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Organizações do futuro_ a revolução no trabalho lição 9

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23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 1/15
Lição 09
Organizações do futuro: a
revolução no trabalho
Começar a aula
1. Introdução
Os grupos sociais são o elemento mais importante do estudo da Sociologia, em particular, e das
Ciências Sociais em geral, pois é em seu interior que acontecem as interações sociais, que são o
objeto de estudo dos sociólogos. Não há interação social sem a formação de um grupo social e, por
outro lado, não há grupo social se não houver interação humana.
Nossa relação com os grupos sociais começa desde o nosso nascimento, quando nascemos inseridos
em nossa família, com todas as qualidades e defeitos próprios de cada grupo familiar, e é ali que
aprendemos a língua, os valores e a cultura de nossa sociedade. À medida que crescemos, vamos
participando de outros grupos e nos tornando cada vez mais socializados.
O processo de socialização, que nos torna indivíduos únicos e ao mesmo tempo integrados na
sociedade, ocorre dentro dos grupos sociais aos quais pertencemos; somos inseridos em alguns
desses grupos sem termos escolhido, como é o caso da família e da classe social, por exemplo.
No entanto, quando nos tornamos conscientes, podemos escolher os grupos aos quais queremos
pertencer, como é o caso do grupo de amigos, da religião, da universidade, etc.
Assim, o estudo dos grupos sociais é muito importante para compreendermos o processo de
socialização que forma as personalidades individuais, que se organizam de modos diversos e que
tem a consciência de pertencer a um grupo com elementos específicos. Os grupos possuem
características integradoras, que geram identificação nos indivíduos e dão um sentido de
pertencimento a muitas pessoas, e é por isso se atribui uma personalidade social a cada grupo.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 2/15
Certos grupos sociais, principalmente organizações formais, possuem certa independência em
relação aos indivíduos que os compõem, podendo ser considerados agentes sociais autônomos. Boa
parte das atividades econômicas, políticas, sociais e culturais de nossa vida cotidiana se passa
dentro dessas organizações formais.
Neste tópico, investigaremos as organizações que fazem parte de nossas vidas e que a influenciam
de muitas maneiras.
2. O indivíduo e as organizações
Grupos sociais, numa das definições mais aceitas no campo da Sociologia, se define como
qualquer número de pessoas que partilham de uma consciência de interação e de filiação; ou seja,
grupo social é qualquer conjunto de pessoas em interação, que compartilham uma consciência de
pertencimento e que tem expectativas comuns de comportamento.
Os grupos sociais possuem características próprias, em geral são facilmente observáveis pois
correspondem a características externas, como condutas semelhantes, roupas com características e
significados próprios, definidos por regras relativas a cada grupo, símbolos e valores que tornam o
indivíduo um agente social do grupo ao qual pertence.
Você pode pertencer a vários grupos, como por exemplo sua família, seu curso universitário, sua
turma na universidade, seus amigos de treino, etc. Um tipo específico de grupo social são as
organizações.
Os diferentes tipos de organização só existem por causa da colaboração de diversas pessoas, com habilidades diferentes,
funções diferentes e formas diferentes de pensar.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/11/Aula_estsoc_top09-2-768x521.jpeg
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 3/15
Podemos trabalhar numa organização empresarial, estudar numa organização educacional e nos
relacionarmos com amigos numa organização religiosa; se ficarmos doentes, somos atendidos
numa organização hospitalar, pagamos nossas contas em uma organização financeira e podemos
realizar trabalho voluntário numa organização não governamental. Há um grande número de
organizações com as quais nos relacionamos todos os dias, e a cada momento outras estão
surgindo.
A palavra organização tem origem no grego (organon: uma ferramenta ou instrumento) e pode
ser entendida como um instrumento utilizado pelo homem para desenvolver tarefas que não podem
ser desenvolvidas por um indivíduo sozinho.
As organizações podem ser encontradas em todos os setores da sociedade; o setor público, por
exemplo, que compreende as organizações do Estado, as prefeituras, as empresas públicas, as
autarquias, etc. No setor privado, onde encontramos as organizações industriais, as comerciais, as
financeiras, as de prestação de serviços, as de entretenimento, etc. Há também as organizações do
terceiro setor, como as ONG’s (organizações não governamentais), as fundações, as organizações
filantrópicas, etc.
