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EBOOK - O DESAFIO DE EDUCAR

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Prévia do material em texto

A
Copyright ® 2017 by Conquista Editora e Coaching Ltda.
Todos os direitos desta edição são reservados à Conquista Editora.
DIRETORA EDITORIAL
Bárbara Chagas
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Livia Marques
DIAGRAMAÇÃO
Ricardo Neuber
CAPA
Repike - Comunicação Descomplicada
REVISÃO
Roque Aloísio
ISBN 978-85-5765-016-9
Nem a editora nem o autor assume qualquer responsabilidade por even-
tuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados desta publicação.
(21) 2146-2592
www.conquistaeditora.com.br
COAUTORES
Amanda Bastos
Ana Brito
Ana Paula Mello
Brena Costa
Caetano Tavares
Carolyne Cruz
Claudia Menezes
Danielle Barreto
Eduardo Dias
Ellen Moraes
Karla Guisaloli
Laina Crisóstomo
Liana Tito
Livia Marques
Marcella Dantas
Marcelo Costa
Paula Castilho
Rosana Rosenblatt
Stèphanie Krieger
Suyane Sucupira
Thaiane Palhares
Thalia Sampaio
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 9
MARCELO COSTA 11
A educação nos dias de hoje, quais os desafios? 12
ANA BRITO 17
Tipos de Personalidade 18
ANA PAULA MELLO 27
A importância da cultura na formação do cidadão 28
CAETANO TAVARES 35
O Papel das Metodologias Ativas de Ensino na 
Educação para o Século 21 36
CLAUDIA MENEZES 45
Os Responsáveis e a Tarefa de Educar (Difícil?) 46
LAINA CRISÓSTOMO 53
O papel da Educação no combate às desigualdades 
de gênero 54
STÈPHANIE KRIEGER 61
Pais Perfeitos 62
EDUARDO DIAS 69
A importância de conhecer seu filho 70
LIVIA MARQUES 79
Malabaris: Qualidade x Quantidade 80
MARCELLA DANTAS 85
Limites, isso é possível nos dias de hoje? 86
PAULA CASTILHO 95
 É possível equilibrar vida pessoal, 
profissional e familiar? 96
LIANA TITO 103
A influência da tecnologia na vida de 
crianças e adolescentes e como isso 
pode interferir na rotina da família! 104
BRENA COSTA 113
Eu quero e ponto! Vamos dar o que a criança quer 114
KARLA GUISALOLI 121
Eles são o futuro, o que temos feito para que 
este futuro seja melhor? 122
THALIA SAMPAIO 129
A terceirização da infância: O que é? 130
SUYANE SUCUPIRA 133
Educação na era digital: 
estudar para quê? 134
DANIELLE BARRETO 145
Gestão escolar democrática 146
ROSANA ROSENBLATT 155
Bullying 156
THAIANE PALHARES 167
Transtorno do déficit de atenção e 
hiperatividade no ambiente escolar 168
ELLEN MORAES 175
Geração do futuro: o jovem na faculdade. 176
AMANDA BASTOS 181
Educação emocional de crianças autistas 182
CAROLYNE CRUZ 193
A dinâmica familiar da criança com TDAH 194
9
INTRODUÇÃO
Falar deste livro é algo e sonho incríveis.
Mas, por quê?
Porque falar da maternidade, paternidade, dos desafios da 
educação nos dias de hoje é algo que, às vezes, pode assustar. Assus-
tar? Como assim?
Sim! Digo meu sim, com exclamações, pois penso em julga-
mentos.
Você, que é mãe ou pai, quantas e diversas vezes não ouviu: 
“Não faça assim, faça assim, pois eu sempre fiz desta forma com 
meu filho e deu certo.” Ou: “Isso é frescura, tá dando papo demais, 
dá logo uma bela palmada nele e resolve.”
Também posso dizer das Redes Sociais, são tantas informa-
ções, tantos conceitos, tantos vídeos, tantos textos, tantos diagnós-
ticos, tanta preocupação de termos algo, que vamos correndo para 
o Drº Google. Certo? 
Independente do número e das possibilidades de informa-
ções, acredito ser de extrema importância falarmos da nossa realida-
de, da nossa família. De você! Sabe por que sempre digo isso? 
Somos únicos, e cada um traz consigo uma história, uma 
herança de crenças e valores. Em muitos dos casos, mexer nesse Es-
quema, nessa trajetória, é necessário que se tenha um profissional 
que irá atuar de forma responsável e presente. Quando falamos de 
famílias com crianças, ainda temos todo um entorno de pessoas que 
também contribuem para essa educação. Sejam professores da es-
cola, professores de reforço, avós, tios, babás, pai e mãe e todas as 
10
pessoas que você conta como rede de apoio nesse cuidado. Você 
também será modificado.
Então se você está lendo este livro, saiba que, para mim, 
como Coordenadora e para todos os coautores que aqui estão este 
livro foi um filho gerado e muito amado, aliás, é muito amado, 
pois meu pensamento é de conversarmos, ter uma leitura leve que 
possa nos levar à reflexão de forma que possamos pensar se podemos 
colocar isto ou aquilo em nossa realidade do dia a dia. Será que a 
prática que a Pedagoga Danielle Barreto está sugerindo é viável em 
nossa escola?
Será que a forma de orientar nossos jovens que a Psicóloga 
Ellen Moraes está sugerindo é viável?
É falarmos e pensarmos o tempo todo. Em melhorias, 
modificações. Não apenas para nossos filhos, crianças e adolescentes, 
mas para nossas vidas. Trazermos indivíduos mais responsáveis, mais 
empáticos, mais produtores de si e de contribuição social positiva.
Um Mundo melhor? Sim! Mas também Seres melhores, que 
possam conduzir este Mundo e esta Sociedade.
Sendo assim, aproveite a leitura! Obrigada.
Livia da Silva Marques - Coordenadora Editorial
Psicóloga - CRP 05/37353
11
Triatleta, Coach e Kids Coach, Neuropsicopedagogo, Trainner em Kids 
Coaching e Coaching, autor do livro “Qual é o seu Propósito?”, Train-
ner em Analista de Perfi l Comportamental DISC e palestrante criador do 
método MAC5 com sessão de Coaching Interativo em caixinha. Pai de 5 
como meta e ansioso para contribuir com o futuro da educação.
Atuação: Coaching de vida, coaching com criancas relacionamento: casal, 
pais e fi lhos e mudança de vida.
MARCELO COSTA
 (62) 99969-4249
 contato@mac5.net.br
 coach_marcelocosta_go
 coachmarcelocosta
 mac5.net.br
Marcelo Costa
12
A EDUCAÇÃO NOS DIAS DE HOJE, 
QUAIS OS DESAFIOS?
Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao traba-
lho de criá-los e educá-los. 
Platão
Segundo o dicionário, “educação” é o ato de educar, de instruir, é po-
lidez, disciplinamento. É muito mais do que simplesmente repassar conheci-
mento a outrem. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em 
que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de 
uma geração para a seguinte. A educação vai se formando através de situações 
presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. 
Copiamos as ações dos outros sem nos importar com o que realmente estão 
querendo dizer. 
O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e ci-
vilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização. 
Aprendemos mais com o testemunho dos outros do que com o que eles 
falam. As palavras convencem, mas os testemunhos arrastam. 
Os nossos “Ps” programadores, pessoas que são ávidas por influen-
ciar significativamente as nossas vidas, são: pais, pediatra, professores, pa-
dre, pastor, palestrante, pessoas, entre outros “Ps”. Esses programadores 
são responsáveis pelo conjunto de fatos que incluiremos no decorrer da 
nossa vida que serão responsáveis pelo nosso julgamento do que realmente 
será utilizado para nosso conjunto de informações que delimitaram parte 
do processo educacional.
De acordo com o filósofo teórico da área da pedagogia René Hu-
bert, a educação é um conjunto de ações e influências exercidas volunta-
riamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em 
um jovem. Essas ações pretendem alcançar um determinado propósito no 
indivíduo para que ele possa desempenhar alguma função nos contextos 
sociais, econômicos, culturais e políticos de uma sociedade.
A educação nos dias de hoje, quais os desafios?
13
No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvi-
mento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de 
melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo.
Educação (do latim educations), no sentido formal, é todo o processo 
contínuo de formação e ensino-aprendizagem que faz parte do currículo dos 
estabelecimentos oficializados de ensino, sejam eles públicos ou privados.
No Brasil, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases,a Educação 
divide-se em dois níveis, a educação básica e o ensino superior. A educação 
básica compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino 
Médio. A educação nacional engloba o grupo de órgãos que fazem a gestão 
do ensino público e a fiscalização do ensino particular.
No processo educativo em estabelecimentos de ensino, os conheci-
mentos e habilidades são transferidos para as crianças, os jovens e os adultos, 
sempre com o objetivo de desenvolver o raciocínio dos alunos, ensinar a pen-
sar sobre diferentes problemas, auxiliar no crescimento intelectual e na for-
mação de cidadãos capazes de gerar transformações positivas na sociedade.
Se os “Ps”, que cito acima, soubessem que nos primeiros cinco anos 
de vida são formadas em torno de 90% das conexões sinápticas, nesse pe-
ríodo pensariam bem com quem as crianças passariam mais tempo. Será 
que seria com os pais ou com a babá ou terceiros?
É notório observar que os pais, devido a sua correria e a busca 
incessante por seus objetivos não dedicam tempo suficiente com a esti-
mulação precoce do filho dentro de casa, fato este que deposita na escola 
toda responsabilidade do desenvolvimento neurológico e cognitivo. Por 
conseguinte, as escolas estão totalmente preocupadas em inserir esse de-
senvolvimento sem um julgamento de gestão de emoção, sem o suporte 
de profissionais habilitados para uma conclusão precisa e concisa de cada 
criança. Essa mesma escola é cobrada por resultado através de índices de 
alfabetização e aprovação através de testes pré-estabelecidos que não levam 
o aluno a uma forma de pensamento próprio.
O trabalho é coletivo e não há um acompanhamento no desenvol-
vimento de cada criança. Quando se trata de gerir suas emoções, é possível 
Marcelo Costa
14
claramente observar crianças que são totalmente dependentes de seus pares. 
Estes, por sua vez, insistem em criá-las de forma que serão dependentes por 
toda a vida, e não criam mecanismos para produzirem estimulação interna.
