Buscar

2 - O_Manejo_Ecologico_de_Pragas_e_Doencas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
O Manejo Ecológico de Pragas e 
Doenças 
 
 
Dra. Andrea Brechelt 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina 
(RAP-AL) 
 
 
 
 
 2 
Agradecimento 
 
Agradeço a todos os escritores e a todas as escritoras deste mundo por me darem a possibilidade de aprender 
com seus livros, manuais e folhetos. Espero, de coração, que este manual seja estudado com a mesma 
intensidade com a qual eu tenho lido as publicações de vocês e espero também que seja útil para muita gente. 
 
A Autora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título: Manejo Ecológico de Pragas e Doenças 
 
Autora: Dra. Andrea Brechelt 
Fundação Agricultura e Meio Ambiente (FAMA) 
República Dominicana 
 
 
 
Editado por: Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina 
(RAP-AL) 
Av. Providencia No. 365 Dpto.41, Santiago de Chile, Chile 
Tel. /Fax: 56-2-341 6742 
rapal@rapal.cl 
 
Primeira Edição: Abril de 2004 
Impressão: 
Revisão: María Elena Rozas, Agnes Valvekens e Fernando Bejarano G. 
 
Responsável pela Edição em português: 
Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – CAPA - Núcleo de Santa Cruz do Sul. 
Rua Thomas Flores, 805 - fundos 
Caixa postal 471 
96810-090 - Santa Cruz do Sul - Brasil - RS 
 
 
Tradução e revisão: 
Hildegard Susana Jung 
Jaime Miguel Weber (CAPA) jaime@viavale.com.br 
 
 
A publicação deste Manual foi possível graças ao apoio de: 
 
HIVOS, Fundo Biodiversidade /Holanda; Sociedade Sueca pela Conservação da Natureza. 
 
 3 
 Índice 
 
1. Introdução 
2. A problemática da agricultura convencional 
3. O conceito de pragas 
4. As causas da aparição de pragas 
5. Os inseticidas como uma solução 
5.1 Organoclorados 
5.2 Organofosforados 
5.3 Carbamatos 
5.4 Piretroides 
6. O conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) 
7. Medidas para a proteção natural dos cultivos contra pragas e doenças 
7.1 Cultivos mistos e diversificação 
7.2 Rotação de cultivos 
7.3 Ritmo natural dos insetos 
7.4 Preparação do solo 
7.5 Cercas vivas 
7.6 Armadilhas 
7.7 Organismos benéficos 
7.7.1 Os diferentes tipos de organismos e seus efeitos 
7.7.2 Métodos de utilização 
7.8 Extratos de plantas 
7.8.1 O Nim (Azadirachta indica A. Juss), Fam. Meleaceae 
7.8.2 A Violeta (Melia azedarach), Fam. Meliaceae 
7.8.3 O Alho (Allium sativum), Fam. Liliaceae 
7.8.4 A Pimenta Picante (Capsicum frutescens), Fam. Solanaceae 
7.8.5 O Papaia (Carica papaya), Fam. Caricaceae 
7.8.6 O Guanabano (Annona muricata), o Mamão (Annona reticulata), Fam. Anonaceae 
7.8.7 O Fumo (Nicotiana tabacum), Fam. Solanaceae 
7.8.8 O Piretro. (Chrysanthemum cinerariefolium), Fam. Asteraceae 
7.8.9 Outros inseticidas botânicos 
7.8.10 Outros extratos 
8. Reflexões finais 
 
Anexos 
 
Literatura consultada 
Tabelas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
1. Introdução 
 
A agricultura moderna, com a implementação 
de monocultivos em grande escala, tem 
provocado vários problemas no que se refere 
às doenças e pragas resistentes e 
especializadas nas plantas cultivadas. 
 
A utilização excessiva de praguicidas de 
origem química e sem prévia assistência 
técnica, em lugar de resolverem o problema, 
tem produzido fortes danos à produtividade 
da agricultura, ao ser humano e à natureza. 
 
Atualmente, muitas instituições estão em 
busca de alternativas menos prejudiciais, 
aproveitando as defesas naturais dos 
organismos e reorganizando completamente 
as técnicas de cultivo tradicionais. 
 
 
2. A problemática da agricultura 
convencional 
 
O crescimento da população mundial e, por 
conseqüência, o aumento da necessidade 
alimentícia, causaram há aproximadamente 
30 anos o início da revolução verde, que tinha 
como única prioridade o aumento da 
quantidade de alimentos a qualquer custo. 
Desde então, realmente tem sido possível ver 
no mundo uma mudança extraordinária na 
tecnologia agropecuária e, sem dúvida, um 
aumento na produção. Mas ao mesmo tempo 
também começaram a aparecer efeitos 
negativos que não haviam sido calculados. 
 
Para poder aumentar a produção, havia que 
aumentar notavelmente a aplicação de 
insumos agrícolas. Como as plantas se 
alimentam dos nutrientes do solo e avançam 
em seu crescimento segundo a 
disponibilidade destes nutrientes no lugar, se 
começou a utilizar fertilizantes sintéticos em 
grandes quantidades. Além de uma maior 
produção, o uso destes fertilizantes tem várias 
desvantagens fortes. Os nutrientes aplicados 
desta maneira praticamente não realizam 
nenhum tipo de intercâmbio com o solo e 
uma grande parte deles se perde por erosão 
no solo e por livre liberação, o que pode 
causar um efeito muito negativo para a água e 
por conseqüência para os arroios e rios. A 
concentração inadequada de certos nutrientes 
na água causa um crescimento anormal das 
plantas e animais e um uso exagerado de 
oxigênio, causando um colapso neste 
ecossistema. 
 
Por outro lado, o aumento da produção 
agrícola e especialmente a produção em 
monoculturas, tem criado um aumento 
extraordinário de insetos, pragas e doenças 
especializados exatamente neste cultivo. Na 
natureza não existem pragas. Fala-se de 
praga quando um animal, uma planta ou um 
microorganismo, aumenta sua densidade a 
níveis anormais y afeta direta ou 
indiretamente à espécie humana, seja porque 
virá a prejudicar sua saúde, sua comodidade, 
prejudique as construções ou os prédios 
agrícolas, florestais ou currais, dos quais o ser 
humano obtém alimentos, forragens, têxteis, 
madeira, etc. Ou seja, nenhum organismo é 
praga per se. O conceito de plaga é artificial. 
Um animal se converte em praga quando sua 
densidade aumenta de tal maneira, que causa 
uma perda econômica ao ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A multidão de problemas fitos sanitários se 
combate há muito tempo com inseticidas 
químicos. Muito mais ainda na agricultura 
convencional, onde são considerados
 
 
 6 
Tabela 3: Fatores que determinam a toxicidade dos pesticidas. 
 
Fatores que intervêm durante 
o contato com o pesticida 
Tipo de Contato Efeitos 
• Condições climáticas 
• Tipo e condições de cultivo 
• Tipo de pesticidas 
• Concentração aplicada 
• Formulação 
• Ingredientes inertes 
• Método de aplicação 
• Condições da equipe 
• Duração da aplicação 
• Direção do vento 
• Atenção durante o trabalho 
• Entre outros fatores 
• Contato com a pele 
 
 
 
 
• Contato por deglutição (oral) 
 
 
 
 
• Contacto por aspiração 
• Sintomas diretos: 
Enjôo, vômito, contrações 
espasmódicas, coma. 
 
• Sintomas crônicos: 
Prejuízos ao fígado e aos rins, 
esterilidade, mudança de 
hemograma, tumores, reações 
alérgicas, mudanças 
dermatológicas, entre outros. 
Fonte: Schwab, A. (adaptado) (1989). 
 
como a única solução para referidos 
problemas, causando efeitos imediatos para 
reduzir expressivamente a população de 
insetos, de maneira efetiva e no momento 
oportuno. Mas este uso discriminado de 
químicos na proteção dos cultivos tem 
causado graves problemas à saúde humana e 
ao meio ambiente. Também não pôde 
eliminar ou reduzir as pragas e doenças que 
têm atacado as plantações. A situação é 
ainda pior. A aplicação permanente de 
substâncias químicas tem feito com que os 
insetos e outros organismos se mostrassem 
resistentes a estas substâncias, significando 
que já não surtem nenhum efeito, e que 
requerem una dose cada vez maior. Se no 
ano de 1938 existiam somente 7 espécies de 
insetos resistentes aos 5 grupos de inseticidas 
más importantes (DDT, Aldrim, Dieldrim, 
Endrim, Heptacloro, Organo-fosforados, 
Carbamatos, Piretrinas), hoje em dia 
praticamente não existem organismos 
daninhos de importância econômica que não 
tenham desenvolvido resistência, no mínimo, 
contra uma dessas substâncias ativas. Estes 
efeitos têm aumentado de uma maneira 
extraordinária os custos de produção, com 
resultados muitos negativos noque se refere à 
competitividade no mercado mundial, tanto 
no preço, como na qualidade do produto. 
 
Existem diferentes classes de pesticidas 
(Tabelas 1 e 2 no anexo). Entre eles, de uma 
maneira geral, os inseticidas são os mais 
tóxicos para o ser humano. Mas os pesticidas 
com menos toxicidade aguda também correm 
o risco de permanecer por longo tempo na 
cadeia alimentícia, chegando de maneira 
concentrada ao ser humano, como por 
exemplo, os organoclorados. Outros são 
sumariamente cancerígenos ou causam 
mutações e reações alérgicas. A toxicidade 
dos pesticidas para o aplicador depende da 
forma de contato e das condições físicas do 
homem (Tabela 3). Como especialmente 
ocorre na região tropical, onde os aplicadores 
não usam roupa de proteção e muitas vezes 
não conseguem ler as instruções e indicações, 
as intoxicações são muito freqüentes e muitos 
casos terminam com a morte (Tabela 4). 
 
Tabela 4: Estimativa das intoxicações por 
pesticidas ao ano em nível mundial 
 
Intoxica-
ções 
Mortes Fontes 
500,000 5,000 WHO 1973 
- 20,640 Coppelstone 
1977 
750,000 13,800 Bull 1982 
1.5 – 2.0 
milhões 
40,000 Sim 1983 
1.5 milhões 28,000 Levine 1986 
 
 
 7 
Na Região Tropical: 
⇒ Aplicou-se 15 % dos pesticidas em nível 
mundial! 
⇒ Registrou-se 50 % das intoxicações por 
pesticidas! 
⇒ Registrou-se 75 % dos casos de morte por 
pesticidas! 
Algumas investigações têm mostrado que 
50% das intoxicações e 75% dos casos de 
morte por pesticidas acontecem em países da 
região tropical, apesar de que ali sejam 
aplicados somente 15% dos pesticidas 
utilizados a nível mundial. 
 
