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Monografia de Ana Paula e Ester quase pronta

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RESUMO
O tema a ser abordado é de extrema importância no mundo do trabalho, nos dias atuais com toda uma tecnologia os acidentes de trabalho são constantes, causando traumas irreversíveis ao trabalhador.
A nossa área de estudo é a saúde, a situação se agrava ainda mais, quando o trabalhador de saúde além de não ter um EPI (Equipamento de Proteção Individual)100% eficaz se encontra em contato direto e permanente com agentes biológicos e químicos.
Os profissionais da área da saúde viver sob-risco de exposição o material biológico em seu ambiente de trabalho e uma das mais temidas conseqüências é a transmissão de doenças infecciosas. A principal forma de se evitar os acidentes profissionais é precaver-se durante o contato com o paciente.
Neste estudo descritivo, pretende-se avaliar os acidentes profissionais com material biológico ocorrido entre funcionários em um hospital particular no município de Campos dos Goytacazes, durante o período 2008 à 2011.
PALAVRAS CHAVE: Infectologia, Acidente de trabalho com material biológico, Profissional da área de saúde.
ABSTRACT
The issue to be addressed is of extreme importance in the world of work today with all the technology workplace accidents are constant, causing irreversible injuries to the worker.
Our study area is health, the situation is further aggravated when the health worker besides not having a PPE (Personal Protective Equipment) is 100% effective in direct and permanent contact with biological and chemical agents.
The health professionals are under-exposure risk of the biological material itheir work environment and one of the most feared consequences is the transmission of infectious diseases. The main way to prevent accidents at work is to take precautions during contact with the patient.
This descriptive study aims to assess the occupational accidents with biological material occurring among employees in a private hospital in the city of Campos dos Goytacazes during the period 2008 to 2011 
KEYWORDS: Infectious Diseases, Accidents at work with biological materials, health care professionals. 
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti-HBc: anticorpo anti-HBc
Anti-HBs: anticorpo anti-HBs
Anti-HCV: anticorpo anti-HCV
Anti-HIV: anticorpo anti-HIV
C.C.: Centro Cirúrgico
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CME: Central de Materiais para Esterilização
CMF: Clínica Médica Feminina
CMM: Clínica Médica Masculina
C.O.: Centro Obstétrico
HBe Ag : antígeno solúvel do vírus da hepatite B
HBs Ag: antígeno de superfície do vírus da hepatite B
HBV: vírus da hepatite B
HCV: vírus da hepatite C
HIV: vírus da imunodeficiência humana
km: quilômetro
PAS: profissionais da área da saúde
PS: Pronto Socorro
RJ: Rio de Janeiro
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
1 INTRODUÇÃO
 A grande maioria dos profissionais da área de saúde está submetida a diversas situações de risco com material biológico. Os trabalhadores podem acidenta-se contraindo doenças infecto contagiosa
 Dentre as doenças de importância significativas vistas as probabilidades que relativamente geram em se tratando de cronificação, podem citar como as mais importantes à hepatite B, a hepatite C e o HIV. (Monteiro,ruiz,1999)
 Quando um indivíduo se contamina com alguma dessas doenças e que por ventura venham a desenvolvê-las, podem enfrentar duas fases: a fase aguda (quando os sintomas estão se desenvolvendo radicalmente) já fase de cronificação (o individuo tem a doença, mas controla através de medicamento), sendo que a última fase nem sempre ocorre, principalmente na hepatite C, B e HIV.
 No entanto, além da possibilidade de desenvolverem problemas e desfechos desfavoráveis na fase aguda como o óbito, quando cornificadas essas doenças irão gerar enorme morbidade aos indivíduos infectados, interferindo diretamente no seu estado de saúde física e psicológica e até mesmo na expectativa de vida.
 Nos profissionais da área da saúde que estão expostos diariamente e com
frequência a materiais biológicos como os materiais perfuro cortantes dos mais
diversos, bem como secreções entre outras, o risco acidental de contaminação é uma constante. Assim sendo, o preparo desses profissionais deve ser estimulado para que se evitem possíveis acidentes, através de técnicas de proteção individual, treinamento, manuseio correto, armazenagem adequada e destino específico a esses materiais para que a população em geral também não fique exposta a tal risco.
 No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza que toda a unidade hospitalar possua uma comissão de controle de infecção hospitalar, encarregada de oferecer treinamento, proteção e assistência aos profissionais de saúde.
 Tanto na prevenção quanto ao risco de contaminação acidental com materiais biológicos, bem como, garantir acompanhamento e tratamento adequado a esses profissionais.
 Todo acidente deve se comunicado a Comissões de Controle de Infecção Hospitalar, pois a não comunicação a careta e vários problemas.
 Isso, além de ocultar o verdadeiro número de casos de acidentes pode levar esses profissionais a serem infectados e por vezes, a doença pode ocorrer sem que sejam realizadas as medida necessária.
 Mesmo que com o acidente, a contaminação e o desenvolvimento da doença seja infrequente, o risco existe. Todavia, a notificação é imperiosa, pois o manejo adequado o controle e o acompanhamento da vítima de acidente com material biológico pode ser efetivo em impedir o desenvolvimento da doença e suas complicações, minimizando assim o impacto que doenças graves e com potencial de cronificação possam se manifestar e interferir de maneira negativa e significativa em todos os aspectos da vida daquele profissional atingido.
.
 Área/ Tema
Infectologia/ Acidente de trabalho com material biológico.
 Delimitação do Tema
Acidente de trabalho, com material biológico em funcionários em um hospital particular no município de Campos dos Goytacazes - RJ no período de 2008 á2011.
Problema
Prevalência de acidente de trabalho com material biológico nos funcionários em um hospital particular no município de Campos dos Goytacazes ente o período de 2008 á 2011
Objetivo
 Objetivo Geral
Conhecer a incidência de acidentes de trabalho com material biológico em funcionários em um hospital particular no município de Campos dos Goytacazes-RJ no período de 2008 à 2011.
 Objetivos Específicos
· Pesquisar a existência algum procedimento realizado pelos profissionais da área da saúde que os predisponham a um maior número de acidentes de trabalho com material biológico;
· Verificar se algum setor no hospital possui um maior número de ocorrência de acidentes de trabalho com material biológico; qual o tipo de acidente de trabalho com material biológico é o de maior prevalência;
· Identificar a existência de diferenças de prevalência dos acidentes de trabalho com materiais biológicos de acordo com a função exercida pelo profissional da área da saúde; a existência de uma localização anatômica de maior prevalência de lesões envolvendo material biológico;
· Sistematizar e analisar a prevalência dos tipos de materiais de procedimentos envolvidos nos acidentes de trabalho com material biológico.
· Analisar a influência dos diferentes horários trabalhos pelos profissionais da área da saúde se exerce alguma influência na ocorrência de acidente de trabalho;
· Quantificar casos de funcionários atingidos , se desenvolveram positividade sorológica para doenças relacionadas ao acidente com material biológicos.
