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Anatomia macroscópica, microscópica e histologia do sistema cardíaco

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MÓDULO IV 
ED CORAÇÃO PART.1 
1. Diferenciar a estrutura básica e organização do coração, identificando sua localização, camadas de 
parede e câmaras cardíacas; 
(GUYTON P.343) O coração, ilustrado na Figura 9-1, é, 
na verdade, formado por duas bombas distintas: o coração 
direito, que bombeia o sangue para os pulmões, e o coração 
esquerdo, que bombeia o sangue através da circulação sistêmica 
que fornece o fluxo sanguíneo aos demais órgãos e tecidos do 
corpo. Por sua vez, cada um desses corações é uma bomba 
pulsátil de duas câmaras, composta por um átrio e um ventrículo. 
Cada átrio é fraca bomba de escova (primer pump) para o 
ventrículo, ajudando a propelir o sangue para seu interior. Os 
ventrículos, por sua vez, fornecem a força de bombeamento 
principal que propele o sangue através (1) da circulação 
pulmonar, partindo do ventrículo direito; ou (2) da circulação sistêmica, do ventrículo esquerdo. Mecanismos 
especiais no coração promovem a sucessão contínua de contrações cardíacas, chamadas de ritmo cardíaco, 
transmitindo potenciais de ação pelo músculo cardíaco, causando os batimentos rítmicos do coração. 
O coração é composto por três tipos principais de músculo: o músculo atrial, o músculo ventricular e 
as fibras especializadas excitatórias e condutoras. Os tipos atrial e ventricular de músculo contraem-se quase 
como os músculos esqueléticos, mas com duração muito maior da contração. As fibras excitatórias e de 
condução do coração, no entanto, só se contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis, mas 
apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas, na forma de potenciais de ação, ou fazem a condução 
desses potenciais de ação pelo coração, representando sistema excitatório que controla os batimentos rítmicos. 
(TORTORA P.946) 
Localização do coração 
Apesar de sua potência, o coração é relativamente 
pequeno, aproximadamente do tamanho (mas não com a 
mesma forma) de sua mão fechada. Tem 
aproximadamente 12 cm de comprimento, 9 cm de 
largura em seu ponto mais amplo, e 6 cm de espessura. 
Pesa em média 250 g nas mulheres adultas e 300 g nos 
homens adultos. O coração repousa sobre o diafragma, 
próximo da linha mediana da cavidade torácica que 
divide o corpo em lados esquerdo e direito. O coração encontra-se no mediastino, uma região anatômica que 
se estende do esterno à coluna vertebral, da primeira costela ao diafragma, e entre os pulmões (Figura 20.1A). 
Aproximadamente dois terços da massa do coração encontram-se à esquerda da linha mediana do corpo 
(Figura 20.1B). 
Você pode visualizar o coração como um cone deitado de lado. O ápice pontiagudo é formado pela 
ponta do ventrículo esquerdo (a câmara inferior do coração) e está situado sobre o diafragma. O ápice está 
direcionado para frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração está do lado oposto ao ápice e constitui 
sua face posterior. É formada pelos átrios (câmaras superiores) do coração, principalmente o átrio esquerdo 
(ver Figura 20.3C). 
Além do ápice e da base, o coração tem diversas faces. A face esternocostal é profunda ao esterno e às 
costelas. A face diafragmática é a parte do coração entre o ápice e a margem direita e se apoia principalmente 
no diafragma (Figura 20.1B). A margem direita está voltada para o pulmão direito e se estende da face inferior 
à base. A margem esquerda está voltada para o pulmão esquerdo e se estende da base ao ápice. 
Pericárdio 
A membrana que envolve e protege o 
coração é o pericárdio. Restringe o coração à 
sua posição no mediastino, possibilitando 
liberdade de movimento suficiente para a 
contração vigorosa e rápida. O pericárdio 
consiste em duas partes principais: (1) o 
pericárdio fibroso e (2) o pericárdio seroso 
(Figura 20.2A). O pericárdio fibroso, 
superficial, é composto por tecido conjuntivo 
inelástico, resistente, denso e irregular. 
Assemelha-se a uma bolsa que repousa sobre o diafragma, fixando-se nele; a extremidade aberta está fundida 
aos tecidos conjuntivos dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração. O pericárdio fibroso impede a 
hiperdistensão do coração, fornece proteção e ancora o coração no mediastino. O pericárdio fibroso próximo 
ao ápice do coração está parcialmente fundido ao tendão central do diafragma; por conseguinte, o movimento 
do diafragma, como na respiração profunda, facilita a circulação do sangue pelo coração. 
O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina, delicada, que forma uma dupla camada 
em torno do coração (Figura 20.2A). A lâmina parietal do pericárdio seroso mais externa está fundida ao 
pericárdio fibroso. A lâmina visceral do pericárdio seroso mais interna, que também é chamada epicárdio, é 
uma das camadas da parede do coração e adere firmemente à sua superfície. Entre as camadas parietal e 
visceral do pericárdio seroso existe uma fina película de líquido seroso lubrificante. Esta secreção das células 
pericárdicas, conhecida como líquido pericárdico, reduz o atrito entre as camadas do pericárdio seroso 
conforme o coração se move. O espaço que contém os poucos mililitros de líquido pericárdico é chamado 
cavidade do pericárdio. 
 
