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Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 1 Introdução n̂n̂ V S n̂ n̂ x y x z ϕ θ r P O ϕe r re r θe r ρ z y x θ Sol z y x Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 1 1.1 - Definição de Mecânica Mecânica : estuda os estados de movimento ou de repouso dos corpos físicos. Se subdivide em: Estática e Dinâmica. Estática: estuda os estados de Inércia dos corpos. A Inércia de um corpo se caracteriza: (a) sob o ponto de vista da Translação, no seu estado de Repouso ( 0== tetanconsv r ) ou de Movimento Retilíneo e Uniforme ( 0≠= tetanconsv r ), para qualquer Sistema de Referência Inercial (SRI) que é um Sistema de Referencial não acelerado )tetanconsv( SRI = r ; (b) sob o ponto de vista da Rotação, no estado não Rotacional ( 0==ω tetancons r ) ou de Movimento Rotacional Uniforme ( 0≠=ω tetancons r ). Princípio da Relatividade: “As leis da física são válidas para qualquer sistema de referência inercial, ou seja, não acelerado.” Lei da Inércia de Translação: “Um corpo tende a permanecer em repouso ou MRU (movimento retilíneo e uniforme) a não ser que uma força externa o tire deste estado fazendo-lhe produzir uma aceleração.” Lei da Inércia de Rotação: “Um corpo tende a permanecer sem rotaçao ou em um movimento spin (rotação em torno de sí mesmo) e uniforme (MSU) a não ser que um torque externo (força rotacional) o tire deste estado fazendo-lhe produzir uma aceleração angular.” Quando você está dentro de um carro parado você está em estado de inércia, quando o carro acelera, você sente uma “força” para trás. A avaliação desta ocorrência como uma força não é válida uma vez que você está em um sistema de referência acelerado que é o carro e que não serve para fazer tal análise. No Sistema de Referencia Inercial, se observa que o que o jogou para trás durante a aceleração do carro foi o seu próprio estado de inércia e não uma força. Se o carro breca o que o lança para frente é a sua inércia, ou seja, a tendência de seu corpo de se manter em movimento retilíneo e uniforme em que vinha vindo. Esta impulsão na realidade, não é uma força mas um estado de inércia (Lei da Inércia de Tranlação). Outro exemplo de força de inércia é o movimento do carro que vira a esquina produzindo uma trajetória circular. Você que está dentro do carro sentirá ser jogado para fora da curva como se existisse uma “força centrífuga”, da qual não é uma avaliação correta uma vez que o carro ao fazer a curva fica sujeito a uma aceleração centrípeta deixando de ser um Sistema de referência inercial. Para quem esta fora do carro você é lançado para a porta do carro do lado de fora do interior da curva, devido a sua inércia ou seja sua tendência de permanecer em movimento retilíneo e portanto com a tendência de sair pela tangente da curva feita. Não é possível diferenciar, a não ser de forma relativa, os estados físicos de repouso e (MRU) Movimento Retilíneo e Uniforme. Dinâmica: se subdivide na dinâmica observacional na qual é chamada de cinemática e na dinâmica causal que é a dinâmica propriamente dita. Dinâmica de efeitos ou Dinâmica Observacional ou Cinemática: estuda os fenômenos físicos observáveis do movimento. Aqueles fenômenos que podemos assistir, ver (cinema), e medir, no espaço-tempo. Exemplos: (a) no caso da translação: Mecânica Estática Dinâmica ___________________________________________________________ Capítulo 1 Conceitos Fundamentais - ___________________________________________________________ Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 2 as variáveis como posição; tempo; velocidade e a aceleração dos corpos são as gransdezas observáveis do movimento; (b) no caso da rotação: a posição angular spin de cada ponto do corpo em rotação (em torno de um eixo próprio); a posição angular orbital (girando em torno de um outro corpo); a velocidade angular spin; a velocidade angular orbital; a aceleração angular spin e a aceleração angular orbital. Dinâmica (Dinâmica causal) : estuda os modelos ou teorias que explicariam as causas dos efeitos físicos observáveis do movimento. Arranja modelos para explicar as causas do movimento. Relaciona variáveis como: massa, momentum, momento angular, impulso, impulso angular, Força, Torque, energia cinética, energia potencial, potencial, Princípio da mínima ação, Lagrangeanas, Hamiltonianas, Campos, Interações de Partículas Elementares, Interações Ondulatórias. Existem vários modelos da dinâmica para explicar e calcular esses efeitos físicos observáveis ou cinemáticos: a) Modelo de Momentum e Impulso (Galileu e Newton) b) Modelo das Forças e Torques (Newton) c) Modelo das Energias (Carnot, Joule, Boltzmann) d) Modelo dos Potenciais (Maxwell) e) Modelo das Lagrangeanas (Lagrange, Fermat) f) Modelo das Hamiltonianas (Hamilton, Fermat) g) Modelo da Mecânica Quântica (Heisenberg, Schrödinger) h) Modelo da Mecânica quântico-relativística (Dirac, Klein-Gordon) i) Modelo dos Campos (Maxwell, Feymman) j) Modelo Relativístico (Einstein) k) Modelo das Interações entre Partículas Elementares (Yukawa, Gell-Mann, Feymman) Todos eles explicam de maneiras diferentes, com teorias e modelos diferentes, as vezes com intersecções, as causas dos fenômenos físicos observáveis (efeitos) do movimento. Alguns modelos explicam de forma mais fácil e genérica, alguns desses fenômenos, enquanto que outros modelos teriam mais facilidade para explicar outra variedade de fenômenos. 1.2 - Grandes Variáveis de Importância da Natureza Os mais fortes vínculos físicos estabelecidos, estão enraizados nos conceitos que foram surgindo desde a Início do Universo (Big Bang). Uma das teorias mais vigentes na atualidade para a explicação da origem do Universo, se caracteriza pela Teoria do Big Bang proposta inicialmente (1940) por George Gamow (1904- 1964). Ele retirou tal teoria das Equações de Einstein da Gravitação e calculou teoricamente uma radiação cósmica de fundo, que representa como que um fóssil da atualidade vindo do início do Universo, em que na sua formação e na sua concentração era imensa e com a expansão e resfriamento calculou que na atualidade (1949) seria de 5 K (kelvin), sendo que em medidas posteriores experimentais se revelou ser de 2,726 K, uma radiação que ocorre uniformemente vindo de todas as direções medida em qualquer ponto do espaço. Da atual radiação de fundo, se fizermos a linearização de seu valor para o passado, temos a indicação de que o Universo começou há aproximadamente, em torno de 14 bilhões de anos. Caracterizando a partir de seu início, surgiu uma grande quantidade de Energia em que em sua expansão, gera a Entropia (desorganização e caos), em que os fótons de energia com seus Momentos Lineares e Angulares produzem vórtices, criando a Matéria e Antimátéria, e na sua extensão a Massa e as Cargas Elétricas, passando a originar o Espaço e o Tempo, em conseqüência as Temperaturas, medidas da energia mecânica média de oscilação das partículas em um meio e os Campos gravitacionais, eletrostáticos, magnetostáticos, eletromagnéticos e nucleares, etc, devido às interações entre massas, cargas e antimatéria. Aparecem em conseqüência da diminuição de temperatura as Moléculas Orgânicas matéria mais organizada e de grandes moléculas que no tempo evolui para as Organizações Biológicas. A estes, continuam a participar os conceitos de Energia, que fornece a dinâmica do Universo, Momento linear na movimentaçãorelativa das partículas no espaço, Momento Angular Orbital e Spin caracterizando a rotação dos corpos rígidos, e nasce o conceito inverso de Entropia que é o advento da Informação. Produz-se movimento ao variar a informação produzindo intercambio de energias. A emoção surge nos animais como reação de substâncias e devido aos sentidos e resultado das percepções se aperfeiçoando, a partir dos orgãos em ebulição no organismo. O Sentimento surge como resultando do aperfeiçoamento das emoções. A Energia Entropia Momentos Lineares Momentos Angulares Matéria Antimatéria Massa Cargas Elétricas Espaço Tempo Temperatura Campos Matéria Orgânica Organizações Biológicas Informação Sentimento Pensamento Vontade Imaginação Consciência... Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 3 Vontade liderada pelo Pensamento, faz resultar elementos super organizados e de criação, aperfeiçoando o Cérebro físico, que a partir da percepção abstrata que por trás da matéria grosseira e manifestação aparente observacional se revela a Imaginação que se aperfeiçoa pela manifestação e realimentação constante da Consciência. O movimento da energia, estabelece manifestações de organição ou desorganização, na sintonia de construção e percepção gradativa do Universo. A Informação é precedida pelo conceito de Pensamento e este pelo gerência da Consciência, que é capaz de abstrair pelo Pensamento e Imaginação e assim, planejar o direcionamento informacional dado à transformação da energia. Tais transformações se fazem primeiro na fase do estado de natureza ou experiência e erro, e posteriormente na fase do planejamento racionalizado através da memória, inteligência, abstração e aprendizado. É dentro de alguns destes conceitos fundamentais que será desenvolvido o estudo que realizaremos no curso de Mecânica do Corpo Rígido. 