A OMS tem classificado os praguicidas 
segundo a sua toxicidade aguda, para advertir 
aos agricultores sobre o grau de 
periculosidade: 
 
Categorias Toxicológicas OMS 
(Organização Mundial da Saúde) 
 
DL50 para o rato (mg/kg de 
peso do corpo 
Oral Dérmica 
 
Categoria 
toxicológica 
Sóli-
dosa 
Líqui
-dosa 
Sóli-
dosa 
Líqui
-dosa 
Ia Extremam
ente 
perigoso 
5 ou 
meno
s 
20 ou 
meno
s 
10 ou 
meno
s 
40 ou 
meno
s 
Ib Altamente 
perigoso 
>5-50 >20-
200 
>10-
100 
>40-
400 
II Moderada
mente 
perigoso 
>50-
500 
>200-
2000 
>100-
1000 
>400-
4000 
II
I 
Ligeirame
n-te 
perigoso 
> 500 > 
2000 
> 
1000 
> 
4000b 
 
Nota: Esta tabela não mostra o efeito crônico 
 
Os pesticidas chegam de duas diferentes 
formas ao consumidor: com os resíduos nas 
hortaliças, ou através da cadeia alimentícia, 
concentrando-se e causando danos 
irreparáveis e permanentes à saúde humana 
(Tabela 5 no anexo). 
O impacto sobre o meio ambiente depende do 
tipo de fertilizante e pesticida. Os danos mais 
comuns são os seguintes: 
 
! Contaminação do ar (organofosforados). 
! Contaminação do solo (organoclorados). 
! Contaminação da água (organoclorados e 
organofosforados). 
! Formação de resistências contra os 
pesticidas. 
! Eliminação dos inimigos naturais 
(produtos não seletivos). 
! Redução da população de abelhas. 
! Envenenamento de aves e peixes. 
! Redução da biodiversidade, entre outros. 
 
Até há muito pouco tempo atrás, muita gente 
pensava que os países em vias de 
desenvolvimento não tinham os fundos 
necessários para manterem seus recursos 
naturais, ou melhor, seus sistemas ecológicos 
intactos. A prioridade tem sido a produção de 
alimentos para uma população cada dia 
maior. Isto tem significado uma luta da 
tecnologia contra a natureza. 
 
Conhecendo com o tempo os efeitos 
negativos desta forma de agricultura, pouco a 
pouco está sendo mudado o conceito da 
produção agrícola outra vez. O consumidor 
tem pedido produtos sadios, o agricultor pede 
mais segurança e o ecologista demanda a 
proteção do meio ambiente. Agora sabemos 
que somente a integração com as condições 
naturais permitirá uma produção estável, 
ecologicamente sadia, economicamente 
rentável e permanente. Os conceitos da 
agricultura orgânica asseguram esta 
estabilidade da produção agrícola, sem causar 
danos irreparáveis aos seres humanos, ao 
meio ambiente e sem usar muitos recursos 
econômicos. 
 
 
3. O conceito de pragas 
 
Na natureza, como resultado de múltiplas 
pressões seletivas ocorridas no curso de 
milhões e milhões de anos, os organismos 
têm desenvolvido mecanismos de 
sobrevivência e reprodução que explicam sua 
existência atual. Mas, além de sua presença, 
advertimos que existe certo equilíbrio nas 
quantidades de plantas, animais e 
microorganismos. Ou seja, a ação combinada 
 8 
de múltiplos fatores abióticos e bióticos, 
explica que os organismos mostrem uma 
abundância que, mesmo sendo variável, ela se 
mantém mais ou menos constante em torno de 
um valor médio típico. Assim, cada espécie em 
cada localidade exibe certa abundância 
característica ou típica; segundo a magnitude 
desse valor, uma espécie será pouco ou muito 
abundante. 
 
Pode-se afirmar que, na natureza, por causa 
do efeito recíproco de alguns organismos 
sobre outros, sob certas condições 
ambientais, estes muito raramente 
incrementam suas densidades, muito além de 
suas populações médias e, quando o fazem, 
com o tempo a situação retorna ao seu estado 
normal. Em outras palavras, na natureza não 
existem pragas. 
 
Chama-se de praga quando um animal, uma 
planta ou um microorganismo aumenta sua 
densidade a níveis anormais e como 
conseqüência disso, afeta direta ou 
indiretamente à espécie humana, seja porque 
prejudica a sua saúde, sua comodidade, 
prejudique as construções ou os prédios 
agrícolas, florestais ou destinados ao gado, 
dos quais o ser humano obtém alimentos, 
forragens, têxteis, madeira, etc. Ou seja, 
nenhum organismo é praga per se. Ainda que 
alguns sejam em potencial mais daninhos que 
outros, nenhum é intrinsecamente mau. O 
conceito de praga é artificial. Um animal se 
transforma em praga quando aumenta sua 
densidade de tal maneira, que passa a causar 
uma perda econômica al ser humano. 
 
Pragas-Chave 
 
São pragas que aparecem de forma 
permanente em grandes populações, são 
persistentes e muitas vezes não podem ser 
dominadas pelas práticas de controle; se não 
são aplicadas medidas de controle, podem 
causar severos danos econômicos. Somente 
poucas espécies adquirem esta categoria entre 
as plantações, geralmente porque não 
possuem inimigos naturais eficientes. 
Nesta categoria de pragas se baseiam as 
estratégias de controle nas plantações. As 
pragas-chave mais importantes na região 
tropical são as Moscas Brancas, os pulgões e 
as larvas de lepidópteros, entre outros, em 
vários cultivos. 
 
 
Pragas ocasionais 
 
São espécies cujas populações se apresentam 
em quantidades prejudiciais somente em 
certas épocas, enquanto que em outros 
períodos perdem importância econômica. O 
incremento populacional de uma maneira 
geral está relacionado com as mudanças 
climáticas ou com os desequilíbrios causados 
pelo homem. 
 
Pragas potenciais 
 
É preciso entender que, a grande maioria das 
espécies que aparece dentro de uma 
plantação, tem populações baixas, sem afetar 
a quantidade e a qualidade das colheitas. Mas 
se, por alguma circunstância, desaparecessem 
os fatores de controle natural, estas pragas 
potenciais poderiam passar às categorias 
anteriores. Por exemplo: a aplicação 
exagerada de inseticidas, que também mata 
os benéficos, e as monoculturas, entre outras 
atividades, pode causar esta mudança. 
 
Pragas migratórias 
 
São espécies de insetos não residentes nos 
campos cultivados, mas que podem chegar a 
eles periodicamente, devido a seus hábitos 
migratórios, causando severos danos. 
Podemos citar como exemplo as migrações 
de lagostas. 
 
A classificação de pragas pode sofrer 
algumas variações de apreciação, dependendo 
do sistema de produção agrícola. Aqui 
podemos citar como exemplo a agricultura de 
baixos insumos externos e a agricultura 
ecológica; nesta última, a dinâmica das 
pragas está condicionada pela biodiversidade 
gerada pelas características do sistema. 
 
Em um sistema conduzido dentro dos 
parâmetros da agricultura ecológica, as 
 9 
pragas-chavereduzirão sua ação nociva, uma 
vez que se evita contar com somente uma 
espécie de planta, o que provocaria um 
incremento maior de sua população. Isto 
dependerá do tipo de cultivo, as dimensões da 
área de cultivo, as características do 
desenvolvimento da praga, as condições 
ambientais, etc., de tal maneira que a 
diminuição da colheita pela ação de uma 
praga-chave pode depender muito destes e 
outros fatores. 
 
A grande quantidade de problemas 
fitossanitários é combatida há muito tempo 
com inseticidas químicos. Muito mais ainda 
na agricultura moderna, onde são tratados 
como a única solução para referidos 
problemas, causando efeitos imediatos para 
reduzir expressivamente as populações de 
insetos de maneira efetiva e no momento 
oportuno. Mas, como resultado, vem 
provocando uma situação mais grave ainda. 
Especialmente na região tropical, se 
apresentam grandes problemas de 
intoxicações de agricultores y operários, 
efeitos residuais nos produtos agrícolas, 
contaminações de solo, água e ar, pragas 
resistentes contra praticamente todos os 
inseticidas disponíveis no mercado e como 
conseqüência de tudo isto, a destruição dos 
sistemas ecológicos. 
 
Nos sistemas agrícolas tradicionais, os 
métodos de proteção vegetal são basicamente 
preventivos, influenciando de maneira 
negativa as condições ambientais para as 
pragas e de maneira positiva para os insetos 
benéficos. Os sistemas ecológicos, além 
disso, são associações entre plantas, animais, 
microorganismos e os componentes abióticos. 
Cada ser vivente tem seu hábitat e sua 
convivência com outros seres vivos. Esta 
relação tem se desenvolvido durante um 
longo processo de adaptação e seleção. 
 
As regiões dedicadas à agricultura devem ser 
tratadas como sistemas ecológicos. Isto 
significa que é preciso adaptá-las às 
condiciones locais e levar em conta as leis 
ecológicas, para o desenvolvimento 
agropecuário. 
4. As Causas do Surgimento das Pragas. 
 
É necessário analisar quais são os fatores que 
diferenciam os ecossistemas naturais dos 
ecossistemas artificiais (cultivos agrícolas, 
plantações florestais, fazendas de gado), para 
então tentar entender as causas do surgimento 
das pragas. Alguns destes fatores serão 
mostrados a seguir: 
 
• Para suprir as suas necessidades 
alimentícias, de vestuário e de moradia, o 
ser humano tem transformado áreas de 
vegetação natural, de grande 
complexidade estrutural, em áreas 
uniformes de cultivos que, em certos 
casos, podem chegar a centenas de 
hectares plantados com um só tipo de 
cultivo. Na monocultura se apresenta 
uma superabundância de alimento, muito 
concentrado fisicamente - enquanto que, 
na natureza, o alimento é mais escasso e 
está mais espalhado-; essa 
disponibilidade do recurso permite que 
um organismo herbívoro ou inclusive 
patogênico possa alcançar níveis 
epidêmicos, de praga. 
 
 • Em conexão com a simplificação dos 
ecossistemas naturais, tem-se eliminado a 
vegetação silvestre que, segundo tem sido 
documentado em alguns casos, serve 
como fonte de alimento ou refúgio aos 
inimigos naturais (parasitas e predadores) 
das pragas, pelo que a densidade destes 
diminui e, de maneira concomitante, 
aumenta a densidade da praga. 
• Certos cultivos exóticos, ao serem 
introduzidos em uma nova região, podem 
ser atacados por organismos que nunca 
haviam estado em contato com eles, e que 
se alimentam de plantas silvestres. Esta 
mudança de preferência, acrescentada à 
plantação extensiva do novo cultivo, 
favorece a conversão em praga de um 
organismo previamente inofensivo. 
• Na natureza, e inclusive nas plantações, 
há alguns organismos que atacam aos 
outros e são denominados inimigos 
naturais. Estes podem ser classificados 
como predadores, parasitas ou 
 10 
patogênicos, e mantêm certos insetos em 
baixas densidades (chamados pragas 
secundárias) que, se não existirem 
aqueles, alcançariam o status de praga 
primária. Na verdade, quando usamos 
exageradamente os praguicidas para 
combater uma praga primária, essas 
substâncias dizimam ou eliminam os 
inimigos naturais das pragas secundárias, 
motivo pelo qual estas podem alcançar 
densidades anormais e se converterem em 
pragas primárias. Assim, os praguicidas 
estarão, na verdade, fomentando a 
aparição de pragas. 
• O ingresso acidental de um organismo 
em uma nova região ou país e o súbito 
incremento de suas densidades, criam um 
problema de praga que antes era 
inexistente. Com relação aos insetos, a 
aparição destas pragas exóticas, que 
muitas vezes não alcançam o status de 
praga no seu país de origem, se explica 
pelo ingresso dos inimigos naturais dessa 
praga, que conseguem mantê-la a baixas 
densidades naquele país. 
• Certos gostos ou hábitos dos consumido-
res, ou pautas fixadas para a exportação 
de produtos agrícolas, fazem com que 
não se aceitem no mercado produtos com 
pequenos danos que não impediriam seu 
consumo, ou com dano aparente, pura-
mente superficial. Ou seja, esses gostos, 
hábitos ou pautas convertem um dano 
aparente em um dano real, e ao organis-
mo causador, de inofensivo em nocivo. 
 