3-Justificativa
 Existem quantidades significativas de acidentes envolvendo material biológico em profissionais da área da saúde. Mesmo que a contaminação e o desenvolvimento de uma doença infectocontagiosa nesse tipo de acidente seja mínima, a notificação é importante, pois além de garantir um acompanhamento da vítima do acidente, norteia as condutas em relação ao nível de treinamento e as providênciasque deverão ser adotadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
 Mesmo que os profissionais da área de saúde saibam do risco de adquirir uma doença infecto contagiosa através de um acidente com material biológico o índice da não notificação é alto e preocupante, isso explicar que apesar da consciência do risco existe uma comodidade ou medo dessas vítimas em procurar auxilio , para que sejam tomadas as providências cabíveis no manejo de um acidente com material biológico.
 Ao estimar a incidência de acidentes com material biológico no município de Campos dos Goytacazes-RJ, poderão ser estabelecidos critérios mais rigorosos em relação ao treinamento e a conscientização dos profissionais da área da saúde para que saibam manejar e dessa maneira, evitar os acidentes. 
 Este estudo pretende examinar e compreender os dados existentes na instituição em questão. Uma vez conhecidos estes dados, os mesmos podem ser usados como subsídios para ações preventivas destes acidentes. Esse trabalho vem também mostra como e importante o desempenho da comissão de controle de infecção hospitalar do hospital em questão.
 
 2 REVISÂO BIBLIOGRÀFICA
ACIDENTE DE TRABALHO
Segundo Ferreira (2008, p 89), acidente é “acontecimento infeliz, casual ou não de que resulta ferimento ou dano”, Essa lesão pode ser imediata ou não. Este mesmo autor diz que o acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o exercício do trabalho, no trajeto para o mesmo ou na volta para casa provocando lesão física, perturbação emocional ou redução da capacidade de trabalho.
 Acidente de Trabalho com Material Biológico
A avaliação sobre o acidente deve ocorrer imediatamente, depois de ocorrido.
 É importante a caracterização do paciente fonte, análise do risco, notificação do acidente e orientação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto. Lembrando que estes procedimentos iniciais são de fundamental importância, não somente para elaborar uma conduta adequada frente paciente acidentado, mas também para vislumbrar um possível prognóstico a respeito do quadro.
Teoricamente, vários são os mecanismos através dos qual um PAS (Profissional da Área de Saúde) pode vir a sofrer infecção de um paciente: ferimentos perfurantes com agulhas, ferimentos por abjetos cortantes, exposição a lesões prévias de pele ao sangue ou secreções contaminadas do paciente, transmissão através de mucosas ou queimaduras por cautério.
(VERONESI, 2007, p 1842).
Em vários estudos pesquisados pude perceber que são os ferimentos com agulhas e material perfuro cortante, em geral, considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes (COLLINS; KENNEDY, 1987), sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B e o da hepatite C, os agentes infecciosos mais comumente envolvidos, e por isso mesmo neste estudo nos deteremos mais especificamente na pesquisa destas três doenças. (BELTRAMI et al, 2000; ASSOCIATION FOR PROFESSIONALS IN INFECTION CONTROL AND EPIDEMIOLOGY, 1998; WERNER; GRADY, 1982; HENRY; CAMPBELL, 1995).
ASPECTOS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS AO ACIDENTE DE
TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO
De acordo com Mastroeni (2006) a manipulação de perfuro cortante e os contatos com risco biológico ocorrem de forma rotineira entre os profissionais da saúde, principalmente em ambiente hospitalar. Com a chagada da Aids, agravou ainda mais, devido ao medo gerado por uma contaminação, durante o tratamento destes pacientes.
Sem duvida, a contaminação com o HIV é uma das consequências mais sérias dos acidentes percutâneos, entretanto não é a única que merece atenção. Todos os anos centenas de pessoas sofrem com pressões psicologias e emocionais, esperando o resultado de teste de sorologia. O conflito entre a vida e a morte, vivenciado pela pessoa contaminada no próprio local de trabalho, tornasse um ambiente extremamente perturbador (MASTROENI, 2006, pg.240).
As manifestações em torno desta dificuldade aparecem na forma de angústia e ansiedade do profissional diante da presença subjetiva da perda do paciente, ou ainda outras situações que incidem como fatores desencadeadores do estresse e do desconforto emocional. Bem como há o estresse do dia a dia no trabalho, isso é estendido para a vida pessoal. (MASTROENI, 2006, p. 219 e 200).
Esse mesmo autor salienta ainda que as questões psicológicas relacionadas com o evento de exposição acidental a material Biológico têm sido discutidas amplamente pela literatura. A maior ênfase está ligada à profilaxia pós-exposição, as dificuldades de notificação do acidente e adesão a terapia medicamentosa, o que é reforçada, pelo medo de serem alvos de discriminação. Castanha, Machado e Figueiredo (2007) afirmam que as vivências do trabalhador em seu ambiente de trabalho repercutem em seu contexto social e doméstico, exercendo influencia nas suas relações e interferindo em sua vida como um todo. O ato de revelar que sofreu um acidente é assumir que esteve exposto ao risco, e que existe um potencial de contaminação, o que recaí diretamente sobre toda a família.
As pessoas do convívio íntimo dos profissionais de saúde apresentam padrões morais e preconceitos semelhantes ao da sociedade em geral. A não existência da cura e a associação da AIDS com a morte aumentam o sentimento de impotência após o acidente (CASTANHA, MACHADO E FIGUEIREDO, 2007).
Avaliação dos Riscos da Exposição Ocupacional a Material Biológico
Quanto ao seu Potencial de Transmissão
Faz-se necessária a avaliação da exposição ocupacional a material biológico quanto ao seu potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios (CDC 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; ARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004):
Tipo de exposição;
Tipo e quantidade de fluido e tecido;
Status sorológico da fonte;
Status sorológico do acidentado;
Susceptibilidade do profissional exposto.
 RISCOS BIOLÓGICOS
De acordo com Mastroeni (2006, P. 212), “os agentes biológicos são o mais antigo risco ocupacional de que se tem registro, que se constituem em agentes etiológicos ou infecciosos, tais como bactérias, fungos, vírus e parasitas”. Já Zocchio (2002, pg. 110), aponta que “agentes biológicos são os micro organismos, como bactérias, vírus, fungos, protozoários etc.”. 
Cujas “características agressivas ao homem provocam algumas das denominadas doenças ocupacionais”.
A exposição aos agentes biológicos é o risco ocupacional mais comum aos profissionais da área hospitalar. Este risco se agravou consideravelmente após o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS. O crescimento do número de indivíduos infectados pelo HIV, bem como pelos vírus das hepatites B e C, na população em geral, tem aumentado o risco para o profissional da área hospitalar. Visto que estes pacientes necessitam de atendimento, ou intervenção os quais o sangue e fluidos corpóreos podem estar envolvidos (MASTROENI, 2006, p. 239).
Segundo Mastroeni, (2006, p. 244) "nos hospitais as medidas preventivas vêm sendo estudadas e implementadas , para bloquear a transmissão de doenças”. Mesmo assim ainda se depara com profissionais, que não valorizam estas medidas de proteção. Pretende-se aqui apresentar as normas relacionadas sobre o assunto.