1.3 - Princípios de Conservação Pontos relevantes de observação da física são os elementos que se mantém invariáveis em qualquer transformação. Alguns elementos de importância ou chamados de Princípios de Conservação observáveis em determinadas condições para um sistema, são denominados de Simetrias da Natureza, e alguns podem ser relacionados: a. Princípio de Conservação de Energia (Simetria no tempo) b. Princípio de Conservação de Momentum (Simetria no espaço linear). c. Princípio de Conservação de Momento Angular (Simetria no espaço angular) d. Princípio de Conservação de Carga Elétrica. e. Princípio de Conservação de Matéria. f. Princípio de Conservação de Matéria- Energia. Etc. 1.4 – Partícula e Corpo Rígido Definições em discernimento de a) Partícula ou ponto material 1) tem massa m não desprezível, 2) tem tamanho ou dimensões desprezíveis, em comparação com as dimensões de seu movimento. b) Corpo Rígido ou corpo extenso ou corpo sólido, características necessárias: 1) tem dimensões não desprezíveis em comparação com as dimensões do movimento considerado 2) tem a distância entre dois pontos quaisquer (AB) fixa, rígida, ao longo da análise do movimento. O corpo rígido é um caso particular de um Sistema de Partículas em que os pontos não se movimentam independentemente mas tem posições rígidas. O corpo rígido têm em comum com a Partícula e o Sistema de Partículas o fato de que se reduzíssemos toda a matéria do Corpo Rígido ao Centro de Massa, ele se comportaria identicamente à uma partícula e ao Sistema de Partículas também reduzido ao seu centro de massa, com velocidade =v r MCv r com aceleração CMaa rr = e com força resultante CMRR FFF == r = CMam r atuantes na posição do seu Centro de Massa. O que não seria possivel representar neste reducionismo ao Centro de Massa seriam as grandezas angulares como posição angular, velocidade angular orbital e spin, aceleração angular orbital e spin, momento angular orbital e spin, torque angular e spin, grandezas associadas ao corpo rígido e seus movimentos rotacionais. Análise dos corpos como partículas ou corpos rígidos: a) O planeta Terra pode ser tido como uma partícula quando considerado o seu movimento em torno do Sol a partir de um sistema referencial no centro do Sol. A dAB= constante B Corpo Rígido d d <<< ∆s = caminho percorrido A B Partícula Corpo Rígido Sistema de Partículas Sistema de Corpos Rígidos Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 4 b) No entanto, será considerado como um corpo rígido quando analisamos o movimento do planeta Terra, adotando como sistema de referência um satélite artificial em sua órbita. Terá a Terra neste caso vários movimentos associados: rotação, translação, precessão e nutação. Ainda terá vários fenômenos associados como sejam: marés, fenômenos metereológicos, estações do ano, campo gravitacional de interação com o Sol a Lua e outros planetas, campo magnético, campos elétricos resultantes de atrito com nuvens e atmosfera ou partículas carregadas vinda do Sol e do espaço, meteoros, radiação do espaço, interação com o vento solar, auroras boreais e austrais, clima, tempo, chuvas, tempestades, tornados, tufões, redemoinhos, anomalias do campo magnético, poluições, fábricas, cidades, plantações, rebanhos, estradas, rios, oceanos, lagos, temperatura, sensação térmica, diversidades animais, áreas verdes, desertos, etc. que podem ser isolados dependendo do estudo que se deseja fazer do planeta. a) Um carro que se movimenta pela via Dutra de São Paulo ao Rio de Janeiro pode ser considerado como uma partícula. No entanto, se caracteriza por ser um corpo rígido quando considerado fazendo manobras em um estacionamento. b) Sistema de Partículas Define-se Sistemas de Partículas a um conjunto de partículas espalhadas, cada particula com sua velocidade e posição particular onde se pode definir um Centro das massas, de tal forma que o Sistema poderia ser representado em seus movimentos de translação por este ponto. A velocidade do sistema seria a velocidade de seu Centro de Massa, MCv r , a aceleração do sistema seria a aceleração deste Centro de massa MCa r , e a força resultante seria com força resultante RF r , aceleração angular α r e torque resultante RM r . Exemplos de Sistemas de partículas: (a) um gás em um recipiente; (b) um conjunto de estrelas; (c) um átomo com núcleo e elétrons; (d) uma molécula composta de vários átomos; (e) partículas em estado de dispersão em movimento browniano; (f) o Sistema Solar com seus planetas, cometas, meteoros e vento solar ; etc. O caso mais geral de Sistema de Partículas ocorre em que as partículas interagem da seguinte forma: (a) cada partícula possui uma inércia anterior de movimento ; (b) cada partícula tem uma ligação de interação gravitacional uma com a outra e com o meio na qual se encontram; (c) se a partícula tem carga elétrica há uma ligação de interação com campos elétricos e magnéticosentre si e com o meio na qual se encontram; (d) as partículas podem realizar choques mecânicos entre si. (e) as partículas podem estar em um meio limitado (recipiente das partículas) em que realizam choques contra esses limites. No cálculo do Centro de Massa de um Sistema de Partículas se utiliza a forma descontínua ou discreta do somatório de cada partícula separadamente. Um dos conceitos de grande importância para estudo de um Sistema de Partículas, de um Corpo Rígido ou um Sistema de Corpos Rígidos é o de Centro de Massa pois nele se concentram grandes simplificações de um movimento aparentemente complexo. SP RJ Estacionamento v = 100 km/h Terra Satélite (b) Sol Terra v = 30 km/s (a) Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 5 d) Sistema de Corpos Rígidos Podemos subdividir um corpo rígido em partes geométricas conhecidas de tal maneira a formar um Sistema de Corpos Rígidos em que se pode calcular o Centro de Massa desse Sistema compondo as partes conhecidas dos Centros de Massa de cada uma das partes divididas e conhecidas, no somatório das partes: ∑ ∑ = i ii C m mr r M r r Assim como a velocidade e aceleração do Centro de Massa: ∑ ∑ = i ii C m mv v M r r ∑ ∑ = i ii C m ma a M r r E a força resultante é a força que atua no Centro de Massa: MCR amF rr = 1.5 - Movimentos de Translação, de Rotação e Movimento Geral a) Translação Define-se movimento de translação pura de um corpo rígido, quando a direção de ligação entre dois pontos quaisquer AB do corpo, não varia ao longo do movimento: b) Rotação O movimento de rotação pura de um corpo rígido ocorre, quando a direção AB, qualquer, de ligação entre dois pontos do corpo varia a sua direção, girando em torno de um eixo perpendicular fixo. c) Movimento Geral Se caracteriza quando ocorre os dois tipos de movimento juntos: translação e rotação. 1.6 - Centro de Massa, Centróide e Baricentro A B BA A B ABMovimento Geral → A B ω A B A B B A Movimento de Rotação Depois Antes A A B A B A B B A Movimento de Translação CM 2r r 2v r nv r MCv r (efeito) O 1r r nr r 1v r MCr r Movimento de: Translação Rotação Geral Centro de Massa (CM) Centro Geométrico (CV, CA, CL) Centro Gravitacional (CG) Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 6 a) Centro de Massa (CM) Corresponde ao ponto de equilíbrio de um corpo em relação à correspondente distribuição das massas ao longo das partes desse corpo. É caracterizado pela sua posição em coordenadas espaciais: )z,y,x(r MC = r : Sistema de Partículas ou Sistema de Corpos Rígidos: ∑ ∑ = i ii C m mr r M r r Corpo Rígido: ∫ ∫= dm dmr r MC r r Nos corpos com partes discretas ou descontínuas podemos calcular seu centro de massa através da expressão com os sinais de somatório e nos corpos extensos e contínuos fazemos sua determinação pela expressão com as integrais, onde os sinais de somatório (sigma maíusculo= s grego) se transformam nos sinais de integral (s comprido) e o índice i se transfoma no d na diferencial infinitesimal da massa dm. Derivam do conceito de Centro de Massa (CM) os conceitos: (a) Centro Geométrico ou Centróide (C), em que podemos ter: Centróide de Volume; Centróide de Área e Centróide de Linha; (b) de Centro de Gravidade (G) ou Baricentro ou Centro de Forças Paralelas (CG ou G); (c) Centro de Forças paralelas. c) Centro Geométrico ou Centróide (CV , CA , CL) Caracterizado pela posição correspondente ao ponto central da distribuição geométrica de volumes ou áreas ou linhas, através das partes desse corpo. Valores Discretos ou Descontínuos