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Organização do Estado e dos Poderes

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DOS PODERES 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Sumário 
1 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............. 4 
2 - A FEDERAÇÃO ...................................................................................... 6 
2.1 - Características da federação ............................................................... 6 
2.2 - Classificação das federações .............................................................. 9 
3 - A FEDERAÇÃO BRASILEIRA .............................................................. 11 
3.1 - União.................................................................................................. 12 
3.2- Estados ............................................................................................... 12 
3.3 - Distrito Federal ................................................................................... 18 
3.4 - Municípios .......................................................................................... 20 
3.5- Territórios Federais ............................................................................. 24 
4- ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO ............................. 26 
4.1- Formação dos Estados ....................................................................... 26 
4.2- Formação dos Municípios ................................................................... 29 
5 - VEDAÇÕES FEDERATIVAS ................................................................ 30 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
 
 
1 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado são o 
território, o povo e o governo soberano. O território é a dimensão física sobre a qual 
o Estado exerce seus poderes; é o domínio espacial (material) onde vigora uma 
determinada ordem jurídica estatal. O povo é a dimensão pessoal do Estado, são os 
seus nacionais. O governo, por sua vez, é a dimensão política; ele deve ser 
soberano, isto é, sua vontade não se subordina a nenhum outro poder, seja no 
plano interno ou no plano internacional. 
Sintetizando o conceito de Estado, Manoel Gonçalves Ferreira Filho afirma que 
 
o Estado é uma associação humana (povo), radicada em base espacial 
(território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita 
a qualquer outra (soberana). 
 
Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto é, existem diferentes 
formas de Estado. Forma de estado, ressalte-se, é a maneira pela qual o poder está 
distribuído no interior do Estado; em outras palavras, ela ilustra a distribuição 
territorial do poder. Assim, os Estados podem ser classificados em: 
 
 Estado unitário: Nesse tipo de Estado, o poder político está territorialmente 
centralizado. Existe, aqui, a centralização política do poder. O poder está 
centralizado em um núcleo estatal único, do qual se irradiam todas as 
decisões; no Estado unitário, só existe um centro produtor de normas. Um 
exemplo de Estado unitário é Portugal. O Brasil, até a promulgação da 
Constituição de 1891, também foi um Estado unitário. 
 
Para que se possa ter governabilidade, admite-se, no Estado unitário, a 
descentralização administrativa. É o que se chama de Estado unitário 
descentralizado administrativamente. Nesse tipo de Estado, mantém-se a 
 
 
 
 
 
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centralização política, mas a execução dos serviços públicos e das políticas públicas 
é descentralizada. 
 
Parte da doutrina reconhece, ainda, os chamados Estados regionais, dos quais 
seriam exemplos Itália e Espanha. Estes seriam um modelo intermediário entre o 
Estado unitário e o Estado federal. Neles, além da descentralização administrativa, 
parcela do poder político também é descentralizada. São estados unitários 
descentralizados administrativa e politicamente. 
 
 Estado federal: Nesse tipo de Estado, o poder político está territorialmente 
descentralizado. Há várias pessoas jurídicas com capacidade política, cada 
uma delas dotada de autonomia política. São vários os centros produtores de 
normas, permitindo-nos afirmar que, no Estado federal, existe uma 
pluralidade de ordenamentos jurídicos. 
 
O Brasil é um exemplo de Estado federal, possuindo como entes federativos a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Todos eles são dotados de 
autonomia política, que lhes é garantida pela Constituição Federal. Mais à frente, 
veremos em detalhes as características de uma federação. 
Não se pode confundir a federação com a confederação. 
 
Na federação, há uma união indissolúvel de entes autônomos, que tem como 
fundamento uma Constituição, a qual consagra e protege o pacto federativo contra 
violações. Assim, a federação não pode ser desmantelada: não há direito de 
secessão. 
 
A confederação não é uma forma de estado propriamente dita, mas sim uma 
reunião de Estados soberanos. O vínculo é estabelecido entre esses Estados 
soberanos com base em um tratado internacional, o qual pode ser denunciado 
(dissolvido). Ao contrário da federação, portanto, a confederação se forma a partir 
de um vínculo dissolúvel. A confederação é uma referência histórica, pois não existe 
 
 
 
 
 
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nenhuma atualmente. Historicamente, cita-se como exemplo de Confederação os 
EUA, entre os anos de 1781 a 1787. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 - A FEDERAÇÃO 
2.1 - Características da federação 
 
A federação, conforme já mencionado, tem como característica central, a 
descentralização do poder político. Os entes federativos são dotados de autonomia 
política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões: 
 Auto-organização: Os entes federativos têm competência para se auto-
organizar. Os estados se auto-organizam por meio da elaboração das 
Constituições Estaduais, exercitando o Poder Constituinte Derivado 
Decorrente. Os municípios também se auto-organizam, por meio da 
elaboração das suas Leis Orgânicas. O Prof. Paulo Gonet chama o poder de 
auto-organização dos estados de capacidade de autoconstituição. 
 
 Autolegislação: Muitos autores entendem que a capacidade de 
autolegislação estaria compreendida dentro da capacidade de auto-
organização. No entanto, podemos considerá-la uma capacidade diferente. 
 