 
Camadas da parede do coração 
A parede do coração é constituída por três camadas (Figura 
20.2A): o epicárdio (camada externa), o miocárdio (camada 
intermediária) e o endocárdio (camada interna). O epicárdio é 
composto por duas camadas de tecido. A mais externa, como você 
acabou de ver, é chamada lâmina visceral do pericárdio seroso. Esta 
camada exterior fina e transparente da parede do coração é composta 
por mesotélio. Sob o mesotélio existe uma camada variável de tecido fibroelástico delicado e tecido adiposo. 
O tecido adiposo predomina e torna-se mais espesso sobre as faces ventriculares, onde abriga as principais 
artérias coronárias e vasos cardíacos. A quantidade de gordura varia de pessoa para pessoa, corresponde à 
extensão geral de gordura corporal em um indivíduo, e geralmente aumenta com a idade. O epicárdio confere 
uma textura lisa e escorregadia à face mais externa do coração. O epicárdio contém vasos sanguíneos, vasos 
linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio. 
A camada média, o miocárdio, é responsável pela ação de bombeamento do coração e é composto por 
tecido muscular cardíaco. Compõe aproximadamente 95% da parede do coração. As fibras musculares 
(células), como as do músculo estriado esquelético, são envolvidas e separadas em feixes por bainhas de tecido 
conjuntivo compostas por endomísio e perimísio. As fibras musculares cardíacas são organizadas em feixes 
que circundam diagonalmente o coração e produzem as fortes ações de bombeamento do coração (Figura 
20.2C). Embora seja estriado como o músculo esquelético, é preciso lembrar que o músculo cardíaco é 
involuntário como o músculo liso. 
O endocárdio mais interno é uma fina camada de endotélio que recobre uma fina camada de tecido 
conjuntivo. Fornece um revestimento liso para as câmaras do coração e abrange as valvas cardíacas. O 
revestimento endotelial liso minimiza o atrito de superfície conforme o sangue passa através do coração. O 
endocárdio é contínuo ao revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos ligados ao coração. 
 
Câmaras do coração 
O coração tem quatro câmaras. As duas câmaras de recepção superiores são os átrios, e as duas câmaras 
de bombeamento inferiores são os ventrículos. O par de átrios recebe sangue dos vasos sanguíneos que 
retornam o sangue ao coração, as chamadas veias, enquanto os ventrículos ejetam o sangue do coração para 
vasos sanguíneos chamados artérias. Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura saculiforme enrugada 
chamada aurícula, assim chamada por causa de sua semelhança com a orelha de um cão (Figura 20.3). 
Cada aurícula aumenta discretamente a capacidade de um átrio, de modo que ele possa conter maior 
volume de sangue. Também na superfície do coração existem vários sulcos, que contêm vasossanguíneos 
coronarianos e uma quantidade variável de gordura. Cada sulco marca a fronteira externa entre duas câmaras 
do coração. O profundo sulco coronário circunda a maior parte do coração e marca a fronteira externa entre 
os átrios acima e os ventrículos abaixo. O sulco interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal 
do coração que marca a fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo na face esternocostal do 
coração. Este sulco continua em torno da face posterior do coração como o sulco interventricular posterior, 
que marca a fronteira externa entre os ventrículos na face posterior do coração (Figura 20.3C). 
▪ Átrio direito 
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue de três veias: a veia cava superior, a 
veia cava inferior e o seio coronário (Figura 20.4A). (As veias sempre levam o sangue para o coração.) O 
átrio direito tem cerca de 2 a 3 μm de espessura, em média. As paredes anterior e posterior do átrio direito são 
muito diferentes. O interior da parede posterior é liso; o interior da parede anterior é áspero, por causa de 
cristas musculares chamadas de músculos pectíneos, que também se estendem até a aurícula (Figura 20.4B). 
Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma partição fina chamada septo interatrial. Uma característica 
proeminente deste septo é uma depressão oval chamada de fossa oval, o remanescente do forame oval, uma 
abertura no septo interatrial do coração fetal que normalmente se fecha logo após o nascimento (ver Figura 
21.30). O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da valva atrioventricular direita, porque 
é composta por três válvulas (Figura 20.4A). Também é denominada valva tricúspide. As valvas cardíacas são 
compostas por tecido conjuntivo denso recoberto por endocárdio. 
▪ Ventrículo direito 
O ventrículo direito tem cerca de 4 a 5 μm de espessura e forma a maior parte da face esternocostal do 
coração. O interior do ventrículo direito contém uma série de cristas formadas por feixes elevados de fibras 
musculares cardíacas chamadas trabéculas cárneas (ver Figura 20.2A). Algumas das trabéculas cárneas 
transmitem parte do sistema de condução do coração, o que você verá mais adiante neste capítulo (ver Seção 
20.3). As válvulas da valva atrioventricular direita estão conectadas às cordas tendíneas, que por sua vez estão 
ligadas a trabéculas cárneas em forma de cone chamadas músculos papilares. Internamente, o ventrículo direito 
é separado do ventrículo esquerdo por uma partição chamada de septo interventricular. O sangue passa do 
ventrículo direito através da valva do tronco pulmonar para uma grande artéria chamada de tronco pulmonar, 
que se divide em artérias pulmonares direita e esquerda e levam o sangue até os pulmões. A artérias sempre 
levam o sangue para longe do coração. 
 