Centróide de Volume: ∑ ∑= i ii C V Vr r V r r De Área: ∑ ∑= i ii C A Ar r V r r De Linha: ∑ ∑= i ii C L Lr r V r r Valores Contínuos: ∫ ∫= dV dVr r VC r r ∫ ∫= dA dAr r VC r r ∫ ∫= dL dLr r VC r r b) Centro de Gravidade ou Baricentro (CG) Corresponde ao ponto de equilíbrio de um corpo em relação à distribuição de forças peso paralelas. Este conceito é muito utilizado nos paises de língua inglesa uma vez que a unidade fundamental nestes países ainda é o peso, medido em libras, enquanto que a massa é considerada uma unidade derivada, ou seja, dada pelo peso dividida pela aceleração da gravidade 1 lb / 32,2 (ft/s2) = 0,0311 slug. A unidade de massa nestes países quase não é utilizada a não ser em cálculos intermediários. No entanto, sabemos que sendo a massa no sistema internacional uma grandeza fundamental, medida em kg, e também fundamental em qualquer campo de gravidade, neste caso então, o conceito de Centro de Massa é também mais fundamental. Se formos medir o Centro de Gravidade de um corpo no espaço interplanetário o seu valor seria zero, mas o seu centro de massa não, sendo que o conceito de centro de massa vale para qualquer corpo em qualquer parte do universo, o que mostra que sua definição é mais universal. No entanto é também o ponto que equilibra todos os pesos. Muitas vezes se utiliza o conceito de Centro de Massa e Centro de Gravidade indistintamente. No entanto, a rigor iremos explicar mais à frente, quando, excepcionalmente os dois não coincidem. Centro de Gravidade ou Baricentro: Sistema de Partículas ou Sistema de Corpos Rígidos: ∑ ∑= i ii C P Pr r G r r Corpo Rígido: ∫ ∫= dP dPr r VC r r Veja-se que as definições são idênticas, modificando somente as variáveis de utilização, ou seja, a massa m pode ser substituida pela volume V, pela área A, pela linha L ou pelo peso P. Isto ocorre conforme pudermos fazer o reducionismo de simplificação do formato do corpo. 1.7 – Simplificações produzidas pelo Centro de Massa (CM) O Centro de Massa de um Sistema de Partículas, é o ponto que se pode estudar, como se nele estivesse concentrado, toda a dinâmica (estado de movimento não inercial) ou estática (estado de movimento inercial ou repouso), das seguintes grandezas que estão uniformemente distribuídas ao seu redor: (a) a soma de matéria ou de inércia, distribuídos à sua volta, ou soma de toda sua Massa: ∑ = = n j jmm 1 (b) a soma total das posições de matéria ou posições de inércia distribuídas à sua volta ou soma dos produtos massa-posição: Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 7 ∑ ∑ = i ii C m mr r M r r ∑= imm = massa total (c) a soma de todos os Momentuns distribuídos à sua volta ou produtos massa-velocidade: MM CiCii n 1i i vmmvmvpp rrrrr ==== ∑∑∑ = ∑ ∑ = i ii C m mv v M r r (d) ou a soma de todas as Forças distribuídas à sua volta ou produtos massa-aceleração: ∑∑∑∑∑ ===== = iCi i ii i i i i n 1j iR maamvdt dmp dt dFF M rrrrrr MCR amF rr = ∑ ∑ = i ii C m ma a M r r (e) a soma de todos os Momentos Angulares distribuídos à sua volta ou produtos vetoriais posição-momentum ω=∧== ∑∑ = rrrrr IprLL i i i n 1j iR Onde I é o momento de inércia de rotação. (f) a soma de todos os seus Torques distribuídos à sua volta ou produtos vetoriais posição-Força i i ii i ii i n i F GR Frpdt drL dt di rrrrrrr ∧=∧==τ=τ∑∑∑∑ =1 α=τ rr IR 1.8 - Dimensões Dimensão zero ( 0) ou estrutura Zerodimensional : é representada por um ponto: tem volume desprezível e sem dimensões observáveis. Só se pode ficar parado no mesmo lugar, sem opções de movimento. Redução a zero do intervalo s em torno do ponto em qualquer direção: s = 0. Dimensão um (1) ou estrutura Unidimensional : é representado por uma reta, ou um comprimento unidirecional, um eixo x. Só se pode andar para frente ou para trás neste eixo. Nem laterais, nem em cima nem em baixo. O intervalo s invariante da unidimensionalidade ou diferença entre dois pontos é caracterizado por: ( ) 221212 )( xxxxxs ∆=−=−= . Dimensão um e meio (1,5) ou estrutura Fractal entre a dimensão um e a dimensão 2: é representado por uma curva encurvada para uma segunda dimensão, que dependendo da forma pode ser 1,1 ou 1,2 ou 1,3 ..., 1,7, 1,8, 1,9. Dimensão dois (2) ou estrutura Bidimensional : é um plano ou dois eixos um a 90º do outro, x e y. Só se pode caminhar sobre o plano e se verificar o plano. Não existe acima ou abaixo do plano. Um número complexo, por exemplo é um número bidimensional, pois é representado por dois eixos linearmente independentes: o Real e o Imaginário: z = a + j b = r cos θ + j r sen θ = r e j θ = r ∠ θ . Da mesma que forma os eixos cartesianos x e y. O intervalo invariante s, na bidimensionalidade é dada por 22 yxs ∆+∆= Dimensão dois vírgula três (2,3) ou estrutura Fractal entre a dimensão dois e a dimensão três: é representado por um plano encurvado para uma terceira dimensão, que dependendo da forma pode ser 2,1 ou 2,2 ou 2,3 ..., 2,7, 2,8, 2,9. Espaço bidimensional curvo (se encurva para a terceira dimensão) dimensão fractal: 2,3 por exemplo S y x ∆x ∆y 2j Real (z) Imag (z) S 2 -1 0 2 S Estrutura unidimensional curva (se encurva para uma segunda dimensão. Dimensão fractal: 1,2 por exemplo -2 -1 0 1 2 X2...... XX1 Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 8 Dimensão três (3) ou estrutura Tridimensional : é o espaço (comprimento, largura e altura) nosso conhecido, caracterizado por três eixos, x, y, z, um a 90º do outro (linearmente independentes). Podendo também, apesar de não se poder enxergar fisicamente, ter-se um espaço curvo. Pode não dar para se imaginar um espaço curvo fisicamente, pois o nosso Universo vivenciado fisicamente, através dos sentidos biofísicos é de três dimensões, mas é possível observá-lo matematicamente, e imaginá-lo depois de estudada sua matemática fisicamente ou por analogias e inclusive existem estruturas físicas que obedecem leis com mais de três dimensões, como por exemplo, a estrutura relativística do espaço-tempo ou a teoria das supercordas. Na estrutura tridimensional, se pode caminhar em todas as direções espaciais e tridimensionais conhecidas pelos nossos sentidos físicos padrões. O intervalo s, invariante da tridimensionalidade é dado por 222 zyxABs ∆+∆+∆== Dimensão três e meio (3,5) corresponderia a um espaço curvo. Dimensão quatro (4) ou estrutura Quadridimensional é caracterizado pelo hiperespaço ou espaço de 4 dimensões, representado por 4 eixos, um a 90º do outro, x, y, z, w. A teoria da relatividade restrita, trabalha com 4 dimensões, sendo: w = i c t ; “c” = velocidade da luz no vácuo = 300.000 km/s = máxima velocidade na natureza; “t” = tempo; i = variável imaginária dos números complexos = 1− . Costuma-se designar os quatro eixos da relatividade restrita por: xo = i c t , x1 = x , x2 = y , x3 = z , tendo seu intervalo s, invariante, dado por 2222 wzyxs ∆+∆+∆+∆= Com a matemática permite se trabalhar com vetores de 3 eixos curvos ou mesmo 4 eixos ortogonais. Podemos não “ enxergar “ dimensões acima de três, devido ao fato de toda nossa experiência sensorial biológica ser limitada a três dimensões espaciais. No entanto, a Física atual necessita de outras dimensões espaciais, que a matemática acompanha, para a explicação da manifestação de muitos fenômenos físicos, e que a biologia sensorial não participa. Talvez o ser humano inserido na dimensão psicobiofísica, onde se aperfeiçoa a mente ou psiquismo, o corpo ou a biologia e a física ou a natureza, penetre outras dimensões, no futuro, sendo mais capaz de “ enxergar “ ou entender” estas dimensões adicionais, de forma melhor. Por enquanto a nossa forma de entendimento é matemática e através de analogias, como muitas coisas da física a qual penetramos e ainda não entendemos com mais profundidade. A Teoria Geral da Relatividade para explicar a Gravitação, Teorias do Universo e as estruturas curvas do espaço tempo se utiliza de 4 dimensões. Dimensão N ou estrutura N-dimensional ou Multidimensional - A teoria das supercordas que tenta unificar as quatro forças de interação principais da natureza (a força gravitacional, a força nuclear fraca, a força eletromagnética e a força nuclear forte), possui um dos modelos que trabalha com 11 dimensões e em um outro modelo se trabalha com 26 dimensões. Modelos do Universo, modelos da Física, modelos do microcosmo ou do macrocosmo, não tem limites dimensionais, desde que funcionem para explicar os fenômenos observados. A matemática, a geometria multidimensional de espaços curvos, a álgebra de matrizes, a teoria de grupos, permite trabalhar-se com tais modelos. Se morássemos na 2ª dimensão e víssemos uma esfera atravessar o nosso espaço físico bidimensional, diríamos que começou a sua manifestação com um ponto, passou a um círculo crescente, chegou ao máximo do círculo, voltou a decrescer até voltar ao ponto e desapareceu. Esta descrição poderia ser de forma matemática, descrita como uma periodicidade de movimento tridimensional de um circulo com uma dimensão a mais, mas não saberíamos enxergar o que seria a esfera, mas poderíamos trabalhar com ela matematicamente, e ter uma satisfatória descrição matemática desta ocorrência periódica. 