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DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS PROF. DR. RODRIGO VENTURA INTRODUÇÃO • “Doença Intestinal Inflamatória” (DII) aplica-se a duas doenças intestinais crônicas e idiopáticas: a DOENÇA DE CROHN (DC) E A RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU). • Doenças crônicas de etiologia desconhecida • Sabe-se que: existe um distúrbio na regulação da imunidade da mucosa intestinal →processo inflamatório espontâneo provavelmente direcionado contra os germes da microbiota fisiológica INTRODUÇÃO • O principal fator de risco comprovado para ambas as DII é uma história familiar positiva (presente em 10-25% dos pacientes). ANATOMOPATOLOGIA: RETOCOLITE ULCERATIVA • A RCU é uma doença intestinal caracterizada pelo surgimento INEXPLICADO (idiopático) de LESÕES INFLAMATÓRIAS que ascendem de maneira uniforme (homogênea) pela mucosa do cólon. ANATOMOPATOLOGIA: RETOCOLITE ULCERATIVA • 3 princípios básicos da RCU /conceitos fundamentais para a compreensão das DII e, principalmente, para sua distinção da doença de Crohn: • (1) A RCU é uma doença EXCLUSIVA do Cólon. • (2) A RCU é uma doença EXCLUSIVA da Mucosa. • (3) A RCU é tipicamente “ascendente” e uniforme. ANATOMOPATOLOGIA: RETOCOLITE ULCERATIVA ANATOMOPATOLOGIA: DOENÇA DE CROHN • A doença de Crohn é também conhecida COMO ENTERITE REGIONAL (nos acometimentos predominantes do intestino delgado); ANATOMOPATOLOGIA: DOENÇA DE CROHN • Existem diferenças marcantes entre DC e RCU: 1. A DC pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o anus; 2. A DC não acomete o trato intestinal de forma homogênea, contínua → desconitio e focal tanto macroscópica quanto microscopicamente; 3. Na DC, as alterações patológicas inflamatórias são tipicamente transmurais (na RCU estas alterações estão tipicamente restritas à mucosa) ANATOMOPATOLOGIA: DOENÇA DE CROHN • A DC geralmente se inicia com a FORMAÇÃO DAS ÚLCERAS AFTOIDES: pequenas ulcerações da mucosa que caracteristicamente se desenvolvem sobre as Placas de Peyer, no intestino delgado, ou sobre aglomerados linfoides no cólon; • Estas ulcerações aftoides podem evoluir de 2 maneiras: 1. extensão lateral de forma linear, retilínea 2. aprofundamento através das camadas da parede intestinal, resultando em fístulas para o mesentério e órgãos vizinhos ANATOMOPATOLOGIA: DOENÇA DE CROHN TRATAMENTO FARMACOLÓGICO • Aminossalicilatos, • Corticóides, • Antibióticos, • Imunossupressores, • Ciclosporina, • Anticorpo anti - TNF - α • Os aminossalicilatos ( sulfalazina (RENAME), mesalalazina e olsalazina ) mantém a remissão. • Os GC são efetivos nas recidivas agudas da doença. • Os GC fracamente absorvidos ( p. ex., budesodina) possuem poucos efeitos no eixo HHA. • Os AINEs exacerbam a doença inflamatória intestinal. AMINOSSALICILATOS • SULFASALAZINA/MESALAZINA • Combinação de sulfonamida (sulfapiridina) com um salicilato; • Sulfassalazina é clivada por bactérias (Cólon), sendo o 5-aminossalicílico (5-ASA ou mesalazina) o que remove os radicais. Não é absorvida. • A fração sulfamídica causa 15% RA em pacientes. CORTICÓIDES • HIDROCORTIZONA/PREDNISONA: recidivas • São eletivos no aparecimento agudo e em formas crônicas graves e/ou complicações → em todo TGI; • Doença moderada a grave → prednisona; • Atividade inflamatória intestinal grave a fulminante → corticóide parenteral; • Podem ser usados na gestação (metabolismo pela placenta) → prednisona; IMUNOSSUPRESSORES • AZATIOPRINA/MERCAPTOPURINA • Atividade inflamatória intestinal moderada a grave; • Pacientes refratários a corticóides; • Remissão após tratamento clínico; • Ressecções múltiplas ou doença grave; • Doença de Crohn complicada por fístulas; • Suspensão antes da concepção (♂ e ♀) e amamentação. IMUNOSSUPRESSORES • METOTREXATE • Tratamento dos quadros agudos; • Manutenção dos pacientes que entraram em remissão após uso; • Uso em fístulas; • Abortos e malformações ( teratogenia ). ANTIBIÓTICOS • METRONIDAZOL/CIPROFLOXACINA • Quadros leves e moderados; • Em remissão após tratamento cirúrgico; • Complicações por fístulas; • Evitar na gestação e amamentação. CICLOSPORINA • Inibe a produção de IL - 2, 3 e 4, TNF - α; • Uso em doença inflamatória grave ou com fístulas; • Mesmo nível de segurança da azatioprina; • Eficaz só em terapêutica intravenosa; • Nefrotóxica e hipertensiva. INFLIXIMAB • Anticorpo monoclonal quimérico com ação anti - TNF - α ; • Uso em pacientes com quadros moderados a graves, fístulas e terapia de manutenção; • Doença restrita ao cólon. TALIDOMIDA • Reduz a ação do TNF - α, • Reduz a ação da IL-12, • Teratogênica, • Substitutivo ao Infliximab.
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