Essas organizações, ou agentes sociais, tem propósitos bem variados, reúnem interesses diversos –
às vezes conflitivos – de seus membros e precisam ser administradas; também escolhem uma
estrutura hierárquica de gestão, estão orientadas a atingir certos objetivos e se caracterizam por um
conjunto de relações entre seus participantes: poder, divisão do trabalho, motivação, formas de
comunicação, etc. (Dias, 2010)
Segundo Peter Drucker (1997), um escritor, professor e consultor administrativo de origem
austríaca, considerado como o pai da administração moderna, organização “é um grupo humano,
composto por especialistas que trabalham em conjunto em uma tarefa comum”. Em sua
conceituação, Drucker enfatiza que as organizações são sempre especializadas e que são definidas
por suas tarefas, pois só assim as organizações serão eficazes.
Os hospitais, por exemplo, cumprem a tarefa de cuidar dos doentes; as escolas se concentram na
tarefa do ensino-aprendizagem; as organizações comerciais têm a tarefa de oferecer bens e serviços
necessários à população.
Informação importante:
Apesar das diferentes definições dadas por diferentes estudiosos, talvez a mais utilizada defina
organização como um agente social criado intencionalmente para atingir determinados
objetivos através do trabalho humano e da utilização de recursos materiais.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 4/15
2.1. A organização do trabalho na história
recente
Nos séculos anteriores à Revolução Industrial, tudo era produzido manualmente ou com o suporte
de máquinas simples. Também havia a prática de grupos de artesãos se organizarem e dividirem a
etapa dos processos; a produção era feita em oficinas que funcionavam nas próprias casas dos
artesãos, que dominavam todo o processo produtivo, desde a aquisição da matéria-prima até a
comercialização do produto finalizado.
Com a Revolução Industrial, as máquinas substituíram progressivamente o trabalho humano, pois
multiplicaram a capacidade de produção e diminuíram drasticamente a quantidade de
trabalhadores. Nesse novo momento histórico, a produção de bens deixa de ser feita nas casas dos
artesãos e passa a ser feita em grandes fábricas.
Nessa nova dinâmica de trabalho, os trabalhadores perderam sua autonomia profissional e o
controle da produção, começaram a trabalhar para um patrão, perdendo, assim, a posse da
matéria-prima, do produto final e também do próprio lucro. Agora esses trabalhadores precisam
vender sua força de trabalho em troca de um salário, muito abaixo de seus lucros anteriores.
A introdução das máquinas no processo produtivo tornou necessária uma organização racional das
tarefas produtivas, gerando a divisão do trabalho em etapas e funções específicas; se antes o artesão
tinha o conhecimentoe o domínio de todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até a
comercialização do produto finalizado, agora o artesão se transforma em trabalhador industrial –
operário – especializando-se em áreas de trabalho cada vez mais limitadas e em tarefas cada vez
mais repetitivas e altamente especializadas, gerando um empobrecimento intelectual do operário.
Com a transformação nas maneiras de viver e trabalhar iniciada pela Revolução Industrial, o
problema técnico e organizacional, de especialização e divisão do trabalho, estava intimamente
ligado a outro: o da gestão das pessoas. Como os novos trabalhadores das indústrias, recém-saídos
do ambiente rural e do ambiente doméstico, mantinham hábitos de vida e de trabalho que não
correspondiam às demandas da indústria, os donos das indústrias, visando realizar uma mudança
cultural em seus operários, impuseram uma disciplina rígida desconhecida até aquele momento
histórico.
Os trabalhadores se viram submetidos à supervisão e ao controle externo exercido pelos patrões,
através de capatazes especificamente contratados para esse fim. O tempo de trabalho e o espaço
para o trabalho se transformaram. O uso do relógio permitiu que se medisse e se controlasse a
quantidade de trabalho em horas. O espaço físico, não mais o lar, mas sim a fábrica, condicionou os
trabalhadores a um disciplinamento constante.
Com o passar do tempo, esse disciplinamento dentro do ambiente de trabalho se aprimorou e
passou a ser amparado por métodos científicos; procurando uma forma de elevar o nível de
produtividade de cada trabalhador, e diminuir o tempo de execução de cada etapa, Frederick
Winslow Taylor (1856 – 1915) implanta a racionalização do trabalho, baseando-se no estudo do
tempo de execução das tarefas e dos movimentos de execução dos trabalhadores; além disso, as
tarefas dos operários deveriam ser divididas de acordo com as aptidões de cada um (divisão do
trabalho) e todos deveriam receber treinamento (especialização) para executarem suas tarefas em
menor tempo.