5. Os inseticidas como uma solução 
 
A maioria dos problemas fitossanitários é 
combatida desde séculos com inseticidas quí-
micos. Muito mais ainda na agricultura mo-
derna, são tratados como a única solução para 
referidos problemas, causando efeitos imedi-
atos para reduzir expressivamente as popula-
ções de insetos de maneira efetiva e no mo-
mento oportuno. Os inseticidas químicos pó-
dem ser divididos em quatro grandes grupos. 
 
5.1 Organoclorados 
 
Este grupo de inseticidas se caracteriza por: 
• Apresentarem em sua molécula átomos 
de carbono, hidrogênio, cloro e 
ocasionalmente oxigênio. 
• Conterem anéis cíclicos ou heterocíclicos 
de carbono. 
• Serem apolares e lipofílicos. 
• Terem pouca reatividade química. 
 
Os compostos organoclorados são altamente 
estáveis, característica que os torna valiosos 
por sua ação residual contra insetos e por sua 
vez perigosa, devido ao seu prolongado 
armazenamento na gordura dos mamíferos. 
Dentro deste grupo de inseticidas encontram-
se compostos tão importantes como o DDT, 
BHC, clordano e dieldrim. 
 
Estes compostos provocaram uma revolução 
no combate aos insetos, por seu amplo 
intervalo ou espectro de ação e seu baixo 
custo; tem sido usado de maneira intensiva 
para controlar pragas agrícolas e tem 
importância médica. Possuem baixa 
toxicidade para mamíferos e outras espécies 
de sangue quente e seus resíduos são de 
grande persistência no ambiente; além disso, 
devido ao seu alto grau de lipo-solubilidade, 
se acumulam nos tecidos adiposos de muitos 
organismos através do processo de bio-
magnificação na cadeia trófica. 
 
Por estes problemas mencionados, hoje em 
dia a comunidade internacional está tentando 
proibir sua produção, sua comercialização e 
seu uso através do Convênio de Estocolmo 
sobre Contaminadores Orgânicos 
Persistentes. 
 
5.2 Organofosforados 
 
O desenvolvimento destes inseticidas data da 
Segunda Guerra Mundial, quando os técnicos 
alemães encarregados do estudo de materiais 
que poderiam ser empregados na guerra 
química, descobriram e sintetizaram uma 
grande quantidade de compostos orgânicos 
do fósforo. Posteriormente, os trabalhos 
feitos pelo químico Gerhard Schrader no 
campo da agricultura, permitiram comprovar 
que muitos dos compostos orgânicos do 
 11 
fósforo apresentavam toxicidade elevada 
contra insetos prejudiciais. 
 
A maioria dos organofosforados atua como 
inseticida de contato, fumegantes e de ação 
estomacal, mas também se encontram 
materiais sistêmicos, que quando aplicados 
no solo e nas plantas são absorvidos por 
folhas, talos, cortiça e raízes, circulam na 
seiva, tornando-a tóxica para os insetos que 
se alimentam ao sugá-la. 
 
Os primeiros compostos organofosforados 
utilizados como inseticidas pertencem ao tipo 
de ésteres sensíveis do ácido fosfórico, tais 
como o TEPP e outros, aos que se 
acrescentou depois o paration Tiofosfato,que 
apesar de ser antigo, segue sendo de uso 
comum em todo o mundo. 
 
Características básicas dos 
Organofosforados 
 
∗ São mais tóxicos para vertebrados que os 
compostos organoclorados. 
∗ Não são persistentes no meio ambiente, 
principal causa que motivou a 
substituição do uso dos organoclorados 
pelos organofosforados. 
 
5.3 Carbamatos 
 
Nos anos 60, apareceu um terceiro grupo de 
inseticidas, conhecidos como carbamatos. Os 
carbamatos apresentam uma persistência e 
toxicidade intermediária entre os 
organoclorados e os organofosforados, têm 
usos variados, principalmente como 
inseticidas, herbicidas e fungicidas. 
 
O carbaril é o carbamato mais conhecido e 
utilizado no controle de larvas e outros 
insetos que se alimentam da folhagem. O fato 
de que estes derivados tenham sido 
desenvolvidos mais recentemente que os 
organofosforados, faz com que seu 
comportamento, de uma maneira geral (ação, 
seletividade, metabolismo, etc.), não tenha 
alcançado o desenvolvimento que se tem 
obtido com os inseticidas organofosforados. 
Os carbamatos atuam da mesma forma que os 
organofosforados, inibindo a Acetil-
colinesterasa nas sinapses nervosas. 
 
O problema em geral que apresentam estes 
inseticidas, é a sua alta toxicidade aguda, 
portanto, são muito perigosos para o usuário 
direto, o agricultor. 
 
5.4 Piretróides 
 
A partir dos anos 80, o grupo dos piretróides 
tem recebido muita atenção devido a sua 
baixa toxicidade para os mamíferos, quase 
nula acumulação no meio ambiente e grande 
utilidade como alternativa no combate de 
pragas agrícolas. Infelizmente, apesar de que 
somente haja sido autorizado um número 
reduzido de piretróides, já foram registrados 
casos de resistência no campo e no laborató-
rio. Este grupo de compostos tem sido sinteti-
zado ao usar como base a estrutura química 
das piretrinas naturais, com as quais se com-
partilha algumas características toxicológicas. 
 
O piretro é um inseticida de contato, obtido 
das flores Chrysantemun cinerariaefolium 
(Compositae) que tem sido usado como 
inseticida desde o ano 400 a.C., na região que 
hoje em dia é o Irã. Era conhecido como pó 
da Pérsia e se presume que foi empregado 
para combater piolhos humanos. Atualmente, 
se sabe que as variedades que crescem nos 
planaltos do Quênia produzem as proporções 
mais altas de ingredientes ativos; comercial-
mente, são cultivadas no Cáucaso, Irã, Japão, 
Equador e Nova Guiné. O piretro deve sua 
importância a sua imediata ação (uns quantos 
segundos) sobre insetos voadores, acrescido a 
sua baixa toxicidade para animais de sangue 
quente, devido ao seu rápido metabolismo de 
produtos não tóxicos. Deste modo, a 
diferença do DDT, o piretro não é persistente, 
pois repele alguns insetos e seus resíduos são 
de vida curta. Estas características evitaram a 
exposição prolongada dos insetos ao piretro, 
o qual contribuiu ao escasso número de casos 
de resistência ao produto, apesar de ter sido 
empregado por muito tempo. 
 
O piretro é usado para combater pragas em 
alimentos armazenados, contra insetos 
 12 
caseiros e de cultivos industriais, dirigido a 
larvas já adultas de lepidópteros e de outros 
insetos fitófagos de vida livre, sempre e 
quando parte de seu ciclo biológico possa 
estar exposto à ação do contato do tóxico. 
 
O piretro é obtido a partir das flores secas de 
crisântemo; é extraído com querosene e 
dicloruro de etileno e se condensa por 
destilação ao vazio. 
 
São vários os fatores ambientais que degra-
dam as piretrinas, entre eles, luz e calor. Sua 
baixa estabilidade impede que sejam efetivas 
contra pragas em condições de campo. 
 
Devido à instabilidade das piretrinas, em 
meio e ao desenvolvimento de outros 
produtos inseticidas, na década dos anos 40 
se relegou o estudo das piretrinas. Ainda 
assim, em 1945 foi sintetizada a retrolona, a 
partir da piretrina I; este foi o primeiro 
piretróide sintético. 
 
Na atualidade, os piretróides sintéticos têm 
perdido quase que completamente a piretrina 
natural. O problema mais grave da sua 
utilização é o rápido desenvolvimento de 
resistências em algumas pragas. 
 
6. O conceito do Manejo Integrado de Pragas 
(MIP) 
 
Os resultados negativos do uso exagerado dos 
pesticidas têm causado reações também no 
mundo da agricultura convencional. Tanto os 
serviços de extensão agrícola, como os 
fabricantes de insumos agroquímico e os 
organismos internacionais, têm procurado 
uma solução para os perigos graves que os 
químicos podem causar ao meio ambiente e à 
vida humana. Um compromisso que tem sido 
aceito todas as partes é o Manejo Integrado 
de Pragas (MIP). 
 
Segundo a definição da FAO, “O Manejo 
Integrado de Pragas é uma metodologia que 
emprega todos os procedimentos aceitáveis 
desde o ponto de vista econômico, ecológico 
e toxicológico, para manter as populações de 
organismos nocivos abaixo dos níveis econo-
micamente aceitáveis, aproveitando, da me-
lhor forma possível, os fatores naturais que 
limitam a propagação de referidos organis-
mos.” De acordo com esta definição, o obje-
tivo do manejo integrado de pragas é mini-
mizar o uso de produtos químicos e dar pri-
oridade a medidas biológicas, biotécnicas e 
de fito-melhoramento, assim como às técni-
cas de cultivo. Se aplicássemos desta manei-
ra, estaríamos na metade do caminho para um 
manejo ecológico de pragas. Mas, apesar de 
que o meio ambiente e as medidas ecológi-
cas já desempenhem um papel importante 
nesta estratégia, a economia, sem dúvida, tem 
prioridade. 
 
Ainda assim, muitas das características do 
MIP também são importantes para o Manejo 
Ecológico de Pragas (MEP). Portanto, vale 
mencioná-las aqui: 
 
Características básicas do MIP: 
 
• O controle se baseia em conhecimentos 
sobre os organismos nocivos e benéficos. 
• A meta é estabelecer as populações de 
organismos daninhos a baixo nível de 
densidade, e não eliminá-los. 
• A combinação de várias medidas de 
controle. 
• A inclusão do ecossistema na estratégia 
do controle para conseguir manejar. 
• A aplicação de rígidas regras de renta-
bilidade. Ou seja, que somente sejam im-
plementadas medidas de controle quando 
o prejuízo esperado seja maior que os 
custos de referida medida. Isto nos leva 
ao conceito do parâmetro de intervenção. 
• Realização das aplicações das medidas ao 
seu devido tempo; com isto se renuncia 
ao “calendário de aplicações”, por ser 
este um método que induz a um emprego 
excessivo e indiscriminado de 
praguicidas. 
 
O conceito dos parâmetros 
 
O parâmetro econômico indica o grau de 
infestação por uma praga, no qual os custos 
de uma medida de controle são equivalentes 
 13 
ao valor monetário da perda de colheita que 
essa medida evita. 
 