▪ Átrio esquerdo 
O átrio esquerdo tem aproximadamente a mesma espessura que o átrio direito e forma a maior parte da 
base do coração (Figura 20.4A). Ele recebe o sangue dos pulmões, por meio das quatro veias pulmonares. 
Como o átrio direito, o interior do átrio esquerdo tem uma parede posterior lisa. Como os músculos pectíneos 
estão restritos à aurícula do átrio esquerdo, a parede anterior do átrio esquerdo também é lisa. O sangue passa 
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda, antigamente chamada 
de valva bicúspide ou mitral, a qual tem duas válvulas. O antigo termo mitral se refere à semelhança da valva 
com a mitra de um bispo, que tem dois lados. 
▪ Ventrículo esquerdo 
O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa do coração, com uma média de 10 a 15 mm. Forma o 
ápice do coração (ver Figura 20.1B). Como o ventrículo direito, o ventrículo esquerdo contém trabéculas 
cárneas e tem cordas tendíneas que ancoram as válvulas da valva atrioventricular esquerda aos músculos 
papilares. O sangue passa do ventrículo esquerdo através da valva da aorta na parte ascendente da aorta. Um 
pouco do sangue da aorta flui para as artérias coronárias, que se ramificam da parte ascendente da aorta e 
transportam o sangue para a parede do coração. A parte restante do sangue passa para o arco da aorta e parte 
descendente da aorta (partes torácica e abdominal da aorta). Ramos do arco da aorta e da parte descendente 
da aorta levam o sangue por todo o corpo. 
Durante a vida fetal, um vaso sanguíneo temporário, chamado de ducto ou canal arterial, desvia o 
sangue do tronco pulmonar para a aorta. Por conseguinte, apenas um pequeno volume de sangue entra nos 
pulmões fetais não funcionantes (ver Figura 21.30). O ducto ou canal arterial normalmente se fecha logo após 
o nascimento, deixando um remanescente conhecido como ligamento arterial, que liga o arco da aorta e o 
tronco pulmonar (Figura 20.4A). 
 
 
 
2. Descrever a estrutura e função das válvulas do coração; 
As valvas cardíacas são estruturas formadas, basicamente, por tecido conjuntivo e tem a função de 
garantir o sentido unidirecional do sangue, ou seja, impedem o refluxo sanguíneo nas 4 cavidades cardíacas, 
quando cada uma das câmaras do coração se contrai, empurra um volume de sangue a um ventrículo ou para 
fora do coração a uma artéria. As valvas se abrem e fecham em resposta a uma mudança de pressão conforme 
o coração se contrai e relaxa. As valvas são formadas por válvulas, espécie de folheto das valvas, que variam 
de acordo com a localização. 
 
Valvas atrioventriculares 
estas valvas são chamadas atrioventriculares direita e esquerda, localizadas entre um átrio e um 
ventrículo. Quando os ventrículos estão relaxados, os músculos papilares estão relaxados, as cordas 
estão frouxas, e o sangue se move de uma área de maior pressão no átrio para uma área de menor pressão no 
ventrículo através das valvas AV abertas. 
Quando os ventrículos se contraem, a pressão do sangue aciona as válvulas para cima até que 
suas extremidades se encontrem e fechem a abertura. Ao mesmo tempo, os músculos papilares se contraem, o 
que traciona e estica as cordas tendíneas. Isso impede que as válvulas das valvas virem em resposta à alta 
pressão ventricular. Se as valvas AV ou cordas tendíneas estiverem danificadas, o sangue pode regurgitar para 
os átrios quando os ventrículos se contraem. 
As valvas atrioventriculares são divididas em valva tricúspide e valva mitral, e estão inseridas em um 
anel fibroso, presas por cordas tendíneas aos músculos papilares. A tricúspide comunica o AD com o VD. A 
mitral comunica o AE com o VE. As cúspides são constituídas por tecido conjuntivo frouxo, com variável 
quantidade de colágeno, proteoglicanos e fibras elásticas 
Válvulas semilunares 
as valvas da aorta e do tronco pulmonar são compostas por três valvas semilunares. Cada valva se 
insere na parede arterial por sua margem externa convexa. Essas valvas possibilitam a ejeção de sangue do 
coração para as artérias, mas evitam o refluxo de sangue para os ventrículos. As margens livres das válvulas 
se projetam para o lumem da artéria. Quando os ventrículos se contraem, a pressão se acumula nas câmaras. 
As valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem quando a pressão no ventrículo é superior à pressão nas 
artérias, possibilitando a ejeção do sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os 
ventrículos relaxam, o sangue começa a refluir para o coração. Este fluxo sanguíneo retrógrado enche as 
vávulas da valva, o que faz com que as margens livres das valvas do tronco pulmonar e da aorta se contraiam 
firmemente uma contra a outra e fechem a abertura entre o ventrículo e a artéria, possibilitando a ejeção do 
sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. 
As valvas semilunares são divididas em valva pulmonar e valva aórtica. A valva Pulmonar comunica 
VD com a Artéria Pulmonar. A Valva Aórtica Comunica VE com a Artéria Aorta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Conhecer a anatomia do suprimentoe drenagem sanguíneos do coração. 
Circulação coronariana 
Os nutrientes não conseguem se difundir rapidamente o suficiente do sangue das câmaras do coração 
para suprir todas as camadas de células que formam a parede do coração. Por isso, o miocárdio tem a sua 
própria rede de vasos sanguíneos, a circulação coronariana ou circulação cardíaca. As artérias coronárias 
ramificam-se da parte ascendente da aorta e cercam o coração como uma coroa circundando a cabeça. 
Enquanto o coração está se contraindo, pouco sangue flui nas artérias coronárias, porque elas estão bem 
comprimidas. Quando o coração relaxa, no entanto, a pressão do sangue elevada na aorta impulsiona o sangue 
ao longo das artérias coronárias até os vasos capilares e, em seguida, às veias coronárias. 
 