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Segundo Patrícia Silva (2009), Taylor foi o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho na
fábrica, inclusive dos tempos e movimentos, estabelecendo padrões de execução. Ele treinou os
operários, especializou-os de acordos com as fases do trabalho, inclusive o pessoal de supervisão e
direção; instalou salas de planejamento e organizou cada unidade, dentro do conjunto, acesse aqui.
Lançando um olhar crítico sobre essa busca por produtividade no trabalho, Carvalho (2006)
argumenta que esse controle dos patrões sobre seus operários só se tornou possível porque as
relações de trabalho se tornaram relações de exploração
Esse movimento, denominado de “gerência científica”, se propunha a aplicar os métodos da
ciência aos problemas complexos e crescentes relacionados ao controle do trabalho nas
empresas capitalistas em expansão. As ideias de Taylor encontram reforço nas de Henri
Fayol, divulgadas no livro “Administração Geral e Industrial”, em 1968, com a formulação de
princípios que iriam garantir o controle total da empresa por meios sistemáticos,
intensivamente utilizados nas indústrias automobilísticas, estabelecendo novas condições
para o emprego, implantadas primeiramente pela Ford Motor Company e, posteriormente,
por um grande número de indústrias, em que o ofício desapareceria dando lugar a uma série
de operações pormenorizadas e repetidas que padronizariam também os salários em níveis
uniformes. Os operários seriam obrigados a vender-se por minutos, colocando-se em situação
de subordinação e fragilidade política. Nesse sentido, não teriam outra alternativa para
ganhar a vida, já que o empregador deteria para si o capital, no qual pretendia multiplicá-lo
para, inclusive, convertê-lo em salários.
No entanto, as relações de trabalho não se desenvolveram apenas nas fábricas, mas também nos
escritórios. Na apresentação do livro Cubiculados: uma história secreta do local de trabalho, de
Nikil Saval (2016), há vários trechos interessantes que nos ajudam a decifrar a rotina de um
trabalhador de escritório e suas questões cotidianas. Vejamos alguns:
Fábrica gerida pela administração científica, colocando cada trabalhador para executar uma única função repetitiva
durante 10 horas ou mais, impondo uma rotina maquinal aos indivíduos e uma produtividade enorme.
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/taylor-fayol-e-ford/36825/
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/11/Aula_estsoc_top09-3.jpeg
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
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A felicidade não tem história, diz Balzac. O escritório também não. “O pessoal de colarinho-
branco se esgueirou silenciosamente para dentro desse mundo”, disse o sociólogo C. Wright
Mills, e o escritório que os recebeu foi surgindo com a mesma discrição. Outros locais de
trabalho, como a fábrica, chegaram fazendo barulho, com apitos e marteladas; o escritório
sempre foi recatado. Em meados do século XX, quando Mills escreveu A nova classe média
[White Colar] – que até hoje tratou o tema de forma mais abrangente –, homens e mulheres
que trabalhavam em escritório estavam prestes a constituir a maioria da população norte-
americana.
Sociólogos como Wright Mills se interessaram em estudar o cotidiano dos trabalhadores de
escritório, buscando compreender suas condições de trabalho, suas ideologias, e os tipos de
personalidade de classe média que ali se desenvolviam. No entanto, a história do trabalho em
escritórios é mais antiga. Vejamos outro trecho:
O escritório começou a chamar a atenção em meados do século XIX, quando esse espaço era
chamado de sala de contabilidade, praticamente idêntica às dos mercadores italianos dos
séculos anteriores. Eram espaços pequenos, aconchegantes – sempre pequenos. “A porta da
sala de contabilidade de Scrooge ficava aberta para ele ficar de olho no empregado que,
numa cela incrivelmente pequena, uma espécie de depósito, copiava cartas.” Uma espécie de
depósito, onde os homens entravam no auge da saúde e de onde saíam encurvados e tísicos,
onde havia grande atividade, mas em que aparentemente não se produzia nada além de
papel. Desde o início, o escritório foi considerado um lugar indigno das próprias tarefas a que
se destinava. A atividade era nobre, e até estimulante: a pessoa podia arriscar, se aventurar,
crescer e prosperar. O escritório, por sua vez, era fraco, vazio e, acima de tudo, um tédio. Os
negócios tratados no escritório eram secos, velados. No entanto, foi esse tédio, essa
enfadonha respeitabilidade, que fez do escritório o terreno fértil para um discurso que se
mostrou indispensável no século XX: a retórica da classe média e a promessa de ascensão
social. Algum dia o empregado na cela minúscula poderia chegar ao topo, o contador
emaranhado no ninho de cobras do processamento de dados poderia, numa arrancada, vir a
ser o presidente da empresa, o zumbi do cubículo poderia galgar posições até chegar à
diretoria. Nenhum outro local de trabalho, por mais degradado, jamais foi uma fonte tão
constante de esperança para o futuro e a garantia de uma vida estável, respeitável.