1.9 - Sistemas de Referência Sistema de Referência Inercial (SRI) As leis da Física Clássica são descritas e são válidas em qualquer Sistema de Referencia Inercial. O Sistema Referencial Inercial é aquele que está em repouso ( vr = 0) ou está em movimento A B s x y z Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 9 retilíneo e uniforme (MRU) ( 0v ≠r ), ou seja, tem velocidade vetorial constante, ou seja, aceleração nula, livre de acelerações. Na prática não existe um Sistema Inercial Absoluto, mas dentro de um certo intervalo de tempo considerado, podemos adotá-los válidos. Repouso ou Movimento são conceitos relativos ao Sistema Referencial Inercial Adotado (SRIA). Não existe repouso ou movimento absolutos. Momentum e Energia são também relativos ao SRIA. São absolutos em um mesmo SRIA dentro da Física Clássica: Força (F) , Torque (M) , Momento Angular (L) , Impulso (I). Intervalo de tempo ( ∆t ), variação de espaço ( ∆s ), massa (m) sendo que na mecânica clássica são absolutos, mas na Mecânica Relativística Especial e Mecânica Relativística Geral alguns não o são. Podemos exemplificar alguns SRI: (a) um sistema referencial com origem na superfície da Terra, em um laboratório de medidas, que teria validade inercial para descrever um movimento com tempo de duração t << 24 h, (t muito menor que 24 h). A aproximação ocorre devido ao movimento acelerado de rotação da Terra em torno de si mesma, tendo uma velocidade em um ponto no equador, de 1782 km/h ou 0,5 km/s, na direção perpendicular ao raio da Terra e associada está esta velocidadecom a aceleração centrípeta ; b) um sistema de referência com origem no Centro da Terra, com um eixo apontando na direção perpendicular ao plano formado pelo movimento dos planetas em torno do Sol e os outros dois eixos no plano da eclíptica, ou seja, no plano de movimento dos planetas, um radial ao sol e o outro ortogonal. Pode assim descrever um movimento com o tempo de duração t << 365 dias, devido ao movimento de translação do planeta Terra em torno do Sol, com sua velocidade de 30 km/s ou 108.000 km/h, na direção aproximadamente perpendicular ao raio que liga Sol e Terra ; a) um sistema referencial com origem no centro do Sol, e apontando para 3 estrelas fixas em relação ao Sol, que formem um ângulo de 90º entre si. Deve-se saber que o Sol tem seu movimento em torno do centro da Galáxia; c) um sistema referencial com origem no centro da nossa Galáxia, a Via-Láctea, aglomerado estelar de 100 bilhões de estrelas e 106000 anos-luz de extensão, associada a um conjunto de 10 bilhões de galáxias no Universo, onde se teria, associada a ela, um eixo perpendicular ao plano das estrelas da Galáxia e dois no plano da Galáxia, direção radial ao seu Centro (Veja Apêndice 1). Tendo-se consciência que a Galáxia tem seu movimento relativo às outras Gálaxias. Sabemos assim que a Terra gira em torno de si mesma, e em torno do Sol. O Sol gira em torno da Galáxia, e a Galáxia tem seu movimento relativo à outra galáxia. Nada está parado no Universo, não se tendo, portanto, um ponto de referência absoluto. A Galáxia mais próxima da Via-Látea é a Galáxia de Andrômeda a 2,2 milhões de anos-luz da nossa. Assim se pode formar referenciais relativos, ou seja, válidos sob Sol z y x S S M V T J UM N P .. Terra y z x Terra Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 10 certos limites, mas não absolutos. Isso funciona desta forma, assim como todas as Verdades encontradas na Ciência, ou seja, não se tem verdades absolutas, mas apenas Verdades Relativas de Ponta, válidas dentro de determinados limites conscientes e estabelecidos e que poderão ser aperfeiçoadas e universalizadas no futuro. Mecânica Relativística Geral É importante que façamos uma observação neste instante, sobre a Mecânica Relativística Geral (Einstein, 1916), que estuda a Gravitação sob o aspecto geométrico. A teoria considera que o fenômeno da gravitação seja um encurvamento do espaço físico tridimensional para uma quarta dimensão. Isso ocorre na presença de uma grande massa no espaço físico tridimensional que encurva o espaço tridimensional para esta quarta dimensão de tal forma que as geodésicas naturais fazem com que os outros corpos próximos caiam para este corpo maior, devido a esta nova geometria do espaço que não percebemos a priori, mas que podemos calcular matematicamente e explicar os fenômenos gravitacionais ao redor. O que podemos imaginar, por analogia, seria uma cama com uma borracha plana esticada que se encurva, quando colocada no seu centro, uma grande massa, uma esfera de aço, por exemplo. Se colocarmos nas proximidades da grande esfera que encurva a borracha corpos menores como uma pequena esfera de aço pequena, por exemplo, na cama de borracha esticada e encurvada, estes caem para esta massa maior, seguindo sua geodésica de maior encurvamento. Ou se forem lançadas com uma velocidade lateral à grande esfera, entram em sua órbita se não houver atrito com a borracha em uma queda constante. Este exemplo, nos faz “enxergar” o encurvamento da segunda para a terceira dimensão, imaginemos com nossas pobres possibilidades de inteligência e sensibilidade biológica a transposição da terceira para a quarta dimensão. Neste caso, Einstein, partiu do pressuposto, para o desenvolvimento da teoria, de que a massa inercial e a massa gravitacional possuem valores idênticos. A massa inercial é aquela que aplicada à uma partícula uma força resultante (que caracteriza uma causa), aparece um efeito físico observável a esta partícula que é uma aceleração (efeito produzido, observado e medido), ou seja, uma variação de velocidade, sendo que o coeficiente que relaciona a causa F r e o efeito a r , é a massa inercial do corpo: amF i rr = . A massa gravitacional é aquela massa associada à força peso ou a força de campo gravitacional do local. Assim sendo, a força peso é igual ao produto da massa gravitacional mg pela aceleração gravitacional do local gag rr = . Assim ggg amF rr = ou gmP g rr = . Newton fez a menção a estas duas massas e disse não saber com precisão se eram idênticas. Einstein afirma serem iguais, o que foi confirmado e mantido pela experiência, ao longo dos 2 séculos após Newton. Neste caso, associemos a seguinte experiência de pensamento: estamos dentro de um elevador no espaço vazio, portanto, flutuamos sem direção de gravidade. Se o elevador passar a adquirir uma aceleração igual a g r no sentido inverso do piso do elevador, seremos lançados para o piso, por uma “força” de inércia, Sistema Referencial Acelerado, em relação ao elevador, e passaremos a sentir identicamente como se estivéssemos em um local de gravidade g r . Sendo assim, estarmos na superfície da Terra, convivendo com a gravidade, que seria identicamente o mesmo que estarmos na superfície do planeta sem gravidade e com o raio do planeta aumentando no tempo a uma razão: r = (g / 2) t2, ou seja, a superfície do planeta acelerada com aceleração g empurrando esta superfície para cima em direção aos nossos pés. Portanto, neste momento, podemos dizer que estamos vivendo em um sistema de referência não inercial, ou seja acelerado, na direção do eixo vertical, ou então, simplesmente que estamos num campo gravitacional na direção do eixo vertical, que é uma forma idêntica de interpretação teórica de um mesmo efeito físico. Não podemos diferenciar um modelo do outro, pois a massa inercial é idêntica à massa gravitacional. As duas interpretações seriam idênticas, portanto, não estamos livres dos sistemas não inerciais, apenas o estamos tratando através de outra interpretação, chamando-o de campo gravitacional. A Relatividade Geral estuda os movimentos, tratando a gravidade naturalmente e geometricamente como sistemas de referência não inerciais ou seja, acelerados e estabelece uma física para observação do universo a partir desses sistemas acelerados, não fazendo distinção de um ou de outro. A partir deles pode- se fazer modelos para o Universo em espaços curvos. 