Artérias coronárias 
Duas artérias coronárias, as artérias coronárias esquerda e direita, ramificam-se da parte ascendente da 
aorta e fornecem sangue oxigenado para o miocárdio. A artéria coronária esquerda passa inferiormente à 
aurícula esquerda e se divide nos ramos interventricular anterior e circunflexo. O ramo interventricular anterior 
encontra-se anteriormente ao sulco interventricular anterior e fornece sangue oxigenado às paredes de ambos 
os ventrículos. O ramo circunflexo encontra-se no sulco coronário e distribui sangue oxigenado às paredes do 
ventrículo esquerdo e átrio esquerdo. 
A artéria coronária direita emite pequenos ramos (ramos atriais) para o átrio direito. Ela continua 
inferiormente à aurícula direita e, por fim, se divide em ramos interventricular posterior e marginal direito. O 
ramo interventricular posterior segue o sulco interventricular posterior e irriga as paredes dos dois ventrículos 
com sangue oxigenado. O ramo marginal posterior além do sulco coronário corre ao longo da margem direita 
do coração e transporta sangue oxigenado à parede do ventrículo direito. 
A maior parte do corpo recebe sangue de ramos de mais de uma artéria, e onde duas ou mais artérias 
irrigam a mesma região, elas normalmente se conectam entre si. Essas conexões, chamadas de anastomoses, 
fornecem vias alternativas, chamadas de circulação colateral, para que o sangue chegue a um órgão ou tecido 
específico. O miocárdio contém muitas anastomoses que conectam ramos de uma determinada artéria 
coronária ou se estendem entre os ramos de diferentes artérias coronárias. Elas fornecem desvios para o sangue 
arterial se uma via principal estiver obstruída. Assim, o músculo cardíaco pode receber oxigênio suficiente, 
mesmo que uma de suas artérias coronárias esteja parcialmente bloqueada. 
A parte ascendente da aorta tem cerca de 5 cm de comprimento e começa na valva da aorta. É dirigida 
superiormente, discretamente anterior e para a direita. Termina no nível do ângulo do esterno, onde se torna o 
arco da aorta. O início da parte ascendente da aorta é posterior ao tronco pulmonar e aurícula direita; a artéria 
pulmonar direita é posterior a ele. Na sua origem, a parte ascendente da aorta contém três dilatações chamadas 
seios da aorta. Dois destes, os seios direito e esquerdo, dão origem às artérias coronárias direita e esquerda, 
respectivamente. 
As artérias coronárias direita e esquerda emergem da parte ascendente da aorta, discretamente acima 
da valva da aorta. Elas formam um anel em forma de coroa em torno do coração, emitindo ramos para o 
miocárdio atrial e ventricular. O ramo interventricular posterior da artéria coronária direita irriga ambos os 
ventrículos, e o ramo marginal irriga o ventrículo direito. O ramo interventricular anterior da artéria coronária 
esquerda irriga ambos os ventrículos, e o ramo circunflexo irriga o átrio e o ventrículo esquerdos. 
 
Veias coronárias 
Em geral, as artérias são profundas; as veias podem ser superficiais ou profundas. As veias superficiais 
estão localizadas logo abaixo da pele e são facilmente vistas. Como não existem grandes artérias superficiais, 
os nomes das veias superficiais não correspondem aos das artérias. As veias profundas comumente transitam 
ao lado de artérias e, geralmente, têm o mesmo nome. As artérias geralmente têm trajetos bem definidos; as 
veias são mais difíceis de seguir, porque se conectam em redes irregulares em que muitas tributárias se fundem 
para formar uma grande veia. Embora uma única artéria sistêmica, a aorta, leve o sangue oxigenado do coração 
(ventrículo esquerdo), três veias sistêmicas, o seio coronário, a veia cava superior (VCS) e a veia cava inferior 
(VCI) retornam o sangue venoso ao coração (átrio direito). O seio coronário recebe sangue das veias cardíacas 
que drenam o coração; com algumas exceções, a veia cava superior recebe o sangue de outras veias superiores 
ao diafragma, com exceção dos alvéolos dos pulmões; a veia cava inferior recebe sangue das veias inferiores 
ao diafragma. 
Depois de o sangue passar pelas artérias da circulação coronariana, ele flui para os capilares, onde 
fornece oxigênio e nutrientes ao músculo cardíaco e coleta dióxido de carbono e escórias metabólicas e, em 
seguida, desloca-se para as veias coronárias. A maior parte do sangue venoso do miocárdio drena para um 
grande seio vascular no sulco coronário na face posterior do coração, chamado seio coronário. (Um seio 
vascular é uma veia de paredes finas que não tem músculo liso para alterar seu diâmetro.) O sangue venoso 
do seio coronário drena para o átrio direito. As principais tributárias que transportam sangue para o seio 
coronário são: 
• Veia cardíaca magna no sulco interventricular anterior, que drena as áreas do coração irrigadas pela artéria 
coronária esquerda (ventrículos esquerdo e direito e átrio esquerdo) 
• Veia interventricular posterior no sulco interventricular posterior, que drena as áreas irrigadas pelo ramo 
interventricular posterior da artéria coronária direita (ventrículos esquerdo e direito) 
• Veia cardíaca parva no sulco coronário, que drena o átrio direito e o ventrículo direito 
• Veias anteriores do ventrículo direito, que drenam o ventrículo direito e drenam diretamente para o átrio 
direito. 
 
Anatomia microscópica e histologia do sistema cardíaco 
1. Explicar as características da célula muscular cardíaca; 
2. Descrever as características histológicas do músculo cardíaco; 
AS DUAS QUESTÕES (1 E 2) ESTÃO JUNTAS. 
 