 
 
 
 
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Autolegislação é a capacidade de os entes federativos editarem suas 
próprias leis. Em razão dessa característica é que podemos dizer que, numa 
federação, há diferentes centros produtores de normas e, em consequência, 
pluralidade deordenamentos jurídicos. 
 
 Autoadministração: É o poder que os entes federativos têm para exercer 
suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária. Assim, 
os entes federativos elaboram seus próprios orçamentos, arrecadam seus 
próprios tributos e executam políticas públicas, dentro da esfera de atuação 
de cada um, segundo a repartição constitucional de competências. 
 
 Autogoverno: Os entes federativos têm poder para eleger seus próprios 
representantes. É com base nessa capacidade que os Estados elegem seus 
Governadores e os municípios, os seus Prefeitos. 
 
Os Estados se organizam sob a forma de uma federação por razões geográficas e 
culturais. Com efeito, um Estado com território muito extenso possui, normalmente, 
grandes diferenças culturais e de desenvolvimento, o que exige uma atuação estatal 
que não esteja preocupada somente com os anseios nacionais (do todo), mas 
também com as idiossincrasias (peculiaridades) locais. 
 
Dessa forma, o estabelecimento de um Estado Federal tem como ponto de partida 
uma decisão do Poder Constituinte. É a Constituição, afinal, que estabelecerá o 
pacto federativo e criará mecanismos tendentes a protegê-lo. Na CF/88, essa 
decisão política se revela logo no art. 1º, caput, que dispõe que a República 
Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, 
 
Pode-se afirmar que uma federação deve possuir as seguintes características: 
 
 Repartição constitucional de competências: Para que a ação estatal seja 
o mais eficaz possível, cada ente federativo é dotado de uma gama de 
 
 
 
 
 
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atribuições que lhe são próprias. A repartição de competências entre os entes 
federativos é definida pela Constituição. 
Ressalte-se que, no Estado Federal, existe também uma repartição de rendas. 
Nesse sentido, a CF/88 estabelece regras sobre o repasse aos Estados e 
Municípios de receitas oriundas dos impostos federais. Segundo a doutrina, há que 
existir um equilíbrio entre competências e rendas, de modo que não seria possível 
aos entes federativos executar suas atribuições sem recursos financeiros suficientes 
para tanto. 
 
 Indissolubilidade do vínculo federativo: Em uma federação, não existe 
direito de secessão; em outras palavras, os entes federativos estão ligados 
por um vínculo indissolúvel. 
 
 Nacionalidade única: Os cidadãos dos estados da federação possuem uma 
nacionalidade única; não há nacionalidades parciais, Aquele que nasce em 
Minas Gerais, São Paulo ou Pernambuco terá a nacionalidade brasileira. 
 
 Rigidez constitucional: Em um Estado Federal, é necessário que exista 
uma Constituição escrita e rígida, que proteja o pacto federativo. Isso decorre 
do fato de que é a Constituição que estabelece o funcionamento da 
federação e, logo, somente poderá ser modificada por um procedimento mais 
dificultoso e solene. Ressalte-se que, no Brasil, o princípio federativo é uma 
cláusula pétrea e, portanto, não pode ser objeto de deliberação emenda 
constitucional que tenda a aboli-lo. 
 
Como decorrência da rigidez constitucional, existirá em um Estado federal um 
mecanismo de controle de constitucionalidade das leis. Com isso, busca-se evitar 
que um ente federativo invada a esfera de competência de outro. 
 
 Existência de mecanismo de intervenção: não há direito de secessão em 
uma federação. Assim, atos que contrariem o pacto federativo darão ensejo à 
utilização dos mecanismos de intervenção (intervenção federal ou estadual, 
 
 
 
 
 
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dependendo do caso). Por meio desse mecanismo, fica suprimida, 
temporariamente, a autonomia política de um ente federativo. 
 
 Existência de um Tribunal Federativo: É necessário que exista um Tribunal 
com a competência para solucionar litígios envolvendo os entes federativos. 
No Brasil, o STF atua como Tribunal Federativo ao processar e julgar, 
originariamente, as causas e os conflitos entre a União e os Estados ou entre 
os Estados. Cabe destacar que, no Brasil, o STF não julga os conflitos 
envolvendo Municípios. 
 
 Participação dos entes federativos na formação da vontade nacional: 
Nas federações, deve existir um órgão legislativo representante dos poderes 
regionais. No Brasil, esse órgão é o Senado Federal, que representa os 
Estados e o Distrito Federal. Destaque-se que, na federação brasileira, os 
Municípios não participam da vontade nacional. 
 
