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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco. Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil. Bruna Pinotti, Ana Maria B. Quiqueto, Heitor Ferreira, Leticia Veloso, Silvana Guimarães Polícia Militar do Estado do Paraná PM - PR Soldado 2ª Classe A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos. MR057-19 Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br. www.novaconcursos.com.br sac@novaconcursos.com.br OBRA Polícia Miliar do Estado do Paraná Soldado 2ª Classe Atualizada até 03/2019 AUTORES Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco Matemática - Prof° Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil História - Prof° Heitor Ferreira Geografia - Profª Ana Maria B. Quiqueto e Leticia Veloso Estatuto da Criança e do Adolescente - Profª Bruna Pinotti Atualidades - Profª Leticia Veloso e Silvana Guimarães PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO Elaine Cristina Érica Duarte Leandro Filho Karina Fávaro DIAGRAMAÇÃO Elaine Cristina Thais Regis Danna Silva CAPA Joel Ferreira dos Santos SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e interpretação de textos, com moderado grau de complexidade. Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de informações explícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Inferência de informações implícitas no texto e das relações de causa e conseqüência entre as partes de um texto. Distinção de fato e opinião sobre esse fato. Interpretação de linguagem não-verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.). . 01 Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, preposições argumentativas, locuções etc. Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade. Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados. 12 Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos semânticos, e de outras notações............................................................................................................ . 60 Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas, pronomes relativos, demonstrativos etc.). Compreensão de estruturas temática e lexical complexas. Ambiguidade e paráfrase. Relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra. ..................................................................................................... 69 MATEMÁTICA Operações com números inteiros, fracionários e decimais. ...................................................................................................................... 01 Frações ordinárias e decimais. ............................................................................................................................................................................... 01 Conjunto e funções. .................................................................................................................................................................................................. 23 Progressões aritméticas e geométricas. ............................................................................................................................................................ 43 Logaritmos. ................................................................................................................................................................................................................... 48 Porcentagem e juros. ................................................................................................................................................................................................ 55 Razões e proporções. ................................................................................................................................................................................................ 59 Medidas de tempo. .................................................................................................................................................................................................... 63 Equações de primeiro e segundo grau; sistemas de equações. .............................................................................................................. 69 Sistema de medidas de tempo, sistema métrico decimal ........................................................................................................................... 69 Sistema monetário brasileiro. ................................................................................................................................................................................ 73 Relações trigonométricas. ....................................................................................................................................................................................... 73 Formas geométricas básicas. ................................................................................................................................................................................. 73 Perímetro, área e volume de figuras geométricas. ........................................................................................................................................ 73 Gráficos e tabelas. ...................................................................................................................................................................................................... 93 Porcentagem. ............................................................................................................................................................................................................... 98 Regra de três simples e composta. ...................................................................................................................................................................... 98 Cálculo Proposicional. ............................................................................................................................................................................................101 Raciocínio Lógico. ......................................................................................................................................................................................................102 Resolução de problemas. .......................................................................................................................................................................................124 HISTÓRIA Processo de construção e emancipação da Nação brasileira e a construção do estado democrático ..................................... 01 A Constituição Brasileira e a conquista da cidadania .................................................................................................................................... 03 Formação política do Estado do Paraná. ............................................................................................................................................................ 05 Processo de colonização do Estado do Paraná e regiões circunvizinhas com a avaliação dos encontros de distintas cultu- ras que resultaram na formação étnicocultural presente no Estado....................................................................................................... 05 Processo de formação das Forças Armadas no Brasil - do Império à República................................................................................ 