Em suas pesquisas, Mills acaba denunciando todo o tédio e desencantamento gerado pela rotina
burocrática e repetitiva desses ambientes, e que vazam para todas as esferas da vida social;
submetidos à rotina das grandes empresas, a vida dos trabalhadores de escritório perde intensidade
“O homem nasce livre, mas passa a vida em cubículos” constatou tristemente Rousseau.
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e sua potencialidadecriativa fica sufocada. É a liberdade humana que está em jogo. Num outro
trecho, lemos que
O escritório não foi programado para ser um ícone do tédio. Na verdade, desde o começo do
século XX, tem sido fonte das mais utópicas ideias e anseios na vida de trabalho dos norte-
americanos. Desde sua origem, no início do século XX, quando começaram a se expandir
como centros administrativos de negócios cada vez maiores na Era Dourada, os escritórios
ofereceram um refúgio possível, uma fuga de outro ícone do tédio, a fábrica. (...) Por mais
árido que Dilbert às vezes fosse, era perpassado por um sentimento simples, até mesmo
humanista, exposto sucintamente por um personagem em Como enlouquecer seu chefe: “O ser
humano não foi feito para ficar o dia inteiro sentado num cubículo olhando para uma tela de
computador”. Também é possível lembrar de Rousseau: O homem nasce livre, mas passa
a vida em cubículos.
No entanto, com o avanço tecnológico, os computadores já começaram a substituir as pessoas em
muitos tipos de trabalho, tanto na indústria quanto no setor de serviços; ao mesmo tempo em que
isso significa a perda de muitos empregos, também tem sido uma oportunidade para a reinvenção
do trabalho. É claro que vivemos uma época de mudanças aceleradas, e a transição entre um
modelo industrial de trabalho para um modelo digital de trabalho, e com isso muitas pessoas
sofrem nessa transição sem saber como se adaptar a essa nova realidade. Segundo Carvalho (2006),
A terceira Revolução Industrial, sob diversos aspectos, difere das demais por trazer acelerado
aumento da produtividade do trabalho, tanto na indústria como em numerosos serviços,
principalmente naqueles que trabalham com o processamento da informação. Como ainda está
em curso, é difícil prever seus desdobramentos a médio e longo prazos. Com a substituição do
trabalho do homem pelo computador, parece também ser muito provável a crescente
eliminação de diversos postos de trabalho pela transferência de operações realizadas por
funcionários, que atendem ao público para o próprio usuário: é a difusão do autosserviço,
facilitada pela utilização do microcomputador.
Porém, esse novo momento histórico pode ser a grande oportunidade de reinventarmos as relações
de trabalho, baseando-nos em novos paradigmas. Thomas Malone (2006), estudioso das
organizações e das recentes mudanças na dinâmica das relações, nos cerca de exemplos sobre como
os novos modelos organizacionais estão lançando as bases das organizações do futuro; modelos
mais centrados numa gestão horizontal e compartilhada, onde o propósito e o significado do
trabalho, mais do que a necessidade de sobrevivência, é o que move os envolvidos nesses
empreendimentos. Segundo Malone (2006), inspirados na revolução democrática estadunidense do
final do século XVIII,
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Atualmente estamos nos primeiros estágios de uma outra revolução – uma revolução nos
negócios – que pode, em última instância, ser tão profunda quanto a revolução democrática
no governo. A nova revolução promete levar a uma outra transformação em nossa maneira
de pensar o controle: de onde vem o poder? Quem deveria exercê-lo? Quem é responsável?
Mais uma vez, o resultado será um mundo em que as pessoas terão mais liberdade. Um
mundo em que o poder e o controle nos negócios estarão mais disseminados do que nossos
antecessores da era industrial teriam imaginado ser possível. Um mundo em que um número
cada vez maior de pessoas está no centro de suas próprias organizações. Novas tecnologias
de informação tornam essa revolução possível. Dispersos fisicamente, mas ligados pela
tecnologia, os trabalhadores agora são capazes, em uma escala não imaginável antes, de
tomar suas próprias decisões usando informações reunidas de muitas outras pessoas e
lugares. O verdadeiro ímpeto para a transformação nos negócios não virá, no entanto, das
novas tecnologias. Virá de nossos próprios desejos inatos (sic) – da eficiência e flexibilidade
econômicas, certamente, mas também de metas não econômicas como liberdade, satisfação e
realização pessoal. 