1.10 – Distâncias no Universo Conhecido Distâncias de objetos astrofísicos Distâncias baseadas na velocidade da luz Terra-Lua 1,27 segundos-luz Sol-Mercúrio 3,22 minutos-luz Sol-Vênus 6 minutos-luz Sol-Terra 8,33 minutos-luz Sol-Marte 12,7 minutos-luz Sol-Júpiter 43,3 minutos-luz Sol-Saturno 1,32 horas-luz Sol-Urano 2,65 horas-luz Sol-Netuno 4,17 horas-luz Sol-Plutão 5,46 horas-luz Sol-Eris 13,4 horas-luz Sol-Estrela mais próxima (α do Centauro) 4,3 anos-luz Sol-Centro da nossa Galáxia 23,3 mil anos-luz Raio do Núcleo da nossa Galáxia 10 mil anos-luz Diâmetro da nossa Galáxia 106 mil anos-luz Via Láctea à galáxia mais próxima Galáxia de Andrômeda 2,22 milhões anos-luz Galáxia mais longínqua observada 13 Bilhões de anos-luz Beirada Máxima do Universo calculada teoricamente 13,6 Bilhões anos-luz Número de estrelas na nossa Galáxia a Via Láctea ≈ 100 Bilhões Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 11 Número de Galáxias no Universo observável ≈ 10 Bilhões Apesar destas distâncias imensas e sabermos quão pequenos nos somos em todo esse espaço infindável que passamos a ter mais lucidez pouco a pouco, sabemosque ainda não conseguimos como seres humanos, atingir as profundezas do espaço nem interplanetário, muito menos interestelar, e menos ainda intergalático, com nossa física atual, mas sabemos, no entanto, que conseguimos penetrar com nossas mentes, nossas consciências, os conhecimentos deste espaço com nossas pesquisas, nossa curiosidade, nossa intuição, e continuaremos tentando e aperfeiçoando novas maneiras até atingirmos cada vez e cada vez mais. 1.11 – Algumas Variáveis Importantes da Mecânica, segundo o modelo de Newton 1) Inércia: (a) Inércia de Translação: Todo corpo tende a se manter em repouso ou com sua velocidade constante a não ser que uma força o tire deste estado. A massa m é uma medida desta Inércia de translação, que se transpõe entre a força atuante e a aceleração observada: MCR amF rr = . (b) Inércia de Rotação: Todo corpo tende a se manter sem rotação em torno de seu eixo ou em rotação com velocidade angular constante a não ser que um torque o tire deste estado. O Momento de Inércia I em torno do seu eixo é uma medida desta Inércia de Rotação α=τ rr IR . 2) Massa de um corpo (m) 1) massa inercial: é uma medida da inércia de translação de um corpo ; é uma medida da dificuldade de se tirar um corpo de seu estado de velocidade vetorial ( v r ) constante, que caracteriza: ou seu estado de repouso (v = const = 0) ou de seu movimento retilíneo e uniforme (MRU) (v = const ≠ 0); a/Fm i = . 2) massa gravitacional: é uma medida obtida através do peso do corpo, ou seja, sua tendência de queda no campo gravitacional da Terra: )k(s/m8,9g 2 rr −= ; associada ao peso e dada por mg = P / g. 3) massa como medida da quantidade de matéria de um corpo im onde ∑= imm ou ∫= dmm 3) Momento de Inércia: O momento de inércia ( I ) de um corpo rígido é uma medida da sua inércia de rotação, ou seja, associada a dificuldade de girá-lo em torno de um eixo definido. É uma medida da dificuldade de se produzir variação da velocidade angular ω r de um corpo em relação a um eixo de giro definido. 4) Momentum ou Quantidade de Movimento ou Momento Linear – produto da massa do corpo pelo seu vetor velocidade: vmp rr .= ∑ == MCiii vmvmp rrr Um corpo rígido que possui momento linear constante ou mesmo velocidade linear constante tem força resultante nula atuando sobre ele. 5) Força Resultante Soma de todas as forças externas ou de vínculo que atuam sobre o corpo, uma vez que a soma das forças internas de um corpo se anulam mutuamente. )fF(F ernasinti externas iR rrr ∑ += 0f ernasinti =∑ r ∑= externasiR FF rr =∑ iF r Força resultante – derivada do momentum ou variação do momento linear no tempo, ou o produto da massa de um corpo pela sua aceleração – regula a causa da mudança do estado de inércia de um corpo. a.m td vd m)vm( td dp dt dFR r r rrr ==== 6) Momento Angular Produto vetorial entre o vetor posição e o momentum do corpo – ou produto do momento de inércia e sua velocidade angular. Relata o estado momentâneo na qual se encontra em seu movimento de rotação em torno de outro corpo (momento angular orbital) ou em torno de si mesmo (momento angular spin): ii prL rrr ∧= ∑ ω= rr IL 7) Torque Resultante ou Momento de Força Resultante Soma dos Torques de todas as forças externas e Binários que atuam sobre o corpo. Representa fisicamente a tendência de mudança do seu estado de movimento angular uniforme em sua rotação. )( ernasinti externas iR τ+τ=τ ∑ rrr Corpo Discreto ou Corpo Contínuo: Descontínuo i 2 i mrI ∑= dmrI 2∫= Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 12 0ernasinti =τ∑ r ∑τ=τ externasiR rr = ∑ τi r =∑τ iFo r Podemos caracterizar o Torque (ou Momento de Força ou Binário ou Conjugado), como sendo a derivada do vetor Momento Angular, ou seja, a variação do Momento Angular da partícula ou do corpo rígido no tempo – regula a causa da mudança do estado de rotação do corpo rígido: ( ) α=ω=ω==τ r r r r r I td dII td d td Ld R FrL dt d rrrr ∧==τ 1.12 – Máquinas Simples a) Cunha Cunha: uma máquina simples análoga ao plano inclinado mas usado como alavanca. Constituído por um prisma triangular que tem como secção transversal um triângulo isóceles e é usada para alargar uma rachadura, vencendo as duas resistências e a medida que a fenda de abre ele garante que não se feche mais o que se abriu. Quanto menor o seu ângulo de ação maior a capacidade de penetrabilidade. A lâmina de um cutelo funciona como uma cunha muito afiada. São cunhas, a ponta de uma flecha indígena, uma faca, uma chave de fenda, um bisturi. Uma cunha abre fissuras e as alarga. Quanto mais afiada maior o seu poder de trabalho. Na atualidade o melhor bisturi, o mais fino, é o bisturi a laser, uma cunha eletromagnética, nenhuma supera a sua finura que chega a apenas separar as células sem as dilacerar, servindo para operações plásticas, pois facilita a recomposição sem cicatrizes. b) Plano Inclinado Plano Inclinado: reduz a força peso na razão do triângulo que reflete o ângulo de inclinação θ, na sua altura h (cateto oposto: op), sua base b (cateto adjacente) e hipotenusa. Na construção das grandes pirâmides, ou para elevar grandes pedras a grandes alturas, o plano inclinado foi e será uma máquina simples essencial. c) Alavanca Uma alavanca que gira em torno do seu fulcro O (fixo), ponto de rotação, onde em um de seus pontos é aplicada uma força de potência FP (força menor) em A, para se impor à força de resistência FR (força maior) em B. A razão entre estas duas forças FP/FR =b/a, está na razão inversa entre os braços da alavanca a e b e como a>b, assim FP < FR, o que garante o rendimento da alavanca. Exemplos de Alavancas: O (Fulcro) FR FP B A O a A B b FP FR b FR - a FP = 0 a b F F R P = Fulcro O aA B b FP FR a FP - b FR = 0 a b F F R P = Fulcro N Pn Pt P l h F F P P R Pt == b θ θ Pt = P sen θ = P ( h / l ) h Pn = P sen θ = N = P ( h / l ) FP h b l l FP FR FR A B S FP AB AS F F P R = Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 13 d) Roda A Roda possui a capacidade de ter o menor perímentro com o interior de maior área. É utilizada em superar o atrito de arrastamento, através da vantagem do rolamento. A concepção do conceito abstrato da roda não é um conceito tão simples como se pensa. A comunidade indígena por exemplo com linguagem e sociedade desconhece a descoberta da roda. Se desenrola suas aplicações associadas, em outras máquinas simples, como a roldana fixa, a roldana móvel, e a associação de rodas através de engrenagens e polias. e) Roldana Rodana fixa: é uma máquina que serve em primeiro lugar para mudar o sentido da força de resistência sem no entanto variar-se sua grandeza: FR = FP . Rodana móvel: reduz a força de potência a metade da força de resistência : FP = FR / 2 f) Engrenagens, Polias Interligadas, Rotações em um mesmo eixo Engrenagens e Polias Interligadas: reduz ou amplia a velocidade angular ω, a feqüência de rotação fR, a aceleração angular α, o espaço angular θ, a velocidade tangencial v r , a aceleração tangencial ta r , o espaço linear s. No caso das engrenagens as velocidades angulares de rotação ficam invertidas mas no caso das polias interligadas estas ficam no mesmo sentido. Engrenagens rA rB FR FP = FR / 2 O FR FP O Resistência Potência Fulcro Fulcro A Balança Potência ResistênciaB Fulcro Potência Alicate Resistência Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 14 Rotações de mesmo eixo e raios diferentes: exige esforços diferentes na relação inversa dos raios. g) Parafuso 1.13 - Mudança de Sistema de Referência Inercial Princípio da Relatividade (de Galileu) (reafirmado por Einstein na Teoria da Relatividade) : “ As Leis da Natureza são as mesmas se as medidas de suas grandezas físicas são feitas a partir de qualquer Sistema de Referência Inercial. ” ou “As leis da Física são as mesmas para observadores que estejam em qualquer Sistema de Referência Inercial.” Isto significa que não existe sistema referencial inercial privilegiado. Assim o que acontece se mudarmos de um Sistema de Referência Inercial para outro. Os Sistemas de Referência Inerciais são caracterizados pela propriedade terem suas velocidades constantes e acelerações nulas e de que nele valem as leis físicas, por exemplo: 1ª Lei da Dinâmica ou Lei de Galileu ou Lei da Inércia ou 1ª Lei de Newton: “Estando um corpo livre da ação de forças, ele se move mantendo seu momento linear constante.