2.2 - Classificação das federações 
 
Não existe homogeneidade entre as federações; ao contrário, cada uma delas 
possui características peculiares. Isso levou a doutrina a estabelecer diferentes 
classificações para as federações: 
 Quanto à origem: As federações podem ser formadas por agregação ou por 
segregação (desagregação). 
No federalismo por agregação, a formação do Estado federal ocorre a partir da 
reunião de Estados soberanos que o preexistiam. Exemplo histórico desse tipo de 
federação são os EUA, que se formaram a partir da reunião das 13 Colônias. Diz-se 
que, nesse caso, houve um movimento centrípeto (direcionado ao centro). 
No federalismo por segregação, um Estado que antes era unitário se descentraliza 
politicamente. Um exemplo desse tipo de federação é o próprio Brasil. Até 1891, o 
Brasil era um Estado unitário. Com a Constituição de 1891, passamos a ter um 
 
 
 
 
 
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Estado federal: as províncias se tornaram estados membros e passaram a ser 
dotadas de autonomia política. Diz-se que, nesse caso, a federação se formou a 
partir de um movimento centrífugo (direcionado para fora). 
 Quanto à concentração de poder: As federações podem ser classificadas, 
quanto à concentração de poder, em centrípetas ou centrífugas. 
Na federação centrípeta, o poder está concentrado no centro; portanto, o governo 
central detém a maior parte do poder. Assim, nesse tipo de federação, há maior 
concentração de poder na União, em detrimento dos Estados. Destaque-se que as 
federações que se formaram por um movimento centrífugo (por exemplo, o Brasil) 
têm uma tendência de serem centrípetas quanto à concentração de poder. 
Na federação centrífuga, o poder está mais concentrado na periferia; ou seja, as 
entidades regionais detém a maior parte do poder, a maior parte das competências. 
Portanto, nesse tipo de federação, há uma grande descentralização, com menor 
concentração do poder no governo central e ampliação dos poderes regionais. 
Ressalte-se que as federações que se formaram por um movimento centrípeto (por 
exemplo, os EUA) têm uma tendência de serem centrífugas, quanto à concentração 
de poder. 
Existe, ainda, o federalismo de equilíbrio, assim chamado aquele em que se busca a 
distribuição equitativa de poderes entre os governos centrais e regionais. 
 Quanto ao equacionamento de desigualdades: As federações podem ser 
classificadas como simétricas ou assimétricas. 
Nas federações simétricas, há uma distribuição igualitária de competências e de 
receitas entre os entes federativos; trata-se de modelo especialmente eficaz quando 
há homogeneidade socioeconômica entre os entes federativos. 
Nas federações assimétricas, por sua vez, há o reconhecimento de que existem 
disparidades socioeconômicas entre os entes federativos; busca-se, portanto, por 
meio de políticas públicas e opções feitas no texto constitucional, reduzir essas 
desigualdades. Embora exista certa controvérsia doutrinária, o mais seguro para a 
prova é considerar que o Brasil é uma federação assimétrica. Com efeito, há 
diversos dispositivos na CF/88 destinados a reduzir desigualdades regionais. Como 
 
 
 
 
 
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exemplo, o art. 3º, III, que dispõe como objetivo fundamental da RFB reduzir as 
desigualdades regionais. 
 Quanto à repartição de competências: Segundo esse critério, há dois tipos 
de federação: federaçãodual (clássica) ou federação cooperativa 
(neoclássica). 
Na federação dual, os entes federados possuem competências próprias, que são 
exercidas sem qualquer comunicação com os demais entes. Cada um atua na sua 
esfera, independentemente do outro. 
Na federação cooperativa, os entes federados exercem suas competências em 
conjunto com os outros. As competências são repartidas pela Constituição de modo 
a permitir a atuação conjunta dos entes federativos. O Brasil adota um federalismo 
de cooperação; com efeito, a CF/88 estabeleceu competências comuns a todos os 
entes federativos (art. 23) e competências concorrentes entre a União, os Estados e 
o Distrito Federal (art. 24). 
3 - A FEDERAÇÃO BRASILEIRA 
 
Conforme o art. 18, da CF/88, “a organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. 
Os Territórios não são entes federativos e, portanto, não possuem autonomia 
política. 
 
Até a promulgação da CF/88, os Municípios não eram considerados entes 
federativos; com a promulgação da atual Carta Magna, eles passaram a também ser 
dotados de autonomia política. Com base nisso, a doutrina dominante reconhece 
que a federação brasileira é de 3º grau. 
Há que se dizer que autonomia difere de soberania. Os entes federativos (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) são todos autônomos, isto é, são dotados de 
auto-organização, autolegislação, autoadministração e autogoverno, dentro dos 
 
 
 
 
 
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limites estabelecidos pela Constituição Federal. Note-se que há um limitador ao 
poder dos entes federativos. 
A soberania é atributo apenas da República Federativa do Brasil (RFB), do Estado 
federal em seu conjunto. A União é quem representa a RFB no plano internacional 
(art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania. 
O art. 18, § 1º, CF/88 determina que Brasília é a capital federal. Brasília não se 
confunde com o Distrito Federal, ocupando apenas parte do seu território. 
3.1 - União 
 
A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade 
internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas 
enumeradas pela Carta Magna. É esse ente federativo que representa a República 
Federativa do Brasil no plano internacional. 
A União é o ente federativo que atua em nome da federação. No que diz respeito à 
sua competência legislativa, pode editar leis nacionais (às quais se submetem todos 
os habitantes do território nacional) ou leis federais (que alcançam apenas aqueles 
que estão sob a jurisdição da União, como é o caso dos servidores públicos 
federais). Como exemplo de lei federal, citamos a Lei nº 8.112/90, que trata do 
regime jurídico dos servidores públicos federais. 
Segundo o art.18, § 2º, os Territórios Federais integram a União; eles não são 
dotados de autonomia política, sendo considerados meras descentralizações 
administrativas. Por isso, são considerados pela doutrina autarquias territoriais da 
União. Atualmente, não existe nenhum Território Federal. 
3.2- Estados 
 
Os Estados-membros ou Estados federados, assim como a União, são entes 
autônomos, apresentando personalidade jurídica de direito público interno. São 
dotados de autonomia política e, por isso, apresentam capacidade de auto-
organização, autolegislação, autoadministração e autogoverno. 
 