Segundo Malone (2006), os formatos das organizações tendem a se desenvolver em consonância
com os formatos político-organizacionais dos Estados, como se a liberdade de ação que é dada ao
cidadão numa democracia, regesse a dinâmica social dentro das organizações em que esses
cidadãos trabalham; ou seja, os valores democráticos não se restringem apenas à esfera
formalmente política de ação, mas se estende a todas as relações humanas que permeiam a vida do
cidadão.
Considerando que as organizações humanas sem mediação institucional tendem a aumentar devido
ao desenvolvimento da internet e das ferramentas de comunicação em geral, o momento histórico
atual é fértil para mudanças. E para tornar possível a realização dessa descentralização,
“precisaremos de um novo conjunto de modelos mentais” (Malone, 2006, p. 10), e é essa a
oportunidade que temos para propor novos hábitos, novos capitais e novas métricas.
3. O “propósito” e o futuro dos empregos
Tiago Mattos, empreendedor brasileiro na área de educação, é um dos maiores exemplos das
transformações que vem acontecendo no mundo do trabalho. Além de ter uma formação acadêmica
na área de Comunicação Social, é formado em futurismo pela Singularity University, uma
universidade localizada numa base de pesquisa da Nasa, estabelecida em parceria com o Google,
Nokia, Cisco e Kauffman, e que tem como objetivo capacitar líderes com tecnologias modernas para
melhorar a vida das pessoas e enfrentar grandes problemas globais.
Um dos temas estudados na formação dessa instituição de ensino é o “Propósito no trabalho”. Em
seu livro Vai Lá e Faz, Tiago Mattos (2017), ao falar sobre propósito e legado, argumenta que
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Legado é o que você quer deixar para o mundo. Propósito é por que você quer atingir esse
legado. Hoje em dia, muita gente fala de propósito e pouca gente fala de legado. Inclusive,
muita gente usa essas duas palavras como sinônimos. Não são. Propósito é a sua missão como
ser humano. É o seu norte. Legado é o que fica dessa história. O propósito está mais associado
ao mundo interior: é uma conversa com você mesmo. (...) o propósito costuma ser resultado de
um nível profundo de reflexão.
No site dedicado a empreendedores Endeavor Brasil, lemos o seguinte num artigo intitulado “A
propósito: você sabe aonde quer chegar?”:
Hoje em dia, felizmente, o propósito como o conhecemos voltou à pauta. A vontade maior de
realizar ou conquistar algo retornou à voga, e isso é tremendamente promissor. Afinal, é
consenso, entre antropólogos e outros especialistas, que as novas gerações se distinguem cada
vez mais das anteriores por buscarem fazer aquilo que realmente gostam, a arriscar por
aquilo que as move de fato – de acordo com a consagrada máxima de que “dinheiro é
consequência” (...) Ter um propósito claro na vida é saber onde se quer chegar – e, sobretudo,
dispor da energia necessária para enfrentar a trajetória, que certamente não será fácil.
Como vimos anteriormente, com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam sua autonomia
profissional e o controle da sua produção, começaram a trabalhar para um patrão, perdendo, assim,
a posse da matéria-prima, do produto final e também do próprio lucro. Esse cenário fez com que o
trabalhador perdesse o prazer em trabalhar, pois se viu alienado de todo o processo. O trabalhador
se transforma em apenas mais uma peça, substituível como todas as outras, servindo para executar
ordens de alguém.
O propósito tem a ver com a busca do trabalhador por significado no trabalho, e essa busca, somada
aos avanços tecnológicos, está mudando a maneiracomo trabalhamos, a maneira como as
organizações funcionam e inclusive as definições ligadas ao mundo do trabalho. Enquanto no
capitalismo industrial o trabalhador vende sua força de trabalho para um patrão, executando
tarefas específicas e contribuindo para o lucro dos acionistas, para Mattos (2017),
Empresas são organismos com quatro grandes objetivos. 1) Aumentar o alcance do propósito.
2) Deixar um legado de impacto positivo. 3) Garantir a felicidade de todos: clientes, equipe,
sócios e sociedade. 4) Permanecer em estado de homeostase, com ciclos naturais de
crescimento e retração, a fim de sustentar os itens 1, 2 e 3 pelo maior tempo possível – ou
enquanto eles fizerem sentido.