O parâmetro de intervenção indica o grau de 
infestação no qual se deve implementar uma 
medida de controle, para evitar que a 
população de organismos nocivos supere o 
parâmetro econômico. 
 
Para a tomada de decisões com fundamento 
econômico no manejo integrado de pragas é 
relevante o parâmetro de intervenção. Para 
determinar com exatidão o parâmetro de 
intervenção é necessário conhecer os 
seguintes parâmetros: 
• A relação entre população de organismos 
nocivos e a perda de lucros, isto é, a 
relação infestação - perda. 
• Os lucros obtidos, se não intervêm na 
influência da população de organismos 
nocivos, isto é, os lucros potenciais. 
• O preço do produto da colheita, 
expressando como preço desde a 
exploração agrícola. 
• Os custos de uma medida de controle. 
• A eficácia de uma medida de controle. 
 
Disto se deduz que o parâmetro de 
intervenção é um fator variável e na prática é 
difícil determiná-lo com exatidão. Além 
disso, é necessário um sistema permanente de 
vigilância do cultivo. 
 
Os instrumentos do manejo integrado de 
pragas 
 
Os instrumentos mais importantes do manejo 
integrado de pragas podem ser classificados 
em quatro grupos principais: 
• As técnicas de cultivo e medidas de fito-
melhoramento. 
• As medidas de controle mecânicase 
físicas. 
• As medidas biológicas e biotécnicas de 
proteção vegetal. 
• As medidas químicas 
 
É óbvio que os três primeiros pontos também 
são a base para o manejo ecológico de pragas. 
Por tanto, para explicar as diferentes medidas, 
teremos que passar ao capítulo da proteção 
natural das plantações. O mais importante 
neste capítulo é não esquecermos dos 
parâmetros de intervenção. Também na 
agricultura orgânica, o agricultor tem que 
trabalhar com um conceito econômico. Se ele 
aplicar um produto biológico segundo um 
calendário, mas sem necessidade, 
possivelmente não causará efeitos negativos 
ao meio ambiente ou ao ser humano, mas 
estará perdendo dinheiro. Uma agricultura 
orgânica sem rentabilidade não existirá 
durante muito tempo. 
 
7. Medidas para a proteção natural das 
plantações 
 
Que medidas existem para proteger as 
plantações orgânicas contra animais e 
doenças que podem reduzir notavelmente a 
rentabilidade da produção também na 
produção orgânica? 
 
Manejo Agro-ecológico de Pragas (MAP) 
Controles culturais 
• Controle manual de insetos. 
• Eliminação de plantas ou frutas doentes. 
• Descanso da terra. 
• Variedades resistentes. 
• Rotação e associação de cultivos. 
• Manejo da densidade e das datas de 
semeadura. 
• Manejo do risco para combate de ervas 
daninhas. 
• Cercas-vivas para criar refúgios para os 
inimigos naturais. 
• Armadilhas. 
• Caldos minerais. 
 
Controle biológico 
• Conservação ou fomento dos inimigos naturais 
das pragas. 
• Aumento de organismos benéficos. 
• Introdução de inimigos naturais contra pragas 
exóticas. 
 
Controle com plantas inseticidas 
• Uso de pós, extratos, óleos de plantas com 
propriedades inseticidas, reguladores de 
crescimento, repelentes ou que alterem o 
comportamento das pragas. 
Fonte: Bejarano G., F. (2002) 
 14 
Alguns destes métodos serão descritos mais 
detalhadamente. 
 
Nos sistemas tradicionais de agricultura, os 
métodos de proteção vegetal são basicamente 
preventivos, influindo de maneira negativa as 
condições ambientais para as pragas e de 
maneira positiva as dos insetos benéficos. 
 
Os sistemas ecológicos são associações entre 
plantas, animais, microorganismos e os 
componentes abióticos. Cada ser vivente tem 
seu hábito e sua convivência com outros seres 
vivos. Esta relação tem sido desenvolvida 
durante um longo processo de adaptação e 
seleção. 
 
As regiões dedicadas à agricultura devem ser 
tratadas como sistemas ecológicos, isto 
significa adaptá-las às condições locais e 
levar em conta as leis ecológicas para o 
desenvolvimento agropecuário. 
 
A proteção vegetal é muito complexa, na qual 
influem tanto as condições agro-ecológicas, 
como econômicas e sócio-culturais. É 
necessário um equilíbrio entre as diferentes 
medidas para poder manter o sistema o mais 
próximo possível ao natural e os níveis de 
insetos, doenças e outros agentes o mais 
longe possível do parâmetro econômico. O 
parâmetro econômico indica o grau de 
infestação no qual os custos de uma medida 
de controle são equivalentes ao valor 
monetário da perda de colheita que essa 
medida evita. O parâmetro de intervenção 
deve aludir ao grau de infestação, no qual se 
deve programar uma medida de controle, para 
evitar que a população de organismos nocivos 
supere o parâmetro econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.1 Cultivos mistos e diversificação 
 
 
 
Muitos dos organismos nocivos mais impor-
tantes são monófagos, ou seja, se especi-
alizaram em um gênero de espécies vegetais, 
ou inclusive em uma só espécie. O cultivo de 
uma planta ou o cultivo contínuo desta 
mesma planta cria as condições de vida para a 
multiplicação acelerada de algumas pragas. 
 
Certas combinações de diferentes cultivos 
reduzem drasticamente o perigo de infestação 
por uma praga. Um bom exemplo para esta 
prática é a combinação de milho com feijão. 
Os cultivos associados favorecem as 
populações de organismos benéficos, servem 
como barreira para impedir que um 
organismo nocivo se disperse até seu 
hospedeiro e aumentam a diversidade. A 
idéia é utilizar plantas de diferentes famílias, 
que geralmente têm diferentes exigências 
acerca do lugar e são sensíveis ou resistentes 
contra diferentes tipos de pragas e doenças. 
Além disso, em um cultivo misto, as plantas 
hospedeiras de uma praga encontram-se mais 
distantes. Algumas experiências têm 
demonstrado que, por todos estes efeitos, 
pode-se reduzir a incidência de pragas de 
30% a até 60%. 
 
Combinações favoráveis são: 
• Milho - feijão 
• Tomate - repolho 
• Milho - feijão - banana 
• Milho – batata-doce 
• Milho - amendoim 
• Milho - mandioca - feijão 
• Milho – feijão-guandú 
 15 
• Milho - feijão - amendoim - arroz 
• Rabanete - pimentas - alface 
• Batata inglesa - cebola - feijão - milho 
• Batata-doce - berinjela - tomate 
 
É muito melhor também a integração de culti-
vos permanentes, como, por exemplo, árvores 
frutíferas, palmeiras ou outro tipo de árvores. 
 
Uma forma especial é a semeadura de plantas 
repelentes, muitas vezes não comestíveis, 
contra algumas pragas específicas, 
aproveitando, por exemplo, seu forte cheiro 
para afastar os insetos e outros tipos de 
animais. Algumas plantas que podem usadas 
como repelentes são as seguintes: coentro, 
salsa, aipo, menta, hortelã, crisântemo, 
gergelim e algumas gramíneas. De uma 
maneira geral, podem ser de grande efeito 
contra as larvas de borboletas e nematódeos. 
 
7.2 Rotação de cultivos 
 
A rotação de cultivos é a plantação sucessiva 
de diferentes cultivos no mesmo terreno. As 
rotações são opostas ao cultivo contínuo e 
podem ir de 2 a 5 anos de continuidade. 
Geralmente, o agricultor planta a cada ano, 
uma parte de seu terreno com cada um dos 
cultivos que fazem parte de sua rotação. 
 
Os organismos nocivos podem sobreviver nos 
restolhos, em outras plantas que atuam como 
hospedeiros provisórios, ou inclusive no solo, 
invadindo o próximo cultivo. Sem dúvida, 
mediante uma sucessão de cultivos não ade-
quados para as pragas, pode ser interrompido 
o ciclo de vida destes organismos. 
 
Desenho 1: Esquema para a rotação de 
cultivos. (Fonte: Suquilanda V., M. B. 1995). 
 
A rotação específica de cultivos é a única 
medida rentável de controle de determinados 
nematóides ou organismos patogênicos, como 
por exemplo, os cogumelos que vivem no 
solo. O princípio deste método consiste em 
retardar a semeadura seguinte da planta 
hóspede, até que as condições de vida para os 
organismos não lhes permitam sobreviver. 
Uma rotação adequada de cultivos é especia-
lmente eficaz para privar de nutrientes os 
organismos que, devido a sua escassa mobili-
dade ou estenofagia, dependem de uma unica 
planta hospedeira, demonstrando menor efi-
cácia contra organismos polífagos ou móveis. 
 
A rotação requer que o produtor pense a 
respeito do papel que cada cultivo assume em 
seu sistema. Em um sistema produtivo, 
podem envolver-se 5 tipos de plantas, 
segundo a parte aproveitável: 
 
Raiz Hortaliç
as de 
folhas 
Sement
es 
Frutas Pasto/ 
Ervas 
Batata 
inglesa, 
batata-
doce, 
cebola, 
cenoura, 
mandioca, 
alho, 
beterraba, 
rabanete. 
Repolho, 
alface, 
aipo, 
espinafre, 
couve 
chinesa, 
manjericão
, coentro 
Milho, 
lentilhas, 
feijão, 
feijão-
guando 
Tomate, 
abóbora, 
alho, 
melão, 
berinjela
, pepino 
2 ou 3 anos 
de mistura 
permanente 
de ervas 
leguminosas 
quando há 
produção 
animal 
(época de 
descanso) 
Uma rotação adequada de cultivos requer 
como base um registro dos cultivos de cada 
parcela. 
 
7.3 Ritmo natural dos insetos 
 
A escolha da época adequada para a 
semeadura também pode reduzir muito a 
infestação na plantação. Normalmente, cada 
etapa de crescimento do cultivo está 
associada com pragas específicas. Portanto, é 
preciso fazer todo o possível para que a etapa 
sensível da planta não coincida com a alta 
incidência de uma praga que prefira 
exatamente o cultivo nesse estado. Para isto, 
é necessário conhecer os ciclos de vida dos 
insetosdaninhos mais importantes e os 
efeitos de seus diferentes estágios aos 
cultivos. 
 16 
7.4 Preparação do solo 
 
A preparação adequada do solo é uma boa 
medida contra pragas que desenvolvem seus 
estados larvais ou quando estão em forma de 
batata, no mesmo solo ou em resíduos 
orgânicos que ficam depois da colheita. O 
arado influi de duas formas: 
• Ovos, larvas e grãos podem ser 
transportados a níveis tão profundos no 
solo, que não lhes será possível chegar à 
superfície. 
• Também é possível que sejam 
transportados à superfície, onde secarão 
pela ação do sol, ou aves ou outros 
animais poderão vir a comê-los. 
 
Especialmente em regiões quentes, qualquer 
tipo de arado tem também efeitos negativos e 
causa problemas no equilíbrio do solo. O 
húmus pode se destruir e se acelera a erosão. 
A decisão sobre este tipo de trabalho é 
preciso que seja tomada tendo por base a 
infestação do solo, a situação do lugar e com 
muito cuidado. 
 