 
 
 
 
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O art. 25, da CF/88, dispõe sobre a capacidade de auto-organização e 
autolegislação dos Estados-membros: 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
A auto-organização dos Estados-membros se manifesta por meio da elaboração de 
suas Constituições, fruto do exercício do Poder Constituinte Derivado Decorrente 
pela atuação de suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação ocorre pela 
edição de suas próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário, também 
nas Assembleias Legislativas. 
No exercício da sua capacidade de auto-organização e de autolegislação, isto é, ao 
elaborar suas leis e Constituição, os Estados deverão obedecer aos: 
 Princípios constitucionais sensíveis: Esses princípios estão enumerados 
taxativamente pela Constituição (art. 34, VII). O nome sensíveis se deve ao 
fato de que estes são de observância obrigatória, sob pena de intervenção 
federal, ou seja, caso contrariados, provocam uma reação. 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: (...) 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
 a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
 b) direitos da pessoa humana; 
 c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
 
 Princípios constitucionais extensíveis: São normas de organização que a 
Lei Fundamental estendeu a Estados-membros, Municípios e Distrito 
Federal.11 Encontram-se dispostos em normas espalhadas pelo texto da 
 
 
 
 
 
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Carta Magna. É o caso dos fundamentos e objetivos fundamentais da RFB, 
por exemplo (art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e art. 4º, I a X, CF/88). 
 
 Princípios constitucionais estabelecidos: São normas espalhadas pelo 
texto da Constituição que, além de organizarem a própria federação, 
estabelecem preceitos centrais de observância pelos Estados-membros em 
sua auto-organização. Exemplo: arts. 27; 28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41, 
CF. 
 
Segundo o STF, “se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos 
abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão 
de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o mesmo não se 
pode afirmar quanto aos princípios federais extensíveis e aos princípios 
constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto 
constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram acervo 
expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até mesmo 
pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar (STF, Pleno, ADI no 
216/PB, RTJ 146/388).” 
 
Segue esquema para fixar melhor quais são os princípios constitucionais sensíveis: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Estados também possuem capacidade de autogoverno, elegendo seus 
representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, os quais não terão qualquer 
vínculo de subordinação ao poder central. A Constituição Federal também 
estabelece regras de organização para os Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário estaduais. 
O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo formado apenas pela Assembleia 
Legislativa. Esse modelo é diferente do Poder Legislativo federal, que é bicameral, 
composto pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados. 
Como o que dispõe o artigo 27, §1º, da Constituição: 
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicandose-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, 
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema 
proporcional. Seu número é determinado pela regra estabelecida no art. 27, “caput”, 
da Carta Magna: 
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa 
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos 
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de 
tantos quantos foremos Deputados Federais acima de doze. 
O número de deputados estaduais será, então, o triplo dos deputados federais. Se 
um Estado-membro possuir 10 deputados federais, ele terá por consequência 30 
deputados estaduais (3 x 10). No entanto, uma vez atingido o número de 36, serão 
acrescidos tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. Assim, caso 
 
 
 
 
 
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um estado tenha 20 deputados federais, fazemos a conta 36+(20-12), o que totaliza 
44 deputados estaduais. 
No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da Constituição: 
 Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, 
para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de 
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em 
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato 
de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do 
ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou 
função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse 
em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV 
e V. 
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos 
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia 
Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I. 
Observe que os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos secretários de 
Estado são fixados por lei, a partir de projeto apresentado pela Assembleia 
Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor serve como limite 
remuneratório (teto) no âmbito do Poder Executivo estadual, exceto para os 
procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será de 90,25% do subsídio 
de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). 
Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite diverso 
para Legislativo, Executivo e Judiciário, um teto único. É o que determina o art. 37, 
§12, da Constituição: 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica 
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, 
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como 
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo 
 
 
 
 
 
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Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
No que concerne ao Poder Judiciário, estabelece a Constituição que os Estados 
organizarão sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos (art. 125, 
“caput”, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competência dos tribunais 
será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de 
iniciativa do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º, CF/88). 
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça 
Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos 
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por 
Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte 
mil integrantes (art. 125, § 3º, CF/88). 
Além de auto-organização, autolegislação e autogoverno, os Estados possuem 
autoadministração. Assim, são competentes para se administrarem, no exercício 
das atribuições definidas pela Constituição. 
Determina a Carta Magna que os Estados poderão, mediante lei complementar, 
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas 
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3º, 
CF/88). São, portanto, 3 (três) os requisitos para que os estados atuem nesse 
sentido: 
 Lei complementar estadual; 
 Os municípios envolvidos devem ser limítrofes; 
 Finalidade de integrar a organização, o planejamento e a 
execução de funções públicas de interesse comum. 
E o que são microrregiões, regiões metropolitanas e aglomerados urbanos? 
As regiões metropolitanas são formadas por um conjunto de Municípios cujas sedes 
se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Município-polo. As 
 