Assim, podemos perceber que a busca pelo propósito opera no nível individual e no nível coletivo,
pois uma equipe de indivíduos motivada por um significado e unidos para alcançar esse propósito,
geram organizações com propósitos. Salim Ismail, fundador e diretor executivo da Singularity
University, argumenta que as organizações do futuro tendem a ser exponenciais, ou seja, com um
impacto gigantesco sobre as pessoas, por causa do uso de novas técnicas organizacionais
alavancadas pelas novas tecnologias.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
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Nessa perspectiva, se as organizações da era industrial eram baseadas no controle dos
trabalhadores, no disciplinamento e na vigilância, como serão as organizações do futuro? Como
serão as empresas num contexto em que o trabalhador deixa de ser uma “peça da máquina” e se
torna protagonista do processo?
Tiago Mattos, futurista, baseado nas mudanças que vem ocorrendo, e projetando o impacto dessas
mudanças no futuro, descreve um cenário possível, que vale a pena refletir, principalmente porque
as novas tecnologias abriram inúmeras possibilidades de estruturação organizacional. Segundo
Mattos (2017),
Outra característica das organizações exponenciais é o fato de todas possuírem um Propósito
Transformador Massivo, ou seja, todas buscam impactar a maneira como as pessoas vivem, seus
hábitos e costumes, como foi o caso do smartphone e das redes sociais, que modificaram a
maneira como nos relacionamos com as pessoas e com as informações.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 11/15
A Revolução Digital nos fez despertar para uma nova consciência em todos os níveis da
sociedade. Como não poderia deixar de ser, também afetou sensivelmente a consciência dos
dois lados do balcão: tanto de empregados quanto dos empregadores. Estamos diante de um
efeito dominó que nos levará para a mudança mais radical na história do trabalho.
Num futuro próximo, não haverá empresas. Pelo menos, não como elas são hoje.
Seremos todos freelancers/autônomos/profissionais liberais. Você poderá exercer a atividade
que bem entender. Num dia será decorador, no outro músico, e, na semana seguinte,
professor de jiu jitsu. Tudo vai depender do seu interesse, da sua capacidade e da boa e velha
lei de mercado. Para isso, os reguladores de hoje (diplomas e titulações) serão ainda mais
fluidos, permitindo que você literalmente exerça milhares de atividades profissionais ao longo
da vida.
Inclusive, essa é outra diferença. Não haverá profissões (condição estática), apenas
atividades (condição fluida). As empresas (estáticas) darão lugar a grupos de trabalho
(fluidos), que se reunirão ao redor de propósitos comuns. Eles durarão o tempo que fizer
sentido para os participantes. E não o tempo que fizer sentido nos contratos e nas suas
respectivas legislações. Não haverá chefe ou contratante. As lideranças serão circunstanciais
e rotativas, nunca fixas. Portanto, não haverá cargos (estáticos) mas funções momentâneas
(fluidas). O propósito e o legado serão os líderes invisíveis. Todos os envolvidos serão sócios e
entrarão em acordo preliminar para definir suas responsabilidades – e, por consequência,
suas percentagens. Será o fim das jornadas de trabalho de oito horas (estáticas) para uma
auto-organização no formato que melhor servir ao grupo (fluido). Seguindo os princípios da
abundância, haverá um senso de concorrência muito diferente do que há hoje. A colaboração
estará introjetada em todos nós e o prazer no trabalho será uma consequência natural.
As pessoas terão liberdade de abandonar o projeto no momento que desejarem, sem 
complicações com a lei, avisos prévios ou quaisquer outras burocracias. E isso se aplicará a
todos os quadrantes da sociedade, passando pela iniciativa privada, mas também pela esfera
pública e pelas ONGs. O sistema será dinâmico, criando muito mais oportunidades do que
hoje – e permitindo que você experimente quantas atividades tiver vontade. Todos nós
teremos ainda mais liberdade e oportunidades para ir e vir. E, apenas assim, cada indivíduo
poderá realizar aquilo que lhe faz verdadeiramente feliz. Esse cenário, que para alguns
parece utópico, está mais perto do que parece. Em alguns ambientes, isso inclusive, já é
realidade. (...)
Sabemos que a vida em sociedade é muito complexa e que nem todos os indivíduos participam das
vantagens dessas transformações; também é necessário analisar os malefícios dessas
transformações, porque muitas pessoas ainda estão à margem de todos os benefícios materiais e
imateriais da era digital e sem perspectivas de mudanças, a não ser para pior.