7.5 Cercas-vivas 
 
As cercas-vivas são utilizadas na agricultura 
para evitar os danos de animais grandes na 
fazenda e para proteger as propriedades em 
geral. 
 
Na região tropical as espécies mais usadas 
são: 
• O Candelabro (Euphorbia lactea) 
• O Cróton (Codiaeum variegatum) 
• O Pinhão Cubano (Gliciridia sepium) 
• O Pinhão de Leite (Jatropha curcas) 
• O Agave-mexicano (Agave sisalana) 
 
Estas cercas podem hospedar uma grande 
quantidade de insetos, aves, aranhas e outros 
organismos úteis para o controle natural das 
pragas. Una cerca cria nichos ecológicos para 
os animais úteis. Introduz-se mais 
diversidade nas parcelas, com o resultado 
mais comum de diminuir o impacto das 
pragas. Também, como os cultivos estarão 
mais protegidos das influências ambientais, 
mostrarão uma resistência maior. 
7.6 Armadilhas 
 
O controle ecológico utiliza algumas 
características do comportamento das pragas 
para estabelecer estratégias de controle. 
Desde tempos se sabe que muitas espécies de 
insetos são fortemente atraídas a fontes de luz 
e à cor amarela. Estas características têm 
permitido o aperfeiçoamento de técnicas de 
armadilhas para alguns lepidópteros e 
coleópteros (armadilhas luminosas) e para 
alguns dípteros (armadilhas amarelas). 
 
Com o avanço das análises bioquímicas, tem-
se conseguido sintetizar compostos naturais, 
que são excretados ao exterior do corpo dos 
insetos, atuando como mensagens químicas e 
afetando vários tipos de comportamento. 
Estes compostos são conhecidos como semio-
químicos e deles, os feromônios sexuais são o 
grupo que possui maior aplicação prática. 
 
Os feromônios sexuais são substâncias 
produzidas por um organismo e percebidas 
por outro pertencente à mesma espécie, para 
provocar reações específicas em seu 
comportamento e em sua fisiologia. 
 
Para conseguir uma implementação exitosa 
desta tecnologia e com ela reduzir as 
aplicações de inseticidas, é necessário 
determinar o parâmetro econômico, ou seja, 
definir com certo grau de precisão um 
tamanho de captura de machos, através dos 
quais se incrementa notavelmente o risco de 
perdas econômicas causadas pelo dano das 
larvas da praga. Como a captura dos machos 
se faz vários dias antes de aparecerem as 
larvas, desta maneira se pode averiguar se o 
nível desta praga vai chegar ao parâmetro 
econômico ou não. Se a resposta for negativa, 
segue-se com a captura e o monitoramento. 
Se a resposta for positiva, determina-se a data 
de início das aplicações de praguicidas 
biológicos, sem perda de dinheiro. 
 
Esta tecnologia pode ser utilizada para: 
• Melhorar a eficiência dos praguicidas 
convencionais. 
• Suprimir a população sem praguicidas, 
através do massivo aprisionamento 
 17 
através de armadilhas e a interrupção do 
acasalamento ou confusão dos machos. 
 
Há ainda alguns problemas que são obstá-
culos para o desenvolvimento mais acelerado 
deste método e isto tem a ver com uma in-
completa identificação dos componentes quí-
micos dos feromônios, falta de bons disper-
sores, alto custo de produção e um incom-
pleto conhecimento da biologia das pragas. 
Devido à crescente demanda por um uso 
adequado dos agroquímicos sintéticos, pode-
se esperar que em um futuro próximo seja 
incrementada a investigação e o uso prático 
dos feromônios sexuais como um componen-
te importante do manejo das pragas agrícolas. 
 
7.7 Organismos benéficos 
 
Como já explicamos anteriormente, nos siste-
mas ecológicos intactos, as pragas potenciais 
têm seus inimigos naturais, que ajudam a 
manter sua população a um nível aceitável. 
No caso de sistemas agro-ecológicos e em se 
tratando de insetos pragas não nativos do 
país, estes organismos poden ser aproveitados 
para um sistema de proteção vegetal estável. 
 
7.7.1 Os diferentes tipos de organismos e 
seus efeitos 
 
Os organismos benéficos utilizados para o 
controle biológico podem classificados em 
quatro grupos: 
• Patogênicos. 
• Parasitóides. 
• Predadores. 
• Fitófagos. 
 
Patogênicos 
Entre os patogênicos que atacam aos artró-
podos, encontram-se bactérias, fungos, vírus 
e protozoários. Os patogênicos estão sempre 
latentes no ecossistema. Sob condições favo-
ráveis, produz-se de forma espontânea um 
aumento de sua população e reduz-se as dos 
organismos daninhos. De uma maneira geral, 
estes aumentos da população de um patogê-
nico se produzen somente quando a densida-
de da população de uma praga já alcançou um 
ponto crítico e o cultivo já sofreu danos. Ain-
da assim, este tipo de processo pode acelerar-
se por inoculação, dado que os patogênicos 
em geral podem aplicar-se em forma de 
produtos fabricados de acordo com uma fór-
mula. Já existem vários produtos comerciais 
deste tipo no mercado internacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Broto de café infestado por 
Beauveria bassiana 
 
Os mais conhecidos são: 
• Bactérias: Bacillus thuringiensis (contra 
larvas de lepidópteros). O produto mais 
conhecido e vendido deste grupo. 
• Fungos: Beauveria bassiana (contra 
Hypothenemus hampei, Diaprepes 
abreviatus), Metarhizium anisopliae (pa-
ra o controle de Hypothenemus hampei, 
Empoasca sp.) , Verticillum lecanii 
(contra Bemisia tabaci), entre outros. 
• Vírus: Poliedrose nuclear ou granulose 
(que afetam larvas de lepidópteros). 
 
Estes produtos, basicamente os fungos, têm 
ganhado muita importância por serem 
capazes de controlar a broca do café. Em 
vários países está sendo realizado o manejo 
da broca utilizando um produto à base de 
Beauveria como único “fungicida”, utiliza-
ndo-se adicionalmente controles culturais. 
 
Parasitóides 
 
Cephalonomia stephanoderis 
 18 
Os parasitóides são insetos cujo 
desenvolvimento acontece no corpo de um 
inseto hóspede, causando a morte deste. Em 
geral, os parasitóides atacam a uma 
determinada espécie, e sua densidade de 
população depende diretamente da população 
da espécie hóspede. Ainda assim, o 
desenvolvimento dos parasitóides acontece 
com atraso em relação ao do hospedeiro, de 
modo que um rápido aumento da densidade 
da população de organismos nocivos produz 
danos nos cultivos, antes de que os 
parasitóides possa, inibir a sua ação. 
 
O controle biológico pode ser realizado im-
portando, adaptando e criando grandes quan-
tidades de parasitóides de outras regiões e 
liberando-os na zona, ou ainda fomentando a 
tiempo a densidade das populações de para-
sitóides existentes. Ambos métodos requerem 
uma considerável capacidade para a comser-
vação e para a criação massiva de insetos. 
 
• Os parasitóides mais conhecidos são: 
Trichograma sp. (para larvas e ovos 
de lepidópteros). 
• Cephalonomia stephanoderis (contra 
a broca do café) 
• Encarsia formosa (contra a mosca 
branca). 
 
Predadores 
 
Coccinella septempunctata (adulto) 
 
Os predadores exterminan aos organismos 
daninhos, caçando-os e devorando-os. Não 
perseguem, em geral, a uma espécie deter-
minada, e sua mobilidade faz com que sejam 
eficazes também contra populações de baixa 
densidade. Alguns predadores se alimentam, 
por épocas,de plantas e podem ser destruídos 
por venenos de contato ou por ingestão, ou 
ainda por inseticidas sistemáticos. 
 
Coccinella septempunctata (larva) 
 
Os predadores mais importantes são: 
• Percevejos e ácaros predadores. 
• As joaninhas ou cascudinhos 
(coleópteros coccinélidos). 
• Os escaravelhos, aranhas e 
Chrysopidae. 
 
A vespa da família Chrysopidae 
 
Fitófagos 
Os fitófagos são organismos que devoram 
partes das plantas, causando sérios trastornos 
em seu desenvolvimento. Hoje se utilizam, 
para o controle dos malefícios, sobretudo in-
setos e, em meios aquáticos, peixes fitófagos. 
 
7.7.2 Métodos de utilização 
 
A utilização de grupos de organismos 
benéficos para o controle de pragas abarca 
três formas: introdução, conservação e 
fomento, e liberação periódica de organismos 
benéficos. 
 
Na introdução de um programa de controle 
biológico, é preciso observar os seguintes 
passos: 
 19 
1. Determinar a importância econômica do 
organismo daninho. 
2. Identificar corretamente o organismo 
daninho e comprovar se é importado ou 
autóctono. 
3. Coletar informações sobre o organismo 
daninho que se deseja controlar. 
4. Identificar os inimigos naturais e 
determinar sua eficiência. 
5. Analisar as condições para o 
estabelecimento de um organismo 
benéfico. 
6. Identificar os fatores que influenciam 
sobre a densidade das populações. 
7. Calcular a relación custo-beneficio das 
medidas de controle biológico planejadas. 
 
A forma mais conhecida de controle 
biológico de uma praga é importar de seu país 
de origem os inimigos naturais de referido 
organismo e estabelecê-los no lugar. Este 
método tem sido vitorioso a longo prazo, 
somente se o organismo se adapta ao seu 
novo meio, se ele se multiplica e se expande. 
A hipótese neste caso é que, um inseto 
introduzido pode facilmente converter-se em 
uma praga, pela falta dos inimigos naturais, 
os quais em seu país de origem o mantêm em 
um nível economicamente aceitável. 
 
Se não é possível a instalação definitiva de 
um inimigo natural, ou se a sua densidade 
não é suficiente para um controle eficiente, é 
preciso realizar uma liberação periódica. 
 
No caso do Bacillus thuringiensis, uma 
bactéria que libera esporas, e da qual existem 
muitas subespécies que controlam larvas de 
lepidópteros, dípteros e coleópteros, a 
eficácia se baseia nos cristais tóxicos que ele 
forma durante a fase de esporulação e que 
estão dentro das esporas. Con esta bactéria já 
é possível obter vários produtos comerciais 
no mercado, que se aplicam como qualquer 
outro produto: por aspersão sobre as folhas 
do cultivo quando a densidade da praga 
requeira um controle. 
 
Além dos produtos à base de Bacillus 
thuringiensis, já estão sendo utilizados os 
seguintes organismos de maneira regular no 
controle de pragas, entre outros: 
• Beauveria bassiana contra a broca do 
café y Diaprepes sp. em cítricos. 
• Verticillum lecanii contra a mosca 
branca. 
 
De uma maneira geral, as condições e os 
cultivos de ciclo curto não permitem uma 
instalação permanente do organismo bené-
fico, para o que seriam necessárias aplicações 
periódicas quando aparecem as pragas. 
 