 
 
 
 
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microrregiões, por sua vez, são formadas por Municípios limítrofes, sem 
continuidade urbana, com características homogêneas e problemas administrativos 
comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos são áreas urbanas cujos Municípios 
apresentam tendência à complementaridade de suas funções, exigindo, por isso, 
um planejamento integrado e uma ação coordenada dos entes públicos. É o caso da 
Baixada Santista, por exemplo. 
No ano de 2013, o STF julgou Ação Direta de Inconstitucionalidade que versava 
sobre a criação da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos 
Lagos. Na oportunidade, o Tribunal considerou que: 
 A criação de regiões metropolitanas depende da edição de lei complementar, 
sendo compulsória a participação dos Municípios. Ou seja, a participação de 
Município em região metropolitana não pode estar condicionada à prévia 
manifestação da respectiva Câmara dos Vereadores. A obrigatoriedade de 
participação dos Municípios em região metropolitana e microrregião não viola 
a autonomia municipal. 
 O “interesse comum” que leva à criação de regiões metropolitanas e 
microrregiões inclui funções e serviços públicos supramunicipais. Como 
exemplo, cita-se o caso da atividade de saneamento básico, que extrapola o 
interesse local. 
 Quando se cria uma região metropolitana, não há uma mera transferência de 
competências para o Estado. Ao contrário, deve haver uma divisão de 
responsabilidades entre o Estado e os Municípios. O poder decisório e o 
poder concedente (dos serviços públicos) não podem ficar apenas nas mãos 
do Estado. Deve ser constituído um órgão colegiado responsável pelo poder 
decisório e pelo poder concedente. A participação dos entes nesse órgão 
colegiado não precisa ser paritária, desde que apta a prevenir a concentração 
do poder decisório no âmbito de um único ente. 
3.3 - Distrito Federal 
 
A natureza jurídica do Distrito Federal tem gerado algumas discussões. Alguns 
autores defendem que ele tem natureza híbrida, por apresentar algumas 
 
 
 
 
 
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características dos Estados e outras dos Municípios. Para José Afonso da Silva, o 
Distrito Federal não é nem Estado nem Município. Já o STF afirma que o Distrito 
Federal é um ente federativo com autonomia parcialmente tutelada pela União. 
O Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de auto-
organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 
34). A auto-organização do Distrito Federal se manifesta por meio de Lei Orgânica, 
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois 
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos na Constituição (art. 32, “caput”, CF/88). 
No que se refere à autolegislação, o Distrito Federal apresenta uma característica 
peculiar: a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e 
Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o Distrito Federal 
apresenta todas as competências legislativas dos Estados-membros. Algumas não 
lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da competência para dispor 
sobre sua organização judiciária, que é privativa da União (art. 22, XVII, CF). 
Além disso, ao contrário dos Estados-membros, a competência para organizar e 
manter, no seu âmbito, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a políciacivil, a 
polícia militar e o corpo de bombeiros militar é da União (CF, art. 21, XIII e XIV). 
Já no que tange ao autogoverno, a eleição do Governador e do Vice-Governador 
segue as regras da eleição para Presidente da República. A dos deputados distritais 
segue a regra dos deputados estaduais. 
Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que ocorre com os 
demais entes federados, não há previsão constitucional para alteração dos seus 
limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos Estados-membros, o 
Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, “caput”, CF/88). 
Além disso, não pode organizar nem manter o Judiciário nem o Ministério Público, 
nem as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses órgãos são 
organizados e mantidos pela União, cabendo a ela legislar sobre a matéria. Nesse 
sentido, determina a Súmula Vinculante nº 39 que “compete privativamente à União 
 
 
 
 
 
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legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal”. 
3.4 - Municípios 
 
Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela 
Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 34, 
VII, “c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organização, 
autolegislação, autogoverno e autoadministração. 
Segundo Alexandre de Moraes, pode-se dizer que o Município se auto-organiza por 
meio de sua Lei Orgânica Municipal; autolegisla, por meio das leis municipais; 
autogoverna-se por meio da eleição direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e 
vereadores sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual; e, por fim, 
se autoadministra ao por em exercício suas competências administrativas, 
tributárias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituição Federal. 
Nos Municípios, ao contrário do que acontece nos demais entes da federação, não 
há Poder Judiciário. O Poder Legislativo, assim como nos Estados-membros, é 
unicameral. 
No que diz respeito à auto-organização, determina a Constituição que a Lei 
Orgânica do município será votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez 
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na 
Constituição do respectivo Estado. Serão objeto da Lei Orgânica a organização dos 
órgãos da Administração, a relação entre os Poderes, bem como a disciplina da 
competência legislativa do Município. 
Compete à Lei Orgânica, ainda, fixar o número de Vereadores, observados limitas 
máximos definidos pela Constituição, escalonados segundo o número de habitantes 
do Município. Nos Municípios com até 15 mil habitantes, por exemplo, o número 
máximo de Vereadores é 9 (nove); já nos Municípios com mais de 8 milhões de 
habitantes, o número máximo de Vereadores é 55 (cinquenta e cinco). 
 
