo)
b) Direito Penal objetivo e subjetivo: O primeiro é o conjunto de leis penais vigentes no país; Ex:
Lei de drogas, Codigo Penal, Lei de crimes ambientais, etc.
O subjetivo, “jus puniendi”, refere-se ao direito de punir do Estado. 
 
UM NAO EXISTE SEM O OUTRO. DE NADA ADIANTA EXISTIREM AS REGRAS SE O ESTADO NAO
TIVER O DIREITO DE EXERCE-LAS.
Trabalha com 2 espécies:
(i) Direito Penal subjetivo positivo, que vem a ser capacidade conferida ao Estado de criar e executar normas penais;
(ii) Direito Penal subjetivo negativo, caracterizado pela faculdade do ESTADO JUIZ de derrogar preceitos penais ou restringir o
alcance das figuras delitivas, atividade que cabe preponderantemente ao STF, por meio do controle de constitucionalidade de normas
penais.
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2º PERÍODO
PROF. CAROLINE MODESTO
DIREITO DE PUNIR DO ESTADO QUE NÃO É ABSOLUTO, NÃO É ILIMITADO, NÃO É
INCONDICIONADO. É MONOPOLIO DO ESTADO MAS Encontra limites:
LIMITES DO DIREITO DE PUNIR ESTATAL
(i) quanto ao modo: o direito de punir deve respeito aos direitos e garantias fundamentais observando, por
exemplo, o princípio da humanização das penas, bem com da dignidade da pessoa humana;
COMO BEM EXPLICA CANOTILHO, MESMO NOS CASOS EM QUE O LEGISLADOR SE ENCONTRE
CONSTITUCIONALMENTE AUTORIZADO A EDITAR NORMAS RESTRITIVAS, PERMANECERÁ
VINCULADO À SALVAGUARDA DO NUCLEO ESSENCIAL DOS DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS
DO HOMEM E DO CIDADAO.
(ii) quanto ao espaço: em regra, aplica-se a lei penal aos fatos praticados apenas no território brasileiro,
prova da nossa soberania; - art. 5º do CP
(iii) quanto ao tempo: o direito de punir não é eterno, sendo, em regra, limitado no tempo pelo instituto da
prescrição (causa extintiva da punibilidade prevista no art. 107 do Código Penal).
*A este respeito, PAULO CÉSAR BusATO bem lembra que o Estado não é absolutamente livre para fazer
uso desse poder de castigar através de emprego da le i. Sua tarefa legislativa, e de aplicação da legislação,
encontram-se limitadas por uma série de balizas normativas formadas por postulados, princípios e regras,
tais como a legalidade, a necessidade, a imputação subjetiva, a culpabilidade, a humanidade, a intervenção
mínima, e todos os demais direitos e garantias fundamentais como a dignidade da pessoa humana e a
necessidade de castigo.
COMO EU JÁ DISSE O DIREITO DE PUNIR E MONOPOLIO DO ESTADO; o jus puniendi é de titularidade
exclusiva do Estado, ficando proibida a justiça privada. 
ALIAS, A JUSTIÇA COM AS PROPRIAS MAOS, CONFIGURA CRIME. ART. 345 DO CP (exercício das
próprias mãos).
Regra: é exclusivo do Estado. 
Exceção: caso em que o Estado TOLERA a punição privada PARALELA À PUNIÇÃO ESTATAL. Não é a
legitma defesa.
artigo 57 da Lei6.001/73 (Estatuto do Índio), que dispõe: 
“Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de
sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou
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2º PERÍODO
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infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.” 
Aqui o Estado conferiu a ente não estatal a possibilidade de aplicação da lei penal. 
Obs: O TPI não é exceção à exclusividade do estado. Atua de forma complementar (princípio da
complementaridade) , e só se a justiça repressiva interna for falha, omissa ou insuficiente. 
**O QUE SIGNIFICA CRIMINALIZAÇÃO PRIMARIA? E SECUNDÁRIA
PRIMARIA
Diz respeito ao poder de criar a lei penal, introduzir no ordenamento juridico a tipificação criminal de
determinada conduta.
SECUNDÁRIA
Atrela-se ao poder estatal para aplicar lei penal introduzida no ordenamento.
DANDO SEQUENCIA À CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO PENAL
c) Direito Penal de emergência : O Direito Penal de emergência cria normas repressivas, atendendo
demandas de criminalização. Assume feição punitivista e ignora garantias do cidadão. Atende à opinião
pública para devolver a ilusória sensação de tranquilidade. 
Para muitos da doutrina, a Lei 8072/90 (crimes hediondos) é expressão desse direito. Relembrando aqui o
caso do sequestro do empresario Abilio Diniz (PRESSÃO DA MIDIA). Alias rotulou como crimes hediondos
crimes praticados por pobres contra os ricos.
Ex: estupro coletivo no RJ. Na mesma semana, o Congresso discutindo aumento de pena no estupro
coletivo. Como se isso fosse dar à sociedade à tranquilidade de que isso não iria mais acontecer.
d) Direito Penal promocional (político ou demagogo):
O estado, para concretizar objetivos políticos, emprega leis penais como instrumento. É uso do
Direito Penal como ferramenta de transformação social. Mas o Direito Penal não pode ser instrumento de
transformação social..
(ex: até 2009, mendicância era crime). Ao inves de criar politicas publicas para acabar com a mendicancia,
ele cria o crime.