As Normas Regulamentadoras, amplamente conhecidas como NR´s, relativas a segurança e medicina do trabalho, são de cumprimento obrigatório pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Foram publicadas pelo Ministério do Trabalho através da Portaria 3.214/79 para estabelecer os requisitos técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). Atualmente existem 33 Normas Regulamentadoras, e uma a NR 34 está em período de consulta publica. Neste trabalho foram abordadas algumas NR´sespecíficas, devido estas estarem mais relacionadas ao tema central deste trabalho dentre elas destacam-se NR 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, NR 06
Equipamento de Proteção Individual, NR 07 Programa de Controle Médico de saúde Ocupacional, NR 09 programa de Prevenção de riscos Ambientais, NR 15 Atividades e Operações Insalubres e NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviço da Saúde, conforme segue abaixo.
Sua Variação de Risco com Relação ao Tipo de Exposição
As exposições ocupacionais podem ser (CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; ARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004;
COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004):
.Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias);
.Exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália;
.Exposições em pele não íntegra: por exemplo: contato com pele com dermatite, feridas abertas, mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a presença de sangue. Nesses casos, tanto o indivíduo que provocou a lesão, quanto àquele que foi lesado, deve ser avaliado.
Sua Variação de Risco com Relação ao Tipo de Fluido ou Tecido
.Fluidos biológicos de risco potencialmente infectantes: Hepatite B e C: o sangue é fluido corpóreo que contém a concentração mais alta de HBV e HCV e é o veículo de transmissão mais importante em estabelecimentos de saúde. O HBsAg também é encontrado em vários outros fluidos corpóreos incluindo: sêmen, secreção vaginal, leite materno, líquido cefalorraquidiano, líquido sinovial, lavados nasofaríngeos, saliva e suor HIV: sangue, líquido orgânico contendo sangue visível e líquidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor e líquido peritoneal, pleural, sinovial, pericárdico e amniótico). Materiais biológicos considerados potencialmente não infectantes (CDC 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; ARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004):
.Hepatite B e C: escarro suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiver sangue HIV: fezes, secreção nasal, saliva, escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiver sangue.
Risco Ocupacional Relacionado ao Agente Etiológico
Segundo Veronesi (2007, p.1842), com relação ao agente etiológico podemos afirmar: Entre os diversos micros organismos transmitidos aos PAS durante o atendimento aos pacientes destacam-se o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus da hepatite tipo b (VHB) e tipo C (VHC), e o da Mycobacterium tuberculosis. Outros agentes podem ser importantes, dependendo do local e da função do profissional. Embora os riscos de contrair infecção por HIV sejam muito pequeno, esta doença é a que tem recebido maior atenção dos programas de controle de infecção hospitalar nos últimos anos, muito provavelmente, por que sua prevalência vem nitidamente crescendo no Brasil.
 Hepatite B (HBV)
“O risco de aquisição após acidente com material biológico envolvendo o vírus da hepatite B é bem conhecido e pode variar conforme o estado sorológico do paciente fonte (reflete replicação viral) e a situação vacinal do funcionário.”(VERONESI, 2007, p.1842).
Em exposições percutâneas, envolvendo sangue sabidamente contaminado pelo HBV e com a presença de HBeAg (marcador de replicação viral ), o risco de infecção pode ser superior a 30%; por outro lado, se o paciente-fonte do acidente apresentar HBsAg positivo (sem replicação viral), o risco é de aproximadamente 6%. (VERONESI, 2007).
 Hepatite C (HCV)
“O risco médio de aquisição da hepatite C, após ferimento perfuro cortante, é de 1,8%, variando de 0% a 7%, de acordo com o tipo de exposição e a carga viral do paciente-fonte.” (VERONESI, 2007. p.1842).
 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
“O risco médio de aquisição de HIV, após um acidente com material perfuro cortante é de 0,3% e de 0,09% quando em exposição de mucosa.”(VERONESI, 2007. p.1843).
O Risco Relativo dependente do Status Sorológico do Paciente da Fonte
(origem do acidente)
Foi estabelecido que paciente fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente. Somente serão consideradas as informações disponíveis no prontuário sobre resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia e diagnóstico de admissão, se positivos para determinada infecção (HIV, HBV, HCV). (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003).
 A Conduta Quando a Fonte é Conhecida
Caso a fonte seja conhecida, mas sem informação de seu status sorológico, é necessário orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames HBsAg, Anti-HBc , Anti-HCV e Anti-HIV.
Deve ser utilizado o teste rápido para HIV, sempre que disponível, junto com os exames acima especificados.
Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes, considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de situação de risco para aquisição de HIV,HBC e HCV. Exames de detecção viral não são recomendados como testes de triagem. (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003)
 A Conduta Quando a Fonte é Desconhecida
Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc. (MONTEIRO; RUIZ;PAZ, 1999; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2001;CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004;COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003).
 A Conduta Quanto ao Status Sorológico do Acidentado
A conduta deverá ser sempre a de (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; CDC,
2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH,2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003):
.Verificar realização de vacinação para hepatite B; Comprovação de imunidade através do Anti-HBs; Realizar sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV.
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
A Norma Regulamentadora (NR- 06) aprovada pela portaria nº 3214 de 08 de junho de1978 considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo “dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
De acordo com a (NR- 06/1978) do Ministério do Trabalho a empresa fica obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, quando as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos; Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; Para atender a situações de emergência. (DOU de 08-12-2008)
Segundo a Norma Regulamentadora NR 06, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) “é um equipamento de uso individual que não evita o acidente, mas sim evita a lesão que o usuário pode sofrer caso ocorra um acidente e ou doença ocupacional”. Vale ressaltar que a sua eficácia só será efetiva se a utilização for de forma continua. O EPI dever “ser entregue ao trabalhador mediante treinamento de utilização bem como ficha de registro para comprovação. Este deve ser inspecionado periodicamente e substituído sempre que não se encontrar em pleno estado de conservação e uso”.
 Norma Regulamentadora – NR 09
A Norma Regulamentadora NR 09 tem por objetivo, realizar levantamento dos riscos ambientais, através de antecipação, reconhecimento, avaliação e consequentemente controle destes riscos, com a finalidade de identificar possíveis situações geradoras de doenças ou acidentes do trabalho. Ele é parte integrante de um conjunto de iniciativas que as empresa devem ter no campo de promoçãoda saúde dos trabalhadores.
Segundo esta mesma norma NR 09 (2009, p. 99) “Considera-se agente biológico as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”. Estes são identificados no local de trabalho através de avaliações qualitativas e quantitativas, após são feitas recomendações de medidas preventivas.
 Norma Regulamentadora - NR 15
Norma regulamentadora NR 15 em seu Anexo 14 define que as atividades realizadas com exposição a agentes biológicos, são consideradas insalubres e fazem jus ao adicional de insalubridade de grau máximo (40%) e grau médio (20%), sobre o salário mínimo da região, está caracterização é obtida pela avaliação qualitativa do risco.