HISTOLOGIA - JUNQUEIRA 
O músculo do coração é constituído por células alongadas e ramificadas, com aproximadamente 15 mm 
de diâmetro por 85 a 100 µm de comprimento, que se prendem por meio de junções intercelulares complexas. 
Essas células apresentam estriações transversais semelhantes às do músculo esquelético, mas, ao contrário das 
fibras esqueléticas que são multinucleadas, as fibras cardíacas contêm apenas um ou dois núcleos localizados 
centralmente. As fibras cardíacas são circundadas por uma delicada bainha de tecido conjuntivo, equivalente 
ao endomísio do músculo esquelético, que contém abundante rede de capilares sanguíneos. 
Uma característica exclusiva do músculo cardíaco são as linhas transversais fortemente coráveis que 
aparecem em intervalos irregulares ao longo da célula. Esses discos intercalares são complexos juncionais 
encontrados na interface de células musculares adjacentes. Essas junções aparecem como linhas retas ou 
exibem um aspecto em escada. Nas partes em escada, distinguem-se duas regiões: a parte transversal, que 
cruza a fibra em ângulo reto, e a parte lateral, que caminha paralelamente aos miofilamentos. Nos discos 
intercalares encontram-se três especializações juncionais principais: zônula de adesão, desmossomos e junções 
comunicantes. As zônulas de adesão representam a principal especialização da membrana da parte transversal 
do disco, são encontradas também nas partes laterais e servem para ancorar os filamentos de actina dos 
sarcômeros terminais. Os desmossomos unem as células musculares cardíacas, impossibilitando que elas se 
separem durante a atividade contrátil. Nas parteslaterais dos discos encontram-se junções comunicantes 
responsáveis pela continuidade iônica entre células musculares adjacentes. Do ponto de vista funcional, a 
passagem de íons permite que cadeias de células musculares se comportem como se fossem um sincício, pois 
o sinal para a contração passa como uma onda de uma célula para a outra. A estrutura e a função das proteínas 
contráteis das células musculares cardíacas são praticamente as mesmas descritas para o músculo esquelético. 
Todavia, no músculo cardíaco o sistema T e o retículo sarcoplasmático não são tão bem organizados como no 
músculo esquelético. Na musculatura dos ventrículos os túbulos T são maiores do que no músculo esquelético. 
Os túbulos T cardíacos se localizam na altura da banda Z e não na junção das bandas A e I, como acontece no 
músculo esquelético. Por isso, no músculo cardíaco existe apenas uma expansão de túbulo T por sarcômero e 
não duas, como ocorre no músculo esquelético. O retículo sarcoplasmático não é tão desenvolvido e distribui-
se irregularmente entre os miofilamentos. As tríades não são frequentes nas células cardíacas, pois os túbulos 
T geralmente se associam apenas a uma expansão lateral do retículo sarcoplasmático. Por isso, ao microscópio 
eletrônico, uma das características do músculo cardíaco são os achados de díades, constituídas por um túbulo 
T e uma cisterna do retículo sarcoplasmático. As tríades do músculo esquelético são constituídas por um túbulo 
Te duas cisternas do retículo sarcoplasmático. 
O músculo cardíaco contém numerosas mitocôndrias, que ocupam aproximadamente 40% do volume 
citoplasmático, o que reflete o intenso metabolismo aeróbio desse tecido. Em comparação, no músculo 
esquelético as mitocôndrias ocupam apenas cerca de 2% do volume do citoplasma. O músculo cardíaco 
armazena ácidos graxos sob a forma de triglicerídios encontrados nas gotículas lipídicas do citoplasma de suas 
células. Existe pequena quantidade de glicogênio, que fornece glicose quando há necessidade. As células 
musculares cardíacas podem apresentar grânulos de lipofuscina, localizados principalmente próximo às 
extremidades dos núcleos celulares. A lipofuscina é um pigmento que aparece nas células que não se 
multiplicam e têm vida longa. As fibras cardíacas apresentam grânulos secretores recobertos por membrana, 
medindo 0,2 a 0,3 µ.m e localizados próximo aos núcleos celulares, na região do aparelho de Golgi. Esses 
grânulos são mais abundantes nas células musculares do átrio esquerdo (cerca de 600 grânulos por célula), 
mas existem também no átrio direito e nos ventrículos. São grânulos que contêm a molécula precursora do 
hormônio ou peptídio atrial natriurético (ANP, atrial natriuretic peptide). Este hormônio atua nos rins, 
aumentando a eliminação de sódio (natriurese) e água (diurese) pela urina. O hormônio natriurético tem ação 
oposta à da aldosterona, um hormônio antidiurético que atua nos rins promovendo a retenção de sódio e água. 
Enquanto a aldosterona aumenta a pressão arterial, o hormônio natriurético tem efeito contrário, fazendo 
baixar a pressão arterial. No coração existe uma rede de células musculares cardíacas modificadas, acopladas 
às outras células musculares do órgão, que têm papel importante na geração e condução do estímulo cardíaco, 
de tal modo que as contrações dos átrios e ventrículos ocorrem em determinada sequência, tornando possível 
que o coração exerça com eficiência sua função de bombeamento do sangue. 
As paredes do coração são constituídas de três túnicas: a interna, ou endocárdio; a média, ou miocárdio; 
e a interna, ou pericárdio. A região central fibrosa do coração, comumente chamada esqueleto fibroso, serve 
de ponto de apoio para as válvulas, além de ser também o local de origem e inserção das células musculares 
cardíacas. 
O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é constituído por endotélio que repousa 
sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas e colágenas, 
bem como algumas células musculares lisas. Conectando o miocárdio à camada subendotelial, existe uma 
camada de tecido conjuntivo (frequentemente chamada de camada subendocardial) que contém veias, nervos 
e ramos do sistema de condução do impulso do coração (células de Purkinje). 
O miocárdio é a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células musculares cardíacas 
organizadas em camadas que envolvem as câmaras do coração como uma espiral complexa. Grande parte 
dessas camadas se insere no esqueleto cardíaco fibroso. O arranjo dessas células musculares é extremamente 
variado, de modo que, mesmo em um corte histológico de uma área pequena, são vistas células orientadas em 
muitas direções. 
O coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso simples (mesotélio) que se apoia em 
uma fina camada de tecido conjuntivo que constitui o epicárdio. A camada subepicardial de tecido conjuntivo 
frouxo contém veias, nervos e gânglios nervosos. O tecido adiposo que geralmente envolve o coração se 
acumula nesta camada. O epicárdio corresponde ao folheto visceral do pericárdio, membrana serosa que 
envolve o coração. Entre o folheto visceral (epicárdio) e o folheto parietal existe uma quantidade pequena de 
fluido que facilita os movimentos do coração. 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA – TORTORA 
Esqueleto Fibroso do coração 
Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração também contém tecido conjuntivo denso que 
forma o esqueleto fibroso do coração. Essencialmente, o esqueleto fibroso é constituído por quatro anéis de 
tecido conjuntivo denso que circundam as valvas cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo 
interventricular. Além de formar uma base estrutural para as valvas cardíacas, o esqueleto fibroso evita o 
estiramento excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas. Também serve como um ponto de inserção 
para os feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um isolante elétrico entre os átrios e ventrículos. 
 
