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resumo endodontia 2

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PROCESSOS DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO 
 
Tendo em vista que já foram realizados:
*REMOÇÃO DE TECIDO CARIADO (quando houver): com uso de brocas e curetas manuais.
*ACESSO PROPRIAMENTE DITO (TREPANAÇÃO E PONTO DE ELEIÇÃO): referência anatômica indicando o local do início da manobra de acesso, é específico para cada dente.
*DELIMITAÇÃO DO PREPARO: forma de contorno, forma de conveniência, esvaziamento da câmara pulpar, desgaste compensatório (quando necessário) e limpeza da cavidade preparada.
Prosseguimos com:
 ODONTOMETRIA
 Odontometria é o método de determinação do tamanho do dente que possibilita realizar as manobras adequadas ao tratamento endodôntico
* Importância da odontometria: determinar qual é a área de atuação durante o tratamento endodôntico.
Precisamos realizar a odontometria para determinar as medidas necessárias para tratar o dente de forma adequada, caso não seja feito da forma correta o tratamento pode não atingir todo o canal ou então ultrapassar o ápice do dente, extravasando material obturador.
- ANTES de realizar a odontometria, isolamos o dente, e realizamos o acesso coronário.
O local de atuação do tratamento endodôntico é o canal dentinário, sendo o limite do tratamento, o canal CDC.
 
 
Logo, todo o tratamento e instrumentação não ultrapassa o limite CDC. Note que o limite CDC não vai até o final do ápice do dente, após o limite CDC ainda encontramos o canal cementário. O canal cementário pode variar de tamanho dependendo de determinadas condições, como vemos na figura.
 
Para realizar a odontometria devemos realizar uma radiografia adequada e com o mínimo possível de alterações de tamanho. Como fazemos isso? Realizando as técnicas radiográficas da forma correta. Esse passo é importante pois devemos realizar diversas radiografias durante o tratamento e é essencial que em nenhuma delas haja muitas distorções de tamanho, já que trabalharemos com medidas.
Com o dente já isolado e após realizar o acesso coronário, devemos irrigar o canal com solução irrigadora (hipoclorito a 2%) em abundância para realizar a exploração inicial, o cateterismo.
* Para realizar a odontometria, devemos:
 1. estabelecer ponto de referência: devemos realizar uma radiografia, e a partir dessa, medimos com uma régua na própria radiografia o nosso ponto de referência que são as extremidades do dente (ápice e incisal).
2. Determinar o CAD (Comprimento aparente do dente): o CAD corresponde ao tamanho do ponto mais alto da coroa até o vértice radiográfico, essa medida é obtida usando uma régua ou paquímetro em cima da própria radiografia, por isso é chama de comprimento aparente, já que as radiografias podem sofrer alterações dimensionais dependendo da técnica utilizada ou caso seja realizada de forma inadequada. Através dessa medida inserimos uma lima de pequeno calibre no canal para comprovar a medida que encontramos na radiografia com a régua, assim podemos ver se a medida está certa ou se a lima está além ou aquém do vértice (ápice). Esse foi o comprimento APARENTE, ele nos ajuda a escolher a lima que usaremos para encontrar o tamanho real do dente, pois com essa medida temos uma ideia de quantos milímetros mais ou menos a lima precisa ter. 
3. Encontrar o tamanho real do dente: Como encontrar o comprimento real do dente? o CR (comprimento real do dente) equivale à 3mm a menos do CAD, essa medida é universal. Caso a medida esteja aquém ou além, devemos ajustar até que cheguemos na medida correta para que possamos encontrar as outras medidas. 
	 CAD – 3mm = CR
 