Insalubridade de grau máximo é devido a trabalhadores que realizam trabalho ou operações, em contato permanente com pacientes em isolamento por doenças infecto contagiosas, bem como objetos de seu uso, não esterilizadas; carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pê de animais portadores de doenças infecto-contagiosas; Esgotos; e Lixo urbano. (NR – 15 2009, p. 224).
Da mesma forma a insalubridade de grau médio é devido a trabalhadores que realizam trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana; Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais; Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; Estábulos e cavalariças; e Laboratórios de análise clínica e histopatologia; Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia; Cemitérios; Resíduos de animais deteriorados. (NR – 15 2009, p. 224).
 Norma Regulamentadora NR – 32
Para fins de aplicação na Norma Regulamentadora NR - 32 consideram-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos.
Segundo Norma Regulamentadora NR – 32 (2009, p. 515) são considerados agentes biológicos os “microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; o parasita; as toxinas e os príons”.
CONFORME A NR- 32 (2009, p. 523) os agentes biológicos são classificado conforme o risco que apresentam para a saúde do trabalhador, bem como a probabilidade de profilaxia ou tratamento, como segue:
-Classe de risco 1: Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
-Classe de risco 2: Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. “Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.
-Classe de risco 3: Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. “Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.
-Classe de risco 4: Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. “Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.
Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO
No Brasil existe deste de agosto de 1989 a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO, que entre outras atividades traduz a o guia da Americana Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) é uma organização constituída por membros, e é voltada á promoção a saúde ocupacional e ambiental, não é uma norma, mas sim um guia de orientação para o controle da saúde do trabalhador. Segundo a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO (2008, p.VII)
“Considerando as dificuldades de atualização dos Limites de tolerância da NR 15, praticamente inalterados desde 1978 os TLV®-BEI® da ACGIH® por esse motivo devem ser observados com muito mais atenção para a prevenção das doenças ocupacionais”.
Os contaminantes de origem biológica veiculados pelo ar incluem bioaerossóis (partículas veiculadas pelo ar compotas de organismos vivos ou deles derivados) e compostos orgânicos voláteis liberados por esses organismos. Os bioaerossóis incluem micro-organismos (dos quais é possível fazer cultura ou não, e organismos mortos), além de fragmentos toxinas e resíduos particulados de todo tipo de seres vivos. Os contaminantes de origem biológica são largamente dispersos na natureza e podem ser modificados pela atividade humana. O ser humano está repetidamente exposto, dia após dia, a uma grande variedade destes materiais. (ACGIH, 2008, p. 253).
O termo agente biológico se refere a substância de origem biológica que pode ser disperso, aos quais as pessoas possam estar expostas, é capaz de produzir efeito adverso, como infecções inflamações, irritações ou alterações a saúde.
A Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO é uma associação que reúne Higienistas Ocupacionais no Brasil, dedica-se ao estudo e gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, visa a prevenção da saúde e o bem estar dos trabalhadores, o meio ambiente e a comunidade. Através de valorização dos higienistas, promovendo troca de informações e experiências, com a formação de qualificação dos profissionais.
 Ministério da Saúde X Materiais Biológicos
Segundo o Mistério da Saúde sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais são considerados materiais biológicos envolvidos na transmissão de doenças infecta contagioso. Apesar do sêmen e das secreções vaginais estarem frequentemente relacionados à transmissão sexual dos vírus de AIDS e Hepatite, esses materiais não estão envolvidos habitualmente nas situações de risco ocupacional para profissionais de saúde (BRASIL, 2008, p. 15).
Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, liquor e líquidos articulares são fluidos e secreções corporais potencialmente infectantes. Não existem, no entanto, estudos epidemiológicos que permitam quantificar os riscos associados a estes materiais biológicos. Estas exposições devem ser avaliadas de forma individual, já que, em geral, estes materiais são considerados como de baixo risco para transmissão viral ocupacional. (BRASIL, 2008, p. 37).
Segundo este mesmo Ministério, suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes odontológicos) são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional. Nestes casos, as profilaxias e o acompanhamento clínico laboratorial não são necessários. A presença de sangue nestes líquidos torna-os materiais infectantes.
Segundo ministério da saúde (2008, p. 18) qualquer contato sem barreira de proteção com material concentrado de vírus (laboratórios de pesquisa, com cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma 
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
A Norma Regulamentadora (NR- 06) aprovada pela portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978 considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo “dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
De acordo com a (NR- 06/1978) do Ministério do Trabalho a empresa fica obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, quando as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos; Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; Para atender a situações de emergência. (DOU de 08-12-2008)
Segundo a Norma Regulamentadora NR 06, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) “é um equipamento de uso individual que não evita o acidente, mas sim evita a lesão que o usuário pode sofrer caso ocorra um acidente e ou doença ocupacional”. Vale ressaltarque a sua eficácia só será efetiva se a utilização for de forma continua. O EPI dever “ser entregue ao trabalhador mediante treinamento de utilização bem como ficha de registro para comprovação. Este deve ser inspecionado periodicamente e substituído sempre que não se encontrar em pleno estado de conservação e uso”.
PROCEDIMENTOS EM CASO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL
BIOLÓGICO
Segundo orientação do Ministério da Saúde (MS) através do manual de condutas em exposição ocupacional a material biológico as normas de precauções universais são, (MS 1999) “atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não íntegra”. Isso independe do diagnóstico definido de doença infecciosa. Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais perfuro cortantes contaminados por material orgânico. (BRASIL, 2004, p. 10)
A Norma Regulamentadora - NR 06 recomenda o uso dos equipamentos de proteção individual como luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção, aventais e calçados, sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra.
Os procedimentos recomendados em caso de exposição a material biológico incluem cuidados da área exposta, imunização até medidas de quimioprofilaxia e acompanhamento sorológico. Cuidados no local da exposição devem ser iniciados logo após o acidente.
Orienta-se lavar o local com água e sabão, em casos de exposição percutânea. Em casos de exposições de mucosas, a lavagem deve ser feita com água ou solução fisiológica (BRASIL, 2004, p. 12).
Devido à ocorrência ser um acidente de trabalho, deve-se comunicar o setor de Saúde Ocupacional, para que sejam realizados os encaminhamentos necessários. Segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas CLT “o preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser feita por determinação legal no máximo 24 horas após o acidente”.
Deve ser realizada coleta de sangue para análise de laboratório, e este deve realizar o teste sorológico. “Os testes rápidos são os mais recomendados, dados a necessidade de se estabelecer o status da sorologia de ambos para o HIV e as Hepatites B e C, o qual determinará as medidas profiláticas necessárias. Testes mais detalhados devem ser realizados juntamente para se determinar com maior fidelidade à situação sorológica, mesmo para outras patologias” (BRASIL, 2004, p. 24).
A quimioprofilaxia para o HIV conforme recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico para HIV do Ministério da Saúde (MS) deve ser empregada baseando-se na avaliação médica criteriosa, quando indicado o uso deverá ser iniciar o mais rápido possível, dentro de uma a duas horas após o acidente. O tratamento costuma ser empregado por um período de quatro semanas, existindo efeitos colaterais geralmente leves e transitórios controlados com outros medicamentos.