7.8 Extratos de plantas 
 
A natureza tem criado durante séculos várias 
substâncias ativas que, quando corretamente 
aplicadas, podem controlar insetos pragas de 
maneira eficiente. A substituição dos 
inseticidas sintéticos por substâncias vegetais 
representa uma alternativa viável, mas não 
significa que estes extratos de plantas possam 
reestabelecer por si mesmos o equilíbrio 
ecológico que reclamamos para um sistema 
agro-ecológico estável. O controle direto com 
este método não deixa de ser uma medida de 
emergência e deve ser utilizado com muita 
precaução. Além disso, como não são 
sistemáticos, é preciso que sejam aplicados 
com muita precisão no verso das folhas, onde 
habita a maioria dos insetos pragas. 
 
As vantagens das substâncias botânicas são 
óbvias: a maioria é de baixo custo; estão ao 
alcance do agricultor; algumas são muito tó-
xicas, mas não têm efeito residual prolongado 
e se descompõem rapidamente; em sua maio-
ria não são venenosas para os mamíferos. Os 
compostos químicos encontrados em certas 
plantas têm reações de diferente índole frente 
aos organismos que se desejamos eliminar. 
Assim, tem sido detectadas substâncias inibi-
doras do crescimiento e fito-hormônios. Estes 
podem dar-nos uma idéia sobre as possíveis 
reações entre planta e planta. As reações de 
planta a fungo parecem ser baseadas na pre-
sença de uma substância "anti-fungo", cujo 
mecanismo de defesa é induzir ao endureci-
mento das paredes celulares. As reações 
planta-inseto são as que melhor tem sido 
estudadas. 
 20 
Na literatura, aparecem descritos aproxima-
damente 866 diferentes tipos de plantas que 
funcionam como inseticidas, 150 que 
controlam nematódeos e muitas outras que 
ajudam a combater ácaros, lesma e ratos. Na 
tabela 8 no anexo pode-se ver uma pequena 
parte destas plantas. Daqui em diante, se 
apresentará uma relação das plantas mais 
conhecidas e más usadas em nível mundial. 
Mesmo sendo produtos naturais, é preciso 
que sejam utilizados com a mesma precaução 
que os praguicidas químicos e somente 
deveriam ser utilizados se as demais medidas 
não são suficientes para manter a população 
de um inseto ou uma doença a um nível onde 
não possam causar prejuízos econômicos. 
 
O Nim (Azadirachta indica A. Juss), Fam. 
Meleaceae 
 
O Nim pertence à família Meliaceae e tem 
sua origem na Índia e Birmânia. Atualmente, 
tem sido introduzido como árvore de 
reflorestamento em muitos países da América 
Latina, Ásia e África, em regiones secas e 
quentes, devido a sua pouca exigência por 
água e solo. Todas as suas partes contêm 
substâncias ativas, que desde muitos séculos 
tem sido utilizadas na Índia na proteção 
vegetal, mas também na medicina veterinária 
e humana. Tem sido separados 25 diferentes 
ingredientes ativos, dos quais pelo menos 9 
afetam o crescimiento e o comportamento dos 
insetos. Os ingredientes típicos do Nim são 
Triterpenóides (Limonóides), dos cuales os 
derivados da Azadirachtina, Nimbin e 
Salannin são os mais importantes, com 
efeitos específicos nas diferentes fases de 
crescimento dos insetos. Pela grande 
quantidade de substâncias ativas e o tipo de 
ação sobre os insetos, é praticamente 
impossível que as pragas possam desenvolver 
resistência contra os seus compostos. 
Os Nimbines e Salannines causam efeitos re-
pelentes e anti-alimentares no caso de vários 
insetos das ordens Coleóptera, Homóptera, 
Heteróptera e Orthóptera. Também existem 
referências de controle em Nematóides. A 
Azadirachtina e seus derivados causam, ge-
ralmente, uma inibição do crescimento e alte-
ram a metamorfose. Estas substâncias provo-
can uma desordem hormonal em diferentes 
etapas no desenvolvimento do processo de 
crescimento do inseto, influenciando os 
hormônios da mudança e da juventude. 
Assim, os insetos não são capazes de se de-
senvolverem de uma maneira normal e se 
produzen deformações na pele, nas asas, pa-
tas e outras partes do corpo. Por seu modo de 
ação, é basicamente um veneno por digestão. 
 
• Controla: larvas de lepidópteros, 
coleópteros, himenópteros, dípteros, 
adultos de coleópteros, homópteros e 
heterópteros pequenos, etc. 
• Preparação: 30 gramas de sementes 
moídas, 20 gramas de massa moída ou 80 
gramas de folhas moídas para 1 litro de 
água. Esperar entre 5 e 8 horas, misturan-
do bem o líquido; coar para a aplicação. 
• Aplicação: se aplica com uma bomba-
mochila, cedo pela mañana ou à tardinha, 
cobrindo bem toda a superficie da planta, 
especialmente no avesso das folhas. É 
preciso fazer pelo menos 3 aplicações (6 
a 8 dias entre cada aplicación) segundo a 
incidência das pragas. 
Atenção: não afeta aos animais de sangue 
quente, nem aos seres humanos, não se 
acumula no meio ambiente e tem muito 
pouco efeito contra organismos benéficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação do extrato aquosode Nim. 
 21 
 
Os produtos de Nim podem ser utilizados em 
hortaliças, árvores frutíferas e em plantas 
ornamentais. 
 
Para extensões grandes de terreno já existe o 
óleo formulado e o extrato alcoólico de Nim. 
Das sementes descascadas com uma prensa, 
se extrai o óleo crú e se manipula com 
substâncias que ajudam a diluir o óleo em 
água. 
 
 
 
A produção de óleo com uma prensa 
mecânica 
 
 
• O óleo de Nim pode ser utilizado em 
cultivos hortícolas, ornamentais e em 
árvores frutíferas, para o controle de 
larvas de lepitópteros, moscas brancas, 
pulgões e percevejos pequenos. O 
produto também fortalece o 
desenvolvimento da planta e evita o 
ataque de pragas. 
• Um litro de óleo manipulado contém 
aprox. 0.5% (550 ppm) de Azadirachtina. 
A dose recomendada é de 5-10 ml por 
litro de água. 
• Atenção: não afeta aos animais de sangue 
quente, nem aos seres humanos, não se 
acumula no meio ambiente e tem muito 
pouco efeito contra organismos 
benéficos. Não há necessidade de usar 
roupa de proteção, mas se recomenda 
proteger os olhos durante a aplicação. 
 
Experiências no campo mostram que o Nim é 
ainda mais eficaz contra lepidópteros quando 
utilizado de maneira alterada, com um 
produto à base de Bacillus thuringiensis. No 
caso do bacillus, o Nim evita o 
desenvolvimento de resistências e aumenta a 
quantidade de diferentes pragas que podem 
ser controladas. No caso do Nim, o bacillus 
tem um efeito sinergético, que melhora ainda 
mais o seu efeito. 
 
À base das folhas, das sementes e do óleo de 
Nim estão sendo preparados produtos muito 
diferentes, como por ejemplo: sabonetes 
medicinais, champús medicinais, repelentes 
contra mosquitos e cupins, chá contra febre e 
parasitas e muito mais. 
 
 
 
 22 
 
Tabela 6: 
Ingredientes ativos das sementes de Azadirachta indica A. Juss e seus 
principais efeitos contra as pragas de cultivos (segundo Gruber, A. 19991, adaptado). 
 
Grupo de Compostos do Nim e seus efeitos mais importantes 
 
Nimbine Salannine Azadirachtine Óleos 
Pragas 
(insetos, 
nematóides) 
Efeitos 
repelentes 
Anti-
alimentícios 
Alteração 
da 
Metamor-
fose 
Redução da 
fertilidade 
Inibição de 
pôr ovos 
Alterações 
no 
comportame
nto 
Produtos 
do Nim 
Lepidoptera 
Coleoptera 
Hymenoptera 
(larvas) 
 
__________ 
 
__________ 
 
__________ 
 
__________ 
Extrato das 
sementes 
ricas en 
Azadirach-
tina 
Coleoptera 
(adultos) 
 
 
__________ 
Extratos das 
sementes, 
com óleo e 
Azadirach-
tina; óleo de 
Nim 
Diptera (larvas) 
 
 
 
__________ 
 
__________ 
 Extratos das 
sementes 
ricos em 
Azadirach-
tina 
Homoptera 
Heteróptera 
(adultos) 
 Óleo das 
sementes, 
extratos de 
folhas com 
Azadirach-
tina 
Orthoptera __________ __________ __________ Extratos de 
sementes e 
folhas com 
óleo 
Orthoptera 
 
 Extratos do 
óleo com 
Azadirach-
tina 
Tysanoptera __________ __________ __________ __________ __________ __________ 
 
Extratos das 
sementes 
com óleo 
Nematóides __________ __________ __________ __________ Extratos de 
folhas e 
sementes 
ricos em 
Nimbin 
 
Legenda: Fortes Efeitos Efeitos leves 
 
 
 
 
 
 
 _____ 
 23 
Tabela 7: Dosificação do Inseticida Nim segundo pragas e cultivos. 
 Dose 
Produtos à base de Nim 
Cultivos Pragas Sementes Moídas de 
Nim 
Óleo Manipulado de 
Nim 
Massa de Nim 
Melão Vermes do melão (Diaphania 
hyalinata, Diaphania nitidalis) 
875 g P.C./tarefa 175 cc P. C./ tarefa 525 g P. C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./ tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
Pimenta Pulgões: Myzus persicae, Macrusiphum 
euphorbiae. 
1,312 g P.C./tarefa 312 cc P.C./ tarefa 788 g P.C./tarefa 
 Lepidópteros: Spodoptera spp., 
Heliothis sp. 
656 g P.C./tarefa 156 cc P.C./ tarefa 394 g P.C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 1,312 g P.C./tarefa 312 cc P.C./ tarefa 788 g P.C./tarefa 
Tomate Mosca branca (Bemisia tabaci) 1,295 g P.C./tarefa 350 cc P.C./ tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
 Mosca minadeira (Liriomyza trifolli) 875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
 Pulgões: Myzus persicae, Macrosiphum 
euphorbiae. 
1,295 g P.C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
 Vermes de alfinete (Keiferia 
lycopersicella) 
875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
 Cupim da batata (Gnorimoschema 
opecullella) 
875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
 Vermes dos frutos (Heliothis zea, H. 
virescens, Spodoptera spp.) 
875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
Repolho Cupim da couve (Plutella xylostella) 1,050 g P.C./tarefa 210 cc P.C./tarefa 630 g P.C./tarefa 
 Falso medidor da couve (Trichoplusia 
ni) 
1,050 g P.C./tarefa 210 cc P.C./tarefa 630 g P.C./tarefa 
 Pulgões: Lipaphis erysimi, Brevicorne 
brassicae. 
2,100 g P.C./tarefa 420 cc P.C./tarefa 1,260 g P.C./tarefa 
Beterraba Minadores: Liriomyza sp., Spodoptera 
exigua 
750 g P.C./tarefa 156 cc P.C./tarefa 450 g P.C./tarefa 
 Pulgões 1,500 g P.C./tarefa 312 cc P.C./tarefa 900 g P.C./tarefa 
Quiabo Mosca branca (Bemisia tabaci) 1,750 g P. C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
 Verme dos frutos (Heliothis zea, H. 
virescens, Spodoptera spp. 
875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
 Pulgões: Aphis gossypii, Myzus 
persicae 
1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
Abóbora Verme do melão e pepino (Diaphania 
hyalinata, D. Nitidalis) 
1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 2,624 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 
 Pulgões 2,624 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 
Alface Mosca minadora (Liriomyza spp.) 750 g P.C./tarefa 156 cc P.C./tarefa 450 g P.C./tarefa 
 Pulgões: Myzuz persicae, Macrosphum 
euphorbiae 
1,500 g P.C./tarefa 312 cc P.C./tarefa 900 g P.C./tarefa 
Berinjela Moscas minadoras: Liriomyza trifolli 1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
 Vermes de alfinete (Keiferia 
lycopersicella) 
1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 2,624 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 
Berinjela Cupim da batata (Gnorimoschema 
opecullella) 
1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
 Vermes com chifres (Manduca spp.) 1.312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
Melancia Vermes do melão e do pepino 
(Diaphania hyalinata, D. nitidalis) 
1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 2,624 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 
 Pulgões 2,624 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 
Pepino Verme do melão e do pepino 
(Diaphania hyalinata, D. nitidalis) 
875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 
 Mosca branca (Bemisia tabaci) 1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
 Pulgões 1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 
Legenda: 
P. C. = Produto concentrado 
1 tarefa : 628.93 m2 
-A quantidade de água a utilizar não excederá a dose mínima do produto por litro de água. 
 24 
 