Obs.: Os elementos do esqueleto fibroso são mostrados em letras maiúsculas. 
 
HISTOLOGIA - JUNQUEIRA 
O esqueleto cardíaco é composto de tecido conjuntivo denso. Seus principais componentes são o septo 
membranoso, o trígono fibroso e o ãnulo fibroso. Essas estruturas são formadas por um tecido conjuntivo 
denso. com fibras de colágeno grossas orientadas em várias direções. Nódulos de cartilagem fibrosa são 
encontrados em determinadas regiões desse esqueleto fibroso. As válvulas cardíacas consistem em um 
arcabouço central de tecido conjuntivo denso (contendo colágeno e fibras elásticas), revestido em ambos os 
lados por uma camada de endotélio. As bases das válvulas são presas aos anéis fibrosos do esqueleto cardíaco. 
 
3. Descrever as características histológicas do epicárdio; 
Fonte: Kierszenbaum 
Epicárdio, uma superfície de baixo atrito revestida por um mesotélio em contato com o espaço 
pericárdico seroso. 
O epicárdio é formado de uma lâmina de tecido conjuntivo denso revestido externamente (isto é, na 
face voltada para a cavidade pericárdica) por um epitélio pavimentoso simples – um mesotélio. 
A camada subepicárdica apresenta tecido adiposo e vasos sanguíneos e linfáticos. 
 
 
A figura evidencia detalhes do epicárdio. 
Esta camada é constituída de tecido conjuntivo denso apoiado sobre a camada subepicárdica, constituída de 
tecido adiposo unilocular. 
A superfície do epicárdio é revestida por um mesotélio, cujos núcleos estão apontados por setas. Este epitélio 
reveste a cavidade pericárdica e se continua com o revestimento do folheto parietal desta cavidade. Nestas 
figuras, o espaço acima do epicárdio representa, portanto, a cavidade pericárdica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Descrever as características histológicas do endocárdio; 
(TORTORA) O endocárdio, mais interno, é uma camada fina de endotélio sobreposto a uma camada 
fina de tecido conjuntivo formando um revestimento lisopara as câmaras do coração e recobrindo as valvas 
cardíacas. O revestimento endotelial liso minimiza o atrito das superfícies à medida que o sangue passa pelo 
coração. O endocárdio é contínuo com o revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos presos ao 
coração. Endocardite refere-se a inflamação do endocárdio e tipicamente inclui as valvas do coração. A 
maioria dos casos é provocada por bactérias (endocardite bacteriana). 
(Histologia Básica – JUNQUEIRA) O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é 
constituído por endotélio que repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo 
que contém fibras elásticas e colágenas, bem como algumas células musculares lisas. Conectando o miocárdio 
à camada subendotelial, existe uma camada de tecido conjuntivo (frequentemente chamada de camada 
subendocardial) que contém veias, nervos e ramos do sistema de condução do impulso do coração (células de 
Purkinje). 
(ROSS) O endocárdio consiste em uma camada interna de endotélio e de tecido conjuntivo 
subendotelial, uma camada média de tecido conjuntivo e células musculares lisas e uma camada mais profunda 
de tecido conjuntivo, também denominada camada subendocárdica. Esta última é contínua com o tecido 
conjuntivo do miocárdio. 
 
 
 
5. Explicar as estruturas e funções envolvidas com o complexo estimulante que gera potenciais de ação 
no músculo cardíaco. 
 