Com base na orientação do MS, para o paciente fonte deve ser realizado sorologia mediante o seu consentimento. Pois a realização dos exames e obtendo resultado negativo evita o início da quimioprofilaxia anti-retroviral para o profissional de saúde.
Segundo Brasil (2004, p. 31) “o acompanhamento clínico-laboratorial deverá ser realizado para todos os profissionais de saúde acidentados que tenham sido expostos a pacientes-fonte desconhecidos ou pacientes-fonte com infecção pelo HIV e/ou hepatites B e C, independente do uso de quimioprofilaxias ou imunizações.”
Condutas Pós - Acidente Ocupacional
 Cuidados Específicos com a Área Exposta
Alguns cuidados específicos com a área exposta são extremamente importantes e devem ser minuciosamente executados (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001):
.Lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutâneo; .Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica; Não há evidência de que o uso de anti-sépticos ou a expressão do local do ferimento reduzam o risco de transmissão, entretanto, o uso de anti-séptico não é contra-indicado;
.Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeido, hipoclorito de sódio) também está contraindicada.
Como deve ser feita a Avaliação do Acidente
Deveremos ter em mente uma sequência de condutas para que possamos realizar da maneira rápida, o melhor diagnóstico e prognóstico possível, entre elas (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004):
.Estabelecer o material biológico envolvido: sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos potencialmente não infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se contaminado com sangue;
.Tipo de acidente: perfuro cortante, contato com mucosa, contato com pele com solução de continuidade; Conhecimento da fonte: fonte comprovadamente infectada ou exposta à situação de risco ou fonte com origem fora do ambiente de trabalho; Fonte desconhecida.
E para fixar e aperfeiçoar ainda mais as condutas básicas que devem ser realizadas no primeiro atendimento as vítimas de um acidente com material biológico, temos o fluxograma a baixo. (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003).
Orientações e Aconselhamento ao Acidentado
No acompanhamento do PAS exposto ao acidente com material biológico ainda se faz de grande importância algumas orientações e aconselhamentos, para que o atendimento seja completo e de boa qualidade, entre elas (CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; ARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004):
.Possível uso de quimioprofilaxia: Com relação ao risco do acidente; Consentimento para realização de exames sorológicos; Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses; Prevenção da transmissão secundária; Suporte emocional devido estresse pós-acidente;
.Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soro conversão aguda);Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço.
 Estruturação do Serviço de Atendimento ao Funcionário Exposto
“As instituições devem possuir um serviço de atendimento ao funcionário exposto, que funcione 24 horas. Caso a instituição não disponha deste serviço, o funcionário exposto deve ser encaminhado para uma unidade de referência, onde receba atendimento adequado.” (VERONESI, 2007, p.1843).
“O funcionário atendido deve sempre ter sua identidade preservada, a fim de manter a privacidade e evitar constrangimentos atuais e futuros ao mesmo. Uma opção simples é a codificação do acidente e das amostras de sangue para a realização dos exames laboratoriais.” (VERONESI, 2007, p.1843). “Sempre que possível, informar a ocorrência do acidente ao paciente fonte e solicitar a sua permissão para a coleta de sangue para a realização de sorologia para HIV, hepatite tipo B e hepatite tipo C.” (VERONESI, 2007, p.1843).
“Para efeitos legais, o funcionário deve registrar o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) no DepartamentoDe Pessoal ou outro setor responsável da instituição.” (VERONESI, 2007, p.1843).
Quando o Paciente-Fonte é HIV Positivo
Um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames Anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de AIDS, a conduta é a analise do acidentado e indicação de quimioprofilaxia anti-retroviral (ARV) /Profilaxia Pós-exposição (PPE). (RISCHITELLI et al, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003).
 Quando o Paciente-Fonte é HIV Negativo
Envolve a existência de documentação laboratorial disponível e recente (até 60 dias para o HIV) ou no momento do acidente, através do teste convencional ou do teste rápido. Não está indicada a quimioprofilaxia anti-retroviral. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
 Como Proceder se o Paciente-Fonte Estiver com Situação Sorológica
Desconhecida
Um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida deve, sempre que possível, ser testado para o vírus HIV, depois de obtido o seu consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e HCV. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
 Como Proceder se o Paciente-Fonte for Desconhecido
Na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de não se conhecer o mesmo (p.ex., acidente com agulha encontrada no lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-se em conta o tipo de exposição, dados clínicos e epidemiológicos. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
 Indicação de Profilaxia Pós-Exposição (PPE)
Quando indicada, a PPE deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras duas horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada 24 a 48 horas após a exposição.
Recomenda-se que o prazo máximo, para início de PPE, seja de até 72 horas após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias. Atualmente, existem diferentes medicamentos anti-retrovirais potencialmente úteis, embora nem todos indicados para PPE, com atuações em diferentes fases do ciclo de replicação viral do HIV. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
Conforme Brasil (2006, p.19), os esquemas preferenciais para PPE estabelecidos pelo Ministério da Saúde são:
1) Básico – ZIDOVUDINA (AZT) + LAMIVUDINA (3TC) – Preferencialmente combinados em um mesmo comprimido.
2) Expandido – AZT + 3TC + INDINAVIR.
Ressalta-se que a falta de um especialista, no momento imediato do atendimento pós-exposição, não é razão suficiente para retardar o início da quimioprofilaxia. Nestes casos, recomenda-se o uso dos esquemas habituais (como AZT + 3TC + IP) até que o profissional acidentado seja reavaliado quanto à adequação da PPE, iniciada preferencialmente nas duas primeiras horas, dentro do prazo ideal de até 72 horas após a exposição. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004).
Como Proceder com Mulheres em Idade Fértil
Oferecer o teste de gravidez para aquelas que não sabem informar sobre a possibilidade de gestação em curso. Nos casos em que se suspeita que o paciente-fonte apresenta resistência aos anti-retrovirais, iniciar a PPE com os antirretrovirais habituais e encaminhar o acidentado para um especialista. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
 Prevenção à Transmissão Secundária
Nos casos de exposição ao HIV, o profissional acidentado deve realizar atividade sexual com proteção pelo período de seguimento, mas principalmente nas primeiras seis a 12 semanas pós-exposição. Deve também evitar: gravidez, doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos e sêmen. O aleitamento materno deve ser interrompido. (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al, 1997; BELL, 1997; IPPOLITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBERDING, 2003; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHERER; AGINS; TETER, 2004)
Como Proceder Diante de um Acidente com Exposição ao HBV
Como o objetivo é o de excluir a possibilidade da fonte ou acidentado estarem na janela imunológica de um quadro agudo ou em fase de convalescença de hepatite B, quando o HBsAg pode ser negativo, solicita-se continuação também o Anti-HBc Total para o acidentado. A dosagem de anticorpos, para verificação de imunidade passiva, após a aplicação de IGHAHB, deve aguardar um período de três a seis meses. (WERNER; GRADY, 1982; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; RISCHITELLI et al, 2001; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTHOF AUSTRALIA, 2003; BRASIL, 2003)
Sabemos que a vacina atual para HBV de ser aplicada, na dosagem de 10 á 20 mcg/ml (conforme o fabricante), no esquema de três doses, exclusivamente em deltoide, com intervalos de zero, um e seis meses; o esquema de zero, um e dois meses pode ser utilizado em situações em que a imunização seja necessária, pois os anticorpos protetores são observados em quase todos os vacinados a partir do terceiro mês. É esperado o desaparecimento do título de anticorpos ao longo do tempo, mas a imunidade está mantida.