Esse tipo de direito penal, de emergencia ou promocional, É campo fértil para um Direito Penal
simbólico (falho, ineficaz), pois se afasta das finalidades legítimas da pena, cumprindo função meramente
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representativa. A LEI NASCE SEM QUALQUER EFICACIA SOCIAL. 
A lei da palmada? Se tivesse nascido teria alguma eficacia social? Sociedade iria aceitar essa norma.
Congresso discutiu criminalizar a marcha da maconha. A doutrina majoritaria entende que a marcha da
maconha não faz apologia ao crime, mas simplesmente esta pedindo pra descriminalizar o uso. Ela não
esta pedindo pra você usar a maconha, mas esta pedindo para o Estado rever sua politica punitiva.
6- VELOCIDADES DO DIREITO PENAL (IDEALIZADO POR Jesus-Maria Silva Sanches) 
Trabalha-se com ESTUDO do tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infraçaõ penal mais ou
menos severa com pena mais ou menos severa.
1ª Velocidade: enfatiza infrações mais graves. Pena privativa de liberdade. Exige-se procedimento
mais lento/demorado, cautela, observando todas as garantias penais e processuais.
EX: homicidio. Infraçao punida com privativa de liberdade. Precisa de procedimento mais demorado. O
procedimento do juri é um dos mais extensos. É bifasico. Tem um procedimeto que vai ate a pronuncia e
depois comeca uma nova fase de acusação e julgamento perante o conselho de sentença.
**CPP
2ª Velocidade: flexibiliza direitos e garantias fundamentais, possibilitando punição mais célere.
Consequência: pena alternativa. 
Infrações penais menos graves. Punidas com penas alternativas.
Procedimento dos juizados especiais criminais. **LEI 9099
3ª Velocidade: mescla das duas anteriores. Defende a punição do criminoso com pena privativa de
liberdade e, permite, para determinados crimes permite a flexibilização ou eliminação de direitos e
garantias fundamentais, caminho para rápida solução. 
INFRAÇÕES PENAIS GRAVES. PUNIDAS COM PRISÃO.
PROCEDIMENTO CELERE X FLEXIBILZAÇÃO DE GARANTIAS.
EX: LEI ANTITERRORISMO. 
É esta a condução do Direito Penal do Inimigo. 
FONTES DO DIREITO PENAL (de onde vem e como se revela o direito penal) 
Fonte material : fonte de produção da norma . Corresponde ao lugar de onde ve o DIREITO PENAL. 
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PROF. CAROLINE MODESTO
É A FABRICA.
Órgão encarregado da sua criação.
Regra: União. Art. 22, I, CF.
Exceção: Estado, sobre questões específicas, desde que autorizado por Lei Complementar (art. . Ex: LC
autoriza determinado Estado a legislar sobre crime ambiental, considerando a peculiaridade do lugar.
Fonte formal (de conhecimento ou de cognição): 
- Instrumento de exteriorização, forma como é revelado o Direito Penal.
MEDIATA
Fonte formal imediata: 
I) Lei. UNICO INSTRUMENTO NORMATIVO CAPAZ DE CRIAR CRIME E COMINAR PENA.
O princípio do qual decorre a necessidade de lei como fonte formal imediata não é, simplesmente, o da legalidade, mas o da reserva
legal, muito mais restrito. Pelo princípio da legalidade, são diversas as fontes normativas que podem fundamentar a imposição de
obrigações e a restrição de direitos: lei, decreto, portaria, instrução normativa. Já o princípio da reserva legal pressupõe lei em sentido
estrito, ou seja, nenhuma conduta será tipificada como crime ou contravenção e nenhuma pena será cominada a não ser por meio de
dispositivo cujo conteúdo tenha sido devidamente debatido e votado por cada uma das Casas parlamentares em forma de lei ordinária
(mais comum) ou de lei complementar (não tão usual porque reservada às hipóteses em que a Constituição exige a regulamentação
por esta espécie legislativa).
II) CONSTITUIÇÃO.
À luz da doutrina moderna, inclui-se a constituição entre as fontes imediatas. 
Muito embora a lei detenha a exclusividade no tocante à criação das infrações penais e das respectivas
sanções, não se pode deixar de constatar que a Carta Magna nos revela direito penal, estabelecendo
alguns patamares abaixo dos quais a intervenção penal não se pode reduzir.
A CR traz verdadeiros mandados de criminalização, que vinculam o legislador ordinário, para obriga-
lo a proteger de forma eficiente e suficiente certos temas. 
Ex: crime de racismo.
Além da Constituição, os tratados e convenções internacionais, além da jurisprudência (súmulas
vinculantes), os princípios e os complementos de normas penais em branco.
III) TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Um acordo internacional versando sobre direitos humanos, celebrado por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos,
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deve obrigatoriamente ser seguido, possuindo caráter vinculante ("hard law"), não importando se aprovado
pelo Congresso Nacional com quórum de emenda, caso em que o acordo tem status constitucional (art. 5°,
§3°, CF/88) ou quórum simples, figurando, então, com o status de norma infraconstitucional, porém
supralegal (art. 5°, § 2°, CF/88). Diante desse quadro, os tratados, convenções e regras de direito
internacional sobre direitos humanos devem ser encaradas como fonte formal imediata do Direito Penal. 