É destacada a influência dos meios tecnológicos como tentativa de 
preencher o tempo da criança com jogos, músicas, etc. Porém não há uma 
substancial preocupação no desenvolvimento do vínculo afetivo familiar.
A educação passa por um momento importante em sua forma de 
pensar. Entre os desafios para um reforma educacional, destaco:
– Inclusão de um profissional (Neuropsicopedago) como obrigato-
riedade em toda instituição de ensino básica;
– Avaliação multidisciplinar por vários profissionais relacionados 
na instituição através de conselhos de comunidades;
– Inclusão dos meios eletrônicos como forma de entretenimento na 
forma de repassar o conhecimento;
– Criar laços de vínculo familiar com a participação dos pais na 
formação da educação básica;
– Incluir atividades com os pais semanalmente para que estes pos-
sam continuar o trabalho iniciado na escola;
– Incluir disciplina de gestão de emoção entre os discentes;
– Tornar mais acessível a informação sobre as novas formas de edu-
car e pulverizar os métodos entre os pais;
– Capacitar os pais para a extensão da educação pós-sala;
– Incluir a interação dos alunos para possibilitar gestão de equipe, 
onde os adolescentes cuidam dos mais novos;
– Ouvir o aluno frequentemente com pesquisas e acompanhamen-
to sistêmico;
– Realizar pesquisas por meios eletrônicos envolvendo pais x pro-
fessores x aluno;.
É chegada a hora de repensarmos nossa geração presente e iniciar-
mos o processo de mudança a médio e longo prazos, pois nossas atitudes 
A educação nos dias de hoje, quais os desafios?
15
de hoje irão refletir em compromissos de uma educação mais acessível e 
transparente, na qual realmente será possível acreditar em um povo argui-
do e promissor.
A educação não é mérito de um único professor ou de uma única 
escola, mas é o objetivo de todo docente e de toda comunidade escolar. 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, 
todos nós envolvemos pedaços da vida com ela. Para aprender, para en-
sinar, para aprender e  ensinar. Para saber, para fazer ou para conviver, 
todos os dias misturamos a vida com a educação.
O processo de ensino-aprendizagem nos dias atuais requer uma sé-
rie de fatores internos e, principalmente, externos ao ambiente escolar. Os 
modelos de educação de um indivíduo estão baseados de acordo com seu 
convívio e comunidade a qual pertence. Sendo assim, podemos distinguir 
seu grau de letramento de acordo com suas particularidades e desenvoltura 
acerca da discussão de temas relevantes para a sociedade em que vive.
Ao chegar à escola, o educando, desde seus primeiros passos no 
ambiente escolar, já traz consigo uma bagagem própria de conhecimentos 
adquiridos do ambiente externo, ou seja, da comunidade à qual pertence, 
trazendo saberes a serem lapidados pelos educadores, estes, por sua vez, 
encontram, de forma também particular, seus meios para orientar esse in-
divíduo ao processo infinito de ensino-aprendizagem. 
Embora esse processo seja infinito, existem fatores que levam o 
educador a compartilhar experiências diversificadas em meio a um mar de 
redes interligadas através das ondas virtuais no mundo cada dia mais co-
nectado com a internet, fazendo com que as formas de aprender e ensinar 
tomem rumos distintos com um mesmo objetivo.
Então, o que devemos ensinar? Como devemos aprender? Ensinar e 
aprender são uma troca entre educador e educando, pois o que antes mantinha 
o professor como o “detentor do saber”, hoje, encontramos o professor como 
o “pesquisador” para orientar os educandos, – o que não é tarefa fácil – nessa 
busca pelo conhecimento e pela certeza das regras gramaticais e das fórmulas 
aritméticas, entre outras coisas. 
Marcelo Costa
16
Com a disseminação da internet, vivenciamos outras formas de edu-
car; digo que estamos para orientar, pois o conhecimento está para todos. Po-
demos estudar de acordo com nossas necessidades: estudar em casa através dos 
cursos a distância, semipresenciais... enfim, podemos aprender, basta querer.
Enquanto isso, o professor é o educador que precisa estar informa-
do e preparado através de formações continuadas para se adaptar a esses 
novos moldes educacionais, dentro de uma perspectiva social e cultural e 
saber lhe dar com as diferenças encontradas na sala de aula, utilizando a 
internet como aliada nesse processo de ensinar e aprender.
O grande desafio então é que o Brasil suporte o ensino híbrido que 
possibilite que o aluno alterne momentos entre sozinho com outros, em 
grupo e com o professor. Existem muitas possibilidades, além da tecno-
logia atual e outros mecanismos de interação, que deverão fazer parte da 
reforma educacional e de uma nova linha de pensamento sistêmico por 
parte dos docentes e educadores.
Onde você está colocando sua esperança? Onde está aprofundando 
suas raízes? Muitas vezes, não produzimos frutos porque nossa raiz não 
encontra terra boa para frutificar. 
O que tem ocupado seus pensamentos? O que ofereceremos aos 
nossos amigos e familiares? 
Lembre-se: o que você planta é o que você colhe, educação diferen-
te se inicia principalmente em sua casa.
O que somente você pode fazer a partir de agora para contribuir 
com uma educação diferente e que pode fazer a diferença na vida de gera-
ções futuras?
Vivemos uma geração de  pais analógicos  e  filhos digitais, sendo 
que os pais não compreendem como funciona a mente dessa geração, não 
sabem como lidar com seus filhos, e isso resulta em conflitos, brigas e 
rebeldia!
Somos mais fortes quando olhamos juntos para o futuro, e fazer a 
diferença é questão de atitude.
Que este seja o marco dos nossos objetivos e vamos contagiar.
Graças e êxito.
17
Ana Brito é Facilitadora e Terapeuta de Processos Quânticos, Coach, Pa-
lestrante, Escritora, Instrutora da Metodologia Develop Your Element e 
Coordenadora de Projetos no Brasil da Empresa Develop Your Element. 
Sua atuação como terapeuta tem como objetivo contribuir para a expansão 
de consciência em áreas da vida queimpactam na implementação, desen-
volvimento, continuidade e clareza em diversos projetos dos seus clientes. 
A escritora Ana Brito, inspirada na maternidade de um fi lho na idade es-
colar, concentrou seus últimos trabalhos literários no Gap Educacional na 
construção de líderes de si mesmo, nos aspectos pertinentes à escola e seu 
sistema. 
Essa linha de pensamento você pode acompanhar nas obras em que atuou 
como coautora até o momento: 
• Crise para alguns, solução para outros - Faça sua escolha!
Crise Interna - Conquista Editora - 2016.
• Empreendedorismo o poder da mudança!
Um novo olhar sobre as características empreendedoras: Ensaio sobre propostas 
sistêmicas entre características empreendedoras, economia criativa e sistema educa-
cional. Conquista Editora - 2016.
• Construa seu caminho! Você está construindo o seu?
O Hiato educacional sobre a perspectiva do empreendedorismo, novos renascentis-
tas e Economia Criativa. Conquista Editora - 2017.
ANA BRITO
 (21) 9 7979-8788
 anabrito.coach@gmail.com
 anabrito.ogb
Ana Brito
18
TIPOS DE PERSONALIDADE
O DESAFIO DO ESPAÇO INCLUSIVO PARA TODOS OS ELEMENTOS 
QUE COMPÕEM O SISTEMA EDUCACIONAL
Sempre me pergunto: Como vamos evoluir quanto sociedade se nós 
continuarmos adotando critério de “médias” para definir ou mensurar pes-
soas? Como “modelar” um jeito único de conviver com seres únicos? Não 
me parece lógico isso... Seres únicos devem ser vistos pela ótica de sua unici-
dade e, através dela, serem incluídos, cuidados e educados. Não o contrário! 
Principalmente, quando esses seres únicos são nossos pequenos, ávidos pelo 
novo, dependentes de nossa condução e nosso olhar para que possam “cres-
cer” e se tornarem grandes, como vieram para ser. Às vezes, podas são neces-
sárias, mas quando a poda é em demasia, a árvore não cresce ou cresce torta.
Você sabia:
• Que dois tipos diferentes de personalidade têm visões completamente 
diferentes sobre a mesma situação e que, muitas vezes, essas percep-
ções são totalmente opostas?
• Que você pode ter uma mistura de tipos de personalidades (% de 
introversão para algumas coisas e % de extroversão para outras coisas) 
criando um tipo de personalidade única para você?
• Que seu tipo de personalidade afeta a escolha da carreira e o círculo 
social a que pertencerá?
• Que não só os extrovertidos se dão bem em cargos de liderança?
• Que o que pode ser estímulo para um filho (ou aluno), pode ser 
desmotivação para o outro se tiverem combinações de personalidades 
diferentes?
• Que estar sozinho não necessariamente é sinal de patologia social, 
assim como estar sempre em grupo ou acompanhado não é sinal de 
socialização?
Tipos de personalidade
19
Enfim, trago aqui, como desafio para a educação nos dias de hoje, 
as seguintes questões:
• Como criar um ambiente saudável para qualquer tipo de personalida-
de, salvaguardando suas diferenças de forma a poder perceber, desen-
volver e apoiar suas habilidades naturais?
• Como podemos, como pais, contribuir com a facilitação do desabro-
char máximo das competências natas dos nossos filhos? 
• Por fim, como a escola pode se tornar um ambiente mais inclusivo 
para as mais diversas combinações de personalidade: do mais intro-
vertido ao mais extrovertido?
Através da minha observação e de alguns escritores que acompa-
nho, percebo que somos convidados a todo o tempo a estar em acordo 
com uma sociedade que evidencia e paga a preço de ouro as habilidades 
tidas como “mais sociais”. Dizem que, para sermos mais bem sucedidos, 
temos de ser ousados, que para sermos mais felizes temos de ser mais sociá-
veis. Vemo-nos como uma nação de extrovertidos – mas, com base nessa 
premissa, onde se encaixam as pessoas que não atendem a esse estereótipo?
Por isso, talvez faça sentido que tantos introvertidos escondam-se 
até de si mesmos (eu mesma, até bem pouco tempo, era uma introvertida 
escondida de mim mesma). É mais fácil crer que se é um extrovertido com 
problemas de bipolaridade ou excêntrico, do que assumir características 
natas de introversão. Não é assim que somos convidados a pensar?