“ Por isso um corpo livre de Forças segue uma linha reta ou uma trajetória retilínea. Esta Lei não é válida para Sistemas Acelerados ou seja, Referenciais Não Inerciais. 2ª Lei da Dinâmica ou Princípio Fundamental da Dinâmica: “ A Força Resultante sobre um corpo é igual ao produto da sua massa pela sua aceleração.” ou “ A Força Resultante que age sobre um corpo é igual á variação do seu momento linear no tempo. “ No caso em que a massa do corpo não muda ao longo do seu movimento a Força resultante pode ser dada pelo produto de sua massa pela sua aceleração. A força resultante é a soma de todas as forças que agem sobre o corpo. ∑= = n 1i iR FF rr A força resultante é a causa do movimento e a aceleração é o efeito físico produzido no corpo. Quem intermedeia a relação entre causa e efeito, ou seja, força e aceleração é a massa, cujo valor se for grande produzirá um efeito pequeno e se for pequena, deixará transparecer um efeito grande. amFR rr = 3ª Lei da Dinâmica ou 3ª Lei de Newton ou Princípio da Ação e Reação: “ A toda Força de Ação corresponde a uma Força de Reação igual e contrária.” As forças somente existem aos pares, não existem forças isoladas na natureza. Forças de ação e reação nunca se equilibram, porque estão sempre aplicadas em corpos distintos, e não no mesmo corpo. Macaco de erguer carro usando parafusos.. FR FP < FR Mesmo eixo, mesma velocidade angular, raios diferentes, esforços de força diferentes. P R R P R R F F = Mesmo eixo, mesma velocidade angular, raios diferentes, esforços de força diferentes. rA rB Polias Interligadas Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 15 a) Grupo de Galileu para a relação entre Sistemas Inerciais: Consideremos um Sistema de Referência Inercial S’ com coordenadas ( x’ ; y’ ; z’ ), que possui velocidade v = vx em relação a outro Sistema de Referência Inercial S ( x ; y; z ). O Sistema de Referência S pode ser colocadas em função das coordenadas do Sistema de Referência S’, através das seguintes expressões das quais denominamos de Grupo de Galileu. onde =xv velocidade do Sistema de Referência S’ em relação ao Sistema de Referência S =u r velocidade da Partícula P em relação ao Sistema de Referência S ='u r velocidade da Partícula P em relação ao Sistema de Referência S’ Assim temos que dado que as velocidades relativas, são dadas por SSSPSP vuu '' rrr −= , temos: Equações de Transformação de Galileu: tvx'x −= y'y = z'z = Velocidades Relativas: vuu x'x −= y'y uu = z'z uu = As equações de Galileu, ou chamado Grupo de Galileu, para estabelecer a relação entre um Sistema Inercial e outro Sistema Inercial com velocidade vx , em relação ao primeiro, em que as leis da Física, devem permanecer válidas. b) Grupo de Lorentz Para a teoria da relatividade, uma vez que associado ao Princípio da Relatividade existe outro Princípio que é o Princípio da Constância da Velocidade da Luz, de que não existe na natureza velocidade superior à velocidade da luz no vácuo, c (de constante) ou seja, ela é a mesma, em qualquer sistema de referência, em qualquer direção (isotropicamente), sendo uma velocidade finita. As equações da relação entre dois sistemas inerciais de modificam para as chamadas equações de Lorentz ou Grupo de Lorentz: )/(1 ' 22 cv tvxx − − = y'y = z'z = 22 2 c/v1 x)c/v(t't − − = Velocidades: )/(1 ' 2cvu vu u x x x + − = )/(1 /1 ' 2 22 cvu cvu u x y y + − = )/(1 /1 ' 2 22 cvu cvu u x z z + − = 1.14 – A Hierarquia das Ciências e suas dificuldades Na Hierarquia da Ciências e na ordem de suas dificuldades, podemos dizer que a estrutura mais básica que permitiu o desenvolvimento de todas as Ciências, e que a partir dela todas crescem e se aperfeiçoam é a Linguagem Conceitual, que aperfeiçoa as Ciências e que as Ciências a aperfeiçoa a medida que uma depende da outra. A segunda grande linguagem de importância impar que introduz a noção de quantidades das maneiras mais sofisticadas são as Ciências Matemáticas. Sem ela o desenvolvimento estaria intensamente limitado. No entanto, a Matemática cresce a medida que as outras Ciências vão dependendo dela e pedindo o seu acesso e é desta forma que ambas entram em evolução. Tem sua aplicação prática na Física, na Biologia, na Engenharia, na Medicina, nas Ciências da Personalidade, na Psicologia, na Psiquiatria, na Administração, na Contabilidade, nos Negócios Financeiros, na Economia, nas Negociações, em praticamente todos os campos do conhecimento humano . Acima dos alicerces da Matemática, sendo mais complexa e que no seu desenvolvimento necessitou de todas as ferramentas da Matemáticas e que não bastando precisou no seu feedback desenvolve-la ainda mais, está a Ciência da Natureza, a Física, que se coloca sobre e dependente do desenvolvimento da Matemática. Ciência da Natureza da Matéria, a física na sua diversidade de manifestações, busca modelar os mecanismos do funcionamento da matéria, da antimatéria, da energia, da entropia, da mecânica, da astrofísica, da quântica, das particulas elementares, da hidrodinâmica, da ótica, do Eletromagnetismo, da Termodinâmica, da Teoria Cinética, da Relatividade, da Gravitação, do Núcleo Atômico, da Química, da Biologia, dos Materiais, da Teoria de Campos, do Universo e de todas as z x z’ u r xvv = x’ P S S’ u r ’ - v r x y y’ y y’ x’ Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 16 manifestações correlatas. Tem como aplicações tecnológicas, as Engenharias: Mecânica, Elétrica, Civil, Materiais, Produção, Química, Têxtil, Mecatrônica, etc. Acima da Física e mais complexa que esta, e no entanto menos desenvolvida, está a Biologia que depende das duas primeiras e do seu desenvolvimento, para sobreviver e se aperfeiçoar, tendo que ir inclusive buscar apoio para suas particularidades que não existem como objeto de pesquisa, aprioristicamente nas anteriores. A Biologia depende do ferramental da Linguagem, da Matemática e da Física. Tem como aplicação prática as variadas áreas da Medicina, etc. Na hierarquia de sequência e fundamentação, nos alicerces da Linguagem, Matemática, Física e Biologia, temos as Ciências da Personalidade, extremamente complexa e dependente das anteriores, entrando em intersecção com ocampo da Neurociências, das substâncias hormonais, das Energias, mas tendo como objeto outros estudos em seus paradígmas especialicimos, como a necessidade de estudar as Emoções, o Sentimentos, o Pensamento, a Vontade, a Consciência. Tem como Ciências de Aplicação, a Psicologia, a Filosofia, a Advocacia, a Medicina Psiquiátrica, as Ciências Sociais. . Ciências Matemáticas Ciências Físicas Ciências da Personalidade Ciências da Coletividade de Personalidades Ciências Biológicas Linguagens Conceituais Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 Cap. 1 17 Outra das Ciências dependente das anteriores e ainda mais complexa é a Ciência da Coletividade de Consciências. É a menos desenvolvida, de menor profundidade, mas no entanto de maior abrangência no futuro. Suas aplicações práticas estão nas Ciências Sociais, Ciências Políticas, Ciências da Saúde, Diplomacia, Didática, Relações Internacionais, Ciências Jurídicas de Coletidades, Convivialidades, Religiões, Universidades, Metrópolis, Filosofia. Podemos representar graficamente o desenvolvimento destas relações e ciências, aproximadamente como no diagrama dado. A Ciências irão estendendo-se nas laterais a medida que as outras Ciências forem se autocompreendendo-se e entendendo suas inter-relações, indo buscar parâmetros e modelos necessários. A matemática poderá assim, aumentar a sua altura de profundidade e sua largura de extensão de idéias e aplicabilidades. O mesmo ocorrerá com as outras Ciências que irão a sua largura e altura a medida que souberem buscar nos alicerces os paradígmas e princípios necessários a sua própria evolução. Portanto, o mesmo ocorrerá com a Física, a Biologia, as Ciências da Personalidade e as Ciências das Coletividade de Personalidades. A matemática irá se estendendo nas laterais a medida que as outras Ciências forem se autocompreendendo e entendendo a importância da aplicação da Matemática em seus paradígmas, vindo buscar nela parâmetros e modelos necessários. A matemática poderá assim, aumentar a sua altura de profundidade e sua largura de extensão de idéias e aplicabilidades. O mesmo ocorrerá com as outras Ciências que irão a sua largura e altura a medida que souberem buscar nos alicerces os paradígmas e princípios necessários a sua própria evolução. Portanto, o mesmo ocorrerá com a Física, a Biologia, as Ciências da Personalidade e as Ciências das Coletividade de Personalidades. 1.15 – Resumo do Capítulo 1 1. Definição de Mecânica: Estuda os estados de movimento ou de repouso dos corpo físicos. Subdivide-se em: 1) Estática – estuda a inércia a) inércia de tranlação : todo corpo tende a permanecer em repouso ou MRU a não ser que uma força o tire deste estado. b) inércia de rotação : todo corpo tende a se manter sem rotação ou em rotação uniforme a não ser que um torque o tire deste estado . 