Importante esclarecer, no entanto, que os tratados e convenções não são instrumentos hábeis à criação de
crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas para o direito internacional). Assim, antes do
advento das Leis 12.694/12 e 12.850113 (que definiram, sucessivamente, organização criminosa), o STF
manifestou-se pela inadmissibilidade da utilização do conceito de organização criminosa dadopela
Convenção de Palermo, trancando a ação penal que deu origem à impetração, em face da atipicidade da
conduta (HC n° 96007l).
IV) JURISPRUDENCIA. adquiriu novos contornos e importância no cenário jurídico- penal, passando a ser
fonte imediata reveladora de direito. É o que ocorre de forma evidente com as súmulas vinculantes36, a
exemplo do verbete de n° 24, que disciplina a atipicidade de crime contra a ordem tributária quando
pendente o lançamento definitivo do tributo.
 De outro lado, as decisões jurisprudenciais, ainda que não vinculantes, configuram também fonte formal
imediata, a exemplo do que ocorre com o crime continuado (art. 71, CP), cujos contornos atuais dados pelos
tribunais limitam a continuidade no tempo3 (trinta dias entre as infrações) e no espaço38 (mesma comarca
ou comarcas vizinhas).
V) PRINCIPIOS. que muitas vezes conduzem à absolvição ou redução de pena, constituem também fonte
imediata. Note-se, por exemplo, o efeito que a aplicação do princípio da insignificância tem, na condição de
excludente da tipicidade material (vide tópico sobre princípios, abaixo).
VI) Por fim, os complementos (ATOS ADMINISTRATIVOS) no caso da norma penal em branco seguem a
lei e, portanto, são incriminadores, de modo que se incluem também neste rol de fontes imediatas do Direito
Penal. Ex: 
FONTE FORMAL MEDIATA
Dentro desta moderna perspectiva das fontes do Direito Penal, figura como fonte mediata apenas a doutrina.
FONTE INFORMAL DO DIREITO PENAL
COSTUMES: fonte INFORMAL do Direito Penal. 
Não cria infração penal. 
Discute -se, contudo, a possibilidade de revoga-la. Sobre o tema, há três correntes:
1ª: Admite o Costume abolicionista – ausência de reprovação social de determinada conduta. Ex: jogo
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do bicho não deve ser punido. 
2ª: inadmissível o costume abolicionista. No entanto, se não há mais reprovação social, o juiz pode deixar
de aplicar a lei. 
3ª corrente: só a lei pode revogar outra. STF e STJ no mesmo sentido. Art. 2º LINDB. Para essa
corrente, o costume tem importante finalidade interpretativa. 
Qual, então, a finalidade do costume no ordenamento jurídico-penal?
Apesar de não possuir o condão de criar ou revogar crimes e sanções, o costume é importantíssimo vetor de interpretação das normas
penais. Em outras palavras, é possível o uso do costume segundo a lei (secundum legem),, atuando dentro dos limites do tipo penal.
Esse costume interpretativo possibilita a.adequação do tipo às exigências éticas coletivas, v.g., como ocorre na definição do que seja
repouso noturno, expressão constante do artigo 155, §1°, do Código Penal43 • Neste caso, é evidente a importância do costume, já que,
em grandes centros urbanos, o período de descanso será diverso daquele observado em pequenas comunidades do interior.
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
CARACTERÍSTICAS:
1- Exclusividade – só a lei penal define infrações; somente ela (lei) define infrações (crimes e contravenções) e comina
sanções penais (penas e medidas de segurança);
2- Imperatividade: a imposição da lei penal independe de vontade; É IMPOSTA A TODOS.
3- Generalidade: TODOS DEVEM ACATAMENTO À LEI PENAL, MESMO OS INIMPUTAVEIS, PASSIVEIS
DE MEDIDA DE SEGURANÇA.
4- Impessoalidade: dirige-se abstratamente a fatos (FUTUROS), e não a pessoas. 
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
(A) Lei penal incriminadora: define as infrações penais e cominam as sanções que lhes são inerentes.
Em sua estrutura, a lei incriminadora é dotada de um preceito primário (onde está contida a definição da
conduta criminosa) e de um preceito secundário (que prevê a sanção penal aplicável).
(B) Lei penal não incriminadora: também denominada lei penal em sentido amplo, não tem a finalidade
criar condutas puníveis nem de cominar sanções a elas relativas, subdividindo-se em: (i) permissiva
(justificante ou exculpante); (ii) explicativa ou interpretativa; (iii) complementar e (iv) leis de extensão ou
integrativas.
Vejamos cada uma.
Será permissiva justificante a lei penal não incriminadora que torna lícita determinadas condutas que,
normalmente, estariam sujeitas à reprimenda estatal, como ocorre, por exemplo, com a legítima defesa (art.
25, CP). 
A norma permissiva exculpante, por sua vez, se verifica quando elimina a culpabilidade, como é o caso da
embriaguez acidental completa (art. 28, § 1°, CP).
A lei penal não incriminadora explicativa ou interpretativa se destina a esclarecer o conteúdo da norma,
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como o artigo 327 do Código Penal, que trata do conceito de funcionário público para fins penais.