 
 - Por exemplo: se medimos a radiografia e obtivemos um CAD de 23mm, o CR será 20mm.
4. Encontrar o comprimento de trabalho: A partir do CR retiramos 1 mm, o resultado será o CT (comprimento de trabalho) que é referente ao comprimento da lima utilizada, ao comprimento máximo que a lima poderá atingir para não perfurar o ápice, a lima que usaremos para instrumentar o canal deve ter ajustada para o tamanho do CT. Esses milímetros que recuamos servem como medida de segurança, afim de evitar perfurações no ápice. Esse 1 mm seria correspondente ao canal cementário.
	 CR – 1mm = CT
Exemplo: pela radiografia medimos o CAD como 23mm, logo, o CR será 23mm – 3mm: 20mm, e o CT será 20mm – 1mm = 19mm, logo a nossa lima deverá ser ajustada para 19mm.
- As limas podem ter 21, 25 e 31 mm, e escolhemos a lima de acordo com o tamanho do CAD; se o nosso CAD é 20mm, podemos utilizar uma lima 25mm pois ainda temos o espaço do stop de borracha, no exemplo utilizaremos uma lima tipo k 25mm. 
 
* E se ao inserir a lima no canal para a segunda radiografia a lima ficar aquém? Significa que nosso CR está errado e devemos corrigir a conta. Exemplo: em uma radiografia analisamos que a lima está 5mm aquém do vértice, ou seja, faltam 5 mm para a lima chegar ao vértice então nosso CR está errado e devemos somar os 5mm + o CR que obtemos anteriormente para refazer as contas. Então se o CR anteriormente foi de 20 mm, o novo CR será 25, e consequentemente o novo CT (CR – 1mm) será 25mm – 1mm = 24mm. Para confirmar pegamos a lima com stop de borracha em 24mm, e tiramos outro Raio-x. Se no raio-x a lima estiver bem em cima do ápice a medida está correta. O mesmo deve ser feito caso mostre que a lima está além do vértice, só que nesse caso ao invés de somar devemos diminuir do CR. Exemplo, a lima está 1 mm além do ápice, ela ultrapassou o ápice, então o CR que anteriormente nos deu a medida de 20mm está errado. Se a lima ultrapassou 1mm do vértice, o correto seria diminui 1mm da conta, o novo CR será então 19mm (a lima ficará em cima do vértice recuando esse 1mm), logo, o CT será 19mm – 1mm = 18mm
5. Determinar a lima de patência: A partir do CT também determinamos o CP (comprimento de patência) que corresponde à 1 mm a mais do que o CT, então se o CT é 17mm, o CP é 18mm.
- Mas afinal o que é patência? 
A patência é o movimento de instrumentação realizada de forma intercalada com as limas de trabalho que é realizada para manter o canal cementário desobstruído. As limas de trabalho vão sendo usadas em ordem crescente de diâmetro para limpar totalmente o canal, e as limas aumentam de diâmetro conforme aumentam sua numeração, por exemplo, se começamos utilizando a lima 15, vamos evoluindo as limas de trabalho usando as limas mais grossas, como a 20, depois a 25 e assim sucessivamente. E entre uma lima de trabalho e outra, devemos sempre instrumentar novamente com a lima de patência. A lima de patência é a primeira lima utilizada na instrumentação, o objetivo de usá-la entre as outras limas é que ela é a mais fina, logo, será capaz de ir mais fundo e retirar qualquer detrito que se acumule nas áreas mais apertadas do canal. Esse passo é essencial para evitar o acúmulo de raspas de dentina, evitando desvios ou perdas do limite de trabalho, mas sobretudo em canais infectados, irá interferir no arranjo microbiano existente no forame apical, promovendo um desequilíbrio e redução da agressividade bacteriana e portanto induzindo uma resposta biológica, na maioria das vezes, positiva.
- CATETERISMO: exploração e reconhecimento do canal. Usamos uma lima tradicional tipo K de pequeno calibre (pois se entrarmos com uma lima grossa podemos começar a gerar degraus dentro do canal, o que pode atrapalhar o tratamento). 
Após determinarmos essas medidas odontométricas podemos finalmente começar a instrumentar o canal, devemos determinar quais limas usar:
· Escolha das limas:
* As limas endodônticas podem ser dos tipos:
A) Lima tipo Kerr (K)
-Secção: triangular ou quadrangular
-Cabo: quadrado vazio
-Cinemática: ½ ou ¼ de volta no sentido horário. Remoção com tração lateral.
-Guia: ativa
-Espiralização: passos curtos
Na imagem o número 30 se refere ao calibre da lima.
B) Hedströen (H)
Secção: vírgula
-Cabo: círculo vazio
-Cinemática: introdução, pressão e remoção, SEM rotação
-Guia: inativa
-Espiralização: cones sobrepostos
-Características: bom pararretratamentos
 