2) Dinâmica - Estuda o movimento dos corpos. a) Cinemática - Estuda os fenômenos físicos observáveis do movimento (s, t, v, a). b) Dinâmica ou Cinética – Estuda os modelos ou teorias que explicariam as causas dos efeitos físicos observáveis da cinemática (F, τ, I, p, Iθ ,L, E, τ). 2. Principais Variáveis da Natureza: Energia Entropia Momentos Lineares Momentos Angulares Matéria Antimatéria Espaço Tempo Massa Cargas Elétricas Temperatura Campos Matéria Orgânica Organizações Biológicas Informação Sentimento Pensamento Vontade Imaginação Consciência 3. Princípios de Conservação (Simetrias da Natureza) Princípio de Conservação de Energia (simetria no tempo) Princípio de Conservação de Momentum (simetria no espaço linear) Princípio de Conservação de Momento Angular (simetria no espaço angular) Princípio de Conservação de Carga Elétrica Principio de Conservação de Matéria Princípio de Conservação de Matéria-Energia, etc. 4 - Partícula, Sistema de Partículas, Corpo Rígido e Sistemas de Corpos Rígidos: Partícula : (a) massa não desprezível (b) dimensões desprezíveis (2) Corpo Rígido: (a) a distância entre dois pontos quaisquer (AB) é fixa ; (b) Dimensões não desprezíveis. (3) Sistemas de partículas ( gás) (4) Sistema de Corpos Rígidos 5 – Movimentos de Translação, de Rotação e Movimento Geral: Translação: direção de ligação entre dois pontos quaisquer AB do corpo, não varia ao longo do movimento. Rotação: direção AB, qualquer, de ligação entre dois pontos do corpo varia a sua direção, girando em torno de um eixo perpendicular fixo. Geral: translação e rotação. 6 – Centro de Massa: ∑ ∑ = i ii C m mr r M r r ; ∫ ∫= dm dmr r MC r r Centróide: Baricentro: 7 - Simplificações produzidas peloCentro de Massa (CM): O Centro de Massa de um Sistema de Partículas, é o ponto que se pode estudar, como se nele estivesse concentrado, toda a dinâmica (estado de movimento não inercial) ou estática (estado de movimento inercial ou repouso), do movimento de translação de um corpo. ∑ ∑= i ii C V Vr r V r r ∑ ∑= i ii C A Ar r A r r ∑ ∑= i ii C L Lr r L r r ∫ ∫= dV dVr r VC r r ∫ ∫= dA dAr r AC r r ∫ ∫= dA dAr r VC r r ∑ ∑= i ii C P Pr r G r r ∫ ∫= dP dPr r GC r r CMiiCM vmvmp rrr == ∑ Cap. 1 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza-Capítulo 1 - Conceitos Fundamentais - 10ª Edição - 2008 18 8 – Dimensões: Dimensão zero: o ponto : s=0 Dimensão um: a reta : Dimensão 1,4: linha curva Dimensão dois: plano: dois eixos ortogonais Dimensão 2,6: plano encurvado Dimensão 3: espaço: 3 eixos ortogonais Dimensão 3,2: espaço curvo Dimensão 4: Dimensão N 9 - Sistemas de Referência: Sistema de Referência Inercial (SRI): As leis da Física Clássica são descritas e são válidas em qualquer Sistema de Referencia Inercial. O Sistema Referencial Inercial é aquele que não está acelerado. Não existe um Sistema Inercial Absoluto, mas dentro de um certo intervalo de tempo considerado, na prática, podemos adotá-los válidos. 10 – Distâncias no Universo conhecido Distâncias de objetos astrofísicos Distâncias baseadas na velocidade da luz Terra-Lua 1,27 segundos-luz Sol-Mercúrio 3,22 minutos-luz Sol-Vênus 6 minutos-luz Sol-Terra 8,33 minutos-luz Sol-Marte 12,7 minutos-luz Sol-Júpiter 43,3 minutos-luz Sol-Saturno 1,32 horas-luz Sol-Urano 2,65 horas-luz Sol-Netuno 4,17 horas-luz Sol-Plutão 5,46 horas-luz Sol-Eris 13,4 horas-luz Sol-α-Centauro 4,3 anos-luz Sol-Centro Galáxia 23,3 mil anos-luz Raio da Galáxia10 mil anos-luz Diâmetro da Galáxia 106 mil anos-luz Via Láctea -Andrômeda 2,22 milhões anos-luz Galáxia longínqua 13 Bilhões de anos-luz Beirada do Universo 13,6 Bilhões anos-luz Estrelas na Galáxia ≈ 100 Bilhões Número de Galáxias ≈ 10 Bilhões 11 - Variáveis Fundamentais: 1) Inércia 2) Massa 3) Momento de Inércia 4) Momentum: 5) Força Resultante 6) Momento Angular 7) Torque Resultante ou Momento Resultante: 12 – Máquinas Simples: 1) Cunha 2) Plano Inclinado 3) Alavanca 4) Roda 5) Roldana 6) Engrenagens, Polias Interligadas 7) Parafuso 13 - Mudança de Sistema de Referência Inercial: Princípio da Relatividade: “As leis da Física são as mesmas para observadores que estejam em qualquer Sistema de Referência Inercial.” 1ª Lei da Dinâmica ou Lei de Galileu ou Princípio da Inércia ou 1ª Lei de Newton: “Um corpo permanece em repouso ou MRU a não ser que uma força o tire deste estado de inércia.“ 2ª Lei da Dinâmica ou 2ª Lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica: “ A Força Resultante sobre um corpo é igual ao produto da massa pela aceleração.” 3ª Lei da Dinâmica ou 3ª Lei de Newton ou Princípio da Ação e Reação: “ A toda Força de Ação corresponde a uma Força de Reação igual e contrária.” Grupo de Galileu: x ’ = x - vx t ; y ’ = y ; z ’ = z ; t ’ = t Grupo de Lorentz: x ’ = )c/v( tvx 221 − − ; y ’ = y ; z ’ = z ; t ’ = 22 2 1 c/v )c/v(xt − − ; Para altas velocidades. 14 – Hierarquia das Ciências e suas dificuldades Ciências Matemáticas Ciências Físicas Ciências da Personalidade Ciências da Coletividade de Personalidades Ciências Biológicas Linguagens Conceituais O CMiiR amamF rrr == ∑ ω=∧= ∑ rrrr IvmrL iiiR α=∧=τ ∑ rrrr IFr iiR 2xs ∆= 22 yxs ∆+∆= 2222 wzyxs ∆+∆+∆+∆= 222 zyxs ∆+∆+∆= Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª Edição - 2008 Cap. 2 19 2.1 - Definição e Projeção de Vetores Definição: Vetores são grandezas matemáticas utilizados para representações físicas de uma grandeza, que possuem, além da intensidade, também direção e sentido no espaço físico. Um vetor tem uma origem (A) e uma extremidade (B). Se a grandeza física que atua no corpo tiver de representar outras características, além das três coordenadas, atuando em outros setores do corpo físico, como tensão, tração, pressão, densidade e formato do corpo caracterizará outros espaços adicionais e então só poderá ser representado através de um tensor. O vetor é um caso particular de tensor. Representação de um vetor no espaço tridimensional. Em um Sistema de Coordenadas Cartesiano ou Retangular o vetor F r pode ser escrito como combinação linear de seus eixos coordenados que são ortogonais e linearmente independentes ( L.I. ): )kcosjcosi(cosFˆFF zyx rrrr θ+θ+θ=λ= onde λ̂ é o versor ou vetor unitário que fornece a direção e sentido do vetor F r . O versor é composto pelos cossenos diretores, ou seja, que dão a direção do vetor F. onde θx , θy e θz são os ângulos diretores do vetor, ou seja, o ângulo que o vetor faz com cada eixo coordenado com na figura: kcosFjcosFicosFF zyx rrrr θ+θ+θ= Os cossenos diretores compõem o versor do vetor F: kji zyx rrr θ+θ+θ=λ coscoscosˆ Como :1=λ r 1coscoscos 222 =θ+θ+θ zyx Conhecendo-se os ângulos diretores θx , θy e θz, o vetor F r pode ser escrito através de suas projeções nos eixos. O vetor posição da força em relação à origem O do sistema de coordenadas é representada pela posição de qualquer ponto da linha de ação das forças em relação a O. Podemos representá-lo em qualquer sistema de referência, como uma diferença de pontos: OAr −= r ou OPr −= r , ou ODr −= r No sistema de coordenadas cartesianas: k)zz(j)yy(i)xx(r OAOAOA rrrr −+−+−= θy O ≡A F r z x y B θx θ=θz Fy Fx Fz ϕ extremidade B origem A vetor F r FF = r = intensidade do vetor z x y O A B λ̂ λ̂ C r r ___________________________________________________________ Capítulo 2 Vetores ___________________________________________________________ D 20 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª Edição - 2008 Cap. 2 O versor λ̂ que indica a direção do vetor F pode ser obtido pela razão entre a diferença entre pontos que estão na mesma linha de ação da força fazendo o sentido como o ponto da extremidade do vetor menos a origem do vetor, sobre o módulo desta diferença. AD AD F Fˆ − − ==λ r r D – A = coordenadas do ponto D menos do ponto A (extremidade menos origem). k)zz(j)yy(i)xx(AD ADADAD rrr −+−+−=− 2 AD 2 AD 2 AD )zz()yy()xx(AD −+−+−==− l Em coordenadas cartesianas ou retangulares os pontos possuem suas três coordenadas: D ≡ ( xD ; yD ; zD ) A ≡ ( xA ; yA ; zA ) ; D – A = ( xD – xA ; yD – yA ; zD – zA ) kFjFiFF zyx rrrr ++= 222 zyx FFFF ++= kcosjcosicosk F Fj F F i F F F Fˆ zyx zyx rrrrrr r θ+θ+θ=++==λ Cossenos diretores e ângulos diretores com os eixos coordenados, dados por: F Fcos xx =θ ⇒ F Fcosarc xx =θ F F cos yy =θ ⇒ F F cosarc yy =θ F Fcos zz =θ ⇒ F Fcosarc zz =θ kcosFjcosFicosFF zyx rrrr θ+θ+θ= Outra forma de escrever o vetor F seria utilizando o módulo de F e os ângulos das coordenadas esféricas θ=θz e ϕ da figura acima: kFjsenFiFF rrrr θ+ϕθ+ϕθ= coscoscoscos No plano: No caso de um vetor bidimensional sua combinação linear será em função apenas de 2 versores jei rr : jFiFF yx rrr += jFiFF yx rrr θ+θ== coscos ji yx rr θ+θ=λ coscosˆ 1coscos 22 =θ+θ yx