No entanto, é importante lembrarmos que não somos peças passivas de uma máquina social, mas
agentes ativos do agora; temos a possibilidade de mudar nossa mentalidade, nos apropriar das
ferramentas disponíveis e criarmos a realidade que desejamos, gerando impacto positivo no
mundo. Vejamos alguns exemplos.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 12/15
4. Movimento maker e o estilo de vida
experimental
Um livro lançado em 2007 e que ficou durante 7 anos entre os mais vendidos na lista do New York
Times e do Wall Street Journal, foi o Trabalhe 4 horas por semana, de Timothy Ferriss. Esse
livro se propõe a ser uma espécie de guia sobre como trabalhar menos e produzir mais. Tendo
aplicado à sua própria vida todos os métodos descritos no livro, o autor defende um estilo de vida
experimental, estimulando o leitor a hackear os próprios hábitos e a reinventar sua forma de
trabalhar e de viver.
Utilizando o princípio de Pareto, Tim Ferriss argumenta que o fato de estarmos o dia inteiro
ocupados, não significa que estejamos sendo produtivos, pois 80% dos resultados que obtemos,
estão relacionados a 20% dos nossos esforços. Assim, o autor propõe uma série de mudanças
cotidianas na forma como trabalhamos, com o objetivo de causar uma revolução em nosso estilo de
vida.
O sucesso de público alcançado por este livro, comprova que as pessoas estão buscando mudar sua
maneira de viver e de trabalhar e estão se aproveitando das novas ferramentas disponíveis na era
da informação. Ao invés de permanecerem como empregados de outras empresas, muitas pessoas
estão criando seu próprio trabalho e se associando a outras pessoas com os mesmos objetivos.
Assim nasceu o Movimento Maker, como uma extensão da cultura Faça-Você-Mesmo, que
acredita na ideia de que as pessoas podem fabricar, construir, modificar ou consertar objetos,
desenvolver projetos de forma independente, com o próprio esforço, baseado no acesso mais fácil e
barato a tecnologias, ferramentas e informação.
Um exemplo interessante aqui do Brasil é o blog Fazedores, que propaga a independência dos
indivíduos e sua articulação em redes de compartilhamento de ferramentas e informação. Segundo
o próprio blog,
Na cultura Maker, as pessoas se colocam a trabalhar de maneira colaborativa, dividindo espaços,ferramentas e
conhecimentos.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/11/Aula_estsoc_top09-1.jpeg
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 13/15
O Fazedores nasceu com o objetivo de fomentar o Movimento Maker, ou Maker
Movement em inglês, no Brasil. Nosso objetivo é criar um ponto de encontro para fazedores
de todos os tipos compartilharem ideias e conhecimentos sobre os mais diversos ramos da
cultura maker. Acreditamos que o movimento maker está mudando o mundo e que ele pode
ter um impacto positivo em nossa sociedade. Por isto queremos que o Fazedores sirva como
fonte de inspiração para futuros fazedores e que ajude quem já é mais experiente a aprimorar
seus conhecimentos, se inspirar e a divulgar suas idéias e projetos.
Estamos abertos a todo os tipos de fazedores e a todas as áreas do mundo maker. De
eletrônica a robótica, de impressão 3d a culinária, de arte interativa a melhorias domésticas,
estamos interessados em tudo. Não importa se você está apenas começando ou se já é um
fazedor profissional, todos são bem-vindos.
Saiba um pouco mais sobre algumas mudanças que vem ocorrendo nos hábitos e na
mentalidade das sociedades urbanas ao redor do mundo:
Leia o Manifesto do Movimento Maker
 
Foi em meados de 2005 que o americano Bred Neuberg teve a grande ideia de criar uma
comunidade de profissionais que compartilhassem do mesmo espaço de trabalho e pudessem
aproveitar o que há de melhor na estrutura de um escritório, mas em um ambiente mais flexível e
preparado para as reais demandas de um mercado cada vez mais moderno e dinâmico. Aí o
coworking já engatinhava. Disponível aqui.
Para fugir dos aluguéis caros, das dificuldades dos bairros periféricos e da solidão de morar
sozinho, jovens do mundo todo tem apelado para uma tática conhecida: dividir a casa com
estranhos. O chamado “coliving” é como um coworking, só que para morar (e não para trabalho).
Há quem diga que não passa de uma república “gourmetizada”. A comparação faz sentido, mas não
é só isso. Tem algo de antigo: a busca humana por viver em comunidade. Mas tem também um quê
de contemporâneo, de adaptar este modelo às grandes cidades que se espalham pelo mundo.