Vivemos em um sistema de valores chamado de Ideal da Extrover-
são (segundo Susan Cain, em seu livro PODER DOS QUIETOS, que 
uso de inspiração neste material) – a crença onipresente de que o ser ideal é 
GREGÁRIO, ALFA, E SENTE-SE CONFORTÁVEL SOB A LUZ DOS 
HOLOFOTES. O típico extrovertido prefere a ação à contemplação, a 
tomada de riscos à cautela, a certeza à dúvida, dentre outros paradoxos que 
só aparecem nesse contexto. Mas, infelizmente, ainda hoje, a introversão – 
com suas companheiras sensibilidade, seriedade e timidez – é considerada 
como um traço de personalidade de segunda classe, classificado em algum 
lugar entre decepção e uma patologia. 
Ana Brito
20
Introvertidos vivendo sob o Ideal da Extroversão, por falta de 
exemplo melhor, são como mulheres vivendo em um mundo de homens, 
desprezadas por um traço que define o que são. Não que a extroversão não 
seja um estilo de personalidade atraente, mas, ao o transformarmos em um 
padrão social, torna-se opressivo para muitos que acham ou aprenderam 
que devem ser assim para serem aceitos ou “vencedores”. Mas, ...
“Chega uma hora em que as pessoas ficam cansadas de se-
rem pisoteadas pelos pés de ferro da opressão. Chega uma 
hora em que as pessoas ficam cansadas de serem empurra-
das para fora do brilho do sol... e de serem abandonadas 
em meio ao penetrante frio de uma montanha...” 
(Reverendo Martin Luther King Jr.).
É claro que foi em outro contexto, mas se encaixa bem aqui. Veja o 
depoimento abaixo, retirado do livro O Poder dos Quietos: 
“ainda ouço todos os comentários da minha infância em 
minha cabeça, dizendo que eu era preguiçoso, burro, lento, 
chato. Quando tive idade suficiente para entender que eu 
simplesmente era introvertido, a suposição de que algo es-
tava inerentemente errado comigo já era parte do meu ser.”
Acho que não queremos nenhum dos nossos, filhos ou alunos, com 
esse tipo de questão daqui a 20 anos, não é mesmo?
***
Percorrendo a história, percebemos que os termos Introvertido e 
Extrovertido foram popularizado a partir do livro Tipos Psicológicos de 
Carl Jung. 
Vários sistemas de testes foram criados para se conhecer os tipos. 
Eu, particularmente, já fiz o Myers-Briggs, que é baseado no pensamento 
de Jung e é usado pela maioria das Universidades e Grandes Empresas, mas 
não há um consenso sobre o conceito de extroversão e introversão que seja 
Tipos de personalidade
21
fixo, coeso e único. Segundo Susan Cain, apesar de haver várias correntes 
conceituais, os psicólogos de hoje tendem a concordar em vários pontos im-
portantes, por exemplo:
• Quanto ao nível de estímulo externo que precisam para funcionar 
bem: Introvertidos sentem-se “bem” com menos estímulo, como 
quando tomam uma taça de vinho com um amigo próximo, fazem 
palavras cruzadas ou leem um livro. 
Extrovertidos gostam de vibração extra de atividades, como conhecer pes-
soas novas, esquiar em montanhas perigosas ou colocar música alta.
• Quanto à forma de trabalho: Introvertidos, muitas vezes, trabalham 
de forma mais lenta e ponderada. Eles gostam de se focar em uma ta-
refa de cada vez e podem ter um grande poder de concentração. São 
relativamente imunes às tentações da fama e fortuna. Extrovertidos 
tendem a terminar tarefas rapidamente. Eles tomam decisões rápidas 
(e às vezes drásticas) e sentem-se confortáveis com muitas tarefas ao 
mesmo tempo e ao correr riscos. Gostam da “excitação da caça” por 
recompensas como dinheiro e status. 
• Quanto os estilos sociais: Extrovertidos são as pessoas que darão 
vida ao seu jantar entre amigos e rirão generosamente de suas pia-
das. Eles tendem a serem assertivos, dominantes e necessitam muito 
de companhia. Extrovertidos pensam em voz alta e rapidamente; 
preferem falar a escutar, raramente se encontram sem palavras e, oca-
sionalmente, vomitam palavras que nunca quiseram dizer. Sentem-se 
confortáveis em conflitos, mas nãocom a solidão. Os introvertidos, 
por outro lado, podem ter várias habilidades sociais e gostar de fes-
tas e reuniões de negócios, mas, depois de um tempo, desejam estar 
em casa de pijamas. Eles preferem devotar suas energias sociais aos 
amigos mais íntimos, colegas e família. Ouvem mais do que falam 
e, muitas vezes, sentem que se exprimem melhor escrevendo do que 
falando. Tendem a não gostar de conflitos. Muitos têm horror a jogar 
conversa fora, mas gostam de discussões profundas.
Essas diferenças, no modo de operar, são somente diferenças no 
modo de operar. Simples assim! Essas diferenças observadas, percebidas 
e acolhidas desde cedo, no ambiente familiar ou na escola, introduz uma 
aceitação melhor do complexo modo de sermos nós mesmos. 
Ana Brito
22
Assim, com intuito de trazer mais conteúdo aplicável ao dia a dia, pas-
so a relacionar algumas formas de percepção dos tipos de personalidades. Meu 
objetivo é tornar essa prática tão facilitada como é perceber um dia de sol ou 
chuvoso e suas nuances entre um e outro. 
SISTEMA “DEVELOP YOUR ELEMENT” DE TIPOS DE PERSO-
NALIDADES
“Desenvolva seu Elemento” é um conjunto de ferramentas para 
aprender a estar no seu elemento. Estar no seu elemento significa ser verda-
deiro consigo mesmo, e sendo verdadeiro consigo mesmo, você se torna mais 
eficaz nas relações, na expressividade, nas profissões, por exemplo: ser um 
professor melhor, pai/mãe melhores, líderes melhores.
Através de 6 tipos diferentes, essa metodologia prioriza a observa-
ção aos testes e, com isso, torna mais fluida a aplicabilidade, tanto em si 
como nas pessoas próximas. Aqui ressalto filhos e alunos.
EXTROVERTIDOS AMBIVERTIDOS INTROVERTIDOS
Elétrico Aquático Ar
Fogo Terra Metálico
CARACTERÍSTICAS¹: (ALGUNS ASPECTOS DOS ELEMENTOS)
Elétrico: enérgico, positivo, leve, jovial, saltitante sonhador, visio-
nário. Linguagem corporal animada. Desinibido. Energia jovem. Cérebro 
trabalha rápido e saltando entre pensamentos continuamente. Novas ideias 
o tempo todo. Impulsivo, não pensa muito antes de fazer o que quer.
Fogo: elevada energia direcionada para fora. Extrovertido, oti-
mista. Gosta de ser o centro das atenções em contextos sociais. É influen-
ciador. Gosta de liderar outros. Muito focado em seus objetivos. 
Aquático: amoroso, romântico, emocional. Aceita tudo, empático. 
Flexível, genuíno. Tem um humor contagiante e é capaz de afetar os ou-
Tipos de personalidade
23
tros. É capaz de ter baixa e alta energia, dependendo do seu estado emocio-
nal. Valoriza pessoas que lhe mostram amor e carinho. O relacionamento 
com outras pessoas é mais importante para ele do que o desempenho, o 
fato e a lógica.
Terra: Energia média e movimento médio. Amigável, gentil. Agra-
dável, benevolente, paciente. Encorajador. Fiel, sensível, avesso a conflitos. 
As pessoas de terra têm muitas características que associamos às mães. As 
mães cuidam de sua família, nutrem as crianças e estão focadas no seu 
bem-estar e conforto. É naturalmente mais dominado. É metódico e gosta 
de saber mais antes de ter a confiança para falar sobre qualquer assunto. É 
confiável e leal.
Ar: Baixa energia, baixo movimento. Sua energia é dirigida para 
dentro. Gosta de estar sozinho e do seu espaço. Quieto e tranquilo, sé um 
ser leve, silencioso e tem aversão a conflitos. Ele tende a não desafiar a au-
toridade e segue o fluxo, desde que seu espaço não seja invadido.
Metálico: Direto, analítico, perfeccionista. Calmo, formal, bem pre-
parado e independente. Tem baixa energia externa, sua energia é direcionada 
para dentro. É muito direto e preciso em sua comunicação e trabalho. Sua 
energia é focada mais no pensamento profundo e na análise do que na lin-
guagem corporal ativa e falatório.
Importante é saber que três áreas contribuem para a composição 
das personalidades:
a) A natureza biogênica: são suas raízes genéticas, suas estruturas e processos 
cerebrais. Nato.
b) Comportamentos sociogênicos: referem-se ao comportamento adaptado 
no lugar do natural. Adota-se um comportamento “momentâneo” para 
atender alguma demanda familiar, social ou profissional. Demanda externa 
é a motivação para adoção de um novo padrão. 
c) Projetos Pessoais: Comportamento adaptado relacionado a algum projeto, 
paixão ou compromisso pessoal. Demanda interna é a motivação da ado-
ção de um novo padrão. 
***
Ana Brito
24
Termino este ensaio, dando meu ponto de vista sobre as perguntas 
feitas no início. Vejamos:
Para extrair o melhor dos alunos é preciso extrair o melhor dos 
professores. Para reconhecer as características dos alunos é importante re-
conhecer e perceber seu modo de operar. Partindo do ponto de vista das 
personalidades, é percebido que excelentes professores, sem ter conheci-
mento sobre sua forma de “operar no mundo”, desistem de suas paixões 
por estarem DRENADOS demais para continuar. Professores drenados 
não inspiram. Não motivam. Não passam o bastão. 
Saber entrar em espaços REGENERATIVOS e perceber quando 
esse espaço é necessário é de vital importância para um bom desempenho 
na escola como educador. Exemplo de um professor de Harvard que, ten-
do uma personalidade INTROVERTIDA, criou um método que era ado-
rado pelos alunos. Esse método exigia que ele saísse do seu estado “natural” 
de introversão para um estado “adotado” de extroversão, o que, para o 
exercício de sua paixão, era fundamental. Ao final de cada aula, por enten-
der que precisava se regenerar do “esforço”, saía aplaudido de sua sala, mas 
ia para seu canto recarregar suas baterias sozinho. Isso era importante para 
ele e, assim, ele estava sempre bem. Infelizmente, na maioria das escolas, 
os espaços de descanso dos professores é um espaço comum para todos, 
evidenciando o Ideal de Extroversão mencionado anteriormente, onde os 
introvertidos “tem de se adaptar”. (Depois que um introvertido é exposto 
a muito estímulo, faz-se necessário reservar-se para se regenerar o que não 
ocorre numa sala onde todos usam).