onde : Fx = F cos θx = F sen θy e Fy = F sen θy = F cos θx Observe que para se projetar o vetor sobre um eixo multiplica-se o módulo do vetor pelo: (a) cosseno do ângulo que está “em baixo” do vetor quando ele se projeta, ou seja, o ãngulo entre o vetor e sua projeção; (b) ou então pelo seno do ângulo que esta nas “costas” do vetor de onde ele vai se projetar, ou seja, o seno do ângulo que está entre o vetor e o eixo que está a 90° do eixo onde ele se projeta. O módulo do vetor é dado por: 22 yx FFFF +== r e seus ângulos diretores são: x y x F F arctg=θ Fx = F cos θx Fy =F cos θy θx θy F x y (a) (a) para projetar multiplica-se o módulo do vetor F pelo cosseno do ângulo que está entre o vetor e o local onde ele vai se projetar . y x O F r Fx Fy θx θy Fx = F sen θy Fy = F sen θx F x y (b) (b) para projetar multiplica-se o módulo do vetor F pelo seno do ângulo que está entre o vetor e o eixo a 90° de onde ele vai se projetar. θy θx Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª Edição - 2008 Cap. 2 21 y x y F Farctg=θ Desta forma um vetor F r têm as 3 características gerais importantes: a) Módulo ou Intensidade ou Tamanho do vetor: F r onde no exemplo abaixo é igual a 4,5 unidades de medida b) Direção : a direção é designada indicando o ângulo que o vetor faz com a horizontal. Uma direção tem dois sentidos c) Sentido: dada uma direção, dela resultam dois sentidos: diagonal para cima ou diagonal para baixo. De forma geral, a direção e sentido se designam com o ângulo α (0 ≤ α ≤ 360º) que o vetor faz com a horizontal ou eixo x. 2.2 - Sistemas de Coordenadas Um vetor pode ser colocado em Sistemas de Coordenadas distintos, mas antes disso vamos definir de forma rápida o que chamamosde Propriedades das Transformações Ortogonais. Um Sistema de Coordenadas serve para descrever um Sistema Referencial. 2.1.1 – Transformações Ortogonais: Sendo 21 ê,ê dois versores (vetores unitários) perpendiculares entre si e 21 'ê,'ê dois outros do mesmo plano. Como cada conjunto forma uma base, cada um pode ser posto como combinação linear do outro: 2121111 êaêa'ê += 2221212 êaêa'ê += o que podemos escrever de forma reduzida como: ∑ = = 2 1j jiji êa'ê ou considerando que sempre há soma para índices repetidos, podemos escrever considerando que i, j = 1, 2: jiji êa'ê = como são perpendiculares, o produto escalar de um pelo outro (distinto) é nulo e o produto escalar por si mesmo é unitário: 0)ˆˆ()ˆˆ('ˆ'ˆ 22212121211121 =++= eaeaeaeaee 0aaaa'ê.'ê 2212211121 =+= (I) 1)êaêa(.)êaêa('ê.'ê 21211121211111 =++= 1aa'ê.'ê 12211211 =+= (II) 1)êaêa(.)êaêa('ê.'ê 22212122212122 =++= 1aa'ê.'ê 22221222 =+= (III) Portanto temos das transformações ortogonais como resultado a relação de seus coeficientes:: 0aaaa 22122111 =+ (I) 1aa 122112 =+ (II) 1aa 222212 =+ (III) As expressões (I) , (II) e (III) são chamadas de condições de ortogonalidade pois elas garantem que os versores dados são unitários e ortogonais. Usando matrizes podemos perceber que estas propriedade de ortogonalidade, garantem que a 1ê 2ê 1'ê 2'ê Diagonal para cima α Diagonal para baixo α 0 1 2 3 4 5 λ̂ λ̂ = versor = vetor unitário = indica a direção do vetor e tem módulo de uma unidade (1 m, 1 km, ...) ou (1 N, 1 kN) etc. F r λ= ˆFF r = 4,5 λ̂ α ou α α-180° α ≤ 180º β ≥ 180º = α + 180 α-180° < 0° 22 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª Edição - 2008 Cap. 2 matriz inversa seja a própria transposta, facilitando a relação: ii eA'e = que representa ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ =⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ 2 1 2221 1211 2 1 ê ê aa aa 'ê 'ê onde ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡= 2212 2111 2221 1211 aa aa aa aaAA t ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡== ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ++ ++= 10 01 22 2 21 2 12221121 2212211112 2 11 2 IAA aaaaaa aaaaaaAA t t onde os termos da matriz fornecem resultados idênticos aos das condições de ortogonalidade (I) , (II) e (III) acima, e portanto 1t AA −= , assim: ii eA'e = i t i t eAA'eA = i t i 'eAe = “Para transformações ortogonais, as matrizes de transformação inversa A-1 são realizadas pelas matrizes de transformação transposta A t , uma vez que em transformações ortogonais: A -1 = A t ” . a) Sistema de Coordenadas Cartesianas ou Retangulares Com Coordenadas ( x ; y ; z ) ou ( x1 ; x2 ; x3) a Base de Versores Unitários será ( )zyx eee ˆ;ˆ;ˆ ou ( )321 xxx eee ˆ;ˆ;ˆ ou ( )k̂;ĵ;î ou ( )k;j;i rrr , assim: k̂zĵyîxr ++= r Vetor Posição em coordenadas retangulares: kzjyixr rrrr ++= Vetor Deslocamento infinitesimal : kdzjdyidxrd rrrr ++= Espaço elementar: 222 dzdydxds ++= Volume elementar: dV = dx dy dz Áreas elementares: dσz = dx dy dσy = dx dz dσx = dy dz Vetor Velocidade : kvjvivk td zdj td ydi td xd td rdrv zyx rrrrrrr &rr ++=++=== Vetor Aceleração: k td zdj td ydi td xd dt rdr td vdva 2 2 2 2 2 2 2 2 rrrr&&r r &rr ++===== kajaiak td vdj td vd i td vda zyxz yx rrrrrrr ++=++= O operador matemático del ou nabla é k z j y i x rrr ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ É um operador que denota uma característica de medida de uma variação vetorial. Se aplicado a um escalar se transforma em um vetor denominado gradiente que indica a direção de maior crescimento do mapeamento escalar. Se x y r r kzjyixr rrrr ++= x z y Coordenadas cartesianas ou retangulares: P ≡ ( x , y , z ) P O z k r j r i r z ρ x z Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª Edição - 2008 Cap. 2 23 aplicado a um vetor através de um produto escalar, se transforma em um escalar que fornece uma proporcionalidade com as fontes de origem da divergência do vetor. Se aplicado a um vetor através de um produto vetorial, se transforma em um vetor que fornece as fontes de rotação desse vetor. O Gradiente de uma função escalar f = f ( x, y, z ), a transforma em um vetor que aponta sempre no sentido de maior crescimento dessa função: k z fj y fi x fffgrad rrr ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇= O Gradiente mede a taxa vetorial de máxima variação da função f , apontando sempre nesta direção de sua máxima variação de crescimento, em cada ponto. O Divergente de uma função vetorial kAjAiAA zyx rrrr ++= , fornece um escalar da qual é proporcional à fonte que origina a divergência do vetor: z A y A x AAAdiv zyx ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =⋅∇= rr Se o divergente for negativo, significa que o vetor A r esta convergindo para a fonte, se positivo ele diverge da fonte. O divergente do vetor A r , é proporcional à intensidade da fonte que o produz. O Rotacional de uma função vetorial kAjAiAA zyx rrrr ++= , quando diferente de zero, mostra quais fontes dão origem à rotacionalidade desse vetor. Isto significa também que tal campo gerado de rotacional diferente de zero, gera ao atuar a dissipação de energias no espaço. Sendo igual zero, o rotacional de um campo A r , isto trás a indicação de que este campo se caracteriza por ser conservativo, ou seja, ele deriva de uma função escalar dependente e variável com os pontos ou posições no espaço, uma função que só depende de cada ponto e assim denominada de função potencial V. Desta forma este campo não dissipa energia pelo espaço e se caracteriza como: rot A r = 0 então A r = grad V Calcula-se o rotacional de um campo A r como: ⎟⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∧∇= zyx AAA zyx kji AArot rrr rr k y A x A j x A z A i z A y AA xy zx yz r r rr ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ + +⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ + +⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ =∧∇ O Laplaciano de uma função escalar ou o divergente do gradiente é definido como: 2 2 2 2 2 2 2 z f y f x ffffgraddivflap ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇=∇⋅∇== O Dalambertiano de uma função escalar: 2 2 22 2 2 2 2 2 t f v 1 z f y f x fffdal ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =Π= O Laplaciano de um vetor: ( ) ( ) ( )kAjAiAA z2y2x22 rrrr ∇+∇+∇=∇ Teorema de Gauss ou Teorema da Divergência: “Pode-se transformar uma integral do fluxo de um vetor A através de uma superfície (área) fechada S ( integral ao longo de toda a superfície fechada S, do vetor A r , feito seu produto escalar com os versores normais n̂ à superfície e que saem da superfície), em uma integral de volume desta superfície fechada do divergente do vetor.” ou “O fluxo do vetor A r através de uma superfície fechada S é igual à integral do divergente de A r ao longo do volume V interno à superfície S.“ ∫∫ =⋅ VS dVAdivdSnA rr ˆ Teorema de Stokes ou Teorema do Rotacional: “Pode-se transformar uma integral de linha fechada (ou circuitação de um vetor ao longo de n̂n̂ V S n̂ n̂ 24 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 2 - Vetores - 10ª
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