Será complementar a lei penal não incriminadora que tem a função de delimitar a aplicação das leis
incriminadoras, como ocorre com o artigo 5° do Código Penal, que dispõe sobre a aplicação da lei penal no
território brasileiro;
Por fim, a lei penal de extensão ou integrativa é aquela utilizada para viabilizar a tipicidade de alguns
faros, como fazem os artigos 14, II e o artigo 29 do Código Penal a tentativa e a participação (em sentido
estrito) seriam condutas atípicas não fossem tais normas.
AULA 3
DANDO SEQUENCIA À CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO PENAL
c) Direito Penal de emergência : O Direito Penal de emergência cria normas repressivas, atendendo
demandas de criminalização. Assume feição punitivista e ignora garantias do cidadão. Atende à opinião
pública para devolver a ilusória sensação de tranquilidade. No direito penal de emergência a
sociedade clama pela criminalização de uma determinada conduta. Assim, o Estado no int uito de gerar
um sentimento de tranquilidade para os cidadãos, respondendo ao seu clamor, tipifica crimes, ignorando,
muita vezes, as garantias do cidadão. Foi o que aconteceu com o advento da Lei de Crimes Hediondos.
Para muitos da doutrina, a Lei 8072/90 (crimes hediondos) é expressão desse direito. Relembrando aqui o
caso do sequestro do empresario Abilio Diniz (PRESSÃO DA MIDIA). Alias rotulou como crimes hediondos
crimes praticados por pobres contra os ricos.
Ex: estupro coletivo no RJ. Na mesma semana, o Congresso discutindo aumento de pena no estupro
coletivo. Como se isso fosse dar à sociedade à tranquilidade de que isso não iria mais acontecer.
d) Direito Penal promocional (político ou demagogo):
O estado, para concretizar objetivos políticos, emprega leis penais como instrumento desconsiderando
o princípio da intervenção mínima.. É uso do Direito Penal como ferramenta de transformação social.
Mas o Direito Penal não pode ser instrumento de transformação social..
(ex: até 2009, mendicância era crime). Ao inves de criar politicas publicas para acabar com a mendicancia,
ele cria o crime.
Direito Penal simbólico (falho, ineficaz), a lei nasce sem qualquer eficácia jurídica ou social. Ex.: lei
penal proibindo que os pais deem palmadas nos seus filhos. (Lei menino Bernardo). pois se afasta das
finalidades legítimas da pena, cumprindo função meramente representativa. A LEI NASCE SEM
QUALQUER EFICACIA SOCIAL. 
A lei da palmada? Se tivesse nascido teria alguma eficacia social? Sociedade iria aceitar essa norma.
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DIREITO PENAL
2º PERÍODO
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Congresso discutiu criminalizar a marcha da maconha. A doutrina majoritaria entende que a marcha da
maconha não faz apologia ao crime, mas simplesmente esta pedindo pra descriminalizar o uso. Ela não
esta pedindo pra você usar a maconha, mas esta pedindo para o Estado rever sua politica punitiva.
6- VELOCIDADES DO DIREITO PENAL (IDEALIZADO POR Jesus-Maria Silva Sanches) 
Trabalha-se com ESTUDO do tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infraçaõ penal mais ou
menos severa com pena mais ou menos severa.
1ª Velocidade: enfatiza infrações mais graves. Pena privativa de liberdade. Exige-se procedimentomais lento/demorado, cautela, observando todas as garantias penais e processuais.
EX: homicidio. Infraçao punida com privativa de liberdade. Precisa de procedimento mais demorado. O
procedimento do juri é um dos mais extensos. É bifasico. Tem um procedimento que vai ate a pronúncia e
depois começa uma nova fase de acusação e julgamento perante o conselho de sentença.
**CPP
2ª Velocidade: flexibiliza direitos e garantias fundamentais, possibilitando punição mais célere.
Consequência: pena alternativa. 
Infrações penais menos graves. Punidas com penas alternativas.
Procedimento dos juizados especiais criminais. **LEI 9099
3ª Velocidade: mescla das duas anteriores. 
Defende a punição do criminoso com pena privativa de liberdade (1ª VELOCIDADE) e, permite, para
determinados crimes permite a flexibilização ou eliminação de direitos e garantias constitucionais
fundamentais, caminho para rápida solução. (2ª velocidade).
INFRAÇÕES PENAIS GRAVES. PUNIDAS COM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
PROCEDIMENTO CELERE X FLEXIBILZAÇÃO DE GARANTIAS.
EX: LEI ANTITERRORISMO. (lei 13260/2016)
É esta a condição do Direito Penal do Inimigo. 
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Hoje temos doutrina anunciando a 4º velocidade do Direito Penal, ligada ao Direito Penal Internacional,
mirando suas normas proibitivas contra aqueles que exercem (ou exerceram) chefia de Estados e, nessa
condição, violam (ou violaram) de forma grave tratados internacionais de tutela de direitos humanos.
Para tanto, foi criado, pelo Estatuto de Roma, o Tribunal Penal Internacional. Trata-se da primeira instituição
global permanente de justiça penal internacional, com competência para processar e julgar crimes que
violam as obrigações essenciais para a manutenção da paz e da segurança da sociedade internacional em
seu conjunto.
FONTES DO DIREITO PENAL (de onde vem e como se revela o direito penal) 
Fonte é o lugar de onde vem e como se exterioriza o Direito Penal.
FONTE MATERIAL : fonte de produção da norma. Órgão encarregado de criar o direito penal. Corresponde
ao lugar de onde vem o DIREITO PENAL. 
É A FABRICA.