Se a equipe docente entende sobre espaços regenerativos, então isso 
poderá ser incorporado na arquitetura das escolas e nos currículos através 
de cursos, treinamentos, workshops com o intuito de tornar o ambiente 
educacional mais inclusivo, para o corpo discente e docente e demais es-
truturas, pois espaços regenerativos tornam toda a equipe mais paciente, 
com energia saudável, amáveis, e com clareza mental. Os alunos agrade-
cem uma melhor qualidade geral entregue!
Tipos de personalidade
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Aos pais, uma dica* de mãe:
Pais introvertidos: Seu filho extrovertido opera numa energia con-
trária a sua, e isso pode ser desafiador, mas ele, possivelmente, é saudável.
Pais extrovertidos: Seu filho introvertido opera numa energia con-
trária a sua, e isso pode levá-lo a pensar em alguma disfunção orgânica. 
Provavelmente ele não tem nenhum problema e nem é antissocial. 
Ao observar filhos com características distintas, apoiá-los em suas 
diferenças sem comparações, respeitando seus espaços regenerativos. Uma 
casa saudável é uma casa em que todos os moradores se sintam em casa e bem! 
Pense nisso, mas somente uma observação cautelosa poderá trazer essa percep-
ção.
* de qualquer forma, caso seu filho apresente sintomas diferenciados e você 
possua alguma dúvida, busque orientação profissional. 
GLOSSÁRIO
• Drenado: significa quando estamos expostos a estímulos contrá-
rios a nossa natureza. Ex.: Um extrovertido, que se “alimenta” de co-
nexão com pessoas, se vê imobilizado em casa por 30 dias. O estresse que 
aparecerá é decorrente de estar sem alimentar esse lado. O mesmo tipo de 
estresse ocorre quando um introvertido, que tem preferência à calma está 
exposto a um ambiente de superexcitação por muito tempo contra sua 
vontade. Esse “estresse” nós chamamos de DRENADO. 
• Espaço Regenerativo: É o local ou atividade que recarrega as ener-
gias. Por exemplo: Aquele extrovertido que terá de ficar internado 
por muito tempo, pode ter como espaço regenerativo uma minifesta 
a cada semana quandovários de seus amigos possam fazer uma visita 
todos juntos, ou no caso do introvertido, que teve de passar o final 
de semana festivo na casa de praia da família com todos os parentes, 
pode ter, como espaço regenerativo, uma fugida para jogar no celular 
no cantinho da sala ou nadar sozinho na piscina ou, quando chegar a 
sua casa, passar o dia inteiro no quarto lendo.
Ana Brito
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
O Poder dos Quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar um 
mundo que não para de falar/Susan Cain, tradução Ana Carolina Bento 
Ribeiro – Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017.
Apostila da Classe Principal da formação do DEVELOP YOUR ELE-
MENT/ Jannik Laursen e Itzel Lara Laursen, 2017. 
27
Professora apaixonada pela educação e que acredita que os estudos são o 
maior bem que os pais podem deixar para seus fi lhos. Leciona Geografi a 
nas redes Estadual do Rio de Janeiro e Municipal de Niterói, atuando no 
3º ciclo do Ensino Fundamental, classes de aceleração 3º e 4º ciclos como 
professora articuladora, e também em turmas do Ensino Médio. 
Professora Supervisora do PIBID UFF – Programa Institucional de Bolsas 
de Iniciação à Docência. Com seu trabalho, busca promover aprendiza-
gens signifi cativas por meio da sensibilização dos alunos ao abordar as-
suntos referentes à Geografi a e aproximá-los de sua realidade. Desenvolve 
desde 2014 um Projeto de Educação Patrimonial na Escola Municipal 
Levi Carneiro, responsável pela formação de jovens pesquisadores em que 
seu principal estudo é sobre a História/Pré-História de Niterói. O referi-
do trabalho intitulado Redescobrindo Niterói conquistou o 3º lugar no 
Estado do Rio de Janeiro, classifi cado como projeto destaque do Premio 
Professores do Brasil 2017.
Ana Paula Mello
 (21) 992632811
 anaptmello@bol.com.br 
 apt_mello@yahoo.com.br
Ana Paula Mello
28
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA 
FORMAÇÃO DO CIDADÃO
Ao pensar sobre a importância da cultura na formação do cidadão, 
venho discorrer sobre a relação cultura-escola, mais precisamente escola-
-museu. Minha visão reflete um pouco sobre minhas experiências no ma-
gistério como professora de Geografia do Ensino Fundamental e Médio, 
nas redes Municipal de Niterói e Estadual do Rio de Janeiro.
Com a globalização e o consequente avanço das tecnologias e das 
telecomunicações, a sociedade tem acesso a inesgotáveis fontes de infor-
mação de diferentes locais do mundo. Hoje é possível conhecer pessoas e 
trocar opiniões sobre os mais variados assuntos. Temos a sensação de ter o 
mundo em nossas mãos apenas com o click, seja no tablet ou no celular. 
Isso tudo sem falar nas redes sociais que tornaram todos especialistas sobre 
qualquer assunto, seja de política internacional à culinária. Para que se 
tenha uma ideia da quantidade de informações a que estamos submetidos 
atualmente, “uma edição de um jornal como o New York Times contém 
mais informação do que uma pessoa comum poderia receber durante toda 
a vida na Inglaterra do século XVII”. (BAPTISTA, 2001: p.62).
Nessa nova Era em que as informações são passadas de forma ins-
tantânea, sentimos o tempo voar, quase a escorrer pelas mãos, como dizia 
a canção de Lulu Santos. A globalização, que diminui as barreiras físicas, 
permite-nos ter contato com múltiplas realidades culturais e, se estivermos 
abertos ao mundo, podemos enxergar a beleza da diversidade.
Ao mesmo tempo em que temos contato com culturas e compor-
tamentos diferentes dos nossos, percebemos que alguns costumes vão se 
perdendo ou sendo simplesmente esquecidos. Concomitantemente, temos 
a reafirmação e a luta de grupos apagados socialmente pela recuperação de 
seu espaço na cultura nacional, como no caso de muitos grupos indígenas 
e também grupos quilombolas.
Nesse turbilhão de acontecimentos, temos a ESCOLA, o principal 
lugar de formação do indivíduo socialmente crítico, ambiente que deveria 
A Importância da Cultura na Formação do Aluno
29
ser livre de discriminação, em que todos pudessem manifestar suas ideias 
e discutir abertamente sobre variados assuntos, com o propósito de pro-
mover, junto à família, a valorização social e histórica e, assim, desenvol-
ver o cidadão. O conceito de cultura está intimamente ligado à noção de 
formação significativa, isto é, que possa dar sentido à vivência do educan-
do. Contudo, nota-se que, no contexto escolar, ainda há uma necessidade 
emergente da inserção da cultura como ferramenta fundamental na forma-
ção dos jovens.
A escola é responsável não apenas por fornecer informações, mas, 
principalmente, por formar cidadãos críticos e conscientes sobre a rele-
vância de suas ações no mundo (FIGUEIRA E MIRANDA, 2012). Ela 
é o principal lugar de aprendizado e sociabilidade dos jovens. Na escola, 
os alunos formam sua identidade e estabelecem relações com diferentes 
grupos sociais.
Podemos considerar cultura como tudo aquilo que é adquirido his-
toricamente e se transforma em sociedade, como hábitos, valores e pen-
samentos, ou seja, é todo comportamento aprendido, independente da 
transmissão genética (LARAIA, 2001). Em vista disso, a cultura é apren-
dida socialmente, e essas aprendizagens podem ser modificadas de acordo 
com o momento histórico vivido. Outro fato importante que deve ser con-
siderado é que não há cultura melhor ou pior, superior ou inferior. O que 
existe são pessoas que não respeitam as diferenças existentes no mundo.
Segundo Laraia (2001, p. 73), “o etnocentrismo, de fato é um 
fenômeno universal. É comum a crença de que a própria cultura é o 
centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão”. Todavia, as 
sociedades são modificadas constantemente devido às transformações 
ocorridas no espaço em que o indivíduo está inserido (mudanças so-
ciais, econômicas, tecnológicas). É primordial compreender que cada 
sistema cultural está em constante transformação e que o ser humano 
não possui papel passivo diante da realidade. Segundo Caldas, 1986, 
cada pessoa tem seu próprio costume, sua própria maneira de pensar e 
agir que a diferencia das demais pessoas e é dessa maneira que, gradual-
mente, influenciamos as mudanças culturais maiores em um processo 
continuadamente dinâmico.
Ana Paula Mello
30
“Nesse contexto, entender essa dinâmica é impor-
tante para atenuar o choque entre as gerações e evi-
tar atitudes intolerantes tão presentes na sociedade. 
Da mesma maneira que é fundamental o respeito e 
a compreensão sobre culturas diferentes, além de ter 
a percepção sobre as diferenças que ocorrem den-
tro do mesmo sistema. Este é o único procedimento 
que prepara o indivíduo para enfrentar serenamente 
este constante e admirável mundo novo” (LARAIA, 
2001, p.101).
Vivemos num país mestiço, diversificado, sendo de grande valia a 
valorização de suas peculiaridades. O Brasil possui uma identidade cultural 
nacional, porém cada estado e até mesmo cidades brasileiras são permea-
das de culturas particulares. Essa diversidade cultural e ambiental reforça 
a riqueza de nosso país e, portanto, não podemos trabalhar cultura com a 
intenção de uniformizar um único modo de pensar e viver. Pelo contrário, 
o estudo da cultura deve contribuir para combater todo e qualquer tipo de 
discriminação e compreender a própria realidade social.
A cultura e o saber da comunidade fazem parte da nossa vida e tam-
bém da vida do educando, por esse motivo, é imprescindível que ambos 
estejam interligados para que se alcance uma aprendizagem significativa. 
Contudo, isso só será possível se levarmos em consideração o respeito pela 
diversidade cultural trabalhando e valorizando o conhecimento do aluno.
