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[FARMACO] Mecanismo de ação dos fármacos

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MECANISMOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS
1. Classificação dos mecanismos de ação
A utilização de fármacos envolve modificações e regulações que os mesmos provocam no organismo. Pode-se considerar que compostos com atividade biológica provocam sua ação farmacológica de duas formas bem distintas, quanto ao seu mecanismo de ação, sendo estas formas os mecanismos inespecíficos e específicos.
· Inespecífico: não necessita de interação com receptor para desencadear sua ação farmacológica, isto ocorre através das propriedades físico-químicas do próprio fármaco, como grau de ionização, solubilidade, tensão superficial e atividade termodinâmica. O exemplo mais conhecido de fármacos com ação inespecífica são os antiácidos, o mecanismo de ação ocorre por uma reação de neutralização, que faz com que o pH estomacal aumente, nesta situação não ocorre a interação do antiácido com algum receptor do estômago.
· Específico: o mecanismo mais comum é para os fármacos que agem de maneira especifica, ou seja, necessitam se ligar a receptores específicos para desencadearem sua ação farmacológica. Estes fármacos podem agir da seguinte forma: atuação sobre enzimas (ativação ou inibição), antagonismo, ação sobre membranas, ação na transcrição gênica. Não tem grandeza (mais/menos).
2. Afinidade (potência)
A afinidade descreve a tendência de uma droga para combinar-se com um tipo particular de receptor. Grupos químicos do fármaco têm determinada capacidade de formar ligações (mais ou menos forte) com os aminoácidos do receptor. A afinidade determina qual droga vai se ligar ao receptor, o que leva a optar por qual droga será utilizada (A ou B). Tem grandeza (mais/menos). 
 (
A droga A possui mais afinidade
 que a droga B
, pois a dose necessária é menor para o mesmo efeito
.
)
A concentração efetiva 50 (CE50) é usada para determinar a potência de um fármaco. Essa é a concentração em que o fármaco produz 50% de sua resposta máxima.
3. Atividade (eficácia)
A atividade refere-se à capacidade de um fármaco, na dose recomendada, em produzir efeitos benéficos em circunstâncias ideais. É o resultado da ativação do receptor, podendo variar de acordo com a situação desse receptor.
 (
A droga A é mais eficaz que a droga B, pois quando administradas na mesma dose, a droga A possui maior efeito.
)
4. Índice terapêutico ou margem de segurança
Índice terapêutico é uma comparação entre a quantidade de um agente terapêutico necessária para causar um efeito terapêutico e a quantidade que causa efeitos tóxicos. Quantitativamente, é a proporção dada entre a dose tóxica dividida pela dose terapêutica. Uma medida comumente utilizada do índice terapêutico é a dose letal da droga para 50% da população (LD50) dividida pela dose efetiva mínima para 50% da população (DE50). Um IT baixo (<20) condiz com drogas que podem atingir níveis tóxicos com extrema facilidade.
5. Comparando a potência, a atividade e a segurança das drogas
	
	A
	B
	C
	POTÊNCIA
	---------
	10mg
	20mg
	EFICÁCIA
	50%
	100%
	100%
	SEGURANÇA
	---------
	80 : 10 = 8
	5120 : 20 = 256
A droga A possui eficácia de 50%, logo é descartada para administração.
A droga B possui maior potência e maior segurança em relação à droga C.
6. Ativação de receptor na membrana
A) Receptor acoplado à canal iônico (modulado): incorporam um receptor e só se abrem quando este estiver ocupado por um agonista. Participam principalmente da transmissão rápida. Outros são regulados por diferentes mecanismos, sendo os canais iônicos regulados por voltagem. A interação fármaco-receptor-canal iônico pode ser indireta, envolvendo uma proteína G e outros intermediários, ou direta, quando o próprio fármaco liga-se à proteína do canal e altera sua função. Ex: receptor de acetilcolina/drogas ionotrópicas.
B) Receptor acoplado a enzimas: geralmente a molécula do fármaco é um análogo do substrato que atua como inibidor competitivo da enzima, seja de modo reversível ou irreversível. Estão envolvidos principalmente em eventos que controlam o crescimento e a diferenciação celulares e atuam indiretamente ao regular a transcrição gênica. Ex: tirosina quinase, MAP kinase, JAK/insulina, GH, estrogênio.
C) Receptor acoplado a proteína G: a ligação da droga ao receptor promove ativação da proteína G.
- pode se ligar a receptor acoplado a proteína Gq: a proteína Gq está envolvida na ativação da enzima fosfolipase C, produzindo IP3 e DAG.
- pode se ligar a receptor acoplado a proteína Gs: a proteína Gs (estimulatória) ativa a adenilatociclase que catalisa a formação de AMPc a partir de ATP.
- pode se ligar a receptor acoplado a proteína Go: a proteína Go modula o complexo Ca2+-calmodulina.
- pode se ligar a receptor acoplado a proteína Gi: a proteína Gi (inibitória) inibe a atividade da enzima adenilatociclase.
7. Ativação em receptores intracelulares
Os receptores constituem os elementos sensores no sistema de comunicações químicas que coordena a função de todas as diferentes células do corpo. Os receptores são proteínas intracelulares, os quais devem penetrar nas células. Os efeitos são produzidos em conseqüência da síntese alterada de proteínas e, portanto, de início lento. Muitas substâncias terapeuticamente úteis (hormônios esteróides, hormônios tireoidianos, vitamina D, ácido retinóico, etc.) atuam, seja como agonistas, seja como antagonistas, sobre os receptores de mediadores endógenos conhecidos.
· Agonista: droga que tem especificidade, afinidade e atividade no receptor.
- agonista total: não necessariamente ocupa 100% dos receptores, mas possui eficácia de 100% ou suficiente para produzir uma resposta tecidual máxima. 
- agonista parcial: mesmo ocupando 100% dos receptores apresentam uma resposta tecidual submáxima.
- antagonista competitivo: o antagonista compete pelo mesmo receptor do agonista.
- antagonista não competitivo: o antagonista irá impedir os sinais celulares gerados pela ativação de um receptor pelo agonista. Esse impedimento é feito pela ativação de outro receptor que cause efeito contrário ao da ativação do receptor do agonista.
· Antagonista: droga que tem somente especificidade e afinidade pelo receptor.
Exemplos da ação dos fármacos em tecidos diferentes
 (
Droga A:
- ação: 
agonista
 