Silverthorn 
A comunicação elétrica no coração começa com um potencial de ação em uma célula autoexcitável. A 
despolarização se propaga rapidamente para as células vizinhas através das junções comunicantes nos discos 
intercalares. A onda de despolarização é seguida por uma onda de contração, que passa pelo átrio e depois vai 
para os ventrículos. 
A despolarização inicia no nó sinoatrial (nó SA), as células autoexcitáveis no átrio direito que servem 
como o principal marca-passo do coração. A onda de despolarização, então, propaga-se rapidamente por um 
sistema especializado de condução, constituído de fibras autoexcitáveis não contráteis. Uma via internodal 
ramificada conecta o nó SA com o nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células autoexcitáveis perto do 
assoalho do átrio direito. 
Do nó AV, a despolarização move-se para os ventrículos. As fibras de Purkinje, células de condução 
especializada dos ventrículos, transmitem os sinais elétricos muito rapidamente para baixo pelo fascículo 
atrioventricular, ou feixe AV, também chamado de feixe de His (“hiss”), no septo ventricular. Percorrido um 
curto caminho no septo, o fascículo se divide em ramos esquerdo e direito. Esses ramos continuam se 
deslocando para o ápice do coração, onde se dividem em pequenas fibras de Purkinje, que se espalham 
lateralmente entre as células contráteis. (As fibras de Purkinje do miocárdio não devem ser confundidas com 
as chamadas células de Purkinje dos neurônios cerebrais.) 
O sinal elétrico para a contração começa quando o nó SA dispara um potencial de ação e a 
despolarização se propaga para as células vizinhas através das junções comunicantes. A condução elétrica é 
rápida através das vias de condução internodais, porém mais lenta através das células contráteis do átrio. 
Quando os potenciais de ação se espalham pelos átrios, eles encontram o esqueleto fibroso do coração na 
junção entre os átrios e os ventrículos. Esta barreira impede que os sinais elétricos sejam transferidos dos átrios 
para os ventrículos. Consequentemente, o nó AV é o único caminho através do qual os potenciais de ação 
podem alcançar as fibras contráteis dos ventrículos. O sinal elétrico passa do nó AV para o fascículo AV e 
seus ramos até o ápice do coração. Os ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) transmitem os impulsos 
muito rapidamente, com velocidades de até 4 ms, de modo que todas as células contráteis do ápice se contraem 
quase ao mesmo tempo. A contração do ápice para a base empurra o sangue para as aberturas das artérias 
situadas na base do coração. 
Uma segunda função do nó AV é atrasar um pouco a transmissão do potencial de ação. Esse atraso 
permite que os átrios completem suas contrações antes do início da contração ventricular. O atraso no nó AV 
ocorre devido à diminuição na velocidade de condução dos sinais através das células nodais. Os potenciais de 
ação aqui se movem com somente 1/20 da velocidade dos potenciais de ação na via internodal atrial. 
 
FIBRAS AUTORRÍTIMICAS / SISTEMA DE CONDUÇÃO 
Tortora 
A atividade elétrica inerente e rítmica é o motivo das contrações cardíacas ao longo da vida. A fonte 
desta atividade elétrica é uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas chamadas fibras auto 
rítmicas, porque são auto excitáveis. As fibras auto rítmicas produzem repetidamente potenciais de ação que 
desencadeiam contrações cardíacas. Elas continuam estimulando o coração a contrair, mesmo após terem sido 
removidas do corpo. 
Durante o desenvolvimento embrionário, apenas aproximadamente 1% das fibras musculares cardíacas 
tornam-se fibras auto rítmicas; estas fibras relativamente raras têm duas funções importantes: 
*Agem como marcapasso, definindo o ritmo da excitação elétrica que provoca a contração do coração. 
*Formam o sistema de condução do coração, uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas 
que oferecem uma via para que cada ciclo de excitação cardíaca se propague pelo coração. 
 