Paulo Freire (2002) defendia que a principal tarefa de um educador 
é ensinar os alunos a “ler” o mundo e, dessa forma, compreendê-lo e assim 
desenvolver senso crítico para interagir em sociedade. Para tanto, a relação 
entre aluno e professor deve ser intensa e dinâmica, evidenciando a questão 
da identidade cultural. A prática educativa deve se pautar na solidariedade 
social e política e ser baseadano conceito de respeito aos saberes, tanto 
dentro quanto fora da escola.
As escolas devem formar pessoas conscientes seguindo na contra-
mão da homogeneização cultural e da manutenção social excludente vi-
gente, valorizando as diferenças e possibilitando mudanças consistentes.
A Importância da Cultura na Formação do Aluno
31
A relação cultura-escola, o acesso democrático a bens culturais nos 
permite refletir sobre produção cultural e também sobre a cultura como 
consumo. Devemos questionar qual público tem acesso à cultura, ou seja, 
cultura para quem? Será que o consumo cultural ocorre de acordo com as 
esferas sociais nas sociedades “ditas democráticas”?
Para Caldas, 1986, mesmo que os agentes sociais tenham o interesse 
em democratizar o acesso à cultura, torná-la acessível à sociedade como um 
todo, esbarra num problema insolúvel: o Estado não possui interesse em 
dispor de sua cultura para outros setores sociais, utilizando-a, dessa forma, 
como um diferenciador entre as classes.
Coelho Neto, 1986, afirma que promover cultura não é, apenas, fi-
nanciar o artista e sim criar condições para que o maior número possível de 
pessoas tenha acesso ao sistema de produção cultural. Para ele, cultura não 
é a simples soma, o estoque de produtos culturais acabados, prontos, mas 
um modo de vida entre esses produtos. É necessário uma reorganização 
no campo cultural desde os veículos de promoção, divulgação até chegar 
ao consumo cultural. Precisamos de um novo público, um outro modo de 
exercer o gosto e de pensar a cultura.
Conversando um pouco mais sobre a questão do acesso à cultura, 
muitas pessoas têm acesso aos produtos industrializados da cultura, seja 
pela televisão aberta, vídeos do YOUTUBE e os bailes funk que fazem a 
cabeça da garotada. No entanto, a maior parte dos jovens da periferia nem 
toma conhecimento do que existe em termos de produtos que são ofereci-
dos fora do contexto do mercado popular.
Raramente se vê, nos meios de comunicação, uma propaganda so-
bre exposição de arte, cinema, ou um espetáculo de dança que atinja o 
público menos favorecido economicamente. Há, é claro, exceções que con-
firmam a regra. No entanto, mesmo os programas públicos de incentivo 
à cultura que divulgam peças teatrais a preços populares ou exposição de 
artes não são suficientes para o público que vive nas periferias.
Além da divulgação das atividades culturais é necessário despertar 
nos jovens a curiosidade e o sentimento de pertencimento aos ambientes e 
bens culturais. Logo, é importante que se conduza o aluno a uma reflexão 
Ana Paula Mello
32
de que o conhecimento cultural, de sua história e da comunidade onde 
está inserido é uma ferramenta fundamental de luta por seus direitos como 
cidadão.
É claro que o funk, as batalhas dos passinhos, o forró pé de serra, 
as rodas de samba espalhadas pelo Rio de Janeiro e todas as expressões 
culturais devem ser consideradas e valorizadas. Mas, precisamos ainda nos 
questionar: “Será possível mais?” É um direito nosso poder percorrer todos 
os ambientes culturais sendo estes presentes no asfalto ou na favela; aliás 
a reapropriação dos espaços culturais e da cidade é um direito de todo 
cidadão.
Ao falar especialmente sobre museus que, apesar de toda a sua rele-
vância ainda hoje não são habitualmente frequentados pelos alunos das es-
colas públicas. Estes são instituições que retratam disputas, mitos, registros 
de civilizações ancestrais das quais tivemos origem, refletem sentimentos, 
modos de vida e experiências vividas por diferentes artistas, nas mais varia-
das épocas. Logo, os museus contam um pouco da nossa história, indireta-
mente, e, em teoria, deveriam atrair um grande número de pessoas. Muitos 
alunos têm uma ideia muito distorcida sobre os museus, pois acham que é 
lugar de coisas velhas e que é chato visitar. Nota-se um estado de alienação, 
em razão de seu desconhecimento, a ideia de estar diante de uma obra nada 
significa, pois está distante de seu cotidiano, por não ser de seu interesse e, 
portanto, por não considerar que a obra o represente ou por simplesmente 
achar que a obra apresentada não é arte.
Contudo, devemos considerar a função social dos museus, em seu 
papel de ativar os sentidos e de aproximar as obras de arte ao mundo sensí-
vel de cada um, seja propondo mediações (por meio do espaço, de ativida-
des ou de ações educativas) estimulantes ao visitante, seja criando formas 
de o indivíduo não só ver arte, mas também produzir obras artísticas, por 
intermédio de oficinas. O museu precisa ser visto como espaço de vivência 
e aprendizado, que propõe experiências estéticas e contempla manifesta-
ções de arte diversas.
Museus e escolas são espaços sociais que possuem histórias, lingua-
gens, propostas educativas e pedagógicas próprias. Socialmente, são espa-
A Importância da Cultura na Formação do Aluno
33
ços que se interpenetram e se complementam mutuamente, e ambos são 
imprescindíveis para formação do cidadão.
Hoje é interessante pensar numa educação além dos muros es-
colares. Temos as mídias educativas, vídeos e museus com acervos mag-
níficos, além de agentes educacionais qualificados que podem ajudar 
na ressignificação do conhecimento aprendido em sala de aula. Faz-se 
necessário pensar em ensinar e aprender para a vida, até porque existem 
muitas formas de aprender e de ensinar no mundo, contudo, alguns 
problemas básicos ainda mantêm a educação básica presa no século 
passado, tendo como exemplos a dificuldade de conseguir transportes 
para os alunos e problemas de acesso à internet nas escolas. Muitas 
vezes, o professor se dispõe a levar seus alunos no transporte público, 
apesar de todas as dificuldades, inclusive riscos, exatamente por reco-
nhecer a importância da vivência prática para a vida do educando e, 
também, por saber que, para muitos alunos, esse será o único contato 
com uma instituição cultural no ano, pois nem sempre a família realiza 
esse tipo de passeio.
É comum responsabilizarmos a educação e até mesmo a família 
pela falta de acesso à cultura. Podemos dizer que o desinteresse é o pro-
blema geral da sociedade, seja civil, governo, esfera privada e pública que 
não se importa de fato com a formação de seus cidadãos já que não gera 
lucro, porém, seria interessante refletirmos sobre a nossa responsabilidade 
individual na manutenção das desigualdades de oportunidades ao acesso à 
cultura no nosso país.
A experiência educacional fora do ambiente escolar, mais pre-
cisamente nos museus, vai além da complementação do currículo for-
mal, pois contribui significativamente no combate à evasão escolar, 
violência, reprovação e distorção idade/ciclo. Sem contar no desen-
volvimento da autoestima, pensamento crítico por meio do exercício 
da afetividade e da preservação da memória e do patrimônio cultural. 
Precisamos nos conscientizar que um país sem cultura e educação não 
tem identidade.
Ana Paula Mello
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, Cristiana. A angústia do excesso de informação. Revista Veja. 
São Paulo: Editora Abril, 2001, n. 35, p.62.
CALDAS, Waldenyr. Cultura. 4ª ed., São Paulo, 1986. (Coleção para En-
tender)
COELHO NETO, José Teixeira. Usos da cultura; políticas de ação cultural 
– Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. (Coleção Educação e comunicação, 
V.16)
FIGUEIRA, Cristina Reis & MIRANDA, Lilian Lisboa. Educação patri-
monial no ensino de História nos anos finais do ensino Fundamental: Concei-
tos e práticas, São Paulo, SM, 1ª edição, 2012.
FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. 14ª ed. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
TIBUR, Marcia. A cultura e a formação do ser humano: sobre... 
Acesso: o blog da democratização cultura. 2012. Disponível em: 
<http://www.blogacesso.com.br/?p=1276>. Acesso em 05 de no-
vembro de 2017.
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Gestor de Marketing e MBA em Gestão Empresarial pela UCAM. Cur-
sou MBA emGerência de Projetos na FGV e Nanodegree em Marketing 
Digital na Udacity. Tem ampla vivência como diretor, coordenador, gestor 
e professor (especialista em Active Learning). Foi Gerente de Projetos Edu-
cacionais na Universidade Castelo Branco, onde implantou o Programa 
UCB Ativa! de Metodologias Ativas de Ensino. É Colunista da Folha RJ 
e Coach Certifi ado pelo IJI Coaching (Instituto Internacional Japonês de 
Coaching).
CAETANO TAVARES
 (21) 98217-6385 
 caetano.tavares@folharj.com.br
Caetano Tavares
36
O PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS 
DE ENSINO NA EDUCAÇÃO PARA 
O SÉCULO 21
1. O PAPEL DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO NA FORMAÇÃO DO 
ALUNO PARA A SOCIEDADE
Um dos papéis da Instituição de Ensino (IE) como agente de di-
fusão do conhecimento e na formação de indivíduos éticos, críticos e util-
mente integrados à sociedade é o de produção de novos conhecimentos, 
tecnologias e processos, seja através da pesquisa ou da aplicação.
Os tempos atuais, nos quais a dinâmica das inovações exige res-
postas quase sempre muito ágeis, cobram das organizações e das pessoas 
mais do que o conhecimento adquirido e a predisposição em aplicá-lo. 
O mundo espera de cada elemento da sociedade a aptidão para exercer 
tarefas e funções, solucionar problemas de forma ótima dentro da área 
de competência de cada indivíduo. A competência e a habilidade andam 
juntas, na medida em que a segunda é a capacidade de pôr em prática as 
teorias e conceitos dominados.
A IE, então, tem sido cobrada de seus intervenientes por uma pos-
tura de formação, também de prática e de aplicação alinhada às necessi-
dades de um mercado que se renova a cada dia e no qual, não é exagero 
afirmar, constata-se diuturnamente a rápida obsolescência de soluções tec-
nológicas e conhecimentos que, há muito pouco tempo, eram considera-
dos ultramodernos. Também não é exagero afirmar que, ano após ano, as 
IEs formam profissionais que aprenderam o que não será aplicado a partir 
de então, assim como ensinam aos seus alunos conhecimentos que serão 
obsoletos antes mesmo de seu ingresso no mercado de trabalho. A resposta 
para conviver com tal dilema é promover o desenvolvimento pessoal do 
aluno, tornando-o capaz de aprender a aprender, utilizar seu senso crítico, 
tomar decisões ao longo de sua vida, intervir socialmente, diagnosticar os 
momentos das mudanças e adaptar-se, sem perder a capacidade de solucio-
nar os problemas da forma necessária, com o tempo e recursos disponíveis 
O Papel das Metodologias Ativas de Ensino na Educação para o Século 21
37
e no padrão de qualidade esperado. Esse desafio tem sido encarado com 
sucesso através das metodologias ativas de ensino-aprendizado.