7.8.1 A Violeta (Melia azedarach), Fam. 
Meliaceae 
 
A Violeta pertence à mesma família do Nim e 
contém como substâncias ativas também 
derivados dos triterpenóides, mas são um 
pouco diferentes. A substância mais 
conhecida é o meliantriol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A preparação do extrato aquoso à base das 
sementes da violeta 
 
Como o Nim funciona contra o mesmo tipo 
de insetos, somente é preciso utilizar 
dosificações de sementes ou folhas 30 % 
mais altas, pelas baixas concentrações das 
substâncias ativas nas diferentes partes da 
árvore. É um veneno de contato e por 
digestão. 
 
• Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, 
ácaros, gafanhotos, entre outros. 
• Preparação: 60 gramas de sementes 
moídas ou 100 gramas de folhas secas em 
1 litro de água. Esperar 5 horas, misturar 
bem a solução e depois coá-la. 
• Aplicação:a aplicação pode ser realizada 
com uma bomba-mochila. São 
necessárias pelo menos 3 aplicações (uma 
aplicação a cada 8 dias) cobrindo bem 
toda a superficie do cultivo. 
• Atenção: o extrato é tóxico para animais 
de sangue quente e seres humanos. 
 
 
7.8.2 O Alho (Allium sativum), Fam. 
Liliaceae 
 
O alho geralmente é cultivado para a 
alimentação humana, mas também pode ser 
usado na proteção vegetal como inseticida, 
fungicida e antibacteriano. Tanto os bulbos 
como as folhas, contêm substâncias ativas 
que podem ser extraídas com água, ou o óleo, 
com uma prensa, e serem aplicadas nos 
cultivos. 
 
• Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, 
percevejos pequenos e várias doenças 
causadas por fungos. 
• Preparação: deve-se moer 2 libras do 
bulbo e misturar con 20 colherinhas de 
sabão em 1 galão de água. Depois de 4 
horas, se coa para a aplicação. 
• Aplicação: desta solução, se mistura 1 
litro com 20 litros de água e se aplica 
com uma bomba-mochila pelo menos a 
cada 6 a 8 dias. 
 
Para fabricar produtos manipulados, utiliza-se 
espécies que tenham um alto conteúdo das 
substâncias ativas e se cultiva este tipo, 
especialmente com o propósito de extrair o 
óleo para ser manipulado. 
 
 
7.8.3 A Pimenta Picante (Capsicum 
frutescens), Fam. Solanaceae 
 
 
 25 
A pimenta picante é cultivada para utilizá-la 
como condimento na comida humana, mas é 
também muito conhecida por seu alto 
conteúdo de alcalóides nas frutas maduras. 
Estas substâncias têm efeito como inseticida, 
repelente e anti-viral. 
• Controla: larvas de lepidópteros, pulgões 
e vírus. 
• Preparação: 100g das frutas maduras, 
secas e moídas misturam-se com 1 litro 
de água. Uma parte deste concentrado 
pode ser diluído com 5 partes de uma 
solução água-sabão. 
• Aplicação: a solução preparada pode ser 
aplicada a cada 6 ou 8 dias, diretamente 
no cultivo. 
• Atenção: Concentrações demasiadamente 
altas podem causar fito-toxicidade. É 
preciso manipular o preparado e a 
solução com muito cuidado, porque causa 
irritação na pele e nos olhos. 
 
7.8.4 O Papaia (Carica papaya), 
Fam. Caricaceae 
 
As fohas desta árvore, que se cultiva por suas 
frutas doces e aromáticas, contêm enzimas e 
alcalóides que podem ser utilizados como 
fungicida e nematicida. 
 
• Controla: fungos e nematóides. 
• Preparação: mistura-se 2 libras de folhas 
moídas com 1/8 de pasta de sabão ralado 
em 1 galão de água e se deixa repousar de 
2 a 3 horas. 
• Aplicação: depois de coar o extrato, deve 
ser aplicado no mesmo dia. 
• Atenção: o produto pode ser irritante para 
a pele. 
 
7.8.5 O Guanabano (Annona 
muricata), o Mamão (Annona 
reticulata), Fam. Anonaceae 
 
 
As frutas não maduras, as sementes, folhas e 
as raízes das árvores desta família, contêm 
uma grande quantidade de substâncias muito 
eficientes no controle de pragas. Funcionam 
como veneno de contato e de ingestão, mas o 
processo é lento. Aproximadamente 2 até 3 
días depois da aplicación é que aparecen os 
primeiros efeitos. 
 
• Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, 
“esperanzas”(tettigoniidac), tripes, grilos, 
escamas, entre outros. 
• Preparação: 2 onças de sementes 
descascadas e moídas, mistura-se com 1 
litro de água. Depois de deixar esta 
mistura repousar 24 horas, coa-se e está 
preparada para a aplicação. 
• Aplicação: aplica-se durante as horas 
frescas, principalmente debaixo das 
folhas. 
Atenção: evitar que a solução entre em 
contato com os olhos, porque causa grandes 
dores e até cefaléia. 
 
7.8.7. O Fumo (Nicotiana tabacum), Fam. 
Solanaceae 
 
O fumo tem como princípio ativo a nicotina, 
que é um dos tóxicos orgânicos mais fortes na 
natureza. A nicotina atua sobre o sistema 
 26 
nervoso dos insetos através da respiração, 
ingestão e contato. Funciona como inseticida, 
fungicida, repelente e acaricida. 
 
• Controla: adultos e larvas de lepidópteros 
e coleópteros, entre outros. 
• Preparação: 12 onças de fumo cozidas 
durante 20 minutos, em um galão de água 
para 60 litros de inseticida. 
• Aplicação: até 3 aspersões a cada 8 dias. 
• Atenção: sumariamente tóxico para 
animais de sangue quente e seres 
humanos! 
 
7.8.8 O Piretro (Chrysanthemum 
cinerariefolium), Fam. 
Asteraceae 
 
O piretro é um dos inseticidas botânicos mais 
antigos do mundo. As flores de 
Chrysanthemum cinerariefolium contêm 
piretrina, a substância ativa, que mesmo em 
concentrações muito baixas, é biologicamente 
ativa. A planta deve é cultivada em alturas 
entre 1,600 y 3,000 m sobre o nível do mar, 
basicamente na África, no planalto do 
Quênia, porque quanto mais alto e frio, muito 
melhor será a concentração da piretrina nas 
flores. O piretro deve sua importância a sua 
imediata ação de queda (uns quantos 
segundos) sobre insetos voadores, agregando 
a sua baixa toxicidade para animais de sangue 
quente, devido ao seu rápido metabolismo em 
subproductos não tóxicos. Deste modo, o 
piretro não é persistente. Estas características 
evitaram a exposição prolongada dos insetos 
ao piretro, o qual contribui para o escasso 
número de casos de resistência ao produto. 
 
O piretro é usado para combater pragas em 
alimentos armazenados, contra insetos 
caseiros e de cultivos industriais, dirigido a 
larvas já adultas de lepidópteros e outros 
insetos fitófagos de vida livre, sempre que 
parte de seu ciclo biológico possa estar 
exposto à ação de contato do produto. 
 
O piretro é obtido a partir das flores secas de 
crisântemos; se extrai com querosene e 
dicloruro de etileno e se condensa por 
destilação ao vazio. 
 
A substância se decompõem rapidamente 
depois da aplicação, especialmente pelos 
raios do sol e pelo calor. 
 
• Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, 
grilos, mosquitos, etc. 
• Preparação e aplicação: de uma maneira 
geral, há produtos manipulados no 
mercado que indicam a dosagem e a 
preparação. 
• Atenção: somente aplicar em horas da 
tarde. 
 
7.8.9 Outros inseticidas botânicos 
 
Para completar esta parte, é preciso 
mencionar algumas plantas conhecidas em 
nível mundial, mas com muito baixa 
incidência no país: 
 
Planta Substân-
cia ativa 
Efeito 
Derris sp. 
Fam. Leguminosa 
Rotenona Inseticida, 
Repelente 
Quassia amara 
Fam. Simarubaceae 
Cuasinoides Inseticida, 
nematicida 
Mammea americana 
Fam. Guttiferaceae 
Mammein Inseticida 
Ricinus communis 
Fam. Emphorbiacea 
 Inseticida, 
Repelente 
Schoenocaulon 
officiale 
Fam. Liliaceae 
 Inseticida, 
Repelente 
Ocimum basilicum 
Fam.Lamiaceae 
Óleos 
essenciais 
Inseticida, 
Repelente 
(Ver também a Tabela 8 no anexo) 
 
7.8.10 Outros extratos 
 
Na agricultura de subsistência, ou em 
pequenas hortas, utilizam-se também outros 
tipos de extratos, como por exemplo: 
 
• Extrato aquoso de sabão (inseticida, 
acaricida). 
• Extrato aquoso de cinza vegetal 
(fungicida). 
• Enxofre, cobre ou cal (fungicida). 
 
 27 
8. Reflexões finais 
 
São muitas as considerações que podemos 
realizar a partir da problemática do manejo de 
pragas, especialmente quando se enfoca o uso 
indiscriminado de praguicidas; mas também 
são muitas as reflexões quando se trata de 
decidir cual é o caminho correto para que um 
sistema alternativo ao convencional possa ser 
implementado. 
 