07 Participação das forças armadas brasileiras em conflitos internacionais .............................................................................................. 08 Participação da Polícia Militar do Estado do Paraná em conflitos históricos. ...................................................................................... 10 Processo de globalização mundial e a inserção do Brasil no mundo do trabalho globalizado ................................................... 12 Formação de blocos econômicos na América Latina e no mundo. ......................................................................................................... 14 SUMÁRIO Processo de formação cultural no Brasil e no mundo .................................................................................................................................16 Movimentos sociais e reivindicatórios ...............................................................................................................................................................18 Movimentos artísticos e religiosos. .....................................................................................................................................................................20 GEOGRAFIA Categorias de análise geográfica: território, paisagem e espaço geográfico. Cartografia: utilidade das cartas básicas (bases cartográficas) e das cartas temáticas. ...................................................................................................................................................01 Geografia física: climas da Terra, do Brasil e dinâmica climática do Paraná; geologia, relevo e solos do Brasil e do estado do Paraná; águas continentais; oceanos: produtividade marinha e mares territoriais; os biomas terrestres, brasileiros e a vegetação do estado do Paraná. ..........................................................................................................................................................................07 Geografia humana: fatores de crescimento da população e teorias demográficas; distribuição e estrutura da população brasileira; diversidade étnica mundial; nacionalismo e separatismo; urbanização, redes urbanas, hierarquia das cidades; migrações internacionais e migrações internas. ............................................................................................................................................21 Geografia econômica e política: atividades agropecuárias e sistemas agrários no Paraná, no Brasil e no mundo; atividades industriais no Paraná, no Brasil e no mundo; os blocos econômicos, a multipolaridade mundial; o comércio mundial; as fontes de energia e a produção de energia. Países capitalistas desenvolvidos, em desenvolvimento e não desenvolvidos; países socialistas; o terrorismo no mundo atual. ..........................................................................................................................................35 Problemas ambientais: erosão e poluição dos solos; poluição da atmosfera e alterações do clima local (clima urbano, ilha de calor) e do clima da Terra (efeito estufa, destruição da camada de ozônio, (chuvas ácidas); poluição das águas (eutrofização, poluição das águas doces); destruição da cobertura vegetal, desmatamento; unidades de conservação e a preservação dos ecossistemas e da flora e da fauna brasileira e paranaense. ..................................................................................64 INFORMÁTICA Conceitos básicos de operação com arquivos utilizando o Windows Explorer e Linux. ...............................................................35 Noções consistentes de uso de Internet para informação (Internet Explorer e Mozilla Firefox) e comunicação (Microsoft - Outlook Express). ....................................................................................................................................................................................................42 Noções consistentes de trabalho com computadores em rede interna, ambiente Windows e Linux. ...................................35 Recursos de escrita e editoração de texto (Microsoft Word e OpenOffice). ......................................................................................06 Recursos de cálculo e organização de dados em planilhas eletrônicas (Microsoft Excel e OpenOffice calc). .......................06 Noções básicas (de usuário) sobre a instalação de aplicativos e funcionamento de computadores pessoais. ....................57 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Lei nº 8.069/90: Parte geral: Título I Das Disposições Preliminares. Título II Dos Direitos Fundamentais: Do Direito à Vida e à Saúde. Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Do Di- reito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho. Título III Da Prevenção: Dos Produtos e Serviços. Da Autorização para Viajar. Parte Especial: Título III Da Prática de Ato Infracional: Dos Direitos Individuais. Das garantias processuais. Das Medidas Sócioeducativas. Título IV Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. Título V Do Conselho Tutelar: Disposições Gerais. Das Atribuições do Conselho.. ...............................01 ATUALIDADES Noções gerais sobre temas da vida econômica, política e cultural do Paraná, do Brasil e do Mundo. O debate sobre as políticas públicas para o meio ambiente, saúde, educação, trabalho, segurança, assistência social e juventude. ............01 Aspectos relevantes das relações entre os Estados e Povos. ....................................................................................................................01 Ética e Cidadania. ........................................................................................................................................................................................................12 LÍNGUA PORTUGUESA ÍNDICE Compreensão e interpretação de textos, com moderado grau de complexidade. Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de informações explícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Inferên- cia de informações implícitas no texto e das relações de causa e conseqüência entre as partes de um texto. Distinção de fato e opinião sobre esse fato. Interpretação de linguagem não-verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.). ................................................... 01 Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, preposições argu- mentativas, locuções etc. Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade. Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados. ...............................................12 Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração de recursos ortográficos e/ou morfos- sintáticos, de campos semânticos, e de outras notações ...................................................................................................................................... 