1
 e 2;
1. 
agonista
 parcial
2. 
agonista
 total
- efeitos:
Útero – relaxamento do miométrio, resultando em diminuição da cólica.
Vaso cerebral – relaxamento do vaso cerebral com conseqüente dilatação do vaso, resultando em cefaléia.
)	
 (
Droga B
:
- ação: 
agonista
 
1
;
Não tem ação no vaso cerebral, pois não apresenta especificidade para o receptor.
)
8. Reações adversas
Qualquer efeito indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas no homem.
A) Efeito colateral: efeito diferente daquele considerado como principal por um fármaco. É um efeito previsível e irá ocorrer com todas as pessoas que usarem o medicamento.
B) Efeito paradoxal: simplesmente ocorre o efeito contrário do esperado. Não pode ser previsto e ainda não há uma explicação lógica para o fato.
C) Hipersensibilidade: está relacionada à resposta 'alérgica' e se tratam de células Th2. Nestes indivíduos substâncias que não são nocivas induzem a produção de IgE. É importante ressaltar que a hipersensibilidade não vai ocorrer no primeiro contato com a droga e não irá se relacionar com a quantidade do agente e sim com a qualidade.
D) Idiossincrasia: são reações nocivas, às vezes fatais, que ocorrem em uma minoria dos indivíduos. Em geral considera-se que as respostas idiossincrásicas se devem ao polimorfismo genético. Não é previsível.
E) Teratogenia: o medicamento atravessa a placenta e atinge a formação do embrião, criando malformações congênitas.
F) Dependência: alguns fármacos causam dependência, seja ela psíquica ou física. A dependência psíquica está ligada ao impulso de tomar o medicamento, uma vontade quase incontrolável, na ausência do mesmo o indivíduo sofre uma condição chamada fissura. A dependência física ocorre porque o corpo já se 'acostumou' com a presençada droga e na ausência da mesma sobre de sintomas e sinais aparentes, como o tremor no músculo esquelético, por exemplo.
G) Tolerância: Pode ser farmacocinética, ligada a síntese de enzimas que irão degradar mais rapidamente o fármaco, ou farmacodinâmica que consiste na down regulation dos receptores na célula alvo. Quando a pessoa afirma que o medicamento não funcionava mais como antes podemos suspeitar de tolerância.
9. Interações farmacodinâmicas
Interações medicamentosas são tipos especiais de respostas farmacológicas, em que os efeitos de um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou anterior de outros, ou através da administração concorrente com alimentos.
As respostas decorrentes da interação podem acarretar potencialização do efeito terapêutico, redução da eficácia, aparecimento de reações adversas com distintos graus de gravidade ou ainda, não causar nenhuma modificação no efeito desejado do medicamento.
A) Homérgicas: se baseia em medicamentos com efeitos similares.
A.1) Adição simples: efeito de A+B é igual ao efeito de A ou B; quando o efeito dos dois juntos é igual aos efeitos de cada um dos medicamentos utilizados separadamente.
A.2) Infra-adição: efeito de A+B é menor que o efeito de A ou B; quando o efeito dos dois medicamentos juntos é menor do que o de cada um deles utilizado separadamente.
A.3) Supra-somação: efeito de A+B é maior que o efeito de A ou B; caracteriza o coquetel de medicamentos anti HIV, por exemplo, onde o efeito dos medicamentos juntos é maior do que se utilizá-los separadamente.
B) Heterérgicas: incluem-se os medicamentos de ações diferentes.
B.1) Sinergismo: caracterizado quando drogas de mecanismos diferentes desempenham a mesma ação no organismo. Logo, o uso de A aumenta o efeito de B ou vice-versa.
B.2) Antagonismo: caracterizado por drogas de ações diferentes que reduzem ou anulam o efeito uma da outra. Logo, o uso de A diminui o efeito de B ou vice-versa.
- farmacológico: um antagonista liga-se ao mesmo receptor que o agonista, impedindo sua ação.
- fisiológico: um agonista liga-se a um receptor diferente de outro agonista, produzindo efeitos opostos.
- químico: um antagonista liga-se ao agonista, impedindo sua ação.
Exemplo: Qual a ação das drogas X, Y e Z?
 (
A: efeito de X
B: efeito de X + 10mg de Y
C: efeito de X + 10mg de Z
)
Droga X: agonista;
Droga Y: antagonista competitivo
Droga Z: antagonista não competitivo

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