As metodologias ativas permitem que o aluno enfrente desafios 
apresentados pelo professor, pelo grupo de trabalho ou pela sociedade. 
Através delas, o aluno é motivado a mobilizar competências diante de pro-
blemas significativos, tanto no seu contexto quanto em contextos em que 
ele virá a se relacionar em sua atuação profissional.
É preciso, também, entender que não basta formar profissionais 
unicamente hábeis, pois isso corresponde a desenvolver habilidades que 
poderão ser inúteis diante da obsolescência do conhecimento. Aprender 
a aprender, através do contexto que se compreende, é estratégia. A 
contextualização é pedagogicamente eficiente, mas a elaboração de ino-
vações, mesmo a partir de um contexto que tem significado para o profis-
sional, é um processo que desafia a capacidade de manter-se no “aprender 
continuado”.
Está intrínseco nas metodologias ativas que a individualidade de 
cada aluno traz um repertório de vivências, conhecimentos, habilidades e 
atitudes herdadas ou adquiridas que é fundamental para o enriquecimento 
do processo de aprendizado do grupo. Os professores são responsáveis pela 
ampliação ou qualificação desse repertório individual e da promoção das 
condições necessárias para que uma verdadeira rede de conhecimento e 
aplicações se desenvolva através do somatório dos saberes dos elementos do 
grupo. É esse conjunto de conhecimentos que formará os indivíduos que 
comporão a nova força profissional que a sociedade almeja.
Uma das formas de se promover pedagogicamente a contextualiza-
ção é a interdisciplinaridade. Ela articula os conhecimentos entre discipli-
nas, permite superar a fragmentação e transforma o processo de compreen-
são através de percepção e elaboração holística, portanto total ou global. 
A compreensão holista permite elaborar problemas complexos e, ainda, 
construir um homem mais integral, mais propenso a produzir sinapses 
inovadoras a partir de insumos oferecidos por conhecimentos específicos.
A interdisciplinaridade também é complexa. Não basta construí-la 
formalmente ou em esquemas bem representados graficamente. É preciso 
Caetano Tavares
38
aplicá-la com sensibilidade. Os coordenadores de curso e professores de-
vem estar preparados para praticar a negação, a superação, a complementa-
ção e a ampliação dos conceitos. O processo de questionamento deve estar 
presente a cada instante, desafiando, testando, para confirmar ou encontrar 
novos caminhos. Uma boa prática de interdisciplinaridade, então, é a prá-
tica de trabalho em projetos. Os projetos permitem que conhecimentos, 
fragmentados ou não, sejam aplicados. Essa prática motiva à concepção de 
resultados através da busca de novos conhecimentos a agregar por meio de 
contextos significativos para o aluno, assim como o desenvolvimento de 
habilidades para aplicá-los na construção coletiva do resultado.
A construção das competências através de projetos deve proporcio-
nar a reflexão, pôr os valores em prática, respeitar as diferenças e promover 
a solidariedade. A avaliação dos resultados desse processo deve contemplar 
aspectos subjetivos e objetivos, de forma diferenciada, assim como permi-
tir a contribuição autoavaliativa. Observa-se, com isso, que construir com-
petências ativamente através de projetos é uma metodologia que permite 
a construção de um indivíduo autônomo intelectual e emocionalmente. 
Essa autonomia intelectual é fundamental para um egresso capaz de solu-
cionar problemas e usar o raciocínio e os valores para decidir o que é mais 
justo, melhor ou aplicável para si ou para a sociedade.
2. CONCEITO FUNDAMENTAL E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS 
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO
As modernas técnicas de ensino passam por uma mudança de para-
digma que acompanha a revolução dos modelos de apreensão do mundo, 
tanto na dimensão do conhecimento quanto nas habilidades de relaciona-
mento individual ou coletivo entre o indivíduo e o outro. A metodologia 
passiva de aprendizado vinha sendo questionada há mais de um século. 
Já se constatara que o processo de ensino-aprendizagem era baseado na 
compreensão de que a constituição do saber passa pelas vivências e co-
nhecimentos, de forma não previsível e dinamicamente relacionadas (por 
experiências e fatos), distante de ideias anteriormente previsíveis.
O Papel das Metodologias Ativas de Ensino na Educação para o Século 21
39
“Alunos e professor, detentores de experiências próprias, são apro-
veitados no processo. O professor possui uma visão sintética dos 
conteúdos, os alunos uma visão sincrética, o que torna a expe-
riência um ponto central na formação do conhecimento, mais 
do que os conteúdos formais; uma aprendizagem essencialmente 
coletiva, assim como é coletiva a produção do conhecimento.” 
(DEWEY, John. 1859-1952. Democracy and Education: 
An Introduction to the Philosophy of Education.)
Considerando essa essência de aprendizagem coletiva, com o tem-
po, vem se aumentando o questionamento da aula tradicional, na qual 
se convencionou a premissa de que o conhecimento está unicamente no 
professor. O resultado é um composto de aulas iguais, unilaterais, muitas 
vezes, eficientes, mas pouco eficazes – pois muito se ouviu, ou até viu, 
mas pouco foi retido em forma de conhecimento. Também, caso se con-
sidere que conhecimento é aquilo que se retém após o esquecimento,é 
preciso pensar nas metodologias de acesso ao conhecimento no processo 
de ensino-aprendizado.
É possível encontrar uma citação sobre modelos de processo de 
aprendizado vinda do filósofo chinês, Confúcio, há mais de 2500 anos: 
“O que eu ouço, esqueço; O que eu vejo, eu me lembro; O que eu faço, 
compreendo.” (Rongo shikkai (versão de Shōhei). Anacletos de Kung 
Fu Tsé. Japão. 1364.). Mais recentemente, uma das bases dos estudos 
sobre a retenção do conhecimento, desenvolvidos pelo NTL Institu-
te for Applied Behavioral Science (uma organização não governamental 
que, desde 1947, lidera pesquisas no campo de aprendizagem e desen-
volvimento, com programas e serviços que utilizam metodologias de 
formação experiencial modernos de alto impacto, em Silver Spring, 
Maryland, EUA), é possível representar em uma pirâmide a probabi-
lidade de retenção do conhecimento pelo indivíduo cognitivamente 
mediano, com base na metodologia adotada pelo processo de ensino-
-aprendizado.
Caetano Tavares
40
5% Assistir a uma palestra
10% Fazer uma leitura
20% Utilizar recursos audiovisuais
30% Demonstrar/Usar de imediato
50% Discutir em grupo
75% Praticar o conhecimento
85% Ensinar os outros
FOCO DAS 
ATIVIDADES NA 
METODOLOGIA
FORMAS DE TRANSMISSÃO
DO CONHECIMENTO
ÍNDICES DE 
RETENÇÃO DO 
CONHECIMENTO
Figura 1: Formas de Transmissão do Conhecimento
Por essa informação, pode-se concluir que a metodologia de ensi-
no-aprendizado, que é baseada em atividades de discussão coletiva, prática 
do conhecimento adquirido e transmissão posterior daquilo que se apren-
deu é, certamente, responsável pela desejada eficiência que, até então, foi 
questionada na metodologia da aula tradicional. Com poucas palavras, em 
um mundo em que a dinâmica das mudanças é tão presente e intensa, em 
que o mercado de trabalho e as oportunidades se alinham e até promovem 
o aceleramento dessas mudanças e exige eficiência de seus atores, o proces-
so de aprendizado exige técnicas de ensino mais ativas. É preciso trabalhar 
com metodologias ativas de ensino.
Essa foi a decisão das escolas pioneiras na adoção do método Pro-
blem Based Learning (PBL) e que sustentam renome internacional pelos 
seguidos sucessos alcançados. Em 1974, a Universidade McMaster, no Ca-
nadá, iniciou a aplicação do PBL, seguida, em 1976, pela Universidade de 
Maastricht, na Holanda, e pela Universidade do Novo México em 1979. 
Mas, seguramente, o caso de sucesso do PBL mais citado e estudado no 
Brasil foi o da Escola Médica de Harvard, a partir de 1985. O método está 
cada vez mais difundido no mundo. Nos Estados Unidos, o PBL foi ado-
tado pelas escolas de Albuquerque, de Harvard, do Hawaí, entre outras. As 
Sociedades de Escolas pelo mundo têm recomendado essa metodologia de 
O Papel das Metodologias Ativas de Ensino na Educação para o Século 21
41
Ensino ativo. Nos dias hodiernos, escolas da África, da Ásia e da América 
Latina, estão aplicando o PBL.
No Brasil, muitos entendem que a metodologia PBL é aplicável 
somente a programas de pós-graduação ou a Escolas de Negócios. Ledo 
engano. A metodologia PBL tem demonstrado eficácia e eficiência em 
escolas da área da saúde, como medicina, enfermagem, fisioterapia, ve-
terinária e odontologia. A Universidade McMaster, por exemplo, ini-
ciou o PBL em 1974, aplicando-o a partir do terceiro ano de seu curso 
de medicina. O sucesso iniciou-se nessas áreas de conhecimento e, só 
mais recentemente é que as escolas das áreas de humanas, tais como a 
Faculdade de Economia da Universidade de Maastricht, e algumas es-
colas de engenharia dos Estados Unidos, por exemplo, migraram para 
esse modelo.
É importante ressaltar que, embora essa cronologia aponte 
historicamente a adoção das metodologias ativas pelas Instituições 
de Ensino Superior pelo mundo, isso não restringe a metodologia às 
Universidades. Ao contrário, experimentam-se projetos de muito sucesso 
através do mundo, em especial no ensino fundamental e médio. Um 
bom exemplo disso é a estrutura da metodologia de ensino das escolas 
Finlandesas.
3. QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DAS METODOLOGIAS ATIVAS 
DE ENSINO?
Balzan (1999) aponta que a metodologia tradicional emprega-
da pelos professores universitários tem sido mencionada em pesquisas 
como um dos fatores que tem causado a evasão no ensino superior. 