60 Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas, pronomes relativos, demons- trativos etc.). Compreensão de estruturas temática e lexical complexas. Ambiguidade e paráfrase. Relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra. ................................................................................................................................................69 1 LÍ N G UA P O RT U G U ES A COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS, COM MODERADO GRAU DE COMPLEXIDADE. RECONHECIMENTO DA FINALIDADE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS. LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS NO TEXTO. INFERÊNCIA DE SENTIDO DE PALAVRAS E/OU EXPRESSÕES. INFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS NO TEXTO E DAS RELAÇÕES DE CAUSA E CONSEQÜÊNCIA ENTRE AS PARTES DE UM TEXTO. DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO. INTERPRETAÇÃO DE LINGUAGEM NÃO-VERBAL (TABELAS, FOTOS, QUADRINHOS ETC.). COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de pro- duzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclare- cimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, em uma prova, o candidato deve: Identificar os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. 1. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio. 2. Interpretar/Compreender Interpretar significa: Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Através do texto, infere-se que... É possível deduzir que... O autor permite concluir que... Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa Entendimento, atenção ao que realmente está escrito. O texto diz que... É sugerido pelo autor que... De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... O narrador afirma... 3. Erros de interpretação Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido. 2 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con- clusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono- me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam- bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao an- tecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na in- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstân- cia, a saber: que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- te, mas depende das condições da frase. qual (neutro) idem ao anterior. quem (pessoa) cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). 3. Dicas para melhorar a interpretação de textos Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor- mação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- rompa a leitura. Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). Volte ao texto quantas vezes precisar. Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- lhor compreensão. Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. O autor defende ideias e você deve percebê-las. Observe as relações interparágrafos. Um parágra- fo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- que muito bem essas relações. Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as de- mais questões! Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin- cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con- clusão. Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- tem a outros vocábulos do texto. SITES http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/por- tugues/como-interpretar-textos http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me- lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas- -para-voce-interpretar-melhor-um.html http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- tao-117-portugues.htm EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Ces- pe – 2017) Texto CG1A1AAA A valorização do direito à vida digna preserva as duas faces do homem: a do indivíduo e a do ser político; a do ser em si e a do ser com o outro. O homem é inteiro em sua dimensão plural e faz-se único em sua condição social. Igual em sua humanidade, o homem desiguala-se, singulariza-se em sua individualidade. O direito é o ins- trumento da fraternização racional e rigorosa. O direito à vida é a substância em torno da qual todos os direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que o sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizá- vel de justiça social. Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei Maior a se traduzir em palavras que fossem apenas a re- velação da justiça. Quando os descaminhos não condu- zirem a isso, competirá ao homem transformar a lei na vida mais digna para que a convivência política seja mais fecunda e humana. Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º. In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Hu- manos 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 (com adaptações). 3 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano tem direito a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobre- vivência das espécies. b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário para defender seus interesses. c) de demandar ao sistema judicial a concretização de seus direitos. d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos direitos de outros. e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na essência de todos os direitos. Resposta: Letra E. O ser humano tem direito a uma vida digna, adequada, para que consiga gozar de seus direitos – saúde, educação, segurança – e exercer seus deveres plenamente, como prescrevem todos os di- reitos: (...) O direito à vida é a substância em torno da qual todos os direitos se conjugam (...). 2. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Ces- pe – 2017) Texto CG1A1BBB Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes elei- tos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de sua investidura é legitimada pela compatibilidade com as regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos agentes do poder popular, que o Estado polariza e exer- ce. Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque toda sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome do qual é pronunciada. Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro- cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com adaptações). Conforme as ideias do texto CG1A1BBB, a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel com fundamento no princípio da soberania popular. b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo voto popular, como ocorre com os representantes dos demais poderes. c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros, exercem o poder que lhes é conferido em nome de seus nacionais. d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magistra- tura e o sistema democrático. e) os magistrados brasileiros exercem o poder constitucio- nal que lhes é atribuído em nome do governo federal. Resposta: Letra A. A questão deve ser respondida se- gundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou direta- mente, nos termos desta Constituição.” Em virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e em seu nome é exercido (...). 3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR – CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o vocábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de a) trata. b) provém. c) manifesta. d) pertence. e) cabe. Resposta: Letra B. Dentro do contexto, “emana” tem o sentido de “provém”. TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presen- ça do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito. É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas situa- ções corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. 