Cerca de 95% a 99% atingem níveis protetores de anticorpos. (WERNER; GRADY, 1982; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; RISCHITELLI et al, 2001; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OFAUSTRALIA, 2003; BRASIL, 2003).
Atualmente existe a vacina “hiperantigênica” para não-respondedores a seis doses da vacina clássica. (WERNER; GRADY, 1982; TRINDADE; COSTA,
2004; MORAN, 2000; RISCHITELLI et al, 2001; CDC, 2001; CAVALCANTE;
MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; BRASIL, 2003)
Prevenção da Transmissão Secundária
O profissional de saúde exposto ao vírus da hepatite B precisa tomar precauções especiais para transmissão secundária, durante o período de seguimento. Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos ou sêmen.
Deve adotar práticas sexuais seguras e interromper o aleitamento materno.
(WERNER; GRADY, 1982; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; RISCHITELLI et al, 2001; CDC, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; BRASIL, 2003).
Como Proceder diante de um Acidente com Exposição ao HCV
Devemos ter em mente que a incubação do HCV é de duas a 24 semanas (em média seis a sete semanas). Pode ocorrer alteração na TGP em torno de 15 dias e a positividade do RNA-HCV (PCR – reação em cadeia da polimerase) aparece entre oito e 21 dias. O Anti-HCV (3.ª geração) já pode ser detectado cerca de seis semanas após a exposição. (GAYOTTO; ALVES, 2001).
Considerando que a positivação do Anti-HCV pode ser tardia e que grande parte dos profissionais acidentados terão a eliminaçãoespontânea do vírus até 70 dias após a exposição, é recomendada a realização do RNA-VHC qualitativo (que já se apresenta detectável dias após a contaminação) 90 dias após a data do acidente.
Caso positivo, o profissional acidentado será orientado a realizar o tratamento.
(GAYOTTO; ALVES, 2001).
Dessa forma, o acompanhamento preconizado para trabalhadores que se acidentaram com fonte HCV positiva ou desconhecida consiste na realização dos seguintes exames:
Nos locais que disponham de laboratórios de Biologia Molecular, realizar:
PROCEDIMENTO METODOLOGICO
Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, optou-se por utilizar a seguinte metodologia:
 Características da investigação:
Tipo de pesquisa
A pesquisa propôs um estudo observacional descritivo de caráter quantitativo com delineamento transversal que teve como objetivo geral identificar a prevalência de acidentes de trabalho com material biológico nos funcionário em um hospital particular na cidade de Campos dos Goytacazes-RJ.
Para Polit, Beck e Hungler (2004, p.164), “em um estudo quantitativo, o delineamento de pesquisa apresenta as estratégias que o pesquisador planeja”.adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis”.
Ainda, de acordo com, Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva tem como finalidade observar, descrever e documentar os aspectos da situação, e os estudos transversais envolvem coleta de dados em um ponto do tempo, onde sua principal vantagem é que são econômicos e fáceis de controlar.
 População e amostra
Campo do estudo
A pesquisa foi realizada em um hospital particular do município de Campos dos Goytacazes-RJ.
O Hospital em estudo é referencia da rede particular na cidade de Campos dos Goytacazes, com atuação voltada para clientes de planos de saúde.
 Possui cento e vinte leitos e quatro salas de cirurgia. Os procedimentos realizados são: Neurocirurgia, Traumatologia, Cirurgia plástica reparadora, Partos, cirurgia em geral. É feitos atendimentos de emergência para toda a especialidade, possuir também laboratório próprio, centro de fisioterápico, e possui também um centro de diagnósticos de imagem, e também possui duas unidades de UTI.
População
Este estudo foi desenvolvido a partir da disponibilização, de dados clínicos através de fichas de controle de acidentes com material biológico dos funcionários do Hospital particular no município de Campos dos Goytacazes-RJ, que foram cedidos pela Equipe de Infectologia do mesmo Hospital. O número de funcionários da casa é de 906 pessoas, sendo que a nossa população são os acidentes registrados do período de 2008 á 2011.
Amostra
O delineamento da amostra é sistemático, não probabilístico e por conveniência. “Neste tipo de amostragem não existe a preocupação com o desenho de um plano particular de amostragem. O objetivo não seria generalizar conclusões, pelo potencial viés de seleção, se não descrever as características principais do grupo em estudo.” (TORRES, 2004, p 493).
As fichas que foram analisadas foram selecionadas dentro da população das fichas na razão N/n, onde o N é o tamanho da amostra, e foram aceitos os prontuários que atenderam os critérios de inclusão e exclusão.
Critérios de Inclusão
Todas as fichas de funcionários do Hospital particular – RJ que sofreram algum tipo de acidente com material biológico e que notificaram a comissão de controle de infecção hospitalar nos períodos 2008 á 2011.
Critérios de Exclusão
Todas as fichas de notificação de acidente de trabalho com material biológico dos funcionários do hospital particular – RJ no período de 2009 a 2011, que não estiverem completas ou por qualquer que seja o motivo, não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Variáveis Estudadas
.Prevalência de acidentes de trabalho com material biológico entre os funcionários do hospital particular no município de Campos dos Goytacazes –RJ no período de 2008 á 2011;
.Horário de trabalho (turno);
.Local de trabalho (setor);
.Função;
.Causas do acidente;
.Região anatômica atingida;
.Tipo de exposição;
.Sorologia dos funcionários após um ano de acompanhamento após exposição.
 Hipóteses
Espera-se encontrar com a pesquisa uma prevalência de acidentes de trabalho com material biológico semelhante a da literatura mundial, sendo que os profissionais mais atingidos são os da função de técnicos de enfermagem, a causa mais comum de acidente de trabalho sejam os acidentes com materiais perfuro cortantes em especial a agulha, o tipo de exposição mais frequente será a percutânea, a região anatômica mais comumente atingida será a dos dedos das mãos, o número de soro conversão seja muito pequeno ou zero, que o turno prevalente de acidentes de trabalho seja o período noturno e que o setor de maior ocorrência de atendimentos.
Instrumento para a Coleta de Dados
Fichas de controle de registro de acidentes com material biológico dos funcionários do hospital particular – RJ, que sofreram algum tipo de acidente de trabalho com material biológico e que notificaram, no período de 2008 á 2011.
RESULTADOS
Foram analisados os prontuários de quarto anos de acidentes de trabalho com material biológico ocorridos nos anos de 2008 á 2011 que se encontravam arquivados na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital particular da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ.
O total de acidentes foi de 374 sendo que, 336 foram os que preencheram os critérios de inclusão da pesquisa.
Incidência de acidentes
Nos anos de 2008 a 2011 a incidência de ocorrências de acidentes com material biológico em número e porcentagem foi de 50 (14,9%), 85 (25,3%), 109 (32,4%) e 92 (27,4%) respectivamente.