C) K- Flexofile
-Secção: triangular ou quadrangular
-Cabo: quadrado cheio
-Cinemática: igual às K
-Guia: inativa
-Espiralização: mais números de espirais
· Quanto ao diâmetro das limas: as limas seguem um padrão de cor:
	 CORES
	 1ª série
 Nº das limas
	 2ª série
 Nº das limas
	 3ª série
 Nº das limas
	 ROSA
	 06
	 ---
	 ---
	 CINZA
	 08
	 ---
	 ---
	 ROXO
	 10
	 ---
	 ---
	 BRANCO
	 15
	 45
	 90
	 AMARELO
	 20
	 50 
	 100
	 VERMELHO
	 25
	 55
	 110
	 AZUL
	 30
	 60
	 120
	 VERDE
	 35
	 70
	 130
	 PRETO
	 40
	 80 
	 140
* Como determinar o calibre da lima inicial? 
Devemos escolher como lima de trabalho aquela que fique mais justa contanto que esta consiga penetrar no canal até o limite do comprimento de trabalho. Exemplificando: o CT é 19mm, então com o stop de borracha no 19mm nós colocamos a lima nº10 no canal, suponhamos que ela tenha entrado até a marca de 19mm e tenha ficado folgada, isso nos diz que não é a ideal, então podemos testar a lima Nº15, se ela ficou justa e entrou até os 19mm, é a lima ideal para começar a instrumentação. Nesse caso a lima Nº20 já não entraria até os 19mm, sendo a melhor escolha a lima Nº15.
· PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO ou PQM
Obs: Antes do PQM devemos colocar no preparo uma bolinha de algodão embebida em hipoclorito.
O PQM (preparo químico mecânico) consiste na modelagem e sanificação dos sistemas de canais radiculares, que são realizados simultaneamente durante o preparo do canal radicular.
· Os objetivos do PQM são:
-- LIMPEZA E DESINFECÇÃO (esvaziamento do canal)
-- AMPLIAÇÃO E MODELAGEM (alargamento do canal)
Modelagem: é a obtenção de um canal cirúrgico, realizado através da instrumentação, com instrumentos manuais e rotatórios, de modo que a forma original do canal radicular seja mantida, assim como o forame apical também na sua posição original.
Os objetivos da limpeza e da modelagem são remover os tecidos moles (polpa) e duros (dentina contaminada) infectados para que tenhamos um acesso direto da solução irrigadora e da medicação intracanal na região apical, afim de manter a integridade das estruturas radiculares. O objetivo é limpar e deixar o canal amplo o suficiente para que haja limpeza adequada, mas não amplo demais, para evitar gerar fragilidade no dente.
A sanificação é composta pela ação conjugada de substâncias químicas auxiliares (soluções irrigadoras) da instrumentação e instrumentos endodônticos, com vistas à promoção da limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares.
Ou seja, o PQM é a conjugação da ação da instrumentação (retirada de matéria orgânica de dentro do canal utilizando instrumentos como a lima, parte mecânica do preparo) e da ação da solução irrigadora (que contém propriedades como ser solvente de matéria orgânica e antimicrobiana, realizando a parte química e física do preparo). O PQM será responsável pelo esvaziamento do canal, modelagem e limpeza, preparando o sistema de canais radiculares para o próximo passo que é a obturação.
- Limpeza: Consiste na eliminação de irritantes como os subprodutos de microrganismos e tecido pulpar vivo ou mortificado e outro qualquer componente orgânico ou inorgânico, presente no interior do canal.
- Desinfecção: Consiste na eliminação de agentes patogênicos.
Logo, o conjunto de instrumentação correta + uso de soluções irrigadoras auxiliares realizarão a desinfecção do sistema de canais radiculares.
As soluções irrigadoras devem ser usadas simultaneamente com a instrumentação logo, o canal jamais deve ficar seco durante a instrumentação. O uso das soluções facilita a ação dos instrumentos; auxilia na remoção das raspas de dentina e restos orgânicos e inorgânicos e também apresenta propriedades bactericidas, além de auxiliar na remoção do smear layer.
O correto é que a cada vez que ocorrer evolução das limas (trocar a lima usada na instrumentação pela lima seguinte) seja realizada a irrigação, aspiração e a inundação do canal radicular. Exemplificando: durante a instrumentação o canal estará inundado pela solução irrigadora, ao acabar a instrumentação com a lima 15 por exemplo, a solução dentro do canal estará suja, com material dissolvido, então realiza-se a sucção dessa solução enquanto irrigamos, e depois a inundação do canal novamente com solução irrigadora para que possamos usar a próxima lima.