 
 
 
 
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Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, 
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos 
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os 
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato 
de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo 
o País; 
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo 
de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam 
suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com 
mais de duzentos mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano 
subsequente ao da eleição; 
(...) 
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais 
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que 
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
(...) 
X- julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça. 
O Prefeito e Vice-Prefeito serão eleitos pelo sistema majoritário, para mandato de 4 
(quatro) anos. A eleição é realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior 
ao término do mandato dos que devem suceder. No caso de Municípios com mais 
de 200.000 eleitores, a eleição de Prefeito e Vice-Prefeito ocorrerá pelo sistema 
majoritário de 2 turnos; caso o número de eleitores seja inferior a 200.000, haverá 
apenas 1 (um) turno de votação. 
O artigo 29, X da Constituição trata do julgamento do Prefeito perante o Tribunal de 
Justiça. Considerando que o constituinte não foi muito claro nessa determinação, o 
STF entende que a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se 
 
 
 
 
 
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limita aos crimes de competência da justiça comum estadual. Nos demais casos, a 
competência originária cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Assim, em 
caso de crimes eleitorais, a competência será do Tribunal Regional Eleitoral; nos 
crimes federais, a competência será do Tribunal Regional Federal. 
Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas é a 
Súmula 208, que determina que “compete à Justiça Federal processar e julgar 
prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante 
órgão federal”. 
A segunda é a Súmula 209, que estabelece que “compete à Justiça Estadual 
processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao 
patrimônio municipal”. Ainda segundo o STJ, o Prefeito será julgado pelo Tribunal 
de Justiça (e não pelo tribunal do júri) no caso de crimes dolosos contra a vida. 
No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito Municipal, 
é importante que os classifiquemos em próprios ou impróprios. Enquanto os 
primeiros são infrações político-administrativas, cuja sanção corresponde à perda do 
mandato e à suspensão dos direitos políticos, os segundos são verdadeiras 
infrações penais, apenados com penas privativas de liberdade. Os crimes próprios 
deverão ser julgados pela Câmara Municipal, enquanto os crimes impróprios 
deverão ser julgados pelo Judiciário, independentemente do pronunciamento da 
Câmara de Vereadores. 
Ressalta-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência originária do 
Tribunal de Justiça, salvo as exceções anteriormente mencionadas, apenas para o 
processo e julgamento das infrações penais comuns contra o Prefeito Municipal. 
Não se admite a extensão interpretativa para se considerar a existência de foro 
privilegiado para as ações populares, ações civis públicas e demais ações de 
natureza cível. Essa proibição também vale para as ações de improbidade 
administrativa, por ausência de previsão constitucional específica. 
A Constituição ainda prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do 
Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol exemplificativo): efetuar repasse que supere os 
 
 
 
 
 
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limites definidos no artigo 29-A; não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; 
ou enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. 
Vamos entender melhor, segue esquema logo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição Federal não outorgou foro especial aos Vereadores perante o 
Tribunal de Justiça. 
Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode fazê-lo, se o legislador 
constituinte entender oportuno. 
 
 
 
 
 
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A Carta Magna limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, 
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 
29, VIII), a chamada imunidade material. 
No que se concerne ao subsídio dos vereadores, a Constituição determina, em seu 
artigo 29, VI, que este será fixado pelasrespectivas Câmaras Municipais em cada 
legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os critérios 
estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dispõe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, § 1º, que a Câmara Municipal não 
gastará mais de 70% (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, 
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Segundo o art. 29, VII, o total 
da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante 
de 5% (cinco por cento) da receita do Município. Segundo o art. 29-A, § 3º, o 
Presidente da Câmara Municipal cometerá crime de responsabilidade quando a 
Câmara Municipal gastar mais de 70% da sua receita com folha de pagamento. 
3.5- Territórios Federais 
 
Os Territórios Federais integram a União, sendo considerados meras 
descentralizações administrativas; a doutrina os chama, por isso, de autarquias 
territoriais da União. Portanto, eles não são entes federativos e não possuem 
autonomia política. 
 
 
 
 
 