Os potenciais de ação cardíacos se propagam ao longo do sistema de condução na seguinte 
sequência: 
1-A excitação cardíaca normalmente começa no nó sinoatrial (SA), localizado na parede atrial direita, 
discretamente inferior e lateral à abertura da veia cava superior. As células do nó SA não têm potencial de 
repouso estável. Em vez disso, elas se despolarizam repetida e espontaneamente até um limiar. A 
despolarização espontânea é um potencial marcapasso. Quando o potencial marcapasso alcança o limiar, ele 
dispara um potencial de ação. Cada potencial de ação do nó SA se propaga ao longo de ambos os átrios via 
junções comunicantes nos discos intercalares das fibras musculares atriais. Após o potencial de ação, os dois 
átrios se contraem ao mesmo tempo. 
2- Ao ser conduzido ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação alcança o nó 
atrioventricular (AV), localizado no septo interatrial, imediatamente anterior à abertura do seio coronário. No 
nó AV, o potencial de ação se desacelera consideravelmente, como resultado de várias diferenças na estrutura 
celular do nó AV. Este atraso fornece tempo para os átrios drenarem seu sangue para os ventrículos. 
3- A partir do nó AV, o potencial de ação entra no fascículo atrioventricular (AV) (feixe de His,). Este 
fascículo é o único local em que os potenciais de ação podem ser conduzidos dos átrios para os ventrículos. 
(Em outros lugares, o esqueleto fibroso do coração isola eletricamente os átrios dos ventrículos.) 
4-Depois da propagação pelo fascículo AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo. Os 
ramos se estendem ao longo do septo interventricular em direção ao ápice do coração. 
5-Por fim, os ramos subendocárdicos calibrosos (fibras de Purkinje) conduzem rapidamente o potencial 
de ação, começando no ápice do coração e subindo em direção ao restante do miocárdio ventricular. Em 
seguida, os ventrículos se contraem, deslocando o sangue para cima em direção às válvulas semilunares. 
Por conta própria, as fibras auto rítmicas do nó SA iniciariam um potencial de ação a cada 0,6 s, ou 
100 vezes por minuto. Assim, o nó SA define o ritmo de contração do coração – é o marcapasso natural. Esta 
frequência é mais rápida do que a de qualquer outra fibra auto rítmica. Como os potenciais de ação do nó SA 
se espalham ao longo do sistema de condução e estimulam outras áreas antes que estas sejam capazes de 
produzir um potencial de ação no seu próprio ritmo, mais lento, o nó SA age como o marcapasso natural do 
coração.Os impulsos nervosos da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) e hormônios transportados 
pelo sangue (como a epinefrina) modificam sua sincronização e força a cada batimento cardíaco, mas não 
estabelecem o ritmo de base. Em uma pessoa em repouso, por exemplo, a acetilcolina liberada pela parte 
parassimpática do SNA atrasa a estimulação do nó SA para a cada aproximadamente 0,8 s, ou 75 potenciais 
de ação por minuto. 
POTENCIAL DE AÇÃO E CONTRAÇÃO DAS FIBRAS CONTRÁTEIS 
O potencial de ação iniciado pelo nó SA propaga-se pelo sistema de condução e se espalha para excitar 
as fibras musculares atriais e ventriculares “atuantes”, chamadas de fibras contráteis. Um potencial de ação 
ocorre em uma fibra contrátil do seguinte modo: 
1-Despolarização: Ao contrário das fibras auto rítmicas, as fibras contráteis têm um potencial de 
repouso estável, que é de cerca de 90 mV. Quando uma fibra contrátil alcança seu limiar por um potencial de 
ação de fibras vizinhas, seus canais de Na+ acionados por voltagem se abrem. Estes canais de íons sódio são 
chamados de “rápidos” porque se abrem muito rapidamente em resposta a despolarização no nível do limiar. 
A abertura destes canais possibilita a entrada de Na+, porque o citosol das fibras contráteis é eletricamente 
mais negativo do que o líquido intersticial e a concentração de Na+ é mais elevada no líquido intersticial. O 
influxo de Na+ abaixo do gradiente eletroquímico produz despolarização rápida. Em alguns milissegundos, os 
rápidos canais de Na+ se inativam automaticamente e o influxo de Na+ diminui. 
2- Platô: A próxima fase de um potencial de ação em uma fibra contrátil é o platô, um período de 
despolarização mantida. É em parte decorrente da abertura dos lentos canais de Ca2+ acionados por voltagem 
do sarcolema. Quando estes canais se abrem, os íons cálcio se movem do líquido intersticial (que tem uma 
maior concentração de Ca2+) para o citosol. Este influxo de Ca2+ faz com que ainda mais Ca2+ saia do 
retículo sarcoplasmático para o citosol por canais adicionais de Ca2+ da membrana do retículo 
sarcoplasmático. O aumento da concentração de Ca2+ no citosol por fim provoca a contração. Vários tipos 
diferentes de canais de K+ acionados por voltagem também são encontrados no sarcolema de uma fibra 
contrátil. Pouco antes da fase de platô começar, alguns desses canais de K+ se abrem, possibilitando que os 
íons potássio saiam da fibra contrátil. Por isso, a despolarização é sustentada durante a fase de platô porque o 
influxo de Ca2+ equilibra a saída de K+. A fase de platô dura cerca de 0,25 s, e o potencial de membrana da 
fibra contrátil está próximo de 0 mV. Para comparação, a despolarização em um neurônio ou de fibra muscular 
esquelética é muito mais breve, de cerca de 1 ms (0,001 s), porque falta uma fase de platô. 
3- Repolarização: A recuperação do potencial de repouso durante a fase de repolarização de um 
potencial de ação cardíaco lembra o de outras células excitáveis. Após um atraso (que é particularmente 
prolongado no músculo cardíaco), canais de K+ acionados por voltagem adicionais se abrem. O influxo de K+ 
restaura o potencial de repouso negativo (–90 mV). Ao mesmo tempo, os canais de cálcio do sarcolema e do 
retículo sarcoplasmático estão se fechando, o que também contribui para a repolarização. 
O mecanismo de contração é semelhante nos músculos cardíaco e esquelético: a atividade elétrica 
(potencial de ação) leva a uma resposta mecânica (contração) depois de um pequeno atraso. Conforme a 
concentração de Ca2+ aumenta no interior de uma fibra contrátil, o Ca2+ se liga à proteína reguladora 
troponina, que possibilita que os filamentos de actina e miosina comecem a deslizar um sobre o outro, e a 
tensão começa a se desenvolver. Substâncias que alteram o fluxo de Ca2+ através dos lentos canais de Ca2+ 
influenciam a força das contrações cardíacas. A epinefrina, por exemplo, aumenta a força de contração 
melhorando o fluxo de Ca2+ para o citosol. No músculo, o período refratário é o intervalo de tempo durante 
o qual uma segunda contração não pode ser acionada. O período refratário de uma fibra muscular cardíaca 
dura mais tempo do que a contração propriamente dita. Como resultado, outra contração não pode começar 
até que o relaxamento esteja bem encaminhado. Por esta razão, a tetania (contração mantida) não pode ocorrer 
no músculo cardíaco como no músculo esquelético. A vantagem é evidente, se você considerar como os 
ventrículos trabalham. Sua função de bombeamento depende da alternância entre contração (quando ejetam 
sangue) e relaxamento (quando se enchem). Se o músculo cardíaco pudesse sofrer tetania, o fluxo sanguíneo 
cessaria.

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