· PATÊNCIA
Tendo sido dito anteriormente a importância da realização da patência, a seguir aprenderemos a realizá-la:
- A sequência de utilização das limas correta, seria evoluir 5 limas, por exemplo: Se a lima escolhida para instrumentação ideal foi a lima Nº15, deveremos parar de instrumentar na lima 35, a sequência será então: 15-20-25-30-35
A patência nada mais é do que a instrumentação do canal utilizando a primeira lima intercalada entre cada evolução de lima. Exemplificando: Se a instrumentação começa com a lima 15, a sequência CORRETA, com a lima de trabalho e a lima de patência será:
 15-20-15-25-15-30-15-35-15
OBS: Note que a lima de patência é utilizada novamente depois da última lima da sequência, então a última lima utilizada sempre é a lima de patência.
· OBTURAÇÃO DO CANAL
O momento correto para a obturação é após termos realizado o PQM, após colocar a medicação intracanal e selamento provisório; normalmente a obturação ocorre na segunda sessão, onde vamos avaliar o pós-operatório, o qual deve ser feito no mínimo 72 horas após o PQC, o paciente não deve relatar dor e, caso esta tenha ocorrido, ela não deve ter ultrapassado as primeiras 48 horas e clinicamente não deve ser observado dor à palpação apical ou à percussão vertical e horizontal e o dente não deve apresentar mobilidade e muito menos edema ou fístula. Sendo assim, damos continuação à terapia endodôntica, valendo-se da anestesia, isolamento relativo e absoluto.
Realizamos a remoção do selamento provisório com brocas esféricas, curetas e exploradores, irrigação e aspiração com hipoclorito de sódio 1%, limas de fino calibre e aspirando, repetindo o embrocamento do campo operatório com clorexidina a 2%; promovemos a remoção da medicação intracanal por meio da irrigação do canal com hipoclorito de sódio 1% ou associar ao Endo-PTC, repassando a instrumentação do canal com o último instrumento utilizado no PQC, com ênfase às substâncias químicas, se necessário, refazemos o preparo apical e irrigar e aspirar com hipoclorito de sódio a 1%, 5ml (no mínimo). Verificamos se há exsudação hemorrágica, serosa ou purulenta, caso não haja, procedemos com a manobra de irrigação e aspiração com 5ml (no mínimo) de EDTA 17%, EDTA-T 17% ou Ácido Cítrico 15% por canal. As cânulas utilizadas para irrigação devem possuir fino calibre e pré curvada, o qual permitirá chegar próximo as imediações do CRT, ligeiramente aquém (2mm).
Por vezes, na presença de exsudatos persistentes, é necessário rever o CRT com o instrumento do PA, recapitular as 2 últimas limas do PQC, valendo-se das SQA, renovar a MIC, selamento provisório e aguardar a segunda sessão.
 - Nesse momento do tratamento faremos a obturação, que consiste em preencher o canal radicular com material obturador, que no caso são os cones de guta-percha. O objetivo é preencher completamente o canal, promovendo o selamento total de toda a extensão do canal, ou seja, da coroa ao ápice, por toda a extensão que antes era ocupada pela polpa.
Um canal obturado evita a proliferação de bactérias e reações inflamatórias periapicais. Qualquer espaço vazio entre material obturador e parede dentinária pode servir de recipiente à líquidos orgânicos que podem advir da região apical ou lateral funcionando como substrato às bactérias residuais e ou dos túbulos dentinários, reentrâncias, canais recorrentes, etc.Um tratamento endodôntico adequado pode não ter sucesso caso haja falha na realização da obturação, mesmo tendo feito todas as etapas anteriores de forma adequada. 
A obturação do canal é feita com a colocação de cones de guta percha em seu interior, os cones são divididos em cone principal e cones acessórios.
-- ESCOLHA DO CONE PRINCIPAL E DOS CONES ACESSÓRIOS
Os cones secundários são os cones que preencherão maior parte do canal, são colocados após a colocação do cone principal e eles possuem numeração R7 e R8, sendo R7 de menor diâmetro e R8 de maior diâmetro. Sua escolha depende do tamanho do espaço a ser preenchido, podendo também serem utilizados juntos. 
 