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Atualmente, não existe nenhum Território Federal. Com a CF/88, os territórios de 
Roraima e do Amapá foram transformados em estados federados; por sua vez, o 
território de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. 
Apesar de não existir, atualmente, nenhum Território Federal, estes poderão ser 
criados a qualquer tempo. Para a criação dos Territórios Federais, é necessária lei 
complementar. Apesar de não serem entes federativos, os Territórios poderão ser 
divididos em Municípios. 
O Poder Executivo nos Territórios Federais é chefiado pelo Governador, que não é 
eleito pelo povo. O Governador do Território é nomeado pelo Presidente da 
República, com nome aprovado previamente, por voto secreto, após arguição 
pública pelo Senado Federal. Compete privativamente à União legislar sobre a 
organização administrativa dos Territórios (art. 22, XVII). 
As contas do Governo do Território são submetidas ao Congresso Nacional, com 
parecer prévio do Tribunal de Contas da União (TCU). Isso se deve à vinculação 
dos Territórios com a União; nos Estados-membros da federação, as contas dos 
Governadores são submetidas à apreciação da respectiva Assembleia Legislativa. 
Existe Poder Legislativo nos Territórios? 
Sim, existe. Pois o Poder Legislativo nos Territórios é exercido pela Câmara 
Territorial. Segundo o art. 33, §3º, CF/88, a lei disporá sobre as eleições da Câmara 
Territorial e sua competência legislativa. A Câmara Territorial exercerá apenas a 
função típica de legislar; a função de controle externo da administração dos 
territórios é exercida pelo Congresso Nacional, com o auxílio do TCU. 
Cada um dos Territórios elege 4 Deputados Federais; trata-se, portanto, de número 
fixo, não proporcional à população. Os Territórios, por não serem entes federativos, 
não elegem Senadores. Isso se deve ao fato de que os Senadores são 
representantes dos Estados e do Distrito Federal; permitir que os Territórios 
elegessem Senadores significaria, em certa medida, equipará-los aos Estados. 
O Poder Judiciário, nos Territórios Federais, é organizado e mantido pela União. 
Com efeito, a União tem a competência privativa para organizar e manter o Poder 
Judiciário do Distrito Federal e Territórios. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as 
 
 
 
 
 
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atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na 
forma da lei. 
Assim como o Poder Judiciário, o Ministério Público, nos Territórios Federais, é 
organizado e mantido pela União. Assim, temos o TJDFT (Tribunal de Justiça do 
Distrito Federal e Territórios) e o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e 
Territórios). 
Existe, ainda, a Defensoria Pública dos Territórios, também organizada e mantida 
pela União. Cuidado! Aqui, não há que se falar mais em Defensoria Pública do 
Distrito Federal e Territórios (DPDFT). Isso porque, após a EC nº 69/2012, a 
Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) é organizada e mantida pelo próprio 
Distrito Federal. Temos, então, dois órgãos diferentes: a Defensoria Pública do DF 
(organizada e mantida pelo DF) e a Defensoria Pública dos Territórios (organizada e 
mantida pela União). 
Quando os Territórios tiverem mais de cem mil habitantes, além do Governador, 
haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério 
Público e defensores públicos federais. Ou seja, haverá representações do Poder 
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública nos territórios em que a 
população for maior do que 100.000 habitantes. 
4- ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO 
4.1- Formação dos Estados 
 
A federação é cláusula pétrea do texto constitucional, ou seja, não pode ser objeto 
de emenda constitucional que seja tendente à sua abolição. Entretanto, a federação 
poderá sofrer alterações em sua estrutura. As alterações na estrutura dos Estados 
ocorrerá nos termos do art. 18, § 3º, CF/88: 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa 
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
(...) 
 
 
 
 
 
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§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou 
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar. 
A leitura do dispositivo supracitado nos permite afirmar que há 5 (cinco) diferentes 
tipos de alteração na estrutura dos Estados: 
 Fusão: Um Estado A se une a um Estado B, formando o Estado C. Com isso, 
há a formação de um terceiro e novo ente federado, distinto dos anteriores e 
com personalidade própria. Os Estados que lhe deram origem não mais 
existirão. 
 Incorporação: Um Estado A se incorpora ao Estado B, o qual continua a 
existir. O Estado A deixa de existir e o território do Estado B aumenta. 
Perceba que, na incorporação, um dos entes federativos mantém a sua 
personalidade jurídica. Na história do Brasil, temos um exemplo de 
incorporação. O Estado de Guanabara se incorporou ao Estado do Rio de 
Janeiro. 
 Subdivisão ou cisão: Um Estado A se subdivide, dando origem ao Estado B 
e C. O Estado A deixa de existir, surgindo dois novos Estados (duas novas 
personalidades jurídicas). A subdivisão de um Estado pode dar origem a 
novos Estados ou territórios. Existe proposta para que o Maranhão seja 
subdivido em Maranhão do Sul e Maranhão do Norte. Esse seria um bom 
exemplo de subdivisão. 
 Desmembramento-anexação: Ocorre quando um ou mais Estados cedem 
parte de seu território para que este seja anexado ao território de outro 
Estado. Seria o caso, por exemplo, em que o Estado A perde parcela do seu 
território, que é anexada ao território do Estado B. Perceba que, nessa 
operação, não houve extinção de nenhum Estado. O Estado A perdeu parte 
de seu território, mas continuou existindo. 
 Desmembramento-formação: Ocorre quando um ou mais Estados cedem 
parte de seu território para que haja a formação de um novo ente. Foi o que 
aconteceu com Goiás, quando este cedeu parte de seu território para a 
formação do estado do Tocantins. Perceba que, nessa operação, não houve 
 
 
 
 
 