Órgão encarregado da sua criação.
Regra: União. Art. 22, I, CF.
Exceção: Estado, sobre questões específicas, desde que autorizado por Lei Complementar (art. . Ex: LC
autoriza determinado Estado a legislar sobre crime ambiental, considerando a peculiaridade do lugar.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal ,
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. 
IMPORTANTE! Inobstante a competência para legislar sobre direito penal seja da União, conforme
proclama o art. 22, I, da CF, a Lei complementar pode autorizar o Estado a legislar sobre matéria específica
de direito penal. 
Art. 22, parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
E quais são os requisitos para essa regulamentação? Conforme o art. 22, parágrafo único da Const ituição:
a) Deve se tratar de matéria especifica daquele Estado; b) É necessário ainda autorização da União por
meio de Lei Complementar.
FONTE FORMAL (de conhecimento ou de cognição): 
- Instrumento de exteriorização, forma como é revelado o Direito Penal.
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IMEDIATA
Fonte formal imediata: 
I) Lei. UNICO INSTRUMENTO NORMATIVO CAPAZ DE CRIAR CRIME E COMINAR PENA.
O princípio do qual decorre a necessidade de lei como fonte formal imediata não é, simplesmente, o da legalidade, mas o da reserva
legal, muito mais restrito. Pelo princípio da legalidade, são diversas as fontes normativas que podem fundamentar a imposição de
obrigações e a restrição de direitos: lei, decreto, portaria, instrução normativa. Já o princípio da reserva legal pressupõe lei em sentido
estrito, ou seja, nenhuma conduta será tipificada como crime ou contravenção e nenhuma pena será cominada a não ser por meio de
dispositivo cujo conteúdo tenha sido devidamente debatido e votado por cada uma das Casas parlamentares em forma de lei ordinária
(mais comum) ou de lei complementar (não tão usual porque reservada às hipóteses em que a Constituição exige a regulamentação
por esta espécie legislativa).
II) CONSTITUIÇÃO.
À luz da doutrina moderna, inclui-se a constituição entre as fontes imediatas. 
Muito embora a lei detenha a exclusividade no tocante à criação das infrações penais e das respectivas
sanções, não se pode deixar de constatar que a Carta Magna nos revela direito penal, estabelecendo
alguns patamares abaixo dos quais a intervenção penal não se pode reduzir.
A CR traz verdadeiros mandados de criminalização, que vinculam o legislador ordinário, para
obrigá-lo a proteger de forma eficiente e suficiente certos temas. 
Ex: crime de racismo.
Questiona-se: se a CF é superior à lei, porque ela n ão pode criar infrações penais ou cominar sanções?
(Tema cobrado na Fase Oral do Concurso MPSP )
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Resposta: Em razão de seu processo moroso e rígido de alteração. Embora a Constituição não possa criar
crime e cominar pena, ela determina postulados de incriminalização, denominados de mandados de
criminalização. 
“Muito embora não possa criar infrações penais ou cominar sanções, a C .F nos revela o Direito
Penal estabelecendo patamares mínimos (mandado constitucional de criminalização) abaixo dos
quais a intervenção penal não se pode reduzir)”. 
Exemplo1: Art. 5º, X LII, CF – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, s
ujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. 
Refere-se aos patamares mínimos, que o legislador deve observar no momento que for tipificar a conduta. 
Exemplo2: Art. 5º. X LIV - Constitui-se crime inafiançável e imprescritível (patamares mínimos) a ação
de grupos armados, civis ou militares, contra ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Questiona-se: Existem mandados constitucionais de criminalização implícitos? (Tema cobrado no Concurso
MP/GO). 
De acordo com a doutrina majoritária existem mandados de criminalização implícitos, com a finalidade
de evitar proteção deficiente do Estado. Exemplo: o legislador não poderia retirar o crime de homicídio
do ordenamento jurídico, porque a CF de 88 garante o direito a vida. Assim, o direito a vida
configura como mandado constitucional de criminalização implícito, razão pela qual não se pode abolir o
delito de homicídio.
Com base nesse mandado implícito, ou seja, direito a vida, questiona-se a legalização do aborto,
já que o direito a vida abrange o direito a vida intrauterina e extrauterina. 
#Mandados de criminalização ou mandados constitucionais de criminalização.
São ordens emitidas pela CF ao legislador ordinário, no sentido da criminalização de determinados
comportamentos. O legislador estaria obrigado. Não há discricionariedade. Eles podem ser expressos (a
ordem está explícita no texto constitucional. Ex: art. 225, § 3º - As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas física s ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados e art. 5º, XLII a prática
do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei) ou
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tácitos (a ordem é retirada da harmonia, do espírito de todo o texto da CF. Ex.: combate à corrupção
no poder público. Foi falado pelo STF no caso do mensalão). 
III) TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
TRATADOS INTERNACIONAISDE DIREITOS HUMANOS Os tratados internacionais de direitos
humanos constitui-se em fonte formal imediata e podem ingressar no nosso ordenamento jurídico com
dois status.
 Status de norma constitucional, se aprovados com quórum de emenda (3/5, 2 casas, 2 turnos), ou
com status infraconstitucional mas supralegal quando aprovados com quórum com um. 
ATENÇÃO: respeitável corrente doutrinária se posiciona no sentido de que os tratados, versando
sobre direitos humanos (e somente eles), uma vez subscritos p elo B rasil, se i ncorporam
automaticamente e possuem (sempre) caráter constitucional, a teor do disposto nos §§1º e §§2º, do art.