1. As tipologias textuais se caracterizam pelos as- pectos de ordem linguística Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição. São observa- dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu- mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, como é o caso de an- tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conver- sa, resolveram... B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem características tanto físicas quanto psi- cológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...” C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra- zões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o be- nefício. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de verbos expres- sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: 4 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- cam-se pelo predomínio de operadores argumen- tativos, revelados por uma carga ideológica cons- tituída de argumentos e contra-argumentos que justificam a posição assumida acerca de um deter- minado assunto: A mulher do mundo contemporâ- neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os gê- neros estão em complementação, não em disputa. 2. Gêneros Textuais São os textos materializados que encontramos em nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. A escolha de um determinado gênero discursivo de- pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locutores e os interlocutores, o meio disponível para vei- cular o texto, etc. Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta- gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul- gação científica são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. Português – Literatura, Produção de Textos & Gra- mática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. SITE http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- tual.htm Observação: Não foram encontradas questões abran- gendo tal conteúdo. ESTUDO DE TEXTO(S) Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de figuras, impreg- nado de subjetivismo. Exemplo: um romance, um conto, uma poesia... (Conotação, Figurado, Subjetivo, Pessoal). Texto Não-Literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Exem- plo: uma notícia de jornal, uma bula de medicamento. (Denotação, Claro, Objetivo, Informativo). O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, não se faz a defesa de uma ideia. Exemplos de textos explicativos são os encontra- dos em manuais de instruções. Informativo: Tem a função de informar o leitor a res- peito de algo ou alguém, é o texto de uma notícia de jornal, de revista, folhetos informativos, propagandas. Uso da função referencial da linguagem, 3ª pessoa do singular. Descrição: Um texto em que se faz um retrato por es- crito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa aborda- gem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterio- ridade. Significa “criar” com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se refere. Narração: Modalidade em que se conta um fato, fic- tício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- gar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e pos- terioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis, como o “Chapeuzinho Vermelho” ou a “Bela Adormecida”, até as picantes piadas do cotidiano. Dissertação: Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositi- vos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo. Argumentativo: Os textos argumentativos, ao contrá- rio, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto disser- tativo-argumentativo. Exemplos: texto de opinião, carta do leitor, carta de solicitação, deliberação informal, discurso de defesa e acusação (advocacia), resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial. Exposição: Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia, reflete. (analisa ideias). Es- trutura básica; ideia principal; desenvolvimento; conclu- são. Uso de linguagem clara. Exemplo: ensaios, artigos científicos, exposições. Injunção: Indica como realizar uma ação. É também utilizado para predizer acontecimentos e comportamen- tos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente. Exemplo: Receita de um bolo e manuais. Diálogo: é uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. Pode conter marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas. Entrevista: é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado), na qual per- guntas são feitas pelo entrevistador para obter informa- ção do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter declarações que validem as informa- ções apuradas ou que relatem situações vividas por 5 LÍ N G UA P O RT U G U ES A personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta su- gere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter cos- tuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será en- trevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, fato que costuma acontecer princi- palmente com as fontes oficiais do tema. Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o presidente de uma instituição pública sobre um problema que está a afe- tar o fornecimento de serviços à população, ele tende a evitar as perguntas e a querer reverter a resposta para o que considera positivo na instituição. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele dominado. Caso contrário, acabará indu- zindo as respostas ou perdendo a objetividade. As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de pontuação como o ponto de interrogação, o travessão, aspas, reticências, parêntese e as vezes col- chetes, que servem para dar ao leitor maior informações que ele supostamente desconhece. O título da entrevista é um enunciado curto que chama a atenção do leitor e resume a ideia básica da entrevista. Pode estar todo em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na maioria dos casos, apenas as preposições ficam com a letra minúscula. O subtítulo introduz o objetivo principal da entrevista e não vem seguido de ponto final. É um pequeno texto e vem em destaque também. A fotografia do entrevistado aparece normalmente na primeira pá- gina da entrevista e pode estar acompanhada por uma frase dita por ele. As frases importantes ditas pelo entre- vistado e que aparecem em destaque nas outras páginas da entrevista são chamadas de “olho”. Crônica: Assim como a fábula e o enigma, a crônica é um gênero narrativo. Como diz a origem da palavra (Cronos é o deus grego do tempo), narra fatos históricos em ordem cronológica, ou trata de temas da atualidade. Mas não é só isso. Lendo esse texto, você conhecerá as principais características da crônica, técnicas de sua reda- ção e terá exemplos. Uma das mais famosas crônicas da história da lite- ratura luso-brasileira corresponde à definição de crônica como “narração histórica”. É a “Carta de Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de Caminha”, na qual são narrados ao rei português, D. Manuel, o descobrimento do Brasil e como foram os primeiros dias que os marinheiros por- tugueses passaram aqui. Mas trataremos, sobretudo, da crônica como gênero que comenta assuntos do dia a dia. Para começar, uma crônica sobre a crônica, de Machado de Assis: 1. O nascimento da crônica “Há um meio certo de começar a crônica por uma tri- vialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz- -se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resva- la-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se al- gumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a fe- bre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glace est rompue está começada a crônica. (...) Machado de Assis. Crônicas Escolhidas. São Paulo: Editora Ática, 1994. Publicada em jornal ou revista onde é publicada, des- tina-se à leitura diária ou semanal e trata de acontecimen- tos cotidianos. A crônica se diferencia no jornal por não buscar exatidão da informação. Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica os ana- lisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação comum, vista por outro ângulo, singular. O leitor pressuposto da crônica é urbano e, em princí- pio, um leitor de jornal ou de revista. A preocupação com esse leitor é que faz com que, dentre os assuntos tratados, o cronista dê maior atenção aos problemas do modo de vida urbano, do mundo contemporâneo, dos pequenos acontecimentos do dia a dia comuns nas grandes cidades. Jornalismo e literatura: É assim que podemos dizer que a crônica é uma mistura de jornalismo e literatura. De um recebe a observação atenta da realidade cotidiana e do outro, a construção da linguagem, o jogo verbal. Al- gumas crônicas são editadas em livro, para garantir sua durabilidade no tempo. O que é linguagem? É o uso da língua como forma de expressão e comuni- cação entre as pessoas. Agora, a linguagem não é somen- te um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas tam- bém de gestos e imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem uti- lizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver- bal, não se utiliza do vocábulo, das palavras para se comu- nicar. O objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer ou o que se está pensando, mas se uti- lizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais. Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou tele- visionado, um bilhete? Linguagem verbal! Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi- ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito? Linguagem não verbal! 6 LÍ N G UA P O RT U G U ES A A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e anúncios publicitários. Observe alguns exemplos: Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol. Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem ver- bal (óxente, polo Norte 2100) e não verbal (imagem: sol, cactos, pinguim). Placas de trânsito – à frente “proibido andar de bici- cleta”, atrás “quebra-molas”. Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitá- rio masculino”. Imagem indicativa de “silêncio”. Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. 1. Linguagem como forma de Ação e Interação A concepção da linguagem ainda é bastante debatida entre os linguistas, que até hoje ainda não chegaram a um consenso da sua concepção. Ela é sintetizada de três ma- neiras diferentes, sendo que o modo que mais utilizamos em nossos relacionamentos com outras pessoas é a de ação e interação. Neste modo, a linguagem funciona como uma “ativi- dade” de ação/interação entre os envolvidos nesta comu- nicação. Os interlocutores expõem algo ao outro para que este seja induzido a interagir na conversa, que pode ser verbal, não verbal, mista e digital. A atividade de comunicação é indispensável ao ser hu- mano e aos animais. Existem diversos meios de comuni- cação: → Entre os animais: a dança das abelhas, os odores, as produções vocais (como no caso das aves) → Entre os homens: a dança, a pintura, a mímica, os gestos, os sinais de trânsito, os símbolos, a linguagem dos surdos-mudos, a dos deficientes visuais, a linguagem computacional, a linguagem matemática, as línguas natu- rais etc. De um modo geral, dá-se o nome de linguagem a to- dos os meios de comunicação: linguagem animal e lin- guagem humana, em linguagem não verbal e linguagem verbal. O termo é, pois, empregado à aptidão humana de associar os sons produzidos pelo aparelho fonador huma- no a um conteúdo significativo e utilizar o resultado dessa associação para a interação verbal. Fala-se, pois, em lin- guagem verbal. É um termo muito amplo: as línguas naturais (portu- guês, inglês, por exemplo) são manifestações desse algo 7 LÍ N G UA P O RT U G U ES A mais geral. Saussure, o linguista genebrino, concebia a lin- guagem em duas partes: a língua e a fala, e era a primeira o seu objeto de estudo; embora, reconhecesse a interde- pendência entre elas. Enquanto sistema de signos, a linguagem é um códi- go - um conjunto de signos sujeitos a regras de combi- nação e utilizado na produção e na compreensão de uma mensagem. Signo é compreendido por: - Significante, veículo do significado (parte percep- tível, sensível); - Significado, o que se entende quando se usa o signo (parte inteligível). Os linguistas compreendem que há no processo de comunicação seis elementos: - Emissor (remetente), envia a mensagem; - Receptor (destinatário), recebe a mensagem; - Mensagem - informação veiculada; - Código, sistema de signos utilizados para codifi- car a mensagem; - Contexto (referente), aquilo a que a mensagem se refere; - Contato (canal), veículo, meio físico utilizado para transmitir a mensagem. 1.1. Concepção de linguagem De acordo com o prof. Luiz C. Travaglia, no seu li- vro Gramática e Interação, admite-se para a linguagem admite três concepções: 1.2. Linguagem como expressão do pensamento Se a linguagem é expressão do pensamento, quando as pessoas não se expressam bem é porque não sabem elaborar o pensamento. Se o enunciador expressa o que pensa, sua fala é resultado da sua maneira própria de or- ganizar as suas ideias. O texto, dessa forma, nada tem a ver com o leitor ou com quem se fala, e sim, somente com o enunciador. Nessa linha de pensamento encontra-se a gramática normativa ou tradicional. 1.3. Linguagem como instrumento de comunicação Neste conceito a língua é vista como um código, que deve ser dominado pelos falantes para que as comuni- cações sejam efetivadas. A comunicação, pois, depende do grau de domínio que o falante tem da língua como sistema. O falante utiliza-se dos conceitos estruturais que conhece para expressar o pensamento; o ouvinte decodi- fica os sinais codificados por ele e transforma-os em nova mensagem. Essa linha de pensamento pertence ao estru- turalismo e também ao gerativismo. 1.4. Linguagem como forma ou processo de inte- ração Nesta concepção o falante realiza ações, age e intera- ge com o outro (com quem ele fala). Dessa forma, a lin- guagem toma uma dimensão mais ampla e não uniforme, pois inserindo num contexto ideológico e sociocultural, ela não tem direção preestabelecida vai depender uni- camente da interação entre os dois sujeitos. Fazem parte dessa corrente a Teoria do Discurso, Linguística Textual, Semântica Argumentativa, Análise do Discurso, Análise da Conversação. 1.5. As funções da linguagem Para entendermos com clareza as funções da lingua- gem, é bom primeiramente conhecermos as etapas da comunicação. Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação não acontece somente quando falamos, estabelecemos um diálogo ou redigimos um texto, ela se faz presente em todos (ou quase todos) os momentos. Comunicamo-nos com nossos colegas de trabalho, com o livro que lemos, com a revista, com os documen- tos que manuseamos, através de nossos gestos, ações, até mesmo através de um beijo de “boa-noite”. É o que diz Bordenave quando se refere à comuni- cação: “A comunicação confunde-se com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que respiramos ou andamos. Somente percebemos a sua essencial importância quando, por acidente ou uma doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. (Bor- denave, 1986. p.17-9)” No ato de comunicação, percebemos a existência de alguns elementos, são eles: ▪ Emissor: é aquele que envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas). ▪ Mensagem: é o conteúdo (assunto) das informa- ções que ora são transmitidas. ▪ Receptor: é aquele a quem a mensagem é ende- reçada (um indivíduo ou um grupo), também conhecido como destinatário. ▪ Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. ▪ Código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizados para elaborar a mensagem: o emissor codifica aquilo que o receptor irá decodificar. ▪ Contexto: é o objeto ou a situação a que a men- sagem se refere. Partindo desses seis elementos, Roman Jakobson, linguista russo, elaborou estudos acerca das funções da linguagem, os quais são muito úteis para a análise e pro- dução de textos. As seis funções são: 1. Função referencial: referente é o objeto ou situa- ção de que a mensagem trata. A função referencial pri- vilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Essa função predomina nos textos de caráter científico e é privilegia- do nos textos jornalísticos. 8 LÍ N G UA P O RT U G U ES A 2. Função emotiva: através dessa função, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emo- ções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a pre- sença do emissor. Exemplo: “[…] Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso amar aquele que me trucida e per- guntar quem de vós me trucida. E minha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois. Se assim for, que assim seja [...]”. (Fragmento de A hora da estrela, de Clarice Lispector) 3. Função conativa: essa função procura organizar o texto de forma que se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o. Nas mensa- gens em que predomina essa função, busca-se envolver o leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a adotar este ou aquele comportamento. Nos tipos de textos em que a função conativa predomina, é possível perceber o uso da 2ª pessoa como maneira de interpelar alguém, além do emprego dos verbos no imperativo para con- vencer o interlocutor: Exemplo: 4. Função fática: a palavra fática significa “ruído, ru- mor”. Foi utilizada inicialmente para designar cer- tas formas usadas para chamar a atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comuni- cação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência. Tipo de mensagem cujo objetivo é prolongar ou interromper uma conversa. Nela, o emissor utiliza procedimentos para manter contato físico ou psicológico com o interlocutor: Exemplo: “(...) Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem eu vou indo correndo Pegar meu lugar no futuro, e você? Tudo bem, eu vou indo em busca De um sono tranquilo, quem sabe … Quanto tempo... pois é... Quanto tempo... Me perdoe a pressa É a alma dos nossos negócios Oh! Não tem de quê Eu também só ando a cem Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí (…)”. (Trecho da música Sinal Fechado, de Paulinho da Viola). 5. Função metalinguística: quando a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio referente, ocorre a função metalinguística. Linguagem utilizada para falar, explicar ou descrever o próprio código: esse é o principal objetivo da função metalinguística. Nas situações em que ela é empregada, geralmente na poesia e na publicida- de, a atenção está voltada para o próprio código: Exemplo: 6. Função poética: quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando com- binações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de ideias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É muito encontra- da na Literatura, especialmente na poesia, a função poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria mensagem, rompendo com o modo tradicional com o vemos a linguagem. 9 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Exemplo: Essas funções não são exploradas isoladamente; de modo geral, ocorre a superposição de várias delas. Há, no entanto, aquela que se sobressai, assim podemos identificar a finalidade principal do texto. Variações Linguísticas A linguagem é a característica que nos difere dos de- mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, so- bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E dentre os fatores que a ela se relacionam desta- cam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: - O nível de formalidade; - O de informalidade. O padrão formal está diretamente ligado à lingua- gem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania so- bre as demais. Quanto ao nível informal, este por sua vez represen- ta o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma. Compondo o quadro do padrão informal da lingua- gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utiliza- da. Dentre elas destacam-se: a) Variações históricas Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão dos vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento exposto: Antigamente “Antigamente, as moças chamavam-se mademoisel- les e eram todas mimosas e muito prendadas. Não fa- ziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de- -alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses de- baixo do balaio.” Carlos Drummond de Andrade Comparando-o à modernidade, percebemos um vo- cabulário antiquado. b) Variações regionais São os chamados dialetos, que são as marcas deter- minantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, rece- be outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem. c) Variações sociais ou culturais Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer- tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuado- res, entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio- nais da área de informática, dentre outros. Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto: “Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados”. (Oswald de Andrade). Chopis Centis “Eu “di” um beijo nela E chamei pra passear. A gente fomos no shopping Pra “mode” a gente lanchar. Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim. Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, Quando eu estou no trabalho, Não vejo a hora de descer dos andaime. Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger, E também o Van Damme. (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassi- nas, 1995). Para expandir a capacidade de compreensão e, prin- cipalmente, de interpretação, é importante acostumar-se à leitura, seja de um texto ou um objeto, figura ou fato. 10 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Ao se ler algo, deve-se notar aspectos particulares que permitam associar o elemento da leitura ao tempo e a acontecimentos, destacar o essencial e o secundá- rio relacionando-o a outros já lidos. Semanticamente, o elemento da leitura encerra em si todas as indagações, permitindo uma análise e oferecendo os subsídios da resposta. Compreender um texto é entender o seu senti- do; apreender a situação, o fato, a narração, a tese a nós expostos. Interpretar um texto é conseguir desenvolver em outras palavras a ideia do texto, é, portanto, parafra- seá-lo ou reescrevê-lo. Para se interpretar bem um texto, é de suma importância uma boa leitura. Para se entender um texto é necessária uma leitura atenta, em que se no- tem as suas sutilezas e superficialidades. É conveniente marcar as ideias principais e estar atento as entrelinhas, aos detalhes e a todo o contexto. - Paráfrase: é o desenvolvimento ou citação de um texto ou parte dele, com palavras