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extinção de nenhum Estado. Goiás perdeu parte do seu território, mas deu 
origem a um novo Estado-membro. 
E quais são os requisitos para que sejam realizadas essas alterações na estrutura 
dos Estados? 
Inicialmente, será necessário que se proceda à consulta às populações diretamente 
interessadas, mediante a realização de um plebiscito. Caso a população seja 
desfavorável, a modificação territorial será impossível. Já quando favorável, a 
decisão final sobrea modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este 
poderá editar ou não a lei complementar. 
Na ADIN nº 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo “população 
diretamente interessada” o significado de que, nos casos de desmembramento, 
incorporação ou subdivisão de Estado, deve ser consultada, mediante plebiscito, 
toda a população do (s) Estado (s) afetado (s), e não apenas a população da área a 
ser desmembrada, incorporada ou subdividida. 
Após a manifestação favorável da população diretamente interessada, será 
necessária a oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados. Cabe 
destacar que a consulta às Assembleias Legislativas é meramente opinativa, o que 
quer dizer que, mesmo que a Assembleia Legislativa for desfavorável à mudança 
territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei complementar que aprova a 
subdivisão, incorporação ou desmembramento. 
Consultada a população (mediante plebiscito) e feita a oitiva das Assembleias 
Legislativa, resta apenas a edição de lei complementar, o que é um ato 
discricionário do Congresso Nacional. Esse é o passo final para a alteração na 
estrutura dos Estados. Assim, em resumo, os requisitos para a formação de Estados 
são os seguintes: 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas; 
 Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (art. 48, VI, 
CF/88); 
 Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
 
 
 
 
 
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Observe que a formação dos Territórios obedece aos mesmos requisitos 
necessários para a incorporação, subdivisão e desmembramento de Estado. 
4.2- Formação dos Municípios 
 
A formação de Municípios é regulada pelo art. 18, § 4º da Constituição, cuja 
redação foi dada pela EC nº 15/1996: 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado 
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após 
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. 
Ressalta-se, que de 1988 até 1996, a criação de Municípios era bem simples. As 
restrições não eram tão grandes e, como consequência disso, multiplicaram-se os 
Municípios. Na tentativa de moralizar a criação de Municípios, foi promulgada a EC 
nº 15/1996, cujas regras estão válidas até hoje. 
E quais são os requisitos para a criação de Municípios? 
São, 5 (cinco) os requisitos para a criação, incorporação, fusão e desmembramento 
de municípios, veja-se: 
 Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando 
genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento de municípios. Destaque-se que 
esta lei complementar até hoje não foi editada. 
 Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a 
forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade 
municipal; 
 Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela 
lei mencionada acima; 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos. O 
resultado do plebiscito, quando desfavorável, impede a criação do novo 
 
 
 
 
 
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Município. Por outro lado, caso seja favorável, caberá à Assembleia 
Legislativa decidir se irá ou não criar o Município. 
 Aprovação de lei ordinária estadual pela Assembleia Legislativa 
determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do(s) 
município(s). Trata-se de ato discricionário da Assembleia Legislativa. 
Tendo em vista que, até hoje, o Congresso Nacional não editou lei complementar 
dispondo sobre o período dentro do qual poderão ocorrer alterações na estrutura de 
Municípios, conclui-se que, atualmente, esses entes federativos não podem ser 
criados. Aliás, esse impedimento existe desde a promulgação da Emenda 
Constitucional nº 15/1996. 
No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo após a promulgação da EC nº 15/96, 
foram criados centenas de Municípios pelo Brasil afora. A doutrina os chamou de 
“Municípios putativos”, pois existiam de fato, mas sua criação havia sido inválida, 
inconstitucional. 
Como não poderia ser diferente, o STF foi chamado a apreciar o problema na ADIN 
nº 3.682/MT. Na oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional, 
que deu “ensejo à conformação e à consolidação de estados de 
inconstitucionalidade”. Foi atestada a inconstitucionalidade da criação dos 
Municípios. Todavia, em nome da segurança jurídica, o STF “passou a bola” para o 
Congresso Nacional; não poderia o STF, da noite para o dia, determinar a extinção 
de Municípios. 
O Congresso Nacional editou, então, a Emenda Constitucional nº 57/2008, que 
convalidou os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de 
Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os 
requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. 
5 - VEDAÇÕES FEDERATIVAS 
 
A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes federados. 
São as chamadas vedações federativas. 
 
 
 
 
 
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Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na 
forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
 III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil é um Estado laico, leigo ou não 
confessional, não adotando qualquer religião oficial. Entretanto, admite-se a 
colaboração de interesse público com os cultos religiosos ou igrejas, na forma da lei. 
Seria o caso em que, após uma enchente, o Município solicita a uma igreja que 
abrigue as pessoas desabrigadas por aquele desastre natural. 
O inciso II veda que um ente da Federação recuse fé a documentos públicos 
produzidos por outro, em virtude de sua procedência. Assim, a Receita Federal do 
Brasil não pode recusar fé a uma certidão negativa de débito emitida pela Secretaria 
da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se de uma garantia que visa fortalecer 
o pacto federativo. 
Por fim, o inciso III também reforça o pacto federativo, ao vedar que os entes da 
federação criem preferências entre si ou entre brasileiros, em função de sua 
naturalidade. Assim, é vedado, por exemplo, que um concurso público estabeleça 
que somente os naturais de Minas Gerais poderão concorrer a determinada vaga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de direito constitucional. 40 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2015. 77 p. 
 
NASCIMENTO, RENATO M. FORMAS DE ESTADOS. 
 
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de direito constitucional. 40 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2015.

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