5º, da CF (Flávia Piovesan).
Importante esclarecer, no entanto, que os tratados e convenções não são instrumentos hábeis à criação de
crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas para o direito internacional). Assim, antes do
advento das Leis 12.694/12 e 12.850113 (que definiram, sucessivamente, organização criminosa), o STF
manifestou-se pela inadmissibilidade da utilização do conceito de organização criminosa dado pela
Convenção de Palermo, trancando a ação penal que deu origem à impetração, em face da atipicidade da
conduta (HC n° 96007l).
IV) JURISPRUDENCIA. adquiriu novos contornos e importância no cenário jurídico- penal, passando a ser
fonte imediata reveladora de direito. É o que ocorre de forma evidente com as súmulas vinculantes, a
exemplo do verbete de n° 24, que disciplina a atipicidade de crime contra a ordem tributária quando
pendente o lançamento definitivo do tributo.
 De outro lado, as decisões jurisprudenciais, ainda que não vinculantes, configuram também fonte formal
imediata, a exemplo do que ocorre com o crime continuado (art. 71, CP), cujos contornos atuais dados pelos
tribunais limitam a continuidade no tempo3 (trinta dias entre as infrações) e no espaço38 (mesma comarca
ou comarcas vizinhas).
V) PRINCIPIOS. Não raras vezes os Tribunais absolvem ou reduz em penas com fundamento em
princípio, é o caso do princípio da insignificância (afasta a tipicidade material). que muitas vezes
conduzem à absolvição ou redução de pena, constituem também fonte imediata. Note-se, por exemplo, o
efeito que a aplicação do princípio da insignificância tem, na condição de excludente da tipicidade material.
VI) Por fim, os complementos (ATOS ADMINISTRATIVOS) no caso da norma penal em branco seguem a
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lei e, portanto, são incriminadores, de modo que se incluem também neste rol de fontes imediatas do Direito
Penal. Ex: Portaria nº 344/98 que define d rogas, elemento essencial para caracterização dos crimes
tipificados ao teor da Lei nº 11.343/2006.
FONTE FORMAL MEDIATA
Dentro desta moderna perspectiva das fontes do Direito Penal, figura como fonte mediata apenas a doutrina.
Para doutrina moderna os costumes são fontes informais do direito penal. 
COSTUMES: fonte INFORMAL do Direito Penal. 
Não cria infração penal. 
Discute -se, contudo, a possibilidade de revoga-la. Sobre o tema, há três correntes:
1ª: Admite o Costume abolicionista – ausência de reprovação social de determinada conduta. Ex: jogo
do bicho não deve ser punido. 
2ª: inadmissível o costume abolicionista. No entanto, se não há mais reprovação social, o juiz pode deixar
de aplicar a lei. 
3ª corrente: só a lei pode revogar outra. STF e STJ no mesmo sentido. Art. 2º LINDB. Para essa
corrente, o costume tem importante finalidade interpretativa. 
Qual, então, a finalidade do costume no ordenamento jurídico-penal?
Apesar de não possuir o condão de criar ou revogar crimes e sanções, o costume é importantíssimo vetor
de interpretação das normas penais. Em outras palavras, é possível o uso do costume segundo a lei
(secundum legem),, atuando dentro dos limites do tipo penal. Esse costume interpretativo possibilita
a.adequação do tipo às exigências éticas coletivas, v.g., como ocorre na definição do que seja repouso
noturno, expressão constante do artigo 155, §1°, do Código Penal43 • Neste caso, é evidente a importância
do costume, já que, em grandes centros urbanos, o período de descanso será diverso daquele observado
em pequenas comunidades do interior.
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
CARACTERÍSTICAS:
1- Exclusividade – só a lei penal define infrações; somente ela (lei) define infrações (crimes e contravenções) e comina
sanções penais (penas e medidas de segurança);
2- Imperatividade: a imposição da lei penal independe de vontade; É IMPOSTA A TODOS.
3- Generalidade: TODOS DEVEM ACATAMENTO À LEI PENAL, MESMO OS INIMPUTAVEIS, PASSIVEIS
DE MEDIDA DE SEGURANÇA.
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4- Impessoalidade: dirige-se abstratamente a fatos (FUTUROS), e não a pessoas. 
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
(A) Lei penal incriminadora: define as infrações penais e cominam as sanções que lhes são inerentes.
Em sua estrutura, a lei incriminadora é dotada de um preceito primário (onde está contida a definição da
conduta criminosa) e de um preceito secundário (que prevê a sanção penal aplicável).
(B) Lei penal não incriminadora: também denominada lei penal em sentido amplo, não tem a finalidade
criar condutas puníveis nem de cominar sanções a elas relativas, subdividindo-se em: (i) permissiva
(justificante ou exculpante); (ii) explicativa ou interpretativa; (iii) complementar e (iv) leis de extensão ou
integrativas.
Vejamos cada uma.
Será permissiva justificante a lei penal não incriminadora que torna lícita determinadas condutas que,
normalmente, estariam sujeitas à reprimenda estatal, como ocorre, por exemplo, com a legítima defesa (art.
25, CP). 
A norma permissiva exculpante, por sua vez, se verifica quando elimina a culpabilidade, como é o caso da
embriaguez acidental completa (art. 28, § 1°, CP).