Os cones principais têm numerações iguais às das limas. O cone principal deve ser o primeiro cone colocado no canal para obturação, deve ser da mesma numeração da última lima de trabalho utilizada na instrumentação do canal e ele deverá selar o limite CDC. Ele é colocado no limite CDC e deve ficar firme, o correto é que ele fique firme ao ponto de ser necessário fazer uma leve pressão para retirá-lo do canal. Para garantir que o cone foi devidamente travado no canal nós temos alguns testes:
 
- Prova do cone principal: faremos testes para confirmar a escolha do cone principal, nessa etapa precisamos desinfetar o cone principal e os secundários, colocando-os num pote dappen repleto de hipoclorito de sódio à 1% ou inundação dos cones com hipoclorito de sódio à 1%.
*Teste visual: consiste em escolher o cone conferindo o CR. No cone mesmo marcamos em milímetros o mesmo tamanho do CR (comprimento real) e inserimos ele no canal com auxílio de uma pinça perry, o cone deve entrar completamente até a incisal do dente chegando até a marca feita no cone.
 
*Teste tátil: o cone deve apresentar travamento apical, pequena resistência quando tracionado em direção oclusal ou incisal. Aplica-se uma leve pressão afim de retirar o cone do canal com auxílio de uma pinça perry, o cone deve apresentar leve resistência para sair. 
 
*Teste radiográfico: Devemos verificar se o canal cirúrgico respeitou os limites do canal anatômico, se cone principal de obturação atingiu o limite determinado na radiografia de confirmação de odontometria – CR e a adaptação do mesmo nos 3 últimos milímetros. Nesse caso o limite é compatível com polpa mortificada.
 
Após realizar os testes e selecionar o cone principal, realizamos nossa desinfecção dos cones fora do canal. Enquanto os cones ficam na solução para desinfecção devemos realizar a secagem do canal.
--SECAGEM DO CANAL
A secagem se faz de duas formas: inicialmente realizamos sucção do canal e depois secamos com cones de papel absorventes. Eles são inseridos no canal com auxílio de uma pinça e trocados várias vezes até que os cones parem de sair molhados do canal. Eles possuem as mesmas numerações das limas, então o canal instrumentado por exemplo até a lima 35, terá como cone principal o cone 35 e os cones de papel absorventes usados em sua secagem serão cones 35.
Normalmente utiliza-se no máximo 3 cones de papel de mesmo calibre do instrumento do preparo apical para secar adequadamente o canal, a partir deste número, se os cones de papel ainda evidenciar a presença de umidade-exsudação (serosa, hemorrágica ou purulenta), provavelmente estamos diante de um processo inflamatório persistente ou contaminação residual. 
--OBTURAÇÃO PROPRIAMENTE DITA
No momento da obturação, os cones principais e secundários devem estar secos com gaze estéril, antes de ser aplicado o cimento obturador. Os cones são inseridos no canal juntamente com cimento endodôntico. O cimento por sua vez deve ser espatulado em placa de vidro até formar liga de fio.
O paciente deve estar posicionado de forma que o ápice do dente esteja num plano inferior a entrada do canal radicular. O cone principal ou secundário deve ser utilizado para levar o cimento para o interior do conduto. Um pouco de cimento, é levado na ponta do cone, ao interior do canal radicular, pincelando as paredes do conduto de apical para cervical, tomando-se o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que poderia provocar extravasamentos. Esse procedimento deverá ser repetido até que o cimento flua para a câmara pulpar. Posicionar o cone principal na medida do CR.
No caso de dentes multirradiculares, promover a colocação de todos os cones principais.
 