diferentes, mas de igual significação. Não há alteração da ideia central. - Perífrase: é um circunlóquio, um rodeio de pala- vras; a exposição de ideias é feito usando-se de muitas palavras. Usam se mais palavras do que o texto original, isto é, usam-se mais palavras que o necessário. - Intertextualidade: é a relação entre dois ou mais textos, cujo tema seja o mesmo, porém tratado de forma diferente. - Síntese: é uma resenha, que é feita utilizando-se das palavras do texto. Aparecem apenas as ideias principais. - Resumo: é uma representação do texto em que só aparecem as ideias principais, não é necessário que seja com as mesmas palavras do texto. - Inferência: é uma informação que não está no tex- to, mas sim fora dele; está nas entrelinhas ou exige um conhecimento extra textual. - Tipologia Textual Descrição: ato de descrever ca- racterísticas. Pode ser: Objetiva: descrição com caráter universal. Subjetiva: descrição com caráter particular, pessoal. - Técnica: descrição com caráter próprio de um ofí- cio, profissão. - Narração: é o relato de um fato, de um aconteci- mento. Seus elementos são: - Fato: é o acontecimento; o encadeamento das ações forma o enredo. - Personagens: são os participantes do aconteci- mento. Principais (mais atuantes) Secundários - Ambiente ou cenário: é o lugar onde ocorrem os acontecimentos. - Tempo: é a localização cronológica do aconteci- mento. Foco Narrativo (narrador): a narração pode ser em: 1ª pessoa: narrador-personagem 3ª pes- soa: narrador-onisciente/narrador-observador. Dissertação: ato de discorrer sobre um tema. A dissertação divide-se em três partes: Introdução: apresenta a ideia principal a ser discutida. - Desenvolvimento: é o desdobramento da ideia central, a exposição dos argumentos. - Conclusão: retoma ou resume os principais aspec- tos do texto e confirma a tese inicial. d) Tipos de Discurso - Discurso Direto: a fala do personagem é, geral- mente, acompanhada por um verbo de elocução (dizer, falar, responder, perguntar, afirmar etc.), não havendo co- nectivo, porém uma pausa marcada por sinal de pontuação. Exemplo.: A mãe perguntou-lhe atarantada: - Onde você pensa que vai? - Discurso Indireto: o personagem não fala com suas palavras, é o narrador que reproduz com suas palavras o dis- curso do personagem. Os verbos de elocução são núcleos do predicado da oração principal seguido de oração subordinada. Exemplo: Ele respondeu que sempre saía sozinho. - Indireto Livre: é um discurso misto, pois há carac- terísticas do discurso direto e do indireto. A fala do perso- nagem se insere no discurso do narrador, são perceptíveis aspectos psicológicos e fluxos do pensamento do persona- gem. Exemplo: Naquele dia o rapaz havia se declarado à sua vizinha. Ele já tinha sofrido muito. Custava à moça acreditar? Não sabia se tinha feito à coisa certa. LÍNGUA PADRÃO, LÍNGUA NÃO PADRÃO A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: A) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- rando na educação; B) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. 1. Norma culta A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza- do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e cria- tiva, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Estou preocupado. (norma culta) Tô preocupado. (língua popular) Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a esponta- neidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- mas da língua culta. 11 LÍ N G UA P O RT U G U ES A 2. O conceito de erro em língua Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele falar”, não comete propriamente erro; na verdade, trans- gride a norma culta. Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare- ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhis- ta, numa praia, vestido de fraque e cartola. Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consi- deradas perfeitamente normais construções do tipo: Eu não vi ela hoje. Ninguém deixou ele falar. Deixe eu ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuse! Não assisti o filme nem vou assisti-lo. Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo. Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os interlocutores. O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram: Eu não a vi hoje. Ninguém o deixou falar. Deixe-me ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuses! Não assisti ao filme nem vou assistir a ele. Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe. Considera-se momento neutro o utilizado nos veí- culos de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino. O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por construções de rara beleza. Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Exemplos: Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir) Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos dispersar-nos) Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa) O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto) As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos linguísticos, já que só correm hoje por- que a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bas- tou para se arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-es- colarizada tem coragem de usar. Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases da língua popular para a língua culta”. Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta. 3. Língua escrita e língua falada - Nível de lingua- gem A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a moda- lidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transfor- mações e a evoluções. Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em impor- tância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre estão atentos. Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- trando as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superiorida- de ou inferioridade, que em verdade inexiste. Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, consequência natural do enorme distanciamen- to entre uma modalidade e outra. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela- borada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tem- po. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, processam-se lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a mo- dalidade falada. Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso. O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pro- núncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se estivesse em 12 LÍ N G UA P O RT U G U ES A uma missa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula. Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, destacam-se em importância o culto e o cotidia- no, a que já fizemos referência. RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES LÓGICO-DISCURSIVAS PRESENTES NO TEXTO, MARCADAS POR CONJUNÇÕES, ADVÉRBIOS, PREPOSIÇÕES ARGUMENTATIVAS, LOCUÇÕES ETC. RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE PARTES DE UM TEXTO, IDENTIFICANDO REPETIÇÕES OU SUBSTITUIÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA SUA CONTINUIDADE. IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS Adjetivo É a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando com este em gênero e número. As praias brasileiras estão poluídas. Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos (plural e feminino, pois concordam com “praias”). 