A lei penal não incriminadora explicativa ou interpretativa se destina a esclarecer o conteúdo da norma,
como o artigo 327 do Código Penal, que trata do conceito de funcionário público para fins penais.
Será complementar a lei penal não incriminadora que tem a função de delimitar a aplicação das leis
incriminadoras, como ocorre com o artigo 5° do Código Penal, que dispõe sobre a aplicação da lei penal no
território brasileiro;
Por fim, a lei penal de extensão ou integrativa é aquela utilizada para viabilizar a tipicidade de alguns
faros, como fazem os artigos 14, II e o artigo 29 do Código Penal a tentativa e a participação (em sentido
estrito) seriam condutas atípicas não fossem tais normas.
Ex: artigos 14,II e 29 do CP: Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Art. 29 - Quem , de qualquer modo, concorre
para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
 
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INTERPRETAÇÃO DO DIREITO PENAL 
Até as leis de maior clareza dependem de interpretação. 
Formas: 
1) Quanto ao sujeito, a interpretação é autêntica (se fornecida pela própria lei); doutrinária ou
científica; ou jurisprudencial. 
2) Quanto ao modo: 2.1: gramatical, filosófica ou literal – analisa o sentido estrito, exato do texto.
2.2: teleológica: apura as finalidades da lei;
2.3: histórica: estuda as origens da lei, os fundamentos de sua criação;
2.4: sistemática. Faz-se uma interpretação conjunta, avaliando todo o sistema normativo; 
2.5: progressiva: busca o significado conforme o progresso da ciência; 
2.6: lógica – baseia-se na razão, utilizando métodos dedutivos. 
3) Quanto ao resultado: 3.1: declarativa – a letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador
quis dizer, nada suprimindo,nem adicionando;
3.2: restritiva: reduz o alcance das palavras para que corresponda à vontade da lei; 
3.3: extensiva: amplia-se o alcance das palavras para alcançar o real sentido da norma. 
4) Interpretação sui generis:
4.1: exofórica – o significado da norma não está no ordenamento normativo. 
Ex: a palavra “tipo” tem significado na doutrina. 
4.2 – endofórica: o significado está no próprio ordenamento.
5) Interpretação conforme: marcada pelo confronto entre a lei e a constituição.
6) Interpretação analógica ou intra legem: o legislador fornece uma fórmula casuística . Ex: “mediante
paga ou promessa” e, em seguida, apresenta uma fórmula genérica “ou por outro m otivo torpe ”).
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Primeiro o legislador dá exemplos, depois encerra de forma genérica. É espécie de interpretação
extensiva. É diferente de analogia , que é regra de integração. Decorre de lacuna, vazio normativo.
Em Direito Penal só se permite em “bonam partem” e se houver efetiva lacuna legal a ser
preenchida. Analogia legis: usa-se outra disposição normativa para integrar Analogia iuris: emprego de
um princípio geral para regular caso semelhante.
TEORIA GERAL DA NORMA PENAL 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO PENAL 
1) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
A Constituição Federal de 88 inclui em seu texto uma série de princípios especificamente penais, dentre os
quais, segundo Luiz Luisi, in „Os princípios constitucionais penais‟, se destaca: legalidade, culpabilidade,
intervenção mínima, humanidade, pessoalidade e individualização da pena. 
1.1 Princípio da dignidade da pessoa humana (artigo 1º) – por este princípio reconhece-se o ser humano
como fonte de imputação de todos os valores, o direito está a serviço da humanidade. Quanto ao crime
pode se dizer que não se incrimina condutas socialmente inofensivas e, quanto à pena há vedação de
tratamento degradante, cruel ou de caráter vexatório. O princípio da dignidade humana possui abrangência
extensa, cuja aplicação deve ser invocada todas as vezes que houver desrespeito ao ser humano, não só
no âmbito penal.
1.2. Legalidade (art. 5º, XXXIX, CF e 1º, CP) - Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege - este princípio 
tem sua origem no iluminismo, para o qual o Estado é um mero garantidor dos direitos do homem, neste 
sentido, além de limitar o poder punitivo do Estado também dá ao direito penal uma função garantista. 
Dispõe o art. 1º, CP “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal”. Denota-se que este princípio é gênero que compreende nele 2 espécies:
a) reserva legal – observando parte no enunciado do art. 1º, CP verifica que se reserva para o
estrito campo da lei a existência do crime e sua correspondente pena (não há crime sem lei 
que o defina, nem pena sem cominação legal). 
b) anterioridade da lei penal – ainda no mesmo artigo prescreve-se que a lei esteja em vigor 
no momento da prática da infração penal (lei anterior e prévia cominação). 
1.3. Culpabilidade (art. 5º, XVII, XLVI) – Nulla poena sine culpa – ao dar relevância constitucional ao
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princípio da culpabilidade o ordenamento jurídico teve como um de seus fundamentos a dignidade da
pessoa humana, inserindo o homem como o centro do direito penal, visto como um ser livre, ou seja, capaz
de se autodeterminar. A pena será aplicada àquele que agiu com culpa no sentido amplo – que agiu com
livre arbítrio.