Incidência de acidentes de trabalho com material biológico conforme anos.
Prevalência de acidentes dependendo da função
Em ordem de número e porcentagem decrescentes de ocorrência de acidentes dependendo da função exercida, temos os seguintes dados, Técnicos de enfermagem 175 (52,1%), Estagiários 58 (17,3%), Serviços de higiene e limpeza 34(10,1%), Médicos 30 (8,9%), Enfermagem 22 (6,5%), outros setores diversos 14 (4,2%), Bioquímicos 3 (0,9%) de um total de 336 casos validos para a presente pesquisa.
Prevalência de acidentes de trabalho com material biológico dependendo da função
Enfermagem6, 5%, Técnico de enfermagem52, 1%%, Bioquímico 0,9%, Medico8, 9%, Estagiários 17,3%, Serviço higiene e limpeza10, 1%, Outros 4,2%.
Prevalência de acidentes com relação ao setor do hospital
A ocorrência de acidentes de trabalho com materiais biológicos nos diversos setores do hospital particular em número e porcentagem nos diversos setores analisados foi: no Pronto Socorro 55 casos (16,4%), Centro Cirúrgico 53 casos
(15,8%), Unidade de Tratamento Intensivo 33 casos (9,8%), Clínica Médica Masculina 31 casos (9,2%), Limpeza 26 casos (7,7%), Clínica Pediátrica 29 casos (8,6%), Clínica Médica Feminina 24 casos (7,1%), Clínica Geral A 20 casos(6,0%), outros setores diversos 16 casos (4,8%), Centro Obstétrico 14 casos (4,2%), Clínica Geral B e Central de Materiais para Esterilização também 12 casos cada um (3,6%), Laboratorio11 casos (3,3%) do total dos 336 casos.
Horário de maior prevalência de acidentes
Dos três turnos pesquisados o de maior prevalência de acidentes de trabalho em ordem de número de acidentes e porcentagens de ocorrência foi: no turno da manhã 178 (53,0%), no turno da tarde 117 (34,8%) e o turno da noite 41 ocorrências, correspondendo a 12,2% do total de 336 casos respectivamente.
Procedimentos de maior prevalência de acidente
Os procedimentos de acidentes de trabalho de maior prevalência com relação a números e porcentagens encontrados, que nos levam a reconhecer as causas de acidentes de trabalho foram desprezo de material 56 casos e 16,7%, administração de medicamentos 45 casos (13,4%), o ré encape de agulha 17 casos (5,1%), coleta de exames 14 casos (4,2%) e o preparo de medicações 1 caso (0,3%) os procedimentos diversos 203 casos 60,4% do total, de acidentes dos 336 acidentes ocorridos.
Regiõesdo corpo mais atingidas pelos acidentes
As regiões do corpo atingidas foram um total de 383 partes sendo que em um mesmo acidente pode se ter mais de uma parte do corpo atingida. A prevalência de acidentes de trabalho em ordem decrescente de número de ocorrências e de porcentagem: dedos das mãos 256 (66,8%), olhos 41 (10,7%), rosto 26 (6,7%), palma da mão 18 (4,6%), outras regiões do corpo não especificada nesta pesquisa 16 (4,1%), braço 9 (2,3%), antebraço 8 (2,0%), boca 5 (1,3%) e dorso da mão 4 (1,0%) do total de regiões anatômicas atingidas.
Tipo de exposição do profissional em relação ao tecido atingido
Os tipos mais prevalentes de exposição do profissional a materiais biológicos com relação ao tecido atingido foram o percutâneo com 270 (73,5 %), mucosa com44(11,9%) e pele íntegra com 43(11,7%) e ainda 13 casos que respondem por 2,7% do total dos acidentes que não envolveram nenhum dos três tecidos.
Tipos de exposições em relação aos materiais biológicos envolvidos nos
acidentes
Os tipos de materiais biológicos mais frequentemente envolvidos nos acidentes de trabalho foram os com sangue com 300 (89,2%), fezes com 1 (0,2%), LCR e urina ambos com zero casos e 35(10,4) ocorrências onde não foram relatados nenhum envolvimento dos quatro tipos de materiais biológicos pesquisados.
Tipos de materiais de procedimentos envolvidos nos acidentes
Os tipos de materiais de procedimentos mais frequentemente envolvidos nos acidentes de trabalho com material biológico foram os com agulha respondendo por206(61,3%), lâmina de bisturi 11(3,2%), agulha de sutura 14(4,1%), outros materiais não especificados 44(13,1%) dos casos e 61(18,3%) dos acidentes não envolveram nenhum tipo de material de procedimento.
Soro conversão após 365 dias do acidente
Não foi observado nenhum caso (0,0%) de soro conversão para as três doenças infecto contagiosas listadas em nossa pesquisa.
Discussão
Durante o decorrer da nossa pesquisa foram avaliadas 384 fichas de acidentes com materiais biológicos ocorridos com os funcionários do Hospital particular no município de Campos dos Goytacazes-RJ de 2008 a 2011. No entanto, somente 336 fichas puderam ser validadas, pois, as mesmas encaixavam-se nos critérios de inclusão do trabalho.
No período acima citado ocorreram 50 casos em 2008, 85 em 2009, 109 em 2010 e 92 em 2011. O ano de menor incidência foi em 2008 com 14,9% do total de casos e o ano de maior incidência foi de 2010 com 32,4% do total. No período de 2008 a 2010 houve um crescimento na incidência de 17,5% de casos e 2010 a 2011 uma diminuição em 5%.
Quando analisado os tipos de procedimentos realizados observamos que os acidentes mais comuns foram os acidentes diversos respondendo por 60,4% do total dos acidentes, seguido do desprezo do material biológico com 16,7%, administração de medicação com 13,4%, reencape de agulha com 5,1%, coleta de exames com 4,2% e o preparo de medicações com 0,3%. Em relação aos outros procedimentos, as informações coletadas como observações em algumas fichas demonstram uma grande prevalência de acidentes com manejo de material perfuro cortante, como por exemplo, montagem de agulha, tricotomia, durante a realização de HGT, limpeza de material, entre outros. Sendo assim, podemos afirmar que os dados referentes a outros procedimentos também estão de acordo com a literatura mundial, pois o acidente com material perfuro cortante, mais frequentemente o com agulha é um consenso mundial quanto a sua prevalência conforme llirio et al, 2004. Como esse é um dos tipos mais prevalentes de acidente, têm-se cada vez mais estimulado o não reencape de agulhas e medidas que visem evitar esse tipo de acidente. Isto pode ser observado através de medidas como recipientes especiais para desprezo entre outros visto que, esse tipo de acidente é altamente preventivo quando realizado da maneira correta.
Dos quatorzes setores analisados o de maior prevalência no que tange o número de acidentes com material biológico foi o Pronto-Socorro com 16,4%, o que segundo Ilirio et al, 2004 condiz com a literatura mundial. Seguido do Centro Cirúrgico com 15,8%. O Pronto-Socorro como local de maior prevalência de acidentes pode ser entendido pelo alto fluxo de atendimento e as situações de emergência pela rapidez que exigem do profissional o que faz com que o mesmo diminua o cuidado com o manejo de materiais biológicos além de ficar mais exposto a eles. Em relação ao centro cirúrgico, podemos denotar que o trabalho nesse setor do hospital é basicamente o manejo de material biológico que por si só explicaria o maior risco de exposição a acidentes com material biológico.