O Manejo Ecológico de Pragas é a 
consequência de um enfoque agroecológico 
que provém da agricultura orgânica, 
biológica, ecológica, biodinâmica, natural, 
sustentável; coincidentes na visão holística do 
meio do ecossistema e onde a intervenção do 
homem tem gerado os agroecossistemas. 
Além disso, é preciso levar em conta as 
habilidades desenvolvidas historicamente, 
produto de êxitos e fracassos acumulados no 
esforço por controlar as populações de pragas 
que atacam as plantações. Tudo isto tem 
constituído um valioso potencial cultural e 
tecnológico, insuficientemente estudado e 
valorizado. 
 
O controle biológico natural constitui uma 
parte importante no desenvolvimento de 
estratégias ecológicas de manejo dos 
problemas fitossanitarios.O controle 
biológico clássico desempenhará um papel 
complementar de otimização do controle 
natural, sendo uma condição indispensável 
para sua viabilização prática, a de um 
trabalho prévio de estabilização do 
ecossistema. 
 
O controle biológico deve ser uma tecnologia 
de médio e longo prazo, conseqüência do 
trabalho de recuperação e estabilização dos 
ecossistemas através de estratégias de 
proteçaõ e recuperação da fertilidade dos 
solos, manejo do recurso hídrico, 
agroflorestas, conservação da biodiversidade, 
desenvolvimento socio-econômico, etc. 
Todos estes aspectos deverão tomar parte nas 
estratégias a serem adotadas para la aplicação 
dos princípios do MEP. 
 
As possibilidades do MEP podem ser muitas 
se forem potencializadas e combinados 
adequadamente o conjunto de técnicas e 
práticas possíveis de implementar em um 
agro-ecosistema. Mais ainda, se pretendemos 
regulamentar a dinâmica populacional dos 
insetos e outros organismos potencialmente 
nocivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexos 
 29 
Literatura consultada 
 
1. Altieri, Miguel A.. Agroecology. Intermediate Technology Publications, London/UK 1987. 
2. Altieri. Miguel A.. Agroecología. ciencia y aplicación. CLADES, Berkeley, California, 1993. 
3. Andrews, K. L. y J. R. Quezada (edt). Manejo integrado de plagas insectiles en la agricultura. El Zamorano, 
Honduras, 1989. 
4. Arning, I. Y A. Lizárraga Travaglini (edt.). Manejo Ecológico de Plagas – Una Propuesta para la Agricultura 
Sostenible. RAAA, Lima, Perú, 1999. 
5. Bejarano González, F. La Espiral del Veneno. RAPAM, Texcoco, Estado de México, 2002 
6. Brandjes, P., Van Dongen, P., Van der Veer, A.. Green manuring and other forms of soil improvement in the 
tropics. AGRODOK 28, CTA, Wageningen, Netherlands, 1989. 
7. Brechelt, A. y C. L. Fernández (ed). El Nim: un árbol para la agricultura y el medio ambiente. Fundación 
Agricultura y Medio Ambiente, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 1995. 
8. Brechelt, A.. Los Insecticidas: consecuencias de su práctica abusiva. INTEC: Ciencia y Sociedad, Vol. XIX, No.1 
y No. 2, Santo Domingo 1994. 
9. Brechelt, A.. Guía técnica para la instalación de composteras. Fundación Agricultura y Medio Ambiente, San 
Cristóbal, República Dominicana. 1996. 
10. Buley, M.. La exportación de productos provenientes de cultivos ecológicos controlados. PROTRADE/GTZ, 
Eschborn, Alemania, 1994. 
11. COMUS. Elaboración de plaguicidas orgánicos. Editorial Sombrero Azul-ASTAC, El Salvador 1996. 
12. De los Santos, A. y A. Brechelt. Recetas de insecticidas naturales. Fundación Agricultura y Medio Ambiente, San 
Cristóbal, Rep. Dominicana, 1996. 
13. Fuentes Sandoval, F.. Producción y uso de Trichogramma como regulador de plagas. RAAA, Lima, Perú, 1994. 
14. Gagnon, D.. El Machete Verde. SUCO, Managua, Nicaragua, 1995 
15. García G., J. E. y J. M. Nájera. Simposio Centroamericano sobre Agricultura Orgánica. UNED, San José, Costa 
Rica, 1995. 
16. Gomero O., L. (edt.). Plantas para proteger cultivos. Red de Acción en Alternativas al uso de Agroquímicos, 
Lima, Perú, 1994. 
17. Grosse-Rüschkamp, A.. El manejo integrado de plagas. Schriftenreihe GTZ No. 246, Eschborn, Alemania, 1994. 
18. Guerrero B., J.. Abonos Orgánicos – Tecnología para el manejo ecológico del suelo. RAAA, Lima/Perú, 1993. 
19. Kral, D. M. (edt.). Organic Farming: Current Technology and its role in a sustainable agriculture. ASA Special 
Publication Number 46 Madison, Wisconsin, USA, 1984. 
20. Lisansky, S.G.. Green Growers Guide. CPL Scientific Limited. Newbury, Berkshire, UK, 1990. 
21. Lizarraga Travaglini, A. y J. Iannacone Oliver (edt.) . Manejo de feromonas en el control de plagas agrícolas. 
RAAA, Lima, Perú, 1996. 
22. Müller-Sämann, Karl M.. Bodenfruchtbarkeit und standortgerechte Landwirtschaft. Schriftenreihe der GTZ, Nr. 
195, Eschborn, 1986. 
23. Nivia, E.. Mujeres y plaguicidas – Una mirada a la situación actual, tendencias y riesgos de los plaguicidas. 
PAPALMIRA, Palmira, Colombia, 2000. 
24. Ocampo, R.A. (edt.). Potencial de Quassia amara como insecticida natural. CATIE, Informe Técnico No. 267, 
Turrialba, Costa Rica, 1995. 
25. Prakash, A. and J. Rao. Botanical pesticides in agriculture. CRC Press Inc., Boca Raton, Florida, USA, 1997. 
26. Restrepo, J.. Abonos orgánicos fermentados. CEDECO/OIT, San José, Costa Rica, 1996. 
27. Sabillón, A. y M. Bustamante. Plantas con propiedades plaguicidas, Parte I. Zamorano, Honduras, 1996. 
28. Schmutterer H. (edt.). The Neem Tree and other meliaceous plants. VCH Verlagsgesellschaft GmbH, Weinheim, 
Germany 1995. 
29. Schwab, A.. Pestizideinsatz in Entwicklungsländern. PAN, Weikersheim, Margraf, Germany, 1989. 
30. Stoll, G.. Natural Crop Protectión. Verlag Josef Margraf, Aichtal, Alemania, 1986. 
31. Suquilanda, Manuel B.. Agricultura orgánica. Talleres Gráficos ABYA-YALA, Quito, 1995. 
32. Thurston, H.D.; M. Smith; G. Abawi y S. Kearl. Tapado: los sistemas de siembra con cobertura. CIIFAD, Ithaca, 
New York, 1994. 
Tabela 1. : Potencial de toxicidade de pesticidas usados freqüentemente. 
Nome Genérico Dose letal 
oral DL 50 
mg/kg 
(Rato) 
Tempo de 
Carência 
Canceríge-
no 
Provoca 
Mutações 
Provoca 
Alergias 
Tóxico para 
as Abelhas 
Tóxico para 
os peixes 
Tóxico 
para 
insetos 
benéfic
os * 
Inseticidas, Acaricidas 
1. Organo Clorados 
 
Aldrin 38 DD 42 * * * * * 
Clordano 460 DD * * * 
DDT 113 DD 42 * * 
Dieldrin 46 DD 42 * * * * * 
Endosulfan (Thiodan) 80 60 * 4 
Heptacloro 100 DD * * 
Lindano (y-HCH) 88 DD 49 * * * 3-4 
2. Organo Fosforados 
Demeton-S-Methyl 40 28 * * * 3-4 
Diazinon (Basudin) 300 60 * * 3-4 
Dimethoat Perfekthion 150 60 * * 3-4 
Malathion 2100 21 * * 
Parathion (E 605) 13 DD 56 * * * 
3.Carbamatos 
Aldicarb (Temik) 0.93 DD * * * 3-4 
Carbaryl (Sevin) 300 35 * * * * 3-4 
Carbofuran (Furadan) 8 70 * * * 
Methomyl (Lanate) 17 14 * * 4 
Pirimicarb (Pirimor) 147 28 * 3-4 
Propoxur (Baygon) 95 14 * * * 4 
4. Outros Inseticidas 
Dibromochlor-propan 
(DBCP) 
170 DD * * 
Dicofol(Kelthane) 690 35 * * 3 
Pentachlorphenol (PCP) 80 DD * * 
Permethrin (Ambusch) 4000 56 * * * 4 
Deltamethrin (Decis) 2200 56 * * * 4 
Fungicidas 
Benomyl 10000 56 * * * * 
Captafol 5000 35 * * * 1 
Captan 9000 28 * * * * 1 
Folpet 1000 28 * * * 1 
Mancozeb (Dithane) 7000 56 * 
Herbicidas 
Alachlor (Lasso) 1200 90 * * 
Atrazin (Gesaprim) 2000 90 * 1 
2. 4-D (U46-D) 375 28 * 
Dinoseb-Acetat (Aretit) 60 28 * * 
Deiquat (Renglone) 231 14 * 1-2 
Glyphosat (Roundup) 4320 42 * * 1-2 
Linuron (Afalon) 4000 * 
MCPA (Hedonal M) 700 28 
Paraquat (Gramoxone) 150 14 * * 
 
Explicações: 
 
DD: Produto que pertence a “Dúzia Suja” 
 
* 1 = não tóxico, 2 = ligeiramente tóxico, 3 = medianamente tóxico, 4 = muito tóxico para benéficos. 
 31 
Tabela 2: Toxicidade de alguns inseticidas caseiros comuns 
(Ware 1994; Farm Chemicals Handbook 1996, Weinzierl and Henn. 1994) 
Ingrediente Ativo 
Nome Comercial 
Dermal LD50 
(mg/kg) 
Dermal dosificac. 
para matar pes. de 
150 lbs. (lbs) 
Oral LD50 
(mg/kg) 
Oral dos. para 
matar pes. de 
150 lbs. (lbs) 
Acephate (Orthene) 
Organofosfato 
2,000 0.300 866 0.130 
Azadirachtina (neem) 
Botânico 
0.000 0.000 5,000 0.750 
Bacillus Thuringiensis 
Biológico 
0.000 0.000 0.000 0.000 
Beauveria Bassiana 
Biológico 
0.000 0.000 0.000 0.000 
Carbaryl (Sevin) 
Carbamato 
4,000 0.600 850 0.128 
Chlordano 
Organoclorado 
580 0.087 283 0.042 
Chlorpyrifos/Dursban 
Organofosfato 
2,000 0.300 135 0.020 
Cypermethrin 
Piretroide 
2,000 0.300 247 0.037 
d-Limonene 
Botânico 
0.000 0.000 0.000 0.000 
DDT/Organoclorado 1,931 0.290 87 0.013 
Diazinon/Organofosfato 379 0.037 88 0.010 
Dicofol (Kelthane) 
Organoclorado 
4,000 0.600 575 0.086 
Endosulfan (Thiodan) 
Organoclorado 
74 0.011 18 0.003 
Lindano 
Organoclorado

Continue navegando