1.4. Princípio da Intervenção mínima – Deste princípio se extrai que a restrição ou privação dos direitos
somente se legitima se estritamente necessária à sanção penal. O direito penal deve ser a ratio estrema,
um remédio último, cuja presença só se legitima quando os demais ramos do direito se revelarem incapazes
de dar a devida tutela a bens de relevância para a própria existência do homem e da sociedade.
1.5. Princípio da adequação social – devem ser consideradas típicas as condutas que a sociedade não
aceita. O Estado não deve tipificar condutas que a sociedade aceita, por se revestir de inegável abuso de
poder por parte do legislador. Exemplo: dar esmolas. 
1.6 Princípio da humanidade – (art. 5º, XLVII, XLIX, XLX CF), consiste no reconhecimento do condenado
como pessoa humana. A lei deve conferir aos agentes criminosos tratamento humanitário. Este princípio
também tem origem no iluminismo. Dispõe o inciso XLVII que não haverá pena de morte, salvo em caso de
guerra, caráter perpétuo, trabalhos forçados, banimento e cruéis.
1.7. Pessoalidade da pena (art. 5º, XLV, CF) – a pena pode atingir apenas a pessoa do sentenciado. Por
princípio da individualização da pena (5º, XLVI) deve entender o processo para retribuir o mal concreto do
crime, com o mal concreto da pena, na concreta personalidade do criminoso.
1.8. Princípio da insignificância ou bagatela – O direito penal existe para punir condutas desviantes que
venham a lesar bens jurídicos de elevada importância, por esta razão, são consideradas materialmente
atípicas as condutas causadoras de danos ou perigos ínfimos. Haverá a aplicação do princípio da
insignificância, segundo do STF quando estiverem presentes quatro vetores, a saber: mínima ofensividade
da conduta, ausência de periculosidade social, reduzido grau de reprovabilidade e inexpressividade da
lesão jurídica, ex.: falsificação de uma nota de dois reais. Há uma corrente doutrinária e jurisprudencial
defendente o princípio da bagatela imprópria, neste caso haverá exclusão de pena e não de crime, a
exemplo, não punir o cônjuge que agrediu seu companheiro quando estava bêbado, se provado que ele já
não mais bebe.
1.9. Princípio do fato – Não se pune por apenas por pensar em fazer algo, é necessário que o pensamente
se exteriorize por uma ação ou omissão indevida.
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1.10. Princípio da alteridade ou transcedentalidade – o direito penal ocupa-se em punir condutas que
causem perigo ou lesionem bens jurídicos alheios, daí porque, por exemplo, não se pune o suicida.
1.11. Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos – O direito penal ocupa-se em punir causadores
de condutas que atentem contra bens constitucionalmente protegidos, a exemplo, vida, patrimônio, honra.
Não se atos que atentem, por exemplo, contra a ideologia, a moral. A noção de bens jurídicos pressupõe
relevância para a sociedade. É ente material imaterial reputado como essencial para a co existência
e, por isso, jurídico-penalmente protegido. Partindo dessas premissas não poderia o Estado
(legislador) utilizar o Direito Penal para, por exemplo, criminalizar o exercício de religião, já que a
Constituição assegura o direito de crença. 
1.12. Princípio da intervenção mínima : O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente
necessário ( ultima ratio). Sua intervenção f ica condicionada ao fracasso dos demais ramos (caráter
subsidiário) observando somente casos de relevante lesão/Perigo ao bem tutelado (fragmentariedade).
A criminalização de uma conduta só se legitima se for meio necessário para a proteção de
determinado bem jurídico. Se outras formas revelarem -se suficientes para a tutela do bem sua
criminalização é inadequada.
1.13. Princípio da ofensividade ou lesividade – Para que a conduta seja classificada como típica deverá
haver dano ao bem jurídico tutelado ou, no mínimo, um perigo-risco comprovado de que o dano quase
ocorreu. Ex.: no crime de homicídio há dano. Uma mãe que abandona o recém-nascido num lote baldio age
com perigo de dano para a vida do bebê. 
A embriaguez ao volante somente seria crime, segundo este princípio, se o motorista, por exemplo, ficasse
em zigue-zague, dirigindo na contramão. Não deveriaser crime, embora ingerido bebida alcoólica, o
motorista vem a dirigir bem, pois que o perigo não seria concreto e sim abstrato. Para parte da doutrina, não
há crime nas condutas que ensejam perigo abstrato. Esta tese é discutível. 
1.14. Princípio no bis in idem – Não se admite dupla condenação por fato único, cita a exemplo, o
brasileiro que comete crime fora do Brasil. Após cumprir a pena no país estrangeiro estará sujeito a cumprir
a pena imposta também no Brasil pelo mesmo crime, porém, abate no Brasil a pena já cumprida no
estrangeiro. Outro exemplo, o ex-goleiro Bruno está preso provisoriamente, quando for condenado, terá
direito a descontar o tempo que esteve preso provisoriamente.
1.15. Princípio da proporcionalidade – No aspecto penal, a pena deve ser proporcional à infração. Trata-
se de estabelecer o equilíbrio entre o que a norma procura alcançar e o meio dos quais ela se vale.
Ocorrendo a desproporção deve-se valer do princípio da razoabilidade para buscar o equilíbrio. A
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individualização da pena traz um bom exemplo do princípio da proporcionalidade, assim é que cada
criminoso receberá sua pena individualmente, ainda que todos tenham concorrido para a prática do mesmo
crime (lembre-se do caso do ex-goleiro Bruno e seus amigos).

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