- CONDENSAÇÃO LATERAL
A partir do primeiro cone secundário, utilizamos os espaçadores digitais de calibre adequado buscando espaço para a colocação dos cones secundários, que serão colocados sempre dos menores para os maiores diâmetros e os mais longos precedem os curtos, buscando maior quantidade de guta percha do terço apical para o cervical, com menor quantidade possível de cimento obturador. Quando inserimos os espaçadores digitais abrimos mais espaço lateral para colocação dos cones acessórios.
 - Imagem: Condensação lateral utilizando espaçador digital. 
 
 -Imagem: espaçador digital
 
Vale lembrar que, os cones secundários devem ter conicidade ligeiramente inferior aos espaçadores utilizados, normalmente utilizamos os de número 25 (vermelho) no terço apical, 30 (azul) terço médio e 35 (verde) do terço médio para o cervical.
- Devemos parar a condensação quando não houver mais espaços para colocar os cones:
 
Após a colocação de todos os cones, fazemos outro Raio-x para avaliar a qualidade da obturação. Caso houver falhas de preenchimento, limite inadequado ou bolhas, é necessário remover toda a obturação, puxando todos os cones de uma só vez e devemos realizar a obturação novamente.
--CORTE DOS CONES
É feita verticalmente utilizando instrumental aquecido até o rubro. Selecionarmos o calcador modelo Paiva de tamanho compatível à entrada do canal:
 
Após aquecer o calcador com uma lamparina (limpa e sem cera) nós cortamos os cones, aproximadamente 2 mm abaixo do colo clínico nos dentes anteriores e pré-molares e ao nível do assoalho da câmara pulpar nos molares, deve ser feito rapidamente e em um movimento único, de uma parede à outra, sem ultrapassar mais do que 3 segundos para esse procedimento.
--CONDENSAÇÃO VERTICAL
Desta vez utilizamos calcadores frios e de menor calibre do que a entrada do canal e realizamos a manobra de condensação vertical (simples), em outras palavras, empurramos o material levemente com o condensador frio. 
 - Imagem: condensação vertical. 
 
-- LIMPEZA DA CAVIDADADE
Devemos limpar o excesso de cimento da câmara pulpar com bolinhas de algodão embebidas em álcool.
 
--SELAMENTO FINAL
O selamento é feito com aplicação de cimento provisório, de 1 a 2mm de cimento (Citodur, Cavit, Cimpat, Cotosol, Tempore), umedecendo uma bolinha de algodão em água, deixar por 1 minuto. Devemos secar e preencher toda a cavidade com Ionômero de vidro selando toda a câmara pulpar, com no mínimo 3mm de espessura, evitando neste sentido, provável infiltração coronária, até que o paciente submeta-se à restauração definitiva posterior.
 
Após concluída a obturação, removemos o isolamento absoluto e relativo, verificar a oclusão, realizando alívio articular se necessário. O último passo é realizar a radiografia final com o uso de posicionadores se possível, para que possamos analisar a qualidade do tratamento.
 