Da análise de sete funções realizadas pelos funcionários do hospital a mais acometida por acidentes com material biológico foi a dos Técnicos de enfermagem com 52,1% do total de casos de acidentes que condiz com Ilirio et al, 2004, seguidos pelos estagiários com 17,3%. Ao analisarmos o porquê da maior prevalência com os técnicos de enfermagem entendemos que esses são os profissionais que estão em maior número, realizando a maior parte dos procedimentos e por consequência mais diretamente exposta a um maior risco de acidentes concordando com dados da literatura. Os estagiários são de maior risco devido à inabilidade e insegurança na realização de procedimentos envolvendo material biológico.
A localização anatômica de maior prevalência de lesões envolvendo acidentes com material biológico das nove variáveis analisadas em nossa pesquisa foi a dos dedos das mãos condizendo com Ilirio et al, 2004, com 66,8% do total de 383 regiões atingidas, onde em um único acidente pode haver mais de uma região corporal afetada. Os dados por nós apresentados condizem com os da l temperatura mundial na qual se observa aproximadamente à mesma prevalência. As outras localizações não possuem números de relevância quando comparadas com a localização predominante que foram os dedos das mãos. E a sua localização e frequente contato com materiais biológicos justificariam sua significativa prevalência.
Dos três turnos analisados, o turno matutino foi o mais prevalente no tocante ao horário de ocorrência dos acidentes com 53% do total conforme Ilirio et al,2004.
Seguido do turno vespertino com 34,8% e por último o noturno com 12,2%. Os dados condizem com a literatura, no entanto, não há nada que justifique até o presente momento o porquê da maior ocorrência no período matutino.
Com relação aos três tipos de exposições dos profissionais em relação aos tecidos atingidos podemos afirmar que a prevalência é o de acidentes percutâneos que condiz com Marziale e Rodrigues, 2002. Podendo ser justificado pelo fato do mesmo ser o tecido que mais frequentemente entra em contato com materiais biológicos, tanto com relação à quantidade como quanto ao tempo de exposição.
O tipo mais frequente de exposição em relação aos materiais biológicos envolvidos nos acidentes segundo Ciorlia e Zanetta, 2004, é o sangue, o que também condiz com nosso estudo que foi de 89,2% do total de acidentes. Sendo LCR, urina e fezes praticamente insignificantes no que toca o número de casos.
O tipo de material de procedimento mais prevalentemente envolvido nos acidentes conforme Ciorlia e Zanetta, 2004, e foi também em nosso estudo é o acidente com agulha que responde por 206 (61,3%) dos casos.
Após o acompanhamento dos 336 casos de acidentes com materiais biológicos, podemos afirmar que não houve nenhuma ocorrência de soro conversão dos pacientes analisados em nossa pesquisa com relação às três doenças infectocontagiosas já citadas. Os achados da literatura sobre a incidência de soro converso conforme Marziale e Rodrigues, 2002, são semelhantes à encontrada em nosso estudo ou muito baixas, sendo que a maior prevalência de soro conversão quando ela ocorre é a do tipo mais facilmente transmissível a doenças infectocontagiosas, ou seja, o do vírus da hepatite B.
Devemos ainda considerar a fatalidade de algumas ocorrências de acidentes de trabalho com materiais biológicos, sendo estes muitas vezes não previsíveis.
Levarem consideração também o fator de risco ligado ao excesso de trabalho, algo muito comum na realidade brasileira, o que pode facilmente induzir a acidentes que nesses casos na sua maioria poderiam ser previsíveis. Lembrar que a cada dia são criados novos procedimentos e utensílios que visam aumentar os níveis de segurança durante os procedimentos com risco de acidentes com materiais biológicos, podendo ter como empecilho, o fato de nem sempre os mesmos serem acessíveis financeiramente a todos os hospitais e funcionários dos mesmos.
Porém, sabe-se que palestras com orientações e uso correto dos muitos utensílios que já se tem disponível, em muito melhoraram as condições de funcionamento dos hospitais e de prevenção de acidentes de trabalho.
Horário acidentes	53%
34,8%
12,2%
Manhã	Tarde	Noite	53	34.799999999999997	12.2	Causa do Acidente
Causas do Acidente	16,7%
13,4%
5,1%
4,2%
0,3%
60,4%
Desprezo do Material	Administração de Medicamentos	Ré encape de agulha	Coleta de exames	Preparo de medicações	Outros Procedimentos	16.7	13.4	5.0999999999999996	4.2	0.3	60.4	Região do corpo atingida	66,8%
10,7%
6,7%
4,6%
4,1%
2,3%
2%
1,3%
1%
Dedos da mãos	Olhos	Rosto	Palma da mão	Outras região do corpo	Braço	Antebraço	Boca	Dorso da mão	66.8	10.7	6.7	4.5999999999999996	4.0999999999999996	2.2999999999999998	2	1.3	1	Tipo de exposição do profissional em relação ao tecido atingido	73,5%
11,9%
11,7%
2,7%
Percutâneo	Mucosa	Pele integra	Não s	e aplicar	73.5	11.9	11.7	2.7	Tipo de exposições em relação aos materiais biologico	89,2%
0,2%
10,4%
Sangue	Fezes	LCR e urina	89.2	0.2	10.4	
Tipo de materiais de procedimentos envolvidos nos acidentes	4,3%
2,5%
3,5%
4,5%
18,3%
Agulha	Lâmina de bisturi	Agulha de sutura	Outros materiais não especifico	Nenhum tipo de material	4.3	2.5	3.5	4.5	18.3	
Acidentes Biológicos
anos	2008
14,9%
2009
25,3%
2010
32,4%
2011
27,4%
2008	2009	2010	2011	14.9	25.3	32.4	27.4	Função
Série 1	Enfermagem	Técnico de enfermagem	Bioquimico	Medico	Estagiário	Serviço de higene e limpeza	Outros	6.5	52.1	0.9	8.9	17.3	10.1	4.2	Série 2	Enfermagem	Técnico de enfermagem	Bioquimico	Medico	Estagiário	Serviço de higene e limpeza	Outros	Série 3	Enfermagem	Técnico de enfermagem	Bioquimico	Medico	Estagiário	Serviço de higene e limpeza	Outros	Acidentes por setor	16,4%
15,8%
9,8%
9,2%
8,6%
7,1%
6%
4,8%
4,2%
3,6%
3,3%
Pronto Socorro	Centro cirurgico	UTI	Clinica m. masculina	Limpeza	Clinica m. Pediátrica	Clinica m. feminina	Clinica Geral	Outros	Centro Obstético	Clinico Esterilização	Laboratório	16.399999999999999	15	.8	9.8000000000000007	9.1999999999999993	7.7	8.6	7.1	6	4.8	4.2	3.6	3.3

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