Disponível aqui.
https://escoladesignthinking.echos.cc/blog/2015/11/manifesto-movimento-maker/
https://www.deskcoworking.com.br/saiba-como-surgiu-o-coworking
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/futuro-das-cidades
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 14/15
O fato é que não sabemos o que acontecerá com o futuro do trabalho, mas sabemos que podemos
mudar nossa forma de pensar e nossos hábitos, e assim projetar futuros desejáveis. As mudanças já
estão acontecendo e algumas ferramentas já estão disponíveis para realizarmos essa mudança.
Uma cultura cada vez mais focada no empreendedorismo e no autodidatismo está nascendo e
promete maior independência nas relações de trabalho e maior satisfação de todos os envolvidos.
Organizações cada vez menores, com menos hierarquia e menos controle sobre os trabalhadores
parece ser a tendência para esse futuro em que as informações estão cada vez mais disponíveis para
todos os indivíduos.
Para fechar esse tópico, analisemos a ‘ascensão das redes distribuídas’, que é como Tiago Mattos
imagina o futuro:
Com um novo mindset, veremos o fim das empresas e dos empregos como conhecemos. É o
início de um período onde vamos aprender a desaprender para reaprender. É o novo nível de
consciência que toma o seu espaço. É a hierarquia sendo derretida. É a interdependência
promovendo lideranças circunstanciais e rotativas. É o propósito como líder invisível. É a
autonomia permitindo horizontes maiores. É o empoderamento sendo percebido pelos
indivíduos. É a redenção das redes distribuídas.
5. Conclusão
O momento atual é um momento de extrema incerteza, com constantes mudanças tecnológicas,
interdependência global e muitas disrupções em todas as esferas da vida. As organizações tendem a
ser menores e contam com o empreendedorismo e o propósito de cada colaborador.
Vivemos um tempo em que muitas pessoas perdem seus empregos e muitas outras inventam as
próprias profissões. E você? Como você gostaria de trabalhar? Qual seria o trabalho dos seus
sonhos? Você já pensou que existem pessoas realizando aquilo que você ainda está apenas
sonhando? Prepare-se para esse novo momento e escreva sua própria história.
6. Referências
CARVALHO, Rosa de F.P. Evolução do trabalho: das comunidades pré-industriais às pós-
industriais. REVISTA DA ABET,V.VI, N“ 2, JUL/DEZ. 2006
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. Ed. Pearson: São Paulo, 2010.
DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. 5.ed. São Paulo. Pioneira, 1997.
23/04/2020 Organizações do futuro: a revolução no trabalho
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=organizacoes-do-futuro-a-revolucao-no-trabalho&dcp=estudos-socioantropologicos&topico=09 15/15
FERRISS, Tim. Trabalhe 4 horas por semana. Ed. Planeta do Brasil, 2017.
MALONE, Thomas W. O futuro dos empregos. Ed. M.Books/Harvard Businness School Press.
2006.
MATTOS, Tiago. Vai Lá e Faz: como empreender na era digital e tirar ideias do papel. Ed. Belas
letras, 2017.
SAVAL, Nikil. Cubiculados: uma história secreta do local de trabalho. Ed. Anfiteatro, 2016.
Disponível em: <http://www.rocco.com.br/admin/Arquivos/LivroTrecho/3fedd860-ac2b-4928-
8afa-0d6d2755033ccubiculados_trecho.pdf>.
BLOG FAZEDORES. Tudo sobre o Movimento Maker no Brasil. Disponível em:
<http://blog.fazedores.com/> Acesso em: 15 de agosto de 2018.
ENDEAVOR BRASIL. A propósito: você sabe aonde quer chegar? Disponível em:
<https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/proposito/?
gclid=CjwKCAjwzenbBRB3EiwAItS-
uw3PUHkhP3sqBq6riddeYvgwhUoF_1Mz8WGebk5Zs_pjBij4YuNY-hoCN98QAvD_BwE> Acesso
em: 16 de agosto de 2018.
ESCOLA DESIGN THINKING. Manifesto do Movimento Maker. Disponível em:
<https://escoladesignthinking.echos.cc/blog/2015/11/manifesto-movimento-maker/> Acesso em:
16 de agosto de 2018.
Youtube (17 de agosto de 2011). Chama a segurança ou chama o RH? Funcionário surta e destrói o
escritório. Impressionate!!! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=i2aPGWrcN18>
Acesso em: 16 de agosto de 2018.
Youtube (14 de Janeiro de 2017). Charles Chaplin / Tempos Modernos (Modern Times) – 1936 –
Legendado. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=72s> Acesso
em: 15 de agosto de 2018.

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