1. Locução adjetiva Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coisa, tem-se lo- cução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe outros exemplos: de águia aquilino de aluno discente de anjo angelical de ano anual de aranha aracnídeo de boi bovino de cabelo capilar de cabra caprino de campo campestre ou rural de chuva pluvial de criança pueril de dedo digital de estômago estomacal ou gástrico de falcão falconídeo de farinha farináceo de fera ferino de ferro férreo de fogo ígneo de garganta gutural de gelo glacial de guerra bélico de homem viril ou humano de ilha insular 13 LÍ N G UA P O RT U G U ES A de inverno hibernal ou invernal de lago lacustre de leão leonino de lebre l eporino de lua lunar ou selênico de madeira lígneo de mestre magistral de ouro áureo de paixão passional de pâncreas pancreático de porco suíno ou porcino dos quadris ciático de rio fluvial de sonho onírico de velho senil de vento eólico de vidro vítreo ou hialino de virilha inguinal de visão óptico ou ótico Observação: Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu. 2 Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática): O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). 3 Adjetivo Pátrio (ou gentílico) Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles: Estados e cidades brasileiras: Alagoas alagoano Amapá amapaense Aracaju aracajuano ou aracajuense Amazonas amazonense ou baré Belo Horizonte belo-horizontino Brasília brasiliense Cabo Frio cabo-friense Campinas campineiro ou campinense 14 LÍ N G UA P O RT U G U ES A 4 Adjetivo Pátrio Composto Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos: África afro- / Cultura afro-americana Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas América américo- / Companhia américo-africana Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses China sino- / Acordos sino-japoneses Espanha hispano- / Mercado hispano-português Europa euro- / Negociações euro-americanas França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas Grécia greco- / Filmes greco-romanos Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros 5 Flexão dos adjetivos O adjetivo varia em gênero, número e grau. 6. Gênero dos Adjetivos Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em: A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a moça norte-americana. Exceção: surdo-mudo e surda-muda. B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social. 7 Número dos Adjetivos A) Plural dos adjetivos simples Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos subs- tantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas. Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. Motos vinho (mas: motos verdes) Paredes musgo (mas: paredes brancas). Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). B) Adjetivo Composto É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará in- variável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan- tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: 15 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Camisas rosa-claro. Ternos rosa-claro. Olhos verde-claros. Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Observação: Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos cor-de-rosa. O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- mentos flexionados: crianças surdas-mudas. 8 Grau do Adjetivo Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- jetivo: o comparativo e o superlativo. A) Comparativo Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte- rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su- perioridade Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In- ferioridade Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- rior, grande/maior, baixo/inferior. Observe que: As formas menor e pior são comparativos de su- perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em compa- rações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- ferioridade Sou menos passivo (do) que tolerante. B) Superlativo O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela- tivo e apresenta as seguintes modalidades: B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali- dade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas: Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado. Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. Observe alguns superlativos sintéticos: benéfico - beneficentíssimo bom - boníssimo ou ótimo comum - comuníssimo cruel - crudelíssimo difícil - dificílimo doce - dulcíssimo fácil - facílimo fiel - fidelíssimo B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de todas. De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de todas. O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, antepostos ao adjetivo. O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio – cheíssimo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. SITE http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ morf32.php 16 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Advérbio Compare estes exemplos: O ônibus chegou. O ônibus chegou ontem. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio advérbio. Estudei bastante. = modificando o verbo estudei Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio (bem) Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- jetivo (claros) Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- centar ideia de: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal. Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. 1. Flexão do Advérbio Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: A) Grau Comparativo Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo: de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Renato fala tão alto quanto João. de inferioridade: menos + advérbio + que (do que): Renato fala menos alto do que João. de superioridade: A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala mais alto do que João. A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala melhor que João. B) Grau Superlativo O superlativo pode ser analítico ou sintético: B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- nato fala muito alto. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de modo B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al- tíssimo. Observação: As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são co- muns na língua popular. Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A criança levantou cedinho. (muito cedo) 2. Classificação dos Advérbios De acordo com a circunstância que exprime, o advér- bio pode ser de: A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco- lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de- fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis- tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta. B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan- temente, entrementes, imediatamente, primeira- mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo- mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de- pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla- ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em “-men- te”: calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escan- dalosamente, bondosamente, generosamente. D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu- bitavelmente. E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro- vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex- cesso, bastante, mais, menos,
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