 
 SELAMENTO CORONÁRIO
É o preenchimento da cavidade de acesso e parte da cavidade pulpar por um material selador temporário. É usado entre as sessões do tratamento endodôntico e também após o seu término. Material selador temporário é aquele destinado ao preenchimento de cavidades dentárias por um período de tempo, sem alcançar o desempenhomecânico e biológico, previsto para um material restaurador permanente. o material selador temporário usado entre as sessões de um tratamento endodôntico tem como função impedir que a saliva e microrganismos da cavidade oral ganhem acesso ao canal radicular, prevenindo assim o risco de infecção ou reinfecção, e evitar a passagem de medicamento do interior do canal radicular para o meio bucal, preservando a efetividade da medicação intracanal e impedindo qualquer ação deletéria na mucosa oral.
Para cumprir tais funções, o material selador temporário deve apresentar estabilidade dimensional, boa adesividade às estruturas dentárias e elevada resistência mecânica. Outros fatores inerentes ao material podem causar microinfiltrações, por exemplo: preparo incorreto da cavidade de acesso; material mal adaptado às paredes da cavidade; resíduos entre as paredes cavitárias e a restauração temporária; e deterioração do material selador pelo tempo.
A forma da cavidade coronária também interfere na capacidade seladora do material empregado. A cavidade deve ter suas paredes paralelas ou ligeiramente expulsivas no sentido coronário. Cavidades que apresentam todas as paredes constituídas de estrutura dentária são as ideais para conter o material selador temporário. A ausência de paredes dentárias certamente compromete o selamento da cavidade pulpar.
Outro aspecto a ser considerado é a profundidade da cavidade que irá receber o material selador. Diversos estudos evidenciam que uma espessura de 3 a 5 mm é suficiente para permitir o selamento marginal No selamento coronário entre as sessões de um tratamento endodôntico, os materiais mais empregados são os cimentos à base de óxido de zinco/eugenol e os denominados “pronto para uso”.
Os cimentos à base de óxido de zinco/eugenol são encontrados na forma pó/líquido (OZE, Pulpo-San, IRM). Os produtos “prontos para uso” (Cavit, Coltosol) se apresentam na forma de pasta e endurecem por hidratação. Apresentam maior capacidade seladora do que os cimentos à base de óxido de zinco/eugenol. Entretanto, estes últimos possuem menor tempo de presa (cura) e maior resistência à compressão.
· Considerações Clínicas
O comportamento mecânico dos materiais seladores temporários está relacionado às características morfológicas da cavidade coronária de acesso à cavidade pulpar.
• Cavidades de acesso simples
São aquelas que apresentam todas as paredes constituídas de estrutura dentária. Para os dentes anteriores, após a colocação da medicação intracanal, uma mecha seca de algodão de dimensão adequada é introduzida abaixo da embocadura do canal e, sobre esta, o material selador temporário. Nestes casos devemos usar materiais prontos para o uso: Cavit ou Cotosol.
Para os dentes posteriores, a mecha de algodão deve ser recoberta por uma fina lâmina de guta-percha e a cavidade, selada com material provisório.
• Cavidades de acesso complexas
Denominamos cavidades de acesso complexas aquelas que apresentam ausência de uma ou mais paredes dentárias.
Nos casos de grande perda de estrutura coronária, esta pode ser reconstituída com bandas metálicas e/ou resina composta com ataque ácido. A utilização de material permanente no selamento coronário tem mostrado melhores resultados que os materiais temporários.226
A seguir, o acesso e o selamento coronário serão realizados de forma convencional em função do dente a ser tratado endodonticamente. Normalmente, antes da reconstrução coronária, devemos remover todo o tecido cariado, se existente, e executar o acesso à cavidade pulpar. A entrada dos canais deve ser bloqueada com guta-percha de cor rósea ou ceras de uso odontológico. Este procedimento tem como objetivo evitar o bloqueio cervical dos canais e facilitar o novo acesso após a reconstrução coronária.
O tempo decorrido até a obturação do canal radicular deve ser o menor possível. Vários trabalhos mostram que a infiltração bacteriana em cavidades seladas com diferentes materiais temporários aumenta em função do tempo. Todavia, é preciso levar em consideração o tempo mínimo de permanência do medicamento usado no interior do canal radicular para eliminar o agente infeccioso, assim como a ausência de sinais e sintomas do elemento dentário em tratamento endodôntico. Nos casos em que a permanência do selador temporário tiver que ultrapassar o período de 7 a 14 dias, por motivo de viagem ou por conveniência de agendamento de tratamento, deve-se optar por um selador temporário mais resistente, como o IRM ou preferencialmente um cimento de ionômero de vidro.

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