Várias são as hipóteses que compõem a formulação dessa conclusão 
de Balzan. Para exemplificar, pode-se escolher apenas um componente 
que, em última instância de análise, pode ser considerado como causa 
fundamental para a citada conclusão de Balzan: a relação dominador/
dominado, presente na relação educador /educando. Em um país onde, 
ao falar em Educação, naturalmente se fala em Prof. Paulo Freire, é 
possível ressaltar certas expectativas daquele educador, especialmente 
Caetano Tavares
42
quando ele ressalta a necessidade de conceber a educação como prática 
de liberdade, em oposição a uma educação como prática de dominação. 
A metodologia tradicional de aula, unilateral, pode ter um componente 
de dominação. Isso pode acontecer se o processo de ensino for uma 
“prática de depósito de conteúdos apoiada em uma concepção de homens 
como seres vazios” (Freire P., Pedagogia da autonomia: saberes necessá-
rios à prática educativa. 39ª ed. São Paulo: Paz e Terra; 2009). Paulo 
Freire defende que a Educação deve ser a prática da problematização 
dos homens em suas relações com o mundo. Problematizar para solu-
cionar, através do PBL, é uma metodologia fundamentada na premissa 
de que, em aula, há uma relação de diálogo entre educador e educando, 
na qual ambos aprendem, através de seus conhecimentos, experiências 
e outras vivências. O aprendizado ativo é, portanto, uma metodologia 
que permite emancipar a didática de conceitos pouco democráticos de 
aprendizado.
O que pensam os estudiosos sobre os benefícios das Metodologias 
Ativas de Ensino para o aprendizado:
“O Problema em discussão é capaz de promover o desenvolvimento de 
estruturas cognitivas que facilitam a recuperação de conhecimentos relevantes, 
quando estes vierem a ser necessários para a solução de problemas similares.”
(Norman e Schimidt, 1992; Schimidt, 1993; Regehr e Norman, 1996)
“O uso da PBL eleva a motivação dos Estudantes na medida em que 
promove a discussão de problemas próximos, derivados de sua área de conheci-
mento e pertinentes ao seu futuro exercício profissional. Isso favorece o aumento 
do tempo dedicado ao estudo e, consequentemente, a melhora na aprendizagem.” 
(Norman e Schimidt, 1992; Schimidt, 1993; Regehr e Norman, 1996)
“A aprendizagem tende a ser mais rápida quando os Estudantes desenvolvem 
habilidades de autorregulação, favorecidas pela PBL.” 
(GIJSELARERS, 1996, p.16).
“Isso ocorre quando requer o estabelecimento de objetivos (o que eu vou 
fazer?), escolha de estratégias (como vou fazê-lo?) e avaliação do problema e do 
processo educacional (funcionou?)” 
(RIBEIRO, 2005, p.35)
O Papel das Metodologias Ativas de Ensino na Educação para o Século 21
43
“Autorregulação corresponde às capacidades do sujeito para gerir ele 
próprio seus projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e obs-
táculos.”
(PERRENOUD, 1999, p.96)
“O trabalho em grupo proporcionado pela PBL é capaz de expor os 
estudantes a pontos de vista alternativos, levando-os a questionar a sua com-
preensão inicial do problema.” 
(GIJSELAERS, 1996)
“A associação da pesquisa com o ensino estimula, por um lado, o estudo 
individual, de acordo com os interesses e ritmo de cada Estudante e, por outro, 
o trabalho com o grupo que exige a participação de cada um no coletivo.” 
(BUFREM e SAKAKIMA, 2003)
Além dos benefícios já defendidos neste texto, seguem dez bons 
motivos para aplicar metodologias ativas nas Instituições de Ensino. Con-
cisamente, no desenvolvimento das seguintes competências: Trabalho em 
equipe; Colaboração; Criatividade; Formulação e resolução de problemas; 
Negociação; Capacidade de promover mudanças; Coragem de enfrentar 
novosdesafios; Melhor nível de compreensão de conceitos; Senso de res-
ponsabilidade; Senso de autorregulação.
Enfim, acreditamos no método, mas nunca é demais relembrar o 
importante papel do professor como facilitador, tendo a IE como meio e 
infraestrutura, porém, em especial, reforçar o comprometimento do aluno 
com o aprendizado torna-se mais do que uma mudança de paradigma, 
uma vez que, quão mais comprometido o aluno estiver, mais valiosa será 
a sua participação para o conjunto de educandos e, naturalmente, para o 
educador e para a sociedade.
Caetano Tavares
44
45
Claudia C. G. Menezes, formada em Psicologia desde 1993 – Bacharel e 
Licenciatura, pelo Centro Universitário Celso Lisboa, especialista em Teo-
ria Cognitivo-Comportamental, pós-graduando em Hipnose Clínica pelo 
IBH – Instituto Brasileiro de Hipnose e Centro Universitário Celso Lisboa 
e atualmente, mestranda em Psicologia Social pela UERJ – Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro.
Trabalha em psicologia clínica na linha comportamental e também com 
orientação tanto de pais quanto de adolescentes, com objetivo em melho-
rar o convívio familiar e relacionamentos interpessoais.
Acredita na capacidade de ressignifi cação das pessoas, que cada um é espe-
cial e possui potencial onde devidamente explorado, através da psicotera-
pia, facultará a melhorar a qualidade de vida.
É palestrante, participou do “I Simpósio de Teoria Cognitivo-Comporta-
mental” apresentando o do tema “Disforia de Gênero” no Hotel Mercure 
- Nova Iguaçu, realizado IBH. 
CLAUDIA MENEZES
 (21) 99854-4322
 claudyapsic@gmail.com
 www.claudiapsi.com
 /terapiacognitivocomportamental 
 liberdade
 claudia-gomes-9a796238
Claudia Menezes
46
OS RESPONSÁVEIS E A TAREFA DE EDUCAR 
(DIFÍCIL?)
Prezados pais, responsáveis e ou cuidadores, a tarefa de educar não 
é nada fácil, por mais que tenham experiência com filhos, ou mesmo com 
irmãos mais novos, pois cada pessoa é diferente uma da outra. Cada um 
possui sua própria personalidade, identidade e necessidades diferentes. 
Ninguém é igual, somos seres indivisíveis, ou seja, cada um é único e sin-
gular, portanto, não há padrões idênticos de comportamento para seguir 
quando se fala em educação com os filhos. Apenas podemos afirmar que 
educar é uma tarefa que exige paciência, tempo, respeito, diálogo e muita 
dedicação. Educar é preparar a criança para o mundo, é habilitar, capacitar, 
qualificar, lapidar, civilizar e ensinar. 
Nos tempos atuais, parece que essa tarefa ficou mais difícil ainda 
por vários fatores externos. Estamos na era da globalização, quando tudo 
o que acontece do outro lado do mundo é notificado rapidamente em 
qualquer local do planeta. Hoje, estão à disposição de nossas crianças os 
tablets, notebooks, smartphones, TV a cabo e TV aberta, enfim, muitos 
meios de comunicação. Então, o que fazer? Não permitir o acesso a essa 
nova tecnologia? Como controlar ou como educar uma criança sem esses 
meios de comunicação? Parece impossível, não é mesmo? Porém, é neces-
sário que haja esse contato com o mundo, de forma responsável e sensata.
Muitos pais se culpam por não terem tempo em cuidar de seus 
filhos devido à vida profissional e/ou acadêmica, trabalhando em horário 
integral, viagens a trabalho, faculdade ou cursos, sempre visando o con-
forto material para a família e, no final dessa jornada cansativa, o retorno 
a casa e, a necessidade de dar atenção aos filhos. 
Alguns pais acreditam que oferecer tudo o que o filho quer supre 
a sua ausência, comprando os melhores consoles de jogos ou investindo 
em atividades extracurriculares, ou mesmo incentivando ao consumismo 
dando-lhes tudo o que pedem, mas o que importa de verdade é a qualidade 
da atenção e do amor que é oferecido à criança. 
Os Responsáveis e a Tarefa de Educar (Difícil?)
47
Neste capítulo, indicamos algumas sugestões de educação sem 
traumas para os pais e muito menos para as crianças, lembrando que 
essas crianças, que estão sob sua responsabilidade, serão os futuros adul-
tos e, quanto mais educamos com amor e compromisso, mais criamos 
possibilidades em obter êxito nessa árdua tarefa.
REGRAS SÃO NECESSÁRIAS? 
Lógico que em qualquer sociedade há necessidade em criar regras 
e leis para que haja ordem social, sendo assim, faz-se necessário ensinar a 
obedecer regras e normas. 
É em casa que tudo acontece. Se seu filho vê você “furando” fila 
para comprar ingressos para o cinema, por exemplo, ele repetirá esse 
comportamento e, assim, consequentemente, ele entenderá que não há 
mal algum não aguardar sua vez em filas e que, a todo o momento, as 
pessoas estão disponíveis para atender suas vontades. 
Toda criança precisa de limites, e acredite, as crianças gostam de 
ter pais que se importam, que orientam e ensinam. Isso não causa trauma 
psicológico na criança, ensinar e educar é fundamental para aprender o 
respeito pelo próximo, é fazer compreender que o mundo não foi adap-
tado para ela e, sim, que existem milhões de pessoas tão especiais quanto 
ela habitando no mesmo mundo que o seu. 
Quando converso com pais das crianças, que atendo no consul-
tório, costumo dizer que a criança nasce como uma folha em branco e é 
com a educação e o diálogo em casa que a criança vai se transformando. 
Educação é uma questão de ética. Nenhuma criança nasce com princípios 
morais, a criança faz o que lhe cabe no momento, portanto, compete aos 
pais, paciente e insistentemente, ensinar, dar limites e orientar. É um pro-
cesso longo, diria que cansativo, mas necessário. Com a insistência dos 
educadores (pais ou cuidadores), a criança aprende e modifica atitudes e 
comportamentos inadequados.
No dia a dia, criar horários para as crianças auxilia tanto aos pais 
quanto à própria criança que irá aprender e entender a importância do 
Claudia Menezes
48
compromisso. Fazer um quadro com horários de tarefas e atividades pra-
zerosas ajuda a orientar as crianças que não têm ideia de tempo, por elas, 
ficariam horas infinitas assistindo televisão ou mexendo em seus aparelhos 
eletrônicos. Ao final do dia, converse com seu filho como foi realizar as ta-
refas, mostre sua satisfação e elogie as conquistas da criança. O elogio, sem 
exageros ou em demasia, aumenta a autoestima e incentiva a capacidade de 
conquista e organização do indivíduo. 
RECOMPENSAS
Sem dúvida alguma, quem não gosta de ser recompensado por ter 
estudado muito e, por consequência, receber uma boa nota no exame? 
Qual adulto não fica feliz quando o chefe elogia seu trabalho e o promove? 
Pense bem nas sensações que essas situações promovem. São sentimentos 
de alegria, prazer, satisfação e até mesmo orgulho pelo reconhecimento de 
sua dedicação. Se nós adultos sentimos tudo isso, imagina a criança quan-
do começa a aprender a escrever o próprio nome, quando consegue cum-
prir uma tarefa delegada pelos pais. Esses momentos merecem recompen-
sas sim. Um abraço, um sorriso carinhoso contribuem para o crescimento 
da autoestima, gera segurança e estreita laços de confiança com seus pais. 
A recompensa afetuosa é muito mais importante que a material. 
Ser reconhecido, amado e acolhido são sentimentos que carregaremos por 
toda vida, são as demonstrações de afeto que ficam na lembrança, assim 
como as ofensas e reforços negativos também ficam latentes e, muitas ve-
zes, manifestados nas atitudes rebeldes e agressivas que os filhos demons-
tram aos pais. Sendo assim, ofereça o que há de melhor em você para seu 
filho, não incentive o consumismo com recompensas materiais, prefira a 
conversa, uma saída para um parque, uma brincadeira preferida da criança 
como forma de recompensa. Tenha a certeza de que a qualidade da educa-
ção é um diferencial na vida adulta da criança.
DIFÍCIL EDUCAR NOS TEMPOS ATUAIS 
Em tempo algum foi fácil educar, cada época tem um novo desafio; 
cada idade, uma nova abordagem; cada passo, nova adaptação. 
Os Responsáveis e a Tarefa de Educar (Difícil?)
49
Existem vários programas de entrevistas que abordam o tema “Edu-
cação”,de certo uma preocupação da sociedade como um todo. Gostaria, 
porém chamar a atenção dos pais para suas responsabilidades em relação ao 
tema. Uma das queixas que venho observando é que alguns pais delegam 
a educação básica, ou seja, a doméstica, como responsabilidade da insti-
tuição de ensino. Infeliz engano. O propósito da escola é disponibilizar 
estrutura para aprendizado e desenvolvimento intelectual de seus alunos. 
Existem responsabilidades da instituição de ensino como zelar pela inte-
gridade física e mental dos mesmos durante o horário escolar, desta forma, 
cabe aos pais acompanhar o desenvolvimento da criança e auxiliá-la em 
suas dificuldades, bem como, participar das atividades em que seja solicita-
da a presença do responsável, mas lembre-se que educar é ensinar, preparar 
a criança para o convívio com outras pessoas, para o mundo. Gentileza, 
generosidade e respeito se aprende em casa. Bons exemplos são seguidos, 
da mesma forma que o contrário também. 
Sempre que posso, menciono uma situação vivenciada por Mahat-
ma Gandhi. Certa vez, uma mãe o procurou pedindo que ele aconselhasse 
seu filho a parar de comer doces, Gandhi pediu que ela voltasse com a 
criança duas semanas depois. Após esse tempo, a mãe retorna com o filho 
e Gandhi lhe aconselha: “Você deve parar de comer doces, isso fará muito 
mal a sua saúde”. A mãe questionou o porquê de ele ter feito esperar por 
tanto tempo para lhe dar esse conselho e, sabiamente, Gandhi responde: 
“Porque há duas semanas eu ainda comia açúcar”. 
A responsabilidade de educar e as dificuldades sempre existiram 
e existirão. Nossos pais, avós tinham as mesmas dificuldades, porém, há 
vinte, trinta anos não havia tantos atrativos e facilidades como nos tempos 
atuais, portanto, o que fazer? Como impedir que algumas situações não 
ocorram com nossas crianças por sugestão da internet? 
 Como mencionado anteriormente, regras e normas devem fazer 
parte do cotidiano das crianças. A internet tem muito conteúdo impor-
tante para pesquisas escolares e assuntos maravilhosos a serem explorados. 
É de responsabilidade do adulto verificar o que a criança lê e pesquisa. É 
através da orientação e do olhar atento dos responsáveis que se pode evitar 
contato com conteúdos inadequados. Existem programas que podem ser 
instalados nos computadores domésticos que evitam visitas a sites suspei-
tos. Proibir não é a melhor opção, orientar sim, sempre.
Claudia Menezes
50
 Converse muito, pois é através do diálogo e atitudes positivas que 
se conquista a confiança e a cumplicidade com a criança. É ser amigo, mas 
não aquele amiguinho de escola, porém amigo no sentido de companhei-
rismo, parceria e cumplicidade. Ressalto que a cumplicidade não é apoiar 
o que está errado, mas orientar para o que é genuinamente ético.
 Lembre-se do exemplo de Gandhi, ser exemplo é, sem dúvida, o 
melhor recurso para educar com reflexão e prudência. Não existe recurso 
mais forte nas relações familiares do que o amor, portanto demonstrar 
amor e respeito é verdadeiramente a maneira mais assertiva em educar.
“Se um único homem chega à plenitude do amor, neutra-
liza o ódio de milhares”.
(Mahatma Gandhi)
EDUCAÇÃO PARA VIDA
“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar 
para mudar o mundo”.
(Nelson Mandela)
Não se educa uma criança para um mundo cor de rosa e cheio de 
facilidades, educa-se para a vida. 
Alguns pais “desesperam-se” porque não terão dinheiro para realizar 
o sonho da criança em comprar um brinquedo anunciado na televisão, ou 
pagar uma viagem para algum parque temático, ou mesmo porque não tem 
como proporcionar as melhores condições financeiras, achando que, se não 
derem tudo o que a criança pede, é submetê-la à humilhação ou frustração. 
Nem tudo é possível, ou necessário. Todo processo de crescimento transcorre 
com compreensão e absorção. A qualidade da dedicação e atenção dada à 
criança é a ponte para fazê-la entender que há limite para tudo. O “não”, faz 
parte da formação da vida de uma pessoa, desde que não seja acompanhado 
de agressões físicas, verbais ou humilhações. O mundo é cheio de possibili-
dades, mas, para obter ganhos, precisa esforçar-se para isso. As recompensas 
não aparecem como passes de mágicas, mas, sim, com dedicação. Imagine 
Os Responsáveis e a Tarefa de Educar (Difícil?)
51
se você faltasse dias no seu emprego, ainda assim receberia o salário inteiro? 
Lógico que não. Sua recompensa só virá se houver compromisso e responsa-
bilidade com seus afazeres. 
O lar ainda é a instituição educacional mais importante e pode-
rosa existente, pois são os responsáveis que moldam o comportamento 
da criança, e é através da educação que se formam traços e atitudes para 
o futuro. Ensinar o limite é evitar que a criança se torne hedonista (he-
donismo vem do grego hedonikos, cujo significado é prazeroso – hedon 
significa prazer), ou seja, que todos os desejos prazerosos deverão ser 
realizados a qualquer custo. Quando em tudo o que a criança pede ela é 
atendida, certamente um “não” gera ataque de raiva e descontrole emo-
cional e, com isso torna-se cada vez mais difícil a aceitação de a criança 
entender seu limite. 
Quando se educa uma pessoa, cria-se nela o hábito saudável de 
entender que seus direitos começam onde os dos outros terminam. A edu-
cação e o respeito andam juntos, de mãos dadas para sempre. A tolerância, 
a condescendência, a compreensão e o equilíbrio acerca das diferenças do 
outro são compreendidos quando há o real compromisso dos educadores, 
pais e responsáveis, num diálogo esclarecedor e livre de ideias pré-conce-
bidas (sem preconceitos). Agindo assim, não seria novidade entender e 
respeitar que existem diferenças ideológicas, que todos somos semelhantes 
e que não é a cor da pele ou a religião que define o caráter de uma pessoa 
e, sim, o que define é a ética perante a vida.
Os bons pais ensinam seus filhos, respeitam, zelam, não abusam 
de sua autoridade, atendem às necessidades básicas dos filhos, como edu-
cação, alimentos, saúde física e psíquica, são justos e, sobretudo, amam 
seus filhos. Amando-os, ensina-se com esse exemplo que todas as pessoas 
precisam ser respeitadas.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua 
pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, 
as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, 
elas podem ser ensinadas a amar”.
(Nelson Mandela) 
Claudia Menezes
52
PAIS E FILHOS
As relações parentais são infinitamente fortes, poderão ser laços 
inquebrantáveis ao longo da construção de uma amizade verdadeira, com-
prometida no amor e na cumplicidade de ambos.
Os filhos precisam acreditar que os pais são amigos, companheiros 
e parceiros da vida. Os pais são referências importantes, eles que devem 
verdadeiramente se importar com o crescimento de seus filhos. É uma re-
lação infinitamente feliz se houver todo respeito e consideração, iniciando, 
como exemplo, a própria relação dos pais para com os filhos, pois agindo 
dessa forma, a resposta dos filhos será sempre de confiança e respeito.
Tomo a liberdade em afirmar a todos vocês, que filhos são presen-
tes que temos para uma vida melhor. Filhos legítimos, adotivos, filhos do 
coração, sempre serão filhos, são pessoas que temos de ajudar a esculpir, 
moldar para se tornarem grandes pessoas que irão encarar o mundo com 
sabedoria e experimentar a grande aventura que é viver a vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
PIKUNAS, J. . Desenvolvimento Humano. São Paulo: McGraw-Hill, 1979.
ZAGURY, T. . Limites Sem Trauma. Rio de Janeiro-São Paulo: Record. 
2002.
DRUCHERMAN, P. . Crianças Francesas Dia a Dia. Rio de Janeiro: Fon-
tanar, 2013.
SIEGEL, D. J. & BRYSON, T. P. . O Cérebro da Criança. São Paulo: 
nVersos Editora, 2015. 
53
Advogada feminista, feminista interseccional, ativista pelo direito das mu-
lheres e presidenta da ONG TamoJuntas que presta Assessoria multidisci-
plinar para mulheres em situação de violência. Faz parte da Rede Nacional 
de Ciberativistas Negras. Especialista

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